REUNIÃO:GRUPO DE TRABALHO MEL DO COPA-COGECA
LOCAL:SEDE DO COPA-COGECA,RUE DE TRÉVES,61BRUXELAS DATA:18 DE NOVEMBRO DE 2008 DAS 9.30 ÀS 13:00
REPRESENTANTES:MANUEL GONÇALVES E JOÃO CASACA
Ordem de Trabalhos:
1. Aprovação da ordem de trabalhos; 2. Aprovação da acta da última reunião
3. Preparação da reunião do Grupo Consultivo APICULTURA 3.1. Situação do mercado;
3.2. Situação do sector apícola na União Europeia;
3.3. Estabelecimento de Limites Máximos de Resíduos (LMR) para o Mel; 3.4. OGM;
3.5. Apicultura em Modo de Produção Biológico 4. Task-Force “OGM” do COPA-COGECA.
5. Livro Verde sobre a Qualidade
6. Informação sobre as últimas iniciativas do Parlamento Europeu 7. Dossier pesticidas e fitossanidade
7.1 Revisão da Directiva 91/414
7.2 Problemas e avaliação de riscos com abelhas 8. Outros assuntos
REUNIÃO:GRUPO CONSULTIVO APICULTURA LOCAL:DGAGRI,RUE DE LA LOI,130BRUXELAS DATA:18 DE NOVEMBRO DE 2008 DAS 14:30 ÀS 18:00 REPRESENTANTES:MANUEL GONÇALVES E JOÃO CASACA
Ordem de Trabalhos:
1. Situação do mercado;
2. Situação do sector apícola na União Europeia;
3. Estabelecimento de Limites Máximos de Resíduos (LMR) para o Mel; 4. OGM;
SITUAÇÃO DO MERCADO DE MEL NA UE
No que respeita à situação do mercado, foi solicitado a todas as delegações presentes que fizessem o ponto da situação nos seus países relativamente ao sector no geral e ao mercado em particular.
O mercado em Portugal acompanha a tendência verificada na UE, registando-se uma subida no preço ao produtor de 10 a 15 %, relativamente a 2007, para valores entre os 2,35 – 2,50 €/Kg.
Nos restantes Estados Membros verificou-se igualmente uma subida de preços aos produtores, consequência do mau ano na Argentina (maior fornecedor da União Europeia).
SITUAÇÃO DO SECTOR APÍCOLA NA UNIÃO EUROPEIA
No que respeita ao sector, em Portugal verifica-se desde 2005 uma diminuição do número de apicultores, acompanhado de uma subida do efectivo detido pelos profissionais, bem como o aumento (gradual) destes. Ainda assim, tem se verificado uma quebra no efectivo, o que em 2008 foi de alguma forma disfarçado pela facilidade com que foi feita a reposição de efectivo após as baixas do Inverno, devido à forma amena e propícia como decorreu a Primavera em grande parte do país. No entanto as baixas de Inverno têm vindo a ser crescentemente superiores, o que atribuímos à perda de eficiência dos medicamentos utilizados contra a Varroa.
Apesar da apicultura e do mel continuarem a ter uma imagem e reconhecimento bastante positivos junto da opinião pública, e de verificar uma maior capacitação técnica e tecnológica por parte dos apicultores, têm vindo a agravar-se os problemas com que se deparam os apicultores, nomeadamente:
– Perda de eficácia dos medicamentos contra a Varroose; – Alterações climáticas e suas consequências (secas);
– Perda de diversidade floral, o que provoca o declínio das fontes de néctar;
– Aumento da idade média do apicultor (em Portugal é de 56 anos), e diminuição do número de produtores.
Esta situação de desaparecimento de abelhas pode ter uma grande influência na polinização da grande maioria das plantas (cultivadas ou não), pelo que deve ser acompanhada de perto pela Comissão Europeia. Esta ameaça que paira sobre as abelhas e os apicultores europeus pode trazer consequências muito graves sobre os habitats, ecossistemas, todo o meio-ambiente e a biodiversidade na Europa.
Estas preocupações foram secundadas pelos representantes da Industria e Comércio, que consideram que o nível de ajudas existente para o sector apícola é insuficiente.
A Comissão Europeia, através da DG Ambiente respondeu afirmando que o problema de desaparecimento das colmeias (CCD – Colony Collapse Disorder) é um assunto de grande importância para a UE, pois reconhece a importância da apicultura para a biodiversidade. Consideram ainda existir pouca informação relativa a este assunto.
A DG SANCO afirma estar também preocupada com o CCD, que considera um problema multifactorial, sendo provocado pela acção da Varroa, pelas consequências das alterações climáticas, pela utilização de pesticidas e acção de culturas OGM’s. As acções tomadas pela Comissão no passado contra a Aethina tumida e o Tropilaelaps (novos parasitas exóticos das abelhas) são consideradas exemplares pela DG SANCO. No que respeita ao suporte financeiro, a DG SANCO considera que devem ser utilizados mais recursos para investigar este assunto.
Para a DG AGRI este problema é complexo e não vem espelhado nas estatísticas oficiais relativas ao sector. Estas revelam que são raros os Estados Membros onde se verificaram redução de efectivo, muito pelo contrário.
Esta afirmação levou a uma intervenção pronta por parte do Grupo Mel, que considera que o facto de ser o efectivo nacional o critério de repartição do orçamento do Programa Apícola, faz com que os responsáveis por esses Estados Membros inflacionem os dados estatísticos. A informação é essencial, mas precisa de ser melhorada. O COPA-COGECA considera ainda que faltam recursos aos apicultores para, eles próprios, investigarem este assunto. Assim, considera serem necessários maiores e melhores meios técnicos, para fazer face a este problema, pelo que propõe que:
1. Seja autorizada a utilização de todos os produtos contra a Varroa em todos os Estados Membros, ainda que apenas homologados em alguns desses Estados Membros.
2. Sejam criados mecanismos que permitam diagnosticar as doenças, sem ser necessário recorrer a análises laboratoriais, muito caras e morosas.
3. Se utilizem melhor os fundos disponíveis, criando por exemplo, uma rede de informação.
ESTABELECIMENTO DE LIMITES MÁXIMOS DE RESÍDUOS (LMR) PARA O MEL:
A Industria e o Comércio consideram que deve ser colocada a hipótese de serem propostos LMR para algumas substâncias, nomeadamente antibióticos. Actualmente esta medida pode ser facilitadora do trabalho em apicultura, bem como protectora da saúde pública. Desde há alguns anos que esta temática vem a ser avaliada pelo Grupo Consultivo, não tendo ainda sido regularizado.
A produção gostaria de ver esta situação clarificada, pois na situação actual, um resíduo de 1 ppb é suficiente para accionar o sistema de alerta rápido.
A Comissão informou que, relativamente a esta questão, estão previstas maiores imposições, que implicarão maiores controlos. Considera ainda que as atenções devem ser concentradas nas acções de controlo e no auto-controlo.
OGM’S E APICULTURA EM MODO DE PRODUÇÃO BIOLÓGICO
Devido a ter-se consumido muito tempo na discussão dos anteriores pontos, apenas foi possível assistir à apresentação dos técnicos da Comissão sobre estes pontos (em anexo). Relativamente à problemática dos OGM’s fica a informação da reunião do Grupo de Trabalho Mel, da inclusão na Task-Force OGM’s do COPA-COGECA do representante da Alemanha, país onde a apicultura tem sofrido bastante com a crescente área de implantação de culturas OGM.
Relativamente ao novo Regulamento do Modo de Produção Biológico, foram solicitadas às delegações o envio de sugestões e comentários por escrito, o que foi feito pela FNAP aquando da discussão do documento agora publicado no Grupo AB do COPA-COGECA. Essas propostas foram as seguintes:
– Concordância que a nomenclatura “biológica” não deverá estar associada ao produto, mas ao modo de produção. Seria completamente incorrecto assumir a existência de “abelhas não biológicas”
– Dever-se-ia autorizar a utilização dos princípios activos autorizados pelo Regulamento, mesmo que nos Estados Membros não existisse qualquer medicamento homologado contendo esse princípio activo, desde que a preparação seja efectuada pelo produtor (ou organização de produtores), sob supervisão/controlo ou outra forma de actuação da entidade certificadora.
– Devem manter-se as situações previstas na regulamentação actual (agora revogada) e consideradas transitórias, como a utilização de cera de opérculos sempre que não exista cera certificada disponível no mercado, bem como a possibilidade de introduzir rainhas ou enxames de apicultura convencional dentro de um limite de 10-20% do efectivo total.
Manuel Gonçalves e João Casaca Lisboa 29 de Novembro de 2008
Documentação anexa:
20 November 2008
Press release
Beekeeping: act now to stop decline
On the occasion of the vote at the European Parliament regarding the Resolution on beekeeping, the representatives of the beekeeping sector at Copa and Cogeca have gathered in Brussels to discuss the serious situation facing European beekeeping today.
Following their meeting, the representatives highlighted in particular the problem of colony loss linked to environmental and health reasons, the lack of veterinary medicines to control disease and bee parasites as well as the worrying drop in the number of beekeepers.
Pekka Pesonen, Secretary General of Copa-Cogeca, declared: “Beekeeping is an integral part of agricultural production in Europe. Bees play a key role in the pollination of a large number of agricultural crops
but also wild plants. As such, beekeeping contributes significantly to the preservation of biodiversity. The European Parliament’s support for beekeeping must serve as a basis for the drawing up of strategies in addition to the existing aid programme.”_____________
A recent study (‘Ecological Economics’ journal, August 2008) assesses the value of pollination by insects, bees in particular, at 153 billion euros for the main food crops. This figure represents 9.5% of the value of all world food production. More than 75% of food crops and 35% of food production still depend on pollinators, for the most part bees.For more information, please contact:
Stanislav Jas
Livestock Policy Advisor Telephone: + 32 2 287 27 33 stanislav.jas@copa-cogeca.eu Simon Michel-Berger Press Officer Mobile telephone: + 32 474 840 836 simon.michel-berger@copa-cogeca.eu
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