[INIQÜIDADE (HOUAISS): ATO CONTRÁRIO À JUSTIÇA, À EQÜIDADE; ATO PERVERSO, MALDADE]

(1)

FÁRMACOS

II ENCONTRO NACIONAL DE INOVAÇÕES EM

FÁRMACOS E MEDICAMENTOS

12 12--13 DE NOVEMBRO DE 2008

13 DE NOVEMBRO DE 2008

SÃO PAULO

&

DOENÇAS NEGLIGENCIADAS

CLAUDIO COSTA NETO

UFRJ, INSTITUTO VILA ROSÁRIO

(2)

DOENÇAS NEGLIGENCIADAS

O QUE SÃO?

“(...) UM CONJUNTO DE DOENÇAS ASSOCIADAS

À SITUAÇÃO DE POBREZA, ÀS PRECÁRIAS

FÁRMACOS & DOENÇAS NEGLIGENCIADAS FÁRMACOS & DOENÇAS NEGLIGENCIADAS

À SITUAÇÃO DE POBREZA, ÀS PRECÁRIAS

CONDIÇÕES DE VIDA E ÀS INIQÜIDADES EM

(3)

DOENÇAS “NEGLIGENCIADAS”...

POR QUEM?

...“INIQÜIDADES (ATOS PERVERSOS...) EM

SAÚDE”...

33

PODE-SE DIZER, TAMBÉM, QUE AS

DOENÇAS NEGLIGENCIADAS SÃO UM

SUBCONJUNTO DAS DOENÇAS TROPICAIS

SAÚDE”...

PRATICADOS POR QUEM? “CONTRA” QUEM?

(4)

E DOENÇAS TROPICAIS, O QUE SÃO?

“DOENÇAS TROPICAIS PODEM SER DEFINIDAS COMO

QUALQUER DOENÇA INFECCIOSA QUE, EM ÁREAS DE CLIMA PREDOMINANTEMENTE TROPICAL, FACILMENTE SE INSTALE

NO HOMEM E SE ALASTRE POR GRANDE PARTE DA POPULAÇÃO.

VEICULADAS DE INDIVÍDUO PARA INDIVÍDUO OU ATRAVÉS DE UM VETOR, PODEM ATINGIR ESTÁGIOS AGUDOS E/OU

CRÔNICOS, BAIXANDO NITIDAMENTE O BEM ESTAR DO INDIVÍDUO E A SUA CAPACIDADE DE TRABALHO.

(5)

QUE IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA

TÊM ESSAS DOENÇAS PARA O PAÍS?

1. O SOFRIMENTO CAUSADO ÀS PESSOAS 2. O NÚMERO DE CASOS

55 2. O NÚMERO DE CASOS

3. A DISSEMINAÇÃO DA DOENÇA

4. A INCAPACITAÇÃO PARA A TRABALHO

5. O EFEITO DA DOENÇA NA ECONOMIA DO PAÍS 6. ETC.

(6)

DOENÇAS “NEGLIGENCIADAS”,

QUAIS SÃO?

(7)

PRINCIPAIS DOENÇAS TROPICAIS E

NEGLIGENCIADAS

CÓLERA FILARIOSE CLAMÍDIA (TRACOMA) HEPATITE

77 CLAMÍDIA (TRACOMA) HEPATITE

DESINTERIA LEISHMANIOSE

DENGUE HANSENÍASE (LEPRA) DOENÇA DE CHAGAS MALÁRIA

ESQUISTOSSOMOSE TUBERCULOSE

FEBRE AMARELA VERMES INTESTINAIS Etc. Etc. Etc.

(8)

DOENÇAS “NEGLIGENCIADAS”,

QUANTOS SÃO AFETADOS?

(9)

SITUAÇÃO DAS DOENÇAS NEGLIGENCIADAS NO BRASIL SITUAÇÃO DAS DOENÇAS NEGLIGENCIADAS NO BRASIL

DOENÇA NÚMERO (APROXIMADO)

DE CASOS ______________________________________________________ DENGUE 135.000 (2007) DOENÇA DE CHAGAS 6.000.000 (1998) 99 ESQUISTOSSOMOSE 4.000.000 (2008) LEISHMANIOSE 60.000 (2003) HANSENÍASE (LEPRA) 45.000 (2006) MALÁRIA 600.000 (2005) TUBERCULOSE 81.000 (2006)

(10)

DOENÇAS NEGLIGENCIADAS

QUE FÁRMACOS SÃO USADOS

NO SEU TRATAMENTO?

(11)

DOENÇAS DE CHAGAS

11 11

BENZONIDAZOL

[ROCHAGAN]

(12)

FÁRMACOS EM USO PARA O TRATAMENTO DA DOENÇA DE CHAGAS FÁRMACOS EM USO PARA O TRATAMENTO DA DOENÇA DE CHAGAS

N

O

N

O N

_H

O

₂

N

BENZONIDAZOL

(13)

ESQUISTOSSOMOSE

13 13

PRAZIQUANTEL

(14)

FÁRMACOS EM USO PARA O TRATAMENTO DA ESQUISTOSSOMOSE FÁRMACOS EM USO PARA O TRATAMENTO DA ESQUISTOSSOMOSE

N

O

N

O

(15)

LEISHMANIOSE

ANTIMONIATO DE MEGLUMINA

15 15

[GLUCANTIME]

ANFOTERICINA B

ISETIONATO DE PENTAMIDINA

(16)

FÁRMACOS EM USO PARA O TRATAMENTO DA LEISHMANIOSE FÁRMACOS EM USO PARA O TRATAMENTO DA LEISHMANIOSE

H C O OH OH OH HO NHCH₃ OH OH OH OH (HO)₂Sb₂O ANTIMONIATO DE MEGLUMINA (GLUCANTIME)

H₃C O O OH OH OH OH OH O OH COOH HOH3C OH

(17)

FÁRMACOS EM USO PARA O TRATAMENTO DA LEISHMANIOSE FÁRMACOS EM USO PARA O TRATAMENTO DA LEISHMANIOSE

O

HN

NH

17 17

ISETIONATO DE PENTAMIDINA

NH

₂

HOCH

2

CH

2

SO

3

H

NH

₂

(18)

CLOFAZIMINA

DAPSONA

PENTOXIFILINA

PREDNISONA

HANSENÍASE (LEPRA)

DAPSONA

MONOCICLINA

PREDNISONA

RIFAMPICINA

(19)

FÁRMACOS EM USO PARA O TRATAMENTO DA LEPRA FÁRMACOS EM USO PARA O TRATAMENTO DA LEPRA

(HANSENÍASE) (HANSENÍASE) N N H₃C CH₃ Cl O 19 19 N NH Cl CLOFAZIMINA N N O O H O TALIDOMIDA

(20)

FÁRMACOS EM USO PARA O TRATAMENTO DA LEPRA FÁRMACOS EM USO PARA O TRATAMENTO DA LEPRA

(HANSENÍASE) (HANSENÍASE) O OH S H₂N NH₂ O O DAPSONA CH₃ H CH₃ OH O O OH N N O _CH 3 H₃C O

(21)

ARTEMETER

ARTESUNATO

CLOROQUINA

MEFLOQUINA

MALÁRIA

21 21

ARTESUNATO

CLINDAMICINA

DOXICICLINA

MEFLOQUINA

PRIMOQUINA

QUININA (SULFATO)

(22)

FÁRMACOS EM USO PARA O TRATAMENTO DA MALÁRIA FÁRMACOS EM USO PARA O TRATAMENTO DA MALÁRIA

N HO C O H₃C N N HO CF₃ N QUININA MEFLOQUINACF₃ 3 N N H CH3O

(23)

FÁRMACOS EM USO PARA O TRATAMENTO DA MALÁRIA FÁRMACOS EM USO PARA O TRATAMENTO DA MALÁRIA

O

H

O

Artemisia annua

Qing Hao (340 a.C.)

23 23

R

ARTEMISININAS

=O ARTEMISININA

OCH3 ARTEMETER

OC2H5 ARTEETER

(24)

TUBERCULOSE

AMICACINA

CANAMICINA

ETAMBUTOL

ISONIAZINDA

CANAMICINA

CAPREOMICINA

ISONIAZINDA

OFLOXACINO

(25)

FÁRMACOS EM USO PARA O TRATAMENTO DA TUBERCULOSE O OH OH NH C O CH₃ CH₃ OH OH OAc H₃C O H₃C H₃C H₃C H _HO 25 25 O O C N OH O O N N CH₃ RIFAMPICINA N C NH O NH₂ ISONIAZIDA N N C NH₂ O PIRAZINAMIDA NH NH HO ETAMBUTOL

(26)

FÁRMACOS EM USO PARA O TRATAMENTO DA TUBERCULOSE N O O O OH F N N H₃C CH₃ R/S: OFLOXACINA S: LEVOFLOXACINA OH NH NH _OH C NH₂ HN O HO C NH O HO CHO O H₃C ESTREPTOMICINA (1944) H₂N O NH OH H₃C ESTREPTOMICINA (1944) OH HO OH Streptomyces griseus R O HO HO O H₂N HO O HO OH HO H₂N O

(27)

DOENÇAS NEGLIGENCIADAS

27 27

QUAIS DOS FÁRMACOS USADOS NO

TRATAMENTO DESSAS DOENÇAS

SÃO PRODUZIDOS NO BRASIL?

(28)

FÁRMACOS PARA AS DOENÇAS NEGLIGENCIADAS

DOENÇA FÁRMACO PRODUZIDO NO BRASIL _________________________________________________________________

DENGUE NÃO HÁ (VIROSE) DOENÇA DE CHAGAS NENHUM

ESQUISTOSSOMOSE NENHUM ESQUISTOSSOMOSE NENHUM LEISHMANIOSE NENHUM

(29)

DOENÇAS “NEGLIGENCIADAS”...

29 29

POR QUÊ?

(30)

PORQUE...

1. SAÚDE (E EDUCAÇÃO) NUNCA FORAM PRIORIDADES

“PÉTREAS” DOS GOVERNOS.

2. NÃO HÁ UMA CONTINUIDADE ESTRATÉGICA PARA

TRATAR A SAÚDE E A EDUCAÇÃO COMO A

PRIORIDADE MAIOR NOS GOVERNOS QUE SE

SUCEDEM.

3. COM A IMPORTÂNCIA POLÍTICA DADA À ECONOMIA,

AS DECISÕES (POLÍTICAS) PRIORIZAM OS

(31)

O QUE TEM

E O QUE FALTA

31 31

E O QUE FALTA

AO BRASIL PARA PRODUZIR OS

FÁRMACOS PARA O TRATAMENTO

DAS DOENÇAS “NEGLIGENCIADAS”?

(32)

HÁ EXCELENTES GRUPOS NO BRASIL TRABALHANDO

NAS ÁREAS ACADÊMICAS DA QUÍMICA E DA FARMÁCIA,

SEJA

O QUE NÓS TEMOS:

1. NOS PROCESSOS FUNDAMENTAIS

(BIOQUÍMICOS)

(33)

UMA VISÃO ESTRATÉGICA DE GOVERNO PARA

POLÍTICAS DE CURTO , MÉDIO E LONGO PRAZOS

RELATIVAS A FÁRMACOS PARA AS DOENÇAS

“NEGLIGENCIADAS”.

(ALGUMAS MUDANÇAS PODEM SER SENTIDAS ATUALMENTE)

O QUE NÓS NÃO TEMOS:

33 33 (ALGUMAS MUDANÇAS PODEM SER SENTIDAS ATUALMENTE)

E, PARA NOVOS FÁRMACOS,

É PRECÁRIA A INFRA-ESTRUTURA PARA ENSAIOS DE

TOXICIDADE

É PRECÁRIA A INFRA-ESTRUTURA PARA ENSAIOS

CLÍNICOS

(34)

O PROBLEMA DA PRODUÇÃO NACIONAL DE

FÁRMACOS PARA AS DOENÇAS NEGLIGENCIADAS

O CASO TUBERCULOSE

1. QUATRO FÁRMACOS SÃO USADOS NO ESQUEMA I (MS)

(ISONIAZIDA, RIFAMPICINA, ETAMBUTOL E PIRAZINAMIDA). 2. TODOS OS FÁRMACOS SÃO IMPORTADOS.

OS ESFORÇOS DA SOCIEDADE QTROP/FINEP/ABIQUIF PARA A PRODUÇÃO NACIONAL DOS FÁRMACOS

1. REUNIÃO COM EMPRESAS NO RIO E EM SÃO PAULO (1994 E 2. TODOS OS FÁRMACOS SÃO IMPORTADOS.

(35)

POR QUÊ NÃO SÃO PRODUZIDOS OS FÁRMACOS

PARA O TRATAMENTO DA TUBERCULOSE NO

BRASIL?

35 35

AS EMPRESAS DÃO COMO CAUSA

O MERCADO: O ÚNICO COMPRADOR É O GOVERNO,

QUE COMPRA PELO MENOR PREÇO.

(36)

A INSISTÊNCIA (IDEOLÓGICA) DO PROGRAMA QTROP

1. O PRINCÍPIO: O FÁRMACO EXISTE PARA DAR SAÚDE E BEM-ESTAR ÀS PESSOAS, NÃO PARA DAR LUCRO (EXAGERADO) AO SEU FABRICANTE

2. A ESTRATÉGIA: PROPOSTA DE GARANTIA DE TECNOLOGIA 2. A ESTRATÉGIA: PROPOSTA DE GARANTIA DE TECNOLOGIA

PARA FÁRMACOS ESTRATÉGICOS

3. A CONVICÇÃO: PARA DESENVOLVER/INOVAR É PRECISO PRODUZIR

(37)

O QUE É A GARANTIA DE TECNOLOGIA PARA

FÁRMACOS ESTRATÉGICOS?

...

É UMA AÇÃO POLÍTICA, A SER ESTABELECIDA

37 37

...

É UMA AÇÃO POLÍTICA, A SER ESTABELECIDA

PELO GOVERNO DA REPÚBLICA NA FORMA DE UM

PROGRAMA, PARA TER GARANTIDA, NO PAÍS, A

PRODUÇÃO NECESSÁRIA DE FÁRMACOS

ESTRATÉGICOS, QUANDO DELA NECESSITAR.

(VILA ROSÁRIO, 2002, Pág. XX)

(38)

COMO SE FAZ A GARANTIA DE TECNOLOGIA PARA

FÁRMACOS ESTRATÉGICOS?

“(...) O GOVERNO

1. COMPRARÁ, ANUALMENTE DE EMPRESA BRASILEIRA, FÁRMACOS POR ELE (GOVERNO) DEFINIDOS COMO

ESTRATÉGICOS, MESMO POR PREÇOS MAIS ALTOS DO QUE O ESTRATÉGICOS, MESMO POR PREÇOS MAIS ALTOS DO QUE O IMPORTADO,

2. NA PROPORÇÃO DE 10-20% DA SUA NECESSIDADE ANUAL, 3. POR UM PERÍODO PRÉ-FIXADO ( 5-10 ANOS?),