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Prevalência de incontinência urinária e sua associação com multimorbidade entre mulheres com 50 anos ou mais = estudo de base populacional = Prevalence of urinary incontinence and its association with multimorbidity in women with 50 years or older : a bas

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Academic year: 2021

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Texto

(1)

i

RENATA BEDNAR REIGOTA FERREIRA

PREVALÊNCIA DE INCONTINÊNCIA URINÁRIA E

ASSOCIAÇÃO COM MULTIMORBIDADE EM

MULHERES DE 50 ANOS OU MAIS: ESTUDO DE

BASE POPULACIONAL

PREVALENCE OF URINARY INCONTINENCE AND ITS

ASSOCIATION WITH MULTIMORBIDITY AMONG WOMEN WITH

50 YEARS OR OLDER: A POPULATION-BASED STUDY

CAMPINAS

2014

(2)

ii UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Faculdade de Ciências Médicas

RENATA BEDNAR REIGOTA FERREIRA

PREVALÊNCIA DE INCONTINÊNCIA URINÁRIA E ASSOCIAÇÃO COM

MULTIMORBIDADE EM MULHERES DE 50 ANOS OU MAIS: ESTUDO DE BASE

POPULACIONAL

ORIENTADORA: Profa. Dra. Adriana Orcesi Pedro Campana COORIENTADOR: Prof Dr Aarão Mendes Pinto-Neto

PREVALENCE OF URINARY INCONTINENCE AND ITS ASSOCIATION WITH

MULTIMORBIDITY AMONG WOMEN WITH 50 YEARS OR OLDER: A

POPULATION-BASED STUDY

Dissertação de Mestrado apresentada à Pós-Graduação em Tocoginecologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, para obtenção de Título de Mestra em Ciências da Saúde, área de concentração em Fisiopatologia Ginecológica.

Master’s dissertation presented to the Obstetrics and Gynecology Graduate Program of the School of Medical Sciences, University of Campinas, to obtain the MSc grade in Health Science, in the Concentration Area of Gynecological Pathophysiology

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELA ALUNA RENATA BEDNAR REIGOTA FERREIRA E ORIENTADA PELA Profª. Drª. ADRIANA ORCESI PEDRO CAMPANA Assinatura da Orientadora

(3)

iii

(4)

iv

BANCA EXAMINADORA DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Aluna: Renata Bednar Reigota Ferreira

Orientadora: Profª Drª ADRIANA ORCESI PEDRO CAMPANA

Membros:

1. 2. 3.

Curso de Pós-Graduação em Tocoginecologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas

(5)

v

Financiamento

Esse estudo recebeu apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP): 2010/15867-1

(6)

vi

Dedico este trabalho...

Primeiramente a Deus, que sempre me proporcionou tantas alegrias ao logo desta desafiadora e encantadora jornada da vida... Obrigada por me permitir chegar até aqui! Aos meus queridos pais, Manoel e Anemarie, pessoas que tanto amo e admiro, por terem me ensinado a batalhar pelos meus objetivos e sonhos, por tudo que representam para mim, por estarem sempre ao meu lado... Ao meu amado marido, Elton, meu eterno e inseparável companheiro, por seu amor, por sua interminável paciência, por seu imprescindível incentivo, por sua existência em minha vida... Aos meus queridos irmãos, Clóvis e Regina, pessoas sempre presentes e simplesmente essenciais em minha vida... Aos meus sogros, Sr. Sebastião e Dona Vera, e aos meus cunhados, Roberta, Ricardo e

Renato, pela maneira extremamente carinhosa e atenciosa com que sempre me incentivam e torcem por mim... À minha orientadora, Dra. Adriana Orcesi, pelo fundamental papel exercido sobre

minha formação e realização profissionais...

(7)

vii

Agradecimentos

À Dra. Adriana, orientadora sempre presente, muito obrigada pela paciência,

disponibilidade e atenção com que me assistiu ao longo desta jornada. Certamente, muito mais que os aprendizados teóricos, você proporcionou ensinamentos que levarei comigo para toda a vida!

Ao Dr. Aarão, pela imensa colaboração e tão importante participação na concretização deste objetivo. Muito obrigada pelos ensinamentos!

Ao meu marido Elton, pelo seu amor, pelo apoio incondicional, por toda a ajuda, pela paciência. Muito obrigada!

À minha Família, pelo imprescindível incentivo em todos os momentos. Muito obrigada! À minha amiga Vanessa Souza Santos Machado, pela participação essencial na

realização deste trabalho. Muito obrigada pelo incentivo de sempre, pelo carinho, pela paciência, pelas orientações!

À minha amiga Renata Gebara De Grandi Di Sessa, pela ajuda e pelo apoio. Muito obrigada!

Aos membros da banca de qualificação desta tese, Dra. Lúcia, Dra. Cássia e Dr. Luiz Francisco, que, com suas orientações, me ajudaram a transpor as dificuldades. Muito obrigada!

A todos aqueles que, ao longo deste trabalho, estiveram ao meu lado e de alguma forma torceram por mim. Muito obrigada!

Às mulheres voluntárias que muito contribuíram para que nosso estudo pudesse se concretizar. Muito obrigada

(8)

viii

Sumário

Símbolos, Siglas e Abreviaturas ... x

Resumo ... xii Summary ... xv 1. Introdução ... 18 2. Objetivos ... 24 2.1. Objetivo geral ... 24 2.2. Objetivos específicos ... 24 3. Sujeitos e Métodos ... 25 3.1. Desenho de Estudo ... 25 3.3.1. Variável Dependente ... 26 3.3.2. Variávies Independentes ... 26 3.3.3. Variávies de Controle ... 27

3.4. Seleção dos Sujeitos ... 28

3.5. Critérios de Inclusão ... 29

3.6. Critérios de Exclusão ... 29

3.7. Tratamentos, técnicas, testes e ensaios ... 30

3.8. Instrumento de coleta de dados ... 31

3.9. Coleta de dados ... 33

3.10. Controle de qualidade ... 35

3.11. Processamento dos dados ... 35

(9)

ix 3.13. Aspectos éticos ... 36 4. Publicação ... 38 5. Conclusões ... 67 6. Referências Bibliográficas ... 68 7. Anexos ... 72

7.1. Anexo 1 – Exemplo de setor censitário de Campinas ... 72

7.2. Anexo 2 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ... 73

7.3. Anexo 3 – Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa da UNICAMP ... 74

7.4. Anexo 4 – Parecer Comissão de Pesquisa CAISM ... 76

7.5. Anexo 5 – Exemplo de como começar o itinerário ... 77

(10)

Símbolo, Siglas e Abreviaturas x

Símbolos, Siglas e Abreviaturas

AAS Amostragem Aleatória Simples

BMI Body Mass Index

CAISM Hospital da Mulher Prof. Dr. José Aristodemo Pinotti – Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher

CEMICAMP – Centro de Pesquisas em Saúde Reprodutiva de Campinas

CEP – Comitê de Ética em Pesquisa

CI Confidence interval

FCM – Faculdade de Ciências Médicas

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IC 95% – Intervalo de confiança a 95%

IMC Índice de Massa Corpórea

IU – Incontinência Urinária

IUE – Incontinência urinária de estresse

IUM – Incontinência urinária mista

IUU – Incontinência urinária de urgência

n – Tamanho da população

OD Odds Ratio

OMS – Organização Mundial da Saúde

PR Poisson Regression

(11)

Símbolo, Siglas e Abreviaturas xi RP – Razão de Prevalência

SRS Simple Random Sampling

TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas

(12)

Resumo xii

Resumo

Introdução: Associado às mudanças no perfil etário e epidemiológico do

Brasil nos últimos anos, as doenças crônicas têm assumido papel de destaque

nas questões relacionadas à saúde pública. Nesse contexto, a Incontinência

Urinária (IU) desempenha importante papel, em função de sua elevada

prevalência, suas consequências e seu subdiagnóstico. Objetivos: Avaliar a

prevalência de IU, seus fatores associados e sua associação com

multimorbidade entre mulheres acima de 50 anos de idade no município de

Campinas/SP. Métodos: Tratou-se de inquérito populacional incluindo 622

mulheres com idade igual ou superior a 50 anos, realizado entre 10 de maio e

31 de outubro de 2011, na cidade de Campinas, São Paulo, Brasil. As

entrevistas foram realizadas por assistentes de pesquisa devidamente

treinadas, em 68 setores censitários de Campinas. A variável dependente – IU - foi definida como relato de perda involuntária de urina e foi categorizada em IU

de Esforço (IUE), IU de Urgência (IUU) e IU Mista (IUM). As variáveis

independentes foram características sociodemográficas, hábitos pessoais,

comorbidades, autopercepção de saúde e capacidade funcional. Análise

Estatística: A análise estatística foi realizada através do teste Qui-quadrado e

(13)

Resumo xiii variáveis backward. O nível de significância foi estabelecido em 5%.

Resultados: A média etária das mulheres estudadas foi de 62 anos. A

prevalência de IU entre as mulheres avaliadas foi de 52,3%, sendo mais

prevalente a IUM (26,6% das entrevistadas) em comparação à IUE (12,4%) e

IUU (13,2%). As variáveis que se associaram a maior prevalência de IU foram

IMC ≥ 25 no momento da entrevista (p<0,001), presença de multimorbidade (p<0,001), uso de medicações sob prescrição médica (p=0,017), uso de

anti-hipertensivos (p=0,007), uso de medicações para tratamento cardiorrespiratório

(p=0,042), uso de tratamentos alternativos (p=0,031), antecedente pessoal de

HAS (p<0,001) e de artrose (p=0,002). A limitação da capacidade funcional e a

autopercepção negativa de saúde também foram fatores associados à IU

(p<0,001 para ambas as variáveis). A regressão de Poisson mostrou que os

fatores relacionados a uma maior prevalência de IU foram hipertensão arterial

(RP 1.21; IC 1.01 – 1.47; p=0,004), artrose (RP 1.24; IC 1.03 – 1.50; p=0,022), prática de atividade física igual ou superior a 3 dias/semana (RP 1,21; IC 1,01 – 1,44; p=0,039) e IMC ≥ 25 no momento da entrevista (RP 1,25; IC 1,04 – 1,49; p=0,018). A autopercepção negativa de saúde (RP 1,23; IC 1,06 – 1,44; p=0,007) e a presença de limitações nas atividades diárias (RP 1,56; IC 1,16 – 2,10; p=0,004) também estiveram associadas a uma maior prevalência de IU.

Conclusão: A prevalência de IU entre a população feminina após os 50 anos é

alta. A IUM é a mais frequente. Os fatores associados à IU foram

sobrepeso/obesidade, presença de hipertensão arterial e artrose, limitações nas

atividades cotidianas, autopercepção negativa da saúde e prática de atividade

(14)

Resumo xiv para a existência de fatores mutáveis que se associam à IU e a consequente

necessidade de políticas de saúde que conscientizem a população feminina e

os profissionais de saúde sobre esta questão, objetivando a prevenção e o

controle desta patologia.

Palavras-chave: incontinência urinária, doenças crônicas, multimorbidade,

(15)

Summary xv

Summary

Introduction: Associated with changes in the age and epidemiological profile of

Brazil in recent years, chronic diseases have assumed a prominent place in

public health. In this context, Urinary Incontinence (UI) plays an important role,

due to its high prevalence, its consequences and its underdiagnosis.

Objectives: To evaluate the prevalence of IU and associated factors in women

50 years or older, living in Campinas / SP. Methods: This was a population

survey including 622 women aged 50 years or older, conducted between May

10th and October 31st 2011, in the city of Campinas, São Paulo, Brazil. The

interviews were conducted by research assistants specially trained in 68 census

tracts of Campinas. The dependent variable - Urinary Incontinence (UI) - was

defined as reported involuntary loss of urine and was categorized as Stress UI

(SUI), Urgence UI (UUI) and Mixed UI (MUI). The independent variables were

sociodemographic characteristics, personal habits, comorbidity, self-perception

of health and functional capacity evaluation. Statistical Analysis: Chi-square

test and multiple Poisson regression with backward selection criteria variables

were used, the latter having been applied to evaluate the variables that were

associated with UI. The level of significance was set at 5%. Results: The mean

age of the women studied was 62 years old. The prevalence of UI among

(16)

Summary xvi compared to SUI (12.4%) and UUI (13.2%). The variables that were associated

with the prevalence of UI were BMI at the moment of interview (p <0.001),

multimorbidity (p <0.001), use of prescribed medications (p = 0.017), use of

antihypertensives (p = 0.007), use of medications for cardiorespiratory treatment

(p = 0.042), use of alternative treatments (p = 0.031), personal history of

hypertension (p <0.001) and osteoarthritis (p = 0.002). The presence of

limitations in daily activities was also associated with UI (p <0.001), as well as

the negative self-perception of health in women with UI (p <0.001). Multiple

regression analysis showed that the factors related to a higher prevalence of UI

were hypertension (OR 1.21, CI 1:01 to 1:47, p = 0.004), osteoarthritis (OR 1.24,

CI 1:03 to 1:50, p = 0.022), frequency of physical activity ≥ 3 days / week (OR 1.21, CI 1:01 to 1:44, p = 0.039) and BMI ≥ 25 at the time of interview (OR 1.25, CI 1:04 to 1:49, p = 0.018). Likewise, were associated with a higher prevalence

of UI the negative self-perception of health (PR 1:23; CI 1:06 to 1:44, p = 0.007)

and the presence of limitations in daily activities (PR 1:56 CI 1:16 to 2:10, p =

0.004). Conclusion: Our findings showed that the prevalence of UI among

women is high after 50 years old, with a higher prevalence of MUI. The factors

associated with UI were overweight/obesity, presence of hypertension and

osteoarthritis, limitations in daily activities, physical activity ≥ 3 days/week and negative self-perception of health. Our results point to the existence of mutable

factors associated with UI and the consequent need for health policies able to

make female population and health professionals aware about this issue, in

(17)

Summary xvii

Keywords: urinary incontinence, chronic diseases, multimorbidity,

(18)

Introdução 18

1. Introdução

Nas últimas décadas, especialmente após os anos 1940, a população

brasileira vem sofrendo mudanças em seu padrão sociodemográfico, incluindo

redução da taxa de crescimento populacional, diminuição da taxa de

mortalidade e modificação de sua composição etária, com aumento

considerável do número de idosos. (1)

Em 2003, a faixa etária de 60 anos ou mais representava apenas 10% do

total populacional brasileiro, sendo constituída por 17 milhões de pessoas. Já

em 2006, dados do IBGE mostravam que essa mesma população era composta

por 19 milhões de pessoas – o que demonstra o rápido processo de envelhecimento populacional pelo qual o Brasil vem passando ao longo dos

últimos anos (1).

A expectativa de vida para os brasileiros também vem aumentando nos

últimos anos, com predomínio do número de pessoas idosas do sexo feminino

em relação ao sexo masculino, provavelmente em função da menor expectativa

de vida para os homens (1). Ainda de acordo com dados do IBGE de 2012, a

expectativa de vida da população geral brasileira alcançou 74,08 anos, com

acréscimo de três meses e 22 dias em relação aos dados de 2010 e de 3,65

(19)

Introdução 19 faixa etária igual ou superior a 65 anos deve passar de 14,9 milhões (7,4% do

total), em 2013, para 58,4 milhões (26,7% do total), em 2060 (1).

Atreladas às modificações sociodemográficas no Brasil, mudanças no

perfil epidemiológico do país também se tornaram evidentes. Doenças

infectocontagiosas eram responsáveis por 40% dos óbitos até 1950, sendo hoje

causa de menos de 10% das mortes no país. Em contrapartida, as doenças

cardiovasculares, que estavam associadas a 12% dos óbitos até a década de

1950, são atualmente responsáveis por mais de 40% das mortes (1). Esses

dados explicam a importância cada vez maior das doenças crônicas para a

população brasileira.

A Incontinência Urinária (IU) é uma das doenças crônicas mais

prevalentes na atualidade. Embora haja na literatura diferentes definições para

o quadro, de acordo com a Associação Internacional de Uroginecologia (IUGA)

e a Sociedade Internacional de Continência (ICS), Incontinência Urinária (IU) é

definida como “qualquer queixa de perda involuntária de urina” (2). Quando considerada a população mais jovem, a IU acomete duas a quatro vezes mais a

população feminina quando comparada à masculina. Sua prevalência varia de

forma considerável nos diversos estudos realizados, encontrando-se entre 5% e

69% quando considerados todos os tipos de IU, com variação entre 25% e 45%

na maior parte dos trabalhos. Embora não esteja associada ao aumento do

risco de óbito para seus portadores, a IU encontra-se intimamente relacionada à

piora expressiva da qualidade de vida dessas pessoas (3, 4).

De acordo com sua fisiopatologia, a IU pode ser classificada em três

(20)

Introdução 20 situações de aumento da pressão abdominal, como espirro, tosse e exercícios

físicos; Urge-incontinência ou IU de Urgência (IUU), perda urinária súbita e

acompanhada de forte desejo miccional; IU mista (IUM), quando se sobrepõem

sintomas existentes nos dois tipos citados anteriormente (2). O tratamento

escolhido e sua eficácia dependem do tipo de IU apresentado e, portanto, o

diagnóstico preciso é essencial.

A prevalência da IU é maior em países desenvolvidos quando

comparada à prevalência em países em desenvolvimento. Essas diferenças

estão relacionadas às particularidades culturais de cada população e ao

consequente subdiagnóstico do quadro, visto que muitas mulheres portadoras

de IU deixam de procurar assistência médica por sentirem-se constrangidas ou

até mesmo por desconhecerem a possibilidade de tratamento (3, 5). Inquérito

populacional chinês com mais de 19.000 mulheres mostrou que apenas 25%

das pacientes com IU procuraram assistência médica (4). Estudo longitudinal de

base populacional realizado na Suécia avaliou inicialmente, em 1991, 11.644

mulheres com idade igual ou superior a 20 anos através de questionário que

abordava questões relacionadas à IU. Participaram da segunda etapa do

estudo, em 2007, 1.408 mulheres que haviam respondido ao questionário em

1991. Observou-se aumento da prevalência de IU, que passou de 15% em

1991 para 28% em 2007. As prevalências de IUE e IUU foram,

respectivamente, 12% e 2% em 1991, passando para 19% e 12% em 2007.

Segundo este estudo, em 1991 13% das pacientes haviam procurado

assistência médica devido à IU. Em 2007 esses números mantiveram-se

(21)

Introdução 21 avaliação médica em função dos sintomas urinários (6). Corroborando os dados

apresentados, estudo paquistanês de corte transversal, realizado em 2012,

mostrou que, embora 45% das mulheres portadoras de IU relatassem impacto

sobre sua qualidade de vida, apenas 15,7% destas haviam procurado

assistência médica (7).

Estudo publicado em 2003 (8) avaliou trabalhos realizados na América

do Norte, Ásia, Europa, África e Austrália e demonstrou que existem dois picos

de prevalência de IU entre as mulheres, sendo o primeiro deles na quinta

década de vida (com predomínio da IUE) e o outro, na oitava década de vida

(com quadros mais frequentemente associados à IUM ou IUU). Observou-se

ainda que a prevalência de IU foi maior entre mulheres brancas (41%) do que

entre mulheres negras (31%). Neste estudo, os principais fatores que

desencorajaram as mulheres a buscar assistência foram IU não entendida

como quadro anormal ou grave, IU vista como parte do processo normal de

envelhecimento, baixa expectativa de melhora com tratamento,

constrangimento e alto custo das consultas (8).

Estudo realizado em 2004 (3) mostrou que a prevalência da IU era de

44% entre a população feminina adulta da Alemanha e de 23% entre as

mulheres adultas espanholas. No mesmo ano, Kinchen et al. detectaram

prevalência de 37% para IU entre a população feminina adulta dos Estados

Unidos (3). Por sua vez, estudo longitudinal de base populacional realizado na

Suécia mostrou incidência anual média desta patologia estimada entre 1% e 9%

(6). Da mesma forma, trabalho norueguês de corte transversal avaliou mulheres

(22)

Introdução 22 IU entre os dois períodos do estudo (1995 a 1997 e 2006 a 2008) (9). Estudo

longitudinal prospectivo realizado nos Estados Unidos acompanhou durante 2

anos 1.017 mulheres na pós-menopausa e detectou incidência anual de IU de

19% (10). Estudo transversal de base populacional também realizado nos

Estados Unidos, em 2005, avaliou 3.536 mulheres com idade entre 30 e 90

anos e encontrou prevalência de 45% de IU, sendo diretamente proporcional à

faixa etária considerada, com 28% de prevalência entre 30 e 39 anos e 55%

entre mulheres com 80 a 90 anos de idade (11).

No Brasil, estudo de base populacional realizado em 2001 avaliou

mulheres com idade entre 45 e 60 anos e mostrou prevalência de 35% de IUE.

Não houve relação entre os fatores sociodemográficos avaliados – faixa etária, cor / raça, escolaridade, status socioeconômico, trabalho e estado civil – e a prevalência de IU. Outros fatores estudados - como tabagismo, paridade, IMC e

cirurgias ginecológicas prévias - também não se associaram a maior

prevalência de IU, assim como o estado menopausal e o uso de terapia

hormonal (TH) (12). Há divergências na literatura quanto ao efeito da TH sobre

os sintomas urinários. Metanálise que avaliou a evolução da IU em mulheres

em uso de terapia estrogênica mostrou haver melhora subjetiva dos sintomas

urinários, sem redução, porém, do volume de perda urinária decorrente do

quadro de incontinência. (12, 13).

A IU não afeta somente o bem-estar das pacientes, mas representa

também um grande custo ao sistema de saúde. Estudo realizado em

Washington (14) mostrou aumento de 250% nos custos relacionados à IU entre

(23)

Introdução 23 bilhões (76%) destinados a mulheres e US$ 3,8 bilhões (24%) destinados ao

tratamento da população masculina acometida. O investimento médio anual

destinado ao tratamento clínico de pacientes com IU nos Estados Unidos em

1995 era de US$ 16,3 bilhões, sendo que esse valor apresentou aumento de

cerca de 250% nos últimos 10 anos (14).

Diante dos dados apresentados, conclui-se que a IU é um problema de

saúde pública e não compromete as pacientes apenas do ponto de vista

socioemocional, mas demanda também investimento financeiro considerável

(3), o que justifica a necessidade de políticas de saúde capazes de detectar, de

forma eficaz, os fatores associados à IU, possibilitando a formulação de

medidas preventivas eficientes.

A maioria dos estudos epidemiológicos sobre IU foi realizada em países

da América do Norte, Europa, Austrália, Japão e outros países asiáticos. Pouco

é conhecido sobre a prevalência e os fatores associados à IU em outros países,

(24)

Objetivos 24

2. Objetivos

2.1. Objetivo geral

Avaliar a prevalência de IU, seus fatores associados e sua associação com multimorbidade entre mulheres com 50 anos ou mais no município de Campinas / SP.

2.2. Objetivos específicos

Identificar a prevalência de incontinência urinária entre mulheres com 50 anos ou mais.

Identificar os fatores sociodemográficos e clínicos associados à incontinência urinária entre essas mulheres.

(25)

Publicação 25

3. Sujeitos e Métodos

3.1. Desenho de Estudo

Tratou-se de análise secundária de um estudo de corte transversal,

intitulado “Condições de saúde em mulheres acima de 50 anos: Estudo de base populacional no município de Campinas-SP”, conduzido entre 10 de maio de 2011 e 31 de outubro de 2011, no município de Campinas, São Paulo, Brasil.

3.2. Tamanho Amostral

De acordo com dados do IBGE, a população de Campinas, em 2010, era

de 1.080.113 habitantes, com uma crescente população feminina. Neste

mesmo ano, havia 559.248 mulheres em Campinas e, destas, cerca de 142.350

tinham idade igual ou superior a 50 anos (1). Para o cálculo do tamanho da

amostra, no estudo original, a hipertensão foi tomada por base por ser a

morbidade mais prevalente entre mulheres no Brasil e em países

desenvolvidos, com uma prevalência estimada de 56,3%. Foi considerado um

erro tipo 1 (alfa) de 5%. O tamanho da amostra resultante foi aumentado em

10% para compensar uma possível perda de participantes. Portanto, o tamanho

final da amostra foi estabelecido como 657 mulheres. Para o presente estudo,

foi calculado um novo tamanho amostral com base na estimativa de prevalência

(26)

Publicação 26 4% e fixando a probabilidade de erro tipo 1 em 5%. Assim, o tamanho da

amostra necessária para o presente estudo seria de 539 mulheres.

3.3. Variáveis

3.3.1. Variável Dependente

A variável dependente foi Incontinência Urinária, definida como “qualquer queixa de perda involuntária de urina” (2). A IU foi classificada em três tipos principais: IU de Esforço (IUE), queixa de perda urinária que ocorre em

situações de aumento da pressão abdominal, como espirro, tosse e exercícios

físicos; Urge-incontinência ou IU de Urgência (IUU), perda urinária súbita e

acompanhada de forte desejo miccional; IU mista (IUM), quando se sobrepõem

sintomas existentes nos dois tipos citados anteriormente (2, 15).

3.3.2. Variávies Independentes

– Tabagismo: definida como hábito de fumar cigarros. Classificado em fumante prévio, atual e não fumante.

– Uso de medicação: definida como uso de medicação prescrita por um médico. Classificado em sim, não, não sabe/não lembra.

– Portadora de convênio médico. Classificada em sim ou não.

– Hábito de consumir bebida alcoólica. Classificado em sim ou não. – Frequência da ingestão de bebida alcoólica. Classificada em nenhuma

(27)

Publicação 27 – Prática de exercícios físicos semanais. Classificada em sim ou não. – Frequência da prática de exercícios físicos. Classificada em <2 dias

por semana ou >3 dias por semana.

– Parada da menstruação há mais de 1 ano. Classificado em sim, não ou não lembra.

– Menopausa diagnosticada por médico. Classificado em sim, não ou não lembra.

– Uso de Terapia Hormonal atual ou prévio: Classificado em sim, não ou não sabe.

– Uso atual ou prévio de tratamento alternativo: Classificado em sim, não ou não sabe.

– Presença de morbidades: Classificado em <1 ou > 2 (multimorbidades).

– Autopercepção da saúde: classificada pela própria mulher em muito boa, boa, regular, ruim e péssima.

3.3.3. Variávies de Controle

– Idade: idade em anos completos no momento da entrevista.

– Escolaridade: definida como número de anos completos em que a mulher frequentou a escola.

– Cor da pele: autoclassificada pelo sujeito, segundo as categorias utilizadas no censo demográfico de 2000, pelo IBGE: branca, preta, parda, amarela, indígena ou outra. Classificada em branca ou outra.

(28)

Publicação 28 – Estado marital: estado conjugal na época da entrevista: classificado

em com companheiro ou sem companheiro.

– Renda Familiar: considerada a renda mensal do domicílio, em reais, no mês que antecedeu a entrevista. Classificada em <R$1500,00 ou >R$1500,00.

3.4. Seleção dos Sujeitos

Inicialmente foram sorteados 68 setores censitários (unidade de

amostragem primária) do município de Campinas, utilizando-se Amostragem

Aleatória Simples (AAS), equiprobabilística, a partir da lista fornecida pelo IBGE

e ordenada pelo número de identificação do setor (Anexo 1). Os setores

censitários do IBGE são numerados e seus limites geográficos estão

claramente definidos. A classificação dos setores foi feita com base no banco

de dados do Censo de 2000 para o Município de Campinas. Foram incluídos no

sorteio todos os setores censitários do município que possuíssem ao menos

dez mulheres com idade igual ou superior a 50 anos. Setores em que não havia

no mínimo 10 mulheres nessa faixa etária foram agrupados com setores

vizinhos, de numeração posterior.

Assistentes de pesquisa, treinadas pelo Centro de Pesquisa e Controle das

Doenças Materno-Infantis de Campinas (CEMICAMP), visitaram as residências

sorteadas, iniciando pela ímpares. Checavam se ali vivia alguma mulher com 50

anos ou mais. Se houvesse mulheres elegíveis para o estudo, essas eram

convidadas a participar do mesmo. Apenas uma mulher foi selecionada por

endereço, mesmo se outras mulheres vivendo na residência fossem elegíveis

(29)

Publicação 29 por essas assistentes de pesquisa até se obter o número mínimo de 10

mulheres elegíveis por setor. Caso não se conseguisse o número de mulheres

(10 por setor), recomeçava-se o setor fazendo os endereços que foram

pulados. No total, 721 mulheres foram convidadas a participar do estudo, sendo

que 99 delas se recusaram a participar (13,7%). Assim, 622 mulheres

constituíram a amostra final. Todas as mulheres participaram voluntariamente

da pesquisa, mediante assinatura de um Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em

Pesquisa da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de

Campinas sob o número 1012 / 2010.

3.5. Critérios de Inclusão

Mulheres com 50 anos ou mais, residentes no município de Campinas.

3.6. Critérios de Exclusão

Não responderam ao questionário as mulheres que se recusaram

explicitamente a participar do estudo e aquelas que apresentaram qualquer fator

que impedisse a entrevista (por exemplo: impossibilidade física no momento da

entrevista, devido a um problema de saúde, compromissos ou incompatibilidade

de horários etc.). Também foram excluídas as mulheres sem capacidade

cognitiva de responder ao questionário (por exemplo: demência senil, doença

(30)

Publicação 30 3.7. Tratamentos, técnicas, testes e ensaios

Após o primeiro estágio de sorteio, foram impressos os mapas de cada

um dos 68 setores censitários (ou agrupamento de setores conforme acima

especificado), contendo as ruas que os delimitavam (perímetro do setor). Para iniciar

o percurso nesses setores, foi sorteado um início casual em seu perímetro, a

partir das diversas esquinas existentes em seu entorno. O percurso iniciou-se

no sentido anti-horário, ou seja, à direita, contornando o setor censitário, pelas

ruas que formam o perímetro do mesmo (rua que delimita o setor). Depois de

tomada essa direção, a entrevistadora caminhava sempre pela calçada à sua

esquerda. Foi localizado o primeiro endereço residencial dessa quadra e depois

o percurso deu-se inicialmente em seu perímetro, em sentido anti-horário,

objetivando obter informações de moradores da primeira residência, da terceira,

quinta, sétima, e assim sucessivamente (Anexo 5). Se ao voltar ao ponto inicial

do setor não tivessem sido identificadas 10 mulheres elegíveis para o estudo, o

percurso continuava pela entrada no interior do setor, do lado direito da rua

inicial, e pulando-se sempre uma residência. Ao final da rua, se necessário, o

outro lado da mesma era percorrido, até retornar-se ao ponto inicial. Se ainda

assim não tivesse sido alcançado o número de mulheres, a próxima esquina,

em sentido anti-horário no perímetro do setor, se tornava o novo ponto de

entrada, novamente pelo lado direito da rua. Ao final desse processo, se todas

as ruas internas do setor já tivessem sido percorridas sem terem alcançado 10

mulheres elegíveis, o processo era reiniciado no perímetro do setor, agora pelos

endereços pares. Isso ocorreu até que o total previsto de 10 mulheres elegíveis

(31)

Publicação 31 percorridas, com todos os endereços levantados. Essa última situação está

prevista através de possível perda de 10% no tamanho da amostra.

Nas residências em que se identificou mais de uma mulher na faixa

etária de 50 anos ou mais, apenas uma foi convidada a participar do estudo, por

ordem alfabética dos nomes.

Quando um determinado condomínio, de casas ou de apartamentos, foi

um endereço escolhido no percurso, mas o acesso a ele tenha sido impedido, o

mesmo foi considerado uma recusa e o percurso continuou da mesma forma

naquele setor. Caso tenha sido obtida autorização para entrar em condomínio de

casas, este foi percorrido da mesma maneira que os setores censitários em geral.

No caso de prédios de apartamentos, se houvesse mais de uma torre, eram

selecionadas inicialmente as de números ímpares, e em cada uma delas os

apartamentos ímpares. O questionário teve duração de aproximadamente trinta

minutos e foi aplicado, pessoalmente ou por telefone, por assistentes de pesquisa

treinadas pelo CEMICAMP. O processo de seleção e treinamento das

entrevistadoras foi realizado pelo CEMICAMP juntamente com a autora do

projeto.

3.8. Instrumento de coleta de dados

O questionário usado para este estudo foi composto por 84 questões

abertas e fechadas, divididas em cinco sessões: avaliação sociodemográfica,

relato dos hábitos de saúde, autopercepção de saúde, avaliação da capacidade

funcional e avaliação dos problemas de saúde (Anexo 6). As perguntas foram

(32)

Publicação 32 fosse melhor que a outra. Estudou-se hipertensão, infarto agudo do miocárdio,

acidente vascular cerebral, diabetes melittus, asma, enfisema pulmonar, câncer,

artrose, osteoporose, incontinência urinária, glaucoma e catarata, e em caso de

resposta afirmativa, perguntava-se sobre o tempo de diagnóstico e se estava

em tratamento. Assim era reforçada a presença da doença em questão.

O instrumento foi pré-testado e elaborado com base em outros questionários

pré-existentes: dois brasileiros e um americano. Um dos questionários brasileiros fez

parte do projeto SABE (Projeto Saúde, Bem-estar e Envelhecimento na América

Latina e Caribe), que no Brasil realizou entrevista domiciliar com 2.143 idosos

do município de São Paulo em 2006 para avaliar condições de saúde (16). O

segundo questionário brasileiro é um inquérito populacional nacional feito por

telefone chamado VIGITEL – 2008 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas Não Transmissíveis por Entrevistas Telefônicas),

desenvolvido pelo Ministério da Saúde (17). O questionário americano foi

utilizado na pesquisa Women’s Health and Aging Study, que avaliou, através de entrevistas domiciliares, o estado de saúde e causas de incapacidades em

mulheres idosas (18).

As perguntas do questionário SABE abordavam dados

sociodemográficos, comportamentais e antropométricos, avaliação cognitiva,

estado de saúde (presença de doenças, autopercepção de saúde, intervenções

médicas a que foi submetido, cuidados com a saúde, dados nutricionais, estado

funcional, uso de medicamentos, acesso a assistência médica) e redes de

(33)

Publicação 33 As perguntas do questionário VIGITEL abordavam: a) características

demográficas e socioeconômicas dos indivíduos (idade, sexo, estado civil,

etnia, nível de escolaridade, número de pessoas e cômodos no domicílio,

número de adultos e número de linhas telefônicas); b) características do padrão de

alimentação e de atividade física associadas à ocorrência de doença crônica; c)

peso e altura recordados; d) frequência do consumo de cigarros e de bebidas

alcoólicas; e) autoavaliação do estado de saúde do entrevistado e referência a

diagnóstico médico anterior de hipertensão arterial, diabetes melittus e colesterol

elevado.

As auxiliares de pesquisa foram treinadas pelo CEMICAMP, para

qualificação na abordagem das mulheres do estudo e aplicação do questionário

corretamente. Foi entregue para cada uma delas um manual com 65 páginas

contendo instruções de comportamento, abordagem, apresentação e entrevista.

Cada pergunta do questionário foi repassada com as auxiliares de pesquisa a fim de

esclarecer qualquer dúvida. O questionário foi aplicado após o processo de

obtenção do consentimento, que era a assinatura do Termo de Consentimento Livre

e Esclarecido (TCLE) (Anexo 2). Após a assinatura, as auxiliares de pesquisa liam

as perguntas do questionário com todas as alternativas e anotavam as

respostas no mesmo; a entrevista era geralmente realizada no domicílio das

mulheres selecionadas.

3.9. Coleta de dados

O processo para obtenção da amostra de mulheres envolveu duas etapas:

(34)

Publicação 34 2) a identificação de mulheres elegíveis em cada domicílio selecionado.

Para a organização e registro do percurso em cada setor censitário, as

entrevistadoras utilizaram a Ficha de Itinerário. Nessa ficha foram anotados

todos os endereços e a natureza do imóvel (residência, comércio, terreno vazio,

condomínio de casas etc.). Cada mulher elegível identificada em um dos

endereços correspondeu a uma linha na Ficha de Itinerário, onde foram

anotados: o primeiro nome, a idade, se a mulher aceitava participar da pesquisa

naquele momento e, nesse caso, o número do questionário aplicado. Se a

mulher não estivesse em sua residência no momento em que a entrevistadora

passou, ou não aceitou ser entrevistada naquele momento foram anotados o

endereço e número de telefone para posteriormente realizar nova visita ou

contato telefônico. Foi lido ou oferecido para leitura o Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido logo no início da entrevista, ou apenas lido se a entrevista

fosse por telefone. A mulher selecionada assinou o TCLE caso concordasse com a

entrevista; se foi realizada por telefone, a autorização foi gravada. Naqueles

endereços em que nenhuma pessoa atendeu quando a entrevistadora passou,

foi feito contato telefônico posterior, com até três tentativas, para saber se

existiam mulheres elegíveis naquele local e, em caso positivo, a entrevista

podia ser feita por telefone ou podia ser agendada em momento conveniente.

Somente 2 entrevistas foram realizadas por telefone, com consentimento

informado gravado. Se nas três tentativas de contato nenhuma pessoa atendeu

ou não foi possível falar com nenhuma mulher elegível, esse endereço foi

(35)

Publicação 35 3.10. Controle de qualidade

O pré-teste do questionário foi realizado em 30 mulheres que estavam

em consulta médica de rotina com profissional médico ou enfermeiro na

Unidade Básica de Saúde do Jardim Capivari em Campinas.

O controle de qualidade foi garantido pela supervisora de campo. Ao

término do trabalho em cada setor, as entrevistadoras entregaram a ficha

correspondente à supervisora de campo, que realizou a sua conferência, para

verificar se o percurso e a seleção das mulheres estavam sendo feitos de acordo

com as instruções. Além disso, a partir das Fichas de Itinerário, a supervisora

realizou um controle de qualidade do trabalho das entrevistadoras: ela reconstituiu o

percurso e a seleção das mulheres em 10% dos setores sorteados, e repetiu as

entrevistas ou parte delas naqueles setores. Essa checagem foi feita sem violar

os aspectos éticos da pesquisa porque, quando a entrevistadora aplicou o

questionário, já avisou a mulher entrevistada da possibilidade de um novo

contato, através da supervisora, para realização dessa checagem.

3.11. Processamento dos dados

Depois de preenchidos, os questionários foram revisados e ordenados

numericamente. As respostas foram digitadas em sistema computacional

(EPI-INFO versão 2002) por dois digitadores diferentes para detectar e corrigir erros.

3.12. Análise estatística

Inicialmente foi feita uma análise descritiva simples, por distribuição de

(36)

Publicação 36 utilizando-se o teste qui-quadrado para testar a associação entre as variáveis

dependentes e as variáveis independentes (19). Após, foram feitos modelos

múltiplos de regressão de Poisson (20), estimando-se a razão de prevalência

(RP) e o respectivo intervalo de confiança de 95% para variáveis significativas,

utilizando o critério de seleção backward, que considerou todas as possíveis

variáveis preditoras no início da modelagem e obteve o modelo final com

somente as variáveis estatisticamente significativas. O nível de significância

pré-estabelecido foi de 5% (nível de confiança de 95%), o plano de amostragem

(UPA – Unidade Primária da Amostra) foi considerado nas análises bivariada e múltipla, e os softwares utilizados foram o SPSS v. 20.0 e o Stata v. 7.0. O plano de

amostragem foi por ‘cluster’ e não por ‘simple random sampling (SRS). Dessa forma, o setor censitário foi a primary sampling unit (PSU)’, ou seja, a unidade primária de sorteio da amostra. A PSU foi considerada na análise dos resultados

através dos comandos svy do Stata.

3.13. Aspectos éticos

Foram cumpridos todos os princípios enunciados na Declaração de

Helsinque (2000) e na Resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde.

As mulheres foram convidadas a participar do estudo de livre e espontânea

vontade, e foi lido ou oferecido para leitura logo no início da entrevista o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido. Neste termo constavam esclarecimentos

sobre sua participação, referindo-se à confiabilidade e privacidade de seus

dados pessoais, e as mulheres só foram incluídas no estudo após assinarem o

(37)

Publicação 37 Pesquisa (CEP) da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual

de Campinas (Anexos 3 e 4). Os informes pessoais foram retirados do

instrumento após a coleta dos dados, passando a constar somente um número

como identificação para preservar o anonimato das mulheres. Essas foram

informadas de que a participação no estudo não traria benefícios pessoais e

poderiam recusar-se a participar da pesquisa sem prejuízo algum, bem como

retirar seu consentimento, sem constrangimento, em qualquer fase da pesquisa. A

(38)

Publicação 38

4. Publicação

Artigo 1 - Reigota, Renata B, Pedro, Adriana Orcesi, Machado, Vanessa de S. Santos,

Costa-Paiva, Lúcia, Pinto-Neto, Aarão

Artigo enviado para publicação no Neurourology and Urodynamics. Edited By: Christopher R. Chapple

Impact Factor: 2.674 Online ISSN: 1520-6777

(39)

Publicação 39

Prevalence of Urinary Incontinence and its Association with Multimorbidity in Women Aged 50 years or older: a population- based study

Reigota, Renata B, MD(1), Pedro, Adriana Orcesi PhD(2), Vanessa de S. Santos Machado, MD(3), PhD, Lúcia Costa-Paiva, MD, PhD(4) and Aarão M. Pinto-Neto, MD, PhD(4)

1. Master´s Degree student, State University of Campinas (UNICAMP), School of Medicine, Campinas, SP, Brazil

2. MD, PhD in Obstetrics and Gynecology, State University of Campinas (UNICAMP),School of Medicine

3. MD, PhD in Obstetrics and Gynecology, State University of Campinas (UNICAMP),School of Medicine

4. MD, PhD. Full Professor, Department of Obstetrics and Gynecology, School of Medical Sciences, State University of Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brazil

Institution where the study was performed: State University of Campinas (UNICAMP),

Campinas, São Paulo, Brazil

Conflicts of interest: None declared.

Short Tittle: Urinary Incontinence and Multimorbidity in Women Aged 50 years or

more

Corresponding author:

Adriana Orcesi Pedro

Department of Gynecology and Obstetrics, State University of Campinas (UNICAMP) Rua Alexander Fleming, 101 - Cidade Universitária Zeferino Vaz

Campinas, São Paulo – Brasil Postal Code: 13083-881

Telephone and fax: +55-19-3521 9306 - Email: aopedro@uol.com.br

Word count for the text only: 3883

(40)

Publicação 40

ABSTRACT

Aims: To evaluate the prevalence and associated risk factors for urinary incontinence,

as well as its association with multimorbidity among Brazilian women aged 50 or over.

Methods: This was a secondary analysis of a cross-sectional population-based study

including 622 women 50 years or older, conducted in the city of Campinas-SP-Brazil.

Dependent variable was Urinary Incontinence (UI), defined as any complaint of urine

loss. Independent variables were sociodemographic data, health-related habits,

self-perception of health and functional capacity evaluation. Statistical analysis was carried

out by the Chi-square test and Poisson regression.

Results: Mean age of the women was 64. UI was prevalent in 52.3% of these women:

Mixed UI (26.6%), Urge UI (13.2%) and Stress UI (12.4%). Factors associated with a

higher prevalence of UI were hypertension (OR 1.21, CI 1:01 to 1:47, p = 0.004),

osteoarthritis (OR 1.24, CI 1:03 to 1:50, p = 0.022), physical activity ≥ 3 days / week (OR 1.21, CI 1:01 to 1:44, p = 0.039), BMI ≥ 25 at the time of the interview (OR 1.25, CI 1:04 to 1:49, p = 0.018), negative self-perception of health (OR 1.23, CI 1:06 to 1:44

p = 0.007) and limitations in daily living activities (PR 1:56 CI 1:16 to 2:10, p = 0.004).

Conclusions: The prevalence of UI was high. Mixed incontinence was the most frequent

type of UI. Many associated factors can be prevented or improved. Thus, health policies

targeted at these combined factors could reduce their prevalence rate and possibly

(41)

Publicação 41

INTRODUCTION

Changing age structure of the Brazilian population in the last decade with

gradual aging of the population is intimately associated with a higher prevalence of

multimorbidity, i.e. an increase in the number of people suffering from two or more

chronic diseases. Among these disorders is Urinary Incontinence (UI) (1-3). UI is a

chronic disease that is highly prevalent in the female population worldwide. Although

UI is not related to a higher death risk, it has considerable impact on quality of life,

causing psychosocial, emotional and hygienic impairment, in addition to the high cost to

the public health care system (4-6).

According to the International Urogynecological Association (IUGA) and the

International Continence Society (ICS), UI is defined as “any complaint of involuntary loss of urine” (7). According to its pathophysiology, UI may be classified into three main types: Stress UI (SUI), complaint of urine leakage that occurs in situations of

increased abdominal pressure, such as sneezing, coughing and physical exercise; Urge

urinary incontinence (UUI), abrupt urine leakage, accompanied by a strong need to void;

ixed UI (MUI), when symptoms existing in both types cited previously overlap (7).

Recent studies have shown an elevated prevalence of UI worldwide. In 2008, a

review conducted at the 4th International Consultation on Incontinence, demonstrated a

prevalence rate of UI in 25% of women younger than 60, achieving 39% in women aged

60 or over. The prevalence of SUI was highest in the 40 to 60 year-age range, while the

prevalence rates of UUI and MUI peaked between the ages of 60 and 79 years. Among

studies included in this review, a large part had been conducted in Europe and North

America (8, 9). Previous Brazilian studies showed that the prevalence rate of UI ranged

(42)

Publicação 42 Most factors associated with UI have already been well-established by

international studies, e.g. age, parity, history of vaginal deliveries, arterial hypertension,

diabetes and previous pelvic surgeries (12). However, the majority of epidemiological

studies on UI were conducted in North America, Europe, Australia, Japan and other

Asian countries. However, database extrapolation across continents may not be an ideal

practice. Little is known about the risk factors associated with UI in other countries,

including Brazil (8, 13).

Therefore, the aim of this population-based research study was to evaluate the

prevalence of UI among women aged 50 or older, living in the city of Campinas, São

Paulo, Brazil. In addition, the associated factors and their correlation with

multimorbidity were also assessed. This is fundamental to provide health professionals

with data that may be used for strategic planning for primary and secondary prevention

of this very common disorder, through knowledge of the factors associated with

(43)

Publicação 43

MATERIALS AND METHODS Subject Selection

This is a secondary analysis of a cross-sectional study entitled “Health

Conditions in women over 50 years of age: a population-based study in the city of

Campinas, São Paulo”, conducted between May 10 and October 31, 2011 in the city of Campinas, São Paulo, Brazil in the form of a population-based survey.

Initially, 66 census sectors were selected by lot (primary sampling unit) from the

municipality of Campinas, by using equiprobabilistic Simple Random Sampling (SRS),

derived from a list provided by IBGE (Brazilian Institute of Geography and Statistics)

and ordered by the number of sector identified. The IBGE census sectors are enumerated

and their geographical limits are clearly defined. Census classification was carried out,

using a Census database of the year 2000 for the municipality of Campinas. Included in

the lot were all census sectors of the municipality that had at least ten women aged 50 or

older. Sectors where there were not 10 women in this age group were grouped along

with neighboring sectors using subsequent numeration.

Research assistants, trained by the Center for Research and Control of Maternal

and Childhood Diseases of Campinas (CEMICAMP), visited the chosen households,

starting with the odd-numbered houses. These interviewers checked if a woman aged 50

or older lived in that household. Women who were eligible for the study were invited to

participate in the study. Only one woman was selected per address, even if other women

living in the same home were also eligible for the study. After agreeing to participate, a

questionnaire was applied by the interviewers until at least 10 eligible women per sector

were obtained. In case that number (10 per sector) was not obtained, the sector was

(44)

Publicação 44 women were invited to participate in the study. Ninety-nine women (13.7%) declined to

participate, allegedly due to a lack of time to answer the questionnaire in most cases.

Therefore, the final sample was comprised of 622 women. All women signed a free

written informed consent term before the interviews. The study was approved by the

Research Ethics Committee of UNICAMP under number 1012/2010.

Sample Size

In 2010, Campinas had 1,080,113 inhabitants, with a growing female population,

according to IBGE data. In that same year, there were 559,248 women in Campinas. Of

these, approximately 142,350 were 50 or older (1). To calculate sample size,

hypertension was considered the most prevalent morbidity in women in Brazil and

developed countries, with an estimated prevalence of 56.3%. A type 1 (alpha) error of

5% was considered. The resulting sample size was increased by 10% to compensate for

a possible loss of subjects and 657 women constituted the final sample size. For the

present study, we calculated a new sample size based on the estimated prevalence of UI,

which was 66% (14). We considered an acceptable absolute difference of 4% and set the

probability of type I error at 5%. Thus, the sample size required for the present study

was 539 women.

Inclusion criteria

The study selected women over the age of 50, who lived in the city of

(45)

Publicação 45

Exclusion criteria

Explicit refusal to participate in the study or any factor preventing the interview

from being held, e.g. illness, personal commitments, or schedule incompatibility were

considered exclusion criteria. Women with cognitive disability impeding response to the

questionnaire or those suffering from dementia were also excluded from the study.

Instrument for data collection

The questionnaire used for this study included 84 open-ended and closed-ended

questions that were divided into five sessions: sociodemographic evaluation; report of

health-related habits; self-perception of health; evaluation of functional capacity; and

evaluation of health problems. The questionnaire was pre-tested on 50 women and based

on three preexisting questionnaires. Of the three questionnaires, two were Brazilian. One

was part of the SABE project (Projeto Saúde, Bem-estar e Envelhecimento na America

Latina e Caribe=Health, Well-being and Aging Project in Latin America and the

Caribbean) (15), while the other was part of a population-based survey named VIGITEL

2008 (Surveillance of the risk factors and protective factors associated with chronic

non-transmissible diseases through telephone interviews) carried out by the Brazilian

Ministry of Health (16). The third questionnaire, which served as the basis for the

present study, was an instrument used nationwide in the United States entitled

“Women’s Health and Aging Study” (17).

The SABE questionnaire deals with sociodemographic, behavioral and

anthropometric data, as well as cognitive evaluation, an individual’s health status

(46)

Publicação 46 underwent, health care, nutritional data, functional status, drug use, access to medical

care) and social/family support networks.

The VIGITEL questionnaire deals with: a) demographic and socioeconomic

characteristics of individuals (age, sex, marital status, ethnicity, education level, number

of individuals, number of adults and number of rooms in a household, and how many

landline telephone numbers reach a house); b) diet characteristics and physical activity

associated with the occurrence of chronic disease; c) recalled weight and height; d)

smoking and drinking habits; and e) self-evaluation of an individual’s health status and

report of a previous medical diagnosis of hypertension, diabetes or high cholesterol

levels.

Dependent Variables

A dependent variable was Urinary Incontinence, defined as “any complaint of involuntary loss of urine” (7, 18, 19). UI was categorized into three main types: Stress UI (SUI), complaint of urine leakage that occurs in situations of increased abdominal

pressure, e.g. sneezing, coughing and physical exercise; Urge incontinence (UUI),

abrupt urine leakage accompanied by a strong need to void; Mixed UI (MUI), when

(47)

Publicação 47

Independent Variables

The independent variables were: Age (years); School Education (Up to 4 years /

> 4 years); Marital Status (with a partner /without a partner); Color/Ethnicity (White

/Non-white); Monthly Income (≤ R$ 1500,00 / > R$ 1500,00); BMI at the time of the

interview (< 25 kg/m2 / ≥ 25 kg/m2); BMI between 20 and 30 years (< 25 kg/m2 / ≥ 25 kg/m2); Number of morbid conditions (< 2 / ≥ 2); Smoking (Never smoked / Smoked in the past / Current smoker); Habit of drinking alcohol (No/Yes); Frequency of alcohol

consumption (No or less than 1 day per month / Other rate); Admission to any hospital

in the last 12 months (No/Yes); Last visit to the doctor (< 6 months / ≥ 6 months);

Woman is taking any medication prescribed by a doctor (No/Yes); Use of

anti-hypertensive drugs (No/Yes); Use of medication acting on the central nervous system

(No/Yes); Use of anti-rheumatic medication (No/Yes); Use of lipid-lowering drugs

(No/Yes); Use of antidiabetics (No/Yes); Use of cardiopulmonary drugs (No/Yes); Use

of thyroid hormones (No/Yes); Use of antiulcer agents (No/Yes); Use of other

medication (No/Yes); Use of analgesics (No/Yes); Use of alternative treatments

(No/Yes); Woman had medical insurance (No/Yes); Weekly practice of physical activity

(No/Yes); Frequency of physical activity (No or up to 2 days per week / ≥ 3 days per week); Woman is in the menopause (No/Yes); Use or used hormone therapy (No/Yes);

Self-evaluation of health (Very good or good / Regular, bad, poor); Assessment of

functional capacity (Igla=100% (no limitation) / Igla< 100% (some limitation)); Arterial

Hypertension (No/Yes); Diabetes (No/Yes); Cancer (No/Yes); Osteoarthritis (No/Yes);

Osteoporosis (No/Yes); Previous fracture (No/Yes); Bronchitis/asthma (No/Yes);

(48)

Publicação 48

Statistical Analysis

Data analysis initially began by describing the prevalence of UI and each

category of UI. Using the appropriate chi-square test, any possible association between

UI and different sociodemographic/behavioral characteristics was tested, in addition to

variables related to medical care. Finally, a Poisson multiple regression model was

adjusted to identify variables significantly associated with UI. The backward

elimination technique was used to achieve the final model. All the possible predictive

variables were taken into consideration at the beginning of the process, while the final

model contained only the remaining statistically significant variables. A significance

level of 5% (95% confidence level) was pre-established. Statistical analysis was

conducted by using the SPSS software program, version 20.0 and STATA program,

version 7.0. Bivariate and multiple analyses took into account the sampling plan

(primary sampling unit). Since the sampling plan employed clusters, the census sector

was the primary sampling unit, i.e. the primary unit to be randomized. Analysis of the

results took into account the primary sampling unit, using the “svv” commands of the STATA program (20, 21).

RESULTS

From a total of 622 participating women, the mean age was 64.1 years. Of these

women, 52.7% had up to 4 years of school education. Furthermore, 52.2% of these

women were not living with a partner, 29.6% were white and 53.6% reported having a

monthly family income of R$1.500 reais or less. The prevalence of UI among the

women assessed was 52.2%. MUI was the most prevalent type (in 26.6% of women

(49)

Publicação 49 was included in a single category of UI (data not shown in Tables). Demographic

variables, categorized according to the presence or absence of UI, were shown in Table

1. There was no statistically significant difference among the groups.

Among the clinical variables studied, BMI at the time of the interview was

associated with UI. About two-thirds of the studied women were overweight or obese.

However, being overweight or obese at a younger age was not associated with UI.

Approximately 86% of the study population was postmenopausal. Neither menopausal

status nor age at the onset of menopause, were associated with the presence of UI.

Habits such as smoking and alcohol consumption were not associated with the presence

of UI (Table 2).

The use of anti-hypertensive drugs, alternative treatments for menopause and

medication to control cardiopulmonary disease were more prevalent in women with

incontinence (Table 2). There was no association between the presence of UI and the use

of other drugs such as postmenopausal hormone therapy; anti-rheumatic, lipid-lowering,

antiulcer, and antidiabetic drugs; medication acting on the central nervous system;

thyroid hormone and analgesics (data not shown in Tables). There was also no

association between the presence of UI and any other clinical history evaluated, e.g.

medical consultation in the last six months, having health care coverage and hospital

admission in the last 12 months (data not shown in Tables).

The practice and frequency of physical activity were not associated with the

presence of UI. Concerning self-perception of health status, two-thirds of those suffering

from UI considered their health regular / bad / poor (64.1%) and more than half of these

(50)

Publicação 50 Approximately two-thirds of women suffering from UI reported multimorbidity.

Among the chronic conditions studied, it was also demonstrated that a history of arterial

hypertension (present in 56% of women) and osteoarthritis (around 34% of the study

population) were associated with UI (Table 4).

On multiple regression analysis, we observed that the existence of any limitation

of functional capacity (PR 1.56; CI 1.16-2.10; p=0.004) and a personal history of

overweight/obesity (OR 1.25, CI 1:04 to 1:49, p = 0.018), osteoarthritis (PR 1.24; CI

1.03-1.50; p=0.022) and arterial hypertension (PR 1.21; CI 1.01-1.47; p=0.043) were

associated with UI. Furthermore, a negative self-perception of health (PR 1.23; CI

1.06-1.44; p=0.007) and physical activity practiced at a weekly rate of 3 or more times per

week (PR 1.21; CI 1.01-1.44; p=0.039) were also factors associated with UI (Table 5).

DISCUSSION

The aim of this study was to evaluate the prevalence of UI, factors associated

with this chronic condition, and the association between UI and multimorbidity in

women aged 50 or older, living in Campinas, São Paulo, Brazil. The prevalence of any

type of UI in the study population was 52.2%, suggesting that approximately one in two

women experiences UI after the age of 50. In a systematic review, the prevalence of UI

was estimated to range from 14.1% to 68.8% among European women, based on age

considered (22). On the other hand, the prevalence of UI was lower (7.9%) among

Korean women, at a mean age of 49.7 years (23). The reported prevalence of UI varies

widely worldwide, according to different epidemiological studies. Variation is mainly

due to differences in definition, target population, questionnaire design and selection

(51)

Publicação 51 older age group found (64.1 years), since the prevalence of UI increases with advancing

age (3, 8, 22).

In our study, more than half of the women experiencing UI had MUI. The

remaining women were similarly divided into SUI and UUI. The prevalence of each UI

subtype varied widely in previous studies, with a median of 49% (24%-75%), 29%

(11%-61%) and 21% (7%-49%), for SUI, MUI, and UUI, respectively (25). Likewise, in

a review including 14 studies conducted between 1980 and 2002, the prevalence

detected was 50% for SUI, 32% for MUI and 14% for UUI (18). In our study, the most

prevalent subtype of UI was MUI, which was dissimilar to other from global studies.

The difference in our study can be attributed to the older age group, ethnic background,

and physical or related risk factors of the study population. The prevalence rate of SUI

peaked in women aged 50, declining thereafter. Mixed incontinence became more

common with advancing age. In the literature, there is still little data on the prevalence

of UI and its subtypes among the Brazilian population. Therefore, further studies are

needed to acquire a true understanding of the distribution of these subtypes of UI, the

risk factors associated and their consequences among our population. This is

fundamental for an individualized prophylactic and therapeutic approach, based on risk

factors that are liable to prevention or control.

Bivariate analysis identified an association between a higher prevalence of UI

and BMI at the time of the interview, number of morbidities (2 or more), hypertension,

osteoarthritis, chronic medication use, anti-hypertensive use, cardiopulmonary

medication and alternative treatment for menopausal symptoms and a negative

Referências

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