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Comunicações e Informações INFORMAÇÕES DAS INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UNIÃO EUROPEIA

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PT

Jornal Oficial

da União Europeia

C 384

Edição em língua

portuguesa

Comunicações e Informações

63.o ano

13 de novembro de 2020

Índice

IV Informações

INFORMAÇÕES DAS INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UNIÃO EUROPEIA

Comissão Europeia

2020/C 384/01 Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho e ao Tribunal de Contas — Contas

anuais consolidadas da União Europeia relativas ao exercício de 2019 . . . 1

2020/C 384/02 Declaração de Fiabilidade do Tribunal enviada ao Parlamento Europeu e ao Conselho — Relatório do

(2)
(3)

IV

(Informações)

INFORMAÇÕES DAS INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E ORGANISMOS DA UNIÃO

EUROPEIA

COMISSÃO EUROPEIA

COMUNICAÇÃO DA COMISSÃO AO PARLAMENTO EUROPEU, AO CONSELHO E AO TRIBUNAL DE CONTAS

Contas anuais consolidadas da União Europeia relativas ao exercício de 2019

(2020/C 384/01)

ÍNDICE

Página

PREÂMBULO . . . 2

CONTEXTO POLÍTICO E ECONÓMICO, GOVERNAÇÃO E PRESTAÇÃO DE CONTAS DA UNIÃO EUROPEIA . . . 3

NOTA QUE ACOMPANHA AS CONTAS CONSOLIDADAS . . . 10

DESTAQUES DO EXERCÍCIO DE 2019 . . . 11

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS E NOTAS EXPLICATIVAS . . . 13

BALANÇO . . . 14

DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS FINANCEIROS . . . 15

DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA . . . 16

DEMONSTRAÇÃO DE VARIAÇÕES DO ATIVO LÍQUIDO . . . 17

NOTAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS . . . 18

ANÁLISE E DEBATE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS . . . 100

RELATÓRIOS DE EXECUÇÃO ORÇAMENTAL E NOTAS EXPLICATIVAS . . . 114

GLOSSÁRIO . . . 173

(4)

PREÂMBULO

É com o maior prazer que venho apresentar as contas anuais da União Europeia de 2019. Estas contas dão uma visão completa das finanças da UE e da execução do orçamento da UE no último exercício, incluindo informações sobre os passivos contingentes, os compromissos financeiros e outras obrigações da União. Como reflexo da natureza plurianual das atividades da União, as contas incluem explicações sobre os principais dados financeiros e a respetiva evolução. As contas anuais consolidadas da União Europeia fazem parte do pacote integrado de relatórios financeiros e contabilísticos da

Comissão e constituem uma parte essencial do nosso sistema altamente desenvolvido de prestação de informações

financeiras.

O orçamento da UE demonstrou mais uma vez que representa um valor acrescentado para os cidadãos, as empresas e as regiões: não obstante os seus recursos limitados, que representam cerca de 2 % do total das despesas públicas na União, complementa os orçamentos nacionais e apoia as nossas prioridades políticas comuns.

O orçamento de 2019 foi o penúltimo orçamento do atual quadro financeiro plurianual (QFP). A execução de quase todos os programas estava em velocidade de cruzeiro, com exceção de novos programas, como o Programa Europeu de Desenvolvimento Industrial no domínio da Defesa (PEDID) ou de ações cujo processo legislativo foi recentemente concluído. A execução do orçamento da UE elevou-se a 178,8 mil milhões de euros em dotações de autorização e a 159,1 mil milhões de euros em dotações de pagamento.

Em conformidade com a proposta da Comissão Europeia de maio de 2018, uma parte significativa do orçamento de 2019 foi afetada a programas destinados a estimular a criação de emprego, especialmente para os jovens, bem como o crescimento, os investimentos estratégicos e a convergência. A UE continuará igualmente a apoiar os esforços no sentido de abordar de forma eficaz o desafio da migração, tanto dentro como fora da UE.

As medidas destinadas a apoiar o crescimento económico e a reduzir as disparidades económicas entre as regiões absorveram quase metade dos fundos autorizados. O financiamento da UE contribuiu com 12,4 mil milhões de euros para a investigação e inovação no âmbito do programa Horizonte 2020, incluindo no domínio da computação de alto desempenho. O orçamento também provou noutros domínios o seu valor como investimento no futuro: aumentou as despesas com a educação e a formação em 20 % relativamente ao programa Erasmus+, em comparação com 2018, e em 37 % relativamente ao Mecanismo Interligar a Europa, que fomenta o desenvolvimento das infraestruturas de transporte e digitais. O apoio à agricultura e às zonas rurais permaneceu estável ao nível de 57,9 mil milhões de euros, contribuindo igualmente para a luta contra as alterações climáticas e a promoção do crescimento sustentável.

O orçamento de 2019 proporcionou a flexibilidade necessária para abordar o aspeto interno das questões de migração, com um total de 1,2 mil milhões de euros de apoio do Fundo para o Asilo, a Migração e a Integração, juntamente com 533 milhões de euros para a gestão das fronteiras e a segurança com base no Fundo para a Segurança Interna. Foi igualmente afetado um total de 5 milhões de euros à criação da nova Procuradoria Europeia para intentar ações penais por crimes lesivos do orçamento da UE, incluindo fraude, branqueamento de capitais e corrupção.

Mesmo antes da crise do coronavírus, o orçamento da UE de 2019 demonstrou a importância de um quadro financeiro plurianual operacional que proporcione os meios e a flexibilidade necessários para agir e reagir a desafios emergentes. Esta flexibilidade desempenhará também um papel no próximo quadro financeiro plurianual, que está no centro do Plano de Recuperação da Europa.

As contas anuais consolidadas da União Europeia são elaboradas em conformidade com as normas internacionais de

contabilidade do setor público. A fim de respeitar estas normas, a Comissão tem vindo constantemente a melhorar as

suas regras e procedimentos, a estrutura organizativa e a agilidade geral. A prestação de informações garante, de forma coerente e eficaz, a conformidade legal e aumenta a responsabilização pelas despesas da UE. Ajuda a dialogar com os cidadãos e com outras partes interessadas e a manter a sua confiança na União Europeia.

Johannes HAHN

(5)

CONTEXTO POLÍTICO E ECONÓMICO, GOVERNAÇÃO E PRESTAÇÃO DE CONTAS DA UNIÃO EUROPEIA A União Europeia (UE) é uma união em que os seus Estados-Membros atribuem competências para atingirem os seus objetivos comuns. A União baseia-se nos valores do respeito pela dignidade humana, liberdade, democracia, igualdade, Estado de direito e respeito pelos direitos humanos, nomeadamente os direitos das pessoas que pertencem a minorias. Estes valores são comuns aos Estados-Membros, numa sociedade caracterizada pelo pluralismo, a não discriminação, a tolerância, a justiça, a solidariedade e a igualdade entre homens e mulheres.

1. QUADRO POLÍTICO E FINANCEIRO

Tratados da UE

Os objetivos e princípios essenciais que norteiam a União e as instituições europeias estão definidos nos Tratados. A União e as instituições da UE só podem agir dentro dos limites das competências que lhes são atribuídas pelos Tratados com vista a alcançar os objetivos neles fixados, em conformidade com os princípios (1) da subsidiariedade e da proporcionalidade.

Para atingir os seus objetivos e aplicar as suas políticas, a União é dotada dos meios financeiros necessários. A Comissão é responsável pela promoção do interesse geral da União, que inclui a execução do orçamento e a gestão dos programas em cooperação com os Estados-Membros e em conformidade com o princípio da boa gestão financeira.

A UE prossegue os objetivos estabelecidos no Tratado através de um conjunto de instrumentos, entre os quais se conta o orçamento da UE. Outros são, por exemplo, um quadro legislativo comum ou estratégias políticas conjuntas.

Prioridades políticas da Comissão

As prioridades políticas da Comissão são definidas nas orientações políticas definidas pelo presidente da Comissão. Segundo a presidente von der Leyen, a Comissão, que tomou posse em 1 de dezembro de 2019, centrar-se-á nas seis principais ambições seguintes:

SEIS AMBIÇÕES PRINCIPAIS

Um Pacto Ecológico Europeu

— Procurar ser o primeiro continente com impacto neutro no clima

Uma economia ao serviço das Pessoas

— Agir em prol da justiça social e da prosperidade

Uma Europa Preparada para a Era Digital

— Capacitar as pessoas graças a uma nova geração de tecnologias

Promoção do Modo de Vida Europeu

— Construir uma União da igualdade em que todos temos o mesmo acesso às oportunidades

Uma Europa mais Forte no Mundo

— a Europa com mais ambição reforçando a nossa forma única de liderança mundial responsável liderança

Um Novo Impulso para a Democracia Europeia

— Promover, proteger e reforçar a nossa democracia

A anterior Comissão centrou-se em dez prioridades definidas pelo ex-presidente Jean-Claude Juncker e em consonância com a estratégia Europa 2020, a estratégia de crescimento de longo prazo da UE na altura:

— Um novo impulso para o emprego, o crescimento e o investimento; — Um mercado único digital conectado;

(1) Em virtude do princípio da subsidiariedade, a União intervém apenas se e na medida em que os objetivos da ação proposta não

possam ser suficientemente alcançados pelos Estados-Membros, podendo contudo, devido às dimensões ou aos efeitos, ser mais bem alcançados ao nível da União. Ao abrigo do princípio da proporcionalidade, o conteúdo e a forma da ação da União não devem exceder o necessário para atingir os objetivos dos Tratados (ver artigo 5.o do TUE).

(6)

— Uma União da Energia resiliente, com uma política climática virada para o futuro;

— Um mercado interno mais aprofundado e mais equitativo, dotado de uma base industrial reforçada; — Uma União Económica e Monetária (UEM) mais aprofundada e mais justa;

— Uma política comercial equilibrada e progressiva para aproveitar a globalização; — Um espaço de justiça e de direitos fundamentais baseado na confiança mútua; — Rumo a uma nova política migratória;

— Uma Europa mais forte na cena mundial; — A União da mudança democrática.

Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável

A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e os seus 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, adotados pela Organização das Nações Unidas em setembro de 2015, vieram conferir um novo impulso aos esforços envidados a nível mundial para alcançar o desenvolvimento sustentável. A UE desempenhou um papel importante na definição da Agenda 2030, refletindo o facto de o desenvolvimento sustentável estar desde há muito no cerne do projeto europeu. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estão plenamente consagrados nos Tratados da UE e integrados em todas as suas políticas e iniciativas. O orçamento da UE desempenha um papel essencial relativamente a muitos desafios à sustentabilidade, incluindo a pobreza, o desemprego dos jovens, a saúde e o bem-estar, as alterações climáticas, a perda de biodiversidade, a energia sustentável e a migração.

Quadro financeiro plurianual e programas de despesas

As políticas apoiadas pelo orçamento da UE são aplicadas em conformidade com o quadro financeiro plurianual (QFP) e a correspondente legislação setorial que define os programas de despesas. Estes traduzem as prioridades políticas da UE em termos financeiros durante um período suficientemente longo para garantir a eficácia e proporcionar uma perspetiva coerente de longo prazo para os beneficiários de fundos da UE e para as autoridades nacionais que cofinanciam. Os montantes anuais máximos (limites máximos) são fixados para as despesas da UE no seu conjunto e para as principais categorias de despesas (rubricas). A soma dos limites máximos de todas as rubricas dá o limite máximo total das dotações de autorização. O quadro financeiro plurianual é adotado por unanimidade, indicando o acordo de todos os Estados-Membros quanto aos objetivos e ao nível das despesas (nível máximo de autorizações e pagamentos orçamentais), com a aprovação do Parlamento Europeu. O atual QFP abrange o período 2014-2020.

Acordo interinstitucional

O quadro financeiro plurianual é complementado com o Acordo Interinstitucional (2), que constitui um acordo político

entre o Parlamento Europeu, o Conselho e a Comissão. Este acordo, adotado em 2013 em conformidade com o artigo 295.

o do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia (TFUE), tem por objeto assegurar a execução da disciplina

orçamental e melhorar o processo orçamental anual e a cooperação interinstitucional em matéria orçamental, bem como garantir uma boa gestão financeira.

Orçamento anual

O orçamento anual é elaborado pela Comissão e é normalmente acordado em meados de dezembro pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho, com base no procedimento previsto no artigo 314.o do TFUE. De acordo com o princípio do

equilíbrio orçamental, o total das receitas tem de ser igual ao total das despesas (dotações de pagamento) num determinado exercício.

A principal fonte de financiamento da UE são as receitas de recursos próprios que são complementadas com outras receitas. Existem três tipos de recursos próprios: os recursos próprios tradicionais (como os direitos aduaneiros e as quotizações sobre o açúcar), o recurso próprio baseado no imposto sobre o valor acrescentado (IVA) e o recurso próprio baseado no rendimento nacional bruto (RNB). Outras receitas decorrentes das atividades da UE (por exemplo, as coimas no âmbito da política da concorrência) representam normalmente menos de 10 % das receitas totais. A quantia global dos recursos próprios necessários para financiar o orçamento é determinada pelas despesas totais menos as outras receitas. No atual QFP, a quantia total dos recursos próprios não pode ultrapassar 1,20 % da soma do rendimento nacional bruto (RNB) dos Estados-Membros.

(2) Acordo Interinstitucional, de 2 de dezembro de 2013, entre o Parlamento Europeu, o Conselho e a Comissão, sobre a disciplina

(7)

Modalidades de gestão

O orçamento da UE é executado com base em três modalidades de gestão que determinam a forma como o dinheiro é pago e gerido:

— Gestão partilhada: a maior parte do orçamento é gerida no âmbito de um sistema de gestão partilhada pela Comissão em cooperação com os Estados-Membros, nomeadamente nos domínios dos fundos estruturais e da agricultura.

— Gestão direta: a Comissão gere igualmente programas e pode delegar a execução de programas específicos em agências de execução.

— Gestão indireta: as decisões relativas às despesas também podem ser geridas indiretamente através de outros organismos dentro ou fora da UE. O Regulamento Financeiro e/ou os acordos de delegação definem os mecanismos de controlo e de informação necessários dessas entidades e a supervisão pela Comissão quando as tarefas de execução orçamental são confiadas a agências nacionais, ao Grupo do Banco Europeu de Investimento, a países terceiros, a organizações internacionais (por exemplo, o Banco Mundial ou as Nações Unidas) e a outras entidades (por exemplo, agências descentralizadas da UE, empresas comuns).

Regulamento Financeiro

O Regulamento Financeiro (RF) (3) aplicável ao orçamento geral é um ato central na arquitetura regulamentar das finanças

da UE. Define em pormenor as regras financeiras aplicáveis à execução do orçamento da UE e os papéis dos diferentes intervenientes para assegurar a boa utilização do dinheiro e a realização dos objetivos fixados.

2. GOVERNAÇÃO E RESPONSABILIZAÇÃO

2.1. ESTRUTURA INSTITUCIONAL

A UE dispõe de um quadro institucional que visa promover os seus valores, prosseguir os seus objetivos, servir os seus interesses, os dos seus cidadãos e os dos Estados-Membros, bem como assegurar a coerência, a eficácia e a continuidade das suas políticas e das suas ações. A estrutura organizativa é constituída pelas instituições, agências e outros organismos da UE, que são incluídos nas contas consolidadas da UE na medida em que os critérios de consolidação estabelecidos no Regulamento Financeiro e nas regras contabilísticas aplicáveis sejam cumpridos (consultar a nota 9 para a lista de entidades incluídas no perímetro de consolidação).

O Parlamento Europeu exerce, juntamente com o Conselho, a função legislativa e a função orçamental. A Comissão é politicamente responsável perante o Parlamento Europeu. O Conselho realiza também funções de elaboração das políticas e de coordenação no âmbito das orientações e prioridades políticas gerais da União definidas pelo Conselho Europeu.

A Comissão é responsável pelo planeamento, elaboração e apresentação de propostas legislativas; pela gestão das políticas da UE, incluindo o controlo da aplicação da legislação da UE e a garantia da sua aplicação efetiva; pela atribuição de financiamento da UE e pela gestão dos programas de financiamento; e ainda pela representação da UE no plano internacional.

A Comissão executa o orçamento, em grande parte em cooperação com os Estados-Membros (4). Conjuntamente, devem

garantir que as dotações são utilizadas em conformidade com os princípios da boa gestão financeira. A regulamentação prevê as obrigações de controlo e de auditoria dos Estados-Membros quando partilham a execução do orçamento, bem como as responsabilidades que delas decorrem. A regulamentação prevê também as responsabilidades e normas específicas de cada instituição da UE na execução das suas despesas próprias.

(3) Regulamento (UE, Euratom) 2018/1046 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 18 de julho de 2018, relativo às disposições

financeiras aplicáveis ao orçamento geral da União, que altera os Regulamentos (UE) n.o 1296/2013, (UE) n.o 1301/2013, (UE)

n.o 1303/2013, UE n.o 1304/2013, (UE) n.o 1309/2013, (UE) n.o 1316/2013, (UE) n.o 223/2014 e (UE) n.o 283/2014, e a Decisão

n.o 541/2014/UE, e revoga o Regulamento (UE, Euratom) n.o 966/2012 (JO L 193 de 30.7.2018, p. 1).

(8)

2.2. ESTRUTURA DE GOVERNAÇÃO DA COMISSÃO

A Comissão tem um sistema de governação específico, com uma distinção clara entre as estruturas políticas e administrativas de supervisão e hierarquias de responsabilidade e responsabilização financeira bem definidas (5).

O funcionamento interno da Comissão baseia-se num conjunto de princípios fundamentais subjacentes à boa governação: funções e responsabilidades claras, um forte empenho na gestão do desempenho e no respeito do quadro jurídico, mecanismos de responsabilização claros, um quadro regulamentar de elevada qualidade e inclusivo, abertura e transparência, e elevadas normas éticas.

A Comissão desempenha as suas funções sob a liderança do Colégio de Comissários, que define as prioridades e assume a responsabilidade política global pelos trabalhos da Comissão. O presidente determina a organização interna da Comissão, a fim de assegurar a coerência, a eficiência e a colegialidade da sua ação. As disposições internas criam uma estrutura de controlos sólidos e de instrumentos de gestão que permitem ao Colégio de Comissários assumir a responsabilidade política pelo trabalho da Comissão, nomeadamente as decisões que toma e as funções de coordenação, de execução e de gestão, tal como previsto nos Tratados.

O Colégio delega a execução operacional do orçamento e a gestão financeira nos diretores-gerais e nos chefes de serviço,

que dirigem a estrutura administrativa da Comissão (6). Esta abordagem descentralizada cria uma cultura administrativa que

incentiva os funcionários a assumir responsabilidades em relação às atividades sobre as quais têm controlo e exige-lhes que prestem garantias relativamente às atividades pelas quais são responsáveis.

Os serviços centrais apoiam os diretores-gerais e os chefes de serviço no exercício das suas responsabilidades. Em especial, o Conselho de Administração Institucional proporciona coordenação, supervisão, aconselhamento e orientações estratégicas sobre questões de gestão institucional, em domínios como a gestão dos recursos financeiros e humanos, a gestão dos riscos, a gestão do desempenho, a governação informática, a segurança informática e física, a continuidade das atividades, a comunicação e a gestão da informação (7).

O sistema de governação baseia-se nos Tratados e evoluiu ao longo do tempo para se adaptar a um contexto em mutação e

permanecer em conformidade com as melhores práticas, estabelecidas nas normas internacionais aplicáveis (8). A

prossecução da racionalização e reforço das disposições introduzidas em 2018 (9) teve em conta os trabalhos de auditoria

do Tribunal de Contas Europeu (10) e do Serviço de Auditoria Interna da Comissão. Em conformidade com o Regulamento

Financeiro (artigo 247.o), o relatório anual sobre a gestão e a execução do orçamento da UE inclui informações sobre os

principais mecanismos de governação na Comissão.

2.3. QUADRO DE DESEMPENHO DO ORÇAMENTO DA UE

A aplicação de quadros de desempenho sólidos é essencial para assegurar uma forte tónica na obtenção de resultados, no valor acrescentado a nível europeu e na boa gestão dos programas da UE. O quadro de desempenho do orçamento da UE está altamente desenvolvido, tendo uma pontuação superior a qualquer país avaliado pela Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Económicos (OCDE) no seu índice normalizado de quadros de desempenho orçamental.

O quadro de desempenho do orçamento da UE dá conta de vários tipos e níveis de objetivos estratégicos, outros objetivos e indicadores. Tem também em conta a complementaridade e a integração das políticas (como em matéria de alterações climáticas e igualdade de género) e programas, bem como o papel fundamental dos Estados-Membros na execução do orçamento da UE.

(5) Para mais pormenores, ver a Comunicação à Comissão do presidente Juncker e do primeiro vice-presidente Timmermans: A

governação na Comissão Europeia, C(2017) 6915 final de 11 de outubro de 2017, URL: https://ec.europa.eu/info/sites/info/files/ /c_2017_6915_final_en.pdf

(6) Em consequência, a expressão «Comissão Europeia» é utilizada para designar tanto a instituição — o Colégio — formado pelos

membros da Comissão, como a sua administração gerida pelos diretores-gerais dos seus serviços (e os chefes das outras estruturas administrativas como os serviços, gabinetes e agências de execução).

(7) Ver Decisão da Comissão, de 21 de novembro de 2018, relativa ao Conselho de Administração Institucional (C (2018) 7706 final).

(8) Por exemplo, os princípios de controlo interno da Comissão baseiam-se nos princípios de controlo interno do COSO.

(9) https://ec.europa.eu/info/publications/governance-in-the-commission_en. Para mais informações, ver Comunicação da Comissão

C(2018) 7704 «Simplificação e reforço da governação na Comissão Europeia», https://ec.europa.eu/info/sites/info/files/file_import/ /streamlining-strengthening-corporate-governan-ce-european-commission_en.pdf

(9)

— Os objetivos e os indicadores são incluídos nas bases jurídicas dos programas e, todos os anos, a Comissão apresenta relatórios sobre os mesmos, através das fichas dos programas, que acompanham o projeto de orçamento. Estas últimas fornecem as informações necessárias para a compreensão da execução dos programas e da medição do seu desempenho; tal inclui os compromissos financeiros de longo prazo no âmbito do quadro financeiro plurianual, as bases do desempenho dos programas (pontos de partida para a ação política), as metas (a atingir no final do período de programação plurianual) e os objetivos intermédios.

— Para assegurar que os recursos são afetados a prioridades e que todas as ações proporcionam um desempenho e valor acrescentado elevados, a Comissão fomenta uma cultura de desempenho. Além disso, nos últimos anos, desenvolveu uma abordagem que promove um melhor equilíbrio entre a conformidade e o desempenho.

— O relatório anual sobre a gestão e a execução do orçamento da UE apresenta uma visão global do desempenho, da gestão e da proteção do orçamento da UE. Explica a forma como o orçamento da UE apoia as prioridades políticas da União Europeia, os resultados alcançados pelo orçamento da UE, bem como o papel que a Comissão desempenha para garantir e promover o mais elevado nível de gestão orçamental e financeira.

Estes elementos colocam a autoridade orçamental numa posição forte no respeitante à tomada em consideração da informação sobre o desempenho durante o processo orçamental anual.

2.4. GESTÃO FINANCEIRA DA COMISSÃO

Na Comissão, as funções e responsabilidades em matéria de gestão financeira estão claramente definidas (por exemplo, no

Regulamento Financeiro e nas normas internas (11)) e são aplicadas em conformidade. Na qualidade de gestores orçamentais

delegados, os diretores-gerais e chefes de serviço da Comissão são responsáveis pela boa gestão financeira dos recursos da UE, pelo cumprimento das disposições do Regulamento Financeiro, pela gestão dos riscos e pela criação de um quadro de controlo interno adequado.

A responsabilidade dos gestores orçamentais cobre a totalidade do processo de gestão, desde a determinação das ações necessárias para alcançar os objetivos políticos estabelecidos pela instituição até à gestão das atividades lançadas, tanto de um ponto de vista operacional como de boa gestão financeira. As tarefas podem ser subsequentemente delegadas nos diretores, chefes de unidade e outros, que, assim, se tornam gestores orçamentais subdelegados. Cada gestor orçamental delegado pode recorrer a um ou dois diretores responsáveis pela gestão dos riscos e pelo controlo interno para supervisionar e acompanhar a aplicação dos sistemas de controlo interno.

Os serviços centrais da Comissão fornecem orientações e aconselhamento e promovem as melhores práticas, nomeadamente através do trabalho do Conselho de Administração Institucional.

O Regulamento Financeiro exige que cada gestor orçamental elabore um relatório anual de atividades (a seguir designado por «RAA») sobre o que foi realizado e sobre o controlo interno e a gestão financeira durante o ano. O RAA inclui uma declaração no sentido de que os recursos foram utilizados com base nos princípios da boa gestão financeira e que foram estabelecidos procedimentos de controlo que proporcionam as garantias necessárias quanto à legalidade e regularidade das operações subjacentes. A nível da Comissão, o relatório anual sobre a gestão e a execução do orçamento da UE constitui o principal instrumento através do qual o Colégio de Comissários assume a responsabilidade política pela gestão

financeira do orçamento da UE.

O contabilista da Comissão é responsável a nível central pela gestão da tesouraria, pelos procedimentos de cobrança, pelo estabelecimento de regras contabilísticas baseadas nas normas e métodos internacionais de contabilidade do setor público, pelos sistemas de validação contabilística e pela elaboração pela Comissão das contas anuais consolidadas da UE. Além disso, o contabilista deve assinar as contas anuais, declarando que estas apresentam de modo apropriado a situação financeira, os resultados das operações e os fluxos de caixa da União em todos os aspetos relevantes. As contas anuais são adotadas pelo Colégio de Comissários. O contabilista é uma função independente e assume uma responsabilidade fundamental no que se refere à informação financeira prestada pela Comissão.

O auditor interno da Comissão é também uma função independente e centralizada e presta aconselhamento independente e formula pareceres e recomendações sobre a qualidade e o funcionamento dos sistemas de controlo interno da Comissão, das agências da UE e de outros organismos autónomos.

(11) Desde meados de 2019 (na sequência do artigo 12.o revisto das regras internas), a gestão do Fundo Europeu de Desenvolvimento

(10)

O Comité de Acompanhamento da Auditoria assegura a independência do auditor interno e acompanha a qualidade do trabalho de auditoria interna e o seguimento dado pela Comissão às recomendações de auditoria interna e externa, bem como às conclusões e recomendações relacionadas com a quitação do Tribunal de Contas Europeu sobre a fiabilidade das contas anuais consolidadas da UE. O papel consultivo do comité contribui para a melhoria global da eficácia e eficiência da Comissão na consecução dos seus objetivos e facilita a supervisão, por parte do Colégio, da governação, da gestão dos riscos e das práticas de controlo interno da Comissão.

2.5. RELATÓRIOS FINANCEIROS

Os relatórios sobre o orçamento da UE são apresentados através do pacote de apresentação integrada de relatórios

financeiros e de prestação de contas que reúne informações exaustivas sobre a execução, o desempenho, os resultados, a

gestão financeira e a proteção do orçamento da UE. Tal inclui as contas anuais consolidadas da UE, o relatório anual sobre a gestão e a execução do orçamento da UE (que inclui uma avaliação das finanças da União baseada nos resultados obtidos), o relatório anual sobre as auditorias internas realizadas, as previsões de longo prazo dos futuros fluxos de entrada e de saída para os próximos cinco anos e o relatório sobre o seguimento dado à quitação. O pacote de apresentação integrada de relatórios financeiros e de prestação de contas fornece ao público uma visão abrangente da situação financeira e operacional do orçamento da UE em cada ano.

As contas anuais consolidadas da UE fornecem informações financeiras sobre as atividades das instituições, agências e outros organismos da UE numa ótica orçamental e de contabilidade de exercício. Estas contas não incluem as contas anuais dos Estados-Membros.

As contas anuais consolidadas da UE são compostas por duas partes separadas, mas ligadas entre si: — pelas demonstrações financeiras consolidadas; e

— pelos relatórios sobre a execução do orçamento, que apresentam um registo agregado da execução orçamental. Além disso, as contas anuais consolidadas da UE são acompanhadas de um documento de análise e debate das demonstrações financeiras, que resume as alterações e tendências significativas nas demonstrações financeiras e explica ainda incertezas e riscos significativos que a UE já enfrentou e deverá abordar no futuro.

Apresentação de relatórios e prestação de contas na Comissão: Apresentação integrada de relatórios financeiros

e de prestação de contas Artigo 247.o do RF

— Contas anuais consolidadas da UE

— Relatório anual sobre a gestão e a execução do orçamento da UE (incluindo relatórios sobre a avaliação das finanças da UE)

— Relatório anual de auditoria interna

— Uma previsão de longo prazo das entradas e saídas de caixa durante os próximos cinco anos

— Relatório sobre o seguimento dado à quitação

Outros relatórios — Pacote de comunicação por ocasião do discurso sobre o Estado da

União

— Relatório geral sobre as atividades da UE

— Relatórios anuais de atividades das direções-gerais — Relatório sobre a gestão orçamental e financeira

2.6. AUDITORIA EXTERNA E PROCEDIMENTO DE QUITAÇÃO

Em conformidade com os princípios da boa gestão financeira, os fundos devem ser geridos de forma eficaz, eficiente e económica. Existe um quadro de responsabilização baseado numa comunicação de informações abrangente, auditoria externa e controlo político para prestar garantias razoáveis de que os fundos da UE são bem gastos e de uma forma adequada.

O Tribunal de Contas Europeu examina anualmente, com base numa abordagem sistemática e rigorosa, a fiabilidade das contas, se todas as receitas foram recebidas e todas as despesas efetuadas de forma legal e regular, e a solidez da gestão financeira e dos aspetos qualitativos da orçamentação, incluindo a dimensão do desempenho. A publicação do relatório anual do Tribunal de Contas Europeu constitui o ponto de partida para o procedimento de quitação. Os auditores também elaboram relatórios especiais sobre despesas ou domínios de intervenção específicos, ou questões orçamentais ou de gestão.

(11)

O Parlamento Europeu decide, após recomendação do Conselho, se dá ou não a sua aprovação final, conhecida como «concessão de quitação» à forma como a Comissão executou o orçamento da UE num determinado ano. O procedimento de quitação anual garante que a Comissão é politicamente responsável pela execução do orçamento da UE.

A decisão sobre a quitação tem também por base a apresentação integrada de relatórios financeiros e de prestação de contas da Comissão, as audições dos membros da Comissão e as respostas fornecidas às perguntas escritas dirigidas à Comissão.

(12)

NOTA QUE ACOMPANHA AS CONTAS CONSOLIDADAS

As contas anuais consolidadas da União Europeia de 2019 foram elaboradas com base nas informações apresentadas pelas

instituições e organismos, em conformidade com o artigo 246.o, n.o 2, do Regulamento Financeiro aplicável ao orçamento

geral da União Europeia. Declaro por este meio que foram elaboradas em conformidade com o título XIII do Regulamento Financeiro e os princípios, regras e métodos contabilísticos previstos nas notas às demonstrações financeiras.

Obtive dos contabilistas destas instituições e organismos, que certificaram a respetiva fiabilidade, todas as informações necessárias à elaboração das contas, as quais apresentam o ativo e o passivo da União Europeia e a execução orçamental. Certifico, com base nestas informações e nas verificações que considerei necessárias para poder assinar as contas da Comissão Europeia, que disponho de uma garantia razoável de que as contas apresentam uma imagem apropriada da situação financeira, dos resultados das operações e dos fluxos de caixa da União Europeia em todos os aspetos relevantes.

Rosa ALDEA BUSQUETS

Contabilista da Comissão 18 de junho de 2020

(13)

DESTAQUES DO EXERCÍCIO DE 2019

Execução do orçamento da União de 2019

O orçamento da UE tem um papel fulcral na execução das políticas e prioridades da União. Não obstante os seus recursos limitados, que representam cerca de 2 % do total das despesas públicas na União, complementa os orçamentos nacionais e tem uma clara ênfase no investimento e na adicionalidade. Trata-se de um instrumento-chave, de entre o vasto conjunto de instrumentos estratégicos e regulamentares à escala europeia, para aplicar as prioridades políticas acordadas pelos Estados-Membros, que se traduzem num quadro financeiro plurianual que inclui os vários programas e os limites máximos para as despesas.

O orçamento da UE de 2019, adotado em 12 de dezembro de 2018, confirma que a UE está a canalizar verbas para responder às necessidades efetivas. Em 2019, e de acordo com a proposta de maio de 2018 da Comissão Europeia, a maior parte do orçamento da UE foi destinada a estimular a criação de emprego, sobretudo para os jovens, bem como a estimular o crescimento, os investimentos estratégicos e a convergência. A UE continuará igualmente a apoiar os esforços no sentido de abordar de forma eficaz o desafio da migração, tanto dentro como fora da UE.

O orçamento adotado de 2019 contribuiu para a solidez e a resiliência da economia europeia e para a promoção da solidariedade e da segurança, dentro e fora das suas fronteiras. O orçamento de 2019 foi o penúltimo orçamento do atual quadro financeiro plurianual (QFP). A execução de quase todos os programas estava em velocidade de cruzeiro, com exceção de novos programas, como o Programa Europeu de Desenvolvimento Industrial no domínio da Defesa (PEDID) ou de ações cujo processo legislativo foi recentemente concluído.

A execução do orçamento da UE de 2019 elevou-se a 178,8 mil milhões de euros em dotações de autorização e a 159,1 mil milhões de euros em dotações de pagamento. Esta execução pode ser considerada satisfatória, com apenas pequenos ajustamentos efetuados ao longo do ano. Após os montantes transitados para 2020, a execução atingiu 99,4 % das dotações de autorização e 99,5 % das dotações de pagamento.

As medidas destinadas a apoiar o crescimento económico e a reduzir as disparidades económicas entre as regiões absorveram quase metade dos fundos autorizados. O financiamento da UE contribuiu com 12,4 mil milhões de euros para a investigação e inovação no âmbito do programa Horizonte 2020, incluindo no domínio da computação de alto desempenho. O orçamento aumentou para a educação e a formação (mais 20 % para o programa Erasmus+ do que em 2018) e para as infraestruturas de transporte e digitais (37 % mais para o Mecanismo Interligar a Europa). O apoio à agricultura e às zonas rurais permaneceu estável ao nível de 57,9 mil milhões de euros, contribuindo igualmente para a luta contra as alterações climáticas e a promoção do crescimento sustentável.

O orçamento de 2019 proporcionou a flexibilidade necessária para abordar o aspeto interno das questões de migração, com um total de 1,2 mil milhões de euros de apoio do Fundo para o Asilo, a Migração e a Integração, juntamente com 533 milhões de euros para a gestão das fronteiras e a segurança com base no Fundo para a Segurança Interna. Foi igualmente afetado um total de 5 milhões de euros à criação da nova Procuradoria Europeia para intentar ações penais por crimes lesivos do orçamento da UE, incluindo fraude, branqueamento de capitais e corrupção.

Demonstrações Financeiras — destaques

Balanço

— No âmbito dos ativos fixos tangíveis, os quatro satélites lançados em 2018 foram aprovados nos testes em órbita em 2019. Foram acrescentados à constelação operacional em 2019, atingindo-se um total de 26 satélites — ver nota 2.2. — Os ativos financeiros disponíveis para venda aumentaram 3,0 mil milhões de euros, devido à continuação do

financiamento dos Fundos de Garantia FEDS e do FEIE, bem como dos instrumentos financeiros do quadro do Horizonte 2020. Os empréstimos diminuíram 1,3 mil milhões de euros na sequência do reembolso de empréstimos de apoio à balança de pagamentos pela Roménia e pela Letónia, compensados em parte por novos empréstimos de AMF concedidos — ver nota 2.4.

— Os pré-financiamentos (ou seja, os adiantamentos pagos aos beneficiários de fundos da UE) aumentaram ligeiramente em 1,5 mil milhões de euros, passando para 51,4 mil milhões de euros — ver nota 2.5.

— Globalmente, o total das contas a receber e das quantias recuperáveis manteve-se a um nível semelhante ao do ano passado, ou seja, 24,0 mil milhões de euros — ver nota 2.6.

— Uma descida da taxa de juro de longo prazo utilizada para avaliar as obrigações de benefícios dos empregados (a chamada taxa de desconto), que se tornou negativa pela primeira vez, conduziu a um aumento significativo do passivo no final do exercício, um aumento de 17,2 mil milhões de euros — ver nota 2.9.

(14)

— O reembolso de empréstimos a favor da balança de pagamentos no montante de 1,5 mil milhões de euros conduziu a uma diminuição dos passivos financeiros, compensada em certa medida por novos empréstimos contraídos relacionados com os empréstimos concedidos no âmbito da AMF — ver nota 2.11.

— As contas a pagar e de regularização permaneceram ao mesmo nível de 2018, ou seja, 94,1 mil milhões de euros no total — ver notas 2.12 e 2.13.

Demonstração dos resultados financeiros

— Do lado das receitas, houve um aumento das receitas baseadas no RNB de 3,0 mil milhões de euros, na sequência de ajustamentos efetuados para montantes anteriores (principalmente para os anos de 2012 a 2017), dado as bases RNB terem sido atualizadas com dados reais. As receitas das coimas foram de 4,3 mil milhões de euros em 2019 — ver nota

3.1/3.4.

— As despesas incorridas no âmbito da gestão partilhada aumentaram 4,8 mil milhões de euros, o que resultou de uma melhor execução dos programas no âmbito do FEDER e do Fundo de Coesão, e dos adiantamentos do atual QFP — ver nota 3.9.

Passivos contingentes

— As garantias orçamentais aumentaram 2,7 mil milhões de euros devido à assinatura de novas operações no âmbito do FEIE e do MEE em 2019, garantidas pelo orçamento da UE — ver nota 4.1.1.

(15)

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS E NOTAS EXPLICATIVAS (12)

ÍNDICE

Página

BALANÇO . . . 14

DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS FINANCEIROS . . . 15

DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA . . . 16

DEMONSTRAÇÃO DE VARIAÇÕES DO ATIVO LÍQUIDO . . . 17

NOTAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS . . . 18

1. POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS SIGNIFICATIVAS . . . 18

2. NOTAS AO BALANÇO . . . 32

3. NOTAS À DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS FINANCEIROS . . . 63

4. ATIVOS E PASSIVOS CONTINGENTES . . . 72

5. AUTORIZAÇÕES ORÇAMENTAIS E COMPROMISSOS JURÍDICOS . . . 76

6. GESTÃO DOS RISCOS FINANCEIROS . . . 80

7. DIVULGAÇÕES DE PARTES RELACIONADAS . . . 93

8. ACONTECIMENTOS APÓS A DATA DO BALANÇO . . . 95

9. ÂMBITO DA CONSOLIDAÇÃO . . . 97

(12) É de notar que, em virtude do arredondamento dos dados para milhões de euros, alguns valores que figuram nos quadros abaixo

(16)

BALANÇO

Milhões de euros Nota 31.12.2019 31.12.2018

ATIVOS NÃO CORRENTES

Ativos intangíveis 2.1 515 446

Ativos fixos tangíveis 2.2 11 380 11 185

Investimentos contabilizados com base no método da equivalência patrimonial

2.3 591 591

Ativos financeiros 2.4 66 714 65 231

Pré-financiamentos 2.5 26 240 26 006

Contas a receber relativas a operações com contrapartida direta e quantias recuperáveis relativas a operações sem contrapartida direta 2.6 3 607 416 109 047 103 875 ATIVOS CORRENTES Ativos financeiros 2.4 4 514 4 168 Pré-financiamentos 2.5 25 206 23 968

Contas a receber relativas a operações com contrapartida direta e quantias recuperáveis relativas a operações sem contrapartida direta

2.6 20 367 24 248

Inventários 2.7 68 73

Caixa e equivalentes de caixa 2.8 19 745 18 113

69 900 70 570

ATIVO TOTAL 178 947 174 444

PASSIVOS NÃO CORRENTES

Pensões e outros benefícios de empregado 2.9 (97 659) (80 456)

Provisões 2.10 (3 710) (3 281) Passivos financeiros 2.11 (53 071) (53 289) (154 440) (137 025) PASSIVOS CORRENTES Provisões 2.10 (1 116) (852) Passivos financeiros 2.11 (1 446) (2 617) Contas a pagar 2.12 (27 241) (32 227)

Encargos acrescidos e receitas diferidas 2.13 (67 227) (63 186)

(97 030) (98 882)

PASSIVO TOTAL (251 470) (235 907)

ATIVO LÍQUIDO (72 523) (61 463)

Reservas 2.14 5 037 4 961

Montantes a reclamar aos Estados-Membros (1) 2.15 (77 560) (66 424)

ATIVO LÍQUIDO (72 523) (61 463)

(1) Em 4 de dezembro de 2019, o Parlamento Europeu adotou um orçamento que prevê o pagamento do passivo de curto prazo da

União com base nos recursos próprios a cobrar pelos Estados-Membros, ou a reclamar aos mesmos, em 2020. Além disso, nos termos do artigo 83.o do Estatuto [Regulamento (CEE, Euratom, CECA) n.o 259/68 do Conselho, de 29 de fevereiro de 1968 (JO L 56

de 4.3.1968, p. 1), tal como alterado], os Estados-Membros garantem coletivamente o pagamento das prestações previstas no regime de pensões.

(17)

DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS FINANCEIROS

Milhões de euros Nota 2019 2018

RECEITAS

Receitas provenientes de operações sem contra-partida direta

Recursos RNB 3.1 108 820 105 780

Recursos próprios tradicionais 3.2 21 235 22 767

Recursos IVA 3.3 18 128 17 624

Coimas 3.4 4 291 6 740

Recuperação de despesas 3.5 2 627 2 215

Outros 3.6 2 072 3 312

157 174 158 438 Receitas provenientes de operações com

contra-partida direta Receitas financeiras 3.7 1 817 3 115 Outros 3.8 1 298 1 379 3 116 4 494 Receitas totais 160 289 162 932 DESPESAS

Executadas pelos Estados-Membros 3.9

Fundo Europeu Agrícola de Garantia (43 951) (43 527)

Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural e outros instrumentos de desenvolvimento rural

(13 541) (13 149)

Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional e Fundo de Coesão

(35 178) (30 230)

Fundo Social Europeu (11 218) (11 935)

Outros (2 608) (2 826)

Executadas pela Comissão, agências de execução e fundos fiduciários

3.10 (18 942) (17 551)

Executadas por outras agências e organismos da UE 3.11 (3 131) (3 396)

Executadas por países terceiros e organizações internacio-nais

3.11 (4 085) (4 016)

Executada por outras entidades 3.11 (2 875) (3 569)

Custos com pessoal e pensões 3.12 (11 366) (10 929)

Custos de financiamento 3.13 (1 491) (1 677)

Outras despesas 3.14 (7 109) (6 208)

Despesas totais (155 493) (149 014)

(18)

DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA

Milhões de euros 2019 2018

Resultados económicos do exercício 4 796 13 918 Atividades operacionais

Amortizações 107 104

Depreciações 1 022 998

(Aumento)/diminuição dos empréstimos 1 255 1 041

(Aumento)/diminuição dos pré-financiamentos (1 472) (947)

(Aumento)/diminuição das contas a receber relativas a operações com contrapartida direta e das quantias recuperáveis relativas a operações sem contrapartida direta

691 (12 299)

(Aumento)/diminuição dos inventários 5 222

Aumento/(diminuição) das pensões e outros benefícios de empregado 17 203 7 334

Aumento/(diminuição) das provisões 693 594

Aumento/(diminuição) dos passivos financeiros (1 389) (1 007)

Aumento/(diminuição) das contas a pagar (4 985) (6 821)

Aumento/(diminuição) dos encargos acrescidos e das receitas diferidas 4 041 (716)

Excedente orçamental do exercício anterior transitado como receita não caixa (1 803) (556)

Remensuração do passivo de benefícios de empregado (movimento não caixa, não incluído na demonstração de resultados financeiros)

(14 164) (4 396)

Outros movimentos não caixa 111 (71)

Atividades de investimento

(Aumento)/diminuição dos ativos intangíveis e dos ativos fixos tangíveis (1 392) (1 583)

(Aumento)/diminuição dos investimentos contabilizados pela aplicação do método da equivalência patrimonial

(1) (9)

(Aumento)/diminuição dos ativos financeiros disponíveis para venda (2 964) (1 811)

(Aumento)/diminuição dos ativos financeiros pelo justo valor através de excedente ou défice

(121) 7

FLUXO DE CAIXA LÍQUIDO 1 633 (5 998)

Aumento/(diminuição) líquido(a) de caixa e equivalentes de caixa 1 633 (5 998)

Caixa e equivalentes de caixa no início do exercício 18 113 24 111

(19)

DEMONSTRAÇÃO DE VARIAÇÕES DO ATIVO LÍQUIDO

Milhões de euros Quantias a solicitar aos

Estados-Membros Excedente/(défice)

acumulado

Outras reservas Reserva de justo valor Ativo líquido

SALDO EM 31.12.2017 (75 234) 4 598 278 (70 359)

Movimento na reserva do Fundo de Garantia (186) 186 — —

Movimentos pelo justo valor — — (47) (47)

Remensurações dos passivos de benefícios de empregado

(4 396) — — (4 396)

Outros 30 (54) — (24)

Resultados da execução orçamental de 2017 creditados aos Estados-Membros

(556) — — (556)

Resultados económicos do exercício 13 918 — — 13 918

SALDO EM 31.12.2018 (66 424) 4 730 231 (61 463)

Movimento na reserva do Fundo de Garantia (21) 21 — —

Movimentos pelo justo valor — — 160 160

Remensurações dos passivos de benefícios de empregado

(14 164) — — (14 164)

Outros 56 (105) — (49)

Resultados da execução orçamental de 2018 creditados aos Estados-Membros

(1 803) — — (1 803)

Resultados económicos do exercício 4 796 — — 4 796

(20)

NOTAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

1. POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS SIGNIFICATIVAS

1.1. BASE JURÍDICA E REGRAS CONTABILÍSTICAS

As contas da UE são mantidas em conformidade com o Regulamento (UE, Euratom) 2018/1046 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 18 de julho de 2018, relativo às disposições financeiras aplicáveis ao orçamento geral da União, que altera

os Regulamentos (UE) n.o 1296/2013, (UE) n.o 1301/2013, (UE) n.o 1303/2013, (UE) n.o 1304/2013, (UE) n.o 1309/2013,

(UE) n.o 1316/2013, (UE) n.o 223/2014 e (UE) n.o 283/2014, e a Decisão n.o 541/2014/UE, e revoga o Regulamento (UE,

Euratom) n.o 966/2012 (13), a seguir designado por «Regulamento Financeiro» (RF).

Em conformidade com o artigo 80.o do Regulamento Financeiro, a UE elabora as suas demonstrações financeiras com base

em regras de contabilidade de exercício baseadas nas normas internacionais de contabilidade do setor público IPSAS (International Public Sector Accounting Standards). Estas regras contabilísticas, adotadas pelo contabilista da Comissão, devem ser aplicadas por todas as instituições e organismos da UE abrangidos pelo perímetro de consolidação, a fim de assegurar a coerência interna das contas consolidadas da UE.

Aplicação de regras contabilísticas da União Europeia (RCE) novas e alteradas

RCE novas aplicáveis a períodos anuais com início em ou após 1 de janeiro de 2019

A seguinte nova RCE, adotada pelo contabilista da Comissão, tornou-se obrigatória para os períodos anuais com início em ou após 1 de janeiro de 2019:

— A RCE 20 «Concentrações de atividades do Setor Público», que se baseia na IPSAS 40 «Concentrações de atividades do Setor Público», estabelece os requisitos para a classificação, o reconhecimento e a mensuração de concentrações de atividades do setor público, ou seja, o agrupamento de operações separadas numa só entidade do setor público. A norma estabelece uma distinção entre dois tipos de concentrações de atividades do setor público: fusões e aquisições. Uma fusão é uma concentração de atividades do setor público na qual ou nenhuma das partes da concentração obtém o controlo de uma ou mais operações ou, no caso de uma parte da concentração obter o controlo, existem provas de que a concentração tem a substância económica de uma fusão (a norma fornece vários indicadores relacionados com a retribuição e o processo de tomada de decisão para permitir essa avaliação). Uma aquisição é uma concentração de atividades do setor público na qual uma parte obtém o controlo de uma ou mais operações e há provas de que a concentração não é uma fusão.

As concentrações de atividades do setor público que são classificadas como fusão são contabilizadas através da aplicação do método de comunhão de interesses modificado, que exige que a entidade resultante reconheça os ativos e passivos identificáveis, bem como quaisquer outros interesses que não sejam de controlo, sujeitos à concentração pela sua quantia escriturada, com um aumento ou diminuição correspondente dos ativos líquidos (ou seja, sem dar origem a goodwill).

As concentrações de atividades do setor público que são classificadas como aquisições são contabilizadas mediante a aplicação do método de aquisição, que requer que os ativos identificáveis adquiridos e os passivos assumidos sejam reconhecidos pelo justo valor à sua data de aquisição, e que qualquer interesse que não seja de controlo na operação adquirida seja reconhecido pela parte proporcional dos ativos líquidos identificáveis das operações adquiridas. Ao contrário de uma fusão, uma aquisição dá origem a goodwill (mensurado como o excesso da retribuição transferida e de qualquer interesse que não seja de controlo sobre os montantes líquidos à data de aquisição dos ativos identificáveis adquiridos e dos passivos assumidos).

A norma prevê requisitos de divulgação distintos para permitir que os utilizadores das demonstrações financeiras da UE avaliem a natureza e os efeitos financeiros de uma fusão ou aquisição, bem como os efeitos financeiros dos ajustamentos reconhecidos no período de relato atual relativos a essas operações ocorridas durante o período ou períodos de relato anteriores.

Uma vez que não houve concentrações de atividades do setor público durante o período de relato, a nova norma não tem qualquer efeito nas demonstrações financeiras de 2019.

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Nova RCE adotada mas ainda não aplicável em 31 de dezembro de 2019

Não existem novas RCE adotadas, mas ainda não aplicáveis, em 31 de dezembro de 2019.

1.2. PRINCÍPIOS CONTABILÍSTICOS

O objetivo das demonstrações financeiras consiste em fornecer as informações relativas à posição financeira, desempenho e fluxos de caixa de uma entidade que possam ser úteis a um grande número de utilizadores. Para a UE como entidade do setor público, os objetivos consistem mais especificamente em prestar informações úteis para a tomada de decisões e demonstrar a forma como a entidade geriu os recursos que lhe foram confiados. É com estes objetivos em vista que se elaborou o presente documento.

As considerações gerais (ou princípios contabilísticos) a seguir para a elaboração das demonstrações financeiras estão estabelecidas na regra contabilística da UE 1 «Demonstrações Financeiras» e são idênticas às descritas na norma IPSAS 1, ou seja: apresentação apropriada, aplicação de regras de contabilidade de exercício, princípio de continuidade, coerência de apresentação, relevância, agregação, compensação e informações comparativas.

As características qualitativas do relato financeiro são a relevância, a representação fiel (fiabilidade), a compreensão, a tempestividade, a comparabilidade e a verificabilidade.

1.3. CONSOLIDAÇÃO

Âmbito da consolidação

As demonstrações financeiras consolidadas da UE incluem todas as entidades controladas, acordos conjuntos e entidades associadas significativos. A lista completa das entidades consolidadas encontra-se na nota 9. Compreende atualmente 52 entidades controladas e 1 entidade associada. Entre as entidades controladas contam-se as instituições da UE (incluindo a Comissão, mas não o Banco Central Europeu) e as agências da UE (exceto as do anterior segundo pilar, ou seja, a política externa e de segurança comum). A Comunidade Europeia do Carvão e do Aço em liquidação (CECA em liquidação) é igualmente considerada uma entidade controlada. A única entidade associada da UE é o Fundo Europeu de Investimento (FEI).

As entidades abrangidas pelo perímetro de consolidação, mas que são irrelevantes para as demonstrações financeiras consolidadas da UE como um todo, não devem ser consolidadas ou contabilizadas com base no método da equivalência patrimonial, quando tal resultaria em tempo ou custos excessivos para a UE. Essas entidades são referidas como «pequenas entidades» e são referidas separadamente na nota 9. Em 2019, sete entidades foram classificadas como pequenas entidades.

Entidades controladas

A fim de determinar o perímetro de consolidação, é aplicado o conceito de controlo. Por «entidades controladas», entende-se as entidades relativamente às quais a UE está exposta ou tem direito a prestações variáveis decorrentes do seu relacionamento e pode afetar a natureza e a quantia desses benefícios através do poder que exerce sobre a outra entidade. Este poder deve poder ser atualmente exercido e deve estar relacionado com as atividades relevantes da entidade. As entidades controladas estão plenamente consolidadas. A consolidação tem início na primeira data em que é efetuado o controlo e termina quando esse controlo deixa de existir.

Os indicadores mais frequentes de controlo na UE são: a criação da entidade pelos tratados constituintes ou pelo direito derivado, o financiamento da entidade a partir do orçamento da UE, a existência de direitos de voto nos órgãos diretores, e a sujeição à auditoria do Tribunal de Contas Europeu e à quitação pelo Parlamento Europeu. É efetuada uma avaliação individual a nível de cada entidade para se decidir se um ou todos os critérios acima enumerados são suficientes para justificar o controlo.

Todas as operações e saldos significativos entre entidades controladas pela UE são eliminados, enquanto os ganhos e perdas não realizados nessas operações são irrelevantes, não sendo, por conseguinte, eliminados.

Acordos conjuntos

Um acordo conjunto é um acordo com base no qual a UE e uma ou mais partes têm o controlo conjunto. Controlo conjunto é a partilha acordada do controlo de um acordo com base num acordo vinculativo, que apenas existe quando as decisões relativas às atividades relevantes exigem o consentimento unânime das partes que exercem o controlo partilhado. Acordos conjuntos podem consistir em empresas comuns ou operações conjuntas. Uma empresa comum é um acordo conjunto que é estruturado através de um instrumento separado e em que as partes que detêm o controlo conjunto do acordo têm direitos sobre os ativos líquidos do acordo. As participações em empresas comuns são contabilizadas de acordo

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com o método da equivalência patrimonial (ver nota 1.5.4). Uma operação conjunta é um acordo conjunto pelo qual as partes que detêm o controlo conjunto do acordo têm direitos sobre os ativos e obrigações pelos passivos relacionados com esse acordo. As participações em operações conjuntas são contabilizadas mediante o reconhecimento, nas demonstrações financeiras da UE, dos seus ativos e passivos, receitas e despesas, bem como da sua parte de ativos, passivos, receitas e despesas detidos ou incorridos conjuntamente.

Entidades associadas

Entidades associadas são entidades sobre as quais a UE tem, direta ou indiretamente, uma influência significativa, mas não controlo exclusivo ou conjunto. Presume-se que existe uma influência significativa quando a UE detém, direta ou indiretamente, 20 % ou mais dos direitos de voto. As participações em entidades associadas são contabilizadas de acordo com o método da equivalência patrimonial (ver nota 1.5.4).

Entidades não consolidadas cujos fundos são geridos pela Comissão

Os fundos do Regime Comum do Seguro de Doença do pessoal da União Europeia, do Fundo Europeu de Desenvolvimento e do Fundo de Garantia dos Participantes são geridos em seu nome pela Comissão. No entanto, uma vez que estas entidades não são controladas pela UE, não são consolidados nas suas demonstrações financeiras.

1.4. BASE DE ELABORAÇÃO

As demonstrações financeiras são apresentadas anualmente. O exercício financeiro começa em 1 de janeiro e termina em 31 de dezembro.

1.4.1. Moeda e bases da conversão cambial

Moeda funcional e moeda de relato

As demonstrações financeiras são apresentadas em milhões de euros, salvo outra indicação, sendo o euro a moeda funcional da UE.

Operações e saldos

As operações em divisas estrangeiras são convertidas em euros utilizando as taxas de câmbio em vigor nas datas das operações. Os ganhos e perdas cambiais, resultantes da liquidação das operações em moeda estrangeira e da conversão dos ativos e passivos monetários expressos em divisas à taxa de câmbio em vigor no final do exercício, são reconhecidos na demonstração dos resultados financeiros. As diferenças de conversão dos instrumentos financeiros não monetários classificados como ativos financeiros disponíveis para venda estão incluídas na reserva de justo valor.

Aplicam-se diferentes métodos de conversão aos ativos fixos tangíveis e ativos intangíveis, os quais mantêm o seu valor em euros, calculado à taxa vigente à data da aquisição.

Os saldos de final do exercício dos ativos e passivos monetários expressos em divisas são convertidos em euros com base nas taxas de câmbio do Banco Central Europeu (BCE) em vigor em 31 de dezembro:

Taxas de câmbio do euro

Moeda 31.12.2019 31.12.2018 Moeda 31.12.2019 31.12.2018 BGN 1,9558 1,9558 PLN 4,2568 4,3014 CZK 25,4080 25,7240 RON 4,783 4,6635 DKK 7,4715 7,4673 SEK 10,4468 10,2548 GBP 0,8508 0,8945 CHF 1,0854 1,1269 HRK 7,4395 7,4125 JPY 121,9400 125,8500 HUF 330,5300 320,9800 USD 1,1234 1,145

(23)

1.4.2. Utilização de estimativas

Em conformidade com as IPSAS e os princípios contabilísticos geralmente aceites, as demonstrações financeiras incluem necessariamente quantias baseadas em estimativas e pressupostos dos gestores, com base nas informações disponíveis mais fiáveis. As estimativas significativas incluem, sem a elas se limitarem: as quantias relativas a passivos de benefícios dos empregados, riscos financeiros de contas a receber, quantias divulgadas nas notas relativas a instrumentos financeiros, receitas e encargos acrescidos, provisões, grau de imparidade de ativos intangíveis e ativos fixos tangíveis, valor realizável líquido de inventários, ativos e passivos contingentes. Os resultados efetivos podem divergir dessas estimativas. As alterações nas estimativas são refletidas no período em que se tornam conhecidas, se a alteração afetar apenas o período, ou esse período e períodos futuros, se a alteração afetar todos.

1.5. BALANÇO

1.5.1. Ativos intangíveis

Um ativo intangível é um ativo não monetário identificável sem substância física. Um ativo é identificável se for separável (ou seja, capaz de ser separado ou dividido da entidade, por exemplo, por ser vendido, transferido, licenciado, alugado ou trocado, quer individualmente quer em conjunto com um contrato relacionado, um ativo ou um passivo identificável, independentemente de a entidade pretender fazê-lo), ou resultar de acordos vinculativos (incluindo direitos contratuais ou outros direitos legais), independentemente de esses direitos serem transferíveis ou separáveis da entidade ou de outros direitos e obrigações.

Os ativos intangíveis adquiridos são registados pelo seu custo histórico, menos a amortização acumulada e as perdas por imparidade. Os ativos intangíveis desenvolvidos internamente são objeto de capitalização quando os critérios relevantes das regras contabilísticas da UE estão preenchidos e as despesas referem-se apenas à fase de desenvolvimento do ativo. Os custos capitalizáveis incluem todos os custos diretamente atribuíveis necessários para criar, produzir e preparar o ativo para funcionar da forma pretendida pelos órgãos de gestão. Os custos relacionados com atividades de investigação, os custos de desenvolvimento não capitalizáveis e os custos de manutenção são reconhecidos como despesas à medida que forem sendo incorridos.

Os ativos intangíveis são amortizados numa base linear durante a sua vida útil estimada (3 a 11 anos). A vida útil estimada dos ativos intangíveis depende da sua vida económica ou jurídica específica determinada por acordo.

1.5.2. Ativos fixos tangíveis

Todos os ativos fixos tangíveis são registados pelo seu custo histórico, depois de deduzidas as depreciações acumuladas e as perdas por imparidade. Os custos incluem as despesas diretamente imputáveis à aquisição, construção ou transferência dos ativos.

Os custos subsequentes são incluídos na quantia escriturada do ativo ou reconhecidos como um ativo separado, conforme os casos, só quando for provável que a UE venha a obter benefícios económicos futuros ou potencialidades de serviços associados a esse ativo e desde que os seus custos possam ser avaliados de forma fiável. Os custos de reparação e manutenção são imputados à demonstração dos resultados financeiros durante o exercício em que são incorridos. Os terrenos não são depreciados, uma vez que se considera terem uma vida útil indefinida. Os ativos em construção não são depreciados, por ainda não se encontrarem disponíveis para utilização. A depreciação dos outros ativos é calculada segundo o método linear para imputar os seus custos menos os seus valores residuais durante as suas vidas úteis estimadas, do seguinte modo:

Tipo de ativo Taxas de depreciação lineares

Edifícios 4 % a 10 % Ativos espaciais 8 % a 25 % Instalações e equipamento 10 % a 25 % Mobiliário e veículos 10 % a 25 % Equipamento informático 25 % a 33 % Outros 10 % a 33 %

Referências

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