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PROJETO DE LEI Nº 837/2019

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ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

GABINETE DO(A) DEPUTADO(A) DELEGADO CARLOS AUGUSTO

PROJETO DE LEI Nº 837/2019

DISPÕE

SOBRE

O

TRATAMENTO

TRIBUTÁRIO RELATIVO ÀS TAXAS NO

ÂMBITO DA SECRETARIA DE ESTADO DE

POLÍCIA CIVIL

Autor(es): Deputado DELEGADO CARLOS AUGUSTO

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

RESOLVE:

CAPITULO I

DISPOSIÇÃO PRELIMINAR

Artigo 1º - Fica estabelecido, por esta lei, o tratamento tributário da Taxa de Segurança, Fiscalização

e Autorização – TSFA, no âmbito da Secretaria de Estado de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro através da Divisão de Roubos e Furtos de Automóveis - DRFA;

CAPITULO II DISPOSIÇÕES GERAIS

SEÇÃO I DO FATO GERADOR

Artigo 2º - A Taxa de Segurança, Fiscalização e Autorização – TSFA é uma espécie de tributo cujo

fato gerador é o exercício do poder de polícia ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição.

SEÇÃO II

DOS CONTRIBUINTES E DOS RESPONSÁVEIS Artigo 3º - São contribuintes das taxas as pessoas, naturais ou jurídicas, que:

I - estiverem sujeitas ao exercício regular do poder de polícia da Secretaria de Estado de Polícia Civil; II - requeiram ou utilizem, de forma efetiva ou potencial, serviços públicos específicos e divisíveis,

prestados pela Secretaria de Estado de Polícia Civil.

Artigo 4º - São solidariamente responsáveis pelo pagamento das taxas e dos acréscimos legais: I - o beneficiário direto do serviço prestado ou do ato praticado, que não se caracterize como

contribuinte;

II - todo aquele que efetivamente concorrer para o não recolhimento total ou parcial da taxa.

SEÇÃO III

DA NÃO INCIDÊNCIA E DA ISENÇÃO Artigo 5º - As taxas não incidem na prestação de serviços destinados a:

I - satisfação do direito de petição ao Poder Público em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou

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II - fornecimento, em repartições públicas, de informações para a defesa de direitos e

esclarecimentos de interesse pessoal;

III - respostas a pedidos de informações ao Poder Público, objetivando a instrução de defesa ou

denúncia de irregularidades, no âmbito da administração direta e indireta do Estado;

IV - respostas de requerimentos ou petições relacionados às garantias individuais e à defesa do

interesse público;

V - prestação de informações para as impugnações de mandato eletivo por abuso do poder

econômico, corrupção ou fraude;

VI - órgãos da Administração Pública Direta do Estado;

Artigo 6º - As hipóteses de isenção de cada taxa estão previstas nas disposições específicas

estabelecidas no Capítulo III desta lei.

Artigo 7º - O reconhecimento da não-incidência e a concessão da isenção deverão ser requeridos

junto à Secretaria de Estado competente para a realização do ato ou prestação do serviço.

SEÇÃO IV DOS VALORES

Artigo 8º - O valor de cada taxa será fixado em UFIRs e individualizado nos termos dos itens

arrolados no Anexo desta lei.

Parágrafo único - A conversão em moeda corrente far-se-á pelo valor da UFIR vigente no primeiro

dia útil do mês em que se efetivar o recolhimento.

SEÇÃO V DO RECOLHIMENTO

Artigo 9º - O recolhimento das taxas previstas nesta lei será de responsabilidade do sujeito passivo,

nos prazos definidos pelo órgão competente para sua cobrança e na forma estabelecida pela Secretaria da Fazenda.

Artigo 10 - Os alvarás e os certificados de regularidade deverão ser renovados até o último dia útil do

mês de fevereiro de cada ano, salvo disposição em contrário.

Artigo 11 - Os recolhimentos de taxas devidas para períodos específicos não poderão ser

aproveitados em períodos diversos.

Artigo 12 - O contribuinte ou responsável terá direito à restituição, total ou parcial, do valor da taxa

paga indevidamente, na forma estabelecida pelo Poder Executivo.

SEÇÃO VI

DOS ACRÉSCIMOS MORATÓRIOS Artigo 13 - Quando não recolhido no prazo, o valor devido ficará sujeito a:

I - multa moratória, calculada sobre o valor da taxa, de 0,33% (trinta e três centésimos por cento) por

dia de atraso, limitada a 20% (vinte por cento);

II - juros de mora, que incidem:

a) relativamente à taxa, a partir do dia seguinte ao do vencimento;

b) relativamente às penalidades previstas no artigo 16 desta lei, a partir do segundo mês

subsequente ao da constituição do crédito tributário.

§ 1º - A taxa de juros de mora, que será divulgada mensalmente pelo Poder Executivo, é equivalente: 1 - por mês, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC para títulos

federais, acumulada mensalmente;

2 - por fração de mês, assim entendido qualquer período de tempo inferior a um mês, a 1% (um por

cento).

§ 2º - Em nenhuma hipótese a taxa de juros será inferior a 1% (um por cento) ao mês.

§ 3º - Ocorrendo a extinção, substituição ou modificação da taxa referencial prevista no item 1 do § 1º

deste artigo, o Poder Executivo adotará outro indicador oficial que reflita o custo do crédito no mercado financeiro.

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através de lançamento de ofício, caso em que se aplicam as penalidades do artigo 16 desta lei.

SEÇÃO VII DO AVISO DE DÉBITO Artigo 14 - Cabe à Secretaria de Estado de Polícia Civil: I - exigir a comprovação do pagamento da taxa;

II - calcular e cobrar o débito fiscal, quando verificado que o contribuinte ou responsável deixou de

recolher a taxa no prazo legal, no todo ou em parte.

Artigo 15 - No caso do inciso II do artigo 14 desta lei, o órgão público emitirá aviso de débito,

destinado ao contribuinte ou responsável, contendo os dados necessários à exata compreensão do débito fiscal.

§ 1º - O interessado poderá, por escrito, apresentar esclarecimentos à Secretaria de Estado de

Polícia Civil, no prazo previsto no aviso de débito.

§ 2º - Após a análise, se mantida a cobrança, será o interessado cientificado pelo respectivo órgão a

recolher o valor integral do débito no prazo de 30 (trinta) dias contados da data da notificação.

§ 3º - Não havendo a apresentação de esclarecimentos ou decorrido o prazo a que se refere o § 2º

deste artigo sem o pagamento do débito, a Secretaria de Estado de Polícia Civil informará a Secretaria da Fazenda.

SEÇÃO VIII

DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES

Artigo 16 - Constituem condutas sujeitas à imposição de sanção pecuniária, na seguinte

conformidade:

I - deixar de pagar, no todo ou em parte, taxa prevista nos Anexos desta lei: multa de uma vez o valor

da taxa devida ou da parte faltante;

II - alterar ou falsificar documento de recolhimento da taxa, no todo ou em parte: multa de 10 (dez)

vezes o valor da taxa devida, nunca inferior a 20 (vinte) UFIRs por documento;

III - utilizar documento de recolhimento de taxa falsificado ou adulterado, no todo ou em parte: multa

de 10 (dez) vezes o valor da taxa devida, nunca inferior a 20 (vinte) UFIRs por documento.

§ 1º - As multas previstas neste artigo não excluem a obrigação do pagamento da taxa devida.

§ 2º - A conversão do valor das multas fixadas em UFIR em moeda corrente far-se-á pelo seu valor

vigente na data de constituição do crédito tributário.

§ 3º - O órgão público que constatar quaisquer das infrações previstas neste artigo comunicará o fato

à Secretaria da Fazenda.

SEÇÃO IX

DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA

Artigo 17 - A Secretaria da Fazenda não realizará procedimento fiscal quando os custos claramente

superarem a expectativa da correspondente receita, na forma estabelecida pelo Poder Executivo.

Artigo 18 - São obrigados a exibir os documentos relacionados com o tributo, a prestar informações

solicitadas pelo fisco e a não embaraçar a ação fiscalizadora todos os que participarem ou tiverem informações sobre os atos sujeitos ao tributo.

Artigo 19 - Verificado que o contribuinte ou responsável deixou de recolher a taxa no prazo legal, no

todo ou em parte, ou depois de recebidas as informações a que se referem o § 3º do artigo 15 e o § 3º do artigo 16, ambos desta lei, ou quando constatada a ocorrência das infrações previstas nesta lei, a autoridade fiscal adotará providências com vistas ao lançamento.

Artigo 20 - Enquanto não extinto o direito de constituir o crédito tributário, o lançamento poderá ser

revisto de ofício pela autoridade fiscal, quando verificado erro ou fato não conhecido ou não provado.

Artigo 21 - Na hipótese de o sujeito passivo procurar o órgão competente, antes de qualquer

procedimento fiscal, para sanar irregularidade relacionada ao cumprimento de obrigação pertinente à taxa não serão aplicadas as penalidades previstas no artigo 16 desta lei, desde que a irregularidade seja sanada no prazo determinado.

Parágrafo único - O aviso de débito previsto no artigo 15 desta lei não exclui a espontaneidade do

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Artigo 22 - As sanções decorrentes da inobservância da legislação específica não tributária de cada

órgão serão aplicadas por agente competente, conforme procedimento previsto pela respectiva Secretaria.

SEÇÃO X

DO PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO

Artigo 23 - Aplica-se ao procedimento a legislação que dispõe sobre o processo administrativo

tributário estadual.

SEÇÃO XI DA ARRECADAÇÃO

Artigo 24 - Compete à Secretaria da Fazenda o controle do sistema de arrecadação das taxas. Artigo 25 - A receita das taxas previstas nesta lei será destinada ao Fundo Especial da Polícia Civil

do Estado do Rio de Janeiro – FUNESPOL.

SEÇÃO XII

DA COOPERAÇÃO ENTRE OS ÓRGÃOS PÚBLICOS

Artigo 26 - Os órgãos estaduais, no âmbito de sua área de competência, poderão firmar termos de

cooperação entre si e com órgãos da União, Estados e Municípios, com o escopo de facilitar a operacionalização dos procedimentos relativos às taxas.

SEÇÃO XIII DA CONSULTA

Artigo 27 - Todo aquele que tiver legítimo interesse poderá formular consulta sobre a interpretação e

a aplicação da legislação relativa às taxas previstas nesta lei.

Parágrafo único - Aplica-se, no que couber, o procedimento de consulta disciplinado na legislação

do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS.

CAPÍTULO III

DISPOSIÇÕES ESPECÍFICAS SEÇÃO I

DA TAXA DE SEGURANÇA, FISCALIZAÇÃO e AUTORIZAÇÃO – TSFA

Artigo 28 - A Taxa de Segurança, Fiscalização e Autorização – TSFA tem como fato gerador o

exercício regular do poder de polícia ou a prestação, efetiva ou potencial, dos serviços públicos específicos e divisíveis previstos no Anexo I desta lei.

Artigo 29 - São contribuintes da TSFA as pessoas, naturais ou jurídicas, que:

I - estiverem sujeitas ao exercício regular do poder de polícia da Secretaria de Estado de Polícia Civil,

conforme hipóteses previstas no Anexo I desta lei;

II - requeiram ou utilizem, de forma efetiva ou potencial, serviços públicos específicos e divisíveis,

prestados por órgão estadual, previstos no Anexo I desta lei.

Artigo 30 - São solidariamente responsáveis pelo pagamento da TSF e dos acréscimos legais: I - o beneficiário direto do serviço prestado ou do ato praticado, que não se caracterize como

contribuinte;

II - o agente público que prestar o serviço ou praticar o ato decorrente da atividade do poder de

polícia sem o recolhimento da respectiva TSFA ou com insuficiência de pagamento.

§ 1º - O serviço ou o ato poderá, a critério do órgão executor, ser prestado ainda que não tenha sido

recolhida a respectiva taxa, caso em que não se aplicará o disposto no inciso II deste artigo, cabendo, posteriormente, a sua cobrança administrativa

§ 2º - A solidariedade prevista neste artigo não comporta benefício de ordem. Artigo 31 - São isentos da TSFA:

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I - os atos destinados a autarquias e fundações públicas do Estado;

II - os atos destinados a órgãos da Administração Pública direta, autarquias e fundações públicas da

União, dos demais Estados e dos Municípios;

III- os partidos políticos, as instituições de educação sem fins lucrativos e de assistência social; IV- as entidades religiosas legalmente constituídas;

V- os atos de interesse das pessoas comprovadamente pobres, à vista de declaração de pobreza,

nos termos da Lei Federal nº 7.115, de 29 de agosto de 1983;

VI- a expedição, a qualquer título, do atestado de antecedentes criminais;

CAPITULO IV DISPOSIÇÕES FINAIS

Artigo 32 - As disposições desta lei não se aplicam aos casos regulados por lei específica.

Artigo 33 - É facultada aos órgãos administrativos a fixação de preços públicos relativos à prestação

de serviços de apoio, não relacionados ao seu objetivo essencial.

Artigo 34 – Ficam os cartórios obrigados a exigir quando do reconhecimento de autenticidade de

assinatura relacionada a compra e venda de veículos entre particulares, certidão de autenticidade de vendedor de veículo automotor emitida pela Divisão de Roubos e Furtos de Automóveis - DRFA.

Artigo 35 - Esta lei entra em vigor em 90 (noventa) dias a contar da data de sua publicação,

produzindo efeitos a partir do exercício financeiro seguinte ao de sua publicação.

Plenário Barbosa Lima Sobrinho, 26 de junho de 2019.

DELEGADO CARLOS AUGUSTO

DEPUTADO ESTADUAL

ANEXO I – TAXAS DE SEGURANÇA, FISCALIZAÇÃO E AUTORIZAÇÃO *

1. Auto de exame pericial em veículo, a pedido das partes 643

2. Baixa em restrição interestadual e devolução de veículo 64,3

3. Certidão de autenticidade de vendedor de veículo automotor 64,3

4. Expedição de declaração ou certidão 64,3

5. Segundas vias dos documentos acima listados 64,3

6. Certificado de regularidade 160,75

Valores da Taxa de Segurança, Fiscalização e Autorização em UFIR-RJ *

JUSTIFICATIVA

O Projeto de Lei ora apresentado tem por escopo instituir contraprestação por serviço prestado pela Secretaria de Estado de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, através da Divisão de Roubo e Furto de Automóveis - DRFA/SEPOL, criando Taxa de Segurança, Fiscalização e Autorização.

Preliminarmente, faz-se relevante esclarecer que alguns dos referidos serviços já são prestados pela Divisão de Roubo e Furto de Automóveis - DRFA/SEPOL;

Importante também ressaltar que parte dos serviços, de interesse eminentemente privado, fogem das atribuições ordinárias de Segurança Pública;

Impende destacar que o Código Tributário Estadual, em seu artigo 107 prevê a possibilidade de recolhimento de taxas em função da prestação de alguns serviços estaduais, as quais são definidas em tabela anexa ao código. Tais taxas terão destinação determinada em orçamento anual e

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serão vinculadas às atividades que lhe deram origem. Verifica-se que ANEXO II, o qual versa sobre “TAXAS DE SEGURANÇA E CENSURA”, em seu o item 10 prevê o recolhimento de taxas relacionadas a “VISTORIA DE AUTORIZAÇÃO”, sem, no entanto, contemplar as atividades mencionadas no presente projeto;

Faz-se relevante trazer à colação que diversas Unidades da Federação há tempos já preveem a cobrança de Taxas pelos serviços ora mencionados;

Especificamente quanto a obrigação imposta aos cartórios do Estado do Rio de Janeiro de exigir certidão de autenticidade de vendedor de veículo automotor emitida pela Divisão de Roubos e Furtos de Automóveis – DRFA (artigo 34 do presente Projeto de Lei), tal medida tem como finalidade precípua impedir transferências ilegais de veículos “clonados”, oriundos de fraude, resguardando assim o legítimo interesse do comprador de boa-fé, assim como o regular cadastro da base de dados do DETRAN e DENATRAN.

No tocante a atividade de fiscalização em “ferros-velhos” de veículos, observa-se o conteúdo da Lei nº 12.977, de 20 de maio de 2014, abaixo transcrita:

“REGULA E DISCIPLINA A ATIVIDADE DE DESMONTAGEM DE VEÍCULOS AUTOMOTORES TERRESTRES; ALTERA O ART. 126 DA LEI Nº 9.503, DE 23 DE SETEMBRO DE 1997 - CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO; E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS” .

(...)

Art. 11. Fica criado o banco de dados nacional de informações de veículos desmontados e das atividades exercidas pelos empresários individuais ou sociedades empresárias, na forma desta Lei, no qual serão registrados as peças ou conjuntos de peças usadas destinados a reposição e as partes destinadas a sucata ou outra destinação final.

(...)

§ 2º Os órgãos executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal terão participação no fornecimento de informações para o banco de dados.

§ 3º O acesso dos órgãos de segurança pública às informações constantes do banco

de dados de que trata este artigo independe de ordem judicial .

Regulamentando referida Lei, foi editada a Resolução nº 611 , de 24 de maio de 2016 do

CONTRAN:

“REGULAMENTA A LEI Nº 12.977, DE 20 DE MAIO DE 2014, QUE REGULA E DISCIPLINA A ATIVIDADE DE DESMONTAGEM DE VEÍCULOS AUTOMOTORES TERRESTRES, ALTERA O § 4º DO ARTIGO 1º DA RESOLUÇÃO CONTRAN Nº 11, DE 23 DE JANEIRO DE 1998, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS”.

“Art. 24. A fiscalização do cumprimento do disposto nesta Resolução será realizada pelo Órgão ou Entidade Executivo de Trânsito dos Estados e do Distrito Federal, ressalvada a competência dos órgãos fazendários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, no que se refere à legislação tributária.

§ 1º O Órgão ou Entidade Executivo de Trânsito dos Estados e do Distrito Federal

poderá atuar em parceria com os órgãos e entidades de Segurança Pública para fiscalização conjunta, incluindo desde a expedição do registro até a lacração dos estabelecimentos que descumprirem as normas contidas nesta Resolução e legislação específica”.

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Acrescente-se ainda a existência do Projeto de Lei nº 3708/2017 da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro - ALERJ, nos seguintes termos:

EMENTA:

“DISPÕE SOBRE A COMERCIALIZAÇÃO DE PARTES, PEÇAS E ACESSÓRIOS AUTOMOTIVOS ORIUNDOS DE VEÍCULOS EM FIM DE VIDA ÚTIL SUJEITOS À DESMONTAGEM, REGULA O PROCEDIMENTO DE DEFESA ADMINISTRATIVA, NA FORMA DA LEI FEDERAL Nº 12.977, DE 20 DE MAIO DE 2014, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS .”

Autor(es): Deputada MARTHA ROCHA

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO RESOLVE:

“Art. 1º Esta Lei regula a comercialização de partes, peças e acessórios automotivos de veículos em fim de vida útil sujeitos à desmontagem e o procedimento de defesa administrativa às autuações previstas na Lei Federal nº 12.977, de 20 de maio de 2014.

(...)

Art. 4º A comercialização de sucata pelas empresas de desmontagem fica restrita às empresas de reciclagem devidamente habilitadas, primando pela proteção ao meio ambiente e visando à inibição do comércio ilícito de peças

automotivas.”

Impende ainda ressaltar que o parâmetro utilizado para constituir o valor das Taxas considerou a quantidade de horas média de RAS a ser realizada pelo Agente de Polícia Civil (06h – Nível “B”), nos termos do Decreto nº 46.646 de 02 de maio de 2019, assim como os ditames legais já devidamente estipulados pela Portaria SUAR 24 de 26 de dezembro de 2018 da Secretaria Estadual de Fazenda, abaixo transcritas. Vejamos:

“DECRETO Nº 46.646 DE 02 DE MAIO DE 2019

DISPÕE SOBRE A REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DOS VALORES DO REGIME ADICIONAL DE SERVIÇOS, PROEIS E PROESP DOS SERVIDORES DA SECRETARIA DE ESTADO DA POLICIA MILITAR E DA SECRETARIA DE ESTADO DA POLICIA CIVIL.

NÍVEL

Turno de 06 horas efetiva de trabalho Turno de 08 horas efetiva de trabalho Turno de 12 horas efetiva de trabalho A R$ 277,58 R$ 370,10 R$ 555,16 B R$ 222,26 R$ 296,08 R$ 444,12

(8)

C R$ 166,55 R$ 222,06 R$ 333,09

Os argumentos acima expostos estão amparados não só na Constituição Federal de 1988, mas também no Código Tributário Estadual (Decreto Lei nº 05, de 15 de Março de 1975), in verbis:

“LIVRO PRIMEIRO

TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA DO ESTADO TÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 2.º Os Tributos Estaduais são: (...)

II - Taxas em razão do exercício do poder de polícia ou pela

utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição;

Neste sentido é a Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal:

“DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TAXA DE LICENÇA PARA LOCALIZAÇÃO DE ESTABELECIMENTO.

CONSTITUCIONALIDADE. BASE DE CÁLCULO. PROPORCIONALIDADE COM O CUSTO DA ATIVIDADE ESTATAL DE FISCALIZAÇÃO. PRECEDENTES.

1. Nos termos da jurisprudência da Corte, a taxa de renovação de licença de funcionamento é constitucional, desde que haja o efetivo exercício do poder de polícia, o qual é demonstrado pela mera existência de órgão administrativo que possua estrutura e competência para a realização da atividade de fiscalização.

2. A base de cálculo da taxa de fiscalização e funcionamento fundada na área de fiscalização é constitucional, na medida em que traduz o custo da atividade estatal de fiscalização. Quando a Constituição se refere às taxas, o faz no sentido de que o tributo não incida sobre a prestação, mas em razão da prestação de serviço pelo Estado. A área ocupada pelo estabelecimento comercial revela-se apta a refletir o custo aproximado da atividade estatal de fiscalização.

3. Agravo regimental a que se nega provimento.” RE 856.185-AgR/PR.

Nesta toada, e considerando ainda o teor da lei nº 1.345, de 13 de setembro de 1988 que cria o Fundo Especial da Polícia Civil - FUNESPOL e dá outras providências, verificamos o seguinte, em relação à arrecadação das Taxas de Serviço de Segurança e Censura:

“Art. 1º - Fica criado o Fundo Especial da Polícia Civil - FUNESPOL, que tem como finalidade o reequipamento da Polícia Civil, segundo as prioridades de sua política de segurança pública.

Art. 2º - Constituem receitas do Fundo Especial da Polícia Civil - FUNESPOL:

I - da arrecadação das Taxas de Serviço de Segurança e Censura, referida no inciso II, da Tabela a que se refere o artigo 106 do Código Tributário Estadual, instituído pelo

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Lei nº. 622, de 02 de dezembro de 1982.”

Ademais, trazemos a Portaria SUAR nº 24 de 26 de dezembro de 2018, que divulga os valores atualizados das taxas de serviços estaduais para o exercício de 2019, ipsis litteris:

"DIVULGA OS VALORES ATUALIZADOS DAS TAXAS DE SERVIÇOS ESTADUAIS PARA O EXERCÍCIO DE 2019 ”

O SUPERINTENDENTE DE ARRECADAÇÃO, no uso de suas atribuições legais, e CONSIDERANDO o disposto no Parágrafo Único do artigo 107 do Decreto-Lei nº 05, de 15 de março de 1975, com a redação dada pela Lei nº 7.175, de 28 de dezembro de 2015, e na Resolução SEFAZ nº 366, de 21 de dezembro de 2018, que fixou em R$3,4211 (três reais e quatro mil duzentos e onze décimos de milésimos) o valor da Unidade Fiscal de Referência do Estado do Rio de Janeiro (UFIR-RJ) para o exercício de 2019, e o que consta no Processo nº E-04/070/100165/2018, RESOLVE:

Art. 1º Os valores atualizados das Taxas de Serviços Estaduais para o exercício de 2019 são os constantes dos Anexos I a VII desta Portaria.

Parágrafo único - Os contribuintes do ICMS que comprovem a condição de estarem incluídos no Simples Nacional recolherão as taxas de serviços estaduais, referentes à administração fazendária, com desconto de 70% previsto na Lei nº 5.147/2007, conforme valores constantes do Anexo VIII desta Portaria.

Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos a partir de 1º de janeiro de 2019, revogadas as disposições em contrário.

(...)

ANEXO II - TAXAS DE SEGURANÇA E CENSURA

Valores das taxas de serviços estaduais para o exercício de 2019

ATO OU SERVIÇO R$

1 - Emissão de carteira de identidade (exceto 1a. via) 38,58 2 - Processo policial de ação privada

2.1 - inquérito ou flagrante - dispensadas outras despesas, salvo se

houver perícia 57,87

3 - Perícia procedida no interesse das partes 643 4 - Licença para indústria ou comércio de armas, munições, explosivos,

tóxicos, produtos químicos agressivos e corrosivos e fogos de artifício, por ano e por local

1.607,51 5 - Explosivos

5.1 - licença para depósito e uso de explosivo em pedreiras 964,51 5.2 - licença para uso de explosivos em desmontes e aberturas de túneis,

por local e por período inferior a um ano 964,51 6 - Licença para emprego de produtos químicos 964,51 7 - Fogos de artifício

7.1 - licença, anual para depósito de fogos de artifício 964,51 7.2 - licença para venda a varejo de fogos de artifício, em

estabelecimentos rudimentares, sem organização comercial, e que não tenham caráter permanente, até seis meses

964,51 8 - Termo de abertura e encerramento nos livros exigidos pelo

regulamento de polícia, por termo 64,3 9 - Vistoria anual, de acordo com as classificações da EMBRATUR (vide

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nota I)

9.1 - hotéis, motéis, pousadas, hospedarias, albergues, hotéis residência, hotéis de lazer, pensões, dormitórios, casas de cômodos, paradores, e demais estabelecimentos similares, de acordo com a seguinte classificação:

9.1.1 - até 20 quartos e/ou apartamentos 964,51 9.1.2 - de 21 a 50 quartos e/ou apartamentos 1.607,51 9.1.3 - de 51 a 100 quartos e/ou apartamentos 2.572,01 9.1.4 - de 101 a 200 quartos e/ou apartamentos 3.858,02 9.1.5 - de 201 a 300 quartos e/ou apartamentos 6.430,03 9.1.6 - de 301 a 400 quartos e/ou apartamentos 9.645,05 9.1.7 - de 401 quartos e/ou apartamentos em diante 12.860,07 9.2 - cinemas, teatros, boates, cabarés, dancings, salões de snooker e

bilhar, sinuquinha, futebol mecanizado e similares 1.125,26 9.3 - clubes, sociedades ou associações recreativas, desportivas e

sociais, estações auditivas ou visuais, parques de diversões, circos, velódromos e espetáculos eqüestres

1.125,26

9.4 - prados de corridas 8.037,54

9.5 - prados de corridas com área superior a 400.000 m2 80.375,43 9.6 - lojas de apostas em corridas de cavalos, de vendas de bilhetes de

loteria e de apostas de loteria esportiva, loto e similares 1.446,76 9.7 - lojas de jogos de fliperama e similares 5.144,03 9.8 - serviços de alto-falantes, sem propaganda comercial (fixos ou

volantes) 1.446,76

9.9 - serviços de alto-falantes, com propaganda comercial (fixos ou

volantes) 1.446,76

10 - Vistoria de autorização

10.1 - para realização de bailes carnavalescos para associados, em

clubes, sociedades ou associações portadoras de alvará anual, com até 900 m2 755,53 10.2 - para realização de bailes carnavalescos para associados, em

clubes, sociedades ou associações portadoras de alvará anual, acima de 900m2 1.511,06 10.3 - para funcionamento de jogos carteados permitidos em lei, em

clubes, associações e sociedades já registradas, por mês 1.768,26 11 - Vistoria de autorização de bingos permanentes, eventuais e similares

11.1 - destinada ao credenciamento anual de entidades, para a

exploração de bingos permanentes e similares 14.575,65 11.2 - destinada ao credenciamento para realização de bingos eventuais e

similares, com observância dos requisitos regulamentares, por cada evento

11.2.1 - com capacidade de até 500 participantes 5.465,87 11.2.2 - com capacidade de 501 até 5.000 participantes 14.575,65 11.2.3 - com capacidade de 5.001 até 15.000 participantes 27.329,36 11.2.4 - com capacidade de 15.001 até 30.000 participantes 36.439,12 11.2.5 - com capacidade acima de 30.000 participantes 45.548,91 12 - Prevenção e extinção de incêndio (vide nota II)

12.1 - unidades imobiliárias de utilização residencial, ocupadas ou não, por ano

12.1.1 - área construída, até 50 m2 32,15 12.1.2 - área construída, acima de 50m2 até 80 m2 80,38 12.1.3 - área construída, acima de 80m2 até 120 m2 96,45 12.1.4 - área construída, acima de 120m2 até 200 m2 128,6

(11)

12.1.5 - área construída, acima de 200m2 até 300 m2 160,75 12.1.6 - área construída, acima de 300 m2 192,9 12.2 - unidades imobiliárias de utilização não residencial, ocupadas ou

não, por ano

12.2.1 - área construída, até 50 m2 64,3 12.2.2 - área construída, acima de 50m2 até 80 m2 96,45 12.2.3 - área construída, acima de 80m2 até 120 m2 192,9 12.2.4 - área construída, acima de 120m2 até 200 m2 540,12 12.2.5 - área construída, acima de 200m2 até 300 m2 707,3 12.2.6 - área construída, acima de 300m2 até 500 m2 900,2 12.2.7 - área construída, acima de 500m2 até 1.000 m2 1.607,51 12.2.8 - área construída, acima de 1.000 m2 1.929,01 13 - Armas

13.1 - registro, por ano 643

13.2 - licença para porte, por ano 964,51 13.3 - licença para porte em veículo, por ano 964,51 13.4 - visto do porte expedido por outro estado 964,51 13.5 - segundas vias de certificado de registro de armas e de licenças 643 14 - Guias de embarque, desembarque ou entrega, nas alfândegas,

estações, trapiches ou depósitos, de explosivos, armas, munições, produtos químicos, agressivos ou corrosivos, por guia

160,75 15 - Serviços particulares de segurança e vigilância

15.1 - verificação do atendimento, pela pessoa jurídica requerente, dos requisitos necessários à concessão da autorização, ou da renovação da autorização, para seu funcionamento

6.430,03 15.2 - vistoria dos locais e instalações onde se desempenhem atividades

sujeitas aos efeitos desta lei, sejam eles estabelecimentos próprios, sejam de terceiros, ou, ainda, das empresas que mantenham segurança própria

9.645,05 15.3 - vistoria de veículos operacionais comuns 964,51 15.4 - renovação de certificado de vistoria de veículos operacionais

comuns 964,51

15.5 - autorização para compra de armas, munições e apetrechos de

recarga 964,51

15.6 - autorização para transporte de armas, munições e apetrechos de

recarga 964,51

15.7 - autorização para mudança do modelo do uniforme 964,51 15.8 - registro de certificado de formação de vigilantes 321,5 15.9 - expedição e renovação de alvará de funcionamento de curso para

formação de vigilantes 3.215,02

15.10 - avaliação técnica e psicológica anual de vigilante, para renovação

de credenciamento. 321,5

15.11 - expedição de carteira de vigilante 57,87 15.12 - expedição de declaração ou certidão 160,75 15.13 - autorização para porte de arma 964,5

Por fim, em relação à competência para legislar sobre matéria tributária, cabe trazer a Colação decisão proferida pelo Exmo. Min Ricardo Lewandowski. Vejamos:

(12)

Poder Executivo e os membros do Legislativo. A circunstância de as leis que versem sobre matéria tributária poderem repercutir no orçamento do ente federado não conduz à conclusão de que sua iniciativa é privativa do chefe do Executivo. [RE 590.697 ED, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 23-8-2011, 2ª T, DJE de 6-9-2011.]”

Ante o exposto, a proposição legislativa visa a corrigir a incongruência existente na sistemática atual, onde um serviço de interesse particular é prestado pelo Estado sem qualquer contraprestação, ressaltando-se ainda que, por via reflexa, haverá um incremento do Fundo Estadual da Polícia Civil - FUNESPOL, o qual é uma das principais fontes de arrecadação da Secretaria de Estado de Polícia Civil - SEPOL, o que se torna adequado no momento atual, em que o Estado do Rio de Janeiro atravessa situação de dificuldade econômica, possibilitando, desta forma, um atendimento imediato o interesse público.

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