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A CONSTRUÇÃO DE UM CONHECIMENTO VOLTADA À CIDADANIA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA

MUNICIPAL - EAD

A CONSTRUÇÃO DE UM CONHECIMENTO

VOLTADA À CIDADANIA

MONOGRAFIA DE PÓS-GRADUAÇÃO

Marizete Neiland Bohrer

Santa Maria, RS, Brasil

2011

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A CONSTRUÇÃO DE UM CONHECIMENTO

VOLTADA À CIDADANIA

Marizete Neiland Bohrer

Monografia apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Gestão Pública

Municipal - EAD, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como

requisito parcial para obtenção do grau de

Especialista em Gestão Pública Municipal.

Orientador: Prof. Dr. Guerino Tonin

Santa Maria, RS, Brasil

2011

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Universidade Federal de Santa Maria

Centro de Ciências Sociais e Humanas

Curso de Pós-Graduação em Gestão Pública Municipal - EAD

A Comissão Examinadora, abaixo assinada,

aprova a Monografia de Pós-Graduação

A CONSTRUÇÃO DE UM CONHECIMENTO VOLTADA À

CIDADANIA

elaborada por:

Marizete Neiland Bohrer

como requisito parcial para obtenção do grau de

Especialista em Gestão Pública Municipal

COMISSÃO EXAMINADORA

Guerino Tonin, Dr.

(Presidente/Orientador)

Sérgio Rossi Madruga, Dr. (UFSM)

Marcelo Trevisan, Dr. (UFSM)

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AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, a Deus, pela oportunidade da vida e por estar sempre ao meu lado, guiando-me para o caminho do bem.

Ao meu marido João Carlos, que esteve ao meu lado e com carinho, disposição e paciência soube entender meus momentos de ausência, apoiando-me e sendo cúmplice de todas minhas iniciativas e conquistas.

Às minhas filhas amadas: Lidiana e Rubiana pela amizade, pela compreensão dos momentos de ausência e carinho a mim dedicado.

A todos os professores que fizeram parte da minha formação, em especial. Ao meu orientador Guerino Tonin e à Tutora Carolina Lisowski, por estarem ao meu lado me ajudando e tornando possível este trabalho.

Às professoras da Escola Estadual de Educação Básica Laura Klaudat, que contribuíram para este trabalho, especialmente a professora Lurdes.

Às pessoas que me fizeram crescer, e partilharam comigo momentos de VIDA.

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A escola de fato, institui a cidadania. É ela onde as crianças deixam de pertencer exclusivamente à família para integrarem numa comunidade mais ampla em que os indivíduos estão reunidos não por vínculos de parentesco ou de afinidade, mas pela obrigação de viver em comum. “A escola institui, em outras palavras, a coabitação de seres diferentes sob a autoridade de uma mesma regra”.

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RESUMO

Monografia de Pós-Graduação

Curso de Pós-Graduação em Gestão Pública Municipal

Universidade Federal de Santa Maria

A CONSTRUÇÃO DE UM CONHECIMENTO

VOLTADA À CIDADANIA

AUTORA: MARIZETE NEILAND BOHRER

ORIENTADOR: PROF. GUERINO TONIN

Santa Maria, 30 de agosto de 2011.

Este trabalho, resultado de um processo investigativo, procura analisar no contexto educacional, a trajetória na construção de um conhecimento voltada à cidadania. Entende-se que a escola é a instituição que a humanidade criou para socializar o saber sistematizado e na qual se tem veiculado o conhecimento que sociedade julga necessário transmitir às gerações. Tem a escola, como função social, contribuir para o pleno desenvolvimento da pessoa, prepará-la para a cidadania e qualificá-la para o trabalho. Os sujeitos envolvidos no contexto educacional precisam compreender sua importância e estabelecer relações que contribuem para a inclusão social, desenvolvimento nacional e exercício da cidadania. Baseada em uma fundamentação teórica e em coleta de dados, através de um questionário com os professores da Escola Estadual de Educação Básica Laura Klaudat, situada no município de Tunas-RS, constituiu-se essa pesquisa monográfica. Buscou-se uma reflexão e (re) significação, junto a pensadores, que propõem contribuir para a construção de um conhecimento significativo que promova transformação social. Acredita-se que é possível (re) significar as práticas pedagógicas, compreendendo que cada criança provém de um meio da valorização e compreensão dos conhecimentos, do qual traz uma carga de sentidos e interpretações, a partir das quais se fazem possíveis métodos pedagógicos para auxiliar no processo de aquisição de conhecimentos, buscando dessa forma sua ascensão e inserção social no mundo.

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ABSTRACT

Monograph Graduate

The Post - Graduate Management Municipal Public

Universidade Federal de Santa Maria

BUILDING A KNOWLEDGE DIRECTED CITIZENSHIP

AUTHOR: MARIZETE NEILAND BOHRER

ADVISOR: PROF. GUERINO TONIN

Santa Maria, august 30, 2011.

This work, the result of an investigative process, seeks to examine the educational context, the trajectory in the construction of a knowledge-driven citizenship. It is understood that the school is the institution that humanity created to socialize know systematized. Where is served the knowledge that society deems necessary to transmit the generations. Having the school as a social function to contribute to the full development of the person, preparing it to citizenship and qualify it to work. The subjects involved in the educational context must understand its importance and establish relationships that contribute to social inclusion, national development and exercise of citizenship. Based on a theoretical and collects data through interviews with the teachers of the Escola Estadual de Educação Laura Klaudat, located in the municipality of Tunas-RS, which backs this monographic research. Sought a reflection and (re) meaning together the thinkers who propose contribute to building a significant knowledge that promotes social transformation. It is believed that it is possible (re) mean teaching practices, understanding that each child originates from an appreciation and understanding of knowledge that brings that make possible pedagogical methods to assist in the process of acquiring knowledge, thus his Ascension and social integration in the world.

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LISTA DE QUADROS

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 9

1 A ESCOLA E A SUA FUNÇÃO SOCIAL... 11

1.1 A Construção de um conhecimento significativo... 14

1.2 Práticas pedagógicas ... 17

2 CURRÍCULO ESCOLAR E CONTEÚDOS ... 20

3 METODOLOGIA... 22

4 ANÁLISE E DISCUSSÕES... 24

CONSIDERAÇÕES FINAIS... 27

REFERÊNCIAS ... 29

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho faz referência à construção de um conhecimento voltada cidadania, como forma de transformação social.

A evolução pela qual passaram muitas das comunidades humanas, nas últimas décadas, tem exigido do homem moderno maior competência técnica para se inserir no mundo globalizado de forma eficiente, de modo que ele possa ter conhecimentos para resolver e encontrar soluções para os problemas sociais vigentes. A educação, nesse contexto, também passou por mudanças significativas, que carecem de uma avaliação no que diz respeito aos seus avanços e retrocessos. Contudo, a escola parece não ter conseguido acompanhar esse desenvolvimento na função de integradora do homem com o mundo. Isso se deve ao fato de, até então, ter-se mantido uma escola descontextualizada, com uma prática educativa desvinculada do que seria seu objetivo maior, qual seja, promover a cidadania.

Atualmente, na sociedade, torna-se notável e perceptível a necessidade de mudanças estruturais no sistema educacional. Estamos inseridos e um contexto em que o desenvolvimento do ser humano global é essencial, diante das exigências do mercado de trabalho e da vida diária em si, como cidadão e cidadã, em relação a habilidades e à cognição. A estrutura mundial e social relacionada à cidadania exige que se construa um conhecimento no qual o educando seja um ser criativo, apto a tomar medidas e decisões sobre aspectos econômicos, sócio culturais, familiares e administrativos, enfim, em todos os setores nos quais se e inserir. Pois a sociedade se transforma e há necessidade de transformação no processo de ensino aprendizagem, a fim de que englobe os referenciais em mudança.

Desta forma, justifica-se a escolha da temática: A caminhada da construção do saber voltada a cidadania, acreditando-se na construção de conhecimentos que vão promover a cidadania e assim ser agente de transformação social.

O objetivo principal desse estudo foi oportunizar um repensar sobre a importância da função da escola dentro da sociedade, como sendo, de fato, um agente social. Buscou-se, ao longo da prática, (re) construir conhecimentos para que o ser humano possa tomar decisões sobre sua vida e da sociedade.

Partindo desse pressuposto, pode-se dizer que a construção de um conhecimento voltada à cidadania exerce grande influência na ascensão social do indivíduo, sendo que, esta construção, é necessária para que se promova transformação social. Sob essa perspectiva,

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procura-se conhecer diferentes bibliografias, entre as quais se destacam: Freire, Libâneo, Lopes, Maluf, Arroyo e Meirieu.

O sistema educacional promove a construção de conhecimento voltada à cidadania, a qual proporciona interações sociais e constrói conhecimentos que desenvolvem a autonomia, a inclusão e ascensão social.

Este trabalho encontra-se desenvolvido em três capítulos. No primeiro, é apresentada “A Escola e sua Função Social”; no segundo, constituem-se considerações acerca do currículo escolar e seus conteúdos e, por fim, o terceiro capítulo refere-se à análise da pesquisa de campo realizada com professores do Ensino Fundamental e Médio, da Escola Estadual de Educação Básica Laura Klaudat.

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1 A ESCOLA E A SUA FUNÇÃO SOCIAL

Para compreender a função social da escola, é importante situá-la, enquanto instituição, no mundo moderno, observando os múltiplos papéis exercidos por ela ao longo do tempo. À primeira vista, verificamos que, mesmo cumprindo a tarefa básica de possibilitar o acesso ao saber, sua função social apresenta variações em diferentes momentos da história, expressando diferenças entre sociedades, países, povos e religiões.

A escola foi a instituição criada pela sociedade para socializar o saber sistematizado. Isto significa que é o lugar onde, por princípio, deve ser veiculado o conhecimento que a sociedade julga necessário transmitir às gerações. Para cumprir esse papel, de contribuir para o pleno desenvolvimento da pessoa, prepará-la para a cidadania e qualificá-la para o trabalho – deveres esses definidos pela Constituição Federal e pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB) - é necessário que as incumbências da instituição escola sejam exercidas plenamente.

No Brasil, desde o começo da história, tem-se a forte tradição de uma escola para poucos. Essa situação, contudo, começaria a indiciar mudanças já no século XX, depois da Proclamação da República. Ainda assim, por muito tempo, a escola exerceu (em alguns lugares ainda exerce) uma função social excludente, ou seja: a escola que atende apenas uma pequena parcela- a camada mais rica da população.

Percebe-se que a escola foi criada para preparar o aluno para sua inserção no mundo, e para que, assim, possa encontrar seu lugar nele e exercer, de forma, consciente sua cidadania.

O mundo mudou e continua em processo de mudança. Observam-se os valores políticos, estéticos, éticos, religiosos, econômicos de antes e de agora e percebe-se que esses valores ganharam uma nova hierarquia na escala social.

A escola hoje, não pode viver isolada, achando que todos cumprem o seu papel. A escola antes. é o espaço problematizador, criador, mediador. Ela está mais próxima da família que estabelece parceria, dividindo responsabilidades (PAIVA [et.al.], 2002, p. 09).

Cada escola, seja qual for o seu grau, desde a primeira infância às universidades, reúne (ou deveria reunir) em torno de si as famílias dos alunos, estimulando as iniciativas dos pais em favor da educação, mantendo relação constante com as escolas, utilizando, em seu proveito, os valiosos e múltiplos elementos materiais e espirituais da coletividade e despertando o poder de iniciativa e o espírito da coletividade e o espírito de cooperação social

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entre pais, professores, alunos, imprensa e todas as demais instituições interessadas na educação.

A escola é a responsável para que não se percam os valores que fortalecem a família: o altruísmo, o diálogo, o respeito mútuo, a convivência, a responsabilidade e o trabalho no interior do lar. Na mesma medida, é fundamental que a família tenha consciência de que também é responsável pela inserção dos jovens na sociedade, auxiliando-o na constituição de uma projeto de vida, a fim de bem inseri-lo, socialmente.

Sabe-se que a escola é um lugar onde atuam diferentes pessoas e vontades e, portanto, nela são exercidos múltiplos papéis. Gestores, professores e outros especialistas da educação, corpo técnico administrativo (funcionários) e alunos – juntos - constituem a comunidade escolar, em sentido estrito. É importante lembrar que as famílias também participam dessa comunidade, ainda que de forma diferenciada. Todas essas pessoas estão, de alguma forma, próxima à atividade escolar, porque têm interesse em comum: o conhecimento. As famílias lutam para que seus filhos freqüentem a escola, tendo em vista que sabem o valor que o conhecimento tem na vida em sociedade. Nesse sentido, os alunos estão na escola para ter acesso ao conhecimento e os professores, para garantir esse acesso, de uma forma mais direta e sistematizada, cabendo-lhes desenvolver situações de ensino-aprendizagem que possibilitem, aos alunos, aquisição de conhecimento sistematizado. A equipe dirigente e técnica, por sua vez, estão na escola para assegurar condições propícias ao encontro entre escola-alunos-professores. –família, de modo que se torna necessário esse encontro: escola-aluno-professores-família, para se construir uma relação de troca, de complementaridade que possibilita a todos educar e serem educados.

Além disso, o educador deve ser cidadão consciente, com uma visão crítica do mundo (ou de si), para poder propor aprendizagem para a vida e para a função social que a escola desempenha.

É oportuno lembrar, contudo, que a função da escola ultrapassa a troca do conhecimento sistematizado. A escola é, também, um importante espaço de convivência humana- lugar de socialização, de encontros e descobertas.

A escola tem um papel fundamental, pois ela abre o espaço para que se discutam as questões que são importantes para a família, como questões: de saúde, alimentação, de como viver melhor, de como conviver com a violência e de como se adequar as mudanças na sociedade para prover o direito da cidadania.

Uma escola voltada para o pleno desenvolvimento do educando, preparando-o para a cidadania e qualificando-o para o trabalho. Pleno desenvolvimento significa cuidar, não

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apenas da tarefa de ensinar, mas de dar conta de muitas outras dimensões que fazem de cada pessoa um ser humano completo e feliz.

É preciso que a educação esteja no seu conteúdo, nos seus programas e nos seus métodos [...]. Permitir ao homem chegar a ser sujeito, construir-se como pessoa, transformar o mundo, entabular com as outras relações de reciprocidade, fazer à cultura a história [...] o homem não pode participar ativamente na história, na sociedade, na transformação da realidade, se não for ajudado a tomar consciência da realidade e da sua própria capacidade para transformar [...] importa o homem para uma autêntica educação, uma educação que liberte, não que adapte, domestique e subjugue (FREIRE, 1997, p. 47).

Para que a instituição “Escola” exerça sua função social relevante na construção de diferentes saberes, os quais vão transformar, preparar, conscientizar e inserir o cidadão à exercer, de forma consciente, sua cidadania. Para isso, é preciso que a instituição escolar repense sobre a importância do seu papel na sociedade, como agente de transformação. A educação é o veículo para que haja mudanças sociais, de modo que, para isso, a escola é um espaço que deve ser igualitário, universal, oportunizando, a todos os cidadãos, condições de se inserir em um processo de construção e transformação social e não excluindo, discriminando e marginalizando as classes menos favorecidas.

A nova LDB, conjunto normativo regulador do ensino, em nosso país, traz um conjunto de dispositivos próprios sobre as funções da escola. A referida lei, instituída pelo número 9.394/96, estabelece incumbências para a União, os Estados, os Municípios e também para as escolas e docentes. Conforme o art. 12, os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de:

I -Elaborar e executar sua proposta pedagógica;

II - Administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros; III -Assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidos; IV -Velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente; V -Prover meios para a recuperação de alunos de menor rendimento;

VI -Articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola;

VII -Informar os pais e responsáveis sobre a freqüência e o rendimento dos alunos, bem como sobre a execução de sua proposta pedagógica.

Libâneo (1989, p. 25) coloca que “a finalidade da escola é adequar as necessidades individuais ao meio social e, para isso, ela deve se organizar de forma a retratar o quanto possível a vida.

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O desafio educacional aumenta a cada dia e, também assim, a necessidade da escola em redimensionar a sua prática educativa, tendo em vista a formação humana do indivíduo na busca para inserir se na sociedade e assim poder transformá-la.

Questionar o real processo ensino-aprendizagem, desafiando o aluno a se aprimorar e construir seu conhecimento em um processo de acompanhamento permanente e consciente, é papel do educador e também do educando, os quais devem atuar juntos, na reconstrução da sociedade.

Todo sujeito possui um processo de adaptação ao meio e, conseqüentemente, um modo de interagir com o mesmo, através de experiências e trocas que possam satisfazer os interesses dos mesmos, e as exigências sociais. Cabe à escola e ao educador suprir experiências para a reconstrução do ser a partir da interação com o meio, possibilitando ao mesmo sua inserção na sociedade de forma plena.

1.1 A Construção de um conhecimento significativo

A escola carrega consigo uma grande responsabilidade, na construção de um conhecimento significativo para todos, pois a não abrangência dessa construção formará dois grupos: os excluídos e os incluídos na sociedade.

Um dos pressupostos da Inclusão Social refere-se à possibilidade de acesso de toda a população a um determinado padrão de qualidade de vida, que leve o indivíduo a se inserir e ser apto a tomar decisões sobre aspectos econômicos, sócio-culturais, familiares, administrativos da sociedade que vive. Na exclusão, por sua vez, o indivíduo é marginalizado, desqualificado, analfabeto que sofre pela discriminação social, racial e de não acessibilidade, tendendo a se sentir alheio à sua própria vida, já que não pode tomar decisões sobre o rumo dela e da sociedade, de modo geral.

Enquanto não se perceber, realmente, o que a educação significa principalmente para os setores excluídos, a extensão do conceito cidadania e justiça social continuarão tendo altas taxas de evasão escolar, da desigualdade de renda, grande desemprego e a estrutura educacional brasileira sem cumprir seu principal objetivo: inclusão social, desenvolvimento nacional e exercício da cidadania.

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A escola para todos organiza-se pela lógica das relações, ou seja, por um modo de inclusão em que se pode atribuir a todos os termos de um sistema, no qual se oportuniza a todos a busca pelo desenvolvimento de competências e habilidades.

A escola para todos é, portanto, aquela que tem a obrigação de, por meio de seus projetos educacionais e pedagógicos, desenvolver um conhecimento significativo para todas as crianças, respeitando os limites de seus processos de desenvolvimento, a diversidade e a singularidade de suas possibilidades. nesse contexto, todas as crianças podem construir autonomia, espírito de cooperação, reciprocidade e podem, ainda enfrentar os problemas que o trabalho e a vida apresentam, de modo a saberem decidir o melhor a fazer em nome de sua cidadania e compromisso social.

Sobre o conhecimento significativo Ausubel, explica:

A essência da aprendizagem significativa reside em que as idéias expressadas simbolicamente são relacionadas de modo não-arbitrário, mas substancial, com o que o aluno/a já sabe. O material que aprende é potencialmente significativo para ele. (1976, p. 57):

Nessa percepção, a chave da aprendizagem para um conhecimento significativo está vinculação substancial das novas idéias e conceitos com a bagagem cognitiva do aluno.

Cada indivíduo capta a significação do conhecimento novo em função das peculiaridades historicamente construídas de sua estrutura cognitiva. A potencialidade da aprendizagem encontra-se, em cada indivíduo, de acordo com as características de sua bagagem cognitiva. Desta forma, é necessário ao fazer o planejamento didático de todo o processo de aprendizagem, conhecer a estrutura ideativa e mental do indivíduo para qual está se realizando tarefas de aprendizagem.

A aquisição de significados é um processo ativo, que requer a participação do indivíduo, a busca real e não a mera organização do recebido significativamente, e o principal desafio didático consiste em interessar ativamente os alunos/as nos conteúdos do currículo.

Para isso, é necessário que a escola repense profundamente acerca de sua organização, sua gestão, sua maneira de definir os tempos, os espaços, os meios e as formas de ensinar- ou seja, o seu jeito de fazer escola. Temos que jogar fora as roupas velhas e tornar a vestir a escola, a partir da essência – sua função social - que permanece: construir conhecimentos significativos, para assim preparar os indivíduos para exercer a cidadania e o trabalho no contexto de uma sociedade complexa.

A escola, ao buscar uma educação nesse sentido, deverá utilizar uma prática educativa que observe e analise as seqüências didáticas ordenadas e articuladas para

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realização de certos objetivos educacionais que tenham princípio e um fim conhecido tanto pelo professor como pelo aluno em sua relação de dialogicidade.

Sobre a educação libertadora, Freire coloca que:

O importante do ponto de vista de uma educação libertadora e não “bancária”, é que, em qualquer dos casos os homens se sintam sujeitos do seu pensar, discutindo sua própria visão do mundo, manifestada implícita ou explicitamente, nas suas sugestões e nas de seus companheiros. Porque esta visão da educação parte da convicção de que não quer presentear seu programa, mas tem de buscá-lo dialogicamente com o povo, é que se escreve como uma introdução a pedagogia do oprimido, de cuja elaboração deve ele participar. (1988, p.120).

Nessa concepção, a educação, enquanto função social, deve estar embasada em instrumentos adequados, utilizados pelo professor em sua prática, a partir da qual ocorra análises advindas de questionamentos referentes à que a sociedade e a que indivíduos queremos formar. Surge, então, à necessidade de analisar o tipo de ensino a adotar e este não deve ser compartimentado, mas sim, abranger a visão do todo, levando em conta que cada indivíduo é único, não é um produto e sim um sujeito que interage com o meio e conseqüentemente com todas as situações vivenciadas.

Nesse processo de construção, identifica-se o método - classificado em métodos expositivos manipulativos ou dedutivos - a partir do qual irão ser propor as atividades para esta construção. A maneira de situar algumas atividades, em relação às outras, e não apenas ao tipo de tarefas, é um critério que permite realizar algumas identificações ou caracterizações preliminares na forma de construir conhecimentos. As relações são fundamentais na configuração do clima de convivência e, por conseguinte de aprendizagem levando em conta a importância capital nas intenções educacionais na definição de conteúdos de aprendizagem, portanto do papel das atividades que se propõem.

É imprescindível que se trabalhe conteúdos factuais, que são os conteúdos concretos, conhecimentos que se dão através de fatos, reforçados por experiências, repetições mediante organizações significativas e conteúdos conceituais. Trabalhar, ainda, temas abstratos permite que seja desenvolvida uma compreensão de significados, também possibilitando que o processo educacional se realize.

Nos programas curriculares, são de extrema importância àqueles conteúdos que auxiliam o processo ensino aprendizagem, ajudando no levantamento de hipóteses, na resolução e conclusão de problemas concretos levantados no contexto social, econômico e político. Dessa forma, o educador deve manejar e selecionar essas atividades de acordo com o enfoque, a intencionalidades e as pretensões integradoras para que possa inserir a todos no processo de construção e reconstrução social.

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1.2 Práticas pedagógicas

Prática pedagógica refere-se à maneira cotidiana que o educador e o educando assumem, didaticamente, no processo de construção do conhecimento, rumo a uma aprendizagem significativa.

Para Meirieu (2005, p. 39), “trata-se da idéia da superação do ‘fazer’ da mera transmissão de saber através da imposição à produção e a ‘compreensão’”.

É necessário, aos professores, organizarem sua prática pedagógica, a partir de metodologias, mais ativas, buscando uma formação intelectual e cidadã do sujeito, oportunizando no espaço pedagógico processos interativos de reflexões, de discussão e de permanentes questionamentos que permitam o educando ressignificar e contextualizar os novos conhecimentos.

Tendo a prática pedagógica como uma das principais ferramentas de ensino, é indispensável que o educador tenha clareza sobre a visão de conhecimento, como processo que se constrói e reconstrói permanentemente, fruto da ação individual e coletiva dos sujeitos.

Segundo Freire:

Quanto mais analisamos as relações educador educandos, na escola, em qualquer de seus níveis (ou fora dela), parece que mais nos podemos convencer de que estas relações apresentam um caráter especial e marcante o de serem relações fundamentalmente narradoras, dissertadoras (1987.p. 57-64 ):

Falar da realidade como algo parado, estático, compartimentado e bem comportamentado, agravado ainda pelas considerações que tratam do ensino como algo completamente alheio à experiência existencial dos educando, vem sendo a inquietação dos estudos acerca da educação.

Nessa educação, o educador é agente, com a tarefa de carregar os educandos de conteúdos de sua narração, estas lições que,por muitas vezes, constituem-se verdadeiros retalhos da realidade, desconectados da totalidade, que apresenta como uma de suas características a sonoridade da palavra e não sua força transformadora. Assim, a educação se torna um ato de depositar em que os educando são os depositários e o educador depositante.

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Com essa prática pedagógica, os homens são vistos como seres de adaptação, do ajustamento, tanto menos desenvolverão em si a consciência crítica de que resultaria a sua inserção no mundo como transformadores dele. Simplesmente sendo homens no mundo e não com o mundo e com os outros.

Na afirmação de Freire (1998, p. 165):

[...] É fundamental que na prática da formação docente o aprendiz de educador assuma que o indispensável pensar certo não é presente dos deuses, nem se acha nos guias dos professores que iluminados intelectuais escrevem desde o centro do poder, mas pelo contrário, o pensar certo quem supera o ingênuo tem que ser produzido pelo próprio aprendiz em comunhão com o professor formador.

Numa prática pedagógica tradicional, a preocupação do professor está em fiscalizar, medir, julgar, na qual se atribui notas, registra, mostra autoridade, seleciona os melhores, rotula, dá satisfação aos pais, não fica fora da prática dos outros professores, verem quem pode ser aprovado ou não incentiva a competição. Perceber quem assimilou conteúdos, tendo a função de transmitir e fiscalizar a absorção do transmitido, sendo ele o centro do processo educativo.

Segundo os autores Antonia Osima Lopes [et.al]:

[...] Um professor que acredita nas potencialidades do aluno, que está preocupado com sua aprendizagem e com seu nível de satisfação, exerce práticas de sala de aula de acordo com esta posição. E isto é também relação professor-aluno. Dizem alunos que entre as características. “De seus melhores professores estão” torna as aulas agradáveis e atraentes”, estimula a participação do aluno “sabe-se expressar de forma que todos entendam”, “induz à crítica, à curiosidade e a pesquisa”, procura formas inovadoras de desenvolver as aulas” faz o aluno participar do ensino etc (1996, p.147).

Parece consequência natural que, o professor que tenha uma boa relação com os alunos, preocupa-se com os métodos de aprendizagem e procura formas dialógicas de interação.

O professor precisa ter claro que não há modelo pronto para se guiar na construção do conhecimento, isso será adquirido pela prática cotidiana. O educador precisa desenvolver, ainda, sua prática docente levando em conta a cultura do educando, sua “bagagem”, isto é, conhecimento oriundos de suas experiências vividas. É necessário respeitar a identidade social e cultural do estudante, lembrar que ele é ser único, pensante e criativo, com aspectos próprios, valores significantes de acordo com sua realidade. Desta forma, auxiliar na sua formação como agente transformador e, portanto, transformador de sua história, com isso na busca contínua do sucesso pessoal.

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Para Arroyo (1995), aos poucos se vai aprendendo o que fica pela vida, para o desenvolvimento que se ensina são posturas e processos significados que são postos em ação, às formas de aprender, de interessar, de ter curiosidade, de sentir, de raciocinar e de interrogar.

Pode-se apontar, desde já, que os cursos de formação de professores deveriam dar mais atenção às questões relativas ao preparo didático, ao “como se ensina”, e que, ao mesmo tempo, a lição chave de que, ao ensinar, um educador também aprende. Ensinar não é apenas dominar práticas, instrumentos eficazes de ensino. O educador precisa desenvolver uma escuta sensível, saber sobre os processos mentais, intelectuais, reconhecer os valores que são provocados e ativados pelo que se ensina e como o educando socializa-se.

Assim, sendo a tarefa que se requer do professor é que além do domínio dos conteúdos, tem-se que este deve se basear na realidade e nos fatos que fazem parte do dia-dia dos alunos

O professor não é apenas um mediador de conhecimentos, mas também um modelo do processo educativo, com o qual os alunos podem identificar-se e comparar-se. Então, daí a relevância do professor ser um investigador constante na construção do saber, com entusiasmo, intuição, construindo hipóteses, estudando e recriando o seu aprender, de forma alegre e recreativa.

A reflexão sobre a prática pedagógica é de tal relevância que Paulo Freire afirma:

A prática docente crítica, implicante do pensar sobre o fazer [...] por isso é que, na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática. E pensando criticamente a prática de hoje de ontem que se pode melhorar a próxima prática (1996, p. 43-44).

As ideias de Freire (1996) trazem uma reflexão importantíssima para todos aqueles que trabalham com a educação. O que nos faz seguir em frente quando as diversidades são tantas? O que nos move? Qual o sentido de tanta luta? Não seria acaso a clara compreensão de que a educação é uma necessidade e um direito humano? Esta luta nos inspira e vem daqueles e daquelas que acreditam que a educação e a escola podem ser espaços de vida, de debates e de sonhos rumo à construção de uma sociedade mais justa, solidária e inclusiva.

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2 CURRÍCULO ESCOLAR E CONTEÚDOS

Durante longo período da história da educação, o currículo escolar foi prescrito por alguns e administrados a todos os alunos, a fim de transmitir conhecimentos uniformemente, sem reconhecer as diferenças estampadas entre os alunos.

Ao longo dos tempos, a concepção de currículo, bem como a da educação tem se alterado. Essa importante ferramenta educacional passou a ser compreendida para além de listagem de conteúdos passando a ser um conjunto de ações e reflexões que possibilitam garantir a construção do conhecimento.

O termo currículo provém da palavra latina currere, que se refere à carreira, a um percurso que deve ser realizado e, por derivação, a sua representação, ou apresentação. (SACRISTÃN, 1998, p.125-126).

O currículo é tudo aquilo que perpassa a vida do estudante, em seus aspectos cognitivos, afetivos e sociais, assim como as relações e interações, seu cotidiano a vivência de experiências intra-escolares. De outro lado, ele produz conflitos, causa tensões, organiza e desorganiza um povo, constitui-se também de questões culturais, políticas e econômicas. Por ser assim o currículo tem se mantido distanciado da realidade da escola.

O Currículo escolar tem ficado indiferente às formas pelas quais a “cultura popular” (TV, música, vídeo game, revistas) e tem constituído uma parte central e importante da vida das crianças e jovens. O currículo tem ficado solenemente indiferente a esse processo. Segundo Freire:

Na concepção dialética, o futuro com que sonhamos não é inexorável. Temos de fazê-lo de, produzi-lo não virá de forma como mais ou menos queríamos. É bem verdade que temos de fazê-lo não arbitrariamente, mas como os materiais, com o concreto de que dispomos e mais com o projeto com o sonho que lutamos (1997, p. 18-19).

É preciso dar sentido aos conteúdos que se ensina dentro da escola, para que os alunos possam, realmente, usá-los fora dela. A inexistência desta utilidade é criticada por Freire (1996, p. 66), no momento em que argumenta: “um dos preconceitos dessa política que se veste de pedagogia é exatamente o de que o saber e o conhecimento se dão na intimidade da escola, exclusivamente, nada do que se dá de fora tem o significado cá para dentro”.

Nesse sentido, o currículo deve servir para ajudar a construir sujeitos que possam ser os donos de seus destinos e que estejam munidos de ferramentas na luta por um futuro, buscando um lugar digno no mundo.

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O currículo escolar deve ser organizado por projetos no decorrer do ano letivo pela comunidade escolar, onde estes devem estar voltados à realidade dos educandos, para que os mesmos tenham a oportunidade de analisar a realidade, para perceber os seus problemas e contradições, compreendê-la e nela poder intervir.

Reorganizar o currículo por projetos, em vez das tradicionais disciplinas. Essa é a principal proposta do educador espanhol Fernando Hernández:

A organização do currículo deve ser feita por projetos, com atuação conjunta de alunos e professores. As diferentes fases e atividades que compõem um projeto ajudam os estudantes a desenvolver a consciência sobre o próprio processo de aprendizagem (2002, p. 24).

De acordo com o autor, o melhor jeito é organizar o currículo por projetos didáticos. Ele propõe que o docente abandone o papel de transmissor de conteúdos para se transformar num pesquisador.

O currículo ajudará a formar cidadãos críticos e com mais capacidade de integrar na história social, econômica e política. Com isto, o educando irá conscientizar-se que ele também faz parte do processo da construção do conhecimento e da própria história que vivencia.

Sendo fundamental na gestão educacional, a concepção democrática participativa, onde direção, professores, funcionários, pais e alunos, enfim toda a comunidade escolar trabalha de forma coletiva e comprometida com a educação a ser construída. Desta forma toda a comunidade escolar sente-se valorizada podendo atuar com autonomia e comprometimento. De acordo com Parâmetros Curriculares Nacionais:

A autonomia refere-se à capacidade de saber fazer escolhas s de posicionar-se, elaborar projetos pessoais e participar enunciativa e cooperativamente de projetos coletivos, [...] governar-se, participar da gestão de ações coletivas, estabelecer critérios e eleger princípios éticos. [...] a autonomia fala de uma relação emancipada, íntegra com as diferentes dimensões da vida o que envolve aspectos intelectuais, morais, afetivos e sociopolítica (1998, p. 89).

A autonomia está relacionada á construção do conhecimento e inclui a noção da responsabilidade pelos próprios atos. A escola, nesse sentido, busca desenvolver uma prática educativa coerente, estimulando inovações coordenando as ações pedagógicas planejadas e organizadas pela própria comunidade escolar.

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3 METODOLOGIA

A metodologia usada nesta pesquisa foi um estudo de caso qualitativo descritiva. Conforme Yin (2001, p. 28), o estudo de caso é utilizado quando o pesquisador investiga uma questão que responda como e por que, questões essas acerca de um conjunto contemporâneo de acontecimentos, sobre os quais o pesquisador tem pouco ou nenhum controle, tendo como objeto de estudo um caso único ou casos múltiplos.

O Estudo de Caso foi realizado por meio de um questionário conforme apêndice A. A pesquisa desenvolveu-se na Escola Estadual de Educação Básica Laura Klaudat, do município de Tunas-RS. A referida escola localiza-se na região central da cidade, sito à Rua Rodolfo Jacob Iost, Nº135- Bairro Centro.

O quadro docente compõe-se de dezoito professores, atuando em sala de aula e quatro na área administrativa e pedagógica. Destes, foram seis os sujeitos da pesquisa. ( Quadro 01)

Quadro 1 – Perfil dos sujeitos pesquisados Denominação/Magistério

Público Estadual

Nível de atuação Formação/Habilitação

Prof.ª – A VIice- diretora Pedagogia Séries Iniciais Prof.ª - B 3º ano Ensino Fundamental Licenciatura Plena em História

Prof.ª – C 5ª a 8ª série do Ensino fundamental

Licenciatura em Estudos Sociais

Prof.ª – D 1º ao 3º ano Ensino Médio Licenciatura Plena Letras Português Inglês

Prof.ª – E Supervisão Escolar Pedagogia Séries Iniciais Pós graduação Supervisão Escolar Prof.ª – F 5ª a 8ª série do Ensino

Fundamental e auxiliar na biblioteca

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Para a escolha dos sujeitos da pesquisa, procurou-se escolher seis professores, que atuam nos diferentes níveis de educação: Ensino Fundamental do 1º ao 4º ano, da 5ª a 8ª séries do Ensino Fundamental, 1º ao 3º ano do Ensino Médio. E uma professora atuando na vice-direção, uma na supervisão escolar. Para assim ter-se um conhecimento geral de como é visto e desenvolvido a construção de um conhecimento voltada à cidadania no contexto escolar.

O roteiro do questionário realizado com seis professoras encontra-se no apêndice no final do trabalho (Apêndice A).

Em contato com a Direção da Escola, para solicitação da pesquisa/entrevistas, pode-se perceber que a maioria do grupo de professoras, possui graduação e participam dos Seminários e Cursos de formação para professores.

Como procedimentos básicos para a pesquisa, têm-se:

- Contato com a direção da escola, solicitando viabilidade para o desenvolvimento da pesquisa;

- Explicação dos objetivos da pesquisa para direção e professores; -Realização de um questionário com as professoras.

Na efetivação desta pesquisa, com caráter descritivo, realizou-se a observação de fatos humanos ou sociais tal como ocorrem, tendo em vista a coleta e o registro das variáveis relevantes a cerca do tema em estudo. Como instrumento metodológico foi realizado um questionário.

Os professores que participaram da referida pesquisa serão apresentados, mas suas identidades serão mantidas em sigilo, preferindo-se revelar dados sobre sua formação e tempo de serviço.

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4

ANÁLISE E DISCUSSÕES

Esta análise teve como objetivo constatar como os educadores vêem a construção de um conhecimento voltada à cidadania, dentro do sistema de ensino. Essa prática insere-se no Currículo Escolar x Conteúdo, Práticas Pedagógicas, dentro de políticas públicas e o que a construção de um conhecimento voltada a cidadania possibilita. De acordo com os PCN’s:

É preciso conhecer melhor os alunos, elaborar novos projetos, redefinir objetivos, buscar conteúdos significativos e novas formas de avaliar que resultem em propostas metodológicas inovadoras, com intuito de viabilizar a aprendizagem dos alunos (1998, p. 37).

O instrumento da pesquisa utilizado foi um questionário, o qual as professoras responderam de acordo com sua visão e o seu trabalho em sala de aula.

Para analisar os dados inicialmente, fez-se uma descrição das respostas dos questionários e depois se comenta com as reflexões dos autores, a fim de conferir coerência à nossa pesquisa.

Na questão 01, referente ao Sistema Educacional, contempla-se a construção de um conhecimento voltado à cidadania.

Quatro professores colocam que é contemplado, no Projeto Político Pedagógico, temas transversais e projetos; um professor afirma que falta Supervisão e Orientação qualificada e um que contempla apenas no papel; Projeto Político Pedagógico, Planos Curriculares Nacionais e Planos de estudo.

A construção do conhecimento se faz em um processo de interação do sujeito, com o mundo, consistindo em uma, a relação recíproca da ação do sujeito sobre o mundo e vice-versa. Assim, o Sistema Educacional precisa de uma pedagogia que seja:

Um processo pedagógico que assume como político, ou seja que se vincula organicamente com os processos sociais que visam à transformação da sociedade atual e a construção, desde já, de uma nova ordem social, cujos pilares sejam a justiça social, a radicalidade democrática e os valores humanistas e socialistas (VENDRAMINI, 2002, p. 135).

A questão 02 “De que forma se insere esse conhecimento no Currículo Escolar X Conteúdos, Práticas Pedagógicas”:

Cinco professores colocam a Educação para a Cidadania, através de uma prática pedagógica que rompa com a cultura de submissão nas relações sociais; um professor aduz

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que o Currículo Escolar tem conteúdos específicos para essa construção, os quais se encontram nas entrelinhas do ato pedagógico.

Dentro de uma concepção construtivista, a formação dos educadores precisa encontrar subsídios que possibilite aos mesmos educar numa perspectiva que possibilite os mesmos atuar em uma perspectiva de ser sujeito de sua prática. É necessária uma proposta que:

Fundamenta-se no princípio de que o professor é sujeito e autor, intelectual, reflexivo que pensa, cria, transforma e produz conhecimentos a partir de sua prática. Nessa perspectiva, a formação do educador envolve as dimensões de sua experiência existencial e profissional e de as participação entre outras esferas na vida social: a escola, os movimentos em busca permanente pelo saber (ALFABETIZAÇÂO E CIDADANIA, 2001, p. 49)

Quanto à questão 03 referente às Políticas Públicas:

Três professores entrevistados afirmam que não contempla, pois entendem cidadania, como direitos e deveres que gozam os indivíduos. Na realidade, nem todos usufruem desse direito. Dois sujeitos respondem que contempla em partes e um diz que está segurado em leis e cabe a cada um a concretização. Nesse sentido Rua (2009, p. 36) comenta:

As políticas públicas (policies) ocorrem em um ambiente tenso e de alta densidade política (politics), marcado por relações de poder, Extremamente problemáticas, entre atores do Estado e da sociedade, entre agências intersetoriais, entre os poderes do Estado, entre o nível Nacional e níveis subnacionais, entre comunidade política e burocrática.

Na questão 04, que questionava ao sujeito como ele percebe a construção de um conhecimento voltado à cidadania, tem-se:

Os seis professores colocam que está no entendimento de democracia e direitos humanos, sendo necessário na formação do indivíduo para participar na vida pública.

Pode-se perceber que os professores questionados compreendem a importância de se construir um conhecimento voltado à cidadania, que possibilite aos mesmos atuar numa perspectiva de ser sujeito de sua prática. Cabe ao educador estabelecer metodologias e condições para desenvolver e facilitar esse tipo de construção. Maluf (2003, p. 33) acrescenta:

Não é possível conceber a escola apenas como mediadora de conhecimento, e sim como um lugar de construção coletiva do saber organizado, no qual professores e alunos, partir de suas experiências possam criar, ousar, buscar alternativas para suas práticas, ir além do que está proposto, inovar.

Em resumo, análise do questionário a maioria dos professores estão despreparados para trabalhar com a construção de um conhecimento voltado a cidadania, embora saibam da

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importância da mesma para promover a inclusão social e ascensão social do indivíduo. Sendo que esta construção está garantida nos Planos Curriculares Nacionais, Projetos Políticos Pedagógicos e Planos de Estudos.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Educar para a cidadania não é um ato inconsciente. Diferente disso, é inserir o ser humano em um contexto global, no qual o cidadão esteja apto à tomar medidas, decisões, interagindo com o mundo, consistindo, portanto, em uma relação recíproca de ação sobre o mundo e vice-versa.

Por isso, tem-se enfatizado a necessidade de despertar, conscientizar os alunos, professores e pais para a construção de um conhecimento significativo, a partir do qual estes possam aplicá-los no contexto social. Para tanto, é preciso propor situações- problemas e desafios, atividades de aplicação, com a preocupação básica de contextualizá-la na sociedade.

Considerou-se uma tarefa desafiadora a busca de melhores e diferentes caminhos para atingir os objetivos propostos no presente trabalho: o desafio educacional está na necessidade da instituição escolar, assim como redimensionar a sua prática educativa, junto às práticas pedagógicas e analisar a relação currículo escolar X conteúdos, voltada à transformação social do indivíduo, buscando atingir a todos num processo universal. em um contexto no qual a Instituição “Escola” não seja usada pela sociedade como uma ferramenta de exclusão, mas de inclusão.

É necessário que a escola retome e busque objetivos, metas e ações para interagir no processo de (re) construção de um novo cidadão. Para tanto, o trabalho escolar deve construir individualmente e coletivamente cidadãos, ensinando estes a conviver com os outros e respeitar os seus direitos e cumprir com seus deveres.

Segundo os professores, toda e qualquer mudança esperada na escola depende muito deles - os professores - e para se ter êxito, é preciso que os professores sejam críticos para criar novas formas de ação no sentido de melhorar o ensino. É preciso, também, que eles tenham coragem de correr riscos, de rever o que foi feito e mudar o que não deu certo. Faz-se necessário rever a forma profissional dos docentes, pois só os professores bem preparados podem fazer um trabalho de qualidade que possibilita inserir o indivíduo na sociedade.

Verifica-se que tudo em educação, para que se tenha êxito, depende muito da vontade e da coragem do professor em mudar, criar e transformar o que já está feito. Essa não é uma possibilidade irreal, mas requer um caminho novo, que, justamente por ser novo, não tem receitas prontas que possam ensinar o caminho a ser trilhado. Este objetivo só será atingido se houver a participação de todos os sujeitos envolvidos no contexto educativo.

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Cabe, então, aos educadores intervir na realidade, recusando idéias de que a escola apenas reproduz, em seu interior, desigualdade social. Infelizmente, muitas vezes a realidade é essa, mas cabe, então, intervir nesse contexto, recusando a idéia de que é impossível alterar situações que lhes são apresentadas. É necessário recuperar a ação interventiva da escola.

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REFERÊNCIAS

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MEIRIEU, Philippe. Aprender... sim, mas como? Porto Alegre, RS: Artmed, 1998.

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APÊNDICE

APÊNDICE A - PESQUISA DE CAMPO

QUESTÕES

1- Em sua opinião o Sistema de Ensino contempla a construção de um conhecimento voltado à cidadania?

2- De que forma insere esse conhecimento voltado a cidadania: • no Currículo Escolar x conteúdo.

• Práticas Pedagógicas.

3- As Políticas Públicas, a nível Federal, Estadual e Municipal contempla o exercício de cidadania?

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