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Apostila-1º-Aula-Curso-Encantamentos-de-Pomba-Gira

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Academic year: 2021

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Curso Encantamentos de Pomba Gira

Aula 1

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Introdução.

Descubra segredos e mistérios

Neste Curso vamos trabalhar com Encantamentos de Pomba Gira conhecidas dentro da Tradição Yorubá como Pambu Njila. Através dos encantamentos de Pombo Gira

podemos equilibrar as deficiências na vida de uma pessoa para que as coisas positivas venham a seu favor, ou seja, vida familiar, amorosa, profissional, espiritual, saúde, comércio e etc. Tudo isso através de banhos, essências, perfumes, bebidas, incensos, velas, defumadores, firmezas, fios de contas, pós de encantamento, agrados e invocações. Esse Curso tem o objetivo de ensinar de forma prática e objetiva como preparar os Encantamentos de Pomba Gira, manipular com fundamento e

responsabilidade.

Na África trabalha-se muito com Òogún Ofó (Encantamento da Palavra, ou seja, O Poder da Palavra), e entre os Africanos os ensinamentos são passados de geração em geração. Esse Curso trará um conhecimento muito grande a todos os participantes, através do Curso de Encantamentos de Pomba Gira você poderá trabalhar com os Encantamentos em vários aspectos da vida e com isso equilibrar o campo astral de uma pessoa para que as coisas fluam ao seu favor. Os Encantamentos na antiguidade sempre foram usados por Sacerdotes para combater as forças negativas e problemas espirituais, mentais e físicos.

Quem são as Pombas Giras e o que elas representam.

Quando se fala em Pomba Gira muitas pessoas tem a visão que são mulheres que viveram em cabarés, mulheres da vida, que as suas oferendas deve ser entregue em lixeira e que fazem brincadeiras e algazarras, essa visão que muitos tem sobre as

Pombas Giras é errônea e não condiz com a realidade e precisamos começar a mudar os conceitos a respeito das Pombas Giras. As Pombas Giras são muito importantes e fazem um trabalho enorme em benefício da sociedade mas são muito pouco reconhecidas, são entidades que trabalham no Trono do Desejo, ou seja, estão muito ligadas a nós seres humanos exercendo a sua função com muita determinação, para trabalhem elas dependem muito de nosso equilíbrio e da nossa energia.

Pomba Gira é um aspecto feminino de Esú, é um entidade que trabalha na Umbanda e na Quimbanda na linha da esquerda. O nome Pomba Gira se deriva do Banto que são conhecidas como Pambu Njila ou Bombo Gira, que é um Nkisi do Candomblé da Nação Angola que corresponde ao Orisá Esú em seu aspecto feminino.

No Culto aos Orisás na Nigéria não havia a entidade Pomba Gira ou um Orisá que as fundamentassem, ela era apenas a parte feminina de Esú conforme explicado no

parágrafo anterior, mas a vinda dos Nigerianos para o Brasil (por volta Do ano de 1800), os mesmos se encontram aqui com outros povos e culturas religiosas e assimilam a grande e poderosa Bombo Gira Angolana que rapidamente conquistou o respeito dos adoradores do Candomblé Afro-brasileiro.

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Alguns nomes de Pomba Gira e suas Hierarquias.

Milhares de Pombas Giras de diversas falanges, incluindo minha Iya Njila que eu trabalho e me dá tudo o que eu preciso, a minha respeitada e querida Pomba Gira Dona Maria Molambo, trabalham na encruzilhada. Isso não quer dizer que ficam paradas nas Encruzilhadas das ruas, é um modo simbólico de referência ao tipo de trabalho que realizam. As Pombas Giras de Encruzilhadas são as responsáveis pela intermediação entre as Guardiãs pessoais, distribuição de tarefas ordenadas pelas hierarquias, repasse de informações, aceitação das oferendas, acesso aos “portais”, guardas de instituições diversas, guardas de Terreiros e Templos religiosos em geral. Elas também têm acesso aos trabalhos de incorporações em médiuns desenvolvidos, são responsáveis ainda pelo encaminhamento dos espíritos que serão tratados em Terreiros, chamados de Egun (Espírito de desencarnado) ou Ajé Ikanburuku (Espírito que fica na rua, caminhos e encruzilada). As Pombas Giras em geral são muito bem humoradas e são as que mais brincam com a questão da “sexualidade como forma de poder” e da “sedução como arma feminina”. Tratam ainda dos conflitos em geral e das relações amorosas. São as Guardiãs mais conhecidas e acessíveis ao público em geral e costumam ter contato constante e trabalham com frequência com os Esús.

São uma verdadeira central de informações, pois têm acesso aos diversos entrecruzamentos vibratórios. Dona Maria Molambo explica ainda que, essas entidades em sua maioria, adotam a cor vermelha nos trabalhos e nas velas. Algumas usam vermelho e preto, mas nunca usam somente o preto.

Assim sendo, quando uma entidade se identifica como Maria Padilha da

Encruzilhada, por exemplo, está dizendo na realidade que: pertence a falange de Dona Maria Padilha e realiza os trabalhos acima descritos.

A entidade pode ainda identificar-se somente como:

Pomba Gira da Encruzilhada, Maria Padilha, Maria Molambo, Pomba Gira Tata Molambo, Pomba Gira Sete Saias da Encruzilhada, Pomba Gira Dama da Noite, Pomba Gira Rosa Caveira, Pomba Gira da Figueira, Pomba Gira Menina, Pomba Gira do Lodo e entre outras conhecidas por todos nós.

Uma coisa importante que eu quero esclarecer para todos os alunos (as) pela minha experiência nesses 22 anos dentro do Culto aos Orisás eu venho cada vez mais estudando e me dedicando a Tradição Africana e ao Culto de Orunmila Ifá e quando temos conhecimentos sobre esses Cultos citados acima passamos a ter uma outra visão sobre tudo o que se relaciona a vida espiritual e material e uma coisa muito importante que eu sempre falo para as pessoas é que não podemos mais ficarmos presos a antigos ensinamentos ou a pessoas de dentro da religião que são limitadas em conhecimentos, ou seja, aprenderam de uma maneira e os anos se passam e continuam fazendo as mesmas coisas do passado até hoje porque a mesma acha que não precisa buscar conhecimentos com outras pessoas mais experientes. Tudo isso traz uma limitação e uma estagnação para as pessoas por não ter a humildade de ir a frente e aprender para que possa evoluir até porque para a nossa evolução

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espiritual tudo depende da nossa evolução material, hoje vemos em muitos Terreiros sempre as mesmas coisas todas as vezes do tipo:

1. Eu abaixo e todos se abaixam.

2. Eu saúdo uma Divindade errada e todos saúdam errado. Exemplo: Mojiba (errado), sendo que a saudação correta é Mojubà (significa Reverência), e entre outras saudações e fundamentos que errôneos que vemos em Terreiros. 3. Eu firmo uma vela de um jeito e todos firmam se saber o fundamento daquela

firmeza. Existem várias maneiras de se firmar uma vela.

Tudo isso vira uma coisa mecânica e cansativa e é por isso que muitas pessoas desistem da religião por verem que muitos Pais e Mães de Santos não tem

conhecimentos algum sobre fundamentos e na maioria das vezes são limitados de conhecimentos.

Uma outro aspecto que eu quero deixar bem claro aos alunos (as), é o de que devemos sempre lembrar que o mais importante é o nosso Ori (cabeça), que é uma Divindade Individual que está ligada a nossa Ancestralidade que e o nosso Ori é formado de dois aspectos:

ORI

CONCEITO DE ORI

Orí é a denominação dada a cabeça física, a cabeça é a parte mais vital do corpo humano, ela contém o cérebro (morada da sabedoria e da razão). Em muitas sociedades africanas, a cabeça é tão importante que ela é adorada como a sede da personalidade e destino do ser humano. A cabeça é considerada o receptáculo de idéias, opiniões, emoções e está ligado ao destino e sorte de cada pessoa.

Orí é todo Asé que uma pessoa tem.

Orí é a sede da consciência do ser humano. Acredita-se que temos dois Orí:

Orí Odé – Cabeça física. Orí Inú – Cabeça interior.

Orí Odé foi confiada a Òsáyín e Ògún (saber médico) Orí Inú foi confiado a Ifá e aos Orixás (saber divino).

Orí Inú controla o Orí Odé, portanto o sucesso de cada ser humano, depende única e exclusivamente do equilíbrio mental de cada ser humano.

Para os Yorubas existe dois tipos de seres humanos: Olorí rere - o que possui uma boa cabeça.

Olorí buruku – o que possui uma cabeça ruim.

O Orí tem como objetivo servir apenas ao seu dono o qual está ligado por uma força que o liga a Olódùmarè.

Logo se percebe que:

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- Orí é intermediário entre o homem e seu Orixá. Kò sí òòsà tí i dà’ni gbè léhìn orí eni

“Nenhum Orixá abençoa uma pessoa antes de seu orí”

A primeira obrigação dentro do culto deve ser o Bori (ritual de adoração do Orí), está obrigação deve ser feita antes de ser feito qualquer coisa para o Orixá.

Abaixo daremos um Itán de Ifá sobre o Orí que nos mostra sem sombra de dúvida a importância do Orí em nossa vida.

Òrúnmìlà disse que na porta de um quarto deveria haver um “diafragma” na entrada Ifá, a questão é: “quem entre as divindades pode acompanhar seu devoto em uma longa viagem entre os mares sem retornar?

Sàngó respondeu que ele poderia acompanhar o seu devoto em uma longa viagem sobre os mares sem retornar.

Vejamos esse Itan (hisórias), nós temos como perceber a importância do nosso Orí em tudo que nós façamos na vida, independe de religião ou não.

Nossa cabeça é a nossa força propulsora pela vida, se ela não estiver com bons pensamentos, dificilmente você conseguirá obter alguma coisa em sua vida, seja espiritual ou material. O homem que cumpre o seu Ìpín Orí (destino do Orí) amadurece para a morte e, recebendo os ritos fúnebres , alcança a condição de ancestral ao fazer a passagem.

Quando o Orí Inú está bem, tudo na vida corre bem. “Iwa re laye yii ni yoo da o lejo”

“Seu caráter na terra, proferirá sentença contra você”

RITUAL DE ORI O QUE É ORI?

Ori tem a propriedade de ser controlador. Além de guiar a vida, comanda todas as atividades, físicas ou não. Ele armazena em um só local todas as informações necessárias para a existência do homem. Nele encontramos o Asé (força) que forma a personalidade do ser e faz com que cada um pense e haja de forma diferente. Ori guarda todas as chaves para o êxito da vida do homem, ou seja, inteligência, bons pensamentos e memória. Estas são qualidades do homem que integram Ori. Ori tem a função de gestor o Asé do homem, ou seja, ele amadurece todos os Pensamentos, transformando-os ou aprimorando toda e qualquer idéia que passe Por ele.

Ori é independente do ser (corpo físico) e embora esteja ligado a ele, suas funções comandam todas as outras.

Ori recebeu três coisas essenciais para sua existência: A preparação para a vida na Aiye (terra) A preparação para a Iku (morte) e A preparação para a vida no Orum

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(céu) Isto possibilita que no Aiye exista a união Ori + Ara (corpo + cabeça). Mas atenção: mesmo que haja separação, no caso de morte, Ori nunca morre.

No caso de morte, Ori e Eledá (alma) se juntam e, caso necessário, realizam rituais como: Asese (vigília): para que possa haver a separação; Orisá Olori (senhor da Cabeça) e Ori, para que a alma ou o espírito possa seguir seu caminho no Plano astral.

Por ser uma parte concentradora de energias benéficas e maléficas, deve-se Ter todo cuidado ao deixar o Ori na mão de estranhos, mesmo que seja para Um simples carinho ou ritual. Lembrem-se que o sucesso ou fracasso depende do Ori e suas qualidades.

Uma outro ponto interessante que eu sempre digo para as pessoas é sobre Hierarquia de Pomba Gira ou até mesmo de outras entidades. Citarei abaixo um exemplo claro e objetivo:

Muitos dizem que a Pomba Gira Rosa Caveira vem na regência de Omulu, ela pode vir sobre a regência de um outro Orisá?

Sim, conforme citei no texto acima que temos um Ori (cabeça), que é o que nos comanda e depois temos um Orisá Ori (Orisá responsável pela nossa cabeça, ou seja, Orisá Guardião da cabeça), carregamos também um Orisá Juntó (Orisá auxiliar), e um Orisá Ancestral (Orisá que está ligado em toda as nossas encarnações).

Carregamos essas três forças em nosso Ori, ou seja, um conjunto e devemos levar esses aspectos em consideração, portanto, uma pessoa que é filha de Òsún e trabalha com a Pomba Gira Rosa Caveira pode vir sobre a influência de Òsún? Sim, pode pelo motivo de quem determinar e comandar é o Orisá Ori, Orisá Juntó e o Orisá Ancestral da pessoa que permite se a entidade virá trabalhar ou não, portanto, devemos deixar esse conceito antigo de lado e dar mais importância ao Ori e aos Orisás que comandam a coroa do Filho de Santo. Essa e muitas outras observações dentro da religião são importantíssimas e fundamentais para todos.

O poder das Pomba Gira.

As Pombas Giras são entidades brasileiras e muito conhecidas por todos que fazem parte da religião a até mesmo aqueles que não fazem parte, todas as Pomba Giras detém o poder da mudança em algo que está negativo para positivo, ou seja, o poder da transformação que significa o desejo de um ser humano. É por isso que as Pombas Giras trabalham no Trono do Desejo pelo seu poder de transformar algo na vida de um ser humano, muitas pessoas da religião Umbanda, Quimbanda e Candomblé desconhecem o poder das Pombas Giras por não ter conhecimentos ou por não ter quem os ensine e oriente sobre tudo isso, muitas dúvidas surgem na cabeça das pessoas e ouvimos muitas coisas que não condiz com a realidade, ouvimos coisas do tipo:

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Homem que trabalha com Pomba Gira vira gay?

1. As Pombas Giras podem ser invocadas para vencer uma demanda? 2. Podem ser invocadas ser invocadas para trabalhar em uma saúde? 3. Uma Pomba Gira pode levar uma mulher a prostituição?

4. É necessário fazer o equilíbrio entre Esú e Pomba Gira? Porque essa importância? 5. As Pombas Giras em suas oferendas só aceitam champanhes, cigarrilhas, cigarros,

velas pretas e vermelhas? O que mais podemos oferendar?

Essas perguntas deixo para vocês responderem como Exercício de Fixação na Plataforma de Dúvidas da Plataforma EAD do Curso.

Na Tradição Yorubá trabalhamos com Òogún Ofó (Encantamento da Palavra, ou seja. O Poder da Palavra), é muito conhecido dentro do Culto de Orunmila Ifá e pelos Sacerdotes e Ossain e pelos adoradores de Ajogun e Iyami Òsorongá. Citarei abaixo algo sobre a Tradição Yorubá.

Ibi é a palavra Yoruba para páreas1. Quando a palavra é utilizada no contexto da divinação

em Ifá, refere-se a uma pessoa se agarrando a algo que deve ser descartado. As páreas são essenciais para a vida dentro do útero e fatal a vida no mundo. Quando a pessoa atinge certa idade, agindo como criança, converte-se em Ibi. Agarrar-se ao ibi pode tomar a forma de confusão, fanatismo, visão distorcida de si mesmo ou do mundo, formas variadas de conduta, auto-estima baixa, e conceitos morais pobres. É tarefa do Awo identificar a fonte de ibi e transforma-la em Ire (Aspecto positivo).

IBI ORI

Na Cultura tradicional yorùbá, o homem e a mulher que estão comprometidos com a disciplina espiritual em Ifá, passam por uma série de rituais que colocam a consciência pessoal em alinhamento com as responsabilidades de sua faixa etária. Por exemplo, uma cerimônia de imposição de nome (Esentaiye) determina o destino da criança nos próximos anos e dá a comunidade linhas guias claras em como desenvolver o treinamento e preparação da criança para a vida adulta. O rito de puberdade prepara a criança para as responsabilidades de formação de família e paternidade. Várias iniciações aos Òrìsà preparam o adulto para assumir uma posição de responsabilidade dentro da comunidade.

A cultura ocidental tende a ignorar a importância dos ritos de passagem como uma ferramenta de auxilio ao desenvolvimento pessoal. Quando a divinação chega em ibi orí para uma pessoa que vive fora da cultura tradicional yorùbá, o processo de ire pode envolver levar o consulente a passar por um ou mais ritos de passagem até o seu desenvolvimento da maturidade mental coincidir com a idade física. Nesse momento o processo de fazer Ebo para resolver um problema pode requerer meses ou até anos de preparação antes que o Ebo tenha impacto real na consciência da

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Páre as , s . f . pl. (l. pare re ). Anat .. Tudo o que se e lim ina do út e ro após a e xpuls ão do fe t o: pl ace nt a, me m branas e cordão um bilica l, s e cundinas .

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pessoa. O Ebo foi originalmente criado como um tratamento em uma comunidade onde disciplina espiritual foi e é uma norma. A preparação para fazer um Ebo fora desse contexto pode requerer levar a pessoa através da cerimônia de imposição de nome, rito de puberdade e várias iniciações. Nesse momento ao invés de consultar constantemente um novo odu para resolver um problema que é já ficou evidente, o Awo pode checar o progresso do cliente marcando periodícamente o odu original no tabuleiro de Ifá para questionar o progresso da pessoa. Isso pode ser feito pedindo a Ifá um odu que clareie a questão do progresso acerca da transformação do ibi em ire. Por exemplo, se a pessoa experimentou um trauma sério quando criança, esta freqüentemente bloqueia o trauma provocando uma experiência fora do corpo que desassocia a consciência da fonte de dor. Adultos que não estão cientes deste mecanismo de fuga tratam da mesma maneira da mesma maneira que dificuldades correntes. Para uma criança esta pode ser a única defesa, mas para um adulto não tem efeito – causando literalmente perda de memória, acidentes e uma profúnda sensação de confusão. O processo de cura envolve manter a pessoa em seu corpo enquanto ele relembra e limpa o efeito de dificuldades mais recentes. Isso pode levar vários anos.

Não há a necessidade de voltar constantemente ao oráculo e questiona-lo sobre o problema, por que esta já terá sido identificada durante a primeira divinação. A pessoa que passa pelo processo de cura pode precisar consultar o oráculo periodícamente para monitorar o progresso.

Isso pode ser feito marcando o odu que identificou o problema e então e então utilizando o Opele, joga-se para o odu afim de comentários. Se o problema chegou originalmente em “Ìká Ìwòrì” há elementos de auto-sugestão baseados em falta de auto-estima. No processo de transformação esta situação necessita ter períodos de trabalho intensos seguidos por períodos de descanso. Utilizando o Opele para consultar o odu original é uma maneira de fazer um julgamento sobre quando forçar e quando não forçar. É possível consultar um novo odu cada vez que você ver a pessoa em tratamento, mas na minha experiência isso se torna repetitivo. Uma regra básica da Divinação é que não se faz uma pergunta a Ifá se realmente sabemos a resposta.

Ibi Orí geralmente pede um Iborí (dar de comer a cabeça) para limpar os efeitos negativos do desenvolvimento restrito. Há uma regra muito importante a respeito desse problema:

“O problema de elevação espiritual atr avés de ritos de pass agem não pode ser efetivamente e ndereçado, até o trauma da disf unç ão ser sanado. Qualquer outro caso você está simplesmente aumentando a ferida e não curando a r aiz do trauma”.

Inic ialmente em alguém sem cura o núcleo do problema aumenta a disfunção. Isto s ignif ica que os proble mas solidif icam -se e não são percebidos como problemas . Eu c hamo a iss o, de ificar a disfunção. Deificar a disfunção resulta no pensamento que cois as como pe dof ilia, drogas e abus o nupcial s ão desejos do Òrìsà. Como uma c omunidade o

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aume nto de ibi torna-se epidêmic o nesse país. N ão contribua par a esse problema.

Se a pessoa não entende a importância ou o valor dos rituais de passagem, eu recomendo a leitura do livro “Book Homecoming” de John Bradshaw e faça todos os exercícios do final de cada capítulo.

Divinação é uma responsabilidade séria. Nem todos os problemas se resolverão com uma solução rápida.

“Se você não está desejando ou não está apto a tomar as responsabilidades por problemas que podem requerer anos de trabalho para resolver, você não está pronto para a D ivinação”.

A idéia de que todo problema pode ser solucionado por um ritual mágico é errada. Se o Orí da pessoa problemática não for transformado, fazer um ritual mágico para a pessoa é simplesmente torná-lo dependente da pessoa que faz o ritual. Esse tipo de dependência é chamado de feitiçaria no odu Ifá. Este livro é sobre a Divinação em Ifá.

A qualquer pessoa que recebe uma orientação de Ibi Orí deve ser dada um tabu contra qualquer forma de auto-sugestão. O poder da palavra transforma a consciência. Se você se levanta todas as manhãs e começa o dia dizendo “Eu sou uma pessoa boa e abençoada” você carregará essa convicção como fundamento de sua identidade. Se você levantar todas as manhãs dizendo “Eu sou infeliz”, assim você será. O primeiro princípio de cura é que você não pode imaginar e se você não pode imaginar, você não pode invocar.

Não há autocura sem uma auto-imagem positiva. O odu Ifá nem sempre tem respostas para essa questão por que o foco espiritual da disciplina espiritual de Ifá é prevenir a manifestação deste problema. Os homens e mulheres que crescem dentro da Cultura tradicional yorùbá, praticando a disciplina espiritual de Ifá, sabem que eles são bons e abençoados. Eles sabem disto e humildemente vivem com esse propósito. Está no contexto do problema da fixação da baixa estima que nós podemos ouvir as revelações do Espírito de Ela. Nós não podemos ouvir estas revelações se nós não abraçarmos os rigores da disciplina espiritual de Ifá.

IBI EGUN

O ibi proveniente dos Ancestrais é algumas vezes referido como uma maldição ancestral. Uma maldição raramente é o resultado direto de alguma forma de feitiço realizado por membros de uma linhagem familiar particular. O ibi dos ancestrais é usualmente o resultado de disfunção ou comportamento dependente passada de uma geração a outra. Esta conduta pode tomar a forma de autodestruição causada por vício ou baixa auto-estima causada por abuso verbal, físico ou sexual. Qualquer um que diz que Ibi Egun significa uma pessoa que tem “ancestrais maus” não entende os fundamentos teológicos da Divinação em Ifá. Ifá ensina que qualquer pessoa nasce boa e abençoada. Algum de nossos Ancestrais pode ter feito coisas ruins. Isto o torna mal orientado, nunca mal. A idéia de que os Ancestrais podem ser “maus” é, creio eu, a gênesis do racismo e do fascismo. Ifá não apóia essas duas perspectivas. Se uma pessoa se sacia em conduta viciOsá, esta conduta pode atrair

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Ancestrais que se saciam em conduta similar e compõe o problema de saúde. Ifá trata da conduta individual enquanto limpa a influência autodestrutiva da disfunção familiar e disfunção ancestral.

Em minha experiência Ibi Egun não pode ser curado nesse país pelo uso exclusivo de Ebo. É necessário que o Ebo seja marcado juntamente sessões de cura que trata mais diretamente com o problema em questão. Isso pode ser acompanhado por grupos de ajuda ou intervenção um a um. Comunidades Ifá/Òrìsà que forem grandes o bastante devem considerar a formação de grupos de ajuda (Egbe) para lidar com problemas específicos. Estes grupos não carecem de serem liderados por iniciados. A regra é a seguinte: “Qualquer problema que você resolveu em sua própria vida é remédio para outras pessoas”.

Por exemplo, beber pode ser uma forma de vício. Eu não tenho experiência relacionada ao problema de sobriedade e qualquer sugestão quanto a esse tema, eu darei sem autoridade moral. Lembre-se que um problema não está resolvido, até que esteja realmente resolvido. Ifá está baseado na idéia do encontro daquele que trabalha.

Uma pessoa pode auxiliar o trabalho do grupo de cura providenciando várias limpezas para remover os efeitos negativos da disfunção do corpo, mente e espírito da pessoa que está em busca de transformação. Esta limpeza deve ser feita de frente a um santuário Èègún e deve envolver o uso de frutas, ervas defumação e água. Em minha experiência uma pessoa que passa por esse tipo de limpeza pode entrar em um estado alterado da consciência que parece traumático. Este estado alterado é geralmente mal rotulado como “possessão por um ancestral maligno”.

A verdade é que as vítimas infantis da disfunção freqüentemente saem de seus corpos para evitar o trauma do abuso. Uma limpeza pode provocar uma regressão que não é a mesma coisa que possessão. A regressão é um retorno da consciência da pessoa para a idade em que o trauma ocorreu. Uma regressão pode ser descrita como possessão por um fragmento da própria consciência da pessoa.

A regressão ocorre em um esforço para liberar a emoção não expressada causada pelo trauma.

Quando ocorre uma regressão a pessoa pode ser encorajada a permanecer em corpo físico, segurando seus pés. O valor de permanecer em seu corpo é que isso cria a oportunidade de descarregar a emoção que está armazenada no corpo. Emoção não descarregada é a causa maior de doenças físicas e mentais. Esta é uma limpeza mui poderOsá e perigOsá. Ela é um processo onde a orientação de uma pessoa mais experiente é necessária. Eu vi regressões que se estenderam por dois a três dias. Uma vez que ela teve início não há outra maneira de parar senão deixa-la fluir. Se você não quer realizar este tipo de trabalho, pare-o no momento conveniente.

Se a regressão de uma mulher é liberar trauma sexual infantil causado por um homem, é essencial ter outra mulher realizando a limpeza, a fim de evitar o problema de transferência. Em um estado regressivo qualquer homem pode tomar potencialmente a forma do ofensor original.

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IBI ÒRÌSÀ

O conceito de Ibi Òrìsà pode ser enganador. Eu já vi descrições do tipo “o Òrìsà odeia você”; Tal descrição é errônea. O Òrìsà não acaba com a boa sorte de alguém como expressão de sua ira. Vingança divina é um conceito cristão e não é considerado dentro da visão global de Ifá. O efeito negativo de um Òrìsà sobre a boa sorte é igualmente a falha pessoal em viver em harmonia com um Òrìsà em particular. O Ibi proveniente de um Òrìsà em particular é mais bem compreendido como um aviso para que se viva em harmonia com os atributos de um Òrìsà. O Òrìsà que fala em um determinado odu pode ser ou não a fonte definitiva de Ire em qualquer situação. Por exemplo, Sàngó pode indicar que uma pessoa está sofrendo uma ijustiça social. A fonte de injustiça pode ser a relutância da pessoa em falar a verdade. Nesse exemplo a fonte de Ibi pode ser uma falha em viver em harmonia com os atributos espirituais (Ase) de Sàngó. Usando outro exemplo, viver em harmonia incluiria uma advertência contra roubo. Se a pessoa continuar a roubar, a conseqüência negativa é o resultado da opção de tal pessoa. Se você faz fogo, o fogo pode ser utilizado para esquentar e cozinhar. Se você sentar no fogo e se queimar, não podemos falar que ele é mal, mas sim que a sua escolha foi tola.

Existe uma infinidade de maneira que o Ibi Òrìsà pode se manifestar. O Awo pode utilizar tanto o igbo ou quatro búzios para esclarecer essa matéria. Uma vez determinada a raiz da resistência, o Awo deve explicar que viver em harmonia com o Òrìsà assemelha-se em viver no meundo. Eu também recomendo “tempo de esteira”, significando meditação defronte ao santuário do Òrìsà que traz ire a pessoa em determinada questão.

IBI AJOGUN

Ifá ensina que falta de alinhamento com o Orí, Egun ou Òrìsà torna a pessoa vulnerável às forças destrutivas de Ajogun que são forças da Natureza que causam destruição material, doenças físicas, desordem mental e morte. Elas são tipicamente causadas por influências do meio ambiente que não necessariamente resultam de falta de percepção ou alinhamento por parte da pessoa que sofre suas influências. Ajogun são expressões da realidade que coisas ruins acontecem a pessoas boas. Contudo, qualquer um que deixa as condições de “Ibi” sem acompanhamento por períodos extensos torna-se vulnerável a esse tipo de influência negativa. Por exemplo, Ifá ensina que nós nascemos com uma idade máxima predestinada. Além desse ponto, nada pode ser feito para estender a expectativa de vida. Ikú (Espírito da Morte) não é mal, vingativo ou irado. A Morte é parte natural do ciclo de nascimento, vida, morte e renascimento. Iku pode vir antes do fim natural do ciclo de vida como resultado da falta de higiene, condutas auto destrutivas ou colisão com desastres naturais. Ifá pode oferecer antídoto para a intrusão não desejada da morte prematura, incluindo precaver-nos sobre desastres naturais a porvir.

Quando as forças de Ajogun chegam a um ponto onde causam doenças físicas, o Awo tem por obrigação determinar o melhor modo de cura e carece de recomendar a pessoa o médico que pode melhor transformar a causa fundamental da doença. Em África, isso é geralmente feito através de um relacionamento trabalhista espreito

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entre os iniciados em Ifá e os iniciados em Òsanyin (Espírito das ervas). No ocidente tal relacionamento não existe. O Awo no ocidente deve conhecer as formas de cura física disponíveis na comunidade (tanto convencional quanto alternativa) e tomar as medidas necessárias.

A presença de Ajogun pode requerer o uso de Awure (feitiços protetores). O primeiro passo em fazer Awure é determinar a força espiritual (Òrìsà-Egun) que melhor guarda contra a força destrutiva particular. Uma vez que isso é feito é necessário determinar se a proteção deve ser carregada pela pessoa (patuá ou fio de contas), colocados na casa (Ase de um Espírito em particular), colocado fora de casa (geralmente enterrados).

Desmistificando o mistério Pomba Gira.

Deus se manifesta em nossa vida através de suas vibrações. Há muitos sinônimos para estas vibrações. Alguns chamam de energias divinas, sopro de Deus, tronos divinos, hálito divino, forças cósmicas, fluido cósmico e por ai vai. Dentre estas tantas vibrações, destacamos neste Curso a vibração do trono ou da energia do desejo. É a vibração Pomba Gira, que aliada ao princípio do vigor ou vibração do aspecto de Esú, proporciona a realização ou concreção de todas as coisas possíveis.

A Pomba Gira é um dos mistérios menos conhecidos e por isso, mais temidos e mistificados no Candomblé, Umbanda e Quimbanda. É natural temermos ou desconfiarmos daquilo que não conhecemos e não compreendemos e isso é mais uma razão para, antes de julgarmos, analisarmos e estudarmos o mistério Pomba Gira. Tudo o que Deus criou é sagrado e a vibração Pomba Gira exerce um papel fundamental no Universo criador, pois ao relacionar-se com a vibração do aspecto Esú, direciona e potencializa o vigor divino, conduzindo todas as energias para a realização de finalidades desejadas pela mente.

Não basta apenas possuir o vigor ou a vitalidade para que algo aconteça. É necessário também desejar que algo aconteça, ou seja, o Trono do Desejo que as Pombas Giras trabalham. E se este desejo é carregado de força, de vigor e determinação, nada é impossível para ninguém. Ifá diz: “O cuspe que cai no chão não retorna a boca, tome muito cuidado com o que fala e deseja”, pois sabem que o desejo é o início do trabalho gerador de todas as coisas. Dessa forma, assim como Esú e Pomba Gira está presente no trabalho de todos os orixás, sem pertencer ou integrar nenhum deles. Para adquirir conhecimento é necessário o desejo de conhecer, para adquirir amor é necessário o desejo de amar, para evoluir é necessário desejar evoluir e assim a vibração Pomba Gira é aquela que torna todos nossos desejos possíveis.

Não devemos esquecer contudo que as vibrações de Deus são energias e essas energias podem ser manipuladas segundo a vontade de cada um. Alguns usam a fé para iluminar e fortalecer para o bem, outros a usam para iludir e adquirir

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vantagens. Uns usam o conhecimento para difundir o conforto e a paz, outros para semear a destruição e a guerra. E no caso da vibração do desejo, algumas pessoas usam para buscar a evolução e realizar coisas boas, outras para a busca de satisfações pessoais e mundanas. Deus nos dá os orixás, ou seja, as energias e delas fazemos aquilo que queremos, mas no final cada um receberá de acordo com as suas obras.

O desejo é importantíssimo pois sem ele nem existiríamos e não teríamos direcionamento para nada. Mas a Pombas Giras não se restringe ou se limita ao desejo sexual e muito menos a energia sexual se restringe ao ato sexual em si. A energia sexual é a energia que irriga todos os nossos processos criativos e evolutivos e se devidamente canalizada e sublimada, é capaz de realizar maravilhas. O próprio ato da concepção e gestação é uma maravilha sublime, se a concebermos a partir de uma visão divina.

O desejo é o que conduz homens e mulheres a se unirem e promoverem a reunião de novos espíritos no mundo das formas e esse desejo é sagrado, é lindo e divino. Assim como todas as outras formas de manifestação do espírito, a manifestação sexual também evolui, palautina e lentamente, de ações mais grosseiras para ações mais sutis, até quando, assim como ocorre em raças superiores, o ato sexual dispensar o contato físico e representar uma união pura de energias, congregadas da mente de cada alma, unidas por laços mais sublimados de simpatia e amor.

Enquanto esse tempo não chega, nem por isso o ato sexual deixa de ser sagrado e maravilhoso do jeito que é. Mas deve ser praticado com respeito e decência, no âmbito de relacionamentos onde prevaleça a simpatia e o amor, pois o seu abuso pode conduzir ao vício e ao desequilíbrio.

A vibração de Pomba Gira estimula realmente o desejo em tudo o que o desejo se faz presente, mas não devemos acusar a Pomba Gira por toda a promiscuidade que há neste mundo, pois ela nada tem com isso, pois somos responsáveis pelo patrimônio de energias que Deus coloca à nossa disposição. Pomba Gira é beleza, é sedução, é alegria e merece consideração e respeito. É maravilhoso quando somos seduzidos por algo divino e canalizamos nosso vigor para satisfazer um desejo bom. Isso acontece sempre e é em razão desta sedução que encontramos prazer no nosso trabalho, na nossa família. Agradeçamos por tudo isso às Pomba Giras, pois esta vibração busca nos dar prazer e sem o prazer nossa vida não teria a melhor graça.

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A ligação de Pomba Gira e Iyami Òsorongá.

Todas as Pomba Giras sofrem influência de duas Divindades importantes que são:

Oya (Iansã) e Iyami Òsórongá (A Grande Mãe Ancestral), e essas divindades estão ligadas aos Òdús (Karmas, destino que cada ser humano carrega na sua vinda a Terra), vejamos abaixo os Òdús que essas Divindades respondem:

5.Òdú Osé Meji (representa a fecundação). 7. Òdú Odi Meji (representa as mudanças). 9. Òdú Osá Meji (representa as transformações). 10. Òdú Òfún Meji (representa a riqueza, a sabedoria).

11. Òdú Owanrin (representa a ancestralidade, a vida e a morte).

Esse Itan do Òdú Owanrin relata muito o aspecto e a ligação entre Pomba Gira e Iyami Òsorongá. Vejam isso abaixo:

Dizem os antigos Sacerdotes que esse Òdú é conhecido como Ojú Otá (O terceiro olho – aquele rege Esú Onan ou o Dono do Caminho). Por esse motivo ele tem envolvimento e caminho com Pomba Gira e Egun.

Um Ìtón (história) do Òdú Owanrin conta que Oya queria ter os mesmos poder de Esú, ma o único que poderia trazer essa força a Oya era Ikú, mas Ikú não era amigo de ninguém assim Oya fez um Ebó de Encantamento na encruzilhada que vai de encontro ao Ìgbalé

(Cemitério), aonde sabia que Ikú iria passar levando os desencarnados, mas Ikú sempre estava com muita fome e viu aquele Ebó com muitos elementos e logo pensou “será que devo comer deste Ebó”, não pensou duas vezes e logo se sentou e comeu tudo o que tinha ali. Oya logo apareceu e disse muito bonito Ikú, você comeu do meu Ebó e agora eu quero algo em troca. Ikú tirou seu manto negro e se tornou logo um homem lindo, Oya ficou assustada e se apaixonou por Ikú.

Ikú soprou um pó de encantamento em Oya que caiu em logo em um longo e profundo sono na encruzilhada, passado alguns dias Oya acorda, mas vendo que algo estranho ela não se deu conta de que não tinha mais alma e esta alma passou a ser chamada de Njila Ojiji (Alma da Encruzilhada), e todos que passam ali pela encruzilhada ficavam apaixonados por Iya Njila e logo era seduzida por Iya Njila e com isso ninguém mais morria. Ikú muito

preocupado foi ver o que estava acontecendo e lembrou-se do Ebó de Encantamento de Oya e deseperado Ikú vai até Oya e pergunta o que ela queria. Oya responde para Ikú:

“Eu quero poder andar nos Nove Mundos se limites”.

E assim foi feito nascendo Oya Mesan Orún e sua companheira Iya Njila e Egun recebeu a missão de ficar ao lado de Oya e contar tudo para Ikú o que Oya fazia.

Observamos que na saudação de Oya diz: Oya Mesan Orún, Oya Oriri

Tradução:

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Um outro aspecto importante é a Força de Pomba Gira e Iyami Òsorongá.

Iyami Òsorongá é muito importante na Tradição Yorubá para Encantamentos até porque elas detém conhecimentos sobre feitiços e são conhecidas também como Ajés (feiticeiras). Ajé representa a força livre que pode ser usada tanto para o bem quanto para o mal. Na teologia Yorubá os Orixás são sempre usados para o bem. Pomba Gira e Esú são forças neutras e também servem para o bem, os Ajogun representam o mal, Ajé é a força que fica no meio e pode ser usada para o bem e para o mal dependendo da consciência de cada pessoa.

Os Òdús Osé Meji, Odi Meji e Osá Meji relatam muito bem esse aspecto de Ajé que diz que as Ajés pousaram em 7 árvores umas fizeram o bem, em ou outras fizeram o mal e na do meio fizeram o bem e o mal. Òdú nada mais é do que o nosso Karma, destino sobre a Terra, é através do Òdú de Placenta que sabemos tudo sobre a nossa trajetória sobre a Terra. Iya nla que tem em Òsún sua principal correspondente a única Divindade que veio com o Òdú para o Aiyé (Terra), e que gerou Osetura.

Toda as mulheres tem a capacidade de invocar esse poder e isso está relato no Ìtón do Òdú Ìreté e esse Òdú e esse é o Òdú de poder de Ajé e que foi apaziguada e controlada por Obatalá. Ajé foi controlada através de Orunmilá, descrito em versos do Òdú Ojiobe Ògundá e Òdó Odí Meji, além disso em Osá Meji que foi o Òdú que trouxe Ajé ao Mundo e também ao qual foi dado o poder a Òdú por Èledumare.

Ajé quase encontra sua destruição completa, sendo salva no último momento por Orunmila da fúria de Obatalá. Geledé é considerada um sinônimo de Ajé, mas é o Festival anual na Nigéria no qual os homens é que dançam vestidos de mulher, danças em homenagem a Òdú para mostrar respeito e apaziguar os seus ânimos. Efé é a manifestação mais vigorosa desse Festival feita a noite somente, e por fim o poder de Iyami Òsorongá foi transmitido a Egun por Òdú, isso está também está relatado nos Ìtóns do Òdú Osá Meji. Obatalá toma de Òdú o poder sobre Egun e Òdú da a Egun um pássaro. Que pousará em seu ombro e fará realizar tudo o que ele determinar. O pássaro é a representação do poder de Ajé, também pode ser visto em um pássaro a força de Pomba Gira, é o pássaro que reside na cabaça (representa o útero da mulher), e é o pássaro que executa suas ordens. Isso tudo metaforicamente claro o útero feminino.

Devido a ligação com Iyami Òsorongá com os pássaros surge o nome Pomba Gira, dentro da Umbanda o nome Pomba Gira pode ser traduzido como “Mensageira dos Caminhos a

esquerda”. Pomba é um pássaro que foi usado como mensageiro (pombo correio), Gira expressa a idéia de movimento, caminhada, deslocamento, Iya (Mulher) e Njila (Alma da Encruzilhada). Como essas entidades atuam na esquerda, vem o significado de Mensaeira dos Caminhos a esquerda ligadas a Encruzilhada. Entidades companheiras e que estão ligadas aos seres humanos que se identificam como Pomba Gira.

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O que é um Encantamento de Pomba Gira.

Para tudo na vida existe uma solução, um remédio, e na Tradição Yorubá trabalha-se muito com Òogún Ofó também conhecido como Afosé. Existem vários tipos de Encantamentos de Pomba Gira mas o mais importante é saber qual a necessidade do consulente e quais elementos devo usar para ajudar a solucionar o problema do consulente. Para isso existem uma infinidade de Encantamentos de Pomba Gira que vocês irão aprender nesse Curso. Na verdade o ser humano tem progressivamente se distanciado do contato com o Sagrado e com isso desumanizando-se e se tornando fraco tanto espiritualmente quanto

materialmente, o comprometimento religioso do ser humano contribui com a

espiritualidade do Mundo a fim de promover o contato do homem com o Sagrado e com a Natureza.

Um Encantamento de Pomba Gira visa equilibrar a vida de uma pessoa que se encontra em desequilíbrio em algum aspecto da vida para que a mesma caminhe bem e com muita prosperidade sobre a Terra.

Referências

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