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O DESIGN APLICADO EM ACESSÓRIOS PARA A INDÚSTRIA MOVELEIRA COM FOCO NA ACESSIBILIDADE

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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA

VALMIR AGUILERA

O DESIGN APLICADO EM ACESSÓRIOS PARA A INDÚSTRIA MOVELEIRA COM FOCO NA ACESSIBILIDADE

Xanxerê-SC 2018

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VALMIR AGUILERA

O DESIGN APLICADO EM ACESSÓRIOS PARA A INDÚSTRIA MOVELEIRA COM FOCO NA ACESSIBILIDADE

Trabalho de Conclusão de Curso Apresentado ao curso de Design, Área das Ciências da Humanidade da Universidade do Oeste de Santa Catarina, UNOESC Xanxerê, como requisito parcial a obtenção de grau de Bacharel em Design

Orientador - Prof. Esp. Daniel Bonavigo

Xanxerê-SC 2018

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Dedico esse trabalho a minha mãe, que de alguma forma contribuiu com seus conselhos, orações e acreditou sempre em mim. A meus irmãos e namorada por estarem sempre ao meu lado.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradecer a Deus, por ter atendido muitas orações e súplicas, colocando muitas pessoas na minha vida que de alguma forma me incentivaram e ajudaram no decorrer dessa etapa que se conclui.

A toda a minha família, em especial a minha mãe, que apesar de todas as dificuldades enfrentou comigo muitas batalhas, sempre acreditou em meu potencial, elogiou nos momentos que precisou e puxou a orelha quando foi preciso.

A minha namorada, que sempre esteve ao meu lado, principalmente nos finais de semana, fechados no quarto, (tarefa difícil quando se tem um sol esplendido lá fora).

Aos meus padrinhos de batismo, Dilvan Palla e Roseli Palla, que me incentivaram, acreditaram na minha volta para a faculdade, me confortaram com palavras além de importante ajuda financeira para que eu pudesse concluir o curso, sou muito grato por eles estarem presentes na minha vida.

A todos os professores que fizeram parte da minha vida nessa Universidade, foi um prazer conhece-los e obrigado pelos conhecimentos passados a mim nesses anos de graduação.

Ao meu orientador Daniel, que me incentivou muito, sempre procurou passar segurança, tirou dúvidas, fez críticas construtivas, me apoiou nas minhas tomadas de decisões.

Aos meus colegas de faculdade já formados (2015), que durante os quatro anos fizeram parte da minha vida, compartilhando conhecimentos.

Aos meus amigos, em especial ao Joel Marques, que sofreu um acidente e hoje depende do uso de cadeira de rodas. Estou orando muito por você meu parceiro!

Agradecer a todas as pessoas que se fazem presentes em minha vida, pois agora se inicia uma nova fase, desejo muita saúde, paz e sabedoria a cada um de vocês, aqui deixo meu carinho e muito obrigado!

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“Pode haver muita deficiência no livro de um jovem, mas haverá também nele uma coisa fundamental” – A força da juventude.

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RESUMO

As cozinhas, cada vez mais elegantes, são importantes centros de convivência e encontros diários das famílias, oferecendo muitos benefícios aos seus usuários. Esse cômodo, obviamente é um dos mais importantes e imprescindíveis dentro de uma residência. Apesar de toda a funcionalidade, algumas dificuldades são encontradas em vários móveis e eletrodomésticos por pessoas com mobilidade reduzida, necessitam quase sempre da ajuda de alguém para executar simples tarefas do dia a dia. Portanto, esse projeto buscou através do design, diminuir os impactos negativos que o móvel gera perante o usuário cadeirante, sem minimizar a estética do ambiente.

A metodologia de Löbach (2001), usada nesse projeto, classificada em quatro etapas, atribui para cada etapa muitas fases, para que de acordo com as coletas de informações e análises, o resultado final seja coerente e preciso, de acordo com o problema abordado. Na pesquisa de público notou-se a dificuldade da pessoa cadeirante aproximar-se de móveis e objetos. O mercado apresentou grande número de acessórios que geram acessibilidade, contudo, algumas características importantes foram extraídas para a solução desse projeto. Foram elaborados painéis construtivos de quatro acessórios, sendo eles: acessório Girasolo, Cabideiro basculante (TN), Ferragem deslizante para mesa de embutir (TT) e o CookingAGENT. Através de análises, foram extraídos os pontos positivos e negativos de cada qual, como a sua estrutura, estética e demais funções. Posterior a isso, desenvolveu-se alguns esboços, onde as primeiras ideias foram elaboradas no papel, sendo que, em seguida desenhos 3Ds foram desenvolvidos para uma melhor compreensão da ideia. Em seguida, a construção de modelo para realização de testes no ambiente real, foi feita.

Como resultado de projeto, foram elaborados dois acessórios com funções diferentes, ambos com critérios principais direcionados para a acessibilidade, sendo que os mesmos não são distribuídos separadamente. Como resultado de projeto, foram criadas uma corrediça e uma unidade base. A corrediça metálica tem por função extrair e recolher um tampo de pia ou balcão, transformando o mesmo em bancada móvel, já a unidade base fixada na porta de balcão ou pia, aproxima alguns produtos para perto da pessoa cadeirante, facilitando a pega de talheres, pratos, copos, condimentos, temperos ou quaisquer outros produtos que o mesmo deseja guardar no local.

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ABSTRACT

The increasingly elegant kitchens are important centers for coexistence and daily family meetings, offering many benefits to its users. This room obviously is one of the most important and indispensable in a residence. Despite all the functionality, some difficulties are encountered in various furniture and appliances by people with reduced mobility, they almost always need the help of someone to perform simple tasks of the day to day. Therefore, this project sought through the design, to reduce the negative impacts that the mobile generates before the wheelchair user, without minimizing the aesthetics of the environment.

The Löbach (2001) methodology, used in this project, classified in four stages, assigns for each stage many phases, so that according to the information and analysis, the final result is coherent and precise, according to the problem addressed . In the public survey it was noticed the difficulty of the wheelchair person approaching furniture and objects. The market presented a large number of accessories that generate accessibility, however, some important features were extracted for the solution of this project. Construction panels of four accessories were elaborated: Girasolo accessory, Tilting rack (TN), Sliding drawers for drawing table (TT) and CookingAGENT. Through analysis, the positive and negative points of each were extracted, such as its structure, aesthetics and other functions. After that, some sketches were developed, where the first ideas were elaborated on paper, and then 3Ds drawings were developed for a better understanding of the idea. Then, the construction of the model to perform tests in the real environment was made.

As a result of design, two accessories with different functions was elaborated, both with main criteria directed to the accessibility, being that they are not distributed separately. As a result of design, a slide and a base unit were created. The metal slide has the function of extracting and collecting a sink or countertop, turning it into a mobile workbench, or the base unit fixed to the counter or sink door, brings some products closer to the wheelchair person, facilitating the handle of cutlery, dishes, cups, condiments, seasonings or any other products that the same wishes to store in the place. Keywords: Design, accessibility, kitchen, wheelchair.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Gráfico de deficiência no Brasil ... 14

Figura 2 - Medida da cadeira de rodas ... 28

Figura 3 - Rotação cadeira de rodas ... 28

Figura 4 - superfície de trabalho ... 29

Figura 5 - Alcance lateral de pessoa em cadeira de rodas ... 30

Figura 6 - Alcance manual e frontal com deslocamento de tronco ... 30

Figura 7 - Superfície de trabalho, vista superior ... 31

Figura 8 - Metodologia de Bernard Löbach (2001) ... 38

Figura 9 - Metodologia adaptada ... 42

Figura 10 – Público alvo ... 45

Figura 11 - Acessórios que geram acessibilidade ... 47

Figura 12 - Análise de mercado: Acessório Girasolo ... 49

Figura 13 - Análise de mercado: Cabideiro basculante TN... 50

Figura 14 - Análise de mercado: Ferragem deslizante para mesa de embutir (TT) ... 51

Figura 15 - Análise de mercado: CookingAGENT ... 53

Figura 16 - Análise da função: Principal e Secundárias ... 55

Figura 17 - Análise da estrutura: Acessório Girasolo ... 56

Figura 18 - A análise de construção: Cabideiro Basculante TN... 57

Figura 19 - Análise de construção: Ferragem deslizante para mesa de embutir TT ... 58

Figura 20 - Análise de construção: Acessório CookingAGENT ... 59

Figura 21 - Funções estéticas: acessório no móvel... 60

Figura 22 - Funções estéticas acessório no ambiente ... 61

Figura 23 - Comparação do Polietileno e do Policarbonato ... 63

Figura 24 - Conceito minimalista ... 67

Figura 25 - Painel Imagético estilo moderno... 68

Figura 26- Esboço de ideias 01... 69

Figura 27 - Esboço de ideias 02... 70

Figura 28 - Esboço de ideias 03... 70

Figura 29 - Esboço de ideias 04... 71

Figura 30 - Esboço de ideias 05... 72

Figura 31 - Esboço de ideia 06 ... 73

Figura 32 - Esboço de ideias 07... 74

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Figura 34 - Modelo volumétrico de verificação 01 ... 75

Figura 35 - Modelo volumétrico de verificação 02 ... 76

Figura 36 - Modelagem da corrediça ... 77

Figura 37 - Modelagem da corrediça ... 78

Figura 38 - Modelo de verificação 03 ... 78

Figura 39 - alternativa escolhida ... 79

Figura 40 - alternativa escolhida 02 ... 80

Figura 41 - Acessório 01 3D... 81

Figura 42 - Acessório 02 3D... 82

Figura 43 - Acessórios instalados no ambiente 3D ... 83

Figura 44 - 3D Avançado: Acessórios ... 84

Figura 45 - 3D Avançado: Acessórios instalados e expostos. ... 85

Figura 46 - Acessórios recolhidos ... 86

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 13

2 BASES DO CONHECIMENTO ... 16

2.1 DESIGN: CONTEXTO GERAL ... 16

2.2 DESIGN INDUSTRIAL ... 18

2.3 ERGONOMIA ... 24

2.4 DESIGN SOCIAL E UNIVERSAL ... 32

3 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE DESIGN ... 36

3.1 METODOLOGIA DO PROJETO DE DESIGN ... 37

3.2 PROJETO DE DESIGN ... 43

3.2.1 Fase de Preparação ... 43

3.2.1.1 Análise do Problema...43

3.2.1.2 Análise da Necessidade...43

3.2.1.3 Análise da relação social (homem-produto)...44

3.2.1.4 Análise da relação com ambiente (produto-ambiente)...46

3.2.1.5 Análise do Mercado...46

3.2.1.5.1Acessório Girasolo ... 48

3.2.1.5.2 Cabideiro Basculante TN ... 50

3.2.1.5.3 Ferragem deslizante para mesa e embutir TT ... 51

3.2.1.5.4 CookingAGENT ... 52

3.2.1.6 Análise da Função (funções práticas)...54

3.2.1.7 Análise Estrutural (estrutura de construção)...55

3.2.1.7.1 Análise estrutural Acessório Girasolo ... 56

3.2.1.7.2 Análise estrutural Cabideiro basculante TN ... 57

3.2.1.7.3 Ferragem deslizante para mesa de embutir TT ... 58

3.2.1.7.4 CookingAGENT ... 59

3.2.1.9Análise de materiais e processos de fabricação...62

3.2.1.10 Patentes, Legislação e Normas ... 64

3.2.1.11 Análise de sistemas de produtos (produto-produto) ... 65

3.2.1.12 Distribuição, montagem, serviço a clientes, manutenção. ... 65

3.2.1.13 Descrição das características do novo produto e exigências ... 65

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3.2.2.1 Conceitos do design e alternativas de solução... 66

3.2.2.2 Esboço de Ideias...68

3.2.2.3 Modelos...75

3.2.3 Avaliação das alternativas de design ... 79

3.2.3.1 Escolha da melhor solução...79

4 RESULTADO DE PROJETO ... 80 4.1 FASE DE REALIZAÇÃO ... 80 4.1.1 Documentação do Projeto ... 80 4.1.2 Modelo Final ... 80 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 88 REFERÊNCIAS ... 89

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1 INTRODUÇÃO

Trabalho de conclusão de curso da área da ciência da humanidade na Universidade do Oeste de Santa Catarina.

Neste estudo, o design é aplicado no desenvolvimento de um produto que busca gerar acessibilidade aos usuários com mobilidade reduzida dentro do ambiente da cozinha, tendo como tema: O design aplicado em acessórios para a indústria moveleira com foco na acessibilidade. Abordando o problema de projeto questiona-se: de que maneira o design pode contribuir para gerar um ambiente acessível ao uso de um cadeirante?

O design com espaço cada vez mais amplo torna-se um meio criativo nas mais diversas áreas de conhecimento, se faz presente na atualidade em passos rápidos buscando novas áreas de atuação, processos, ferramentas, tecnologias, se faz como tarefa multidisciplinar, envolve-se com diversas outras áreas para a resolução de problemas.

O objetivo geral deste estudo é manter as características tradicionais de uma cozinha residencial, porém, que através da interferência de acessórios nos móveis, a mesma possa proporcionar ao cadeirante acessibilidade. Seguido do objetivo geral são estruturados os seguintes objetivos específicos: a) fundamentar design; design industrial; ergonomia; design social e design universal; b) pesquisar o público alvo e suas limitações; c) Analisar produtos na linha de acessórios que geram acessibilidade; d) desenvolver uma linha de acessórios que proporcione acessibilidade no uso de móveis para cozinha.

Este projeto justifica rever alguns conceitos do design a respeito da acessibilidade para o cadeirante dentro de uma cozinha residencial. Sabe-se que muitos móveis de cozinha são de difícil acesso para pessoas dependentes de cadeira de rodas. A falta de conforto se faz presente em muitas tarefas que envolvem pessoas com cuidados especiais, em alguns casos esses indivíduos necessitam de ajuda para realizar diversas tarefas simples do dia a dia, como: fazer refeição, lavar a louça, pegar alimentos, utensílios, e demais atividades.

Segundo pesquisas do IBGE (instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), “A deficiência motora apareceu como a segunda mais relatada pela população: mais de 13,2 milhões de pessoas afirmaram ter algum grau do problema, o que equivale a 7% dos brasileiros. A deficiência motora severa foi declarada por mais de 4,4 milhões de pessoas.

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Destas, mais de 734,4 mil disseram não conseguir caminhar ou subir escadas de modo algum e mais de 3,6 milhões informaram ter grande dificuldade de locomoção”.

O projeto implicará em uma melhor qualidade de vida para o público em questão, promovendo bem-estar, autonomia e praticidade. Muitas tarefas serão facilitadas depois da aplicação dos acessórios nos móveis da cozinha, pois a pessoa cadeirante não dependerá totalmente de outras pessoas para a execução de tarefas relacionadas no uso da pia.

Figura 1 - Gráfico de deficiência no Brasil

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

A cozinha, segundo o autor Lida (2005, p. 564) ‘‘é o lugar mais importante da casa, está ocupada quase o tempo todo além de ser o centro de produção de alimentos é um local que as famílias mais se encontram no dia a dia para fazer as refeições.’’

No corre e corre das cidades modernas, as famílias se reúnem muito pouco, sendo que muitas vezes o ambiente que mais conversam e socializam é na própria cozinha de casa, local que dependem para diversas tarefas, sejam essas individuais ou em grupo.

Os móveis de cozinha tendem a ficar cada vez mais agradáveis aos olhos, porém ao ser construído para uma pessoa com necessidades especiais, percebe-se a perca da estética, de modo a não se importarem com as questões psicológicas desse público. Em relação a isso, esse projeto será elaborado com um pensamento direcionado em especial a acessibilidade do cadeirante, e que ao mesmo tempo leve um ambiente estético, com condições de atender o público alvo e outras pessoas que convivem nesse espaço através

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de um design universal. O projeto destina-se a pessoas cadeirantes, de ambos os sexos, com idade entre 15 a 60 anos, de classe B, por possuírem cozinhas com formas limpas e amplas, contam com estabilidade financeira para criarem seus ambientes de acordo com as necessidades de uso.

Para o desenvolvimento desse estudo é proposto uma metodologia de pesquisa, onde esta é entendida como caminho ou via para realização de algo, e método é o processo para se chegar ao conhecimento. Uma metodologia pode variar de acordo com sua natureza, contudo a pesquisa pode ser de origem quantitativa, qualitativa, básica ou aplicada. Este projeto é de natureza aplicada de origem qualitativa exploratória. Pesquisa aplicada, voltada à aquisição de conhecimentos com vistas à aplicação numa situação específica. Adelaide University (2008), GIL (1946). ‘‘Exploratória tem como propósito proporcionar maior familiaridade com o problema, com vista a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses.’’ (Gil, p. 27, 1946).

O projeto trará coleta e análise de informações, ideias e alternativas para a resolução do problema; conhecimento sobre o público, mercado, materiais e tecnologias, explorando algumas áreas específicas para o desenvolvimento e solução.

Nesse estudo, foi aplicada a metodologia de projeto de design de Bernard Lobach (2001), onde suas fases são divididas em quatro partes, cada qual construída separadamente, porém seguindo uma ordem lógica facilitando na organização do processo. A metodologia começa pela fase da preparação, onde ocorre a análise do problema e análise do problema de design, depois passa para a fase da geração, onde são geradas alternativas de problema e de design, então, na terceira etapa é a fase da avaliação, etapa que são avaliadas as alternativas do problema e design, e por fim, a quarta e última parte, fase de realização, onde se apresenta a solução do problema e design.

Para um melhor entendimento e compreensão, os quatro capítulos são apresentados na devida ordem e objetivo: no primeiro encontra-se a introdução, tema, problema, objetivo geral, objetivos específicos de projeto de design e justificativa, além de sua metodologia de design e de pesquisa. No segundo capítulo são apresentadas as bases do conhecimento, explicando o Design em um contexto geral; design industrial; ergonomia, design social e universal. O terceiro capítulo expõe a metodologia aplicada no projeto de design, e no quarto capítulo encontra-se o resultado final e as considerações finais do projeto.

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2 BASES DO CONHECIMENTO

2.1 DESIGN: CONTEXTO GERAL

Devido ao fato de o designer querer se distanciar da ideia de que são artesãos ou designers artísticos, provoca tal preocupação para os forjadores de definições, gerando ao mesmo tempo prescrições extremamente rígidas e preconceituosas. Conforme relata Denis (2000, p.17) ‘‘A diferença entre design e artesanato reside justamente no fato de que o designer se limita ao projetar o objeto para ser fabricado por outras mãos ou, de preferência por meio mecânico.’’

O design tem mostrado cada vez mais a sua importância perante a aceitação de um novo produto no mercado, pois está na criação, desenvolvimento, configuração, concepção, elaboração e demais processos que envolvem um produto. O processo de design ocorre de maneira complexa e se posiciona como uma das principais estratégias para o sucesso da empresa mediante ao seu público.

Conforme o autor Bernsen (1995, p.10), design significa “traduzir um propósito em uma forma física ou ferramenta”, contudo pode-se dizer que o design está em tudo, desde os mais simples projetos até os mais diversificados e complexos.

Conforme a citação, o design traz a grandiosidade ao que se produz, seja físico ou não. Traz também, diversas informações em um simples projeto, criando liberdade para que o mesmo se venda sozinho muitas vezes.

Outro conceito fundamental no design refere-se ao projeto, que segundo LANDIM (2009, p. 14) explica este como:

O projetar em design baseia-se nos esquemas clássicos de qualquer criação: definição conceitual, geração de ideias, público alvo, tendências, disponibilidade tecnológica, cultura. Em outras palavras, na necessidade de se entender, para que está se projetando, como e por que [...], portanto temos que design pode ser entendido como projeto. Projeto equivale a sonho, que por sua vez é igual a desejo. Projeta-se a casa, a viagem, o relacionamento ideal. Colocado desta maneira, é claro que o projeto, enquanto ideário, sempre existiu, mas é importante ressaltar a relação desejo; aspiração, possibilidade que se estabelece a partir da mecanização, com a Revolução Industrial’’.

O autor coloca que o design é um meio que possibilita a realização de sonhos e desejos, sejam por aspirações ou necessidades, e que no decorrer de décadas algumas

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mudanças de necessidades ocorrem devido a novas tecnologias, materiais, processos e as significativas mudanças no comportamento em geral da sociedade.

LANDIM (2009, p. 22) explica que:

Desde o século XVIII, a sustentação dominante para o design tem sido o sistema de produção e consumo em massa, baseado na junção de forças da indústria e comércio, porém ela afirma ainda que um dos temas ao qual o design é inevitavelmente ligado é o crescimento da economia capitalista.

Essa economia capitalista caracteriza-se pela propriedade privada dos meios de produção e por mercados livres, de trabalho assalariado, sendo assim, tem como objetivo o lucro do proprietário.

O design sendo uma atividade social, geradora de bens coletivos, exige formação ampla e humanista, consciente do impacto ambiental, para que torne a vida das pessoas mais completas e assim a autora cita que:

Se o objetivo do design é tornar a vida das pessoas melhor, as práticas do design devem responder as questões técnicas, funcionais e culturais e criar soluções inovadoras que comuniquem significado e emoção e que transcendam idealmente as suas formas, estrutura e fabricação. (LANDIM, 2009, p. 22).

Com o crescente aumento de materiais sintéticos, as possibilidades de criar produtos inovadores aumentam consequentemente, garantindo aos designers variadas opções no desenvolvimento de um projeto, contudo, as novas tecnologias disponíveis auxiliam na construção de produtos multifuncionais, com melhor desempenho. Essa nova tecnologia contribui para o processo de design, desde o conceito inicial, acelerando o processo, diminuindo os custos dos fabricantes, gerando liberdade de experimento até o protótipo final, interage de forma que o usuário final sinta um maior desejo de utilizar o produto.

Segundo VELA (2010, p. 78) ‘‘a formação do designer possuía um caráter mais abrangente. Determinavam que o aluno desenvolvesse habilidades de reflexões acerca do impacto de seu trabalho perante a sociedade.’’ Ao desenvolver um projeto de design perante a sociedade, o aluno de design deveria estar ligado e atento aos fatores que de alguma forma causassem consequências, sejam estas positivas ou negativas, para que em um futuro próximo novas soluções para a resolução de problemas venham a fluir com maior rapidez e precisão.

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2.2 DESIGN INDUSTRIAL

Pressuposto surgimento no século XVII, as máquinas são apresentadas a sociedade como meios capazes de trazer a felicidade aos homens, com ideias de trazer cidades perfeitas para o futuro, assim aperfeiçoa-se a relação dos homens uns com os outros e até mesmo a relação do homem-natureza.

Segundo o autor MALDONADO (2009, p. 23), “mesmo nos séculos XVI-XVIII, as máquinas eram apresentadas não isoladamente, em abstrato – como acontece hoje – mas integradas num ambiente, ou seja, num “cenário” apropriado, transformando-se em uma personagem”. O valor gerado para com a máquina representou um momento muito significativo no desenvolvimento industrial.

O design industrial procura tirar as ideias do papel e fabricá-las conforme as necessidades e desejos do cliente, visando atender as necessidades de forma concreta e objetiva. Na atualidade, o designer industrial participa muito mais do processo criativo do que alguns anos passados devido a interligação das diversas áreas, o profissional precisa estar ligado as novas tecnologias e além de tudo concretizar os anseios do público, precisa participar do processo criativo cumprindo multitarefas.

Conforme cita MALDONADO (2009, p. 13) ‘‘a tarefa do designer industrial diria respeito à pretensa aparência estética, sem ter em conta a natureza do processo técnico-produtivo.’’ O designer industrial era orientado ao projetar a forma do produto sem ter relação direta com o restante das tarefas de produção.

A área do design industrial se faz presente há algum tempo na sociedade, porém com o passar dos anos, novas tecnologias e processos surgem, gerando uma enorme modificação na forma de criar produtos industriais.

Alguns produtos, no decorrer das décadas, acabaram definitivamente cancelados do sistema de produção nos países mais industrializados, já outros produtos, ganharam uma segunda cara, pois foram modificados com uma nova forma e tecnologia.

Maldonado (2009, p. 79), coloca que:

[...] poucos são os casos em que a substituição se realiza bi univocamente: poucos são os casos em que um produto, e só um, vem a ocupar o lugar do produto ultrapassado. Pelo contrário, o que acontece mais frequentemente, é que o aparecimento de um produto inovador faz brotar um processo de ramificação, de proliferação e de diversificação.

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Complementando as palavras do autor, entende-se que, onde existia um produto ultrapassado, agora uma nova gama de produtos surge, com isso, um conjunto de novos produtos ou produtos-serviços impactam diretamente na sociedade.

A autora Cara (2010, p. 22) coloca que:

O designer industrial é alguém qualificado por meio de treinamento, conhecimento técnico, experiência e sensibilidade visual para determinar materiais, mecanismos, formas, cores acabamentos e decorações de objetos produzidos em quantidade por processos industriais. O designer industrial pode em diferentes momentos, preocupar-se com todos ou somente com algum dos aspectos da produção industrial de objetos.

Objetos são produzidos a todo o momento, seja por necessidade ou aspirações, feitos através de processos industriais, fabricados em larga escala, com participação ativa de um designer industrial. Na sociedade em que a indústria está mais desenvolvida, essas atividades são para a elevação do crescimento econômico e o aumento do nível de vida da sociedade.

A expansão da produção industrial, nos casos de produtos de uso, depende da satisfação das necessidades dos usuários – assim, o fabricante tem a venda garantida. Ao se alcançar um determinado grau de desenvolvimento e com ele uma saturação do mercado, é preciso descobrir ou despertar novas necessidades para se garantir a continuidade do crescimento econômico. (LOBACH, 2001, p. 30).

O designer industrial tem a tarefa de tornar possível a criação e adequação de um produto, observando o grau de necessidade e encontrando novas tecnologias e materiais para a fabricação, fazendo com que as chances de sucesso daquele produto no mercado aumentem consideravelmente. As necessidades humanas nem sempre serão atendidas de forma completa, pois, em alguns casos, muitos objetos não correspondem com as expectativas esperadas. Não basta apenas criar simples produtos para suprir as necessidades de um determinado individuo ou grupo, o designer deve levar em consideração que na sua projeção esta o sonho, a realização de uma aspiração e da ansiedade do ser humano.

Löbach traz em seu livro a classificação de objetos: Objetos naturais, que existem em abundância sem influência do homem; Objetos modificados da natureza; Objetos de arte; Objetos de uso.

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O próprio homem é parte integrante da natureza e pode adotar diversas posturas frente a ela. Uma delas consiste em manter-se passivo, sem modificar ou exercer nenhuma influência. Hoje em dia ainda tem sociedades que se acomodam ao seu meio ambiente.

Muito se extrai da natureza quando se tratando de conhecimento, formas, cores, aromas, texturas e diversidade de recursos, que são úteis na criação de muitos objetos de uso.

Sobre o objeto modificado da natureza, Löbach (2001, p. 34) coloca que é comum o surgimento de objetos a partir das bases naturais, onde o processo criativo ocorre de maneira diversificada, trazendo estética e gerando um significado para o equilíbrio psíquico.

Já nos objetos de arte, Löbach (2001, p. 35) explica a relação dos elementos estéticos com a saúde psíquica, onde tal necessidade que não se faz essencial à existência física, em contrapartida, ajuda na percepção sensorial do observador como uma fonte de informação, garantindo a vivência estética dos elementos e transmitindo relações complexas de forma concentrada.

O usuário, para que se sinta bem perante a um produto, precisa enxergar uma aparência estética que leve brilho aos seus olhos, pois ele agrega esse valor ao produto em seu todo e assim absorve muitas informações e percepções positivas.

Já a autora Bigal (2001, p. 43), traz que ‘‘ao adquirir preço, a arte atinge o estatuto de mercadoria tanto como qualquer outro bem de consumo. Ao ser reproduzida tecnicamente, a arte perde a aura de obra única’’.

Na colocação desse trecho, pode-se entender que a arte deixa de existir quando um produto segue uma linha de produção, pois sua individualidade já não é apenas exclusiva e única, mas agora muitos clientes a usam, torna-se um objeto simples como qualquer outro seriado.

Löbach (2001, p. 36) define objetos de uso como: “ideias materializadas com a finalidade de eliminar as tensões provocadas pela necessidade”. As tensões são eliminadas no decorrer do uso dos objetos, onde na materialização da ideia o designer industrial participa ativamente para eliminar esses fatores negativos.

Os objetos de uso são classificados em duas categorias, conforme o autor traz, sendo estes os produtos artesanais e os produtos industriais. Os processos artesanais mantinham diferentes relações com o indivíduo, pois antes, quando fabricados

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manualmente com processos diferentes da atualidade, continham uma expressão de maior valor, para qual usuário se mantinha um design original.

A respeito dos produtos artesanais:

Na produção manual os produtos eram fabricados para um reduzido número de clientes, atendendo as expectativas e aos desejos individuais desses clientes. O artesão fabricava o objeto por completo e mantinha todo o processo sob controle. Dai resulta uma função personalista em relação ao objeto. A baixa produtividade e o preço elevado dos produtos eram compensados pela possibilidade de atender a objetivos e valores pessoais tanto do cliente como do artesão. (LÖBACH, 2001, p. 36).

O valor de status social era importante para o indivíduo que comprava o produto, pois, o objeto além de atender as necessidades individuais com seus valores, era único e exclusivo.

Com a industrialização, os produtos passaram a ser fabricados com total rapidez, conforme a necessidade e demanda de mercado, sendo para todos os casos, a obtenção de lucro.

[...] a lógica dos produtos industriais consiste em que, quando produzidos, devam proporcionar – pela sua venda – um lucro. Além disto, a natureza do produto deve garantir que seu uso possa efetivamente satisfazer as necessidades do usuário, já que este é único motivo que induz a despender algum dinheiro na sua compra. (LOBACH, 2001, p. 38).

Com a produção seriada, as necessidades dos usuários nem sempre são atendidas de forma eficaz, pois são repetidos e distribuídos para um grande número de pessoas, sem pensar nas necessidades emocionais individuais. Hoje ocorre uma simplificação na criação e configuração do produto, de forma racional e econômica, visando o lucro, gastando pouco e ganhando muito.

Os produtos podem ser bens de consumo ou bens de capital;

Todos os produtos industriais são bens de consumo, que em um momento determinado se tornam propriedade do usuário, são utilizados e mais tarde são descartados, saindo do ciclo de consumo. Todos os produtos de consumo são também bens de capital já que para cada produto uma determinada quantia de dinheiro deve ser investida antes de se ter a sua posse’’. (LÖBACH, 2001, p. 41).

A sociedade pratica o consumismo de forma desenfreada, pois as necessidades nessa questão já não entram como objeto de consumo, mas sim como bem de capital, muitas vezes para gerar status, levantar a autoestima, ou apenas pelo prazer da compra.

Classificado por categorias, no livro Design Industrial de Bernard Löbach, os produtos industriais se dividem em: produtos de consumo; produtos de uso 1: produtos

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para uso individual; produtos de uso 2: produtos para uso de determinados grupos e produtos de uso 3: produtos para uso indireto.

Na categoria de produto 2: produtos para uso de determinados grupos, Löbach (2001, p. 50) explica que essa propriedade se aplica a várias pessoas de um ambiente, que se conhecem umas às outras, como por exemplo a família, a qual dispõe dos móveis para uso coletivo, favorecendo a relação entre elas, porém não deixam de ter uma consciência e responsabilidade perante ao uso do objeto.

Produtos para uso indireto permanecem ocultos, não são utilizados diretamente pelos consumidores, porém fazem parte de instalações ou outros produtos. O desenvolvimento desse tipo de produto procura questões práticas para a usabilidade sem visar diretamente a estética, e ainda, propiciam de alguma forma uma relação especial, fazendo com que o usuário utilize o objeto com praticidade e conforto.

Para a criação de um produto industrial, o designer pode contar com um projetista para a divisão das tarefas, sendo que o projetista se encarrega das funções práticas, enquanto o designer industrial participa do processo estético e formal, porém, o resultado final só terá sucesso se as funções forem coordenadas juntas desde o princípio do projeto até o final (LÖBACH, 2001).

As empresas vêm adotando a estratégia do design industrial para alavancarem suas vendas e suprir as necessidades dos clientes, e também, acima de tudo, precisam gerar lucros para a sua instabilidade no mercado, contratam então um designer industrial para a difícil tarefa no setor de desenvolvimento contínuo dos produtos e no estudo destes, dentro da concorrência.

O design industrial da atualidade, se encontra no limite da verdadeira inovação, diga-se de passagem, conforme o autor Löbach (2001, p. 115), ‘‘[...] o desenvolvimento continuado de produtos industriais tem limites que dependem do estágio de maturação tecnológica do produto’’. É sobre esse panorama que os designers industriais sofrem na criação de um produto inovador, pois o que acaba ocorrendo é apenas uma adaptação de produtos já existentes às condições atuais.

Cara (2010, p. 25), [...] depois das controvérsias desses últimos anos sobre o papel do desenho industrial na sociedade, temos de acrescentar que ela somente é válida desde que se reconheça que a atividade de coordenar, integrar e articular os diversos fatores estão sempre fortemente condicionados pela maneira como se manifestam as forças produtivas e as relações de produção em uma determinada sociedade.

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O desenho industrial, por mais que se pareça uma atividade autônoma, por ter muitas vezes ideias livres para a projeção de objetos, está em um sistema de propriedades estabelecidas, onde um rígido padrão a ser seguido se impõe antes de tudo, oferecendo benefícios à comunidade humana individual e coletiva.

O design, sem dúvida nenhuma, age como subsídio para que as empresas alavanquem suas vendas e tenham um alto desempenho. A competitividade no mercado vem aumentando e a busca por diferenciação nos produtos consequentemente crescem no setor moveleiro.

O profissional do design busca fazer os projetos de móveis conforme as necessidades do consumidor, mas nem sempre buscam conhecimento sobre materiais que se adaptam melhor ao ambiente, assim como coloca a autora Gurgel (2004, p. 36: ‘‘Na maioria das vezes), por total desconhecimento da tecnologia e dos materiais disponíveis, utilizamos soluções antigas e ultrapassadas, caindo em resultados pouco criativos e repetitivos’’.

São diversos os fatores que caracterizam a criação de um móvel e algumas características precisam ser levadas em consideração, sejam as funcionais: durabilidade do material, resistência, manutenção, aspectos térmicos, acústicos e antiderrapantes; e as características estéticas: forma, cor, textura, acabamento e ainda qual o custo-benefício do projeto.

De acordo com Gurgel (2004, p. 115):

Fatores climáticos, culturais e modismos exercem grande influência na escolha de um determinado material, embora, muitas vezes, seu apelo visual não corresponda as suas características funcionais, práticas e tampouco ao seu custo.[...] cabe ao profissional estabelecer corretamente relação custo-benefício, bem como priorizar os pontos importantes e relevar os não fundamentais do contexto projetual, culminando assim numa escolha mais adequada.

A escolha correta dos materiais poderá atender as necessidades do ambiente mesmo que a estética deixe a desejar, mas deve-se primeiramente garantir uma boa segurança e conforto. Ao projetar um espaço, as peças de mobiliário devem ser utilizadas de forma correta para que o ambiente se torne livre para a circulação de pessoas e no mesmo instante harmônico, para que gere um ambiente prazeroso.

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2.3 ERGONOMIA

A origem e evolução da ergonomia estão relacionadas a questões sociais, econômicas e tecnológicas, pois ao longo da história uma enorme série de adaptações chega para melhorar as tarefas do homem perante a máquina, equipamentos ou ambientes.

‘‘A ergonomia pode ser considerada um conjunto de conhecimentos interdisciplinares. A psicologia e a fisiologia são as duas principais ciências onde a ergonomia foi buscar raízes e continua a se edificar. ’’ (LAVILLE, 1976, p. 6). Ainda de acordo com o autor, além dessas duas ciências que auxiliam na aplicação da ergonomia, muitos conhecimentos são encontrados na antropologia e sociologia. Os conhecimentos gerados através dessas áreas buscam na psicologia, entender os processos mentais, comportamento, interações com o ambiente físico e social; na fisiologia, as células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos; na antropologia, além de origem do homem, evolução, desenvolvimento físico, material e cultural; na sociologia, o comportamento do homem na sociedade e das leis que regem as relações sociais. Analisando esses fatores, a ergonomia se aplica de várias formas em diversas áreas, com chances maiores de obter um bom resultado, garantindo uma melhor qualidade de vida.

No início da década de 1960, com o crescente aumento da informatização nos diferentes segmentos da economia, começa-se a perceber que os próprios processos de trabalho podem ser redesenhados levando-se em consideração as necessidades e as características do ser humano (WACHOWICZ, p. 94).

As empresas buscam há algum tempo introduzir essa atividade nos seus meios de produção e ambientes de trabalho, porém muitas não empregam a ergonomia na prática por motivos financeiros ou por outros interesses políticos, ela como atividade será aceita quando se comprovar um custo-benefício favorável.

Segundo Dul e Weerdmeester (2004, p. 1) ‘‘resumidamente, pode-se dizer que a ergonomia é uma ciência aplicada ao projeto de máquinas, equipamentos, sistemas e tarefas, com o objetivo de melhorar a segurança, saúde, conforto e eficiência no trabalho’’. Quando se executa uma tarefa de maneira errada, o indivíduo em alguns casos não percebe o grau de risco ao qual está exposto. Sua segurança e saúde acabam por sofrer consequências graves, e então, quando a ergonomia é aplicada de alguma forma, o indivíduo passa a perceber o quão faz diferença, agora executando o mesmo

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serviço ou tarefa, de uma maneira mais prática e segura. Com a ergonomia, vários aspectos podem mudar no projeto. São amplos os benefícios gerados através dessa disciplina.

Dul e Weerdmeester (2004, p. 2); colocam que:

A ergonomia estuda vários aspectos: a postura e os movimentos corporais (sentados, em pé, empurrando, puxando e levando cargas), fatores ambientais (ruídos, vibrações, iluminação, clima, agentes químicos), informação (informações captadas pela visão, audição e outros sentidos), relações entre mostradores e controles, bem como cargos e tarefas (tarefas adequadas e interessantes). A conjugação adequada desses fatores permite projetar ambientes seguros, saudáveis, confortáveis e eficientes, tanto no trabalho como na vida cotidiana.

Conforme supracitado, a ergonomia abrange uma vasta área, procurando melhorar as condições de vida e o desempenho de um indivíduo em um determinado ambiente. Com a aplicação eficiente, os erros diminuem, assim como a fadiga, estresse e acidentes.

A ergonomia se faz presente em diversas empresas, levando melhores condições de trabalho aos colaboradores, proporcionando bem-estar e saúde, com condições de trabalho favoráveis ao empregado.

Para as autoras Moraes e Mont ’ Alvão (2000, p. 16), a ergonomia:

[...] possibilita maximizar o conforto, a satisfação e o bem-estar; garantir a segurança; minimizar constrangimentos, custos humanos e carga cognitiva, psíquica e física do operador e/ou do usuário; e otimizar o desempenho da tarefa, o rendimento do trabalho e a produtividade do sistema homem-máquina.

Na citação das autoras, a ergonomia é apresentada como um instrumento poderoso para o trabalho do dia a dia, além de proporcionar um ambiente mais seguro, e acarretar o aumento do desempenho das tarefas com uma melhor qualidade, conforto e satisfação.

Na atualidade, a ergonomia se faz presente na vida de um grande número de pessoas. Percebe-se que as empresas estão a substituir os trabalhos repetitivos nas linhas de montagem com grupos menores, denominados autônomos. Em algumas empresas a ergonomia pode envolver diversas áreas, com a participação dos diversos escalões administrativos, com foco nos resultados globais.

De acordo com Lida (2005, p. 19) ‘‘[...] a ergonomia deve ser aplicada desde as etapas iniciais do projeto de uma máquina, sistema, ambiente ou local de trabalho. Esta

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deve sempre incluir o ser humano como um de seus componentes.’’ Conforme exposto, o ser humano deve estar envolvido no projeto de ergonomia como aspecto fundamental para o sucesso e ênfase, porém algumas restrições fazem parte de alguns projetos, mas não há nada que justifique a falta de segurança - da máquina, objeto, ambiente – em relação à pessoa envolvida.

Com a aplicação da ergonomia nos produtos, a qualidade da vida cotidiana tem melhorado muito, além de transportes mais cômodos e práticos, mobílias mais confortáveis, aparelhos eletrodomésticos mais seguros e eficientes, a ergonomia contribui com melhorias na circulação de pedestres em locais públicos, na acessibilidade de pessoas com deficiências, pessoas idosas, crianças e demais.

Conforme o autor Laville (1976, p. 8), existe diferentes tipos de ergonomia:

Distingue-se habitualmente uma ergonomia de correção de uma ergonomia de concepção. A primeira procura melhorar as condições de trabalho existentes e é frequentemente parcial (modificação de um dos elementos do posto, claridade, dimensões) e de eficácia limitada, além de ser onerosa do ponto de vista econômico [...] A ergonomia de concepção, [...] tende a introduzir os conhecimentos sobre o homem desde o projeto do posto, do instrumento, da máquina ou dos sistemas de produção.

A ergonomia de correção em exemplo básico ocorre depois que a máquina já está a produzir e precisa ser adaptada ao trabalhador, ou, no caso de um ambiente já projetado, fazer modificações para melhor atender a uma pessoa, como é o caso do centro de muitas cidades sem calçadas, projetadas para pessoas com deficiência e edifícios sem acessibilidade, aplicando-se assim então uma correção para esses fatores. No caso de ergonomia da concepção, ela já nasce com o projeto, pensando no usuário antes mesmo da criação do ambiente, máquina e objeto, com um ganho mais significativo em relação à primeira classificação.

Para se aplicar a ergonomia em um projeto, precisa-se estudar a antropometria, (ramo da antropologia), que pode ser estática ou dinâmica, sendo que a primeira é aplicada em projetos que exigem menor movimento dos membros do corpo humano e a antropometria dinâmica se aplica em equipamentos que exigem maior movimento corporal, determinando os alcances e movimentos complexos, examinando isoladamente cada movimento.

Alguns critérios são aplicados na antropometria, sendo que existem tabelas com as medidas mínimas e máximas de dimensão para móveis, eletrodomésticos, pessoas, etc...

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A ergonomia além de exercer um papel muito importante nas indústrias, chega a maior grau nas escolas, na área da saúde, áreas de laser, no comércio, transportes, e assim por diante, gerando benefícios a estas áreas. São muitos os benefícios que a ergonomia pode gerar na sociedade em geral, em exemplos básicos como na escola, onde são levados aos estudantes cadeiras e mesas nas medidas antropométricas, para que no decorrer das horas de estudo em que o aluno se faz presente, o mesmo esteja com postura adequada, evitando futuros problemas colunais. No comércio, os balcões de atendimento são de altura agradável tanto ao atendente quanto ao cliente, além de produtos em estantes e prateleiras com altura e profundidade de nível agradável e com facilidade no acesso. Já em transportes, tanto públicos como privados, a ergonomia leva um melhor conforto nos assentos, painéis de comando, portas de entrada e saída, ventilação do ambiente interno, segurança em relação ao cinto, airbags e demais funções. Muitas são as áreas de atuação da ergonomia, sejam nas ruas, ambientes de trabalho ou na própria casa. Nas moradias a ergonomia modifica positivamente o ambiente familiar sem que muitas vezes a pessoa perceba, um exemplo disso está nos móveis melhores adaptados.

Pesquisas nos métodos sociológicos são estruturadas para então se aplicar a ergonomia nos espaços domésticos com levantamentos detalhados.

Lida (2005, p. 564), coloca que:

Diversas pesquisas demonstram que a cozinha é o lugar mais importante da casa e ela cresce de importância em famílias de menor renda. Ela é praticamente um centro de produção de alimentos, e está ocupada durante o dia todo. É na cozinha que ocorre cerca de 50% dos encontros familiares e muitas famílias preferem tomar as suas refeições na própria cozinha.

As medidas da cozinha precisam manter um espaço apropriado para que o fluxo de movimento de pessoas ocorra de forma eficaz, sendo que assim um membro da família não precise deixar o ambiente para outros usarem.

As dimensões dos corredores, portas e demais devem ser bem pensados para receber alguém que dependa da cadeira de rodas para a locomoção segura dentro de sua moradia, a dimensão aproximada é de 110 cm de comprimento e 65 cm de largura, com um espaço de giro de 160 cm. (LIDA, 2005, p. 144). No cenário atual as moradias estão cada vez menores, sendo que em muitos casos as dificuldades dos cadeirantes só aumentam por estarem em um espaço inapropriado, devido a dimensões pequenas para a sua locomoção.

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Dentro das normas da ABNT, A NBR 9050 adotou a sigla P.C.R, (pessoa em cadeira de rodas). Com relação a isso, medidas e parâmetros antropométricos foram elaborados para facilitar a locomoção da pessoa cadeirante em um ambiente interno. As dimensões referenciais da cadeira de rodas são apresentadas na Figura 2, em metros.

Figura 2 - Medida da cadeira de rodas

Fonte: ABNT (2015).

As medidas para manobras sem locomoção, apresentadas na figura 03, são:

a) Rotação de 90º = 1,20m x 1,20m; b) Rotação de 180º = 1,50 x 1,20;

c) Rotação de 360º = diâmetro de 1,50m. Figura 3 - Rotação cadeira de rodas

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Figura 04 são apresentadas as medidas do alcance manual frontal na superfície de trabalho.

Figura 4 - superfície de trabalho

Fonte: ABNT (2015).

Legenda Figura 4:

A3 altura do centro da mão, com o antebraço formando 90° com o tronco B3 altura do centro da mão estendida ao longo do eixo longitudinal do corpo;

C3 altura mínima livre entre a coxa e a parte inferior de objetos e equipamentos; D3 altura mínima livre para encaixe dos pés;

E3 altura do piso até a parte superior da coxa;

F3 altura mínima livre para encaixe da cadeira de rodas sob o objeto; G3 altura das superfícies de trabalho ou mesas;

H3 altura do centro da mão, com o braço estendido paralelo ao piso;

I 3 altura do centro da mão, com o braço estendido formando 30° com o piso = alcance máximo confortável;

J3 altura do centro da mão, com o braço estendido formando 60° com o piso = alcance máximo eventual;

L3 comprimento do braço na horizontal, do ombro ao centro da mão; M3 comprimento do antebraço (do centro do cotovelo ao centro da mão); N3 profundidade da superfície de trabalho necessária para aproximação total; O3 profundidade da nádega à parte superior do joelho;

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A figura 05 apresenta as aplicações referenciais para alcance manual lateral, sem deslocamento de tronco.

Figura 5 - Alcance lateral de pessoa em cadeira de rodas

Fonte: ABNT (2015)

A figura 06 apresenta o alcance manual lateral e frontal com deslocamento de tronco.

Figura 6 - Alcance manual e frontal com deslocamento de tronco

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Superfície de trabalho: a superfície de trabalho é um plano horizontal ou inclinado para desenvolvimento de tarefas ou leitura. Abaixo, conforme mostra na figura 06, percebe-se o alcance e abertura dos braços, além dos ângulos.

Figura 7 - Superfície de trabalho, vista superior

Fonte: ABNT (2015)

Legenda Figura 07

a) A1 × A2 = 1,50 m × 0,50 m = alcance máximo para atividades eventuais;

 b) B1 × B2 = 1,00 m × 0,40 m = alcance para atividades sem necessidade de precisão;  c) C1 × C2 = 0,35 m × 0,25 m = alcance para atividades por tempo prolongado.

Ainda de acordo com a norma 9050, a superfície de refeição acessível deve garantir uma circulação de 180º á P.C.R, para que sejam evitados alguns incômodos e acidentes.

Os acidentes fazem parte do dia a dia nas famílias e na maioria das vezes ocorrem quedas por tropeços, escorregamentos por objetos espalhados no chão, caídas por desnível, caídas de escada por falta de apoios, e assim por diante.

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Relativamente, os acidentes domésticos estão em número elevado em relação a acidentes no trabalho e acidentes no trânsito. Sabe-se que esses acidentes ocorrem com equipamentos da ‘‘linha branca, como fogões, fornos e geladeiras. [...] por variabilidade de trabalho doméstico, as pessoas na sua moradia usam diversos tipos de ferramentas, instrumentos e máquinas, além de não ter treinamento específico para uso de cada instrumento, ao contrário do que acontece na indústria e no trânsito.’’ (LIDA, 2005, p. 566).

Justificando o autor, em relação aos acidentes domésticos, os mesmos ocorrem na maior parte das vezes com crianças, idosos e portadores de deficiência, pois passam a maior parte de seu tempo nesse ambiente, já que não trabalham ou estão envolvidos diretamente no trânsito.

A ergonomia se faz presente nos mais variados objetos, ambientes, máquinas, procurando melhorar a qualidade de vida do usuário, contudo pessoas sofrem acidentes muitas vezes por não estarem preparadas adequadamente para realizar tais tarefas. Os acidentes com o passar dos anos podem ser reduzidos se os designers, arquitetos, engenheiros e demais profissionais das áreas especificas de projetos, aplicarem boa usabilidade aos produtos e juntamente um design universal. O uso da ergonomia, permitirá ao usuário a melhoria da sua performance na usabilidade de um produto, com aspectos muito além de conforto, segurança, essa ciência irá melhorar de modo que pequenas modificações garantam a máxima eficiência possível.

2.4 DESIGN SOCIAL E UNIVERSAL

O design social procura compreender profundamente as necessidades dos usuários. Preocupa-se em conhecer os anseios do seu público para resolver diversas situações, dialogando, ouvindo histórias e observando. O design social, diga-se de passagem, procura sentir na pele as delimitações existentes junto ao campo de pesquisa. ‘‘O projeto universal preocupa-se em dotar o produto ou ambiente com as características que facilite o seu uso pela maioria das pessoas, incluindo certas minorias, como os canhotos, idosos e portadores de deficiências físicas”. (JARDIM, 2002 apud LIDA, 2005, p. 318).

As empresas buscam o design universal por ter um princípio de economia mais viável aos projetos, portanto aplicar esse conceito na fase inicial antecipará custos

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desnecessários para frente, como modificações, ajustes e demais, caso contrário, futuramente será necessário produzir aparatos especiais para uma minoria, trazendo incômodos.

Segundo as Diretrizes do desenho universal (2010, p. 15), os sete princípios para planejamento e obras de acessibilidade estabelecem alguns critérios, sendo que o princípio nº 1(uso equitativo), propõe espaços, objetos e produtos que possam ser utilizados por usuários com capacidades diferentes.

Princípio nº 2(Uso flexível): Criar ambientes ou sistemas construtivos que permitam atender as necessidades de usuários com diferentes habilidades e preferências diversificadas, admitindo adequações e transformações; possibilitar adaptabilidade as necessidades do usuário, de forma que as dimensões do ambiente das construções possam ser alteradas.

Princípio nº 3(Uso simples e Intuitivo):permitir fácil compreensão e apreensão do espaço, independente da experiência do usuário, de seu grau de conhecimento, habilidade de linguagem ou nível de concentração; eliminar complexidades desnecessárias e ser coerente com as expectativas e intuição do usuário; disponibilizar as informações segundo a ordem de importância.

Princípio nº 4(Informação de fácil percepção): utilizar diferentes meios de comunicação, como símbolos, informações sonoras, táteis, entre outras, para compreensão de usuários com dificuldade de audição, visão, cognição ou estrangeiros; disponibilizar formas e objetos de comunicação com contraste adequado; maximizar com clareza as informações essenciais; tornar fácil o uso do espaço ou equipamento.

Princípio nº 5(Tolerância ao erro): Considerar a segurança na concepção de ambientes e a escolha dos materiais de acabamento e demais produtos – como corrimãos, equipamentos eletromecânicos, entre outros – a serem utilizados nas obras, visando minimizar os riscos de acidentes.

Princípio nº 6(Esforço físico mínimo): dimensionar elementos e equipamentos para que sejam utilizados de maneira eficiente, segura, confortável e com o mínimo de fadiga; minimizar ações repetitivas e esforços físicos que não podem ser evitados.

Princípio nº 7(Dimensionamento de espaços para acesso e uso abrangente): permitir acesso e uso confortáveis para os usuários, tanto sentados quanto em pé; possibilitar o alcance visual dos ambientes e produtos a todos os usuários, sentados ou em pé; acomodar variações ergonômicas, oferecendo condições de manuseio e contato para usuários com as mais variadas dificuldades de manipulação, toque e pegada;

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possibilitar a utilização dos espaços por usuários com órteses, como cadeira de rodas, muletas, entre outras, de acordo com suas necessidades para atividades cotidianas.

Para que o design universal passe a ser aplicado na sociedade, algumas normas se encaixam nessa ciência, como é o caso da norma NBR 9050 da ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS E TÉCNICAS.

A primeira norma de acessibilidade chega ao Brasil em 1985, norma que foi criada pela associação de normas e técnicas (ABNT). A NBR 9050 é aplicada em acessibilidade de edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos.

De acordo com a NBR 9050, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (2004, p. 3) publicação do decreto federal 5.296 deu ao desenho universal a força de lei, onde em seu artigo 8º, inciso IX, define o design universal como:

Concepção de espaços, artefatos e produtos que visam atender simultaneamente todas as pessoas, com diferentes características antropométricas e sensoriais, de forma autônoma, segura e confortável, constituindo-se nos elementos ou soluções, que compõem a acessibilidade.

O design universal traz uma mudança de paradigma na arquitetura e urbanismo, transformando a sociedade com novas experiências, democratizando os espaços públicos e privados.

Em um caso específico de usuários de cadeira de rodas, seja uma pessoa paraplégica, tetraplégica, idosos entre outros, as dificuldades encontradas nos ambientes são variadas, sendo desníveis, escadas, rampas, pouco alcance visual, comandos de janelas altos, espaços reduzidos dificultando a mobilidade, banheiros sem acessibilidade, pias e chuveiros que não permitem a aproximação do indivíduo, entre outras situações.

Pensar acessível e partir da concepção de um projeto plenamente utilizável por todos são uma prática ainda não muito discutida e sem muito amparo técnico. As normas técnicas são o referencial mínimo para garantir a funcionalidade, mas não garantem qualidade e conforto. (CARLETTO; SILVANA, 2007).

Conforme as autoras, as normas são seguidas por obrigação, diga-se assim, muitas empresas não produzem com um pensamento de design universal, visam muitas vezes apenas um determinado grupo na sociedade, aplicando as regras das normas sem pesquisar a fundo a respeito de seu público e sentir qual a verdadeira necessidade do mesmo.

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Em 2015, as normas da NBR 9050 sofreram algumas alterações, mais completas, com maiores detalhes e com uma visão mais ampla sobre a sociedade.

De acordo com Figueiredo (2015, p. 1):

A nova NBR 9050/2015 ampliou o conceito de “desenho universal”:concepção deprodutos, ambientes, programas e serviços a serem utilizados por todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou projeto específico, incluindo os recursos de tecnologia assistiva.

Essa tecnologia desenvolve-se para melhor adaptar o design universal nos meios, amplia o conhecimento sobre a sociedade, garantindo a melhor qualidade de vida.

A Secretária dos Direitos Humanos da Presidência da república (SDH/PR) conceitua em seu artigo (2009, p. 9) tecnologia assistiva como:

Tecnologia assistiva é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada a atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social.

Essa tecnologia de total amplitude identifica obstáculos e barreiras, afim de eliminá-los, levando para as pessoas com deficiência uma autonomia e independência, adotando medidas que assegurem a melhoria nos diversos aspectos de suas vidas.

Segundo as autoras Carletto e Silvana (2007, p. 10):

O Desenho Universal não é uma tecnologia direcionada apenas aos que delenecessitam; é desenhado para todas as pessoas. A ideia do Desenho Universal é, justamente, evitar a necessidade de ambientes e produtos especiais para pessoas com deficiências, assegurando que todos possam utilizar com segurança e autonomia os diversos espaços construídos e objetos.

O design universal facilita a vida das pessoas, e, com passos lentos, essa prática aos poucos ganha espaço no mercado, desenvolvendo-se nos diversos setores produtivos e na economia. Idealizado para uso máximo de pessoas, independente da idade, sexo, habilidades ou situação, esse conceito ainda conta com uma série de questões, pois o mesmo precisa estudar as questões sociais, psíquicas, antropológicas, econômicas, ergonômicas, tecnológicas e até politicas de seu público, para que a solução final seja um produto que atenda os sete princípios sem a necessidade de adaptação.

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3 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE DESIGN

Projetos de design necessitam de uma metodologia criativa, onde etapas e processos são definidos para assegurar o rumo correto do mesmo. As ideias devem fluir livremente, porém respeitando os direcionamentos da metodologia. A abordagem do problema deve ser ampla, assim a probabilidade de resolvê-lo com maior eficiência e a conquista de soluções inovadoras tendem a aumentar.

Processos de design sofrem alterações quase o tempo todo, e, segundo Löbach (2001, p. 139), as relações entre design industrial e produto industrial constituem esse processo, onde o profissional designer é o ponto de partida. Ainda, de acordo com o autor, ‘‘para aplicar os conhecimentos e a experiência no processo de design, o designer industrial deve ter certa curiosidade e uma vontade de buscar soluções inéditas’’. O design atual busca inovações para os novos produtos, adaptando metodologias, buscando novas tecnologias e conceitos. É aplicado e comunicável. Busca sempre estar um passo a frente dos concorrentes para que seu produto ganhe mais destaque no mercado.

‘‘Teoria e metodologia do design são reflexos objetivos de seus esforços que se destinam a otimizar métodos, regras e critérios e com sua ajuda o design poderá ser pesquisado, avaliado e também melhorado”. (BURDEK, 2006, p. 228).

O design percorre ao longo de um projeto, uma metodologia que melhor satisfaça as necessidades propostas, caminhando de acordo com alguns critérios, buscando novos conhecimentos e aplicando muitas vezes alterações e melhorias.

Burdek (2006, p. 229) explica que ‘‘o continuo e constante significado da metodologia do design para o ensino é hoje a contribuição para o aprendizado da lógica e a sistemática do pensamento’’. Com isso, entende-se em outras palavras, que a metodologia é muito aplicada na atualidade, estimulando o desenvolvimento do raciocínio, proporcionando experiências entre as estruturas mentais e o meio, favorecendo o aprendizado contínuo e como um pensamento sistêmico busca ver a complexidade nas relações humanas. Burdek (2006, p. 258) coloca também em seu método que ‘‘em primeiro plano está o processo de design como um sistema de manipulações de informações. Este modelo é caracterizado por várias possibilidades de realimentação (feedback) que não deixavam o processo de projeto parecer como um projeto linear de resolução de problemas”. O processo de design pode sofrer várias modificações e alterações durante seu percurso, a metodologia pode ser alterada em

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algumas fases, porém deve-se respeitar os limites para que o produto final fique de acordo com as necessidades impostas pelo projeto.

A metodologia usada nesse projeto de design industrial é de Bernard Löbach (2001), composta por quatro fases, embora elaboradas separadamente, se interligam no decorrer do processo. Organizadas e com uma abordagem nos aspectos estéticos e subjetivos do design, essa metodologia será de extrema importância para a solução do problema tal qual será apresentado.

3.1 METODOLOGIA DO PROJETO DE DESIGN

A metodologia escolhida para este projeto foi a metodologia de Bernard Löbach (2001), onde em seu livro “Design Industrial: configuração para produtos industriais”, o processo de design abrange três aspectos importantes, onde o ponto de partida é o design industrial.

O designer deve buscar a criatividade baseando-se nas suas experiências e conhecimentos, mas saindo da zona de segurança e conforto, olhando o problema de outros ângulos, desenvolvendo ideias originais para que assim os resultados ganham chance de se diferenciar daquilo que já é existente no mercado.

Dividido em quatro fases, a metodologia de Bernard Löbach estimula o designer a desenvolver um produto inovador com diversas características baseadas nos usuários. ‘‘O designer industrial pode ser considerado como produtor de ideias, recolhendo informações e utilizando-as na solução de problemas que lhe são apresentados”. (LÖBACH, 2001, p. 139).

As quatro fases do processo de design na metodologia de Löbach (2001, p. 141), apesar de construídas separadamente, se entrelaçam no decorrer do projeto com avanços e retrocessos. O autor defende que quanto mais ampla a abordagem do problema, mais aumenta as combinações possíveis de solução.

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As fases são divididas e apresentadas na tabela da figura 08:

Figura 8 - Metodologia de Bernard Löbach (2001)

Fonte: Bernard Löbach (2001)

A fase um é a fase da preparação, onde se tem o conhecimento do problema, coleta de informações e a análise das informações.

‘‘A descoberta de um problema constitui o ponto de partida e motivação para o processo de design, que depois se define melhor no seu desenrolar, dependendo do tipo do problema’’. (LÖBACH, 2001, p. 143).

O problema é passado ao designer e assim espera-se que as soluções sejam apresentadas conforme o desejo do cliente.

Ainda nesta fase, são coletadas as mais diversas informações para que no próximo passo sejam analisadas e retidas as mais viáveis para o projeto. A coleta de informações deve ser feita sem censuras, sendo que todos os dados são importantes para a base a qual se construirá a solução para o problema.

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