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TRATAMENTO FUNGICIDA EM SEMENTES DE GUAVIRA

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Academic year: 2021

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TRATAMENTO FUNGICIDA EM SEMENTES DE GUAVIRA

Diovany Doffinger Ramos1; Maria do Carmo Vieira1; Néstor Antonio Heredia Zarate1; Thiago de Oliveira Carnevali1; Natália Hilgert de Souza1; Andressa Mylena Verão Doffinger1

1

UFGD – Faculdade de Ciências Agrárias. CEP, 79820-000, Dourados – MS; e-mail: diovany3@hotmail.com, vieiracm@terra.com.br, nahz@terra.com.br, thiagocarnevali@hotmail.com, natalia_hilgert@hotmail.com, andressamylena_bio@hotmail.com

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi avaliar a emergência e o crescimento inicial de plântulas de guavira em função de diferentes tratamentos fungicidas. O experimento constou de dois tratamentos fungicidas (Derosal 500® e óleo de eucalipto) e quatro doses (0, 50, 100 e 200 g

100 kg de semente-1), arranjados no

delineamento experimental inteiramente casualizado, distribuído em esquema fatorial 2 x 4, com três repetições. Foram avaliadas as alturas das plântulas, diâmetro do coleto, emergência, IVE, massas frescas e secas de raízes e parte aérea, comprimento da raiz e área foliar. Nos tratamentos estudados não houve diferenças estatísticas entre si, entretanto, nas sementes tratadas com óleo de eucalipto houve melhor desempenho para percentagem de emergência, IVE, altura das plântulas e diâmetro do coleto, quando comparadas ao Derosal 500®.

PALAVRAS-CHAVE: Campomanesia

adamantium Camb., índice de velocidade de emergência, fungicida.

ABSTRACT

Fungicide treatment in guavira seeds.

The aim of this work was to evaluate the emergence and the initial growing of guavira plants in function of different fungicide treatment. The experiment consisted of two fungicide treatments (Derosal 500® and eucalyptus oil) and four doses (0, 50, 100 and 200 g 100 kg of seed-1). A completely random design was used in a 2 x 4 factorial scheme, with three replications. The evaluations included heights of plants, diameter of collar, emergence, IVE, fresh and dry masses of roots and aerial part, length of root and leaf area. The treatments studied showed no statistical differences between them, however, the seeds treated with eucalyptus oil showed better performance for percentage of emergence, IVE, height of plant and diameter of collar, when compared to Derosal 500®.

KEYWORDS: Campomanesia adamantium

Camb., emergence speed, fungicide.

INTRODUÇÃO

As espécies de Campomanesia, família Myrtaceae têm nome popular guavira ou gabiroba e são originárias do Brasil, com grande abundância na região do Cerrado, além de matas de galeria e campos (Cragg et al., 1997). Em Mato Grosso do Sul há registros das seguintes espécies: Campomanesia eriantha Blume e Campomanesia sessiflora Berg (Pott & Pott, 1994); Campomanesia eriantha Blume e Campomanesia pubescens Berg. (Silva, 2004);

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Campomanesia xanthocarpa O. Berg. (Fortes, 2003) e Campomanesia adamantium Camb. (Lorenzi et al., 2006). As folhas de guavira são usadas na forma de infuso, para infecções da garganta, vômito, má digestão, diarréia, infecções intestinais e para combater câimbra. Sob o ponto de vista econômico, algumas espécies destacam-se bastante, pois sua madeira é usada para confecção de cabos de ferramentas e também são consideradas plantas ornamentais, utilizadas em arborização (Santos, 2002).

A propagação de espécies vegetais mais natural é aquela que ocorre por meio de sementes, de estacas de caule ou de raízes. No caso da guavira, alguns estudos vêm sendo realizados com relação à propagação por sementes, no entanto, o desenvolvimento lento das plântulas e a predação intensa de frutos estão entre as principais limitações ao cultivo (Leitão Filho & Martins, 1981). Para evitar a ação negativa de patógenos sobre a semente, o tratamento realizado diretamente sobre sua superfície pode ser uma opção rápida, eficiente e não onerosa para o controle de patógenos, desde que os produtos aplicados causem impacto reduzido ao ambiente e sejam efetivos para a proteção contra os microrganismos de solos e para a preservação da qualidade da semente (Ramos et al., 2008). Em face dessas considerações, avaliou-se a emergência e o crescimento inicial de plantas de guavira em função de diferentes tratamentos fungicidas.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido em casa de vegetação, na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), em Dourados-MS. A cidade de Dourados está situada na região Sul do Estado do Mato Grosso do Sul, a uma altitude média de 452 m; latitude 22°14’16” S e longitude 54°49’2” W. O clima, segundo classificação de Köpen, é do tipo Cwa, de amplitude térmica. As sementes foram colhidas de plantas nativas da região de Ponta Porã – MS em novembro de 2008. O experimento constou de dois tratamentos fungicidas (Derosal 500® e óleo de eucalipto) e quatro doses (0, 50, 100 e 200 g 100 kg de semente-1), arranjados no delineamento experimental inteiramente casualizado, distribuído em esquema fatorial 2 x 4, com três repetições. A semeadura foi realizada em substrato Plantmax® HA, em 27 de novembro de 2008. A percentagem de emergência foi determinada pela razão entre o número de plântulas emergidas e o número total de sementes.

O índice de velocidade de emergência (IVE) foi determinado conforme metodologia de Maguire (1962). As avaliações foram realizadas por contagem diária do número de plântulas emergidas até a estabilização do número no décimo terceiro dia, utilizando-se a seguinte fórmula: IVE = G

1/N1 + G2/N2 + ... + Gn/Nn; em que: IVE = índice de velocidade de emergência; G 1 , G 2 , G 3 , ... ,G n

= número de plântulas computadas na primeira, segunda, e última contagem e N

1, N2, N3,...Nn = número de dias da semeadura até a primeira, segunda e última contagem. Aos 81 dias após a semeadura, foram colhidas quatro plantas de cada parcela para determinação das seguintes características: altura de plantas, diâmetro do coleto, comprimento da raiz, massas frescas e secas de raízes e parte aérea e área foliar. A área foliar foi determinada com integrador de área foliar, modelo LI 3000. Para obtenção da massa seca, os materiais frescos foram colocados em estufa com circulação forçada de ar, a 60° ± 2°C, até massa constante. As médias dos dados obtidos foram submetidas à análise de variância e as médias comparadas por Tukey a 5% de probabilidade de erro. Os dados de emergência foram transformados em arco seno da raiz quadrada de x.100-1.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados da análise de variância revelaram que não houve significância para os efeitos de fatores sobre as características estudadas. O efeito isolado do tratamento fungicida sobre a percentagem final de emergência e o IVE de sementes de guavira não foi significativo, mas observa-se que o tratamento com óleo de eucalipto beneficiou o desempenho das sementes, sendo as médias em função das doses de 73,45% e 1,11, respectivamente (Tabela 1). Melchior et al. (2006) estudando Campomanesia adamantium Camb., relataram que a semeadura logo após a 78 extração dos frutos permitiu índices de germinação de, no mínimo, 74%.

As alturas das plantas e os diâmetros dos coletos não foram influenciados significativamente pelos tratamentos fungicidas e as diferentes doses. No entanto, nas sementes tratadas com óleo de eucalipto obtiveram-se as maiores médias 4,46 cm e 2,30 mm, respectivamente. Entretanto, o inverso pode ser observado para comprimento de raiz e área foliar, onde as maiores médias 6,69 cm e 11,57 cm2, respectivamente, foram obtidas em sementes tratadas a partir de sementes tratadas com Derosal 500® (Figura 1). As produções de massas frescas e secas de parte aérea e raízes não foram influenciadas significativamente pelos tratamentos estudados, sendo as maiores médias de massas frescas da parte aérea (0,275 g planta-1) e das raízes (0,129 g planta-1) obtidas com Derosal 500®. As produções de massas secas da parte aérea (0,100 g planta-1) e das raízes (0,48 g planta-1) foram iguais para plântulas obtidas de sementes tratadas com Derosal 500® e óleo de eucalipto (Figura 2). Nos tratamentos estudados não houve diferenças estatísticas entre si, no entanto, para as sementes tratadas com óleo de eucalipto constatou-se melhor desempenho para percentagem de emergência, IVE, altura das plantas e diâmetro do coleto, quando comparadas ao Derosal 500®.

AGRADECIMENTOS

Ao CNPq, pelas bolsas e à Fundect-MS, pelo apoio financeiro.

REFERÊNCIAS

CRAGG GM; NEUWMAN DJ; SNADER KM. 1997. Natural products in drug discovery and development. Journal of Natural Products. 60: 52-57.

FORTES CG. Plantas medicinais em resquícios de mata nativa na Fazenda Paradouro em Dourados-MS. 2003. Dourados: UFGD. 53f. (Trabalho de Graduação).

LEITÃO FILHO HF; MARTINS FR. 1981. Espécies de Cerrado com potencial em fruticultura. In: CONGRESSO ANUAL DA SOCIEDADE AMERICANA DE CIÊNCIAS HORTÍCOLAS, 29. Anais... Campinas: ASHS. p.29.

LORENZI H; BACHER L; LACERDA M; SARTORI S. 2006. Frutas brasileiras e exóticas cultivadas (de consumo in natura). São Paulo: Plantarum. 640p.

MAGUIRE JA. 1962. Speed of germination: aid in selection and evolution for seedling emergence and vigor. Crop Science. 2: 176-177.

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MELCHIOR SJ; CUSTÓDIO CC; MARQUES TA E NETO NBM. 2006. Colheita e armazenamento de sementes de gabiroba (Campomanesia adamantium Camb. – Myrtaceae) e implicações na germinação. Revista Brasileira de Sementes. 28: 141-150.

POTT A; POTT VJ. 1994. Plantas do Pantanal. Brasília: Editora da Embrapa. 320p.

RAMOS NP; FILHO JM; GALLI JA. 2008. Tratamento fungicida em sementes de milho super-doce. Revista Brasileira de Sementes. 30: 24-31.

SANTOS LF. Levantamento de plantas medicinais nas Fazendas Santa Madalena e Lagoa Azul em Dourados-MS. 2002. Dourados: UFGD. 53f. (Trabalho de Graduação).

SILVA CB. Levantamento de plantas com propriedades medicinais em resquícios de matas nativas e Cerrado de Dourados-MS: um enfoque etnobotânico. 2004. Dourados: UFGD. 53f. (Trabalho de Graduação).

Tabela 1. Emergência e índice de velocidade de emergência (IVE) de plantas de guavira sob diferentes tratamentos

fungicidas [Emergence and emergence speed of guavira plants under different fungicide treatment]. UFGD, Dourados, MS, 2008.

Trag. fungicida Dose (g 100 Kg de Semente-1) Emergência(%) IVE

0 7037 0,97

Derosal 500 50 64,20 1,00

100 66,67 0,98

200 60,50 1,04

Médias - 65,43a 1,00a

0 70,37 0,97 50 81,48 1,32 Eucalipto 100 81,48 1,25 200 60,49 0,91 Médias - 73,45a 1,11 a C.V% - 11,77 15,31

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Figura 1. Altura (A), área foliar (B), diâmetro do coleto (C) e comprimento da raiz (D) de plantas de guavira

sob diferentes tratamentos fungicidas. [Height (A), leaf aerea (B), collar diameter (C), and root length (D) of guavira plants under different fungicide treatment]. UFGD, Dourados, MS, 2008.

Figura 2. Massas frescas e secas de raiz e parte aérea de plantas de guavira sob diferentes tratamentos

fungicidas. [Fresh and dry mass of root and aerea part of guavira plants under different fungicide treatment]. UFGD, Dourados, MS, 2008.

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