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RESENHA EDUCAÇÃO E CONSCIENTIZAÇÃO - DANIEL

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Academic year: 2021

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DANIEL RUDIMAR AFFONSO LARA DANIEL RUDIMAR AFFONSO LARA

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Educação como prática da Liberdade

Educação como prática da Liberdade

 Paulo Freire

 Paulo Freire

Educação e Conscientização Educação e Conscientização

Tal autor, pensando no quesito da democratização da cultura, percebeu-se a Tal autor, pensando no quesito da democratização da cultura, percebeu-se a necessidade de dar atenção aos déficits quantitativos e qualitativos da educação. necessidade de dar atenção aos déficits quantitativos e qualitativos da educação. Paulo Freire tenta mostrar que os processos de democratização é como se fosse Paulo Freire tenta mostrar que os processos de democratização é como se fosse uma condição necessária para a constituição da experiência democrática, devendo uma condição necessária para a constituição da experiência democrática, devendo estar em todas as partes sociais. Quanto maior essa experiência democrática, mais estar em todas as partes sociais. Quanto maior essa experiência democrática, mais difícil será deixar que as pessoas permaneçam em seu estado de ignorância. Essa difícil será deixar que as pessoas permaneçam em seu estado de ignorância. Essa ignorância não se restringe apenas ao analfabetismo, mas pela participação crítica ignorância não se restringe apenas ao analfabetismo, mas pela participação crítica que somente poderá ocorrer se o povo for capaz de optar e decidir.

que somente poderá ocorrer se o povo for capaz de optar e decidir.

Paulo Freire descreve um pouco sobre sua experiência como educador, em Paulo Freire descreve um pouco sobre sua experiência como educador, em um momento em que coordenava o Projeto de Educação de Adultos, onde lançou um momento em que coordenava o Projeto de Educação de Adultos, onde lançou duas instituições básicas de educação e cultura popular chamados de O Círculo de duas instituições básicas de educação e cultura popular chamados de O Círculo de Cultura e o Centro de Cultura. Na primeira instituição citada, foram criados debates Cultura e o Centro de Cultura. Na primeira instituição citada, foram criados debates de grupos em busca do esclarecimento de diversas situações. Esses debates eram de grupos em busca do esclarecimento de diversas situações. Esses debates eram programados pelos próprios grupos, através de entrevistas e posterior enumeração programados pelos próprios grupos, através de entrevistas e posterior enumeração de problemas que o grupo gostaria de debater. A primeira experiência foi realizada de problemas que o grupo gostaria de debater. A primeira experiência foi realizada no Recife, formando um grupo de cinco analfabetos, dentre os cinco, dois desistiram no Recife, formando um grupo de cinco analfabetos, dentre os cinco, dois desistiram nos primeiros dias. Os participantes eram homens egressos de zonas rurais, nos primeiros dias. Os participantes eram homens egressos de zonas rurais, totalmente analfabetos. Após

totalmente analfabetos. Após vinte dias de dvinte dias de debates, ebates, aplicou-se testes aplicou-se testes com o intuitocom o intuito de medir o aprendiz

de medir o aprendizado. ado. Os resultados foraOs resultados foram favoráveis. Para m favoráveis. Para medir o aprendizmedir o aprendizado,ado, um dos testes consistia em projetar uma ficha em que apareciam duas vasilhas de um dos testes consistia em projetar uma ficha em que apareciam duas vasilhas de cozinha, em uma ficha estava escrito „‟açúcar‟‟ e

cozinha, em uma ficha estava escrito „‟açúcar‟‟ e na outra ficha „‟veneno‟‟. E Abaixo na outra ficha „‟veneno‟‟. E Abaixo aa pergunt

pergunta: „‟qual dos dois você usaria para sua laranjada?‟‟ pediasa: „‟qual dos dois você usaria para sua laranjada?‟‟ pedias-se ao grupo para-se ao grupo para tentar ler a pergunta e dar a resposta oralmente. A resposta depois de um tempo era tentar ler a pergunta e dar a resposta oralmente. A resposta depois de um tempo era „‟„‟açúcar açúcar ‟‟.‟‟.

Não havia intenção de uma alfabetização puramente mecânica, Freire teve a Não havia intenção de uma alfabetização puramente mecânica, Freire teve a sensibilidade de uma alfabetização em que transformasse a ingenuidade em sensibilidade de uma alfabetização em que transformasse a ingenuidade em criticidade, e ao mesmo tempo alfabetizando-o. O autor pensava em uma criticidade, e ao mesmo tempo alfabetizando-o. O autor pensava em uma alfabetização ligada realmente à democratização da cultura, alfabetização em que o alfabetização ligada realmente à democratização da cultura, alfabetização em que o homem não fosse paciente do processo, mas ao contrário, desenvolvesse a homem não fosse paciente do processo, mas ao contrário, desenvolvesse a impaciência, vivacidade, características de invenção e reivindicação. Partiram do impaciência, vivacidade, características de invenção e reivindicação. Partiram do princípio de que a posição do homem era de não apenas estar no mundo, mas sim princípio de que a posição do homem era de não apenas estar no mundo, mas sim com o mundo, tendo relações permanentes com esse mundo. Essa relação é feita com o mundo, tendo relações permanentes com esse mundo. Essa relação é feita

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pelo homem, sendo alfabetizado ou não. Basta ser homem para realizar. É nesse ponto que o autor afirma que não há ignorância absoluta, nem sabedoria absoluta, pois ninguém é capaz de ignorar tudo e muito menos saber tudo. É nesse sentido que Paulo Freire descreve que o homem não capta apenas o dado da realidade, o fenômeno, a situação problemática pura. Haverá também a captação dos nexos causais, ou seja, o vínculo entre a conduta e o resultado. A compreensão que é resultante da captação será mais crítica quando é feita pela causalidade autêntica. Para o seu humano crítico (consciência crítica), essa causalidade autêntica esta submetida à análise, pois o que é autêntico hoje pode não ser amanhã. Já para o ser humano ingênuo (consciência ingênua) o que parece causalidade autêntica, já não é, porque atribui caráter estático, ou seja, de algo já feito ou estabelecido. Desta forma, é próprio da consciência crítica a integração com a realidade, enquanto da consciência ingênua é próprio sua superposição à realidade.

Com o exposto, Paulo Freire sentiu a necessidade urgente de uma educação capaz de contribuir com aquilo que o mesmo referiu-se em seu texto. Uma inserção capaz de promover a ingenuidade em crítica. Esse era um fundamento de sua experiência educativa. Mas, pairava a pergunta no ar, como realizar esta educação? Como proporcionar meios de superar as suas atitudes ingênuas diante da realidade de cada homem? Como ajudar o analfabeto a montar os sinais gráficos? Como colaborar para ele inserir-se? Para essas perguntas tinham uma resposta: a) Num método ativo, dialogal e crítico; b) Na modificação do conteúdo programático da educação; c) No uso de técnicas como a da Redução e da Codificação. Portanto, o diálogo é o caminho indispensável, mas o que é o diálogo? Para Freire, uma relação horizontal entre A e B. Só o diálogo comunica pelo fato de nutrir-se do amor, da humildade, da esperança, da fé, da confiança. E quando os dois lados do diálogo se ligam dessa forma, se fazem críticos em busca de algo. Surge uma relação de simpatia entre os dois lados. Só ai há comunicação. Em contraponto, Paulo Freire destaca o antidiálogo, que consiste na relação vertical entre A e B. É o oposto do diálogo, desamoroso, acrítico, sem humildade, desesperançoso. Aqui se quebra a relação de simpatia entre os lados. Desta forma, o antidiálogo não se comunica, faz comunicados. Paulo Freire estava em busca de uma pedagogia que houvesse comunicação, vencendo o antidiálogo.

O autor se atém em certo ponto do livro ao falar de cultura, que antes mesmo de sua alfabetização, seria necessário demonstrar o conceito de cultura. O papel do

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homem em sua realidade e com sua realidade. A cultura como resultada do trabalho do homem. A partir dessa definição que o analfabeto começaria sua mudança de atitudes, no sentido de descobrir-se criticamente como fazedor desse mundo da cultura. Nessas discussões sobre o conceito de cultura, Paulo Freire afirma que tanto o alfabetizando quanto o letrado tem um ímpeto de criação e recriação e que cultura é a poesia dos poetas letrados de seu País e também a poesia do cancioneiro popular, ou seja, de toda a criação humana. Esse debate, para Paulo Freire, é critizador e motivador. O analfabeto tem a oportunidade de aprender de forma crítica a necessidade de aprender a ler e escrever. É nesse ponto que o autor coloca que o alfabetizando consegue ser o agente desse aprendizado na medida em que a alfabetização vai além do domínio psicológico e mecânico das técnicas de escrever e ler. Pode-se dizer que é o domínio das técnicas citadas de forma consciente, no sentido de entender o que se lê e escrever o que se entende. Comunicar-se de forma gráfica. O autor reflete sobre o papel do educador nesse processo, que é de dialogar com o analfabeto sob re situações concretas oferecendo instrumentos necessários para que ele se alfabetize. Sendo assim, a alfabetização não pode ser feita de cima para baixo, como forma de imposição, mas sim, de dentro para fora, pelo analfabeto, com a colaboração o educador.

Por esse motivo, o autor buscou um método que fosse instrumento do educador e do educando e não apenas do educador. Elencaram-se então cinco fases de elaboração e execução prática do método. Na primeira fase, houve o levantamento do universo vocabular dos grupos com quem se trabalhará: Esse levantamento é feito por encontros com moradores da área que se pretende trabalhar para perceber os falares típicos do povo, as expressões particulares. Essa fase se torna rica para a equipe, pois há a exuberância da linguagem do povo. A segunda fase constitui-se pela escolha das palavras, selecionadas através do vocabulário pesquisado. A seleção é feita sob três critérios: 1) da riqueza fonêmica; 2) Das dificuldades Fonéticas; 3)Do teor pragmático da palavra. A terceira fase caracteriza-se pela criação de situações típicas do grupo com quem se vai trabalhar. São situações problemas que serão decodificadas pelos grupos, côa a elaboração do coordenador. A quarta fase constitui-se na elaboração de fichas-roteiro eu auxiliam os coordenadores de debate no trabalho a ser realizado. A quinta fase é elaboração de fichas com a decomposição das famílias fonêmicas correspondentes aos vocabulários geradores.

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 A dificuldade encontrada nesse método é a responsabilidade na preparação dos quadros de coordenadores. Porque, a dificuldade se encontra na criação de uma nova atitude, a do diálogo, que é uma relação de dois sujeitos (eu-tu).

 Após o diálogo é apresentado um desenho relacionado com a palavra geradora onde o coordenador a repete por várias vezes junto com o grupo. Visualizada a palavra, estabelecido um vínculo semântico entre o objeto a que se refere, representado na situação, apresenta-se ao educando, agora sem a imagem, apenas a palavra que a nomeia e depois a mesma palavra separada em silabas, que o analfabeto, de modo geral, identifica como “pedaços”. Na etapa de analise, passa-se à visualização das famílias fonêmicas que compõem a palavra em estudo chegando a uma ultima análise, o reconhecimento das vogais, a ficha que apresenta as famílias em conjunto foi chamada pela professora Aurenice Cardoso de ficha da descoberta.

Imediatamente à visualização dos “pedaços”  e fugindo-se a uma ortodoxia analítico-sintética, parte-se para o reconhecimento das famílias fonêmicas. Após o conhecimento de cada família fonêmica, fazem-se exercícios de leitura para a fixação das sílabas novas. De um a um, vão todos “fazendo” combinações possíveis.

Na medida em que um método ativo ajude o homem a se conscientizar em torno de sua problemática, em torno de sua condição de pessoa, por isso de sujeito, se instrumentalizará para as suas ações, então, ele mesmo se politizará.

O governo Goulart não cumpriu com o programa, ao qual deveria ter em 1964 funcionando mais de vinte mil Círculos de Cultura em todo o País. Pretendia-se fazer uma temática do povo brasileiro que após análise seriam “reduzidos” a unidades de aprendizados. Com a criação de um catálogo de temas reduzidos e referenciais bibliográficos que poderíamos à disposição dos colégios e universidades, poderíamos ampliar o raio de ação da experiência e contribuir para a indispensável identificação de nossa escola com a realidade.

Na medida em que os grupos, discutindo, fossem percebendo o que há de engodo na propaganda, por exemplo, de certa marca de cigarro, e que aparece uma bela moça de biquíni não tem nada a ver com o cigarro, iriam descobrindo, inicialmente, a diferença entre educação e propaganda, preparando-se para depois discutir e perceber os mesmos engodos na propaganda ideológica ou política.

Referências

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