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A LOGÍSTICA NO CENÁRIO EMPRESARIAL

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Academic year: 2021

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A LOGÍSTICA NO CENÁRIO EMPRESARIAL

MOREIRA, Fabiano Greter (FANOVA) BORGHI, Wagner (FANOVA) INTRODUÇÃO

Quando pensamos em produtos para consumo ou matéria prima para industrialização, não importando sua origem, quer seja de setor primário, manufaturado ou industrializado existem diversos fatores que colaboram para elevação do custo na mão do cliente final. Um dos fatores que mais oneram os custos de produção é o transporte.

O setor de transportes em nosso país envolve os segmentos rodoviário, ferroviário, aquaviário e aéreo e é responsável pela movimentação de 80 milhões de pessoas diariamente, respondendo por um movimento anual de cargas acima de 700 bilhões de toneladas por quilômetro.

Há que se ver também a importância do setor de transportes para o desenvolvimento econômico do País, mas o que se viu ao longo dos anos foi um processo de obsolescência e deterioração da sua infra-estrutura, evidenciando uma posição secundária que as carências do setor ocuparam na pauta de prioridades do Governo.

Respondendo pelo transporte terrestre, o País possui 164 mil km de estradas federais, estaduais e municipais pavimentadas. Para as federais, o Governo tem buscado meios de incorporar capital privado na construção de novos trechos e reforma dos existentes, mediante o estabelecimento de concessões.

Apesar das estimativas de investimentos indicarem um total de US$ 5,3 bilhões até o final dos contratos, falta muito a ser feito ainda, ao mesmo tempo em que a aceleração dessas inversões seria de fundamental importância para as empresas transportadoras.

Aliás, um dos fatores que, ao longo dos últimos anos, tem desestimulado os empresários do setor de transporte rodoviário de cargas e de passageiros a

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investirem na renovação e ampliação de frota é a deficiente condição das estradas brasileiras.

O empresário do setor de transportes para continuar no seguimento deve se utilizar de toda a logística envolvendo o mesmo. Todo o descaso com o sistema de transportes, além do sucateamento das frotas, problemas com respeito ao meio ambiente aumentando o volume de CO2 expelido pelos escapes dos veículos e

provocando maiores gastos com óleos lubrificantes e sua destinação, corroboram para a utilização de uma logística eficiente.

CONCEITO DE LOGÍSTICA

Define-se conforme BALLOU (2006, p. 27):

Logística é o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo eficiente e eficaz de mercadorias, serviços e das informações relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo com o propósito de atender às exigências dos clientes.

Esta definição exprime a amplitude da logística desde sua visão estratégica focada no atendimento ao cliente e no comprometimento com a extensão da cadeia de suprimentos, até o nível mais operacional, pela preocupação com o controle das atividades (medição da eficiência e eficácia), que envolve os fluxos físicos e de informações. Destaca, também, a visão de processos e de integração de um conjunto de atividades que perpassa por toda a organização e se expande por outros elos da cadeia de suprimentos, sempre atento no sucesso do cliente final. Um último ponto a ser destacado é a abertura de aplicação, oferecida pela definição, quando faz referência a produtos e serviços, segundo BALLOU (2006, p. 27):

Segundo FLEURY e WANKE (2006, p. 48)

A logística no Brasil vem constituindo-se em um negocio de grandes proporções que evoluiu muito rapidamente nos últimos anos.

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Resultados de pesquisa realizada pelo CEL em 2003 indicam que em seu conjunto as 500 maiores empresas industriais brasileiras gastam cerca de R$ 39 bilhões por ano com suas operações logísticas, o que equivale, na media, a 7% de seu faturamento. É bom lembrar, no entanto, que esse percentual varia significativamente entre empresas e setores industriais, numa faixa que vai de menos de 5%, a mais de 20%. Setores como os de bebidas, alimentos e materiais de construção se destacam pelos altos gastos logísticos, bem superiores a media nacional. No país como um todo, estima-se que os gastos com logística atinjam o montante de R$ 160 bilhões por ano.

Nos últimos anos, a logística no Brasil passou por profundas transformações em direção a maior sofisticação. Essas transformações são evidenciadas em diferentes aspectos, sejam eles relacionados à estrutura organizacional, as atividades operacionais, ao relacionamento com os clientes, ou as questões financeiras. Por exemplo, numa proporção cada vez maior de empresas, o principal executivo de logística situa-se nos mais altos níveis. Por outro lado, o escopo das operações logísticas já ultrapassou claramente as fronteiras clássicas do transporte e da armazenagem, conforme FLEURY e WANKE (2006, p. 48).

Tradicionalmente, a logística sempre foi vista como um conjunto de atividades operacionais, gerenciadas de forma fragmentada por gerentes com baixo nível hierárquico. À medida que o conceito de logística foi difundindo-se entre as empresas e tornando-se mais sofisticado, o nível hierárquico de seu principal executivo foi elevando-se, até atingir os patamares mais elevados das organizações, segundo FLEURY e WANKE (2006, p. 49).

Em termos macroeconômicos a logística é a responsável pelo fluxo físico dos materiais desde o setor de sua extração (matéria-prima mais elementar), seu fluxo físico até os setores industriais e deste para o consumidor, passando pelos diversos elos dos canais de distribuição. Nas empresas o termo é utilizado para descrever as atividades relacionadas com os fluxos de entrada de materiais e de saída de produtos e tende a ganhar uma visão integrada entre as organizações à medida que estas passam a planejar suas atividades de forma conjunta, para melhor servir ao mercado e ganhar eficiência e eficácia (BALLOU, 1997).

A logística, no que diz respeito ao aspecto da distribuição direta, já se consolidou como agente importante para os mais diversos processos de fornecimento, armazenagem, estocagem, produção e distribuição de produtos até o consumidor e as empresas. A logística é responsável por planejar, implementar e

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gerenciar, de forma eficaz, o fluxo de matérias-primas, produtos e informações ao longo da cadeia. LEITE (2003).

Logística é o conjunto de Planejamento, Operação e Controle do Fluxo de Materiais, Mercadorias, Serviços e Informações da Empresa, integrando e racionalizando as funções sistêmicas desde a Produção até a Entrega, assegurando vantagens competitivas na Cadeia de abastecimento e a conseqüente satisfação dos clientes. LEITE (2003).

A Atividade Logística é regida pelos Fatores de Direcionamento (Logistic Drivers) para níveis maiores de Complexidade Operacional, como por exemplo histórico de demanda dos produtos ou serviços, histórico da freqüência dos pedidos, histórico das quantidades por pedido, custos envolvidos na operação, tempo de entrega (lead-time), pedido mínimo, rupturas de abastecimento, prazos de entrega, períodos promocionais e freqüência de sazonalidades, políticas de estoque (evitando faltas ou excessos), planejamento da produção, políticas de fretes, políticas de gestão dos pedidos (orders), análise dos modelos de canais de distribuição, entre outros. Em linhas gerais, podemos dizer que a Logística está presente em todas as atividades de uma companhia. A Logística começa pela necessidade do cliente. Sem essa necessidade, não há movimento de produção e entrega. LEITE (2003).

As novas exigências para a atividade logística no Brasil e no mundo passam pelo maior controle e identificação de oportunidades de redução de custos, redução nos prazos de entrega e aumento da qualidade no cumprimento do prazo, disponibilidade constante dos produtos, programação das entregas, facilidade na gestão dos pedidos e flexibilização da fabricação, análises de longo prazo com incrementos em inovação tecnológica, novas metodologias de custeio, novas ferramentas para redefinição de processos e adequação dos negócios. LEITE (2003).

LOGÍSTICA: evolução histórica e sua utilidade nas organizações

Na contemporaneidade, o papel da logística no mundo dos negócios ganha destaque, tanto em escopo quanto em importância estratégica. Não se trata de modismo, mas de um conhecimento que os gestores devem dominar plenamente. Afinal, o que é logística? Várias são as definições, porém, considerando as colocações de Villa (2003), logística é a gestão na empresa do movimento de

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cargas, pessoas e documentos da forma mais adequada, pois engloba, necessariamente, todo aquele processo.

Portanto, a logística existe no nível do suprimento da organização, no processo produtivo e no nível das vendas e distribuição, ressaltando que tudo deve funcionar harmoniosamente, no tempo e local, na adequação dos equipamentos, na qualificação de pessoal e, principalmente, pelo menor custo, objetivando otimização de resultados. Villa (2003)

De acordo com Ballou (1993, p. 17):

A logística empresarial estuda como a administração pode prover melhor nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores, através de planejamento, organização e controles efetivos para as atividades de movimentação e armazenagem que visam facilitar o fluxo de produtos [...] É um fato econômico que tanto os recursos quantos seus consumidores estão espalhados em uma ampla área geográfica. [...] Além disso, os consumidores não residem, se que alguma vez o fizeram, próximos donde os bens ou produtos estão localizados. Este o problema enfrentado pela Logística: diminuir o hiato entre produção e a demanda, de modo que os consumidores tenham bens e serviços quando e onde quiserem, e na

condição física que desejarem.

Nessa mesma linha, Viana (2002) concebe a logística como uma operação integrada para cuidar de suprimentos e distribuição de produtos, de forma racionalizada, o que significa planejar, coordenar e executar todo o processo, visando à redução de custos e o aumento da competitividade da empresa.

Segundo MARTINS e CAMPOS (2006, p. 326)

A logística é responsável pelo planejamento, operação e controle de todo os fluxos de mercadorias e informação, desde a fonte fornecedora até o consumidor. Assim, dentro do espírito da empresa moderna, o básico da atividade logística é o atendimento do cliente. De fato, ela começa no instante em que o cliente resolve transformar um desejo em realidade.

A logística tem três dimensões principais: uma dimensão de fluxo (suprimentos, transformação, distribuição e serviço ao cliente), uma dimensão de atividades 9processo operacional, administrativo, de gerenciamento e de engenharia) e uma dimensão de domínios (gestão de fluxos, tomada de decisão, gestão de recursos, modelo organizacional). MARTINS e CAMPOS (2006, p. 330)

A importância de introduzir o conceito de dimensões é fazer-nos lembrar, a cada passo dado na analise de um sistema logístico, que nunca podemos pensar de

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forma reducionista de causa e efeito: há muitas variáveis independentes que interagem para provocar um efeito, e devemos utilizar todas as ferramentas disponíveis para analisá-las. MARTINS e CAMPOS (2006, p. 331).

Segundo a critica feita no Simpósio de Engenharia de Produção – UNESP em 25/9/2005

Nos dias de hoje, a questão ambiental recebe cada vez mais atenção visto sua importância no contexto mundial. A idéia de "um produto ecologicamente correto" ganha maior força sobretudo devido a fatores concorrências, legislação vigente, redução de custos e melhoria de imagem da empresa . O presente trabalho apresenta estudo sobre uso de fitas adesivas especificamente em uma indústria do ramo automotivo analisando o produto sobre o aspecto da sustentabilidade, visando avaliar o impacto ambiental do produto e propor soluções para sua minimização. Fundamentam-se teoricamente nos conceitos de ecodesign, sustentabilidade e impactos ambientais visando reprojeto.

Valorizar a vida está em primeiro lugar e é nisto que se baseiam todas as decisões da empresa. A mesma acredita que, para o crescimento sustentável em todos os mercados de atuação, a organização deve ser competitiva, disciplinada e transparente, demonstrando aos fornecedores, clientes, consumidores, prestadores de serviço, colaboradores e à sociedade que todos os seus processos e atividades geram produtos da mais alta qualidade, produzidos com respeito ao meio ambiente, à preservação da saúde e segurança dos colaboradores de forma socialmente responsável

REFERÊNCIAS

BALLOU, Ronald H. Logística empresarial: transportes, administração e distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993.

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MARTINS, Petrônio Garcia; CAMPOS ALT, Paulo Renato. Administração de materiais e recursos patrimoniais. São Paulo: Saraiva, 2005.

FLEURY, Paulo Fernando; WANKE, Peter. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos. São Paulo: Atlas, 2006, p. 48-49.

MARTINS, Petrônio Garcia; CAMPOS, Paulo Renato. Administração de materiais e recursos patrimoniais. 2. ed. Saraiva, 2006, p. 326-330-331.

GOUVEIA, Arthur Borges de Oliveira; MARRA, Fábio Almeida, SILVA, Carlos Eduardo Sanches da Simpósio de Engenharia de Produção – UNESP.25/9/2005

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