Relatório Anual de Atividades
Cerad 2015
Introdução
A Receita Federal vem, cada vez mais, aprimorando sua análise de perfis de risco aduaneiro, o qual tem resultado em uma melhora significativa na atuação de seus processos de trabalho. Alinhado as diretrizes estratégicas da Receita Federal, o Centro Nacional de Gestão de Riscos
Aduaneiros – Cerad, faz um balanço de suas atividades no ano de 2015, e continua trabalhando
para aumentar a efetividade e a segurança do processo de gestão de riscos aduaneiros.
Desde que foi inaugurado, o Centro tem realizado diversas atividades com o objetivo de contribuir para o fortalecimento do comércio exterior e garantir a proteção da sociedade.
Ao longo de 2015, inúmeras ações foram implementadas de forma conjunta e integrada com as unidades aduaneiras de todo o Brasil, e resultaram em recolhimentos e retenções vinculados diretamente ao despacho aduaneiro de importação de aproximadamente 92 milhões de reais - esse número tende a aumentar, haja vista que há procedimentos iniciados nesse período ainda em curso, bem como auditorias com vistas a apurar o credito tributário de importações anteriores.
Somam-se, ainda, inúmeros resultados indiretos à Receita Federal, tais como: uma substancial redução do descumprimento da legislação tributária e aduaneira por parte de empresas importadoras; a saída de inúmeras empresas que atuavam na clandestinidade do comércio exterior; bem assim a construção de um modelo eficaz de atuação integrada de controle aduaneiro, o qual envolve a atuação concomitante de unidades de despacho, fiscalização, vigilância e repressão aduaneiras.
Merecem destaque em 2015 a Operação de Louças Chinesas, que gerou crédito de antidumping de mais de R$ 12 milhões bem como a aplicação de pena de perdimento em mais de 100 toneladas de produtos de porcelana; a Operação Sansão, que visava ao combate à fraude de valor e que resultou na acentuada elevação dos valores declarados espontaneamente (mais de 200%) e na doação de 1,5 tonelada de cabelos humanos apreendidos para o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), sendo inclusive matéria do Jornal Nacional da emissora Rede Globo; O lançamento de cerca de R$48 milhões pela Delegacia Especial da Receita Federal do Brasil de Fiscalização de Comércio Exterior (Delex), em São Paulo, em fiscalização de direitos antidumping de calçados, iniciada a partir de representação do Cerad.
O modelo operacional do Cerad é inspirado nas melhores práticas internacionais em que agentes públicos internos, agentes públicos externos, agentes privados e demais administrações aduaneiras internacionais se encontram em colaboração para o fortalecimento do sistema de gerenciamento de riscos aduaneiros, visando à garantia de um comércio internacional legítimo e confiável. Assim, como nas grandes administrações aduaneiras mundiais, a equipe do Cerad atua em busca da excelência na gestão de riscos aduaneiros.
Volume de Comércio
Analisando as principais declarações aduaneiras, operacionalizadas por meio das declarações de importação –DI e declarações de exportação – DE, observa-se que em 2015, embora o volume exportado em toneladas tenha apresentado um pequeno aumento, no que se refere aos valores transacionados –US$ milhões, tanto as importações brasileiras quanto as exportações brasileiras, apresentaram queda em relação aos anos anteriores.
Aperfeiçoamento da Gestão de Risco Aduaneiro
Fluidez x Controle
É facilmente observado que a fluidez nas operações de importação atingem cerca de 90% de todas operações realizadas no Brasil.
Tal índice só é possível a partir de uma maior precisão na seleção, o que gera uma maior eficácia nos controles aduaneiros, ao selecionar cada vez melhor as declarações para conferência.
Gestão de Risco Nacional
O CERAD é responsável pelo estudo e definição de perfis de risco que implementam os diversos monitoramentos nacionais, visando a obter uma uniformidade no controle aduaneiro em todo país. O uso cada vez mais intensivo da tecnologia possibilita a análise de novos perfis de risco aduaneiro bem como a decisão estratégica do momento de atuação no controle das mercadorias transacionadas no comércio internacional.
O aprimoramento da seleção nacional, evidenciado pelo crescimento do número de perfis de risco implementados, possibilita uma melhor alocação dos recursos públicos na medida em que os esforços da fiscalização são direcionados para as operações que apresentam maior indícios de irregularidades.
Devido ao refinamento dos perfis de risco inseridos nos sistemas informatizados, aliado ao constante acompanhamento da seleção fiscal, atingimos ano após ano variações positivas no grau de eficácia dos monitoramentos implementados.
Seguindo os resultados dos últimos anos, a eficácia na seleção das declarações de importações aumentou no ano de 2015.
Tributação Recuperada
A receita tributária recuperada decorrente dos monitoramentos implementados pelo Cerad, atingiu o valor de R$ 44 milhões.
Outros 46 milhões são relativos aos valores das mercadorias retidas, o que, em tese, configuram cargas sujeitas a perdimento. Tais resultados são ainda mais relevantes ao levarmos em conta o desempenho dos principais indicadores macroeconômicos, em especial, a queda no valor das importações.
Destaques
Operação Sansão
Objetivo: Combate à fraude de valor na importação de cabelos humanos.
Metodologia :
✓ Risco subjetivo.
✓ Subfaturamento na origem declarada;
✓ Estudos em parcerias com as Alfândegas de São Paulo, Guarulhos e Viracopos.
Resultado:
✓ 1,2 Tonelada destinadas ao perdimento, valor estimado de R$ 1,5 milhões. ✓ Receita tributária recuperada : R$ 250.000,00.
✓ Aumento de mais 200% no valor médio por KG.
A Operação Sansão, que visava o combate à fraude de valor bem como garantir a correta descrição dos produto, que resultou na alteração do modus operandi das empresas importadoras, representada por acentuada elevação dos valores declarados espontaneamente (mais de 250%) e na doação de 1,5 tonelada de cabelos humanos apreendidos para o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), sendo inclusive matéria do Jornal Nacional da emissora Rede Globo.
Operação Louças
Objetivo: Apurar possíveis irregularidades no pagamento do direito antidumping conforme Resolução Camex nº 03/2014.
Metodologia:
✓ Risco subjetivo.
✓ Fraude na origem declarada;
✓ Estudos sobre os fornecedores asiáticos.
Resultado:
✓ 4000 DI monitoradas. ✓ 45% de eficácia.
✓ Antidumping recuperado: R$ 12.664.662,06. ✓ Receita tributária recuperada: R$ 3.771.931,10. ✓ 100 toneladas apreendidas de porcelana.
Operação Nebulosa
Objetivo: Apurar possíveis irregularidades no comércio exterior praticadas nos Portos de Itajaí e Navegantes.
Metodologia :
✓ Monitoramento de 52 empresas.
✓ Troca de informações com o Governo dos Estados Unidos;
✓ Subfaturamento e descrição incorreta sobre a qualidade dos produtos.
Resultado:
Operação Nervos de Aço
Objetivo: Apurar possíveis irregularidades na importação de produtos do segmento Siderúrgico.
Metodologia:
✓ Monitoramento de diversos segmentos : tubos, cantoneiras, chapas, talheres,
vergalhões etc.
✓ Estudos e parcerias com setor privado;
✓ Troca de informações com INMETRO e SECEX;
✓ Análise comparativa das operações bem como acompanhamento das cotações
internacionais. Principais irregularidades: ✓ Fuga de LI; ✓ Fuga de Antidumping; ✓ Subfaturamento. Resultado: Vergalhões:
✓ Apreensão 160 toneladas de vergalhões, em face dos resultados negativos apontados
em testes realizados pelo INMETRO e por não estarem de acordo com as normas técnicas brasileiras.
Tubos de Aço:
✓ 1873 DI monitoradas; ✓ 40% de eficácia;
✓ Receita Tributária recuperada : R$ 2.827.325,00; ✓ Antidumping recuperado: R$ 560.324,59.
Talheres:
✓ 878 DI monitoradas; ✓ 30% de eficácia;
Chapas (continuação):
✓ 16 DI monitoradas; ✓ 30% de eficácia;
✓ Receita Tributária recuperada : R$ 934.241,00; ✓ Antidumping recuperado: R$ 103.260,82.
Projeto Laudos
Objetivo: Apurar possíveis irregularidades na importação de produtos químicos. O projeto Laudos inicia-se na 8ªRF.
Metodologia:
✓ Análise de diversos Laudos emitidos no passado, nas principais unidades aduaneiras
do Estado de São Paulo, em especial no Porto de Santos.
✓ Análise dos estudos e dos Autos de Infração emitidos; ✓ Identificação de perfil de risco próprio por substância. ✓ Implementação em 3 fases.
