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Palavras-chave: Mastócitos, Neoplasia, Prednisolona, Vimblastina. Keywords: Mast cells, Neoplasm, Prednisolone, Vimblastine.

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Academic year: 2021

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MASTOCITOMA EM TECIDO LINFÁTICO SUBMANDIBULAR EM CANINO MASTOCYTOMA IN SUBMANDIBULAR LYMPHATIC TISSUE IN CANINE Keylla Raíssa Soares Pereira de MELO¹; Joselma da Silva Cavalcanti BERTOLDO¹;

Jéssica Lais de Oliveira LIMA¹; Ana Cristina Costa de SOUSA¹; Liana Mesquita

VILELA²; Elayne Cristine da SILVA²; e Ana Luiza Neves Guimarães BESSA² 1 Estudante de graduação do Centro Universitário Maurício de Nassau, keylla.rayssa@hotmail.com 2 Professores do Departamento de Medicina Veterinária, UNINASSAU

Resumo: Mastocitoma é um tumor maligno caracterizado pela proliferação

excessiva dos mastócitos e de etiopatogenia pouco elucidada. É considerado uma das neoplasias de pele mais comuns e a segunda neoplasia mais frequente dos tumores, com carácter maligno, desta espécie. A apresentação clínica, tratamento e prognóstico são variáveis. O diagnóstico é realizado através de análise citológica e histopatológica, que permite a identificação do grau histológico, fator prognóstico, hoje, considerado mais valioso e altamente preditivo ao tempo de sobrevida e à taxa de metastização. O tratamento de primeira escolha é exérese cirúrgica com ampla margem de segurança, complementada com quimioterapia ou radioterapia. Devido a importância dessa neoplasia na espécie canina, relata-se um caso, de um canino, SRD, 8 anos de idade, encaminhado ao atendimento oncológico por apresentar

aumento de volume significativo dos linfonodos submandibulares (>4cm), que sugeriu tratar-se de mastocitoma em tecido linfoide. Optou-se pelo tratamento quimioterápico para citoredução pré-cirúrgica com Prednisolona e Vimblastina, houve regressão tumoral após segunda sessão, mas antes da terceira sessão o tumor voltou a crescer, o animal teve uma piora e veio a óbito. Objetivou-se relatar a conduta clínica de um canino com mastocitoma em tecido linfoide submandibular e demonstrar a importância do correto diagnóstico e estadiamento clínico para sucesso da terapia.

Palavras-chave: Mastócitos, Neoplasia, Prednisolona, Vimblastina. Keywords: Mast cells, Neoplasm, Prednisolone, Vimblastine. Revisão Bibliográfica:

Mastocitomas são tumores cutâneos que apresentam comportamento biológico e aspecto clínico variável (PATEL e FORSYTHE, 2010), sua etiopatogenia é desconhecida e pouco elucidada, mas caracterizam-se pela proliferação excessiva e anormal de mastócitos presentes na derme (PRADO et al., 2012; SILVA et al., 2014).

É considerado uma das neoplasias de pele mais comuns no cão, representando cerca de 16 a 21% da totalidade de tumores cutâneos (LONDON et al., 2013) e a segunda neoplasia mais frequente dos tumores com caráter maligno desta espécie (LONDON, 2010). Ocorre principalmente em cães adultos a idosos, com uma idade média entre os 8 e 9 anos (PALMA et al., 2009; LONDON, 2010).

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Pode acometer qualquer raça, porém, algumas como Boxer, Sharpei, Labrador, Golden retriever, apresentam uma maior predisposição (PRADO et al., 2012; CALAZANS et al., 2016). Sem predisposição sexual (FURLANI et al., 2008; SANTOS et al., 2010; PRADO et al., 2012).

A apresentação macroscópica varia de uma massas ou placas alopécicas. Podem mimetizar máculas, pápulas, nódulos, tumor e crostas (NELSON, e COUTO, 2006), comumente estão associados com prurido, edema, eritema e ulceras na região tumoral (PRADO et al., 2012). A localização mais frequente são membros pélvicos, abdômen e membros torácicos (FURLANI et al., 2008; PALMA et al., 2009), já foi descrito em cavidade oral, mas a ocorrência é infrequente (PALMA et al., 2009).

O diagnóstico do mastocitoma é baseado essencialmente na citologia aspirativa com agulha fina (CAAF), e pelo exame histopatológico. O histopatológico é essencial para a determinação do grau histológico da neoplasia e, consequentemente, para escolha do tratamento mais adequado (FURLANI et al., 2008; MELO et al., 2013).

A ultrassonografia é um exame complementar indicado para avaliação de metástase visceral, em cães com tumores de graduação alta, e a radiografia torácica, que pode indicar possíveis metástases pulmonares (SANTOS et al., 2010).

Diversos fatores podem influenciar no prognóstico, contudo o mais relevante é o grau Histológico, com valor preditivo em relação ao tempo de sobrevida e a taxa de metastização provável (PATNAIK et al., 1984; PREZIOSI et al., 2004).

O diagnóstico diferencial inclui histiocitoma, melanoma, linfossarcoma e plasmocitoma (PATEL e FORSYTHE, 2010), tumor de células basais, fibroma, lipoma, adenoma sebáceo e carcinoma de células escamosas (CASTILLO, 2016).

A cirurgia é o tratamento de eleição, seguida de tratamento radioterápico ou quimioterápico dependendo do grau histológico do mastocitoma. (LONDON, 2010).

Objetivou-se relatar a conduta clínica de um canino, SRD, que apresentou mastocitoma em tecido linfoide submandibular e demonstrar a importância do correto diagnóstico para sucesso da terapia.

Descrição do Caso:

Foi atendido num Clínica Veterinária, um canino, de 8 anos de idade, SRD, 29,5kg, cuja queixa principal era o aumento de volume dos linfonodos submandibulares, com tempo de evolução de 10 dias. Seu estado clínico geral era bom, normofagia, normoquezia, normouria, e normodipsia. No seu histórico constava uma cirurgia, realizada em outra clínica, há 45 dias atrás, onde se retirou um nódulo na região dorsal do focinho, não tendo sido feita nenhuma análise histopatológica ou citológica daquela lesão.

Apenas os linfonodos submandibulares apresentavam-se aumentados, os demais estavam normais. Realizou-se uma citologia aspirativa, por agulha fina (capilaridade), dos linfonodos submandibulares, hemograma, urinálise e solicitou-se uma radiografia torácica.

O material da citologia aspirativa do linfonodo foi corado em álcool metílico e corado pelo método giemsa para observação microscópica, o que permitiu observar

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inúmeras células redondas, com citoplasma moderado a amplo, apresentando bordos definidos, com quantidade variável de granulação metacromática e núcleo arredondado, com nucléolos evidentes e múltiplos. Essas células apresentam pleomorfismo celular e nuclear acentuado; e anisocitose e anisocariose acentuadas. Numerosas mitoses atípicas. Foi identificada ainda população linfoide heterogênea na proporção de 60% das células nucleadas identificadas na amostra analisada, representada por predomínio de linfócitos pequenos, o que sugeriu se tratar de um mastocitoma em tecido linfoide típico.

O hemograma constatou Anemia normocítica normocrômica,

Trombocitopenia, Leucocitose por neutrofilia, leve desvio neutrofílico à esquerda regenerativo, linfopenia relativa, anaeosinofilia.

Iniciou-se tratamento quimioterápico pré-cirúrgico com protocolo a base de Prednisolona diária e vimblastina semanal, ele apresentou citoredução após a segunda administração, porém houve retorno do crescimento antes da terceira administração da vimblastina. Após a terceira sessão de vimblastina, o animal apresentou reação gastrintestinal com muitos vômitos e anorexia, em função deste quadro foi prescrito Citrato de maropitant 16mg/kg/BID, Ranitidina 1mg/kg/BID e posteriormente Omeprazol 1mg/kg. Houve boa recuperação do quadro gástrico, mas a tutora decidiu interromper a quimioterapia. Como alternativa iríamos tentar uma redução cirúrgica, seguida de quimioterapia complementar adicionando lomustina ao protocolo, ou inibidor de tirosina-quinase, mas o animal teve uma piora clínica que o levou ao óbito.

Discussão:

A idade que o animal apresentou no momento do diagnostico, reforça a afirmação de Castillo (2016) e London (2010), sobre a ocorrência deste tipo de tumor sobretudo em cães adultos e média de idade entre 8 e 9 anos.

Em relação a predisposição racial, geralmente o boxer e os mestiços são citados como mais predispostos nos estudos retrospectivos de FURLANI (2008), Castillo (2016) e Silva et al. (2014), corroborando com o observado no animal relatado que era um canino sem raça definida (SRD).

Na inspeção clínica, o cão apresentou apenas os linfonodos submandibulares aumentados. O diagnóstico do mastocitoma em tecido linfoide, foi sugerido por CAAF, e provavelmente decorreu de metástase a partir de um nódulo em focinho excisado anteriormente, cuja localização não é comum para um mastocitoma. De acordo com Palma et al. (2009) a frequência de acometimento conforme as regiões, são: extremidade de membros (40%), cabeça e pescoço (10%), regiões perineal, genital, inguinal e tronco aproximadamente (50%).

Os mastocitomas localizados na cabeça, tendem a ser mais malignos que os localizados em outras regiões do corpo (SILVA et al., 2014), tumores localizados em região inguinal, perianal, focinho e cavidades oral e nasal geralmente ocasiona metástase (MEDLEU E HNILICA, 2009).

É provável que a manifestação gastrintestinal apresentada pelo paciente, tenha ocorrido pela elevação dos níveis plasmáticos de histamina, que consequentemente atuam na produção de ácido clorídrico originando gastrite e até

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ulcerações gastroduodenais (OLIVEIRA et al., 2013), este é um sinal reconhecido de sindrome paraneoplásica (SPN) que pode ocorrer nos casos de mastocitoma.

No paciente relatado não foi possível observar o tumor primário, ele já chegou para atendimento o linfonodo comprometido pelo mastocitoma. Como medida de estadiamento clínico uma ultrassonografia abdominal foi realizada para detectar possíveis metástases em fígado ou baço, pois de acordo com London et al. (2013) esses órgãos comumente são afetados pela disseminação metastática dos mastocitomas, porém no estudo presente isto não aconteceu.

O tamanho dos linfonodos (>4cm diâmetro) no momento do diagnóstico, levou a escolha da quimioterapia cito redutiva antes de submetê-lo a nova excisão cirúrgica, de acordo com London et al. (2013) na impossibilidade de se excisar completamente o tumor, pode-se realizar cirurgia cito redutiva e radioterapia adjuvante; radioterapia isolada (possível cirurgia de seguida) ou quimioterapia isolada (possível cirurgia de seguida). Calazans et al. (2016) identificou redução tumoral com uso da quimio, mas retorno de crescimento tumoral durante o tratamento, semelhante ao caso descrito, pois houve recidiva tumoral antes da terceira sessão quimioterápica.

Para quimioterapia adotou-se o protocolo com Prednisolona (Semana 1: 2 mg/kg VO, SID; Semana 2: 1 mg/Kg) e Vimblastina (Semana 1, 2, 3, 4: 2mg/m2 IV),

seguida de 4 sessões a cada 2 semanas, segundo Thamm et al. (2006).

Poggiani et al. (2012) na tentativa de correlacionar o comportamento biológico e indicadores prognósticos, enfatizaram que dos 20 cães submetidos ao tratamento com excisão cirúrgica (sem quimioterapia antes da cirurgia) 55% apresentaram recidiva.

Conclusão:

A identificação de um nódulo deve preceder qualquer intervenção cirúrgica. Ela requer um diagnóstico correto, primeiramente com CAAF ou exame histopatológico excisional da lesão e estadiamento clínico, afim de se conduzir da melhor maneira a terapêutica que irá se aplicar ao caso. A metástase no linfonodo identificada tardiamente, dificultou a resposta quimioterápica de redução esperada, não havendo tempo hábil para que o animal fosse submetido a uma nova intervenção cirúrgica citoredutora, pois o mesmo veio a óbito.

Referências:

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