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GABRIELA LOPES FACULDADE DOCTUM DE JUIZ DE FORA CENTRO DE ACOLHIMENTO E BEM-ESTAR ANIMAL EM UBÁ, MINAS GERAIS

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Academic year: 2021

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CENTRO DE ACOLHIMENTO E BEM-ESTAR ANIMAL EM UBÁ, MINAS GERAIS

Trabalho de Curso

apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Doctum de Juiz de Fora, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo.

Área de Concentração: Ubá-MG.

Orientador: Prof. MSc Isabela Canônico.

JUIZ DE FORA 2020

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FACULDADE DOCTUM DE JUIZ DE FORA

FOLHA DE APROVAÇÃO

O Trabalho de Curso intitulado: Centro de Acolhimento e Bem-Estar Animal, elaborado pelo aluno Gabriela Lopes de Oliveira foi aprovado por todos os membros da Banca Examinadora e aceita pelo curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Doctum de Juiz de Fora, como requisito parcial da obtenção do título de

BACHAREL EM ARQUITETURA E URBANISMO.

Juiz de Fora, de 20

Prof. Orientador

Prof. Examinador 1

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GABRIELA LOPES DE OLIVEIRA

CENTRO DE ACOLHIMENTO E BEM-ESTAR ANIMAL EM UBÁ, MINAS GERAIS

JUIZ DE FORA 2020

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ABREVIATURAS E SIGLAS

APP – Área de Proteção Ambiental CCZ – Centro de Controle de Zoonoses

CFMV – Conselho Federal de Medicina Veterinária

OMS – Organização Mundial da Saúde

LEED – Leadership in Energy and Environmental Design

USP – Universidade de São Paulo WSPA – World Animal Protection

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ajudar na elaboração deste trabalho, seja opinando, colaborando ou simplesmente me ouvindo falar sobre. A participação de vocês foi essencial. O meu muito obrigada.

Agradecimentos especiais a meus pais, que me ensinaram desde cedo o papel dos animais no mundo e como é importante respeitá-los.

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Reconhecendo a situação do crescente abandono animal, esse trabalho tem como objetivo aprofundar o conhecimento no que tange às consequências desse problema e reforçar a importância do bem-estar e cuidado animal. Além disso, a saúde pública também é ameaçada pela possibilidade do animal errante ser um vetor transmissor de doenças. A implantação de um Centro de Acolhimento e Bem-Estar Animal em Ubá é uma forma de transformar o cenário, trazendo mais segurança para a população e qualidade de vida para os animais. Foram realizados levantamentos teóricos e pesquisas de estudo de caso para melhor compreensão das estratégias a serem adotadas no projeto. O que se conclui é que os ambientes arquitetônicos podem influenciar positivamente no comportamento animal facilitando a ressocialização e a reversão do trauma sofrido nas ruas. É importante se atentar para o dimensionamento dos espaços com base na escala do animal e de suas respectivas necessidades, sejam elas fisiológicas, físicas, sociais, comportamentais ou cognitivas.

Palavras-Chaves: arquitetura; saúde pública; enriquecimento ambiental; abrigo

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Recognizing the situation of increasing animal abandonment, this work aims to deepen the knowledge regarding the consequences of this problem and reinforce the importance of animal welfare and care. In addition, public health is also threatened by the possibility of the roaming animal being a vector that transmits diseases. The establishment of an Animal Welfare and Reception Center in Ubá is a way of transforming the scenario, bringing more security to the population and life quality for the animals. Theoretical surveys and case study researches were carried out to better understand the strategies to be adopted in the project. What is concluded is that architectural environments can positively influence animal behavior, facilitating resocialization and reversing the trauma suffered on the streets. It is important to pay attention to the dimensioning of spaces based on the scale of the animal and its respective needs, whether they are physiological, physical, social, behavioral or cognitive.

Keywords: architecture; public health; environmental enrichment; animal shelter;

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Figura 01 - Registro da domesticação de animais de 8.000 anos atrás, na Arábia

Saudita ... 9

Figura 02 - Registro de um abrigo para cães superlotado ...10

Figura 03 - Esqueletos de cão e homem encontrados em Israel ...12

Figura 04 - Detalhe de um relevo, pedra de Bastet em Kom Ombo, Egito ... 13

Figura 05 - A foto divulgada pelo Jornal da Tarde, em 1968, mostra a ação da carrocinha no estado de São Paulo ... 14

Figura 06 - Nise da Silveira, revolucionária na psiquiatria brasileira e amante de animais, com um de seus gatos de estimação ... 17

Figura 07 - Criança com espectro autista em terapia com cães, em São Paulo ...18

Figura 08 - Dia de Pet Therapy no lar de idosos Recanto São Camilo, em São Paulo ... 19

Figura 09 - Dia de Pet Therapy no lar de idosos Recanto São Camilo, em São Paulo ... 19

Figura 10 - Circunstâncias em que donos perderam o bicho de estimação ...21

Figura 11 - Projeção de Crescimento da População Canina ao longo de 10 anos ... 23

Figura 12 - Registro de animal abandonado em Ubá, Minas Gerais ... 24

Figura 13 - Registro de animal abandonado se escondendo por baixo de um carro, em Ubá, Minas Gerais ... 24

Figura 14 - Acesso principal do Centro de Cuidado Animal de Los Angeles, CA ... 26

Figura 15 - Visão do estacionamento ... 27

Figura 16 - Fachada humanizada e colorida ... 27

Figura 17 - Direcionamento ao Boulevard Principal ... 28

Figura 18 – Canis voltados para o jardim ... 29

Figura 19 - Setorização do projeto ... 30

Figura 20 - Visão do visitante ao percorrer o corredor secundário ... 31

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Figura 24 - Área comunitária dos gatos ...33

Figura 25 – Detalhe do gatil comunitário... 34

Figura 26 - Detalhe do gatil na fachada ... 34

Figura 27 – Jardim livre promovendo a socialização entre animal e adotante ... 35

Figura 28 - Setorização ... 36

Figura 29 - Área administrativa ... 36

Figura 30 - Detalhe da área interna ... 37

Figura 31 - Vista aérea do canil externo ... 38

Figura 32 - Vista interna do canil externo ... 39

Figura 33 - Visão externa da fachada do centro de refúgio ... 39

Figura 34 - Maquete do projeto ... 40

Figura 35 - Fotografia do terreno antes do projeto ... 41

Figura 36 - Visão externa do edifício ... 41

Figura 37 – Setorização ... 42

Figura 38 – Pátio interno ... 43

Figura 39 - Visão do segundo pavimento para o pátio interno ... 43

Figura 40 - Imagem de referência para criação do painel, usada pelo próprio arquiteto ... 44

Figura 41 - Visão do acesso principal ... 44

Figura 42 - Fachada ... 45

Figura 43 - Deve-se garantir o espaço mínimo por animal, de acordo com as recomendações ... 46

Figura 44 - Recomendação de dimensionamento para ambientes para gatos ... 47

Figura 45 - Programa de necessidades do Centro de Acolhimento e Bem-Estar Animal ... 49

Figura 46 - Vista da rotatória para a Rua Frei Cornélio, bairro Laurindo de Castro ... 50

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Figura 49 - Vista da Distribuidora Goldlar, localizada próxima ao terreno ... 52

Figura 50 - Vista da entrada do Horto Florestal ... 53

Figura 51 - Vista do Supermercado Sales, no bairro Laurindo de Castro ... 53

Figura 52 - Mapeamento de gabaritos do entorno ... 54

Figura 53 - Maior gabarito do entorno são de edifícios residenciais multifamiliares ... 54

Figura 54 - Vista da BR-265 rodeada por galpões ... 55

Figura 55 - Mapeamento do zoneamento ... 56

Figura 56 - Mapeamento de equipamentos urbanos do entorno ... 56

Figura 57 - Registro histórico do Ginásio São José ... 58

Figura 58 - Registro da Femur no Horto Florestal ... 59

Figura 59 - Registro da festa de 157 anos da cidade realizada todo ano no Horto Florestal ... 59

Figura 60 - Condicionantes principais do terreno ... 60

Figura 61- Marcação do terreno no mapa da cidade ... 61

Figura 62 - Vista do acesso ao terreno ... 61

Figura 63 - Vista do acesso ao terreno ... 62

Figura 64 - Tabela de Uso e Atividades de Ocupação do Solo de Ubá, Minas Gerais ... 63

Figura 65 - Corte esquemático mostrando os platôs ... 64

Figura 66 - Esquema mostrando a evolução de implantação ... 65

Figura 67 - Vista aérea da edificação ... 65

Figura 68 - Perspectiva da edificação ... 66

Figura 69 - Vista do acesso principal ... 66

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1. INTRODUÇÃO 2. OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral 2.2 Objetivos Específicos 3. CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMATIZAÇÃO 3.1 A relação homem-animal 3.2 O bem-estar animal

3.3 Benefícios da Zooterapia/Pet Therapy

3.4 Descarte inadequado de carcaças de animais

4. JUSTIFICATIVA 5. METODOLOGIA 6. ESTUDOS DE CASO

6.1 South Los Angeles Animal Care Center & Community 6.2 Palm Springs Animal Care Facility

6.3 Animal Refuge Centre

7. PROGRAMA DE NECESSIDADES

8. DIAGNÓSTICO E ANÁLISE DO ENTORNO

8.1 Análise do Entorno 8.1.1 Uso 8.1.2 Gabarito 8.1.3 Zoneamento 8.1.4 Equipamentos Principais 8.2 Condicionantes Principais

8.3 Legislação Urbana em Ubá, Minas Gerais

9. PARTIDO

10. CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS

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1. Introdução

Há 12 mil anos raposas já não mais serviam de alimento para o ser humano. Antes de serem domesticados, a única relação entre o ser humano e o animal era a de sobrevivência. Mas ao longo da história, isso foi mudando (BUDIANSKY, 1999). Os primeiros bichos a serem domesticados foram predadores, como raposas e lobos, conforme mostra a Figura 01 abaixo. Como também tinham outras aptidões, percebeu-se que poderiam contribuir de forma mais eficaz à preservação da espécie humana. Os animais, além de protegerem a família e servirem de companhia, também ajudavam na caça (BUDIANSKY,1999).

Figura 01: Registro da domesticação de animais de 8.000 anos atrás, na Arábia Saudita.

Fonte: Revista Galileu, ano 2017 (Acesso em:<

https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2017/11/registros-de-8-mil-anos-retratam-domesticacao-de-cachorros.html>).

O primeiro animal a servir como companheiro, apenas com finalidade afetiva, foi o cachorro. Há indícios de que os cães já existiam há 14 mil anos na Alemanha e que tenham descendido de ferozes raposas (BUDIANSKY,1999).

A progressiva urbanização e o desaparecimento da antiga civilização rural, o relegou [o homem] a viver em ambientes metropolitanos caóticos e estressantes. Aumenta o número de solteiros, das famílias sem filhos, ou com filho único. Cresce de modo exponencial o exército de animais considerados “de companhia” que compartilham a nossa existência nas residências de hoje (CHIEPA, 1995, p. 40).

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Junto ao desenvolvimento dos centros urbanos houve o aumento relativo da população de animais de estimação, ocasionando muitas vezes o abandono. Por estarem expostos, sem proteção, podem se tornar um problema de saúde pública pois são agentes transmissores de doenças (BECK, 1973).

A maioria dos municípios não dá a atenção necessária, com tratamentos de saúde, como a castração. Cuidados são raros, acelerando a reprodução das espécies e das doenças exponencialmente. Os abrigos, muitas vezes não possuem o suporte necessário para atendimento adequado, agravando muito a situação. (Figura 02)

Figura 02: Registro de um abrigo para cães superlotado.

Fonte: IESB – Portal do Jornalismo, 2020 (acesso em:<

http://jornalismo.iesb.br/2015/05/23/abrigo-de-animais-gama-completa-10-anos-em-maio/>).

2. Objetivos

2.1. Objetivo Geral

O objetivo geral do trabalho é aprofundar o conhecimento no que tange à problemática do abandono animal no Brasil e no mundo. Serão investigadas todas as etapas e a logística do processo de recolhimento e direcionamento do animal abandonado, levantando quais as condições necessárias para que ele seja bem acolhido, tratado e ressocializado adequadamente, especialmente no que tange aos espaços arquitetônicos. Assim, será realizada a pesquisa teórica que servirá de

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embasamento para o desenvolvimento do projeto arquitetônico no Trabalho de Conclusão 2, que constitui em um Centro de Acolhimento e Bem-Estar Animal, em Ubá, Minas Gerais.

2.2. Objetivos Específicos

Para alcançar o objetivo geral foram definidos os seguintes objetivos específicos:

- Realizar pesquisas e levantamentos teóricos, especialmente com relação à legislação de centros médicos veterinários de tratamento e acolhimento animal.

- Estudar a cidade de Ubá a fim de definir o terreno ideal para inserção do projeto.

- Compreender o entorno do terreno escolhido para obter um anteprojeto que seja condizente com as condicionantes locais.

- Analisar os estudos de caso que tenham a mesma proposta.

3. Contextualização e Problematização

3.1. A relação homem-animal

A relação entre o homem e o animal é mais antiga do que se imagina. Já no período neolítico eram realizadas pinturas rupestres nas superfícies rochosas, representando a relação de predação e exploração, quando a função do bicho era de proteger o território e o homem, além de auxiliar na caça e no transporte.

Nossos ancestrais se comportavam de forma intuitiva e primitiva, influenciando a aproximação entre seres humanos e animais. Cães e gatos não eram as únicas espécies domesticadas, variando também entre ovelhas, gado, coelhos e cavalos.

A evidência mais antiga da domesticação de cães, é a foto de uma ossada humana ao lado da de um cachorro, encontrada num sítio arqueológico em Israel, há 12.000 anos atrás (Figura 03).

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Figura 03: Esqueletos de cão e homem encontrados em Israel.

Fonte: Ambiente Legal, sem data. (Acesso em: http://www.ambientelegal.com.br/aprendemos-com-os-lobos/ )

Já a domesticação de gatos é misteriosa, não se sabe dizer exatamente quando começou, mas existem fortes indícios que tenha surgido no Egito Antigo há mais de 5.000 anos. Na mitologia egípcia, Bastet é a deusa do lar, fertilidade e protetora das mulheres. Sua imagem é representada por um corpo feminino com a cabeça de um gato e acreditava-se que os felinos eram a reencarnação da deusa, sendo, portanto, seres sagrados (Figura 04).

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Fonte: Meisterdruke, data não-definida

(Acesso em > https://www.meisterdrucke.pt/impressoes-artisticas-sofisticadas/Egyptian/357393/Detalhe-de-um-relevo,-pedra-de-Bastet.html<)

A espécie que melhor se adaptou ao homem foi o cão (TATIBANA, COSTA-VAL, 2009). A capacidade de perceber interpretar os sinais humanos é mais desenvolvido no cachorro do que em qualquer outro animal. Já com relação aos gatos, a domesticação é incerta até hoje.

Uma recente pesquisa aborda a possibilidade de os gatos terem passado por uma “autodomesticação”. De acordo com um artigo da Revista Scientific American Brasil, diferentemente dos cães, os gatos são seres solitários, que não vivem em bandos e não reconhecem um indivíduo alfa, ou seja: não seguem ordens e podem até se tornar autossuficientes (TATIBANA, COSTA-VAL, 2009).

Percebe-se que os animais fazem parte da vida humana desde o período pré-histórico. O desenvolvimento das cidades e sociedade está intimamente ligada ao desenvolvimento da relação entre homem e animal. Hoje, o ambiente arquitetônico, o espaço urbano e domiciliar, é o abrigo desses indivíduos e precisam ser consideradas as particularidades de cada espécie para que se tenha uma morada confortável e rica de estímulos.

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3.2. O bem-estar animal

Antigamente, os animais enfermos eram descartados de imediato por meio do sacrifício pois não se havia métodos alternativos para a manutenção de sua saúde e não se tinha uma consciência da importância de seu bem-estar. Tem-se como exemplo, o estado de São Paulo antes da lei nº 12.916/2008, que capturava animais soltos na rua e os matava em câmara de gás (Figura 05).

Figura 05: A foto divulgada pelo Jornal da Tarde, em 1968, mostra a ação da carrocinha no estado de São Paulo.

Fonte: Jornal Estadão, 2020.

(Acesso em > https://emais.estadao.com.br/blogs/comportamento-animal/fim-da-carrocinha-comemora-10-anos/<)

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Com a evolução da sociedade e medicina, a mentalidade das pessoas com relação ao bem-estar dos animais também evoluiu e o cenário é diferente. Hoje, a eutanásia só deve ocorrer, segundo o CFMV, com a autorização de um médico veterinário.

Segundo Assis (2018), as soluções atuais para o controle populacional de animais nas ruas do Brasil são as campanhas de vacinação e castração gratuitas, presentes em algumas cidades e a forma legal de destinação dos mesmos normalmente é para o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) onde devem ser colocados para adoção. Originalmente, os CCZs funcionariam apenas para vigilância ambiental, controle de zoonoses e doenças. No entanto, devido à alta demanda e a falta de espaços específicos para realizar o trabalho, o Centro se responsabiliza pelo recolhimento e abrigo.

Essa situação, apesar de ser um grande avanço historicamente, está muito longe de ser a ideal. Esses espaços não são planejados para a permanência dos animais e é comum serem eutanasiados depois de um período de apreensão, pois o Centro não dispõe de condições para abrigá-los por muito tempo.

De acordo com Calderón (2009), o bem-estar animal é a condição fisiológica e psicológica na qual o animal de companhia é capaz de adaptar-se comodamente ao entorno, podendo satisfazer suas necessidades básicas e desenvolver suas capacidades conforme a sua natureza biológica. Fundamentando-se nessa ciência, a WSPA Brasil criou, em 2012, um documento para orientação de abrigos de cães e gatos. Parte-se do princípio de que os animais tem cinco necessidades básicas:

• Fisiológicas e sensoriais: refere-se à alimentação adequada e atividades que promovam os estímulos sensoriais, sendo elas a visão, olfato, tato e audição.

• Físicas e ambientais: está relacionado ao espaço responsável por atividades como o descanso, isolamento, higiene e alimentação. Para todos esses ambientes é necessário garantir o conforto através da iluminação, ventilação, insolação adequadas.

• Sociais: diz respeito a um ambiente que permita a interação dos animais tanto com outras pessoas como com outros animais.

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• Necessidades comportamentais: o ambiente deve permitir que o animal se expresse de maneira natural seu comportamento, através de brincadeiras e socialização.

• Necessidades psicológicas e cognitivas: estimulação sensorial, psicológica e social. Exemplos: atividades que evitem o tédio, estresse e frustação. Ou seja: ações que estimulem o animal evitando o sofrimento mental.

Em complementaridade às cinco necessidades básicas, existe a técnica de enriquecimento ambiental, descrito por seu criador como “um princípio do comportamento animal que busca aumentar a qualidade dos cuidados com os animais de cativeiro, através da identificação e fornecimento de estímulos ambientais necessários para o bem-estar psicológico e fisiológico ideais” (SHEPHERDSON, 1998).

Existem cinco tipos de enriquecimento ambiental: alimentar, sensorial, cognitivo, social e físico. Algumas de suas aplicações práticas são: esconder o alimento no ambiente simulando a busca por alimento na natureza, fornecer vegetais como a grama para o animal pastar, estimular o tato através de diferentes inclinações topográficas, incentivar o contato com outros animais por meio de um ambiente adequado de socialização, entre outros.

Portanto, levando-se em conta a situação crítica de abalamento psicológico e muitas vezes física que um animal abandonado se encontra ao ser resgatado e as classificações de bem-estar animal descritas acima, se percebe a necessidade de buscar estratégias na arquitetura que promovam conforto, aconchego e contato com o meio ambiente.

3.3. Benefícios da Zooterapia/Pet Therapy

O termo Pet Therapy é de origem anglo-saxônica. Também se tem notícia de um emprego terapêutico dos animais em muitas formas de patologias humanas do comportamento desde o ano de 1700. No entanto, o responsável pela criação da terminologia foi o pesquisador e psiquiatra Boris Levinson, em 1961, com a publicação de sua pesquisa “The dog as co-therapist”, em português: O cão como co-terapeuta.

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O princípio do método leva em conta a capacidade do animal de evocar emoções comunicativas no ser humano. Estabiliza – em outros termos – uma sólida ligação empática entre o homem e o animal, capaz de comunicações afetivas, em base a um processo de identificação que lega o paciente humano ao pet. A Pet therapy é um método claramente multidisciplinar que requer a intervenção de especialistas de diferentes ramos: o médico, o psicólogo, o médico veterinário, a fim de avaliar a indicação do uso do método no paciente humano e o tipo de animal a ser utilizado no programa de recuperação (CHIEPPA, 2002, p. 40).

Nos Estados Unidos, a zooterapia foi muito utilizada na reabilitação de soldados combatentes da Segunda Guerra Mundial. Um pouco mais tarde, na década de 1950, a professora Nise da Silveira introduziu a terapia assistida por animais no tratamento de pessoas com esquizofrenia, obtendo resultados surpreendentes (Figura 06).

Figura 06: Nise da Silveira, revolucionária na psiquiatria brasileira e amante de animais, com um de seus gatos de estimação.

Fonte: História de Alagoas, 2020. (Acesso em: < https://www.historiadealagoas.com.br/nise-da-silveira.html >)

Quando se fala de uso de animais de estimação com finalidade puramente terapêutica geralmente se refere aos "humanizáveis" cães, no entanto, outras espécies domésticas também podem ser utilizadas no tratamento. Além disso, os campos de aplicação da zooterapia são diversos: desde terapia de reabilitação para pacientes com distúrbios físicos ou comportamentais, à prevenção de estados depressivos e de doenças cardiovasculares, e até como à pura e simples função de

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formação e educação das crianças em idade evolutiva, conforme afirma Chieppa (2002) em seu livro A relação homem – animal.

Tem se mostrado muito eficaz no tratamento de autismo. Nestes pacientes, o cão-terapeuta tem permitido grandes progressos clínicos como melhora da socialização e comunicação, redução do isolamento e solidão, estímulo de afeição e prazer, melhora do humor e atenção, melhora na concentração e aprendizagem, ajuda na expressão de sentimentos e habilidade de confiar no outro (SONCELA, sem data definida). (Figura 07)

Figura 07: Criança com espectro autista em terapia com cães, em São Paulo.

Fonte: Folha de São Paulo, 2020. (Acesso em: < https://f5.folha.uol.com.br/viva-

bem/2018/09/terapia-com-animais-auxilia-no-tratamento-de-transtornos-psicologicos-e-de-doencas-motoras.shtml >)

Em 2014, foi realizado por estudantes dos cursos de Zootecnia e Medicina Veterinária da USP um projeto chamado Animais Solidários, que buscava vislumbrar a zooterapia como nova ciência, que poderia contribuir holisticamente para o bem-estar dos idosos moradores de asilos. O resultado observado foi que a comunicação entre eles aumentou positivamente durante as visitas dos animais. Alguns dos moradores, relataram que a presença dos animais tornava o dia mais alegre visto que era comum o sentimento de solidão devido à falta de visitas de familiares (RICCI; TORELLI; THIAGO; ALMEIDA, 2014). (Figura 08 e Figura 09)

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Figura 08: Dia de Pet Therapy no lar de idosos Recanto São Camilo, em São Paulo.

Fonte: Matilhando – Psicologia Canina. 2020.

(Acesso em >http://matilhando.com.br/artigos/pet-terapia-no-recanto-sao-camilo/ <)

Figura 09: Dia de Pet Therapy no lar de idosos Recanto São Camilo, em São Paulo.

Fonte: Matilhando – Psicologia Canina. 2020.

(Acesso em >http://matilhando.com.br/artigos/pet-terapia-no-recanto-sao-camilo/ <)

Visto os inúmeros benefícios da terapia assistida por animais, é importante que o Centro de Acolhimento e Bem-estar disponha de áreas que promovam o adestramento dos animais resgatados que se tornarão terapeutas assim como proporcionar espaços adequados para interação entre pacientes-animais.

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3.4. Descarte inadequado de carcaças de animais

A morte de um animal de companhia gera, além do sofrimento inestimável da perda e do luto, muitos impasses quanto à destinação do corpo do animal morto, que frequentemente não tem uma despedida digna e apropriada, aumentando muito o sofrimento de quem perdeu o bicho.

Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Geociência da USP revelou que 60% dos animais domésticos mortos são depositados em terrenos baldios, quintais, jardins ou sítios, já outros 7% deles são colocados em sacos de lixo e jogados na rua. Apenas 20% dos bichinhos são entregues para órgãos competentes. Esse tipo de prática pode trazer sérios problemas para o meio ambiente, como a contaminação dos lençóis freáticos e a infestação de insetos e roedores.

Quanto ao destino das carcaças, este pode ser de duas formas: aterro sanitário ou incineração. No caso de descarte no aterro sanitário, deve-se certificar que o lugar foi construído dentro de normas preestabelecidas que garantam a qualidade do meio ambiente, não danificando o solo ou poluindo o ar. Dessa forma, não se correrá o risco de disseminar doenças e, sim, evitá-las. No entanto essa prática é desaconselhada visto que o solo pode ser contaminado caso o animal enterrado estiver doente. O processo mais recomendado pelo CFMV é a incineração.

O sistema mais moderno de incineração conta com uma dupla câmara e recuperação de calor. Está provido, também, de filtros de manga em sua chaminé, que filtra toda a fumaça, evitando a poluição do ar e diminuindo, consideravelmente, o odor. Durante o processo, atinge a calcinação (cinzas) de qualquer matéria orgânica, destruindo todos os agentes patogênicos possíveis, chegando a atingir temperaturas de até 1.200 ºC (CARDOSO, 2014, p. 3).

Sabendo disso, propõe-se que o Centro de Acolhimento e Bem-Estar Animal disponha de um espaço de cremação para que os animais que ali morrerem sejam incinerados e que possa também ser oferecido à população como um serviço pago, obtendo recursos financeiros extras. Para suprir a necessidade de uma despedida

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agradável entre dono e animal, o Centro pode oferecer outros serviços que incluam o velamento em ambientes próprios, por exemplo.

4. Justificativa

Num mundo de pessoas cada vez mais solitárias e distantes uma das outras, o animal doméstico tem provado ser um grande e fiel amigo do homem. Ao longo dos anos, a taxa de natalidade humana diminuiu, as pessoas têm menos filhos e a tendência é que o homem fique mais tempo em casa. Por isso, é comum o desejo por ter um bicho de estimação. Porém, essa decisão pode ser tomada no impulso, gerando um consequente abandono por motivos irresponsáveis como: mudanças, falta de tempo, comportamento inadequado, entre outros, conforme a Figura 10 mostra (CORONATO,2016).

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Fonte: Revista Época, 2020. (Acesso em: https://epoca.globo.com/vida/noticia/2016/06/3-comportamentos-pessimos-que-levam-ao-abandono-de-animais-segundo-o-ibope.html )

A superpopulação de animais nas ruas também ocasiona outros problemas como agressões às pessoas, acidentes de trânsito, contaminação ambiental por

dejetos, entre outros (BECK, 1973).

Os maus tratos contra os animais são hoje disciplinados pela Lei de Crimes Ambientais nº 9.605/98, em seu artigo 32 (BRASIL,1998). Porém a punibilidade dessa lei é muito falha e raramente é cumprida de fato, ocasionando nas barbaridades nas quais nos deparamos frequentemente em jornais e redes sociais.

Em substituição ao método de captura e extermínio, já extinguido em maior parte do país, surge a necessidade de implantação efetiva pelo poder público de uma política de prevenção ao abandono dos animais, conforme preconiza a Organização Mundial da Saúde (OMS), sendo essas algumas das prioridades: implantar um eficaz sistema de identificação e registro dos animais, permitir apenas o recolhimento seletivo dos animais em situação de rua, promover a socialização e o melhor entendimento da comunicação canina objetivando diminuir agressões, estimular a adoção de animais, entre outros (OMS, 1990).

Se não-castrado, o animal contribuirá significativamente para o aumento populacional de rua, gerando mais animais errantes. É denominado cão errante aquele que é parcialmente dependente, parcialmente controlado ou sem controle, ou seja: um animal sem dono, que procria livremente e que se alimenta de restos de comida descartadas na rua (REICHMANN, 2000).

O crescimento é exponencial e a estimativa é que uma única cadela e seus descendentes podem gerar 73.000 novos animais em seis anos (ARCA BRASIL,

2000). (Figura 11)

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Fonte: Blog Mundo Cão, 2020. (Acesso em:https://omundocao.wordpress.com/ )

Levando em conta todas adversidades citadas anteriormente, como acidentes e proliferações de doenças, é essencial se atentar melhor para essa questão de saúde pública, a fim de diminuir a população errante. No trabalho iremos focar na cidade de Ubá-MG, onde será realizado o projeto do Trabalho de Conclusão 2 (Figuras 12 e 13).

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Fonte: Acervo pessoal, 2020.

Figura 13: Registro de animal abandonado se escondendo por baixo de um carro, em Ubá, Minas Gerais.

Fonte: Acervo pessoal, 2020.

Com isso levantado, o cenário ideal pode ser construído com a proposta de um centro de bem-estar animal, com parceria público e privada, que contenha abrigo, clínica veterinária e programa de adoção responsável. Esse projeto é uma possibilidade para ajudar a combater o aumento populacional de animais errantes por meio de programas de castração e também controlar a dispersão de doenças

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através de tratamentos de saúde e profilaxia, o que ajuda a evitar a morte desses animais.

O ideal é que seja um espaço convidativo para a população local, propiciando eventos em prol de adoções, vacinações, esterilizações, entre outros. Também é importante uma infraestrutura que possibilite a convivência entre os animais e adestramento, tornando possível a posterior reinserção na sociedade.

5. Metodologia

Para elaborar esse trabalho seguiu-se três diferentes etapas, sequenciais e interdependentes, para se chegar na proposta final.

A primeira etapa foi de investigação por referenciais teóricos de confiança em artigos, teses, dissertações de mestrado, doutorado e bibliografias (listadas nas referências) que pudessem colaborar sobre a explicitação da situação atual dos animais com relação ao tratamento, abandono, reprodução, maus-tratos, legislação, entre outros.

Em seguida, pela pesquisa de estudos de caso correlacionados ao tema do estudo, buscando analisar os projetos arquitetônicos e entendendo as soluções projetuais adotadas no que se refere aos quesitos de implantação, usos, programa de necessidades, volumetria e materialidade.

O próximo passo foi analisar o entorno e terreno escolhidos, interpretando as condicionantes e legislação locais em busca do máximo aproveitamento dos pontos positivos encontrados.

Logo após, vem a fase de traçar as diretrizes projetuais que serão aplicadas, assim como o partido arquitetônico, que servirão de base para todas eventuais tomadas de decisão e desenvolvimento do trabalho.

Seguindo esses passos, o produto final será um projeto arquitetônico coerente com relação à espacialidade, programa de necessidades e justificativas adotadas. Nessa etapa, é importante ter atenção especial à qualidade da representação gráfica produzida, pois os esquemas, desenhos técnicos, croquis e modelos tridimensionais serão responsáveis pelo bom entendimento do projeto.

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6. Estudos de Caso

6.1. South Los Angeles Animal Care Center & Community

Este é um projeto que desafia todos os preconceitos do abrigo de animais como um tipo de construção. Cria um ambiente acolhedor com o visitante em mente e envolve a comunidade de uma maneira positiva e emocionante. Esses são os objetivos finais do edifício e, para alcançá-los, ajudamos nosso cliente a atingir seu objetivo de reduzir a eutanásia e aumentar as adoções. (RA- DA Arquitetos, 2013)

Figura 14: Acesso principal do Centro de Cuidado Animal de Los Angeles, CA.

Fonte: Archdaily, 2013. (Acesso em: > https://www.archdaily.com/407296/south-los-angeles-animal-care-center-and-community-center <)

O projeto do Centro de Cuidado Animal do Sul de Los Angeles foi feito pelo escritório RA-DA Arquitetos, no ano de 2013. O edifício está localizado na cidade de Los Angeles, Califórnia (EUA), em uma área predominantemente industrial, cercada por uma área residencial e movimentadas avenidas. Foi importante situar a edificação em uma área estratégica, em que ele fosse visível e acessível.

As pessoas e automóveis que passam por ali têm ampla visão da fachada projetada na esquina do local. O estacionamento público está localizado de forma a tornar o acesso mais conveniente possível.

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A fachada é colorida e distinta, busca fazer uma alusão à pele de um réptil e traz uma ambientação alegre para a região. As árvores que percorrem o entorno trazem suavidade para a paisagem e proporciona descanso à sombra para a comunidade local (Figuras 15 e 16).

Figura 15: Visão do estacionamento.

Fonte: Archdaily, 2013. (Acesso em: > https://www.archdaily.com/407296/south-los-angeles-animal-care-center-and-community-center <)

Figura 16: Fachada humanizada e colorida.

Fonte: Archdaily, 2013. (Acesso em: > https://www.archdaily.com/407296/south-los-angeles-animal-care-center-and-community-center <)

A volumetria de 2.200 m² do edifício é dividida em duas partes, revelando uma galeria central que conecta o estacionamento público através do prédio à área do canil ao ar livre (3.250 m²).

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Fonte: Archdaily, 2013. (Acesso em: > https://www.archdaily.com/407296/south-los-angeles-animal-care-center-and-community-center <)

À medida que adentra, o visitante é exposto a grande parte do conteúdo do edifício, grande parte visível do estacionamento: os pequenos cômodos de animais; os quartos dos gatos; o viveiro de gatos; a sala de répteis exóticos e assim por diante; todos apresentando animais de estimação para adoção. (RA- DA Arquitetos, 2013)

A Galeria funciona como uma espécie de Boulevard Principal, uma vez que direciona para o jardim ao ar livre.

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Fonte: Archdaily, 2013. (Acesso em: > https://www.archdaily.com/407296/south-los-angeles-animal-care-center-and-community-center <)

A orientação dos canis foi projetada de maneira a minimizar o número de canis frente a frente, tentando mitigar os níveis de ruído e desencorajar os latidos, que podem ser contagiosos. Em vez disso, todos os canis estão de frente para paredes revestidas de vegetação ou miniparques paisagísticos que proporcionam agradáveis áreas de descanso e ajudam a reter o som. O Boulevard Principal é amplo, arborizado, e se liga ao extremo sul com uma área verde, de paisagismo projetado para acomodar grandes grupos de pessoas, incentivando à excursão e visita de escolas da região.

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Fonte: Archdaily editado pela autora, 2020. (Acesso em: >

https://www.archdaily.com/407296/south-los-angeles-animal-care-center-and-community-center <)

Os corredores secundários que saem da galeria principal também estão alinhados com árvores para garantir que todos os canis e passarelas tenham uma suave sombra. Uma fileira de árvores, se abre em áreas que permitem que o sol entre no espaço, remetendo a espaços naturais, como um parque ou espaço florestal. As estratégias de mitigação do sol e do ruído, combinados com a paisagem e as áreas de descanso, incentivam os visitantes a permanecer mais tempo no jardim do canil. O ambiente mais calmo promove maior interação entre visitantes e animais e trabalha em direção ao objetivo principal: a adoção.

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Fonte: Archdaily, 2013. (Acesso em: > https://www.archdaily.com/407296/south-los-angeles-animal-care-center-and-community-center <)

6.2. Palm Springs Animal Care Facility

O Palm Springs Animal Care Facility é um abrigo projetado pelo Swatt Miers Architects, no ano de 2011 e é localizado em Palm Springs, Califórnia (EUA). Ele surgiu da antiga necessidade da cidade de abrigar animais de rua e pôde ser construído através de uma parceria entre poder público e privado, a ONG local “Amigos do Abrigo”. Está situado em um terreno de 30.000 m² em frente à um parque do bairro e a materialidade da fachada busca refletir o patrimônio arquitetônico exclusivo da cidade.

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Fonte: Archdaily, 2012. (Acesso em: > https://www.archdaily.com/237233/palm-springs-animal-care-facility-swatt-miers-architects?ad_medium=widget&ad_name=recommendation <)

Figura 22: Fachada principal.

Fonte: Archdaily, 2012. (Acesso em: > https://www.archdaily.com/237233/palm-springs-animal-care-facility-swatt-miers-architects?ad_medium=widget&ad_name=recommendation <)

A instalação também inclui salas comunitárias para gatos, “salas de estar” caninas especiais adjacentes a uma área de socialização interna / externa, áreas de trabalho seguras para controle de animais, uma sala de treinamento para usos

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educacionais e noturnos e uma clínica totalmente equipada para procedimentos médicos internos. (ARCHDAILY, 2012)

Figura 23: Área dos caninos.

Fonte: Archdaily, 2012. (Acesso em: > https://www.archdaily.com/237233/palm-springs-animal-care-facility-swatt-miers-architects?ad_medium=widget&ad_name=recommendation <)

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Fonte: Archdaily, 2012. (Acesso em: > https://www.archdaily.com/237233/palm-springs-animal-care-facility-swatt-miers-architects?ad_medium=widget&ad_name=recommendation <)

Figura 25: Detalhe do gatil comunitário.

Fonte: Archdaily, 2012. (Acesso em: > https://www.archdaily.com/237233/palm-springs-animal-care-facility-swatt-miers-architects?ad_medium=widget&ad_name=recommendation <)

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Fonte: Archdaily, 2012. (Acesso em: > https://www.archdaily.com/237233/palm-springs-animal-care-facility-swatt-miers-architects?ad_medium=widget&ad_name=recommendation <)

O partido projetual busca unir o design desértico ao sistema moderno de cuidados dos animais. O objetivo era ter um fluxo livre de entre interior e exterior da edificação. No lado de fora, um jardim livre para os caninos em momentos de descontração e adoção (Figura 27).

Figura 27: Jardim livre promovendo a socialização entre animal e adotante.

Fonte: Archdaily, 2012. (Acesso em: > https://www.archdaily.com/237233/palm-springs-animal-care-facility-swatt-miers-architects?ad_medium=widget&ad_name=recommendation <)

O ponto central do edifício é o centro administrativo, que é onde ocorrem as adoções de fato, assim como o licenciamento dos animais (Figura 29). A entrada pública está localizada ao lado da entrada de adoção para a admissão de animais abandonados e entregues, de modo a reduzir o risco de transferência de doenças (Figura 28).

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Fonte: Archdaily editado pela autora, 2020. (Acesso em: >

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Figura 29: Área administrativa.

Fonte: Archdaily, 2012. (Acesso em: > https://www.archdaily.com/237233/palm-springs-animal-care-facility-swatt-miers-architects?ad_medium=widget&ad_name=recommendation <)

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O sistema construtivo é de aço e viga, com paredes externas de gesso de cimento. As áreas públicas internas incluem concreto manchado e drywall pintado com isolamento em teto lamtec preto exposto (Figura 30).

Figura 30: Detalhe da área interna.

Fonte: Archdaily, 2012. (Acesso em: > https://www.archdaily.com/237233/palm-springs-animal-care-facility-swatt-miers-architects?ad_medium=widget&ad_name=recommendation <)

O projeto foi concebido como uma instalação LEED “prata”, com ênfase especial na conservação da água, que é reaproveitada da estação de tratamento de esgoto localizada no terreno vizinho e é usada para limpar todas as áreas de animais e para a irrigação da paisagem (ARCHDAILY, 2012).

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Fonte: Archdaily, 2012. (Acesso em: > https://www.archdaily.com/237233/palm-springs-animal-care-facility-swatt-miers-architects?ad_medium=widget&ad_name=recommendation <)

As áreas de animais apresentam materiais selecionados por sua durabilidade a longo prazo devido à intensa limpeza da instalação (áreas de animais duas vezes ao dia) e a prevenção de mordidas de cães, que têm a tendência de mastigar objetos. Esses materiais incluem pisos e paredes de resina epóxi, tetos acústicos não absorventes e uma ampla caixa de aço inoxidável e outros dispositivos de proteção. (ARCHDAILY, 2012)

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Fonte: Archdaily, 2012. (Acesso em: > https://www.archdaily.com/237233/palm-springs-animal-care-facility-swatt-miers-architects?ad_medium=widget&ad_name=recommendation <)

6.3. Animal Refuge Centre

Figura 33: Visão externa da fachada do centro de refúgio.

Fonte: Archdaily, 2012. (Acesso em: https://www.archdaily.com/2156/animal-refuge-centre-arons-en-gelauff-architecten?ad_medium=widget&ad_name=recommendation <)

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O Animal Refuge Centre está localizado em Amsterdam, Holanda, um dos países mais desenvolvidos no sentido da preservação do bem-estar animal, sendo este o maior edifício do país no que se refere à abrigo animal. Em 2016, a Holanda se tornou o primeiro país no mundo sem animais abandonados, através de avançadas medidas de política pública (BLOG MEUS ANIMAIS, 2016).

Figura 34: Maquete do projeto.

Fonte: Archdaily, 2012. (Acesso em: https://www.archdaily.com/2156/animal-refuge-centre-arons-en-gelauff-architecten?ad_medium=widget&ad_name=recommendation <)

O projeto foi feito pelo escritório Arons en Gelauff Architecten, possui 5.880 m² e abriga cerca de 2.000 animais por ano. Tem capacidade para 480 gatos e 180 cães ao todo.

Está localizado na área periférica de Amsterdam, à margem do rio da cidade, em um terreno aparentemente inutilizável, mas que se encaixou bem à necessidade (Figuras 35 e 36).

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Fonte: Arons en Gelauff, 2007. (Acesso em: https://aronsengelauff.nl/other/5-star-shelter <)

Figura 36: Visão externa do edifício.

Fonte: Arons en Gelauff, 2007. (Acesso em: https://aronsengelauff.nl/other/5-star-shelter <)

O edifício está voltado para dentro, a fim de reduzir os níveis excessivos de ruídos provocados pelos latidos para a vizinhança.

Grande parte do edifício é térreo, no entanto, a área do gatil fica no pavimento superior, junto à um anexo de hotelaria. No pavimento térreo se encontram as áreas administrativas, sociais e os canis, que têm acesso à um solário (Figura 37).

O corredor de serviço e o canil convergem criando um edifício de fita longa e fina, que se dobra ao longo de suas instalações, influenciando diretamente na volumetria final.

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Fonte: Archdaily editado pela autora, 2020. (Acesso em:

https://www.archdaily.com/2156/animal-refuge-centre-arons-en-gelauff-architecten?ad_medium=widget&ad_name=recommendation <)

Nesse projeto, foi importante trazer a mobilidade para os animais. Através de um pátio interno, os animais podem ser soltos para correr, brincar e socializar entre si. O espaço possui grande extensão em areia, onde também percorrem as passarelas para os seres humanos, que teriam contato direto com os animais (Figura 38).

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Fonte: Archdaily, 2012. (Acesso em: https://www.archdaily.com/2156/animal-refuge-centre-arons-en-gelauff-architecten?ad_medium=widget&ad_name=recommendation <)

Figura 39: Visão do segundo pavimento para o pátio interno.

Fonte: Archdaily, 2012. (Acesso em: https://www.archdaily.com/2156/animal-refuge-centre-arons-en-gelauff-architecten?ad_medium=widget&ad_name=recommendation <)

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A fachada é revestida por painéis de aço zincado com 1,5mm de espessura com no máximo 5,40m de comprimento e coloridos em 12 tons de verde, criando a sensação de que sua pele é uma versão pixel da grama, remetendo a natureza já existente ali antes da construção (Figuras 40,41 e 42).

Figura 40: Imagem de referência para criação do painel, usada pelo próprio arquiteto.

Fonte: Arons en Gelauff, 2007. (Acesso em: https://aronsengelauff.nl/other/5-star-shelter <)

Figura 41: Visão do acesso principal.

Fonte: Archdaily, 2012. (Acesso em: https://www.archdaily.com/2156/animal-refuge-centre-arons-en-gelauff-architecten?ad_medium=widget&ad_name=recommendation <)

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Fonte: Archdaily, 2012. (Acesso em: https://www.archdaily.com/2156/animal-refuge-centre-arons-en-gelauff-architecten?ad_medium=widget&ad_name=recommendation <)

7. Programa de Necessidades

O programa de necessidades tem o foco principal no bem-estar dos animais, evidenciando seus cuidados mínimos e necessidades básicas. Para tal, se embasou na regulamentação proposta pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária, a Resolução Nº 1.275/2019. Além disso, foi essencial fazer uma análise minuciosa dos ambientes presentes nos estudos de caso citados anteriormente.

Atualmente no Brasil a principal norma que se refere a esses espaços é a Resolução Nº 1.275 de 25 de junho de 2019, publicada pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária. Essa resolução conceitua e estabelece condições para o funcionamento de Estabelecimentos Médico-Veterinários de atendimento a animais de estimação de pequeno porte e dá outras providências (CFMV, 2019). Segundo ela, a diferença principal entre um consultório e um hospital veterinário está no setor de diagnóstico: projetos de hospitais são obrigados a possuir um enquanto os de consultórios não necessariamente precisam contar com um. Como o projeto em desenvolvimento é de um abrigo e centro de bem-estar animal completo, o programa de necessidades será equivalente ao de um hospital veterinário.

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O conteúdo principal dessa norma está relacionado ao programa de necessidades mínimo para cada tipo de estabelecimento e não sugere em nenhum momento quais são as dimensões mínimas de cada ambiente.

Por isso, o parâmetro para dimensionamento será baseado nos estudos de caso acima estudados e na Resolução Nº 2455/14 do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo, que dispõe de algumas recomendações (Figuras 43 e 44).

Figura 43: Deve-se garantir o espaço mínimo por animal, de acordo com as recomendações abaixo.

Fonte: CRMV-SP, 2015.

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Fonte: CRMV-SP, 2015.

Ela também dispõe de normas mínimas para manutenção de cães e gatos em canis, como:

B. Cães e gatos devem permanecer em ambientes secos, limpos e de fácil higienização, com produtos de eficácia e eficiência comprovadas, conforme a legislação vigente;

C. Canis e gatis devem ter área coberta; protegida de intempéries; com revestimento de parede de material lavável e passível de higienização e desinfecção;

D. O piso deve ser de material antiderrapante, que proporcione segurança e conforto ao animal, de fácil higienização e resistente aos processos de limpeza e desinfecção;

E. Deve ser garantido o acesso diário dos animais às áreas de solário; F. Os ambientes em que os animais permanecem devem proporcionar uma drenagem adequada de forma a facilitar a secagem e que não haja contato de águas servidas e dejetos entre os ambientes;

G. A destinação dos resíduos sólidos deverá atender à legislação vigente; H. Devem ser adotadas medidas permanentes para manter as instalações livres de animais da fauna sinantrópica nociva (aquela que interage de forma negativa com a população humana ou que represente riscos à saúde pública, tais como rato, animal peçonhento, molusco, pombo, barata, mosca, mosquito, pulga, carrapato, morcego ou outros potencialmente transmissores de doenças);

I. Os ambientes devem possuir iluminação, ventilação e temperatura ambiente adequadas, de forma a manter os parâmetros fisiológicos indicadores de conforto;

J. Deve ser prevista área de recreação, bem como enriquecimento ambiental nos alojamentos dos cães e gatos, com o propósito de entretê-los e possibilitar a expressão de seus comportamentos naturais, como por exemplo, mordedores, brinquedos, esconderijos, quebra-cabeça alimentar, entre outros;

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K. As unidades do gatil devem ter ambientes verticalizados, com o uso de prateleiras em alturas variáveis, e as caixas/bandejas higiênicas devem ser mantidas afastadas, pelo menos um metro, do comedouro e bebedouro (CRMV-SP, 2015).

O programa de necessidades proposto está dividido nos seguintes setores: animais, processos, cuidados e despedida (Figura 45). No setor animal se encontram os canis e maternidades, separadamente para gatos e cães, e áreas de interação. Na área de processos estão localizados a administração, atendimento, compartimentos de serviços e uma sala de aula para atender excursões escolares e eventuais palestras. O setor de cuidados compreende a área clínica, contendo ambientes como consultórios, sala de exames, internação, cirurgia e espaço de banho e tosa. A seção de despedida, conforme o próprio nome diz, é voltada para a justa despedida entre animal e dono. Como esse é um momento muito delicado, pensou-se em ambientes que pudessem suavizar a perda. O programa inclui salas de velamento e espera, para quando o animal estiver sendo cremado.

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Figura 45: Programa de necessidades do Centro de Acolhimento e Bem-Estar Animal.

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8. Diagnóstico e Análise do Entorno

O terreno escolhido para implantação do projeto está localizado na entrada de Ubá, próximo ao Horto Florestal. Antigamente ali também existia um zoológico, que apesar de já extinto, permanece na memória de todo ubaense que nasceu na década de 90. A restauração do antigo laço entre a população e os animais foi um dos fatores determinantes para a escolha do local.

Não só isso, o terreno também tem outros critérios urbanísticos adequados para a construção da tipologia em questão. Pensando no ruído naturalmente provocado pelos animais, ele é afastado da região central da cidade, mas próximo das novas centralidades que estão surgindo, como os bairros Laurindo de Castro e Seminário (Figura 46).

Figura 46: Vista da rotatória para a Rua Frei Cornélio, bairro Laurindo de Castro.

Fonte: Google Street View, 2020.

A proximidade à BR-265 é um ponto positivo pois é uma via de fluxo intenso de veículos, que liga a cidade de Ubá e Tocantins, o que facilita o acesso da população (Figura 47).

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Fonte: Bing Maps, editado pela autora, 2020. 8.1. Análise do Entorno

8.1.1. Uso

No entorno imediato se encontram equipamentos comerciais como lojas, supermercado e distribuidora ou equipamentos de serviço. Como o terreno é afastado, não possui residências ao redor (Figuras 48, 49 e 50). Os bairros residenciais mais próximos são o Santa Luzia, Santa Cruz, Peluso e Laurindo de Castro, estando localizados à aproximadamente 2,5 km de distância. Desses, o bairro Laurindo de castro possui caráter misto pois conta também com comércios, serviços e instituições (Figura 51). Nele está situado o Hospital Santa Isabel, o maior da cidade e região.

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Fonte: Autoria Própria, 2020.

Figura 49: Vista da Distribuidora Goldlar, localizada próxima ao terreno.

Fonte: Google Street View, 2020. Figura 50: Vista da entrada do Horto Florestal.

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Fonte: Google Street View, 2020.

Figura 51: Vista do Supermercado Sales, no bairro Laurindo de Castro.

Fonte: Google Street View, 2020.

8.1.2. Gabarito

Como Ubá é uma cidade em fase de crescimento, ainda não existem muitos edifícios de porte grande. Os maiores gabaritos do entorno pertencem à alguns edifícios residenciais de 4 a 6 andares (Figuras 52 e 53). No entorno imediato se encontram em sua maioria edifícios de porte médio, com por volta de 2 a 3 andares

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e alguns galpões com pé-direito duplo ou triplo (Figura 54). Apenas uma pequena parcela dos edifícios é de pequeno porte, estando sujeita à extinção conforme a cidade se desenvolve e verticaliza.

Figura 52: Mapeamento de gabaritos do entorno.

Fonte: Autoria própria, 2020.

Figura 53: Maior gabarito do entorno são de edifícios residenciais multifamiliares.

Fonte: Google Street View, 2020. Figura 54: Vista da BR-265 rodeada por galpões.

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Fonte: Google Street View, 2020. 8.1.3. Zoneamento

De acordo com o artigo 29 da Lei Complementar Nº 30/1995 de Ubá ficam instituídas as seguintes Zonas Especiais, definidas pelo § 3o., do art. 23, desta Lei:

I – Zona Central; II – Zona Beira-Rio III – Zona Residencial; IV – Zona de Comércio Local; V – Zona Industrial

VI – Zona de Eixo Rodoviário;

VII – Zona de Preservação Histórica e Ambiental.

VIII – Zona de Anel Viário (PREFEITURA MUNICIPAL DE UBÁ. 1995)

Todo perímetro do entorno é considerado uma Zona Especial, estando dividido entre Zona Residencial, Zona de Eixo Rodoviário e Zona de Preservação Histórica e Ambiental (Figura 55). A Zona de Eixo Rodoviário, como o próprio nome diz, está localizada às margens da Rodovia 265 (Ubá-Tocantins) e abrange o terreno estudado. Ao redor do Ginásio São José encontra-se uma Zona de Preservação Histórica e Ambiental, pois se trata de um patrimônio da cidade. Já a Zona Residencial é identificada na área correspondente aos Bairros Laurindo de Castro, Santa Cruz, Peluso e San Rafael.

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Fonte: Autoria própria, 2020.

8.1.4. Equipamentos urbanos

A área estudada é pouco adensada e por se encontrar numa rodovia não possui tantos equipamentos urbanos (Figura 56).

Figura 56: Mapeamento de equipamentos urbanos do entorno.

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Uma edificação importante é o Hospital Santa Isabel, que é o maior de Ubá e uma referência em toda a Zona da Mata de Minas Gerais. É um edifício de grande porte, possuindo aproximadamente 8.200 m² de área, cuja localização facilita o acesso de moradores de outras cidades. Ali perto está a Polícia Civil de Ubá que também presta serviços civis como o Detran e emissão de documentos.

O Ginásio São José é considerado patrimônio histórico da cidade. Foi construído em 1862 para ser um centro colhedor de café. Com a queda dessa indústria, seu uso foi se alterando ao passar dos anos (Figura 57).

Casarão colonial construído em 1862, com 15 cômodos, era a sede da Fazenda Boa Esperança, uma das maiores da região e que funcionava como centro coletor de café. Nos últimos anos do Século XIX (dezenove), os demais fazendeiros passaram a comercializar diretamente a produção cafeeira no Rio de Janeiro. O esvaziamento da fazenda coincidiu com o retorno do Dr. Fécas de Ouro Preto (onde era Professor na Escola Superior de Engenharia de Minas) para Ubá.

Visionário, decidiu que as salas que serviam de depósito para cangas e grãos, deveriam ser depósitos de carteiras de aulas para formar cidadãos sábios e fundou o Gymnasio São José, no dia 24 de agosto de 1905. Em Minas Gerais existiam poucas instituições de ensino e os pais traziam seus filhos para estudarem, em regime de internato, no Ginásio São José. Aqui estudaram alunos de várias partes do País, como dos estados de Mato Grosso, Bahia e Paraná. O trem de ferro da Leopoldina Raiway era o meio de transporte para os alunos chegarem até Ubá. Como educandário, funcionou até 1964, tendo sido o último diretor o professor e ex-prefeito Professor Francisco De Filippo.

O Ginásio São José é tombado pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural de Ubá, tendo sido totalmente restaurado em 1998/1999 com recursos da Lei Rouanet.

A edificação do Ginásio São José, por sua volumetria imponente e área construída de 1190 m², destaca-se em meio à vizinhança de casas e área verde, sobressaltando-se na paisagem próxima à entrada da cidade de Ubá. O sobrado de dois pavimentos possui estrutura autônoma de madeira, paredes superiores de alvenaria de tijolo, adobe e pau-a-pique e cobertura no corpo principal em quatro águas de telhas curvas, guarnecida por beirais em cimalha de madeira.

A fachada frontal é sóbria e despojada, apresentando harmonia de forma e ritmos de vãos. No pano central do frontispício, encontra-se pintado: GINÁSIO SÃO JOSÉ, e, a data de sua construção: 1862.

A construção do Século XIX originalmente abrigou a Sede da Fazenda Boa Esperança. Desta época ainda guarda na fachada posterior, o beiral em cachorrada e elementos característicos da arquitetura rural mineira e guarda-corpo vazado em madeira trabalhada.

Em 1905, o "casarão" foi adaptado para o funcionamento do Ginásio São José, ocasionando uma série de transformações nos ambientes internos. O pavimento térreo que antes abrigava os espaços de depósito de grãos para

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a produção de café, passou a conter o salão de estudos; no "hall" de entrada instalou-se uma ampla escadaria de madeira em dois lances; e no mesmo andar, foram construídos um grande refeitório e a cozinha (PREFEITURA DE UBÁ, 2010).

Figura 57: Registro histórico do Ginásio São José.

Fonte: Blog Ginásio São José, (Acesso em: <http://ginasiosaojose.blogspot.com/p/historia.html>)

A edificação mais próxima ao terreno é o Horto Florestal. É um espaço destinado para realização de eventos, que são feitos esporadicamente: festas, feira de móveis, entre outros (Figuras 58 e 59). Sua área é de aproximadamente 5.800 m² e consiste em um grande galpão, de pé direito alto. Possui também uma área externa, de piso cimentado.

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Fonte: Portal Radar. (Acesso <https://portalradar.com.br/2a-mostra-de-moveis-de-uba/>) Figura 59: Registro da festa de 157 anos da cidade realizada todo ano no Horto Florestal.

Fonte: Prefeitura de Ubá. (Acesso em https://www.uba.mg.gov.br/detalhe-da-materia/info/comemoracoes-dos-157-anos-de-uba-foi-um-sucesso/19332)

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8.2. Condicionantes principais

O terreno está localizado em uma região afastada do centro, com poucas edificações circundantes. É uma área de vegetação intensa, de árvores de médio a grande porte, com aproximadamente 13.000 m². Possui um elevado aclive, sendo seu desnível de 30m. Além disso, a ventilação predominante é na direção leste para o oeste. Recebe ruídos externos advindos da rodovia e do Horto Florestal em dias de evento, mas que podem ser suavizados pela densa vegetação (Figura 60).

Figura 60: Condicionantes principais do terreno.

Fonte: Autoria própria, 2020.

8.3. Legislação Urbana de Ubá, Minas Gerais

De acordo com o Anexo II da Lei Complementar Nº 30/95 de Ubá (Minas Gerais), o zoneamento urbanístico da cidade compreende Zona Central, Zona Beira-Rio, Zona Residencial Urbana A e B, Zona de Comércio Local, Zona Industrial A e B, Zona de Eixo Rodoviário e Zonas de Preservação Histórica e Ambiental.

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O terreno escolhido se localiza próximo ao Horto Florestal de Ubá e às margens da Rodovia 265 (Ubá-Juiz de Fora) e por isso se classifica como uma Zona de Eixo Rodoviário, estando essa inserida na Zona Parcelada A, que possui infraestrutura básica: pavimentação, rede de abastecimento d’água, rede de esgotamento sanitário e rede de energia elétrica (Figuras 61,62 e 63).

Figura 61: Marcação do terreno no mapa da cidade.

Fonte: Google Maps editado pelo autor, 2020. Figura 62: Vista do acesso ao terreno.

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Figura 63: Vista do acesso ao terreno.

Fonte: Google Street View, 2020.

Conforme Art. 27, para a Zona Urbana Parcelada A, a área total edificada máxima é igual a 4 (quatro) vezes a área do terreno. Para qualquer terreno situado na Zona Urbana Parcelada a taxa de ocupação máxima do mesmo será de 80% (oitenta por cento).

Ainda são feitas as seguintes observações:

§ 2º. Para qualquer terreno situado na Zona Urbana Parcelada em vias cujos passeios frontais sejam de largura inferior que 2,0m (dois metros) será exigido um afastamento complementar da edificação, de tal forma que o passeio, de uso público, resulte com a dimensão de 2,0m (dois metros). § 3º. No cálculo da taxa de ocupação máxima construída prevista nos incisos I e II deste artigo não se computará a área do(s) pavimento(s) destinado(s), exclusivamente, a estacionamento de veículos (garagem), com exceção aos edifícios de garagem e às garagens construídas no subsolo. (NR) (Nova redação do § 3º dada pela Lei Complementar 137, de 08/07/2011 – Atos Oficiais de 20/06/2011) (PREFEITURA MUNICIPAL DE UBÁ, 1995).

Com relação à classificação de Usos e Atividades Comerciais, de Serviços e Industriais, seguindo o Anexo III da mesma Lei Complementar, os estabelecimentos veterinários integram a categoria Saúde e é permitida sua construção, sem restrições, na Zona de Eixo Rodoviário, conforme Anexo IV.

(66)

Fonte: Prefeitura de Ubá-MG, 1995.

A Subseção I, da mesma Lei, dispõe dos Recuos e Afastamentos:

Art. 31. Para garantir a ventilação e a insolação das unidades, nas edificações de até 2 (dois) pavimentos os recuos laterais e de fundos, se existirem, serão de, no mínimo, 1,50m (um metro e cinqüenta centímetros), e nas edificações acima de 2 (dois) pavimentos, exclusive pilotis e subsolo, os recuos laterais e de fundos serão de, no mínimo, 2,50m (dois metros e cinqüenta centímetros).

Parágrafo único. O pilotis a que se refere o caput deste artigo, de uso comum dos condôminos, poderá ser utilizado em até 50% (cinqüenta por cento) como área de estacionamento de veículos e, no caso do subsolo, seu uso deverá destinar-se exclusivamente a estacionamento, respeitando-se as condições de iluminação e ventilação e a Taxa de Permeabilidade (TP).

Art. 32. Os recuos frontais serão de 3,00m (três metros), exceto nas vias arteriais, onde os recuos frontais serão de 5,00m (cinco metros).

Parágrafo único. Os recuos frontais das edificações de uso diverso do uso residencial serão incorporados ao passeio.

Art. 33. A altura máxima na divisa lateral e de fundos em edificações sem recuo será de 5,00m (cinco metros), não sendo permitidas aberturas nas paredes laterais nestes casos. (PREFEITURA MUNICIPAL DE UBÁ, 1995).

A Lei que discorre sobre a política ambiental é a Complementar nº 191 do ano de 2016. Com relação às áreas de preservação ambiental, a legislação é muito ampla. Não são especificadas as APPs da cidade, reservando o julgamento à banca avaliadora de projetos da Prefeitura de Ubá.

(67)

Art. 86. Competem ainda ao Município, a análise e decisão com relação às seguintes intervenções ambientais, quando vinculadas a licenciamento ambiental de competência do Município, observadas as disposições da Lei Federal nº. 11.428/2006:

a) a supressão e o manejo de vegetação, de florestas e formações sucessoras em florestas públicas municipais e unidades de conservação instituídas pelo Município, exceto em Áreas de Proteção Ambiental - APAs; b) a supressão de cobertura vegetal nativa, com ou sem destoca, para uso alternativo do solo e o manejo de vegetação, de florestas e formações sucessoras;

c) intervenção com ou sem supressão de cobertura vegetal nativa em áreas de preservação permanente - APP;

d) destoca em área remanescente de supressão de vegetação nativa; e) corte ou aproveitamento de árvores isoladas exóticas e nativas vivas; f) regularização de ocupação antrópica consolidada em APP.

Parágrafo único. Nas hipóteses previstas nas alíneas c, d, e e f, a análise e decisão dos respectivos processos serão de competência do Município, ainda que não haja necessidade de licenciamento ambiental municipal e desde que não estejam vinculadas a licenciamento de competência de outros entes federativos. (PREFEITURA MUNICIPAL DE UBÁ, 2016).

9. Partido

O terreno escolhido está localizado em uma área de densa vegetação, que abriga espécies nativas da região. Além disso, sua topografia é extremamente irregular. Pensando na máxima preservação da mata existente, optou-se por se distribuir a área a ser edificada em dois platôs, de níveis diferentes (Figura 65).

Figura 65: Corte esquemático mostrando os platôs.

(68)

Um desafio que a topografia impõe é a dificuldade de acesso. A solução encontrada foi traçar a rua no eixo central, dividindo o terreno em duas porções iguais e consequentemente, em duas áreas de edificação, nas quais será distribuído o programa de necessidades (Figura 66).

Figura 66: Esquema mostrando a evolução de implantação.

Fonte: Autoria própria, 2020.

Além disso, a abertura do vão central proporciona um corredor de vento, facilitando a ventilação cruzada e higiênica, muito importante para ambientes de saúde (Figura 67).

Figura 67: Vista aérea da edificação.

Referências

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