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AVALIAÇÃO DO IMPACTO DE DIFERENTES DOSES DO HERBICIDA ALACHLOR NA QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES E CRESCIMENTO INICIAL DE PLANTAS DE MAMONEIRA

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Academic year: 2021

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AVALIAÇÃO DO IMPACTO DE DIFERENTES DOSES DO HERBICIDA ALACHLOR NA QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES E CRESCIMENTO INICIAL DE PLANTAS DE

MAMONEIRA (Ricinus communis L.)

Adailton Conceição dos Santos1, Augusto César Borges de Azevedo Júnior1, Viviane Peixoto Borges1, Priscila da Silva Oliveira1, Maria de Fátima da Silva Pinto Peixoto2

1Graduando em Agronomia do CCAAB - UFRB, agape_323@yahoo.com.br, 2Professora Adjunta do CCAAB - UFRB, fpeixoto@instituição.br

RESUMO - Este estudo teve por avaliar o efeito de diferentes doses do herbicida alachlor na qualidade fisiológica de sementes e crescimento inicial de plantas de mamona, em casa de vegetação do Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas da UFRB, no Município de Cruz das Almas - BA, no período de julho de 2006 a julho de 2007. Houve uma diminuição da percentagem de emergência (81,6 à 60,8) e do índice de velocidade de emergência das sementes (3,5 à 2,0), em função do aumento das doses do herbicida. A altura da planta variou de 54,05 à 50,7cm, diminuindo com o aumento da dosagem O mesmo comportamento ocorreu com a massa seca da parte aérea e da raiz. Quanto ao diâmetro do colo, houve um aumento crescente em função do aumento das doses do herbicida. De acordo com os resultados obtidos, e para as condições do experimento, conclui-se que o herbicida alachlor prejudica a qualidade das sementes e o crescimento inicial das plantas de mamona do genótipo Paraguassu.

Palavras-chave: Ricinus communis L., germinação, massa seca.

INTRODUÇÃO

A mamoneira (Ricinus communis L.) é uma oleaginosa de relevante importância econômica e social, cujo óleo possui inúmeras aplicações na área industrial e perspectiva de utilização como fonte energética na produção de biocombustível.

Constitui-se em grande potencial para a economia do semi-árido nordestino, tanto como cultura alternativa, com características de resistência à seca, quanto fator fixador de mão de obra, gerador de emprego no campo e matéria prima (óleo) para a obtenção de produtos necessários ao desenvolvimento da indústria nacional. Do ponto de vista agrícola, toda planta é aproveitada. De uma lavoura bem desenvolvida pode se incorporar ao solo mais de 20 toneladas de restos culturais (GONÇALVES et al., 1981), suas folhas podem ser adicionadas à alimentação do gado bovino e do bicho da seda. A torta de mamona pode ser utilizada na alimentação animal, se desintoxicada, e como adubação orgânica. Do ponto de vista industrial, o óleo é seu subproduto mais importante, pois se constitui em matéria prima para mais de quatrocentos produtos, sendo usado na indústria farmacêutica, na indústria de cosmético e na de lubrificantes.

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A mamoneira é muito sensível à competição com plantas daninhas pelo substrato ecológico, especialmente água, nutrientes, CO2 e luz, pois tem metabolismo fotossintético C3, ineficiente, e cresce muito lentamente, podendo levar de 8 a 20 dias para germinar, dependendo do vigor das sementes, do ambiente, principalmente temperatura e teor de água no solo (BELTRÃO et al., 2003). É nos primeiros 60 dias da emergência das plântulas que se constitui o período critico da competição, devendo-se, assim manter a cultura livre dessas plantas nesse período. O emprego de herbicidas com dosagens seletivas e que tenham um controle superior a 90% nos primeiros 60 dias de aplicação podem ser usados porem a mamoneira é uma planta muito sensível a diversos herbicidas e o domínio dessa técnica é fundamental para a expansão da cultura, pois o controle químico de plantas daninhas facilita o cultivo em extensas áreas (SEVERINO, 2004)

O herbicida alachlor pertence ao grupo químico das acetanilidas, com persistência de 6 à 10 semanas, a solubilidade em água: 242 ppm à 25 ºC, pressão de vapor: 1,6 x 10-5 mmHg à 25 ºC e Kom de 794 (RODRIGUES; ALMEIDA, 1998). Este produto controla algumas mono e dicotiledôneas e é indicado para as culturas de algodão, amendoim, café, cana-de-açúcar, milho e soja. Ele Impede o crescimento e desenvolvimento da parte aérea das plantas, sendo que a absorção ocorre pelo coleóptilo nas gramíneas e pelo epicótilo ou hipocótilo nas dicotiledôneas, durante o trajeto pela zona do solo onde se encontra o produto. Interfere com a atividade da giberelina e/ou com a elongação de lipídeos na célula. Sem a giberelina, a enzima alfa amilase não é produzida na camada de aleurona e não há decomposição do amido em glicose no endosperma, ocorrendo falta de energia para o desenvolvimento das plântulas, após a germinação das sementes. Por outro lado, a falta de lipídios de cadeia muito longa nas células da folhagem nova, impede a formação de ácidos graxos e de cera cuticular, diminuindo a proteção das folhas contra perda de água. A conseqüência final desses processos em espécies suscetíveis devido é o atraso da elongação e da divisão celular, levando à morte da planta (VIDAL; FLECK, 2001).

Dada as potencialidades da cultura e de sua alta sensibilidade à competição com plantas daninhas pelo substrato ecológico o presente trabalho teve por objetivo avaliar a influência de doses do herbicida alachlor na qualidade fisiológica de sementes e crescimento inicial de plantas de mamoneira de cultivadas em casa-de-vegetação.

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi conduzido em casa de vegetação do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Recôncavo Baiano, em Cruz das Almas – BA. O solo utilizado como substrato foi um Latossolo Amarelo coeso, representativo da região do Recôncavo Baiano e pertencente a zona

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dos tabuleiros costeiro. A coleta foi realizada com o auxilio de um trado a 20 cm de profundidade em área não cultivada.

Os tratamentos utilizados foram quatro doses (zero-testemunha, 5,0 L há-1, 7,0L há-1, 10,0 L há-1) do herbicida alachor aplicado na superfície do solo (Rodrigues e Almeida, 1998), utilizando-se um pulverizador costal manual. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, com 4 tratamenstos (doses do herbicida) e 5 repetições.As sementes de mamona utilizadas foram da cultivar BRS-188 Paraguaçu, obtidas da Estação Experimental da Empresa Baiana de Pesquisa Agropecuária (EBDA), em Itaberaba-BA. O plantio foi feito distribuindo-se as sementes em bandejas de plástico com 70cm x 50 cm x 10 cm em 5 linhas, perfazendo-se um total de 25 sementes/bandeja. As avaliações de porcentagem de emergência e índice de velocidade de emergência foram efetuadas 30 dias após o plantio, de acordo com Brasil (1992).O índice de velocidade de emergência foi determinado com base na formula utilizada por Maguire (1992).

No segundo ensaio utilizou-se como unidade experimental vasos plásticos de aproximadamente 5,0 kg de capacidade. Os tratamentos, substrato e procedimentos para manutenção da umidade foram os mesmos do primeiro ensaio. Cada vaso recebeu quatro sementes e após 15 dias efetuou-se o desbaste deixando-se apenas uma planta/vaso. Após 60 dias do plantio as plantas foram retiradas para avaliação dos seguintes parâmetros: altura da planta (cm), diâmetro do colo (cm), massa seca da parte aérea e raiz(g planta-1) após secagem em estufa de circulação forçada à temperatura de 650C até atingirem peso constante. Para avaliar os parâmetros do primeiro e segundo ensaios, utilizou-se a análiutilizou-se de variância e de regressão.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Observa-se na Figura 1 a percentagem de emergência de sementes de mamona em função de doses crescentes do herbicida alachlor. Verifica-se que houve uma variação de 81,6 à 60,8% à partir do tratamento testemunha (dose zero) até a dose de 10 L ha-1 , com uma tendência de diminuição da emergência em função do aumento das doses do herbicida.

Com relação o índice de velocidade de emergência (Figura 2), houve uma diminuição a medida que se aumentou a dose do herbicida, indicando que este produto afetou este parâmetro.

A Figura 3 relaciona a altura da planta com as doses do herbicida. Verifica-se que houve uma amplitude de 50,7 à 54,05 cm cm e uma diminuição da altura em função das doses. O tratamento testemunha foi o que apresentou a maior altura.

Quanto ao diâmetro do colo, verifica-se que nas doses de 7 e 10 L ha-1, ocorreu o valor máximo (aproximadamente 0,6 cm). Quando se aplicou a dose de 5 L ha-1, este valor decresceu para

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0,5 cm, e no tratamento testemunha 0,4 cm. A amplitude entre os tratamentos foi (0,3 cm), indicando que o herbicida afetou este parâmetro (Figura 4).

Analisando-se as Figuras 5 e 6, onde se encontra o resultado da massa seca da parte aérea e raiz, respectivamente, de plantas de mamona em função das doses do herbicida alachlor, nota-se que à medida que se aumentou à dose houve uma diminuição desses parâmetros.

Os resultados encontrados neste trabalho indicam que neste tipo de solo e para este genótipo de mamona estudado, o herbicida prejudica o processo de germinação (germinação final e velocidade de emergência), bem como, o crescimento inicial da planta. Este resultado pode ser explicado em função do mecanismo de ação desta molécula. De acordo com Vidal e Fleck (2001), o alachlor interfere na atividade da giberelina e/ou com a degradação de lipídios na célula. Sem a giberelina, a enzima alfa amilase não é produzida na camada de aleurona e não há decomposição do amido em glicose no endosperma, ocorrendo falta de energia para o desenvolvimento das plântulas, após a germinação da semente. Por outro lado, a alta de lipídios de cadeia muito longa nas células da folhagem nova impede a formação de ácidos graxos e de cera cuticular, diminuindo a proteção das folhas contra as perdas de água. A conseqüência final desses processos em espécies suscetíveis é o atraso da elongação e divisão celular, o que finalmente leva a planta à morte. Rodrigues e Almeida (1998) também afirmam que este herbicida mecanismo inibe a síntese de proteínas e lipídeos, nas espécies suscetíveis. As plantas não emergem e as que conseguem emergir, ficam retorcidas e com folhas enroladas.

CONCLUSÃO

Em função dos resultados obtidos, e nas condições do experimento, conclui-se que o herbicida alachlor prejudica a qualidade das sementes e o crescimento inicial das plantas de mamona.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BELTRÃO, N. E. de M. et al. Informações sobre o biodiesel, em especial feito com o óleo de mamona. Campina Grande: Embrapa-CNPA, 2003 (Embrrapa CNPA, Circular Técnica, 177).

BRASIL, Ministério de Agricultura Pecuária e Abastecimento . Departamento Nacional de Produção Vegetal. Divisão de Sementes e Mudas. Regras para análise de sementes. Brasília, 1992. 188 p.

GONÇALVES, N. P; BANDEIRA, J. M; LELES, W. D. Época, espaçamento e densidade de plantio para a cultura da mamona. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v. 7. n. 82. p. 33-54, 1981.

MAGUIRE, J. D. Speed of germination – aid in selection and evolution for seedling emergence and vigor. Crop Science, Madison, v. 2, n. 2, p.176-177, 1992

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RODRIGUES, B. N.; ALMEIDA, F. S. de. Guia de herbicidas. 4. ed. Londrina: 1998. 648 p.

SEVERINO et al. Sintomas do herbicida 2,4-D em plântulas de mamoneira. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MAMONA, 1., 2004, Campina Grande. Anais... Campina Grande: Embrapa Algodão, 2004. 1 CD-ROM.

VIDAL, R. A.; FLACK, N. G. Inibidores da polimerização da tubulina. In: VIDAL, R. A.; MEROTO JUNIOR. A. (Ed). Herbicidologia. Porto Alegre: Evangraf, 2001. p.131-137.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 0 1 2 3 D o se s 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 0 1 2 3 D ose s

Figura 1. Percentagem de emergência de sementes de mamona em função de deferentes doses do herbicida alachor (zero-testemunha; 5,0 L ha-1; 7,0 L. ha-1; 10,0 L.ha-1).

Figura 2. Índice de Velocidade de emergência de sementes de mamona em função de diferentes doses do herbicida alachor (zero-testemunha; 5,0 L. ha-1; 7,0 L.há-110,0 L.ha-1). y = 0,02x2 - 0,5548x + 54,111 R2 = 0,9399 50 51 52 53 54 55 0 5 10 15 Doses A lt u ra d a p la n ta ( c m ) y = -0,001x2 + 0,0315x + 0,396 R2 = 0,9272 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0 5 10 15 Doses D m e tr o d o c o lo ( c m )

Figura 3. Altura das plantas de mamona (cm) em função de diferentes doses do herbicida alachor (zero-testemunha; 5,0 L.ha-1; 7,0 L.há-110,0 L.ha-1).

Figura 4. Diâmetro do colo (cm) das plantas de mamona, em função de diferentes doses do herbicida alachor (zero-testemunha; 5,0 L.ha-1; 7,0 L.há-110,0 L.ha-1).

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y = 0,0067x2 - 0,106x + 1,6979 R2 = 0,9953 0 0,5 1 1,5 2 0 5 10 15 Doses M a s s a s e c a d a p a rt e a é re a (g p la n ta -1 ) y = 0,0021x2 - 0,0715x + 1,3005 R2 = 0,9997 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 0 5 10 15 Doses M a s s a s e c a d a r a iz ( g p la n ta -1 )

Figura 5. Massa seca da parte aérea (g

planta-1) de plantas de mamona, em

função de diferentes doses do herbicida alachor (zero-testemunha; 5,0 L.ha-1; 7,0 L.há-1; 10,0 L.ha-1).

Figura 6. Massa seca da raiz (g planta-1)

de plantas de mamona, em função de diferentes doses do herbicida alachor (zero-testemunha; 5,0 L.ha-1;7,0 L.ha-1; 10,0 L.ha-1)

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