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O Futuro do Ensino Superior Público em Cabo Verde “Prioridades de Custo e Financiamento”

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O Futuro do Ensino Superior Público em Cabo Verde

“Prioridades de Custo e Financiamento”

GESTÃO E PLANEAMENTO DA EDUCAÇÃO

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(3)

Danilo César Mendonça Tavares

O Futuro do Ensino Superior Público em Cabo Verde

“Prioridades de Custo e Financiamento”

Trabalho Científico apresentado à Instituto Superior de Educação (ISE), como requisito parcial para obtenção do grau de licenciatura do curso de Gestão e Planeamento da Educação orientado pelo professor Benvindo Rodrigues.

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Danilo César Mendonça Tavares

O Futuro do Ensino Superior Público em Cabo Verde

“Prioridades de Custo e Financiamento”

Trabalho Científico elaborada no âmbito da Licenciatura em Gestão e Planeamento da Educação destinado a Instituto Superior de Educação

Aprovado em _______ de _________________ de 2006 BANCA EXAMINADORA 1. ___________________________________________ 2. ___________________________________________ 3. ___________________________________________ Praia, Junho de 2006 Agradecimentos

(5)

Agradeço em primeiro lugar a Deus pela vida que me deu;

Ao meu orientador professor Benvindo Rodrigues pela força, motivação e pelo bom desempenho demonstrado ao longo desse trabalho;

Aos meus professores pelo desempenho, dedicação demonstrado ao longo do curso; Aos meus familiares, meus pais e todos meus amigos e aqueles que de uma forma ou outra contribuíram para que esse trabalho realizasse.

(6)

Epígrafe

“As forças – motoras das instituições de Ensino Superior devem ser a excelência e a qualidade, no que diz respeito às actividades de ensino e de investigação e desenvolvimento.”

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INDICE

Agradecimentos Epigrafe

Lista dos Quadros e Gráficos Lista de Siglas e Abreviaturas

Introdução________________________________________________________________10 Capitulo I – Diagnóstico da Situação____________________________________________12 1. A Importância do Ensino Superior____________________________________________12 2. O Ensino Superior Público em Cabo Verde_____________________________________13 2.1 ISE (Instituto Superior de Educação) ________________________________________15 2.2 ISECMAR (Instituto Superior de Engenharia e Ciências do Mar) _________________17 2.3 CFA/INIDA (Centro de Formação Agrária do Instituto Nacional de Investigação e

Desenvolvimento Agrário) ___________________________________________________21 2.4 ISCEE (Instituto Superior de Ciências Económicas e Empresariais).________________25 2.5 INAG (Instituto Nacional de Administração e Gestão). __________________________27 2.6 O Financiamento das IES público em Cabo Verde. _____________________________31 3 Quadro Jurídico – Regulamentar do Ensino Superior. ____________________________32 3.1 Metas a Alcançar. _______________________________________________________33 3.2 Que estratégias de Curto Médio Prazo (2006 – 2011). ___________________________35 4 Análise SWOT da Situação. _________________________________________________36

(8)

4.1 Forças. ________________________________________________________________37 4.2 Fraquezas. _____________________________________________________________37 4.3 Oportunidades. _________________________________________________________39 4.4 Ameaças. ______________________________________________________________40 Capitulo II – A Procura Futura do Ensino Superior “Cenário de Base e Cenário Optimista”. _________________________________________________________________________41 Capitulo III – Os Grandes Desafios. ____________________________________________45 Capitulo IV – Que Estratégias. ________________________________________________48 Capitulo V – Conclusões e Recomendações. _____________________________________50 Bibliografia. ______________________________________________________________53 Anexos. __________________________________________________________________54 Anexo I – Informações sobre as IES públicos em Cabo Verde. __________________ ____55 Anexo II – Orçamento do Ensino Superior Público do ano lectivo 2000/01 a 03/04. ______57 Anexo III. Percentagem do Ensino Superior Público em relação ao orçamento da Educação. _________________________________________________________________________58 Anexo IV. Eixos de intervenção _______________________________________________59 Anexo V. Pessoas e Instituições Contactadas _____________________________________61

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Lista dos Quadros e Gráficos

Quadros e Gráficos Conteúdo Páginas

I

Evolução dos alunos no Ensino Superior público em Cabo

Verde de 1996/97 a 2005/06). 14

II Instalação e Equipamentos do ISE 16

III Instalações e equipamentos do ISECMAR 19

IV Projectos do ISECMAR para o ano 2006 19

V

Número de alunos matriculados em 2004/05 por ano de

estudos e sexo, segundo cursos 23

VI Instalações e equipamentos do ISCEE 26

VII

Cursos do CENFA para pessoal da Administração Pública

dos 5 Países Africanos de Língua Portuguesa, entre 1978 e 1999 e, a título de exemplo, cursos de 1998.

28

VIII Instalações e equipamentos do INAG 30

IX Orçamento do INAG para 2003 30

X

As principias leis e regulamentos sobre o Ensino Superior

Público em Cabo Verde: 32

XI

Quadro do Cenário de Base e Cenário Optimista e o gráfico da comparação da demanda Cenário de Base e

Optimista período 2004-2005.

42

XII Cenário de Base 43

XIII

Quadro do Cenário Optimista e o gráfico da comparação

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Siglas e Abreviaturas

$00 Escudos de Cabo Verde BA Bacharel

CFA Centro de Formação Agrária CFN Centro de Formação Náutica

CI Comissão Instaladora

CIES Comissão Instaladora do Ensino Superior

CENFA Centro de Formação e Aperfeiçoamento Administrativo DGESC Direcção Geral de Ensino Superior e Ciência

EFPES Escola de Formação de Professores do Ensino Secundário

ETI Em Tempo Integral

ETP Em Tempo Parcial

ISA Instituto Superior de Agronomia – Portugal IES Instituições de Ensino Superior

ISE Instituto Superior de Educação

ISECMAR Instituto Superior de Engenharia e Ciências do Mar ISCEE Instituto Superior de Ciências Económicas e Empresariais INIDA/CFA Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento Agrário

INAG Instituto Nacional de Administração e Gestão LIC Licenciatura

SWOT/FOFA Strength (Força), Weakness (Fraqueza), Opportunity (Oportunidade), and Threat (Ameaça).

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Introdução

As razões da escolha do tema “O Futuro do Ensino Superior Público em Cabo Verde

(Prioridades de Custo e Financiamento), pretende-se com: a vontade de aplicar os

conhecimentos adquiridos ao longo do curso de Gestão e Planeamento da Educação, a vontade de dar um contributo que se julga necessário na identificação das prioridades do país em matéria do Ensino Superior, que contribua para uma eventual necessidade do país em termos de pessoas com maiores competências, de conhecimentos mais sólidos e abrangentes, dispostos a aceitar a mobilidade profissional, para enfrentar a sociedade do futuro de forma eficaz e criativa.

O presente trabalho encontra-se dividido em cinco capítulos: Diagnóstico da Situação;

A Procura Futura do Ensino Superior; Os Grandes Desafios do Ensino Superior; Que Estratégias;

Conclusões e Recomendações.

No primeiro capítulo aborda-se informações de vários caracteres como a importância do Ensino Superior para o desenvolvimento de um país, o historial do Ensino Superior público em Cabo Verde e a sua evolução, informações sobre as IES Público existentes em Cabo Verde, o financiamento das IES público de Cabo Verde. Também são destacadas informações sobre o quadro jurídico e regulamentar do Ensino Superior, metas que o país tem a alcançar, que estratégias de curto médio prazo (2006-2011) que o país traçou e é feita uma análise SWOT do Ensino Superior em Cabo Verde.

O segundo capítulo retrata a procura futura do Ensino Superior em Cabo Verde com a elaboração de dois cenários. O cenário de base que parte do pressuposto que o futuro terá a mesma tendência de hoje, e o cenário optimista que pressupõe que aumentará a procura para o Ensino Superior no futuro.

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No terceiro capítulo destaca-se os grandes desafios do país no que diz respeito ao Ensino Superior, no quarto capítulo as estratégias do actual governo para o Ensino Superior, e no quinto capítulo as conclusões e recomendações.

Este trabalho destina-se ao Instituto Superior de Educação para complemento do Plano curricular do curso de Licenciatura em Gestão e Planeamento da Educação iniciado no ano lectivo 2002/2003.

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Capitulo I – Diagnóstico da Situação 1- A importância do Ensino Superior

Devido a sua importância o Ensino Superior costuma surgir na maior parte dos países como fruto do desenvolvimento, mas o mal é que muitas vezes se torna sempre dependente desse desenvolvimento. É necessário que o Ensino Superior se transforme no motor de desenvolvimento, através das competências e aptidões que dá aos cidadãos, que os tornam capazes de adaptarem-se às mudanças e enfrentar o futuro de forma eficaz com criatividade e competitividade.

O desenvolvimento socio-económico de um país passa pela capacidade de investigar, criar e gerir conhecimentos e o Ensino Superior, por ser um nível de ensino em que se adquire conhecimentos e capacidades de investigação, é um indicador de referência sobre o nível de desenvolvimento de uma sociedade, cabendo-lhe um lugar importante no desenvolvimento e na dinamização desta mesma sociedade.

O Ensino Superior através da evolução científica e tecnológica, contribui para o desenvolvimento de qualquer país através das respostas que encontra para resolver os problemas provenientes das transformações no domínio da energia, das telecomunicações, das tecnologias e sistemas de informação, da biofísica e, em particular, da globalização da economia operadas actualmente no mundo. Para o efeito, é necessário preparar pessoas, desenvolvendo nelas competências, aptidões e atitudes para se adaptarem as mudanças do mundo e enfrentarem o mercado de trabalho que é hoje em dia cada vez mais competitivo.

O Ensino Superior é fundamental em vários domínios, como a produtividade, iniciativa empresarial, crescimento e inserção na economia do conhecimento, mobilidade social, participação politica, reforço e democratização da sociedade civil, espaço de liberdade, formação de competências para todos os níveis do sistema educativo e produção de líderes para antever e enfrentar os desafios actuais e futuros, multiplicador de talentos e de escolhas, viveiros de cientistas e profissionais qualificados para criar, absorver e disseminar o conhecimento e a tecnologia.

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De uma forma resumida podemos dizer que o Ensino Superior é muito importante porque abrange vários factores e sectores para o desenvolvimento de um país como:

O desenvolvimento socioeconómico, pelo seu papel na criação de uma massa crítica nacional e na formação de quadros necessários aos diferentes sectores de actividade;

Afirmação e consolidação da identidade nacional e cultural; Reforço da presença do país na cena internacional;

Instrumento que poderá favorecer uma emigração qualificada; Motor de desenvolvimento do sistema educativo no seu todo;

Criação de uma capacidade endógena para o desenvolvimento da investigação científica.

2. – O Ensino Superior Público em Cabo Verde

A entrada de Cabo Verde no concerto das Nações, em 1975, aquando da independência, trouxe, naturalmente, um leque de preocupações relativas a qualificação dos seus recursos humanos para o desenvolvimento do país. Tendo em conta a situação gritante de falta, tanto em número como em qualidade, de quadros técnicos e profissionais, para conceber, executar e avaliar politicas públicas em vários domínios da vida económica, social, politica e cultural da nação. A ausência total de uma única instituição de formação superior no pais em 1975, levou com que o Governo de então recorresse a ajuda dos parceiros de desenvolvimento, para a formação de milhares de quadros de nível superior (1,1%) e médio (1975-2005) em países como Portugal, Estados Unidos da América, Franca, ex-URSS, Cuba, Brasil, Alemanha, etc., os quais vem dando um contributo valioso para o crescimento económico e desenvolvimento social de Cabo Verde, transferindo tecnologias e competências as gerações mais novas.

(15)

De forma a diminuir a dependência do país em termos de formação no exterior dos seus quadros, paulatinamente, foram dado passos, no sentido da criação e operacionalização de algumas instituições de formação superior tais como o ISE, o ISECMAR, o CFA do INIDA, e o ISCEE, cujas datas de criação, cursos ministrados, localização, perfis do corpo docente e número de alunos são mais adiante discriminados, e o INAG que se encontra em fase de instalação.

Quadro 1: Evolução dos alunos no Ensino Superior público em Cabo Verde de 1996/97 a 2005/06). Instituições 1996/97 1997/98 1998/99 1999/00 2000/01 2001/02 2002/03 2003/04 2004/05 2005/06 ISE 270 313 451 497 357 585 719 989 2249 1460 ISECMAR 24 29 36 57 98 290 330 425 577 615 ISCEE 27 21 25 32 184 218 177 269 299 428 INIDA/CFA 0 0 0 0 22 22 0 0 49 49 Fonte: GEP/MEES

Gráfico 1: Evolução dos alunos no Ensino Superior público em Cabo Verde de 1996/97 a 2005/06).

Evolução dos Alunos no Ensino Superior segundo IES

0 500 1000 1500 2000 2500 1996 /97 1997 /98 1998 /99 1999 /00 2000 /01 2001 /02 2002 /03 2003 /04 2004 /05 2005 /06 ISE ISECMAR ISCEE INIDA/ CFA Fonte: GEP

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Do quadro e o gráfico que reflecte a evolução do Ensino Superior em Cabo Verde nota-se que durante esnota-se período que a evolução é satisfatória demonstrando alguma confiança por parte dos candidatos em prosseguirem os seus estudos em Cabo Verde, passando de 321 alunos em 1996/97 para 2552 em 2005/06.

2.1. Instituto Superior de Educação (ISE)

O Instituto Superior de Educação (ISE), criado em 1995 pelo Decreto-Lei n.º 54 / 95, de 2 de Outubro com a sua sede na cidade da Praia, ilha de Santiago e um pólo no Mindelo, ilha de São Vicente. Antes de 1995, o ISE era conhecida como Escola de Formação de

Professores do Ensino Secundário (EFPES), que surgiu com a reforma curricular de 1989, e

o Curso de Formação de Professores do Ensino Secundário, instituído em 1979, através do Decreto-lei n.º70 / 79, de 28 de Julho.

O ISE de acordo com o estatuto, é uma IES no domínio da Educação, orientada para o ensino, a investigação, a prestação de serviços à comunidade e a promoção de intercâmbio cultural, cientifico e técnico com instituições públicas e privadas, nacionais e estrangeiras. As suas novas instalações na cidade da Praia (Palmarejo) oferecem possibilidades de desenvolvimento do ensino à distância e de novos cursos para o sector educativo que se necessita.

Em conformidade com os Estatutos, a estrutura orgânica do ISE integra os órgãos de Gestão (Conselho Directivo, Presidente e Concelho Cientifico), 6 Departamentos (línguas Estrangeiras, Línguas Cabo-Verdiana e Portuguesa, Ciências da Educação, Historia e Filosofia, Geociências e Ciências e Tecnologia) e os Serviços Administrativos.

Corpo docente e discente

O ISE tem um total de 148 docentes, dos quais 19 do quadro, 13 em regime de destacamento, 38 em tempo inteiro (ETI) e 78 em tempo parcial (ETP). Dos 78 em ETP, 9são Doutores, 30Mestres, e 31 Licenciados. O ISE tem 1460 alunos matriculados em 2005/2006, divididos em 3 cursos de Bacharelato e 18 de Licenciatura.

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Instalações e Equipamentos do ISE

O ISE possui um meio de transporte próprio para as suas necessidades e para o futuro próximo pretende arranjar mais.

Quadro 2: Instalação e Equipamentos do ISE

Departamentos Número

Salas para reuniões departamentais 10

Gabinetes para atendimento 20

Área Administrativa

Gabinete Presidente + Sala de reuniões do Conselho Directivo 1

Gabinete Director Administrativo 1

Secretaria 1

Gabinete Chefe de Secretaria 1

Salas de Aula

Salas de Aula (normais) 29

Sala c/ 20 computadores 1 Laboratórios Laboratório de Português 1 Laboratório de Francês 1 Laboratório de Inglês 1 Laboratório de Física 1 Laboratório de Química 1 Laboratório de Matemática 1 Laboratório de Geologia 1 Laboratório de Geografia 1 Laboratório de Biologia 1 Centros C. Tecnológico 1 C. Documentação e Reprografia 1 C. De Investigação 1 C. De Língua 1 Apoio ao serviço

Salas de Assistência Técnica aos Laboratórios 2

Biblioteca para 100 pessoas 1

Anfiteatro para 120 pessoas 1

Pavilhão Desportivo (Início de construção previsto para Outubro de 2003) 1

Diversos

Cozinha/Refeitório 1

Instalações Sanitárias 13

Arrumos 3

Arrumos no refeitório 1

Área afecta ao Pavilhão 1

Sala de Professores 1

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Comunicação

O ISE no presente momento encontra com acesso à INTERNET e ao correio electrónico, que permite tanto aos professores, estudantes e funcionários técnico-administrativos ter acesso.

Inscrição, Custo e Propinas dos alunos no ISE

A inscrição no ISE é feita no início do ano lectivo mediante a selecção dos alunos que irão frequentar os diversos cursos fornecidos pela instituição, e é de 500$00 cabo-verdianos, com a 1ª prestação incluído que faz um total de 5500$00. A propina é de 50.000$00/ano (5.000 × 10 meses), o equivalente a 39 % do custo de serviço, isto porque cada aluno tem um custo anual de cerca de 128.000$00 cabo-verdianos, sem contar os investimentos. O custo médio de uma licenciatura é de aproximadamente 570.000$00, equivalente a 5 180 dólares americanos.

Isto quer dizer que para se concluir um curso de licenciatura de 5 anos no ISE, um aluno, tem um custo total de cerca de 640.000$00, dos quais 39 % co-financiados pelo aluno e o restante pelo estado.

2.2. Instituto Superior de Engenharia e Ciências do Mar (ISECMAR)

Deste a sua criação em 1983, o Centro de Formação Náutica (CFN) foi-se afirmando como um estabelecimento de Ensino Superior, com capacidade para formação do pessoal do mar de acordo com os requisitos e as normas internacionalmente exigidas.

Dos resultados alcançados pelo CFN, destaca-se a formação de pessoal da Marinha Mercante, nomeadamente Oficiais de Pilotagem, de Máquinas e de Radiotecnia, segundo os níveis estabelecidos pela Convenção Internacional das Normas de Formação e Certificação de Marítimos (STCW 1978).

Contudo a lei orgânica, então aplicável, aprovada pelo decreto-lei n.º 106 de 24/10/87, tornou-se desactualizada face às novas realidades do CFN, tanto no que se refere à moderna filosofia do ensino que se pretende ministrar (Ensino Superior Politécnico), como no que diz respeito ao seu funcionamento administrativo, especialmente no relativo ao pessoal.

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Antes os planos do Governo para o desenvolvimento do Ensino Superior em Cabo Verde, entendeu-se que o CFN tinha um papel importante a desempenhar, daí que, numa perspectiva de optimização, se optou por transformar o CFN num Instituto Superior Politécnico, ministrando uma vasta gama de cursos, de modo a potenciar o aproveitamento dos investimentos já feitos em recursos humanos e materiais e a servir melhor o desenvolvimento e modernização de economia cabo-verdiana.

E assim em Outubro de 1996, o CFN foi transformado no actual Instituto Superior de Engenharia e Ciências do Mar (ISECMAR) aprovado pelo decreto-lei n.º40/96, de 21 de Outubro de 1996.

O ISECMAR possui a sua sede no Mindelo, São Vicente e oferece 5 cursos com grau de licenciatura, forma professores para o Ensino Técnico e propõe ainda a sua constante adequação às necessidades do mercado de trabalho não só cabo-verdiano, como também de alguns países de língua oficial portuguesa.

Órgãos e Serviços do ISECMAR

Os órgãos e Serviços do ISECMAR são o Conselho Directivo, a Comissão Permanente o Presidente, o Conselho Cientifico, Comissão Pedagógica, Centro de Documentação e Informação e o Conselho Consultivo. Existem os Departamentos de Ciências Náuticas, de Engenharia Mecânica e Electromecânica, de Engenharia Electrónica e Computação, de Pescas e Tecnologia de Recursos Aquáticos e de Ciências Exactas, e Humanas e os Serviços, Académicos, Serviços dos Recursos Financeiros e Património e Serviços Humanos e Expediente Geral.

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Quadro 3: Instalações e equipamentos do ISECMAR

Espaço / equipamento

N.º Descrição

Sala 9 Salas de aula

Sala para professor 17 Gabinetes, salas de reuniões e salas de departamentos

Salas de informática 4 40 Postos de trabalho para professores e alunos Laboratórios 18 Para todos os departamentos

Biblioteca 1 Geral

Auditório / anfiteatro 1 Auditório

Lar de estudantes 1 Para 50 alunos / camas Residência para

professores

2 Casas para professores Casa de passagem 1 Guest house

Centros 2 Combate a incêndio e sobrevivência no mar Transporte 3 1 Nissan de cabine dupla, 1 Ford de 12 lugares e 1

autocarro Yssusu para apoio geral à administração e visitas de estudo

Fonte: ISECMAR

Nota: O ISECMAR já apresentou ao Ministério de Educação projectos para o ano 2006 cujas discrições conta no seguinte quadro:

Quadro 4: Projectos do ISECMAR para o ano 2006

Projectos ISECMAR 2006

Alteração e Ampliação do Edifício e das Instalações do ISECMAR 276.588.000

Criação de um Laboratório de Engenharia Civil 10.000.000

Criação de um Laboratório de Cálculo 5.000.000

Remodelação do Guest House 12.000.000

Criação de um centro de combate a incêndios no ISECMAR 12.000.000 Construção, remodelação e conversão de duas casas em Biblioteca e Cantina no

ISECMAR 36.575.000

Construção de um bloco de estudos 48.285.000

Montante Global 400.448.000

Fonte: ISECMAR

Comunicação

No ISECMAR os professores, alunos e funcionários têm acesso ao Correio Electrónico e à INTERNET.

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Laboratórios, Oficinas e Centros de Formação do ISECMAR

O ISECMAR, para a sua formação conta com os seguintes laboratórios, oficinas e centros:

Laboratório de Línguas, Laboratório de Termodinâmica, Laboratório de Hidráulica, Laboratório de Maquinas de Combustão Interna, Laboratório de Electrónica, Laboratório de Electrotecnia, Laboratório de Automação, Laboratório de Desenho Assistido por Computador, Laboratório de Química, Laboratório de Física, Laboratório de Informática, Oficina de Maquinas e Ferramentas, Oficina de Solda Eléctrica e Oxi – Corte, Centro de Combate e Incêndio e Sobrevivência no Mar, Laboratório de Navegação, Laboratório de Estabilidade de Navios, Laboratório de Marinharia, Laboratório de Resistência de Materiais, Laboratório de Sistemas Digitais e Microprocessadores, Laboratório de Programação, Redes e Sistemas operativos, Laboratório de Telecomunicações, Atelier de tecnologia de Pescas, Simulador em Técnicas de Detecção de Pescado, Laboratório de Citologia e Biologia de Desenvolvimento, Laboratório de Zoologia, Sala de Processamento de Pescado, etc.

Corpo Docente e Discente

O ISECMAR no presente ano lectivo conta com um total de 75 docentes, dos quais 36 em tempo inteiro (ETI) e 39 em tempo parcial (ETP). Dos 39 em ETP, 1 Mestre, e 38 Licenciados e dos 36 em ETI 13 Mestres e os restantes Licenciados. O ISECMAR tem 615 alunos matriculados em 2005/2006, divididos em 25 cursos.

Parcerias com Instituições estrangeiras

De acordo com as informações recolhidas o ISECMAR tem parcerias com muitas instituições nacionais e internacionais, mais o que mais prevalece nesse momento é a parceria com o Instituto Politécnico de Leiria, Universidade de Algarve e a Escola Náutica Infante D. Henrique.

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Inscrição, propinas e custos

Para os alunos que entram na instituição pela primeira vez a inscrição é de 1500$00 cabo-verdianos e para os que já estão a frequentar os cursos é de 1.000$00, a propina é de 50.000$00/ano (5.000$00 × 10 meses), equivalente a 22% do custo real, e os alunos que residem no lar de estudantes tem um custo mensal de 3.500$00. O custo por aluno / ano, sem contar com as despesas para investimentos, é estimado em 225 391$00 cabo-verdianos.

Isto quer dizer que para se concluir um curso de licenciatura de 5 anos no ISECMAR, um aluno, tem um custo total de 1126955$00, dos quais 22% co-financiados pelo aluno e os restantes pelo estado.

2.3. CFA – INIDA (Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento Agrária)

O Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento Agrária (INIDA) é uma instituição com características únicas pela história e missão. A sua origem veio da Escola de Aprendizado Agro – Pecuário Alves Roçado, de onde saíram técnicos que, desde de 1956, destacaram – se em Cabo Verde e outras colónias portuguesas de África e Timor.

O INIDA foi Criado em 1992 e os estatutos foram aprovados em 1993 (Decreto – Lei n.º32/92, de 25 de Maio) e revistos em 1997 (Decreto – Lai n.º80/97, de 30 de Dezembro). Com o estatuto actual o INIDA recupera uma das suas vocações mais antigas, a educação, através do Centro de Formação Agrária (CFA), um serviço responsável pela formação profissional média e superior no sector da agricultura e tem por atribuição a investigação, a experimentação e o desenvolvimento no campo das ciências e tecnologias agrárias e dos recursos naturais.

De 1983 a 2002 o CFA do INIDA já formou cerca de 252 técnicos médios e superiores (Bacharéis). Nos bacharéis em Ciências Agro – Florestais, Agro – Economia e Produção e Protecção Vegetal, entre 1997 e 2001, além dos formandos Cabo-Verdianos, participaram estudantes de Angola (3), Guiné-Bissau (3), Moçambique (2), e São Tomé e Príncipe (5).

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No presente ano lectivo o CFA/INIDA tem 49 alunos que iniciaram dois cursos de Licenciatura em Engenharia do Ambiente e Engenharia Rural no ano lectivo passado (2004/05).

O CFA do INIDA é a única IES Público que não funciona sob a tutela do Ministério da Educação, depende organicamente do departamento do Estado responsável pela agricultura. A sua sede fica em São Jorge dos Órgãos, cerca de 30 km da cidade da Praia, ilha do Santiago.

Estrutura orgânica do INIDA/CFA

De acordo com os estatutos, os Órgãos de Gestão do INIDA são o Presidente, o Conselho de Gestão e o Conselho Cientifico. O CFA, serviço autónomo responsável pela formação profissional média e superior no sector da agricultura, tem um Director e um Coordenador Pedagógico.

Segundo a gestora desta instituição (Sónia Monteiro), no presente momento o CFA não funciona como um serviço autónomo, uma vez que este não tem um Director mais sim uma Gestora, e que não tem a liberdade financeira porque este é da responsabilidade do INIDA.

Perfil dos titulares dos cargos de direcção e chefia

Presidente do INIDA / Licenciado em Agronomia e Mestre em Análise e Controlo Ambiental;

Presidente do Conselho Científico / Licenciado em Agronomia e Mestre em Análise e Controlo Ambiental;

Director de Planeamento e Informação / Licenciado em Agronomia; Director Administrativo e Financeiro / Licenciado em Administração;

Director do Centro de Formação Agrária (Serviço autónomo) / Licenciado em Agronomia;

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Chefes de Departamento:

Agricultura / Mestre em Agronomia / solos;

Ambiente / Mestre em Biologia – Botânica e Mestre em Ambiente; Agro-Economia / Licenciado em Agro-Economia;

Estudantes

O CFA do INIDA desde da sua existência já formou um total de 286 técnicos médios e superiores em vários cursos. No presente ano lectivo 2005/06 o CFA conta com um total de 49 alunos, em que 29 estão a fazer Licenciatura em Engenharia do Ambiente e 20 a fazer Licenciatura em Engenharia Rural. Dos 49 alunos a frequentarem os cursos 43 são Cabo-Verdianos, 3 são Angolanos e 3 são Moçambicanos.

Quadro 5: Número de alunos matriculados em 2004/05 por ano de estudos e sexo, segundo cursos:

1ºano 2ºano 3ºano 4ºano 5ºano Total Cursos com inicio em 2004/05 F F em F F em F F em F F em F F em F F em 2 9 1 2 0 0 0 0 2 9 1 2 1- Licenciatura em Eng. Do Ambiente 0 0 0 0 0 0 2 0 6 0 0 0 0 2 0 6 2- Licenciatura em Eng. Rural 0 0 0 0 0 0 Total 94 1 8 0 0 0 0 4 9 1 8 Fonte: CFA/INIDA Corpo Docente

Sendo, sobretudo, um centro de investigação, o CFA / INIDA tem capacidade pedagógica e de orientação própria e possui um corpo de investigadores, também docentes nos cursos de curta e longa duração, seminários, conferências e mesas redondas. Além dos investigadores / docentes próprios, contrata professores de outras instituições nacionais e recebe importante apoio do Instituto Superior de Agronomia (ISA), da Universidade Técnica de Lisboa, com o qual estabeleceu um acordo de Cooperação em 1992. O Instituto Superior

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de Agronomia (ISA) participa com cerca de 50 % dos professores necessários nos cursos superiores e os restantes cursos são ministrados por quadros nacionais.

Para os cursos iniciados em 2004/05, estes conta com professores provenientes de diferentes instituições nacionais e estrangeiros como ISA, DGASP, ISE, Jean Piaget, Ordens dos Arquitectos e da Câmara Municipal de Santa Catarina.

Qualificação do corpo docente

De 02 de Novembro de 2004 a 23 de Junho de 2006 que corresponde ao 1º, 2º, 3º e 4º semestre, o CFA conta com 3 Licenciados, 9 Mestres, e 26 Doutores, sendo 12 mulheres e 26 homens, em que do total dos professores 16 são nacionais e 22 estrangeiros.

Laboratórios

O CFA do INIDA possui 4 laboratórios que são:

Laboratório de informática, Química, Biologia e uma Unidade de Produção de Meios Audiovisuais.

Parcerias com instituições estrangeiras

O CFA do INIDA tem parcerias com a ISA (Lisboa), ISE, Universidade Técnica de Lisboa, Universidade de Açores, Universidade de Aveiro, FAEF, etc.

Comunicação

Os dirigentes, os professores, alunos e funcionários têm acesso ao Correio Electrónico e à INTERNET.

Inscrição, propinas e custos por aluno

A inscrição no CFA do INIDA é de 500$00 CV e os alunos pagam de propinas 50.000$00 por ano (5.000$00 × 10 meses) e como a Instituição conta com uma residência estudantil os alunos que residem nela tem mais um custo de 5.000$00 por mês. De acordo

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com a gestora do CFA a parcela que os alunos pagam não chegam nem a 1/3 do custo da formação e que a outra parte é custeada pela Cooperação Holandesa que é a entidade financiadora dos cursos.

Isto quer dizer que para se concluir um curso de licenciatura de 5 anos no CFA um aluno tem um custo total estimado em 747.000$00, dos quais menos de 1/3 são co-financiados pelo aluno e o restante pelo estado ou Cooperação.

2.4. Instituto Superior de Ciências Económicas e Empresariais (ISCEE)

Apesar de ter sido oficializada a sua criação só em 1998 (Resolução n.º46/48, de 28 de Setembro), os cursos de Bacharelato em Gestão e Marketing e em Contabilidade foram lançados a 25 de Novembro de 1991, em Mindelo, com a edição de uma turma para cada curso, fruto da iniciativa de um núcleo apoiado e coordenado pela Shell Cabo Verde, Sarl e de um protocolo assinado entre a Direcção Geral do Ensino Superior e Ciência e o Instituto Politécnico de Lisboa, traduzindo-se na primeira experiência de conjugação de esforços das entidades privadas locais e o Ministério da Educação, em estreita ligação com Instituições Universitárias credenciadas de países amigos, como é o caso de Portugal.

O ISCEE tem a sua sede no Mindelo e um pólo na Praia, para além dos cursos de Marketing e Publicidade, Contabilidade criou novas possibilidades ao nível do bacharelato do complemento de licenciatura e do mestrado.

O ISCEE prossegue os seus fins no domínio das ciências e técnicas empresárias, orientando-se para o ensino, a investigação e a prestação de serviços à comunidade em colaboração com entidades nacionais e estrangeiras em actividades de interesse comum.

De acordo com os estatutos, os Órgãos de Gestão do ISCEE são o Conselho Directivo, o Presidente e o Conselho Cientifico.

O ISCEE tem uma particularidade diferente das outras Instituições do Ensino Superior Público existentes em Cabo Verde, que é a Gestão Privada da Instituição, numa óptica empresarial de maximização de recursos e de rentabilização de esforços e iniciativas.

(27)

Parcerias com Instituições Estrangeiras

O ISCEE tem protocolos de cooperação com o Instituto Politécnico de Lisboa, Universidade Técnica de Lisboa, Universidade de Coimbra, Instituto Politécnico de Leiria, Universidade dos Açores, etc.

Estudantes

O ISCEE no presente ano lectivo conta com um total de 428 alunos, sendo 74 alunos frequentam o 1ºano do Bacharel em Contabilidade, 128 alunos o 2ºano, 74 alunos o 3ºano e 64 o 4ºano de Licenciatura em Contabilidade. O curso de Bacharel em Gestão comporta um total de 69 alunos todos a frequentarem o 1ºano, e existe uma turma de Mestrado em Gestão Global com 19 alunos.

Corpo Docente

O ISCEE tem 65 professores, dos quais 38 na cidade da Praia, ilha de Santiago e 27 em Mindelo, São Vicente. Dos 65 professores 2 tem Bacharel, 25 são Licenciados, 29 Pós-Graduando Mestrado e 9 Mestres.

Obs: O ISCEE não tem corpo docente próprio, são professores contratados de acordo

com necessidade.

Quadro 6: Instalações e equipamentos do ISCEE

SEDE – S. Vicente Pólo da Praia

05 Salas de aula

01 Centro de Informática 01 Biblioteca

01 Gabinete de Coordenação 01 Gabinete Secretaria

As instalações da sede foram remodeladas recentemente e são muito boas mas as do pólo da Praia, cedidas pelo Ministério da Educação, ainda são precárias.

O ISCEE não tem transporte próprio. Fonte: ISCEE

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Comunicação

Os professores, alunos e funcionários têm acesso ao Correio Electrónico e à INTERNET.

Inscrição, propinas e custo por aluno

A inscrição no ISCEE é de 5.000$00 e as propinas 140.000$00 / ano (14.000 × 10 meses), e o valor médio – 115.000$00 / aluno / ano.

Isto quer dizer que para se concluir um curso de licenciatura de 5 anos no ISCEE, um aluno, tem um custo total de 705.000$00, que corresponde a 100% do custo da formação uma vez que é os alunos é que auto financia os seus estudos.

2.5. INAG – Instituto Nacional de Administração e Gestão Génese e natureza

O INAG foi criado em 1998, através do Decreto – Lei n.º 24 / 98, de 8 de Junho. Tem como predecessor o CENFA – Centro de Formação e Aperfeiçoamento Administrativo - criado em 1978, institucionalizado em 1981 (Decreto n. º 21 / 81, de 11 de Fevereiro), dotado de estatutos próprios em 1984 (Decreto n. º 79 / 84, de 18 de Agosto) e extinto em 1998 (Decreto – Lei n. º 23 / 98, de 8 de Junho), uma instituição de língua portuguesa, com vocação internacional e que desempenhou um papel de relevo na formação da Administração para Cabo Verde independente.

O INAG ainda está na fase de instalação (Despacho da Ministra da Reforma do Estado, de 14 de Outubro de 2002) mas, embora sem assumir-se claramente na proposta de Estatutos como estabelecimento de Educação Superior e praticamente restringindo o campo de acção ao sector público administrativo e empresarial, já tem a missão e uma vocação definidas: contribuir, através do ensino, da investigação científica e da assessoria técnica, para o aperfeiçoamento e modernização da administração pública e do sector público empresarial, nomeadamente, realizando cursos conferentes de grau superior e outras acções de formação.

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A vocação do INAG é ser a Escola Nacional de Administração ou Gestão Pública, com a ambição de ser também uma escola regional de referência, tomando o adjectivo regional no sentido geográfico e linguístico cultural. E tem a sua sede na cidade da Praia.

Estrutura orgânica

O INAG prevê um Conselho Directivo, um Presidente, um Conselho Científico e um Serviço de Pesquisa e Publicação.

Perfil dos titulares dos cargos de direcção e chefia

Encontrando-se o INAG em fase de instalação, este item não é relevante. Notar-se-á, todavia, que a Comissão Instaladora do INAG é composta por pessoal qualificado e experiente, sendo 1 Historiadora / Investigadora / Doutoranda (presidente), 1 Directora, com vasta experiência na Administração Pública e 1 Bacharel em Gestão e Marketing.

Estudantes

Para dar uma ideia da vocação internacional e funcional do INAG, ilustra-se com o quadro seguinte a actividade do CENFA, organismo predecessor.

Quadro 7: Cursos do CENFA para pessoal da Administração Pública dos 5 Países

Africanos de Língua Portuguesa, entre 1978 e 1999 e, a título de exemplo, cursos de 1998.

Cursos permanentes PALOP (1978-1999) Outros Cursos (1998) Part.

Curso Ano Duração (M) Participantes Form. Adm. Local 3 meses 20 Curso I 1978-80 24 43 Contab. Pública 10 dias 23 Curso II 1981-82 22,5 36 G. Património 5 dias 20 Curso III 1983-85 22 44 Oficiais Justiça 26 dias 51 Curso IV 1985-87 18 38 Plan. Local 3 anos 37 Curso V 1987-88 18 31 Arquivistas 11 dias 20 Curso VI 1989-90 18 44 Dirigentes 2K 5 dias 25 Curso VII 1990-91 18 43 Contabilidade 10 dias 23 Oficiais AP 1999 24 43 Consultores 4 dias 14 3º Sector / PALOP 12 dias 14

Total 322 2 234 H 247

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Corpo docente

O INAG não tem corpo docente próprio.

Actividade científica

A actividade científica é pouco relevante presentemente mas é vista pela Comissão Instaladora como muito importante no futuro.

Serviços Administrativos

O quadro de pessoal do INAG prevê um corpo de 21 funcionários, sendo 1 director, 6 técnicos, 9 oficiais administrativos e 5 auxiliares.

Instalações

O INAG tem 9 salas de aula, 4 gabinetes, 2 salas de informática, uma biblioteca, uma secretaria e um espaço de convívio. Situado num local privilegiado na cidade da Praia, em instalações pré – fabricadas, dispõe de óptimo espaço para reconstrução e eventual expansão, e não tem meios de transporte próprios.

Quadro 8: Instalações e equipamentos

Compartimento N.º Função

Sala 9 Salas de aula

Sala para professor 4 Gabinetes

Salas de informática 2 Uso geral

Biblioteca 1 Geral

Secretaria 1 Administração

Sala de convívio 1 Apoio à acções de

formação

Total 18 Compartimentos

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Comunicação

A CI do INAG tem acesso ao Correio Electrónico e à INTERNET.

Custos. Na actual situação do INAG, o custo por aluno / ano é pouco relevante. Orçamento

Quadro 9: Orçamento do INAG para 2003

Receita Receitas próprias (propinas e outras) 3.716.040$00

Transferência 6.957.909$00

Receita total 10.673.949$00

Despesa total De funcionamento 10.673.949$00

Fonte: Comissão Instaladora da Universidade de Cabo Verde

Nota: os valores são referidos em Escudos de Cabo Verde (1 USD = 116$00 CV) Conclusão

INAG tem uma experiência notável na formação internacional para a Capacitação e Reforma da Administração Pública que vem do CENFA. Também tem uma visão de futuro e uma excelente Comissão Instaladora. Tem contado com poucos recursos financeiros, não possui corpo docente próprio, nem parece ter participado no debate sobre a educação superior universitária para Cabo Verde. Uma boa hipótese de como entrar nesse debate seria pensar numa candidatura conjunta com o ISCEE ao Núcleo Fundador da Universidade para a fusão num estabelecimento que poderá ser a Escola Nacional de Administração e Gestão, com um núcleo na Praia e um núcleo em São Vicente1.

1Universidade de Cabo Verde: Subsídios para um Programa de capacitação da IES e Instalação da UNI – CV. PCI 2003 – 2007 (Versão 1).

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2.6. O FINANCIAMENTO DAS IES PÚBLICO EM CABO VERDE

Existe no mundo diferentes modalidades de financiamento do Ensino Superior, e estes processam-se de acordo com critérios, objectivos, indicadores de desempenho e valores padrão relativos à qualidade e excelência do ensino ministrado.

O financiamento do Ensino Superior público processa-se numa relação tripartida entre: a) Instituições do Ensino Superior (IES);

Essa modalidade pressupõe que apenas o Estado, através de alocação anual de verbas, no quadro do seu Orçamento Geral Anual, assume os custos da formação, tendo em conta custo elevado desse nível de formação e a necessidade da qualificação da mão-de-obra para o mercado do trabalho.

b) Os Estudantes e as Instituições do Ensino Superior (IES);

Essa modalidade pressupõe que os Estudantes e as IES repartem o custo da formação, de uma forma predefinida, uma vez que a formação superior tem um custo muito elevado e a qualificação da mão-de-obra é necessária para um país que pretende desenvolver como é o caso de Cabo Verde.

c) Instituições do Ensino Superior e empresas privadas.

Existe um ou outro caso, onde empresas privadas co-financiam as despesas de formação superior dos seus empregados e/ou estudantes. A Cabo Verde Telecom é uma das empresas que patrocina essa modalidade.

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3. QUADRO JURÍDICO-REGULAMENTAR DO ENSINO SUPERIOR

O quadro 10 detalha as principias leis e regulamentos sobre o Ensino Superior Público

em Cabo Verde:

Número Tipo Referência Conteúdo B.O. Data

1 Lei Nº

103/III/90 Bases do Sistema Cria a lei de Educativo.

Nº 52/90 29

De Dezembro

2 Lei Nº

113/V/99 de Bases do Altera a Lei Sistema Educativo, no Capitulo relativo ao Ensino Superior. Nº 38/99 18 De Outubro 3 Decreto Nº 54/95 Aprova os Estatutos do ISE. Nº 33/95 4 Decreto Nº 40/96 Cria o ISECMAR. Nº 35/96 21 De Outubro 5 Decreto Nº 80/97 Aprova os Estatutos do INIDA, em que o CFA se constitui como um serviço autónomo da instituição. Suplemento

6 Decreto Nº 28/98 Cria o Curso

de Gestão Bancária. Nº 27/98 27 De Junho 7 Resolução Nº 46/98 Criado o ISCEE. Nº 36/98 De 28 Setembro 8 Decreto Nº 52/98 Aprova os Estatutos do ISCEE. Nº 39/98 9 Resolução Nº 8/98 Cria a Comissão Técnica responsável pela área da Educação para estudar, avaliar e propor os cenários técnicos e jurídicos alternativos para o Sistema do Ensino. Out-98 10 Decreto – Legislativo Nº 1/99 Estabelece o Estatuto do Pessoal Docente do Ensino Superior. Nº 3/99 11 Decreto –

Legislativo Nº 2/99 Estatuto do Pessoal Estabelece o Investigador.

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12 Lei Nº 97/V/99 Estabelece a Gestão Privada de Estabelecimentos Públicos de Ensino Superior. Nº 8/99 22 De Março 13 Resolução Nº 53/2000 Cria a Universidade de Cabo Verde. Nº 24/2000 07 De Agosto 14 Decreto Nº 15/2000 Estabelece o Novo Regime de Acesso a Ingresso no Ensino Superior. Nº 7/2000 13 De Março 15 Decreto Nº 33/2000 Estabelece o Regime da Instalação da Universidade de Cabo Verde. Nº 26/2000 28 De Agosto

16 Decreto Nº 4/96 Cria o Fundo

de Apoio a Ensino e Formação Nº 3/96 19 De Fevereiro 17 Decreto Nº 6/97 Regula o Regime jurídico do financiamento para a formação pós-secundaria no País e no estrangeiro. Nº 4/97 03 De Fevereiro 18 Decreto Nº 7/97 Define o

regime jurídico das bolsas empréstimo previstas na alínea b) do artigo 2º de DL nº 6/97 de 03 de Fevereiro. Nº 4/97 03 De Fevereiro 19 Decreto Nº 31/2004 Cria a Comissão Nacional para a Instalação da Universidade Pública de cabo Verde. Nº 22/2004 26 De Julho FONTE:MEES 3.1. Metas a alcançar

A Educação Superior precisa de uma política que promova sua renovação e desenvolvimento, e por isso, é preciso determinar metas a alcançar a curto, médio e longo prazos, que vise à melhoria do acesso e da qualidade da Educação Superior em todos os níveis e modalidades.

Para melhorar a qualidade dos cursos de formação, especialmente das licenciaturas, é indispensável a articulação entre todos os elementos do sistema de ensino público (Ministério da Educação, IES, estudantes e suas associações, pais e encarregados de educação, etc.).

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Com o aumento das exigências do mercado de trabalho, prevê-se uma explosão na demanda para Educação Superior, ou seja, vai aumentar a matrícula neste nível de ensino, assim como vem apresentando nestes últimos anos.

É de acordo que um povo não se destaca se não contar com um sólido sistema de Educação Superior que lhe possa permitir o seu desenvolvimento integral a aquisição de competências profissionais tão necessárias a um mercado de trabalho cada vez mais globalizado. Nesse contexto, criou-se a Comissão instaladora do Universidade de Cabo-Verde em 2000, com o objectivo de criar instrumentos reguladores do Ensino Superior no país, assente nos fundamentos da Declaração Mundial sobre Educação Superior para o século XXI, cujos pilares são: saber compreender, aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a

conviver e aprender a ser.

Seguindo o princípio da indissociabilidade do ensino, da pesquisa e da extensão, a Educação Superior, será baseada nos princípios do pluralismo, da solidariedade, da autonomia, da liberdade e da ética. Para servir como factor de integração nacional e de desenvolvimento, deverá ser pautada por especificidades locais, regionais, nos âmbitos económico, político, cultural, social, técnico-científico, ambiental e educacional. Além disso, a Educação Superior precisará preocupar-se com a formação profissional, humana e cidadã, relacionada com o mundo do trabalho, do empreendedorismo e da melhor qualidade de vida dos homens.

Deverá ainda criar programas de integração entre as IES, os sistemas de ensino e as instituições de Ciência e Tecnologia, de modo a melhorar o desenvolvimento, com qualidade, da pesquisa e da extensão, e a assegurar a flexibilidade e a diversidade dos programas de estudo.

A par do incremento à pesquisa e à extensão, a implantação de programas de pós-graduação, em sentido amplo e em sentido restrito, que venham a melhorar o acesso a formação de quadros profissionais, científicos e culturais em áreas estratégicas.

Deverá ser tarefa da Educação Superior viabilizar novas modalidades de educação e de formação inicial e continuada, especialmente no que diz respeito à qualificação de docentes e à valorização do magistério.

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Para isso, será necessário a alargamento de vagas nesse nível de ensino, inclusive para alunos necessitados, em decorrência do aumento acelerado de ingressos do ensino médio.

Num mundo em que diversos saberes se interagem, o país não poderá prescindir de uma Educação Superior consistente, que buscará, além das soluções para os problemas regionais, a formação de um cidadão apto a enfrentar as mudanças do século XXI.2

3.2 QUE ESTRATÉGIAS DE CURTO MÉDIO PRAZO? (2006-2011)

De acordo com as metas traçadas a curto médio prazo o país definiu estratégias de curto médio prazo para que possa conseguir resultados estabelecidos.

É essa dinâmica gerada pelas acções empreendidas, que abrangem sectores diferentes da sociedade, que está na origem da implementação da Comissão Instaladora do Ensino Superior (CIES) em 1991, cuja missão fundamental residia na institucionalização do Ensino Superior.

As orientações contidas no programa do Governo (1995-2000) referentes ao sector do Ensino Superior implicam a adopção de medidas e instrumentos, no sentido de operacionalizar os objectivos e metas propostos: i) institucionalizar e consolidar o Ensino Superior; ii) desenvolver o Ensino Superior na óptica da criação de uma capacidade endógena em Ciência & Tecnologia; iii) articular as actividades do Ensino Superior e da Investigação & Desenvolvimento.

A concretização desses objectivos visava atingir as metas seguintes: i) promover a entrada em funcionamento da Universidade de Cabo Verde; ii) constituir um colectivo de quadros altamente qualificados; iii) conduzir à inversão das actuais taxas de formação no País (20%) face ao exterior (80%).

2Ensino Superior Ontem, Hoje e Amanha “A melhor oportunidade para a expansão do Ensino Superior em Cabo Verde é com a criação da UNI-CV”.

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Entre as medidas adoptadas, visando atingir as metas preconizadas, destaca-se a criação, em 1997, da Direcção Geral do Ensino Superior e Ciência e, consequentemente, a extinção da Comissão Instaladora do Ensino Superior.

Entretanto, várias iniciativas legislativas tiveram lugar, de entre as quais se destacam: a alteração da Lei de Bases do Sistema Educativo em 1999 (Lei n.º113/V/99 de 18 de Outubro) e a criação formal da Universidade de Cabo Verde (Resolução n.º 53/2000).3 Na sequência disso, foi criada a Comissão Instaladora Para a Instalação da Universidade de Cabo Verde (Decreto n.º 31/2004), integrada por pessoas que representa instituições públicas e privadas, nacionais e estrangeiras, ligadas à Educação Superior.

4 – Análise SWOT da situação.

Em inglês, SWOT representa as iniciais das palavras Streghts (forças), Weaknesses (fraquezas), Opportunities (oportunidades) e Threats (ameaças). A Análise FOFA é uma ferramenta de gestão muito utilizada por instituições privadas como parte do planejamento estratégico dos negócios. Como o próprio nome já diz, a ideia central da análise é avaliar os pontos fortes, os pontos fracos, as oportunidades e as ameaças da organização e do mercado onde ela está actuando. Esta forma de análise de negócios vem sendo utilizada com muito sucesso por instituições privadas em todo o mundo e, sem dúvida, pode ser uma ferramenta de grande utilidade para as instituições cabo-verdianas. A análise é dividida em duas partes: o ambiente externo à instituição (oportunidades e ameaças) e o ambiente interna à instituição (pontos fortes e pontos fracos). Esta divisão é necessária porque a instituição tem que agir de formas diferentes em um e em outro caso. O ambiente interno pode ser controlado pelos dirigentes da instituição, já que ele é o resultado de estratégias de actuação definidas por nós mesmos. Desta forma, quando percebemos um ponto forte em nossa análise, devemos

ressaltá-lo ainda mais; quando percebemos um ponto fraco, devemos agir para controlá-lo ou, pelo menos, minimizar seu efeito. Já o ambiente externo está totalmente fora do controle

da instituição. Isso não significa que não seja útil conhecê-lo. Apesar de não podermos controlá-lo, podemos monitorá-lo e procurar aproveitar as oportunidades da maneira

mais ágil e eficiente e evitar as ameaças enquanto for possível. A análise FOFA deve ser

3Universidade de Cabo Verde: Subsídios para um Programa de capacitação da IES e Instalação da UNI – CV. PCI 2003 – 2007 (Versão 1).

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realizada de maneira formal uma vez por ano, mas as informações mais importantes devem ser monitorizadas constantemente.

E é nesse propósito que a nossa preocupação é apresentar uma análise SWOT do Ensino Superior público em Cabo Verde de acordo com as informações que dispomos.

4.1 FORÇAS

São as características próprias da nossa instituição que nos permitem ter uma posição privilegiada em algum aspecto.

Forte apoio político e social;

Boa capacidade de liderança, que deverá reforçar-se através do Plano Estratégico da Educação;

Forte adesão da sociedade às regras e mecanismos da gestão democrática; Abertura à cooperação internacional, na qual a emigração poderá ter grande papel;

A firme vontade política de integrar o projecto de Educação Superior no desígnio mais amplo de afirmação cultural e desenvolvimento económico de Cabo Verde.

4.2 FRAQUEZAS

A fraca capacidade em termos de recursos financeiros, técnicos, humanos e materiais; Instituições emergentes e pouco consolidadas;

Fraca presença regional;

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Fraca base demográfica com consequências ao nível da rápida saturação do mercado de emprego e de elevados custos unitários por ausência de uma economia de escala;

Custos de insularidade elevados, reflectindo-se nos transportes e nos apoios sociais com vista à fixação de docentes e à equidade no acesso;

Custos de financiamento que deverão ser assegurados essencialmente pelo Estado com a participação dos utentes e dos sectores privado e cooperativo. A diversificação das fontes de financiamento, traduzindo o apoio que a sociedade deverá conceder ao ensino superior, deverá possibilitar a preservação da sua qualidade e pertinência;

Resposta deficiente às pressões resultantes do aumento do número de candidatos ao ensino superior, agravada pela diminuição da oferta de bolsas para o exterior e pela redução dos créditos bancários;

Penúria de recursos humanos qualificados e com perfil para o exercício de funções docentes, levantando sérios problemas ao desenvolvimento do ensino superior e obrigando à definição de uma política de formação, aperfeiçoamento e recrutamento de docentes;

Enquadramento legislativo insuficiente apresentando lacunas na regulamentação das condições de acesso, de atribuição de graus, equivalências e apoios sociais.

Falta de cultura universitária e de suficiente consenso sobre a importância do capital conhecimento;

Ausência de planos estratégicos de desenvolvimento das IES; Dificuldades na avaliação e definição de prioridades;

Inexistência de lei e de prática de autoavaliação e auditorias técnicas externas na e das IES;

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Insuficiência de docentes e quadros técnico-administrativos imediatamente disponíveis;

Exiguidade do corpo docente especializado;

Escassez de pessoal docente fixo e predominância da figura de colaboradores;

Falta de qualificação pedagógica de grande parte dos docentes;

Fraco domínio pelos alunos e alguns professores da língua portuguesa falada e escrita;

Fraco domínio das disciplinas de Matemática, Filosofia e Línguas Estrangeiras.

Falta de bibliotecas devidamente apetrechadas e de bibliografia actualizada;

Insuficiência do apoio social, por exemplo através de lares de estudantes e refeitórios, em particular para os estudantes pobres e deslocados;

Insuficiência de convenções com outros países no que toca à certificação de graus conferidos pelas IES de Cabo Verde;

4.3 OPORTUNIDADES

A oportunidade é a qualidade do que é oportuno, ocasião favorável de aproveitar o que é bom.

Procura sem precedentes de ingresso na educação superior no país como consequência da acelerada expansão do ensino secundário e da redução de oportunidades de estudo no estrangeiro;

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Valorização da Educação Superior como factor de ascensão e reconhecimento social;

Reconhecimento da Educação Superior enquanto via de realização pessoal e instrumento de desenvolvimento social, cultural e económico do país.

A preparação do pessoal qualificado para o presente e para o futuro é trabalho de fundo que exige reflexão em espaços adequados e visão de longo alcance;

A atenuação da fragilidade estrutural da sociedade e da economia nacional, assim como a sustentabilidade do desenvolvimento, passam por uma consistente política de capacitação dos quadros existentes, aproximação, entre si, no contexto do Cabo Verde actual, dos diplomados por diversas universidades de diversos países e a alta qualificação de pessoal;

4.4 AMEAÇAS

Ameaça é o prenúncio de mal ou de desgraça, e o Ensino Superior público em Cabo Verde não foge a regra e nesse propósito é considerado alguns pontos que consideramos como ameaças para o Ensino Superior público em Cabo Verde:

A falta de resposta adequada à procura de Ensino Superior origina a saída de jovens para o estrangeiro e, quando saem não voltam (fuga visível de quadros, fenómeno conhecido por fuga de cérebros) ou, quando voltam, sofrem o choque do regresso e, frequentemente, ficam dependentes de projectos exteriores, com pouca capacidade de internacionalizar a mais-valia da formação no exterior em benefício próprio e do país (fuga oculta);

Dispersão por ilhas e remotas localidades dos candidatos ao Ensino Superior, circunstância com pesados efeitos nos custos e equidade.

A pequena dimensão demográfica do país e, por conseguinte, o baixo índice de sustentabilidade da procura, exigindo coordenação estreita e cooperação eficaz entre o sector público, o sector privado e o sector social na oferta da Educação Superior;

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Escassez de recursos financeiros exigindo mais imaginação e uma profunda reformulação do modo de pensar a economia da Educação Superior e o seu financiamento;

Capitulo II – A Procura Futura do Ensino Superior

A humanidade encontra-se a entrada de uma nova era (Globalização), em que mudanças de natureza geopolítica e social se sucedem a um ritmo tão acelerado que escapam à utilização de soluções tradicionalmente adoptadas, originando um clima em que a única certeza que se tem é a incerteza no futuro.

Perante as contradições e os paradoxos que caracterizam a época contemporânea, resultantes, de certa forma, da globalização das economias e dos serviços, do crescimento rápido e da transformação profunda das tecnologias de informação e da comunicação, exige-se do cidadão que ele esteja armado cada vez mais de maiores competências, de conhecimentos mais sólidos e abrangentes, dispostos a aceitar a mobilidade profissional, para afrontar a sociedade do futuro de forma eficaz e criativa.

Futuramente a procura pelo Ensino Superior aumentará uma vez que com o alargamento da escolaridade obrigatória para oito anos e com o numero elevado de alunos que terminam o ensino secundário por ano.

É neste quadro que o Ensino Superior pela sua natureza e essência é chamado a dar a sua contribuição decisiva para a emergência deste novo mundo, baseado no poder do saber, na utilização adequada da informação, cumprindo a missão de instruir, de formar, de conduzir a investigação, de oferecer serviços à comunidade e de servir de alavanca a todo o sistema educativo.

“Pensar o futura é uma forma de planear e encontrar as soluções estratégica que melhor virá satisfazer a sociedade do momento”

O grande objectivo de Cabo Verde no futuro próximo é a instalação da universidade de Cabo Verde que terá como papel, regular a formação superior no país através de criação de um modelo de formação superior que melhor adapta as exigências do país.

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Neste contexto, um dos passos torna necessária conhecer a demanda potencial para o Ensino Superior num horizonte futuro. Para o efeito apresento dois cenários, uma de base em que pensa-se no futura tal como ela é hoje e um segundo cenário em que se espera melhoria nos indicadores rendimento (maior aprovação, menor reprovação), Por último o cenário médio que retracta o futuro como a média dos dois primeiros cenários.

Quadro 11: Cenário de Base e Cenário Optimista

Cenário de Base Cenário de Optimista 12º Ano Conclusão do 12º (Previsão) % 12º Ano Conclusão do 12º (Previsão) % 2004/05 4873 2274 46,7% 4791 2478 51,7% 2005/06 4923 2330 47,3% 4915 2644 53,8% 2006/07 4974 2310 46,5% 5595 3081 55,1% 2007/08 5104 2364 46,3% 6355 3684 58,0% 2008/09 5191 2399 46,2% 7023 4258 60,6% 2009/10 5261 2434 46,3% 7647 4651 60,8% 2010/11 5240 2415 46,1% 8090 5054 62,5% 2011/12 5147 2374 46,1% 8680 5577 64,2% 2012/13 4966 2296 46,2% 8685 5874 67,6% 2013/14 4633 2145 46,3% 8343 5598 67,1% 2014/15 4334 2017 46,5% 8273 5686 68,7%

Fonte: GEP, Ministério da Educação

O Cenário de base parte-se do pressuposto que o futuro

irá ter as mesmas tendências de hoje, ou seja as taxas verificáveis hoje no secundário passariam no tempo de forma inalterada. Mantendo assim, esse cenário mostra-nos uma tendência para uma diminuição dos efectivos no Ensino secundário devido a forte influência do abandono escolar que vem se denotando.

Gráfico 2: Comparação da Demanda Cenário de Base e optimista período 2004-2015

Comparação da Demanda Cenário de Base e Optmista período 2004-2015 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 10000 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

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Fonte: GEP, Ministério da Educação

Enquanto que o segundo cenário (cenário de optimista), perspectiva um futuro melhor onde espera-se que haja o aumento da qualidade de ensino no nível secundário de forma gradual ao longo do período. Para este cenário como se pode notar no quadro comparativo, ela prevê um aumento de frequência do 12º ano e de conclusão fazendo aumentar a demanda potencial para o Ensino Superior no país.

Tendo em conta as projecções de base, e tendo em conta as saídas 12º ano e as entradas verificadas anteriormente prevê-se que do total de alunos que terminam o ensino secundário 50% delas prosseguem o Ensino Superior no país 25% vai prosseguir os seus estudos no exterior e 25% fica como demanda reprimida uma vez que não conseguem entrar no mesmo ano o que aumenta a demanda do ano seguinte.

Quadro 12: Cenário de Base

Cenário de Base Alunos

Normais Reprimida Demanda

Saídas para o exterior Demanda Real 2004/05 1137 569 569 1706 2005/06 1165 582 582 1747 2006/07 1155 578 578 1733 2007/08 1182 591 591 1773 2008/09 1199 600 600 1799 2009/10 1217 609 609 1826 2010/11 1207 604 604 1811 2011/12 1187 593 593 1780 2012/13 1148 574 574 1722 2013/14 1073 536 536 1609 2014/15 1008 504 504 1512 Fonte: GEP

Nesse contexto, fazendo uma análise entre as conclusões do 12ª e as possíveis entradas nota-se que será necessário aumentar as vagas para Ensino Superior no país isto porque ela terá um aumento da demanda Real por um período de 6 anos, com recessão apôs 2010.

O mesma tendência se verifica no caso venha acontecer o previsto no cenário de optimista só que agora ela se da em maior escala fazendo com que o país adopte um conjunto de medidas com vista a atender a demanda para esse nível de ensino.

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Quadro 13: Cenário de Optimista

Cenário de Optimista Ano

Lectivo Normais Alunos

Demanda Reprimida Saídas para o exterior Demanda Real 2004/05 1487 496 496 1982 2005/06 1613 529 502 2142 2006/07 1910 616 555 2526 2007/08 2321 737 626 3058 2008/09 2725 852 681 3577 2009/10 3023 930 698 3953 2010/11 3335 1011 708 4346 2011/12 3681 1115 781 4796 2012/13 3935 1175 764 5110 2013/14 3807 1120 672 4926 2014/15 3923 1137 625 5060 Fonte: GEP

Comparativamente nota-se que caso melhore a qualidade do ensino secundário o país terá de envidar esforços a duplicar com vista ampliar o mercado do Ensino Superior melhorando a sua rede de IES através da UNI-CV e encontrar soluções juntos de outras instituições privadas que devem surgir no futuro4.

Gráfico 3: Comparação da Demanda Real Cenário de Base e Optimista período 2004-2005

Comparação da Demanda Real Cenário de Base e Optmista período 2004-2015 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Cenário de Base Cenário de Optimista

Fonte: GEP

4Ensino Superior Ontem, Hoje e Amanha “A melhor oportunidade para a expansão do Ensino Superior em Cabo

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Capitulo III – Os Grandes Desafios

Um dos grandes desafios do país é poder dar resposta a elevada procura do Ensino Superior, tendo em conta que em média por ano, cerca de 2.000 jovens concluem o ensino secundário, e 75% dos jovens pretendem frequentar o Ensino Superior, daí a instalação efectiva da Universidade pública de Cabo Verde é a prioridade máxima neste momento. Essa procura deriva da massificação do ensino secundário ocorrida na década de noventa, com a construção, equipamento e funcionamento de 30 liceus, contra 3 existentes em 1990.

1. Equidade

O facto de Cabo Verde ser um arquipélago, com custos acrescidos de instalação e funcionamento de pólos universitários em ilhas/concelhos de maior procura deste tipo de ensino (Santiago, São Vicente e São Antão), coloca-se a questão de assegurar a equidade regional, social e do sexo no acesso, a um custo baixo, sobretudo para alunos oriundos de famílias carenciadas, pois a formação profissional é um dos direitos consagrados na Constituição na República, e, por isso, o Estado tem a obrigação legal de promover a realização desse direito a todos os que se qualificam para tal.

2. Regulação

Também um dos grandes desafios é fazer com que o Estado de Cabo Verde implemente e efective, directa e indirectamente, a função reguladora desse subsistema de ensino, de modo a garantir à sociedade a satisfação das suas legitimas expectativas acerca da qualidade neste domínio, bem como assegurar ao país que a formação superior seja a seu tempo, motor de sua inserção dinâmica no mercado mundial e de seu enriquecimento, social, cultural, económico e científico.

O credenciamento das instituições e cursos de Ensino Superior deverá ser feito pelo Ministério da Educação ou por uma Agência Independente de Regulação, mediante a observação de um conjunto e critérios básicos e conhecidos, estabelecidos em lei, de modo a assegurar a qualidade da actuação dos mesmos. Ressalve-se que os referidos critérios e

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parâmetros são aplicáveis a todas as instituições de Ensino Superior e cursos, independente da sua natureza jurídica e estatutária, sejam eles públicos, privados, cooperativos e confessionais. O funcionamento das Instituições do Ensino Superior deverá ser monitorizado por um órgão regulador de qualidade, municiado e habilitado para realizar e promover, de forma periódica a avaliação do desempenho institucional das mesmas.

3. Qualidade

O Estado, através de mecanismos jurídicos e institucionais apropriados, deverá promover um Ensino Superior que se enquadre no projecto colectivo do desenvolvimento do país e realize as legitimas expectativas dos estudantes, empresários, poderes locais, organismos não governamentais e da sociedade em geral, quanto à qualidade.

O Estado por intermédio dos seus órgãos competentes e em parcerias com as Universidades e as IES, deverá mobilizar recursos humanos e financeiros de modo a garantir a qualidade.

4. Adequação

As tipologias e os níveis dos cursos a serem ministrados pela Universidade Pública de Cabo Verde, deverão ser adaptados às reais necessidades e prioridades de desenvolvimento económico, social e cultural do país e do mundo, tendo em conta que num mundo global, os quadros formados no país terão que ser capazes de competir a nível internacional.

5. Inserção no Mercado do Trabalho

O fraco crescimento económico e o baixo nível de desenvolvimento do sector privado registados em Cabo Verde, na presente etapa, coloca sérios desafios quanto à inserção dos recém-licenciados no mercado de trabalho nacional. A integração na administração pública está cada vez mais difícil, pois há jovens que, 2-3 anos depois da conclusão do Ensino Superior seja no país ou no estrangeiro, ainda continuam á procura do seu primeiro emprego ou vem dando aulas, como forma de sobrevivência, nos estabelecimentos do ensino secundário, funções para as quais não estão preparados.

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Programas especiais de inserção dos recém-licenciados no mercado de trabalho (incubadoras empresariais, incentivos fiscais às empresas que recrutam jovens licenciados, crédito jovem, entre outros), deverão ser concebidos e implementados, tanto breve quanto possível, pelo Estado, sob pena de se estar a formar e a alimentar um exército de desempregados qualificados, com custos económicos e sociais avultados para as famílias, estado e a sociedade em geral.

Referências

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