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Previsão dos gastos previdenciários no Brasil com pensão por morte

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Academic year: 2021

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Universidade Federal Fluminense Instituto de Matem´atica e Estat´ıstica

Curso de Estat´ıstica

Guilherme de Souza Silva

Previs˜

ao dos Gastos Previdenci´

arios no Brasil com

Pens˜

ao por Morte

Niter´oi 2013

(2)

Guilherme de Souza Silva

Previs˜

ao dos Gastos Previdenci´

arios no Brasil com

Pens˜

ao por Morte

Monografia apresentada ao Curso de Estat´ıstica da UFF, como requisito para a obten¸c˜ao do grau de BA-CHAREL em Estat´ıstica.

Orientadora: M´arcia Marques de Carvalho

Mestrado em Engenharia de Produ¸c˜ao

Niter´oi 2013

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Guilherme de Souza Silva

Previs˜

ao dos Gastos Previdenci´

arios no Brasil com

Pens˜

ao por Morte

Monografia apresentada ao Curso de Estat´ıstica da UFF, como requisito para a obten¸c˜ao do grau de BA-CHAREL em Estat´ıstica.

Aprovado em Mar¸co de 2013

BANCA EXAMINADORA

M´arcia Marques de Carvalho

Mestrado em Engenharia de Produ¸c˜ao

Jessica Quintanilha Kubrusly

Doutorado em Matem´atica

Jos´e Rodrigo de Moraes

(4)

Silva, Guilherme de Souza

Previsão dos gastos previdenciários no Brasil com pensão por

morte / Guilherme de Souza Silva; Márcia Marques de

Carvalho, orientadora. Niterói, 2012.

71 f. : il.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Estatísticaa ) – Universidade Federal Fluminense, Instituto de Matemática e Estatística, Niterói, 2012.

1. Previdência Social. 2. Previsão. 3. Modelo de regressão. 4. Modelo ARIMA. I. Carvalho, Márcia Marques de,

orientadora. II. Universidade Federal Fluminense. Instituto de Matemática e Estatística. III. Título.

(5)

Dedico este trabalho, aos meus pais Rosane e Fran-cisco e ao meu irm˜ao V´ıtor, a quem devo toda esta caminhada, a eles o meu reconhecimento e carinho. Dedico tamb´em a minha namorada Mar-cela Martins, pela sua ajuda e compreens˜ao.

(6)

Resumo

A previdˆencia social ´e um assunto muito discutido por todos, pois apesar do Brasil ser considerado um pa´ıs demograficamente jovem, os gastos com benef´ıcios previdenci´arios foram muito acima da arrecada¸c˜ao, com 42,3 bilh˜oes de reais de d´eficit em 2012. Os benef´ıcios previdenci´arios s˜ao classificados em: Aposentadorias(Pens˜ao por morte); e Aux´ılios (Doen¸ca, Acidente, Reclus˜ao); e Sal´ario Maternidade;

Em janeiro de 2013, os benef´ıcios de pens˜ao por morte representavam 26,8% dos benef´ıcios previdenci´arios emitidos (6,9 milh˜oes de pessoas) e 5,7 bilh˜oes de gastos, com valor m´edio dos benef´ıcios de 820 reais.

Neste trabalho iremos estudar sobre a pens˜ao por morte usando modelos de regress˜ao e modelo ARIMA, e vamos fazer previs˜oes de gastos da previdˆencia para 2020, mantendo os os atuais crit´erios de concess˜ao para o benef´ıcio estudado, utilizando dados mensais do Boletim Estat´ıstico da Previdˆencia Social do Minist´erio da Previdˆencia e Assistˆencia Social(MPAS). Por ´ultimo, faremos tamb´em simula¸c˜oes de gastos com este benef´ıcio caso houvesse uma reforma nos crit´erios de concess˜ao deste benef´ıcio.

(7)

Agradecimentos

Agrade¸co primeiramente a minha orientadora M´arcia Marques de Carvalho pelo o apoio, dedica¸c˜ao e principalmente pela paciˆencia durante a realiza¸c˜ao desse projeto.

Agrade¸co aos professores Jos´e Rodrigo de Moraes e Jessica Quintanilha Kubrusly por aceitarem fazer parte da minha banca de monografia e da minha forma¸c˜ao. Tamb´em agrade¸co a contribui¸c˜ao dos professores Luz Amanda Melgar Santander, N´ubia Karla de Oliveira Almeida, Ana Maria Lima de Farias, Ana Beatriz Monteiro Fonseca, Joel Maur´ıcio Corrˆea da Rosa, Valentin Sisko, Victor Hugo de Carvalho Gouvˆea, Leonardo Soares Bastos, Licinio Esmeraldo da Silva, Ludmilla da Silva Viana Jacobson, Mois´es Lima de Menezes.

Tamb´em aos amigos Evandro, Carol, Kiese, Pablo, Bruno Lucian, F´abio, Juliana, Bruna, Victor Eduardo, Victor Pinheiro, Thiago Clark, Paulo Chagas, Danielle, Natan, Doug, Cla-rissa, Guilherme Malv˜ao, Luciana Moura, Rafael Lex, Jos´e, Nat´alia Lopes, Gustavo Cam-pos, Willian Gonzaga, Arthur Martins, Clarissa Martins, Bruno Kreischer, Andr´ea Martins e Reynaldo Pinto Jr. que tornaram essa minha caminhada menos ´ardua. E por fim aos meus familiares que me acompanham desde do in´ıcio de tudo.

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“O valor m´edio dos benef´ıcios da Previdˆ en-cia Soen-cial cresceu e tem que ser mantido. Para isto ´e preciso fazer a reforma, para que aqueles que se locupletam da Previdˆ en-cia n˜ao se locupletem mais, n˜ao se aposen-tem com menos de 50 anos, n˜ao sejam va-gabundos num pa´ıs de pobres e miser´aveis.”

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Sum´

ario

Lista de Figuras 8 Lista de Tabelas 9 1 Introdu¸c˜ao 10 2 Objetivos 12 3 Previdˆencia 14

3.1 O que ´e a Previdˆencia Social . . . 14

3.2 A hist´oria da Previdˆencia Social no Brasil . . . 15

3.3 Regimes Previdenci´arios . . . 16

3.4 Quem tem direito aos benef´ıcios . . . 18

3.5 Quanto se deve contribuir . . . 19

3.6 Tipos de Benef´ıcios do Regime Geral de Previdˆencia Social . . . 20

3.7 Evolu¸c˜ao dos gastos . . . 24

4 Metodologia 26 4.1 Modelo de Regress˜ao . . . 26

(10)

4.1.2 M´etodo de estima¸c˜ao . . . 27

4.1.3 Inferˆencia no modelo . . . 28

4.1.4 Qualidade do Ajuste . . . 30

4.2 Modelo arima . . . 32

4.2.1 Processo Estoc´astico Estacion´ario . . . 32

4.2.2 Teste da Raiz Unit´aria para Detectar Estacionaridade . . . 33

4.2.3 Especifica¸c˜ao do Modelo Arima . . . 35

4.2.4 Identifica¸c˜ao do Modelo Arima . . . 36

4.2.5 Diagnostico de Modelos ARIMA . . . 38

4.3 Modelo, e Procedimentos de Previs˜ao . . . 40

5 Resultados 41 5.1 Modelo de Regress˜ao Linear . . . 42

5.2 Modelo Arima . . . 47

5.3 Melhor modelo estimado . . . 50

5.4 Previs˜ao de valores futuros . . . 51

6 Simulando o desempenho do benef´ıcio pens˜ao por morte utilizando crit´ e-rios de concess˜ao internacionais 54 6.1 Perfil e gasto com pens˜ao por morte no Brasil com crit´erios atuais . . . 54

6.2 Crit´erios de concess˜ao internacional . . . 59

6.2.1 Europa . . . 59

(11)

6.2.2 Am´ericas . . . 62

(12)

Lista de Figuras

5.1 Evolu¸c˜ao dos Benef´ıcios Emitidos por mˆes de Pens˜ao por Morte no Brasil –

Janeiro de 1999 a Janeiro de 2013 . . . 41

5.2 Res´ıduos do modelo de regress˜ao linear . . . 44

5.3 N´umero de pensionistas (mil pessoas) observado e ajustado pelo modelo de regress˜ao linear . . . 44

5.4 Res´ıduos do modelo linear com vari´avel bin´aria . . . 46

5.5 N´umero de pensionistas (mil pessoas) observado e ajustado pelo modelo linear com vari´avel bin´aria . . . 46

5.6 Primeira diferen¸ca do n´umero de pensionistas . . . 47

5.7 Correlograma . . . 48

5.8 Correlograma Parcial . . . 49

5.9 Correlograma dos res´ıduos . . . 50

5.10 Valores preditos pelo modelo ARIMA(1,1,0) . . . 51

(13)

Lista de Tabelas

3.1 Aposentadoria Volunt´aria . . . 17

3.2 Al´ıquota e Valor m´aximo de contribui¸c˜ao . . . 20

3.3 Evolu¸c˜ao do PIB, Arrecada¸c˜ao e Despesa com RGPS, Brasil 2002-2011 . . . 25

5.1 Resultados da estima¸c˜ao do modelo de regress˜ao linear ao n´umero de pensio-nistas (mil pessoas) . . . 43

5.2 Resultados da estima¸c˜ao do modelo linear com vari´avel bin´aria ao n´umero de pensionistas (mil pessoas) . . . 45

5.3 Coeficientes estimados do modelo DZt= α + δZt−1+ at . . . 48

5.4 Coeficientes estimados do modelo ARIMA(1,1,0) . . . 49

5.5 Resumo das estat´ısticas de qualidade de ajuste . . . 51

5.6 Valores previstos e intervalo de 95% de confian¸ca da previs˜ao . . . 53

6.1 Perfil das Pensionistas - Brasil - 2001, 2011 . . . 55

6.2 Valor da Pens˜ao (R$) - Brasil - 2001, 2011 . . . 57

6.3 Quantidade de benef´ıcios e despesa com o benef´ıcio de pens˜ao por morte no Brasil segundo os crit´erios de concess˜ao dos pa´ıses da Europa - 2011 . . . 61

6.4 Quantidade de benef´ıcios e despesa com o benef´ıcio de pens˜ao por morte no Brasil segundo os crit´erios de concess˜ao dos pa´ıses da Am´erica - 2011 . . . . 63

(14)

10

1 Introdu¸

ao

Neste trabalho foi considerado o benef´ıcio espec´ıfico “pens˜ao por morte”do Regime Geral de Previdˆencia Social(RGPS)

A previdˆencia social pode ser considerada como uma poupan¸ca for¸cada, imposta a popu-la¸c˜ao, a fim de tentar garantir o futuro dessas pessoas depois que elas perdem a capacidade de trabalho, um rendimento m´ınimo que dˆe condi¸c˜oes de viver em sociedade.

De acordo com a constitui¸c˜ao de 1988: “A seguridade social compreende um conjunto integrado de a¸c˜oes de iniciativa dos poderes p´ublicos e da sociedade destinadas a assegurar os direitos relativos `a assistˆencia social”. Bertussi e Tejada (2003)

A previdˆencia tem as seguintes obriga¸c˜oes perante a lei:

1. cobertura dos eventos de doen¸ca, invalidez, morte e idade avan¸cada; 2. prote¸c˜ao `a maternidade, especialmente `a gestante;

3. prote¸c˜ao ao trabalhador em situa¸c˜ao de desemprego involunt´ario;

4. sal´ario-fam´ılia e aux´ılio-reclus˜ao para os dependentes dos segurados de baixa renda; 5. pens˜ao por morte do segurado, homem ou mulher, ao cˆonjuge ou companheiro e

de-pendentes.

Neste trabalho iremos focar em um benef´ıcio espec´ıfico: pens˜ao por morte. Em termo de quantidade de benef´ıcios emitidos ele representa 26,8% dos benef´ıcios previdenci´arios (6,9 milh˜oes de pessoas), em janeiro de 2013. Por conta disso, vamos fazer previs˜oes para entender como ser´a o comportamento dos gastos previdenci´arios que o Brasil ter´a se n˜ao houver nenhuma mudan¸ca em seu crit´erio de concess˜ao.

(15)

1 Introdu¸c˜ao 11 Utilizaremos os dados mensais do Boletim Estat´ıstico da Previdˆencia Social, dispon´ıvel no site do minist´erio (www.mpas.gov.br), de janeiro de 1999 at´e janeiro de 2013 (n = 169 observa¸c˜oes).

Os dados utilizados no trabalho s˜ao mensais, extra´ıdos do Boletim Estat´ıstico da Previ-dˆencia Social. Foram estimados modelos de regress˜ao linear e modelo ARIMA `a s´erie mensal que descreve o n´umero de benefici´arios de pens˜ao por morte no Brasil.

(16)

12

2 Objetivos

O Brasil ´e um dos pa´ıses do mundo com poucos crit´erios de concess˜ao do benef´ıcio de pens˜ao por morte. Para concess˜ao de pens˜ao por morte, n˜ao h´a tempo m´ınimo de contribui-¸c˜ao, mas ´e necess´ario que o ´obito tenha ocorrido enquanto o trabalhador tinha qualidade de segurado.

Se o ´obito ocorrer ap´os a perda da qualidade de segurado, os dependentes ter˜ao direito a pens˜ao desde que o trabalhador tenha cumprido, at´e o dia da morte, os requisitos para obten¸c˜ao de aposentadoria pela Previdˆencia Social ou que fique reconhecido o direito `a aposentadoria por invalidez, dentro do per´ıodo de manuten¸c˜ao da qualidade do segurado, caso em que a incapacidade dever´a ser verificada por meio de parecer da per´ıcia m´edica do INSS com base em atestados ou relat´orios m´edicos, exames complementares, prontu´arios ou documentos equivalentes.

Havendo mais de um pensionista, a pens˜ao por morte ser´a rateada entre todos, em partes iguais. A parte daquele cujo direito `a pens˜ao cessar ser´a revertida em favor dos demais dependentes. A cota individual do benef´ıcio deixa de ser paga: pela morte do pensionista; para o filho ou irm˜ao que se emancipar, ainda que inv´alido, ou ao completar 21 anos de idade, salvo se inv´alido; quando acabar a invalidez (no caso de pensionista inv´alido). N˜ao ser´a considerada a emancipa¸c˜ao decorrente de cola¸c˜ao de grau cient´ıfico em curso de ensino superior.

A pens˜ao poder´a ser concedida por morte presumida mediante ausˆencia do segurado de-clarada por autoridade judici´aria e tamb´em nos casos de desaparecimento do segurado em cat´astrofe, acidente ou desastre (neste caso, ser˜ao aceitos como prova do desaparecimento: boletim de ocorrˆencia policial, documento confirmando a presen¸ca do segurado no local do desastre, notici´ario dos meios de comunica¸c˜ao e outros).

(17)

2 Objetivos 13 Em outros pa´ıses, o crit´erio de concess˜ao do benef´ıcio de pens˜ao por morte ´e mais rigoroso. Nos Estados Unidos por exemplo, o valor da pens˜ao recebido ´e 75% do valor dos rendimentos do segurado. S´o recebe o benef´ıcio as vi´uvas ou esposas divorciadas com crian¸cas com menos de 16 anos de idade. N˜ao recebem o benef´ıcio as vi´uvas ou esposas divorciadas com menos de 50 anos.

Iremos analisar o comportamento geral do n´umero de pensionistas com pens˜ao por morte e dos gastos previdenci´arios no Brasil.

Teremos tamb´em alguns objetivos espec´ıficos como:

• Fazer previs˜oes do n´umeros de pessoas beneficiadas com pens˜ao por morte e dos gastos previdenci´arios no Brasil no caso de n˜ao haver nenhuma mudan¸ca nos crit´erios de concess˜ao.

• Avaliar o perfil dos pensionistas com pens˜ao por morte e os gastos com esse tipo de pens˜ao no Brasil, nos anos 2001 e 2011, com os crit´erios atuais.

• Estimar o n´umero de pensionistas que receber˜ao o benef´ıcio “pens˜ao por morte”e os gastos com esse tipo de pens˜ao, no caso de usar os mesmos crit´erios de concess˜ao de outros pa´ıses da Europa e das Am´ericas:

– Alemanha – Fran¸ca – Finlˆandia – Argentina – E.U.A – Canad´a

No ´ultimo objetivo espec´ıfico, foram utilizados microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domic´ılios (PNAD) do IBGE de 2011.

(18)

14

3 Previdˆ

encia

3.1

O que ´

e a Previdˆ

encia Social

A Previdˆencia Social ´e um seguro que garante a renda do contribuinte e de sua fam´ılia, em casos de doen¸ca, acidente, gravidez, pris˜ao, morte e velhice. Oferece v´arios benef´ıcios que juntos garantem tranquilidade quanto ao presente e em rela¸c˜ao ao futuro assegurando um rendimento seguro.

Mas n˜ao pense que ´e s´o parar de trabalhar para come¸car a receber uma cobertura finan-ceira do governo, a Previdˆencia Social cobre apenas trabalhadores na qualidade de segurado na data do ´obito, isto ´e, com carteira assinada, por´em n˜ao exige tempo m´ınimo de contri-bui¸c˜ao

Previdˆencia Social ´e assunto s´erio para uma na¸c˜ao, estamos falando de dezenas de bilh˜oes de reais anualmente. No Brasil, dispomos at´e de um minist´erio e um instituto exclusivos para a ´area, s˜ao eles o Minist´erio da Previdˆencia Social e o INSS, respectivamente. E n˜ao podemos deixar de citar tamb´em a Dataprev, Empresa de Tecnologia e Informa¸c˜oes da Previdˆencia Social, que oferece v´arios servi¸cos online para os cidad˜aos. A partir de 2007, o sistema da Previdˆencia Social passou a ser unificado ao da Receita Federal, criando a Super Receita. A ideia ´e que o ´org˜ao, al´em de diminuir a burocracia e os gastos, ajude a investigar fraudes contra o sistema.

Quando falamos em Previdˆencia Social no Brasil sempre utilizamos superlativos, afinal de contas, seus n´umeros s˜ao estratosf´ericos. Atualmente, o sistema previdenci´ario brasileiro beneficia 20,7 milh˜oes de cidad˜aos, sendo 3,2 milh˜oes do setor p´ublico e 17,5 milh˜oes do setor privado.

(19)

3.2 A hist´oria da Previdˆencia Social no Brasil 15 a 7,40% do nosso PIB. S´o tem um problema, a arrecada¸c˜ao em contribui¸c˜oes previdenci´arias foi de 283,7 bilh˜oes, ou seja, o governo tem de arcar com um “d´eficit”de aproximadamente R$ 42,3 bilh˜oes. Esse d´eficit tem v´arias raz˜oes para os especialistas, entre elas, a vincula¸c˜ao do reajuste dos benef´ıcios previdenci´arios ao sal´ario-m´ınimo, a baixa idade dos aposentados, a grande informalidade do mercado de trabalho brasileiro.

A Previdˆencia Social foi, por muitos anos, a ´unica forma de aposentadoria no Brasil. Quem quisesse ter uma renda a mais que o limite dado pelo governo tinha que investir em outras coisas como, por exemplo, im´oveis para serem alugados. Atualmente, cada vez mais pessoas tˆem optado por aplicar algum dinheiro em planos de previdˆencia privada, afinal o limite do benef´ıcio estatal ´e de pouco menos de R$ 3 mil (n´umeros de 2007). Quem est´a acostumado a ganhar mais, sofre um “baque”ao se aposentar.

3.2

A hist´

oria da Previdˆ

encia Social no Brasil

A Previdˆencia Social no Brasil possui mais de 100 anos de hist´oria. A primeira legisla-¸c˜ao pertinente ao tema ´e datada de 1888, quando foi regulamentado o direito `a aposentadoria para empregados dos Correios.

O fato considerado como ponto de partida da Previdˆencia Social propriamente dita no Pa´ıs, contudo, ´e a Lei El´oi Chaves (Decreto nº 4.682) de 1923. Ela criou a Caixa de Apo-sentadoria e Pens˜oes para empregados de empresas ferrovi´arias, estabelecendo assistˆencia m´edica, aposentadoria e pens˜oes, v´alidos inclusive para seus familiares. Em trˆes anos, a lei seria estendida para trabalhadores de empresas portu´arias e mar´ıtimas.

Na d´ecada de 30, atrav´es da promulga¸c˜ao de diversas normas, os benef´ıcios sociais foram sendo implementados para a maioria das categorias de trabalhadores, dos setores p´ublico e privado. Foram criados, tamb´em, seis institutos de previdˆencia, respons´aveis pela gest˜ao e execu¸c˜ao da seguridade social brasileira.

(20)

3.3 Regimes Previdenci´arios 16 aos institutos de aposentadorias e pens˜oes. A esta altura, a Previdˆencia Social j´a beneficiava todos os trabalhadores urbanos. Os trabalhadores rurais passariam a ser contemplados em 1963.

Em 1966, com a altera¸c˜ao de dispositivos da Lei Orgˆanica da Previdˆencia Social, foram institu´ıdos o Fundo de Garantia por Tempo de Servi¸co - FGTS, uma indeniza¸c˜ao para o trabalhador demitido que tamb´em pode ser usada para quem quiser comprar sua casa pr´opria, e o Instituto Nacional de Previdˆencia Social - INPS (atualmente a sigla ´e INSS, essa mudan¸ca ocorreu em 1990), que reuniu os seis institutos de aposentadorias e pens˜oes existentes.

Em 1974, foi criado o Minist´erio da Previdˆencia e Assistˆencia Social. At´e ent˜ao, o tema ficava sob o comando do Minist´erio do Trabalho e Emprego (na ´epoca chamado Minist´erio do Trabalho e Previdˆencia Social).

A extens˜ao dos benef´ıcios da previdˆencia a todos os trabalhadores se d´a com a Constitui¸c˜ao de 1988, que passou a garantir renda mensal vital´ıcia a idosos e portadores de deficiˆencia, desde que comprovada `a baixa renda e que tenham qualidade de segurado.

Em dezembro de 1998, o governo mudou as regras da previdˆencia passando a exigir uma idade m´ınima para a aposentadoria, que, no caso das mulheres, ´e de 55 anos e do homem, 60 anos. Anteriormente, a aposentadoria valia para quem contribu´ısse por 25 a 30 anos, no caso das mulheres, e 30 a 35 anos, no caso dos homens, sem limite m´ınimo de idade.

3.3

Regimes Previdenci´

arios

No nosso pa´ıs, h´a trˆes regimes previdenci´arios. O Regime Geral de Previdˆencia Social (RGPS) ´e administrado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e cobre fundamen-talmente os trabalhadores da iniciativa privada. Os regimes Pr´oprios de Previdˆencia Social (RPPS) destinam-se aos servidores p´ublicos, e cada ente da Federa¸c˜ao que optou por ter um regime pr´oprio administra uma previdˆencia independente dos demais, mas cujos princ´ıpios b´asicos s˜ao definidos pela Constitui¸c˜ao de 1988.de Rezende Rocha e Caetano (2008)

(21)

3.3 Regimes Previdenci´arios 17 Os servidores p´ublicos possuem trˆes tipos de aposentadoria: por invalidez, compuls´oria e volunt´aria.

1. No caso da aposentadoria por invalidez, o servidor depende de um laudo de um perito m´edico do Estado, que ateste sua condi¸c˜ao efetiva de inv´alido.

2. A aposentadoria compuls´oria se d´a quando o servidor atinge os 70 anos de idade (tanto para homens quanto para mulheres).

3. A aposentadoria volunt´aria obedece a dois crit´erios b´asicos: idade e por tempo de contribui¸c˜ao. Ou seja, ´e necess´ario ter atingido uma idade ou tempo de contribui¸c˜ao m´ınimos para se encaixar nesse perfil previdenci´ario, conforme a tabela abaixo:

Tabela 3.1: Aposentadoria Volunt´aria Sexo Idade Tempo de contribui¸c˜ao

Homem 60 35

Mulher 55 30

Fonte: Minist´erio da Previdˆencia Social(MPS)

A Previdˆencia Social dos servidores p´ublicos ´e absolutamente distinta dos demais contri-buintes. Veja alguns de seus principais pontos:

• Contribui¸c˜ao - Servidores da Uni˜ao que recebem at´e R$ 1.440,00 e dos estados que ganham at´e R$ 1.200,00 n˜ao precisam contribuir. Acima destes valores, a contribui¸c˜ao ´e de 11%.

• C´alculo dos benef´ıcios - Antigamente o valor do benef´ıcio equivalia ao valor do ´

ultimo sal´ario do servidor. Contudo, essa regra foi alterada para a m´edia das contri-bui¸c˜oes previdenci´arias realizadas durante o per´ıodo trabalhado.

• Valor dos benef´ıcios - Aos atuais servidores p´ublicos que recebem at´e R$ 2.400,00 os benef´ıcios ser˜ao pagos integralmente. Aos que excederem, ser´a cobrado um desconto de

(22)

3.4 Quem tem direito aos benef´ıcios 18 30%. Aos futuros servidores (se vocˆe est´a pensando em ingressar no servi¸co p´ublico), o teto do benef´ıcio ´e de R$ 2.400,00. O servidor que quiser uma remunera¸c˜ao maior deve fazer uma previdˆencia complementar que, na maioria dos ´org˜aos p´ublicos ou estatais, pode ser feita pelos fundos de pens˜ao relacionados.

• Super aposentadorias - A nova regra de Previdˆencia social do servidor fixa o teto de aposentadorias e remunera¸c˜oes no setor p´ublico `a maior remunera¸c˜ao do ministro do Supremo Tribunal Federal, que, em 2007, valia R$ 24.500,00. A limita¸c˜ao j´a foi uma medida para diminuir o que nos anos 80 ficou conhecido como sal´arios de “maraj´as”. A partir do novo regime para o servidor, o governo pretende diminuir ainda mais essa mudan¸ca.

3.4

Quem tem direito aos benef´ıcios

O Regime Geral de Previdˆencia Social funciona como uma empresa de seguros do governo, vocˆe paga um valor mensal para poder usufruir dos benef´ıcios oferecidos. Estes benef´ıcios se d˜ao na forma de dinheiro, que ´e pago atrav´es do INSS.

Para isso, vocˆe tem que ter contribu´ıdo mensalmente ao longo de sua vida ou de sua carreira profissional. Se vocˆe ´e trabalhador com carteira assinada, vocˆe est´a automaticamente filiado `a Previdˆencia Social, sua contribui¸c˜ao ´e recolhida na fonte (´e um daqueles descontos discriminados no seu demonstrativo de pagamento).

Tipos de segurados

• Empregado - S˜ao os trabalhadores com carteira assinada, tempor´arios, diretores-empregados, ministros e secret´arios p´ublicos, quem trabalha em empresa brasileira fora do Brasil, bem como multinacionais e outros organismos internacionais que estejam instalados no pa´ıs.

(23)

3.5 Quanto se deve contribuir 19 • Empregado dom´estico - Como o pr´oprio nome diz, s˜ao os empregados que trabalham

em domic´ılios (faxineiros, jardineiro, caseiro, etc...).

• Trabalhador avulso - S˜ao empregados por sindicatos ou gestores de m˜ao-de-obra, que prestam servi¸cos em outras empresas (nesta categoria est˜ao estivadores e carregadores de embarca¸c˜ao, por exemplo).

• Contribuinte individual - S˜ao os famosos autˆonomos, que trabalham por conta pr´opria ou que prestam servi¸cos de natureza eventual em outras empresas. Est˜ao nessa categoria v´arios trabalhadores que margeiam o mercado informal como motoristas de t´axi, diaristas, ambulantes e associados de cooperativas.

• Segurado especial - ´E quem trabalha em fam´ılia, sem o rigor da carteira assinada. Nessa categoria encontram-se cˆonjuges, filhos maiores de 16 anos, pescadores artesanais e ´ındios.

• Segurado facultativo - Esta categoria ´e destinada a qualquer cidad˜ao que n˜ao exerce atividade profissional remunerada, mas que deseja contribuir para garantir uma apo-sentadoria (como donas-de-casa, s´ındicos, estudantes, desempregados e presidi´arios, entre outros).

3.5

Quanto se deve contribuir

No Brasil, a lei estabelece faixas de contribui¸c˜ao para a seguridade social, que funcionam no esquema de “cascata”um percentual de desconto para cada “peda¸co”do seu sal´ario. Se vocˆe se enquadra nas categorias de empregado, empregado dom´estico e trabalhador avulso, Veja na tabela 3.2 as al´ıquotas de contribui¸c˜ao e os valores m´aximos de contribui¸c˜ao. Para saber sua contribui¸c˜ao, vocˆe deve verificar qual o valor m´aximo do seu sal´ario.

(24)

3.6 Tipos de Benef´ıcios do Regime Geral de Previdˆencia Social 20 Tabela 3.2: Al´ıquota e Valor m´aximo de contribui¸c˜ao

Como funciona a previdˆencia Social Contribui¸c˜ao em cascata Valor total da faixa Al´ıquota de contribui¸c˜ao Valor m´aximo de contribui¸c˜ao

At´e R$ 911,70 8,00% R$ 72,94

de R$ 911,71 a R$ 1.519,50 9,00% R$ 136,75

de R$ 1.519,51 at´e R$ 3.038,99 11,00% R$ 334,30

Fonte: Minist´erio da Previdˆencia Social(MPS)

Fora das categorias de empregado, empregado dom´estico e trabalhador avulso, as formas de contribui¸c˜ao s˜ao:

• O contribuinte individual ou facultativo paga 11% do valor recebido se seu rendimento for de um sal´ario m´ınimo (R$ 415,00 - valor a partir de mar¸co de 2008) por mˆes. Acima disso, e at´e o valor de R$ 3.038,99, a contribui¸c˜ao ´e de 20%. O contribuinte individual (autˆonomo, que trabalha por conta pr´opria e empres´ario ou s´ocio de sociedade empre-s´aria, cuja receita bruta anual no ano-calend´ario anterior seja de at´e R$ 36.000,00), que optar pela exclus˜ao do direito ao benef´ıcio de aposentadoria por tempo de contribui¸c˜ao, poder´a contribuir com 11% sobre o valor de sal´ario m´ınimo.

• O segurado especial contribui com 2,3% sobre o valor bruto da comercializa¸c˜ao de sua produ¸c˜ao. Caso sua produ¸c˜ao seja adquirida por pessoa jur´ıdica, ela ´e obrigada a recolher a al´ıquota, descontando do valor total da compra.

3.6

Tipos de Benef´ıcios do Regime Geral de Previdˆ

en-cia Soen-cial

O Regime Geral de Previdˆencia Social oferece diversos benef´ıcios e seguros aos seus contri-buintes, que podem ser divididos em duas subcategorias: aposentadoria e outros benef´ıcios. Conhe¸ca quem tem direito a aposentadoria. Veja abaixo como funcionam todas as

(25)

modali-3.6 Tipos de Benef´ıcios do Regime Geral de Previdˆencia Social 21 dades de aposentadoria oferecidas pelo governo:

• Aposentadoria por idade - Modalidade de aposentadoria destinada aos trabalha-dores urbanos contribuintes da Previdˆencia Social com 65 anos, no caso de homens, e 60 anos no caso de mulheres. Para trabalhadores rurais, os limites de idade diminuem cinco anos para ambos os sexos (homens, 60 anos, e mulheres, 55 anos). O valor do benef´ıcio corresponde a 70% do sal´ario de benef´ıcio, mais 1% para cada grupo de 12 contribui¸c˜oes mensais at´e 100% do sal´ario de benef´ıcio. O benef´ıcio n˜ao ser´a inferior a um sal´ario m´ınimo.

• Aposentadoria por invalidez - Benef´ıcio destinado a trabalhadores incapacitados de trabalhar por motivo de acidente ou por doen¸ca. ´E claro que esta incapacidade deve ser constatada por per´ıcia m´edica, que deve ser feita de dois em dois anos. Ainda, no caso de doen¸ca, o benef´ıcio s´o vale se mesma tiver sido contra´ıda no decorrer do exerc´ıcio da atividade profissional. A aposentadoria por invalidez corresponde a 100% do sal´ario de benef´ıcio, caso o trabalhador n˜ao esteja em aux´ılio-doen¸ca. Se o trabalhador necessitar de assistˆencia permanente de outra pessoa, atestada pela per´ıcia m´edica, o valor da aposentadoria ser´a aumentado em 25% a partir da data do seu pedido.

• Aposentadoria por tempo de contribui¸c˜ao - Este benef´ıcio pode ser requerido por quem pode comprovar pelo menos 35 e 30 anos de contribui¸c˜ao, no caso de homens e mulheres respectivamente. Pode, tamb´em, ser requerido proporcionalmente: os homens poder˜ao requerˆe-la aos 53 anos de idade e 30 de contribui¸c˜ao, enquanto as mulheres aos 48 anos de idade e 25 de contribui¸c˜ao, por exemplo. Quanto ao valor do benef´ıcio, ser´a de 100% do sal´ario de benef´ıcio para aposentadoria integral. Quando proporcional, ser´a de 70% do sal´ario de benef´ıcio, mais 5% a cada ano completo de contribui¸c˜ao posterior ao tempo m´ınimo exigido.

• Aposentadoria especial - Benef´ıcio exclusivo aos profissionais que trabalharam em condi¸c˜oes prejudiciais `a sa´ude ou `a integridade f´ısica. Neste caso, o segurado tem de comprovar que trabalhou sob estas condi¸c˜oes pelo per´ıodo exigido para concess˜ao do benef´ıcio (que ´e de 15, 20 ou 25 anos). O valor da aposentadoria especial corresponde a

(26)

3.6 Tipos de Benef´ıcios do Regime Geral de Previdˆencia Social 22 100% do sal´ario de benef´ıcio. O sal´ario de benef´ıcio dos trabalhadores inscritos at´e 28 de novembro de 1999 corresponder´a `a m´edia dos 80% maiores sal´arios de contribui¸c˜ao, corrigidos monetariamente, desde julho de 1994. Para os inscritos a partir de 29 de novembro de 1999, o sal´ario de benef´ıcio ser´a a m´edia dos 80% maiores sal´arios de contribui¸c˜ao de todo o per´ıodo contributivo.

Al´em dos benef´ıcios de aposentadoria o sistema previdenci´ario tamb´em oferece os seguintes benef´ıcios para os seus contribuintes:

• Aux´ılio doen¸ca - Benef´ıcio concedido ao segurado que est´a impedido de trabalhar por motivo de doen¸ca ou acidente por mais de 15 dias consecutivos. No caso dos trabalhadores com carteira assinada, o benef´ıcio ´e concedido a partir do 16º dia de afastamento em diante. J´a no caso de contribuintes individuais (donos de empresa, autˆonomos, profissionais liberais, entre outros), a Previdˆencia Social paga o benef´ıcio desde o primeiro dia. ´E claro que para receber o benef´ıcio, o segurado tem de estar contribuindo por, no m´ınimo, 12 meses, salvo em caso de doen¸cas mais graves (como aliena¸c˜ao mental ou cegueira, por exemplo). Os trabalhadores que se encontram em usufruindo deste benef´ıcio devem participar do programa de reabilita¸c˜ao profissional, oferecido gratuitamente pela Previdˆencia Social. Constatada a recupera¸c˜ao do segu-rado, cessa o recebimento do mesmo. O valor pago ao segurado ´e igual `a m´edia dos 80% maiores sal´arios de contribui¸c˜ao, corrigidos monetariamente.

• Aux´ılio-doen¸ca para empresa convenente - Destinado `as empresas privadas que desejam se conveniar com a Previdˆencia Social, para obter um seguro adicional, no caso o aux´ılio-doen¸ca, para seus funcion´arios.

• Aux´ılio-acidente - Destinado aos segurados que, devido a algum acidente, reduziram sua capacidade de trabalho. ´E um benef´ıcio que tem car´ater indenizat´orio e s´o pode ser concedido a quem recebe aux´ılio-doen¸ca. Na pr´atica, o aux´ılio-acidente come¸ca a ser pago no dia seguinte em que cessa o aux´ılio-doen¸ca. Aten¸c˜ao: dom´esticos, contri-buintes individuais e facultativos n˜ao s˜ao contemplados por este benef´ıcio. O valor a

(27)

3.6 Tipos de Benef´ıcios do Regime Geral de Previdˆencia Social 23 ser recebido corresponde a 50% do sal´ario de benef´ıcio que originou o aux´ılio-doen¸ca, corrigido at´e o mˆes anterior ao do in´ıcio do aux´ılio-acidente.

• Aux´ılio-reclus˜ao - Benef´ıcio destinado ao trabalhador que for preso, por qualquer mo-tivo. ´E pago aos dependentes do segurado durante todo o per´ıodo de reclus˜ao, contudo s´o poder´a ser usufru´ıdo caso o segurado n˜ao esteja recebendo sal´ario, aux´ılio-doen¸ca, aposentadoria ou abono de permanˆencia em servi¸co. E, ´e claro, deve estar em dia com as contribui¸c˜oes mensais. S˜ao trˆes classes de dependentes: cˆonjuge, companheiro (a) e filhos menores de 21 anos, n˜ao emancipados ou inv´alidos; pais; irm˜aos menores de 21 anos, n˜ao emancipados ou inv´alidos.

• Pens˜ao por morte - Benef´ıcio pago aos dependentes de um segurado que falece, correspondendo a 100% do valor de sua aposentadoria no dia da morte. No caso de trabalhadores rurais, esta pens˜ao tem o valor de um sal´ario m´ınimo. O montante total a ser pago ´e dividido igualmente pelo n´umero de dependentes do segurado, sendo que se um dependente perde este direito, sua parte ´e dividida igualmente entre os dependentes remanescentes.

• Sal´ario-maternidade - Trabalhadoras que contribuem para a Previdˆencia Social tˆem direito ao sal´ario-maternidade nos 120 dias em que ficam afastadas do emprego por causa do parto. O benef´ıcio ´e estendido tamb´em para as m˜aes adotivas. Em setembro de 2008, o presidente Luiz In´acio Lula da Silva sancionou uma nova lei que amplia a licen¸ca em mais 60 dias, somando, ent˜ao, seis meses. Esse benef´ıcio j´a vale para as funcion´arias p´ublicas e pode ser estendido para iniciativa privada a partir de 2010, mas deve haver acordo entre as duas partes. A lei prevˆe desconto no Imposto de Renda para as empresas que adotarem.

• Sal´ario-maternidade para ado¸c˜ao - O sal´ario-maternidade ´e concedido `a segurada que adotar uma crian¸ca ou ganhar a guarda judicial para fins de ado¸c˜ao:

Se a crian¸ca tiver at´e um ano de idade, o sal´ario-maternidade ser´a de 120 dias. Se tiver de um ano a quatro anos de idade, o sal´ario-maternidade ser´a de 60 dias. Se tiver de quatro anos a oito anos de idade, o sal´ario-maternidade ser´a de 30 dias.

(28)

3.7 Evolu¸c˜ao dos gastos 24 • Sal´ario-fam´ılia - Esta modalidade de benef´ıcio ´e voltada para trabalhadores cujo o valor do sal´ario seja de, no m´aximo, R$ 676,27, e ´e destinada ao aux´ılio de filhos de at´e 14 anos incompletos ou inv´alidos. O valor deste benef´ıcio ´e de R$ 23,08, por filho de at´e 14 anos incompletos ou inv´alido, para quem ganhar at´e R$ 449,93. Para o trabalhador que receber de R$ 449,94 at´e R$ 676,27, o valor diminui para R$ 16,26. Importante: este benef´ıcio ´e exclusivo para trabalhadores empregados e os avulsos. Demais categorias de trabalhadores (empregados dom´esticos, contribuintes individuais, segurados especiais e facultativos) n˜ao tˆem direito ao sal´ario-fam´ılia.

3.7

Evolu¸

ao dos gastos

Ser˜ao feitas duas compara¸c˜oes de natureza estat´ıstica da Previdˆencia Social brasileira.

• A evolu¸c˜ao recente das despesas previdenci´arias brasileiras; • Comparar estes valores com o que sem tem no resto do mundo;

A Tabela 3.3 apresenta a evolu¸c˜ao do PIB, da arrecada¸c˜ao e das despesas do Regime Geral de Previdˆencia Social, podemos notar claramente que tanto o PIB, a arrecada¸c˜ao e as despesas aumentam conforme o passar dos anos, por´em em nenhum dos anos citados acima a arrecada¸c˜ao foi superior do que os gastos, sendo assim, gerando d´eficits em todos os anos.

(29)

3.7 Evolu¸c˜ao dos gastos 25 Tabela 3.3: Evolu¸c˜ao do PIB, Arrecada¸c˜ao e Despesa com RGPS, Brasil 2002-2011

Ano PIB Arrecada¸c˜ao Benef´ıcio do RGPS D´efict

R$ Milh˜oes R$ Milh˜oes % no PIB R$ Milh˜oes % no PIB R$ Milh˜oes

2002 1.346.027 71.027 5,28 88.026 6,54 16.998 2003 1.556.182 80.730 5,19 107.134 6,88 26.404 2004 1.726.621 93.765 5,31 125.750 7,12 31.985 2005 1.937.598 108.169 5,58 146.010 7,54 37.841 2006 2.322.818 123.520 5,32 165.585 7,13 42.065 2007 2.597.611 140.411 5,41 185.293 7,13 44.882 2008 2.889.719 163.355 5,65 199.562 6,91 36.207 2009 3.143.015 182.381 5,80 224.876 7,15 42.495 2010 3.770.085 212.401 5,63 254.841 6,76 42.440 2011 4.143.013 245.891 5,94 281.438 6,79 35.547 2012 4.402.537 283.700 6,44 326.000 7,40 42.300

Fonte: Minist´erio da Previdˆencia Social(MPS). Boletins Estat´ısticos da Previdˆencia Social

Segundo o MPAS, a previs˜ao do d´eficit para 2013 ´e de 46 bilh˜oes de reais. Ficou fora dessa estimativa a desonera¸c˜ao da folha de pagamento de alguns setores industriais, porque ´

e compromisso do Tesouro Nacional compensar a previdˆencia.

Mesmo depois de algumas reformas, a despesa previdenci´aria no Brasil continua subindo consideravelmente, ano ap´os ano o resultado ´e sempre o mesmo, preju´ızo em cima de preju´ızo. Com isso mostra que precisa se tomar novas medidas afim de solucionar ou minimizar os problemas previdenci´arios.

(30)

26

4 Metodologia

Este cap´ıtulo tem como objetivo descrever os modelos e os procedimentos de previs˜ao do benef´ıcio de pens˜ao por morte no Brasil (Z ), por mˆes (t)

A metodologia discutida aqui ´e baseada em Gujarati (2000) e Morettin e Toloi (2004). Para descrever essa s´erie Zt, vamos estimar modelos de regress˜ao e modelos t´ıpicos de

s´eries temporais, o ARIMA.

4.1

Modelo de Regress˜

ao

4.1.1

Especifica¸

ao do modelo

Uma s´erie temporal observada Zt, onde t = 1, 2, . . . , n, pode ser escrita na forma:

Zt = f (t) + at (4.1)

Onde at por hip´otese ´e um ru´ıdo branco, ou seja, o termo aleat´orio do modelo, com as

seguintes hip´oteses b´asicas:

E(at) = 0 ∀ t = 1, 2, . . . , n

E(a2t) = σ2 ∀ t = 1, 2, . . . , n (4.2) E(at, aj) = 0 ∀ t 6= 1, 2, . . . , n

(31)

4.1 Modelo de Regress˜ao 27 Se f (t) for uma fun¸c˜ao linear dos parˆametros, do tipo f (t) = α + βt, o modelo ´e chamado de tendˆencia linear. Neste modelo de tendˆencia linear, ´e feita uma suposi¸c˜ao adicional de que o termo aleat´orio do modelo se distribui normalmente com m´edia zero e variˆancia constante σ2, isto ´e:

at ∼ N (0, σ2) ∀ t = 1, 2, . . . , n (4.3)

A fun¸c˜ao f (t) ´e determinada. Por isso, os modelos onde Zt dependem funcionalmente de

Zt−1, Zt−2, . . . , Zt−k como o auto-regressivo, n˜ao est˜ao inclu´ıdos em (4.1).

4.1.2

etodo de estima¸

ao

H´a v´arios m´etodos de constru¸c˜ao da fun¸c˜ao de regress˜ao amostral (FRA), mas vamos nos concentrar no m´etodo dos m´ınimos quadrados ordin´arios (MQO) que ´e utilizado com mais frequˆencia.

M´etodos de M´ınimos Quadrados Ordin´arios

O m´etodo dos m´ınimos quadrados ordin´arios ´e atribu´ıdo a Carl Friedrich Gauss, um matem´atico alem˜ao. O m´etodo tem algumas propriedades estat´ısticas muito interessantes, que fizeram dele um dos mais poderosos e populares m´etodos de an´alise de regress˜ao. O m´etodo consiste em encontrar os estimadores ˆα e ˆβ que minimizem P ˆ

a2 t onde: n X t=1 ˆ a2t = n X t=1 (Zt− ˆZt)2 = n X t=1 (Zt− ˆα − ˆβt)2 (4.4)

(32)

4.1 Modelo de Regress˜ao 28 O primeiro passo ´e calcular as condi¸c˜oes de primeira ordem, que consiste em derivar P ˆ

a2 t

com rela¸c˜ao a ˆα e a ˆβ e igualar ambos a zero. Depois de muita ´algebra, encontramos o seguinte sistema de equa¸c˜oes normais (4.5).

n X t=1 Zt = n ˆα + ˆβ n X t=1 t n X t=1 Ztt = αˆ n X t=1 t + ˆβ n X t=1 t2 (4.5) o resultado do sistema (4.5) ´e: ˆ β = Pn t=1(ti− ¯t)(Zi− ¯Z) Pn t=1(ti− ¯t2 ˆ α = Z − ˆ¯ β¯t (4.6)

4.1.3

Inferˆ

encia no modelo

Neste t´opico iremos falar primeiro da estimativa de intervalo e depois focar ao teste de hip´otese, um tema muito relacionado com a estimativa de intervalo. Aqui faremos a suposi¸c˜ao que at segue a distribui¸c˜ao normal.

Intervalo de confian¸ca para previs˜ao

Queremos descobrir qu˜ao “pr´oximo”´e, ˆβ de β . Para isso, tentamos descobrir dois n´umeros positivos, δ e λ, este ´ultimo entre 0 e 1, de modo que a probabilidade de o intervalo aleat´orio ( ˆβ − δ, ˆβ + δ ) conter o verdadeiro β ´e de 1 - λ.

P r( ˆβ − δ ≤ β ≤ ˆβ + δ) = 1 − λ (4.7)

Se esse intervalo existir, ´e conhecido como intervalo de confian¸ca; 1 - λ ´e o coeficiente de confian¸ca e (0 < λ < 1) ´e o n´ıvel de confian¸ca. Os pontos extremos do intervalo de

(33)

4.1 Modelo de Regress˜ao 29 confian¸ca s˜ao conhecidos como limites de confian¸ca (ou valores cr´ıticos), sendo que ˆβ − δ ´

e o limite inferior e ˆβ + δ ´e o limite superior. Sabemos que √β−βˆ

ˆ

V ar( ˆβ) segue a distribui¸c˜ao N (0, 1). Como

ˆ

V ar( ˆβ) depende de σ , que ´e desconhecido, usaremos o melhor estimador ˆσ2, dado por:

ˆ σ2 = P(Zt− ˆZt) 2 n − 2 (4.8) ˆ V ar( ˆβ) = σˆ 2 Pn t=1(Zt− ¯Z)2

Ao utilizar ˆσ2, estamos perdendo confiabilidade. Para compensar essa perda de

confiabili-dade, iremos utilizar a distribui¸c˜ao de t-student que ´e sim´etrica como a distribui¸c˜ao normal, por´em com as caudas mais longas. Ent˜ao a express˜ao usada para calcular o intervalo de confian¸ca ser´a: P r[t(λ 2,n−2) ≤ ˆ β − β q V ar( ˆβ) ≤ t(λ 2,n−2)] = 1 − λ (4.9) Reescrevendo a express˜ao, obtemos:

P r[ ˆβ − t(λ 2,n−2) q V ar( ˆβ) ≤ β ≤ ˆβ + t(λ 2,n−2) q V ar( ˆβ)] (4.10)

A express˜ao acima fornece um intervalo de confian¸ca de 100(1 - α ) por cento para β , que podemos escrever resumidamente como:

ˆ β+t(λ

2,n−2) q

V ar( ˆβ) (4.11)

o mesmo podemos fazer com o parˆametro α .

Teste de Hip´otese

Na estat´ıstica, a hip´otese formulada ´e conhecida como hip´otese nula, indicada pelo s´ımbolo H0. A hip´otese nula ´e usualmente testada contra uma hip´otese alternativa,

(34)

4.1 Modelo de Regress˜ao 30 indicada por H1, que pode afirmar, por exemplo, que o verdadeiro β ´e diferente de 0.

Hip´oteses do Teste Bilateral 

 

H0 : β = 0

H1 : β 6= 0

Neste caso teremos evidˆencias para rejeitarmos H0 se somente se |t| > t(λ

2,n−2) onde encontramos na tabela t-student (valor cr´ıtico). O valor de t que ´e chamado de estat´ıstica de teste e ´e encontrado atrav´es da f´ormula (4.12).

t = ˆ β q ˆ V ar(β) (4.12)

Em toda se¸c˜ao, a variˆancia de ˆβ ´e estimada por:

ˆ V ar( ˆβ) = σˆ 2 P(Zi− ¯Z)2 (4.13)

4.1.4

Qualidade do Ajuste

Coeficiente de Determina¸c˜ao

O coeficiente de determina¸c˜ao, tamb´em chamado de R2, ´e uma medida de

ajusta-mento do modelo em rela¸c˜ao aos valores observados. O R2 varia entre 0 e 1, indicando, em percentagem, o quanto o modelo consegue explicar os valores observados. Quanto maior o R2, mais explicativo ´e modelo.

Calculamos o R2 atrav´es da seguinte f´ormula:

R2 = SQexp SQtot

= 1 − SQres SQtot

(35)

4.1 Modelo de Regress˜ao 31 Onde o SQtot, SQexp, SQres s˜ao calculados da seguinte maneira:

• SQtot - Esta equa¸c˜ao n´os d´a a Soma Total dos quadrados, ou seja, a soma dos quadrados

das diferen¸cas entre a m´edia e cada valor observado.

• SQexp - Esta equa¸c˜ao indica-nos a diferen¸ca entre a m´edia das observa¸c˜oes e o valor

estimado para cada observa¸c˜ao, e soma os respectivos quadrados. • SQres - Esta equa¸c˜ao calcula a parte que n˜ao ´e explicada pelo modelo.

SQtot = n X i=1 (Zt− ¯z)2 SQexp = n X i=1 ( ˆZt− ¯Z)2 (4.15) SQres = n X i=1 ( ˆZt− Zt)2

Erro Quadr´atico M´edio

Em estat´ıstica, o Erro Quadr´atico M´edio (EQM) ´e uma forma de avaliar a diferen¸ca entre um estimador e o verdadeiro valor da quantidade estimada. O EQM mede a m´edia do quadrado do erro, com o erro sendo o montante pelo qual o estimador difere da quantidade a ser estimada.

Em modelagem estat´ıstica, EQM ´e usado para determinar em que medida o modelo n˜ao se ajustou aos dados ou se remover certos termos poderia simplificar o modelo de forma ben´efica. O EQM fornece um meio de escolher o melhor estimador: um EQM m´ınimo frequentemente, mas nem sempre, indica a varia¸c˜ao m´ınima e, portanto, um bom estimador.

Para exemplificar o que foi falado acima colocarei abaixo a f´ormula do EQM

(36)

4.2 Modelo arima 32 Crit´erio de Informa¸c˜ao

Os crit´erios apresentados a seguir s˜ao os de Akaike e o Bayesiano:

AIC(K) = ln ˆσ + 2k

n (4.17)

BIC(K) = ln ˆσ + kln n

n (4.18)

4.2

Modelo arima

4.2.1

Processo Estoc´

astico Estacion´

ario

Dados de qualquer s´erie temporal podem ser pensados como sendo gerados por um pro-cesso estoc´astico ou aleat´orio.

Um tipo de processo estoc´astico que tem se destacado entre os analistas de s´eries temporais ´

e o processo estoc´astico estacion´ario.

Um processo estoc´astico ´e estacion´ario se suas m´edia e variˆancia forem constantes ao longo do tempo e o valor da covariˆancia entre dois per´ıodos de tempo depender apenas da distˆancia ou defasagem entre os dois per´ıodos, e n˜ao do per´ıodo de tempo efetivo em que a covariˆancia ´

e calculada.

Para elucidar o enunciado acima, seja Zt uma s´erie temoral estoc´astica com as seguintes

(37)

4.2 Modelo arima 33

E(Zt) = µ

V ar(Zt) = E(Zt− µ)2 = σ2 (4.19)

Cov(Zt) = E[(Zt− µ)(Zt+k− µ)]

A m´edia, a variˆancia e as autocovariˆancias de Zt+m devem ser `as mesmas de Zt. Logo,

se uma s´erie temporal for estacion´aria, sua m´edia, variˆancia e autocovariˆancia, continuam sendo as mesmas independentes do per´ıodo de tempo em que sejam medidas.

Para verificar se uma s´erie ´e estacion´aria, calculamos a fun¸c˜ao de autocorrela¸c˜ao amostral (FAC) para v´arias defasagens K da seguinte forma:

ˆ ρk = Cov(Zt, Zt+k) V ar(Zt) = γˆk σ2 (4.20)

O gr´afico que mostra ˆρk em fun¸c˜ao de K ´e chamado de correlograma. Se ˆρk inicia

com um valor alto, positivo, e diminui gradualmente, ent˜ao a s´erie n˜ao ´e estacion´aria. Se ˆρk estiver em torno de zero ou dentro do seu intervalo de confian¸ca, calculado por

[−1, 96pV ar(ˆρ); +1, 96pV ar(ˆρ)] segundo Bartlett (1946), ent˜ao a s´erie ´e estacion´aria.

4.2.2

Teste da Raiz Unit´

aria para Detectar Estacionaridade

Um teste alternativo de estacionaridade que recentemente se tornou popular ´e conhecido como teste de ra´ız unit´aria. O meio mais f´acil de apresentar este teste ´e considerar o seguinte modelo:

(38)

4.2 Modelo arima 34 Se o coeficiente de Zt−1 for mesmo igual a 1, cairemos diante de um problema, conhecido

como problema da raiz unit´aria, isto ´e, uma situa¸c˜ao de n˜ao-estacionaridade. Se rodarmos a regress˜ao

Zt= ρZt−1+ at (4.22)

e verificarmos que ρ = 1, dizemos ent˜ao que a vari´avel estoc´astica Z tem uma raiz unit´aria. Na econometria, uma s´erie temporal que possua uma raiz unit´aria ´e conhecida como uma s´erie temporal n˜ao-estacion´aria. Por´em a sua primeira diferen¸ca ´e estacion´aria, uma vez que podemos escrever (4.21) da forma:

Zt− Zt−1= DZt+ at (4.23)

O nosso objetivo aqui seria ent˜ao testar 

 

H0 : ρ = 1 → Zttem uma raiz unitria

H1 : ρ 6= 1 → Ztnao tem uma raiz unitria

A equa¸c˜ao (4.22) pode ser expressa em uma forma alternativa, em termos da primeira diferen¸ca:

DZt= Zt− Zt−1= (ρZt−1+ at) − Zt−1 = (ρ − 1)Zt−1+ at (4.24)

Isto ´e:

(39)

4.2 Modelo arima 35 Note que se ρ = 1 ent˜ao δ = ρ − 1 = 0 e nesse caso DZt = at e portanto a primeira

diferen¸ca da s´erie Zt ´e uma s´erie estacion´aria. Ent˜ao as hip´oteses do teste ser˜ao:

  

H0 : δ = 0 → ρ = 1 → Zttem uma raiz unitria

H1 : δ 6= 0 → ρ 6= 1 → Ztnao tem uma raiz unitria

A estat´ıstica de teste ´e a seguinte:

τ = ˆ δ

pV ar(ˆρ) (4.26)

τ n˜ao segue a distribui¸c˜ao t-student porque a equa¸c˜ao (4.25) se trata de uma distribui¸c˜ao derivada da Zt, a DZt. Dickey-Fuller calcularam o valor cr´ıtico da estat´ıstica τ atrav´es de

simula¸c˜oes de Monte-Carlo.

Na nota¸c˜ao de s´eries temporais, uma s´erie que possui raiz unit´aria ´e tamb´em chamada de s´erie integrada de ordem 1, ou seja:

Zt∼ I(1)

4.2.3

Especifica¸

ao do Modelo Arima

Em estat´ıstica e econometria, ARIMA ´e o nome dado a um modelo muito utilizado na modelagem e previs˜oes s´eries temporais. O modelo foi sistematizado em 1976 pelos estat´ıs-ticos George Box e Gwilym Jenkins, o que torna o modelo conhecido tamb´em por Modelo de Box-Jenkins. O nome vem de AR (auto-regressivo), I (integrado) e MA (m´edia m´ovel em inglˆes).

O modelo ARIMA ´e uma generaliza¸c˜ao do modelo auto-regressivo de m´edia m´ovel (ARMA). A representa¸c˜ao ARIMA(p, d, q) refere-se, respectivamente, `as ordens de auto-regress˜ao, de integra¸c˜ao e de m´edia m´ovel:

(40)

4.2 Modelo arima 36 • p ´e o n´umero de termos auto-regressivos

• d ´e o n´umero de diferen¸cas

• q ´e o n´umero de termos da m´edia m´ovel

Uma forma usual do modelo supondo Zt estacion´ario, ´e:

Zt = ϕ1Zt−1+ ϕ2Zt−2+ · · · + ϕp+dZt−p−d+ at− θ1at−1− · · · − θqat−q, (4.27)

dizemos que zt∼ ARIM A(p, 0, q).

Se a s´erie Zt tiver uma raiz unit´aria, isto ´e, Zt ∼ I(1), ent˜ao o modelo ´e ARIM A(p, 1, q)

´

e especificado da seguinte forma:

DZt= α1DZt−1+ α2DZt−2+ . . . + αpDZt−p+ at+ β1at−1+ . . . + βqat−q (4.28)

4.2.4

Identifica¸

ao do Modelo Arima

O processo de identifica¸c˜ao consiste em determinar os valores de p, d e q do modelo ARIMA(p, d, q ), al´em de estimativas preliminares dos parˆametros a serem usadas no est´agio de estima¸c˜ao

O processo de identifica¸c˜ao est´a divido em trˆes partes:

• Inspecionar a s´erie a fim de ver se precisa fazer alguma transforma¸c˜ao na s´erie original, com o objetivo de estabilizar a sua variˆancia. Isto pode ser feito com o aux´ılio de gr´aficos.

• Tomar diferen¸cas na s´erie, obtida no item anterior, quantas vezes for preciso para obtermos uma s´erie estacion´aria, de modo que o processo ∆dZt seja reduzido a um

(41)

4.2 Modelo arima 37 ARMA(p, q ). O n´umero de diferen¸cas, para que o processo se torne estacion´ario ´e alcan¸cado quando a fac amostral de Wt = ∆dZt converge rapidamente para zero. A

utiliza¸c˜ao do Teste da Raiz Unit´aria, para verificar a existˆencia de ra´ızes unit´arias ´e de grande ajuda.

• Identificar o processo ARMA(p, q) resultante, atrav´es da an´alise da fun¸c˜ao de auto-correla¸c˜oes e da fun¸c˜ao de autocorrela¸c˜oes (parciais) estimadas, cujos comportamentos devem ser os mesmos das respectivas quantidades te´oricas.

O correlograma traz a fun¸c˜ao de autocorrela¸c˜ao, calculado pela f´ormula (4.20).

O correlograma parcial traz a fun¸c˜ao de autocorrela¸c˜ao parcial, calculado pelo conjunto de equa¸c˜oes (4.29)

Fun¸c˜ao de Autocorrela¸c˜ao Parcial (FACP)

O coeficiente de autocorrela¸c˜ao parcial ´e dado pelo ´ultimo coeficiente, βjj, de cada uma

das auto-regress˜oes a seguir:

Zt = β11Zt−1+ at, → φ11= β11

Zt = β11Zt−1+ β22Zt−2+ at, → φ22 = β22 (4.29)

.. .

Zt = β11Zt−1+ β22Zt−2+ . . . + βkkZt−k+ at, → φkk= βkk

Se o correlograma indicar que a fun¸c˜ao de autocorrela¸c˜ao declina exponencialmente e o correlograma parcial possuir a fun¸c˜ao de autocorrela¸c˜ao parcial K fora do intervalo de confian¸ca, isto ´e, com pico significativo na defasagem K, ent˜ao a s´erie Zt´e um auto-regressivo

de ordem K.

Se a situa¸c˜ao acima descrita ocorrer invertida entre os correlogramas, ent˜ao o processo ´e uma M´edia M´ovel de ordem k.

(42)

4.2 Modelo arima 38

4.2.5

Diagnostico de Modelos ARIMA

Nesta se¸c˜ao apresentaremos alguns m´etodos para verificarmos se o modelo se est´a bem ajustado aos dados.

Teste de Box-Pierce

Box e Pierce (1970) sugeriram um teste para as autocorrela¸c˜oes dos res´ıduos estimados que, apesar d n˜ao detectar quebras espec´ıficas no comportamento de ru´ıdo branco, pode indicar se esses valores s˜ao muito altos.

Se o modelo se adequar bem aos dados, a estat´ıstica

Q(K) = n(n + 2) k X j=1 ˆ rj2 (n − j) (4.30)

ter´a aproximadamente uma distribui¸c˜ao χ2 com K - p - q graus de liberdade. A hip´otese

(43)

4.2 Modelo arima 39 Crit´erio de Informa¸c˜ao

Outra forma de medir a qualidade do ajuste ´e atrav´es do m´etodo baseado em uma fun¸c˜ao penalizadora.

Crit´erio de Informa¸c˜ao de Akaike, tamb´em conhecido como AIC sugere escolher o modelo cujas ordens p e q minimizam o crit´erio

AIC(p, d, q) = N ln ˆσa2+ N N − d2(k + l + 1 + δd0) + N ln 2π + N, (4.31) em que δd0 =    1, d = 0 0, d 6= 0 e ˆσa2 ´e o estimador de m´axima verossimilhan¸ca de σa2.

Outros autores sugerem minimizar o BIC (Crit´erio de Informa¸c˜ao Bayesiano), que no caso do modelo ARMA ´e dado por

BIC(p, q) = ln ˆσk,l2 + (p + q)ln N

N , (4.32)

em que ˆσ2

k,l ´e a estimativa de m´axima verossimilhan¸ca da variˆancia residual do modelo

(44)

4.3 Modelo, e Procedimentos de Previs˜ao 40

4.3

Modelo, e Procedimentos de Previs˜

ao

Uma vez identificado o melhor modelo que descreve Zt, t = 1, 2, . . . , n atrav´es da

checa-gem de diagn´ostico, (R2, ˆσ2, AIC, BIC ) podemos fazer previs˜ao de valores finitos da s´erie.

Suponha que desejamos projetar a s´erie para o instante t = n + h. Ent˜ao esse valor ser´a ˆ

Zn+h.

Podemos calcular intervalos de confian¸ca para essa previs˜ao, utilizando as metodologias espec´ıficas do modelo (Regress˜ao ou ARIMA).

(45)

41

5 Resultados

Nos cap´ıtulos anteriores vimos uma introdu¸c˜ao sobre a Previdˆencia Social no Brasil e os procedimentos estat´ısticos de proje¸c˜ao de valores futuros de uma s´erie temporal.

Neste cap´ıtulo vamos aplicar os procedimentos estat´ısticos aos dados dispon´ıveis sobre o benef´ıcio de pens˜ao por morte, que em janeiro de 2013 segundo o Boletim Estat´ıstico da Previdˆencia Social (MPAS) representava 24,44% dos gastos do Regime Geral de Previdˆencia Social (5,7 bilh˜oes de reais).

Os dados est˜ao apresentados na Figura 5.1 a seguir e foram coletados a partir da consulta de cada mˆes do Boletim Estat´ıstico da Previdˆencia Social, dispon´ıvel no site do MPAS a partir de janeiro de 1999.

Figura 5.1: Evolu¸c˜ao dos Benef´ıcios Emitidos por mˆes de Pens˜ao por Morte no Brasil – Janeiro de 1999 a Janeiro de 2013

Fonte: MPAS. Boletim Estat´ıstico da Previdˆencia Social.

Observe tamb´em na Figura 5.1 que o n´umero de pensionistas no Brasil tem um acr´ es-cimo de um milh˜ao de novos benefici´arios aproximadamente cada 5 anos. A taxa m´edia de

(46)

5.1 Modelo de Regress˜ao Linear 42 crescimento anual ´e de 2,8%.

Existem duas formas de construir um modelo que se reflete nos dados: o econom´etrico e o de s´eries temporais. O modelo econom´etrico se baseia fortemente na teoria econˆomica para construir um modelo, utilizando muitas vari´aveis que explicam o fenˆomeno de interesse. J´a o modelo de s´eries temporais n˜ao existe essa limita¸c˜ao, dado que o estat´ıstico deixa “os dados falarem por si”para construir seu modelo, estando preparado para usar um modelo que n˜ao se harmonize com a teoria econˆomica, desde que produza melhores previs˜oes Morettin e Toloi (2004).

A forma funcional que relaciona Y (n´umero de benef´ıcios de pens˜ao por morte) e t (mˆes) ´

e aproximadamente linear. Por isso vamos come¸car estimando o modelo de regress˜ao linear.

5.1

Modelo de Regress˜

ao Linear

Os principais resultados da estima¸c˜ao do modelo de regress˜ao linear aos dados da Figura 5.1 est˜ao na Tabela 5.1. Observe que o coeficiente de determina¸c˜ao ´e alto (R2=0,9982),

indicando que 99,82% da varia¸c˜ao do n´umero de pensionistas ´e explicado pelo tempo. O estimador da variˆancia residual, o erro-padr˜ao do modelo ( ˆσ ) ´e igual a 27,43.

Os parˆametros estimados foram significativos ao n´ıvel 1% pois o p-valor de ambos foi pr´oximo de zero. A estimativa do parˆametro indica que, independente do tempo, o n´umero m´edio de pensionistas ´e de 4.686,964 mil pessoas. A estimativa do parˆametro β indica que, em m´edia, a cada mˆes adicional, o n´umero de pensionistas aumenta em 13,306 mil pessoas.

(47)

5.1 Modelo de Regress˜ao Linear 43 Tabela 5.1: Resultados da estima¸c˜ao do modelo de regress˜ao linear ao n´umero de pensionistas (mil pessoas)

Estimativa do DP do erro do modelo Modelo Linear

R R2 R2 Ajustado DP do Erro da estimativa

0,999 0,9982 0,998 27,43

Coeficientes Estimados

Modelo Linear Coeficientes n˜ao Padronizados t p-valor

β DP do Erro

Constante 4686,964 4,239 1105,619 <0,01

t 13,306 0,043 307,621 <0,01

Observe na Figura 5.2 que o gr´afico dos res´ıduos possui um comportamento decrescente at´e mar¸co de 2007 e, a partir de abril de 2007, um comportamento crescente. Observe tamb´em na Figura 5.3 que o modelo linear subestima os valores finais da s´erie, o que n˜ao ´e bom para fazer previs˜oes de valores futuros da s´erie. Por causa destes dois comportamentos, estimados um novo modelo de regress˜ao linear, incluindo uma vari´avel bin´aria D que assume o valor 1 a partir de abril de 2007 e assume o valor zero para os outros intervalos de tempo. A Tabela 5.2 apresentar´a os resultados desta estima¸c˜ao.

(48)

5.1 Modelo de Regress˜ao Linear 44

Figura 5.2: Res´ıduos do modelo de regress˜ao linear

Fonte: MPAS. Boletim Estat´ıstico da Previdˆencia Social.

Figura 5.3: N´umero de pensionistas (mil pessoas) observado e ajustado pelo modelo de regress˜ao linear

(49)

5.1 Modelo de Regress˜ao Linear 45 Note que os parˆametros estimados com a vari´avel D foram significativos ao n´ıvel 1%, o que significa que o modelo aditivo e multiplicativo ´e um bom modelo, isto ´e, existem duas retas com inclina¸c˜oes e interceptos diferentes no per´ıodo analisado:

• At´e mar¸co de 2007: D=0, n=99, reta: ˆYi = 4.724, 5 + 12, 5t

• A partir de abril de 2007: D=1, n=100, reta: ˆYi = 4.504, 6 + 14, 7t

Tabela 5.2: Resultados da estima¸c˜ao do modelo linear com vari´avel bin´aria ao n´umero de pensionistas (mil pessoas)

Resumo do Modelo

Modelo Linear R R

2 R2 Ajustado DP do Erro da estimativa

1,000 1,000 1,000 9,48740

Anova

Modelo Linear Soma dos Quadrados df M´edia dos Quadrados F p-valor Regress˜ao 71.325.801,82 3 23.775.267,27 264.138,02 <0,01

Res´ıduos 14.851,78 165 90,01

Total 71.340.653,59 168

Coeficientes Estimados

Modelo Linear

Coeficientes n˜ao Padronizados Coeficientes Padronizados

t p-valor β DP do Erro β Constante 4724,485 1,922 2458,648 <0,01 t 12,494 0,033 0,938 374,438 <0,01 D -219,934 7,871 -0,167 -27,941 <0,01 tD 2,202 0,065 0,229 33,718 <0,01

(50)

5.1 Modelo de Regress˜ao Linear 46 A inclina¸c˜ao maior a partir de abril de 2007 indica que o n´umero m´edio de pensionistas que ingressam ao sistema previdenci´ario, por mˆes, aumentou no per´ıodo analisado.

O gr´afico dos res´ıduos do modelo de regress˜ao com a vari´avel bin´aria ficou mais alea-toriamente distribu´ıdo do que o do modelo de regress˜ao linear (Figura 5.4). J´a o gr´afico dos valores de Z observados e previstos pelo modelo de regress˜ao com a dummy (Figura 5.5) apresentou uma melhor aderˆencia, n˜ao subestimando os ´ultimos valores da s´erie como o modelo anterior.

Figura 5.4: Res´ıduos do modelo linear com vari´avel bin´aria

Fonte: MPAS. Boletim Estat´ıstico da Previdˆencia Social.

Figura 5.5: N´umero de pensionistas (mil pessoas) observado e ajustado pelo modelo linear com vari´avel bin´aria

(51)

5.2 Modelo Arima 47 Outro modelo t´ıpico aplicado `as vari´aveis vinculadas ao tempo ´e o modelo ARIMA que veremos na pr´oxima se¸c˜ao.

5.2

Modelo Arima

O modelo Arima ´e um modelo t´ıpico de s´eries temporais e para ajusta-lo aos dados, a s´erie precisa ser estacin´aria. A s´erie n´umero de pensionistas possui um comportamento tendencial crescente, t´ıpico de s´eries que ap´os a primeira diferen¸ca viram estacion´arias. A Figura 5.6 representa a primeira diferen¸ca do n´umero de pensionistas. Observe que a tendˆencia agora ´

e estacion´aria.

Figura 5.6: Primeira diferen¸ca do n´umero de pensionistas

Fonte: MPAS. Boletim Estat´ıstico da Previdˆencia Social.

Para se ter certeza de que a s´erie de primeira diferen¸ca das pensionistas ´e estacion´aria, isto ´e, se ela possui uma raiz unit´aria cuja a hip´otese nula ´e descrita por:

H0 : δ = 0 → ρ = 1 → Z possui raiz unitria

Como a estat´ıstica τ apresentada na Tabela 5.3 ´e maior que o n´ıvel de significˆancia tabulado por Dickey-Fuller ao n´ıvel de 5% (-2,86), n˜ao podemos rejeitar a hip´otese nula de que a s´erie pensionista possui uma raiz unit´aria.

(52)

5.2 Modelo Arima 48 Tabela 5.3: Coeficientes estimados do modelo DZt = α + δZt−1+ at

Modelo ARIMA Coeficientes n˜ao Padronizados τ p-valor

β DP do Erro

Constante 7,745 7,708 1,005 0,316

Zt−1 0,001 0,001 0,741 0,460

O pr´oximo passo ´e a identifica¸c˜ao dos parˆametros do modelo ARIMA(p,d,q). Como j´a sabemos que a s´erie primeira diferen¸ca ´e estacion´aria (possui uma raiz unit´aria), o padr˜ao observado no correlograma e no correlograma parcial s˜ao t´ıpicos de um autoregressivo de ordem 1 pois o correlograma decresce e o correlograma parcial possui pico significativo na defasagem 1. (Figuras 5.7 e 5.8)

(53)

5.2 Modelo Arima 49 Figura 5.8: Correlograma Parcial

Identificado o modelo ARIMA(1,1,0), o pr´oximo passo ´e estim´a-lo. A Tabela 5.4 apresenta os resultados da estima¸c˜ao. Observe que os parˆametros estimados s˜ao significativos ao n´ıvel 1% pois possuem p-valor pr´oximo de zero. O modelo foi estimado sobre a primeira diferen¸ca da vari´avel n´umero de pensionistas.

O coeficiente de determina¸c˜ao ´e alto (R2=0,998) e o erro padr˜ao ´e baixo (10,078). Faz

parte da checagem de diagn´ostico o teste de autocorrela¸c˜ao parcial dos res´ıduos estimados de Ljung-Box. Se o modelo for apropriado, a estat´ıstica possui valores pequenos (Q=22,865) e assim n˜ao podemos rejeitar a hip´otese de que os res´ıduos s˜ao um ru´ıdo branco. ´E o que est´a acontecendo neste modelo estimado, com um p-valor deste teste de 0,154. Logo o modelo foi bem estimado.

Tabela 5.4: Coeficientes estimados do modelo ARIMA(1,1,0)

Modelo ARIMA Estimativa SE t p-valor

Constante 13,443 0,553 24,300 <0,01 AR 1 -0,408 0,071 -5,747 <0,01

Diferen¸ca 1

Para completar a checagem de diagn´ostico, a Figura 5.9 apresenta o correlograma dos res´ıduos. Quando o modelo ARIMA se ajusta bem aos dados, os res´ıduos do modelo

(54)

estima-5.3 Melhor modelo estimado 50 Estat´ısticas do Modelo

Modelo ARIMA N´umero de Preditores

Estat´ıstica do Modelo Ljung-Box Q(18)

N´umero de Outliers R2Estacion´ario R2 RMSE BIC Normalizado Estat´ıstica df p-valor

pensaomil 0 0,168 0,9998 10,078 4,682 22,865 17 0,154 0

dos devem ser ru´ıdos brancos e todos ou a maioria da fun¸c˜ao de autocorrela¸c˜ao devem estar dentro do intervalo de confian¸ca.

Figura 5.9: Correlograma dos res´ıduos

Para encerrar a an´alise deste modelo, observe a aderˆencia dos valores preditos aos valores observados na Figura 5.10.

5.3

Melhor modelo estimado

Estimados os modelos estat´ısticos obtidos diretamente dos dados observados, a pr´oxima etapa ´e escolher o melhor modelo ˆZt . Para resumir, estimamos os seguintes modelos:

1. Modelo de Regress˜ao Linear: ˆZt= 4686, 964 + 13, 306t

2. Modelo de Regress˜ao Polinomial: ˆZt= 4740, 964 + 11, 411t + 0, 011t2

(55)

5.4 Previs˜ao de valores futuros 51 Figura 5.10: Valores preditos pelo modelo ARIMA(1,1,0)

Fonte: MPAS. Boletim Estat´ıstico da Previdˆencia Social.

O melhor modelo ´e o que possui o menor erro-padr˜ao, o menor AIC e BIC e o maior R2. Observe que em todos eles o ARIMA possui estas caracter´ısticas. (Tabela 5.5)

Tabela 5.5: Resumo das estat´ısticas de qualidade de ajuste Estat´ısticas Linear Polinomial ARIMA Erro-Padr˜ao(ˆσ) 27,43 13,57 10,078*

R2 0,9982 0,9996 0,9998*

AIC 6,6469 5,2512 4,6445*

BIC 6,6840 5,3068 4,6817*

5.4

Previs˜

ao de valores futuros

Como o modelo que mais se adequou aos dados foi o ARIMA, faremos previs˜ao com base neste modelo. O gr´afico abaixo apresenta os valores observados de janeiro de 1999(t=1) at´e janeiro de 2013(t=169) do n´umero de pensionistas (em mil pessoas). Projetamos a s´erie para 84 novas observa¸c˜oes, terminando em janeiro de 2020, ou seja, para mais sete anos. Observe

(56)

5.4 Previs˜ao de valores futuros 52 que, segundo os valores previstos, sairemos de 6,8 milh˜oes de pensionistas em janeiro de 2013 para 8,1 milh˜oes de pensionistas em janeiro de 2020.

Figura 5.11: Valores projetados da s´erie pensionistas (mil pessoas)

Fonte: MPAS. Boletim Estat´ıstico da Previdˆencia Social.

Em janeiro de 2013, observamos 6,9 milh˜oes de pensionistas, com os gastos com pens˜ao por morte totalizando 5,7 bilh˜oes de reais segundo o ´ultimo Boletim Estat´ıstico da Previdˆencia Social. Se nenhuma reforma nos crit´erios de concess˜ao for feita nos pr´oximos 7 anos, estima-se que teremos 8,1 milh˜oes de pensionistas em janeiro de 2020, podendo variar de 7,8 milh˜oes a 8,2 milh˜oes, com 95% de probabilidade (Tabela 5.6).

(57)

5.4 Previs˜ao de valores futuros 53 Tabela 5.6: Valores previstos e intervalo de 95% de confian¸ca da previs˜ao

t mˆes/ano N´umero de Pensionistas mil pessoas Observado Previsto L.Inferior L.Superior 169 jan/13 6980,107 6989,44 6969,55 7009,34 181 jan/14 7144,21 7093,68 7194,73 193 jan/15 7305,53 7235,17 7375,88 205 jan/16 7466,84 7381,13 7552,56 217 jan/17 7628,16 7529,46 7726,87 229 jan/18 7789,48 7679,3 7899,66 241 jan/19 7950,8 7830,23 8071,37 253 jan/20 8112,12 7981,99 8242,25

Fazendo uma regra de trˆes simples, teremos uma previs˜ao de gastos s´o com este benef´ıcio em janeiro de 2020 de 6,7 bilh˜oes de reais, caso n˜ao haja nenhuma reforma da previdˆencia at´e l´a. O pr´oximo cap´ıtulo trata deste assunto: comparando os crit´erios de concess˜ao do benef´ıcio de pens˜ao por morte no Brasil com outros pa´ıses, conclui-se que o Brasil ´e um dos pa´ıses quase sem crit´erio para se obter a pens˜ao no caso de falecimento do segurado. Utilizando os microdados da Pnad de 2011, vamos simular a economia que o Brasil teria com este benef´ıcio previdenci´ario em 2011 caso o Brasil adotasse o crit´erio de concess˜ao de outros pa´ıses.

(58)

54

6 Simulando o desempenho do benef´ıcio

pens˜

ao por morte utilizando crit´

erios de

concess˜

ao internacionais

Faremos neste cap´ıtulo simula¸c˜oes das altera¸c˜oes dos crit´erios de concess˜ao conforme feito em Tafner (2007). Essas simula¸c˜oes consistem em utilizar os crit´erios de alguns pa´ıses se-lecionados para ver quanto o Brasil teria de economia se aqui a pol´ıtica de concess˜ao dos benef´ıcios de pens˜ao por morte fosse igual a de determinado pa´ıs.

Antes vamos conhecer um pouco o perfil das pensionistas do Brasil segundo os dados da PNAD 2001 e 2011.

6.1

Perfil e gasto com pens˜

ao por morte no Brasil com

crit´

erios atuais

Em 2011, a grande maioria das pensionistas do Brasil s˜ao mulheres (86,1%), com mais de 50 anos (83,1%), que morava com os filhos no domic´ılio (58,1%), filhos estes com mais de 15 anos de idade (55,2%). A maioria das pensionistas n˜ao trabalhava (79,7%) e n˜ao recebia outro benef´ıcio previdenci´ario, como aposentadoria (72,0%).

No entanto, na ´ultima d´ecada aumentou a participa¸c˜ao de pensionistas que recebiam aposentadoria, de 19,3% em 2001 para 28,0% em 2011.

(59)

6.1 Perfil e gasto com pens˜ao por morte no Brasil com crit´erios atuais 55 Tabela 6.1: Perfil das Pensionistas - Brasil - 2001, 2011

Caracteristicas 2001 2011 Nº % Nº % Total 5.038.568 100 6.481.910 100 Sexo Homem 435.679 8,6 861.165 13,3 Mulher 4.602.889 91,4 5.620.745 86,7 Total 4.602.889 100 5.620.745 100

Faixa Et´aria Mulheres

menores que 15 19.193 0,42 25.574 0,45 15-19 50.164 1,09 46.938 0,84 20-24 57.265 1,24 39.304 0,7 25-29 66.776 1,45 49.405 0,88 30-34 111.221 2,42 99.370 1,77 35-39 190.990 4,15 132.184 2,35 40-44 286.676 6,23 219.308 3,9 45-49 362.451 7,87 336.453 5,99 50-54 441.989 9,6 465.349 8,28 55-59 484.875 10,53 584.551 10,4 60-64 541.897 11,77 684.405 12,18 65-69 595.897 12,95 740.531 13,17 70-74 562.522 12,22 710.659 12,64 75-79 384.763 8,36 665.648 11,84 80 ou + 446.210 9,69 821.066 14,61 Total 4.602.889 100 5.620.745 100

Tinha filho no domic´ılio

N˜ao 1.543.937 33,5 2.343.744 41,7 Sim, 1 filho 1.343.518 29,2 1.892.034 33,7 Sim, 2 filhos 986.215 21,4 909.210 16,2

(60)

6.1 Perfil e gasto com pens˜ao por morte no Brasil com crit´erios atuais 56 Sim, 3 filhos ou + 729.219 15,8 475.757 8,5

Faixa Et´aria Filhos - - -

-0 a 6 anos 358.882 7,8 301.962 5,37 7 a 14 anos 829.120 18 613.331 10,91 15 a 24 anos 1.368.450 29,7 1.113.163 19,8 25 anos ou + 1.535.560 33,4 1.990.721 35,42 Total 4.602.290 100 5.620.745 100 Trabalham N˜ao 3.432.539 74,6 4.479.972 79,7 Sim 1.169.751 25,4 1.140.773 20,3 Total 4.602.290 100 5.620.745 100 Recebia aposentadoria N˜ao 3.713.992 80,7 4.047.035 72 Sim 888.897 19,3 1.573.710 28

Fonte: IBGE/PNAD de 2001 e 2011 Tabula¸c˜ao do autor

O valor m´edio do benef´ıcio de pens˜ao por morte aumenta com a idade da pensionista e com a idade dos filhos, mulheres que n˜ao trabalham e que n˜ao recebem aposentadoria tem o valor m´edio maior do benef´ıcio do que as mulheres que trabalham e que recebem aposentadoria. Isso acontece tanto no ano de 2001 quanto no ano de 2011.

Referências

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