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As doenças causadoras do absenteísmo da equipe de enfermagem do ambulatório do Antônio Pedro: um estudo quantitativo

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Academic year: 2021

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ISIS DA SILVA GALINDO

AS DOENÇAS CAUSADORAS DO ABSENTEÍSMO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM DO AMBULATÓRIO DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

ANTÔNIO PEDRO: Um Estudo Quantitativo

NITERÓI 2013

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AS DOENÇAS CAUSADORAS DO ABSENTEÍSMO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM DO AMBULATÓRIO DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

ANTÔNIO PEDRO: Um Estudo Quantitativo

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação de Enfermagem e Licenciatura da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense, como requisito para a obtenção do grau de bacharel em enfermagem e licenciatura

Orientadora: Profª.Drª. SIMONE CRUZ MACHADO FERREIRA

NITERÓI 2013

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G 158 Galindo, Isis da Silva.

As doenças causadoras do absenteísmo da equipe de enfermagem do ambulatório do Antônio Pedro: um estudo quantitativo / Isis da Silva Galindo. – Niterói: [s.n.], 2013.

50 f.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Enfermagem) - Universidade Federal Fluminense, 2013. Orientadora: Profª. Simone Cruz.

1. Doença. 2. Absenteísmo. 3. Equipe de Enfermagem. 4. Saúde do Trabalhador. I. Título.

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AS DOENÇAS CAUSADORAS DO ABSENTEÍSMO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM DO AMBULATÓRIO DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

ANTÔNIO PEDRO: Um Estudo Quantitativo

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação de Enfermagem e Licenciatura da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do título de Enfermeiro Graduado e Licenciado.

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________________________________ Prof.ª Dr.ª Simone Cruz Machado Ferreira- Orientadora

Universidade Federal Fluminense

_____________________________________________________________________ Prof.ª Msc. Miriam Marinho Chrizóstimo – 1ª examinadora

Universidade Federal Fluminense

_____________________________________________________________________ Msc. Márcia Rocha da Silva Alves - 2ª examinadora

Universidade Federal Fluminense

Niterói 2013

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho aos meus professores que incansavelmente se dedicaram a excelência do ensino, e a excelência da Enfermagem.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a minha mãe que acreditou em mim desde o início e nunca me deixou desistir.

Agradeço ao meu pai, por seu amor e carinho.

Agradeço às minhas irmãs, por serem minhas melhores amigas.

Agradeço aos meus amigos, que me apoiaram no sofrimento, na solidão, na angustia e na perda.

Agradeço a minha orientadora, que foi enviada por Deus para me mostrar que Ele me ama.

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Trata-se de uma pesquisa quantitativa exploratória, realizada no Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP) localizado em Niterói – RJ, cujos sujeitos são a equipe de enfermagem que atua no ambulatório do HUAP, o objeto de estudo são as doenças que ocasionam afastamentos através das licenças médicas. Como objetivo geral traçou-se Conhecer as doenças que causam o absenteísmo dos membros da equipe de enfermagem do ambulatório do HUAP, estabelecendo sua relação com atividade laboral. Os resultados foram categorizados em: Distúrbios ósteo musculares, Distúrbios psiquiátricos, Distúrbios Cardiovasculares, Doenças Infecto parasitárias e Cirurgias.

Constatou-se que a maioria dos afastamentos dos profissionais de enfermagem ao trabalho é devida às licenças médicas geradas por distúrbios ósteo musculares (52,1%). Em segundo lugar ficaram os distúrbios psiquiátricos (26%). Em terceiro lugar foram os distúrbios cardiovasculares (13%). Em quarto lugar foram as doenças infecto parasitárias (4,3%). Em quito lugar foram as cirurgias (4,3%). Conclui-se que muitos fatores estão relacionados e contribuem para ocorrência de doenças ligadas à atividade laboral, e assim aumentando o absenteísmo dentro das instituições de saúde.

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Pedro (HUAP) located in Niterói - RJ, whose subjects are the nursing team that acts in the outpatient HUAP, the object of study are the diseases that cause absenteeism through medical licenses. As a general objective was traced Know the diseases that cause absenteeism of members of the nursing staff at the Outpatient HUAP, establishing its relationship with labor activity. The results were categorized into: osteo muscle disorders, psychiatric disorders, Cardiovascular Disorders, Infectious and parasitic Surgeries. It was found that most of the departures of nursing professionals to work due to sick leave is generated by muscle bone disorders (52.1%). Secondly were psychiatric disorders (26%). Thirdly were cardiovascular disorders (13%). Fourth were the parasitic infectious diseases (4.3%). Place in Quito were the surgeries (4.3%). It is concluded that many factors are related and contribute to the occurrence of diseases related to labor activity, and thus increasing absenteeism within the health institutions.

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Gráfico 1. Percentual das Categorias Profissionais no Ambulatório do HUAP. P. 27

Gráfico 2. Percentual das Idades dos Profissionais p. 28

Gráfico 3. Percentual do Sexo dos Profissionais p. 29

Gráfico 4. Percentual da Ocorrência de Alguma LM p. 30

Gráfico 5. Percentual dos Motivos dos Afastamentos p. 31

Gráfico 6. Percentual do Tempo de Afastamento na LM p 31

Gráfico 7. Percentual dos Trabalhadores que Apresentam Limitação

de Atividade (LA) p. 32

Gráfico 8. Percentual dos Tipos de Limitação de Atividade p. 32

Gráfico 9. Percentual do Desempenho de Funções de Acordo com a L.A p. 33

Gráfico 10. Percentual das Cargas que os Trabalhadores de Enfermagem

Foram Expostos p. 34

Gráfico 11. Percentual dos Profissionais que Acumularam Empregos p. 35

Gráfico 12. Percentual do Tempo em que acumularam Empregos p. 35

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1.1. JUSTIFICATIVA p. 11 1.2. MOTIVAÇÃO p. 12 1.3. OBJETIVO GERAL p. 12

1.4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS p. 12

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. A EQUIPE DE ENFERMAGEM E OS RISCOS OCUPACIONAIS

RELACIONADOS AO SEU TRABALHO p. 14

p. 14

2.1.1. Riscos Biológicos p. 15 2.1.2. Riscos Físicos p.16 2.1.3. Riscos Psicossociais p.16

2.2. ABSENTEÍSMO OU AUSENTISMO p. 17

2.3. ABSENTEÍSMO POR DOENÇAS OCUPACIONAIS p.18 2.3.1. Patologias Ósteo Musculares p.18

2.3.1.1. Síndrome Cervicobraquial p.18

2.3.1.2. Os Distúrbios Osteo musculares Relacionados ao Trabalho (DORT) p 19 2.3.2. Distúrbios Psiquiátricos p.19

2.3.2.1. A ansiedade p. 20

2.3.2.2. Episódios depressivos p. 20

2.3.2.3. Estado de Estresse Pós- Traumático p. 21 2.3.2.4. Burnout p. 22

2.3.3. Doenças Cardiovasculares p. 22

2.3.3.1. Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)p. 22

2.3.3.2. Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) p. 23

2.4. ACIDENTES DE TRABALHO p. 23 3. 4. METODOLOGIA p.25 5. RESULTADO E DISCUSSÃO p. 27 6. CONCLUSÃO p.37 7. OBRAS CITADAS p.38 8. OBRAS CONSULTADAS p. 42 9. APÊNDICES P. 43 ANEXOS P. 45

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1. INTRODUÇÃO

Em uma empresa, indústria, companhia, estabelecimento comercial, ou instituição hospitalar, existe uma dinâmica de trabalho, em que estão incluídas a jornada de trabalho, a carga horária de cada indivíduo, horários de almoço, lanche, existindo as ausências previstas, como folgas, férias e licença de gestação. O gerente, ou qualquer outra pessoa que esteja encarregada de supervisionar o setor, calcula e divide os serviços e as funções de acordo com o número de pessoas existentes. “Em cada organização, o administrador soluciona problemas, dimensiona recursos, planeja sua aplicação, desenvolve estratégias, efetua diagnósticos de situações etc., exclusivos daquela organização.” (CHIAVENATO, 2001, p. 02).

Ao planejar as ações dos funcionários, ao construir uma escala de trabalho, o gerente ou, o supervisor elabora uma espécie de plano, fazendo com que nenhum funcionário fique ocioso ou sobrecarregado, um setor vazio ou com um número inferior de profissionais.

Um planejamento adequado garante o melhor uso dos recursos, para que possam ser atendidas as demandas do corpo funcional e da organização e, também, a oportunidade de minimizar a incerteza e o acaso (MARQUIS E HUSTON, 2005).

Mas, é possível observar nas organizações, as recorrentes ausências imprevistas que tornam a empresa menos produtiva, refletindo na qualidade e custo do produto destinado ao cliente. Esse fenômeno é chamado de absenteísmo, que é o termo usado para designar a falta do funcionário ao trabalho.

A Resolução COFEN nº 293 de 2004, que Fixa e Estabelece Parâmetros para o Dimensionamento do Quadro de Profissionais de Enfermagem nas Unidades Assistenciais de Saúde e Assemelhados, define taxa de absenteísmo como as ausências não programadas ao trabalho, em um determinado período. Ainda, destaca-se que é obtida com o cálculo das faltas, não planejadas por vários motivos (COREN-RJ, 2007).

Segundo Leão et al. (2008, p. 104), atualmente, é cada vez mais evidente o papel do enfermeiro como gestor local dos serviços de saúde, com atribuições específicas na

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administração da estrutura, dos recursos humanos e materiais disponibilizados. Assim, administrar uma unidade hospitalar requer do enfermeiro a capacidade de analisar uma situação, apresentar soluções e resolver problemas. Também, deve ser capaz de mobilizar conhecimentos, informações e atitudes para aplicá-los, individualmente e com sua equipe de trabalho.

A equipe de enfermagem compreende a maior classe trabalhadora dentro de uma unidade de saúde, possui características próprias e exclusivas de realização de suas atividades diárias, que vão desde suas atribuições mais básicas às suas atribuições mais complexas estando exposta a riscos ocupacionais diretamente ligados ao ambiente hospitalar que são: riscos químicos, físicos, mecânicos, biológicos, ergonômicos e psicossociais. (RODRIGUES & PASSOS, 2009). Neste sentido, o ambiente de trabalho da enfermagem acaba por favorecer o processo de desgaste do trabalhador, culminando em doenças e facilitando a ocorrência de acidentes. (FERRONI, 2009).

Delgado e Oliveira (2005, p. 365) enfatizam que o número insuficiente de funcionários pode contribuir para elevarem-se os níveis de absenteísmo, uma vez que ocorre uma sobrecarga e insatisfação promovendo consequentemente a queda na qualidade dos serviços, além de acentuar a desorganização.

Nesta perspectiva, o objeto desse estudo são as doenças causadoras do absenteísmo da equipe de enfermagem do Ambulatório do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP) da Universidade Federal Fluminense (UFF), buscando trazer à tona os agravos à saúde que acometem esses trabalhadores. Pode-se enfatizar que neste setor observa-se uma lotação de funcionários em fim de carreira, ou seja, idosos e com limitações de atividades que os predispõem à problemas de saúde.

Pode-se compreender que na prática existe uma política institucional, na qual após anos de serviços prestados muitos desses trabalhadores são designados a setores onde há divisão em turnos que favorece o trabalho em dias alternados e uma redução de carga horária. Também, as atividades desenvolvidas não requerem força física e se adaptam a um quadro da equipe de enfermagem com grande quantidade de pessoas com algum tipo de incapacidade.

Essas características do quadro de pessoal implicam num alto índice de ausências imprevistas. Essas ausências podem ser temporárias ou prolongadas, causando “buracos” na escala de serviço desse setor e em sua grande maioria ocorrem pelas licenças médicas, as quais dão ao trabalhador dias, meses ou até anos de afastamento, dependendo dos danos existentes.

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Em seu estudo sobre o adoecimento dos profissionais de enfermagem de um hospital universitário, Delgado e Oliveira (2005, p.366) presumiram que o alto índice de absenteísmo dos trabalhadores de enfermagem por doença ou outro motivo apresenta-se elevado e estão relacionadas com o processo de trabalho. As autoras apresentaram resultados que evidenciaram que em um ano cerca de 68% dos funcionários de enfermagem ausentaram-se do trabalho por motivo de doença ou outro. É preciso enfatizar que apesar do estudo ter sido realizado há 08 anos, a problemática dos ambulatórios relacionada ao absenteísmo, ainda não foi superada e o estudo permanece pertinente até o momento atual. Consequentemente, além de causar ônus para a instituição o absenteísmo dos trabalhadores de enfermagem compromete a qualidade da assistência prestada aos pacientes.

1.1. JUSTIFICATIVA

Esse trabalho encontra sua relevância no momento em que evidencia as doenças que acometem os membros da equipe de enfermagem do ambulatório do HUAP, uma vez que esses profissionais apresentam em sua maioria doenças crônicas, que interferem no processo de trabalho de enfermagem desenvolvido neste setor. Por outro lado, o estudo traz à tona, também, situações de saúde desses trabalhadores que podem estar relacionadas à sua trajetória profissional em outros setores do HUAP.

Os trabalhadores de enfermagem, pelas características das atividades profissionais que executam, são expostos a vários problemas de saúde. Os danos à saúde decorrentes do trabalho relacionam-se às condições inadequadas para a atuação profissional, denominando-se como doenças relacionadas ao trabalho, ou seja, aquelas em que a atividade de trabalho é contributiva para a ocorrência de doenças que afetam os diferentes sistemas corporais ou o aspecto psicológico (MARCONI et al.,2007).

Os resultados dessa pesquisa podem subsidiar ações preventivas com enfoque na mudança de hábitos, que prolonguem a vida produtiva do trabalhador na área da saúde e ainda demonstrar a necessidade de mudança da política institucional, no sentido de lotar no Ambulatório servidores com limitações de atividades e/ou com proximidade de solicitar a aposentadoria. O estudo é de extrema importância, por levantar as doenças que causam o absenteísmo no ambulatório do HUAP, e a partir desse estudo outras pesquisas poderão ser realizadas, gerando o investimento na prevenção de possíveis agravos.

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1.2. MOTIVAÇÃO

Ao realizar o ensino teórico prático (ETP) da disciplina de Enfermagem no Gerenciamento da Assistência em Saúde II, pude presenciar o cotidiano de um ambulatório no contexto hospitalar, isto é o Ambulatório do HUAP e a diversidade de especialidades médicas que oferecem atendimento lá, como também os inúmeros procedimentos realizados e acima de tudo o grande número de pessoas que são atendidas e necessitam desse setor. Estive durante todo o ETP sendo orientada pela Gerente de enfermagem, que compartilhou suas experiências e vivências de anos de serviços prestados naquele local.

Foi possível observar dentre os trabalhadores de enfermagem, uma grande quantidade de idosos, pessoas doentes, ou seja, com limitações. Também, chamou atenção, as ausências, que eram revertidas com a realocação de pessoas, que já haviam iniciado seu trabalho no setor que estão escalados e com isso precisam adaptar-se rapidamente e reiniciar suas atividades, gerando insatisfação e sensação de estarem sendo punidos pela falta de alguém.

Assim observei ainda, o quanto isso era danoso para o trabalho da gerente de enfermagem, que perdia tempo fazendo esses remanejamentos. Ao questionar a enfermeira gerente a respeito dessa situação, a mesma me informou que no ambulatório aquilo era uma prática comum. Frente a essa situação e neste movimento de reflexão surgiu a motivação para este estudo, pois esse problema interfere na dinâmica de um setor tão grande quanto o ambulatório, como também, indiretamente, na qualidade da assistência prestada aos pacientes e por ser rotineiro parece ser aceito com certa tolerância e naturalidade.

1.3. OBJETIVO GERAL

Conhecer as doenças que causam o absenteísmo dos membros da equipe de enfermagem do ambulatório do HUAP, estabelecendo sua relação com atividade laboral.

1.4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1) Identificar junto a equipe de enfermagem do ambulatório do HUAP os motivos que originaram suas licenças médicas.

2) Relacionar o tipo de agravo à saúde que ocasiona o absenteísmo por doença com aspectos como faixa etária, sexo, categoria profissional e tempo de experiência em serviço.

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3) Estabelecer uma articulação das doenças causadoras das licenças médicas encontradas com as doenças relacionadas ao trabalho.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. A EQUIPE DE ENFERMAGEM E OS RISCOS OCUPACIONAIS

RELACIONADOS AO SEU TRABALHO

A enfermagem é a profissão que tem como principal foco o cuidado ao paciente, sendo este foco em tempo integral. Para Wanda Horta, 1979, p.7: “A enfermagem pretende alcançar o desvelamento de um ser, o ser humano (indivíduo, família, comunidade). (...) O objeto da Enfermagem é assistir o ser humano no atendimento de suas necessidades básicas, sendo estas os entes da enfermagem”.

A Enfermagem é uma profissão desenvolvida por um grupo de trabalhadores qualificados e especializados para a realização de atividades socialmente necessárias. Ainda domina um campo de conhecimentos que lhe dá competência para cuidar das pessoas, em todo o seu processo de viver. Esse processo de cuidar tem três dimensões básicas: Cuidar; educar e pesquisar; e ainda há a dimensão administrativo-gerencial. (PIRES, 2009)

A enfermagem enquanto profissão apresenta subdivisões em categorias conforme o nível de formação e escolaridade. De acordo com a Lei Nº 7.498/86 que regulamenta o exercício de enfermagem, são elas: Enfermeiros, com nível superior, Técnicos de Enfermagem, com formação até o 2º grau e Auxiliares de Enfermagem, com ensino fundamental.

O enfermeiro é o profissional que realiza atividades de assistência e gestão das unidades e de pessoas. Dentre a suas funções privativas destaca-se: “A direção do órgão de Enfermagem integrante da estrutura básica da instituição de saúde, pública ou privada, e chefia de serviços e de unidade de Enfermagem” (Lei Nº 7.498/86). Sendo assim o Enfermeiro é o responsável pela equipe de enfermagem, sua organização e coordenação.

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Além disso, ainda presta assistência aos pacientes graves, que necessitam de cuidados complexos.

Stacciarini (2001), afirma que estudos mostram que as enfermeiras sofrem maior estresse por lidar com cargas emocionais em relação ao paciente e grandes responsabilidades atribuídas a essas profissionais. A Enfermeira é exigida por seus subordinados, pela equipe médica, pelos familiares e pela administração, porém suas ações são limitadas por sua pouca autonomia. (LEOPARDI et al, 1999).

O técnico de enfermagem é o profissional de nível médio ao qual são atribuídos a maioria dos cuidados diretos com o paciente, ele acompanha o trabalho de enfermagem de forma auxiliar, ou seja, enquanto o enfermeiro desenvolve um trabalho mais complexo e intelectual, o técnico o auxilia nessas atividades, consideradas manuais (LEOPARDI et al, 1999). Em um setor onde os pacientes necessitam de cuidados integrais, isto é, sejam totalmente dependentes, o técnico de enfermagem tem suas cargas de trabalho multiplicadas.

De acordo com a lei do exercício profissional de enfermagem de 1986, artigo 13, o auxiliar de enfermagem é o membro da equipe com menor nível de formação, que deveria desenvolver atividades de execução simples como cuidados de higiene e conforto do paciente, porém, na prática pode-se observar técnicos e auxiliares de enfermagem desenvolvendo as mesmas atividades. Ambos estão expostos durante o trabalho a diversos riscos ocupacionais dentre eles os psicossociais, mecânicos ergonômicos e outros.

O trabalho de enfermagem possui características próprias que expõe seus agentes a situações e cargas que o classifica como trabalho penoso, em muitos momentos, transformando a enfermagem numa profissão de risco. Neste sentido, é possível apreender que a frequente e constante exposição aos riscos durante a carreira profissional pode ter como consequência agravos à saúde, que por sua vez, podem gerar ausências ao trabalho e licenças médicas.

Os trabalhadores de enfermagem, em geral estão sujeitos a riscos ocupacionais que são consequentes às suas atividades laborativas e destacam-se nessa revisão os principais riscos aos quais estão mais sujeitos esses profissionais.

2.1.1. Riscos Biológicos

A enfermagem como profissão, cujos trabalhadores prestam cuidados diretos ao paciente, desenvolve ações com manuseio de material perfuro cortante, administração e preparo de medicamentos e higiene. Fazendo parte de seu trabalho, o contato com fluídos

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corpóreos levando a situações que se não tratadas com atenção e cautela, podem levar o profissional ao erro e em seguida a um acidente. A Norma Regulamentadora 32, do Ministério do Trabalho e do Emprego, considera como risco biológico “a probabilidade de exposição ocupacional a agentes biológicos. Consideram-se agentes biológicos os microrganismos, geneticamente modificados ou não; as culturas de células; os parasitas; as toxinas e os príons”. (PORTARIA N.° 485, DE 11 DE NOVEMBRO DE 2005).

2.1.2. Riscos Físicos

De acordo com Siqueira, Ventola e Watanabe (1995), Marziale e Rodrigues (2002), Ribeiro e Shimizu (2007), os riscos físicos aos quais os trabalhadores de enfermagem estão expostos são inúmeros e dentre eles encontram-se as pressões anormais e umidades, iluminação inadequada, os ruídos, vibrações, radiações ionizantes e não ionizantes, temperaturas extremas e, possível, exposição a incêndios e choques elétricos.

2.1.3. Riscos Psicossociais

Os membros da equipe de enfermagem lidam com situações e cargas de aspecto emocional, onde há contato com o sofrimento e a morte. Também, os rodízios de turnos, jornadas duplas, ou triplas de trabalho e as grandes responsabilidades ligadas à profissão aumentam os riscos psicossociais. O desgaste emocional está ligado a vários fatores do cotidiano vivenciado pela equipe, como por exemplo, as más condições de trabalho, nas quais o número de profissionais é insuficiente, ocorre falta de materiais, de leitos e a estrutura é imprópria. (VENTOLA E WATANABE (1995), MARZIALE E RODRIGUES (2002), RIBEIRO E SHIMIZU (2007)).

Para Elias e Navarro (2006), a realização do trabalho pela enfermagem é caracterizada por estresse, sobrecarga de trabalho, situações conflitantes, tensão constante e exigências organizacionais, gerando um desgaste físico e mental aumentando a ocorrência de alterações emocionais, físicas, imunológicas e psicossomáticas, além de contribuir na ocorrência de acidentes. Nesta perspectiva, ressalta-se que esse cotidiano de dificuldades no desenvolvimento desse trabalho pode, também, favorecer o aparecimento de doenças.

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2.2. ABSENTEÍSMO OU AUSENTISMO

O Absenteísmo é uma palavra usada para definir a ausência de pessoas em um ambiente de trabalho. No dicionário Aurélio (2009) está definida como “Hábito de estar frequentemente ausente de um local (de trabalho, estudo etc.)”. Quick e Lapertosa (1982) afirmam que o termo se originou no período industrial e era aplicado aos trabalhadores que faltavam ao serviço. Chiavenato, (1994) ressalta que o absenteísmo, além de ser uma expressão utilizada para designar a falta do empregado ao trabalho, é também, a soma dos períodos em que os empregados de determinada organização se encontram ausentes do trabalho. Existem vários tipos de absenteísmo, que segundo Quick e Lapertosa (1982, p. 62-63) se dividem em:

Absenteísmo voluntário (ausência no trabalho por razão particular não justificada por doença); absenteísmo por doença (inclui todas as ausências por doença ou por procedimento médico, excetuam-se os infortúnios profissionais); absenteísmo por patologia profissional (ausências por acidentes de trabalho ou doença profissional); absenteísmo legal (faltas no serviço amparadas por leis, tais como: gestação, nojo, gala, doação de sangue e serviço militar) e absenteísmo compulsório (impedimento ao trabalho devido a suspensão imposta pelo patrão, por prisão ou outro impedimento que não permita o trabalhador chegar ao local de trabalho).

Para Couto (1982), a causa do absenteísmo vai além de uma simples doença, ele pode estar relacionado a vários fatores que para o autor são divididos em: Fatores de trabalho, sociais, culturais, de personalidade e doença. O autor ainda classifica as pessoas com grande número de ausências como “absenta contumaz”, são pessoas que até apresentam um bom trabalho, porém reagem a situações de problemas ou doença se ausentando.

Apesar de existir várias causas atribuídas ao absenteísmo, neste estudo o enfoque será apenas nas doenças que ocasionaram as faltas e as cargas de trabalho que o funcionário foi exposto durante seus anos de serviços. Considerando que Baschetti Jr. desenvolveu em 1993 um estudo, que se refere ao absenteísmo no ambulatório do HUAP e em se tratando do mesmo objeto de estudo e cenário aqui focalizados, inicialmente, seus achados foram tomados como ponto de partida, sendo utilizada a mesma classificação das doenças causadoras de ausência apresentada por ele.

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2.3. ABSENTEÍSMO POR DOENÇAS OCUPACIONAIS

O absenteísmo por doença é o mais importante, por ser um dos fatores que conferem ao servidor mais tempo de afastamento do trabalho. Como o próprio nome já diz é a ausência ao trabalho ocasionada por doença, ou lesão ocupacional.

São adquiridas ou desencadeadas em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relaciona diretamente. Enquanto que doença profissional é a entidade mórbida produzida ou desencadeada pelo exercício de trabalho peculiar a determinada atividade. (MIRANDA, 1998, P. 46).

Dentre as doenças que dificultam a continuidade do trabalho, causando absenteísmo, as mais comuns segundo a Baschetti Jr., (1993) são: Patologias osteomusculares, distúrbios psiquiátricos e Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS).

2.3.1. Patologias Ósteo musculares

De acordo com o U.S. Departamento of Labor (apud SMELTZER & BARE, 2009, p. 2057), Os transtornos músculo esqueléticos de ordem ocupacional são lesões ou doenças em tendões, articulações, músculos, cartilagens e ossos, que ocorrem devido a exposição a riscos ligados ao trabalho. Corroborando com Baschett Jr. (1993), Marconi et al.(2007, p. 77), afirmam que os trabalhadores de enfermagem desenvolvem, cotidianamente e de forma repetida, ações que exigem força muscular, postura fixa por tempo prolongado, trabalho físico pesado, movimentos freqüentes de torção e flexão da coluna vertebral, além de manuseio e levantamento de cargas.

Em seu estudo, as autoras citadas acima, evidenciam que os sintomas músculo-esqueléticos mais comumente referidos por trabalhadores da enfermagem são as lombalgias, as entorses, as distensões, as artralgias, as dores nos ombros, joelhos e cotovelo (MARCONI

et al.2007).

2.3.1.1. Síndrome Cervicobraquial

Esse termo segundo Brasília/DF- Brasil, (2001, p. 449) é utilizado para caracterizar manifestações dolorosas na coluna vertebral, podendo acometer as regiões: cervical (C1 a C7-T1) dorsal (C7 – T1 a T12 – L1) e lombar (T12-L1 a L5 –S1). É um distúrbio funcional

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orgânico sendo resultado de fadiga neuromuscular, que se originou de uma posição fixa e ou de certos movimentos. As sensações são, principalmente, dor, dormência, formigamento, sensação de peso, de choque elétrico, de picada e outras.

Uma das síndromes mais comuns encontradas são as herniações de disco lombar, que para Smeltzer e Bare (2005, p. 2109), ocorre nos espaços intervertebrais de L4-5 ou L5-S1. Causando diversas dores com espasmos musculares, a dor se agrava com a realização de movimentos que aumentem a pressão do líquido raquimedular como a curvatura, levantamento de peso, esforço, espirro ou tosse. Vale destacar a ocorrência de outras lesões osteomusculares são elas:

Contusão que é a lesão de tecidos moles produzida por força obtusa, como

impacto chute ou queda; Estiramento descrita como uma “tração muscular” provocada pelo uso, alongamento ou estresse excessivo; Entorse que é a lesão dos ligamentos que circulam as articulações sendo provocada por movimentos de torção ou tração violenta. Fratura é a ruptura na continuidade de um osso e é definida de acordo com seu tipo e extensão. (SMELTZER & BARE, 2005, pag 2195 e 2199).

2.3.1.2. Os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT)

Os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) incluem as

tenossinovites, tendinites, sinovites, síndromes compressivas dos nervos periféricos, além de sintomatologias mais disseminadas, como a síndrome miofascial, fibromialgia e distrofia simpático-reflexa (BRASÍLIA/DF - BRASIL, 200, p. 440). Os fatores de risco relacionados ao trabalho para o desenvolvimento das DORT, são os fatores biomecânicos (movimentos e posturas de risco que caracterizam a carga fisiológica) e os psicossociais (pressão no trabalho, baixa autonomia, competitividade, entre outros). (BERNARDINO apud LEITE, SILVA & MERIGHI, 2007).

2.3.2. Distúrbios Psiquiátricos

Existem diversos transtornos mentais que podem afetar o trabalhador, relacionados a sua atividade laboral ou não. Dentre os mais comuns e mais relevantes a população a estudada estão a ansiedade, e episódios depressivos, estresse pós traumático e Burnout.

O trabalho integra o indivíduo à sociedade, sendo fonte de garantia de subsistência e de posição social. O trabalhador pode lidar com situações altamente estressantes como fracassos, mudanças de posição hierárquica, acidentes de trabalho e outras. A sensação de

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perda do emprego causa sofrimento ao trabalhador, pois ameaça sua vida material e de sua família. Esses sentimentos abalam os valores que o indivíduo atribui a si mesmo, originando sentimentos de desvalorização e insegurança, promovendo processos ansiosos e depressivos. (BRASÍLIA/DF-BRASIL, 2001, p. 161).

2.3.2.1. A ansiedade

A ansiedade está presente nas situações cotidianas e ela se encontra contínua no ambiente de trabalho. Afinal no trabalho são comuns as metas os prazos, as relações entre colegas de trabalho, chefes, clientes e outros.

A ansiedade é uma emoção normal experimentada em situações ameaçadoras. O estado mental de apreensão é acompanhado de mudanças físiológicas que preparam para luta ou fuga incluindo aumento de frequência cardíaca, pressão arterial, frequência respiratória e tensão muscular. A atenção é focalizada na situação ameaçadora, excluindo o resto. (GELDER, MAYOU, & GEDDES, 2002).

Observa-se que a ansiedade é uma emoção normal sendo experimentada em situações de estresse, porém, não é normal, quando essas situações são persistentes e de duração prolongada. Os transtornos de ansiedade são divididos de acordo com Gelder, Mayou, & Geddes, (2002) em transtornos de ansiedade generalizada, trantornos de ansiedade fóbica e transtorno de pânico.

2.3.2.2. Episódios Depressivos

Dentre os distúrbios psiquiátricos mais importantes relacionados ao trabalho, são os transtornos de humor que de acordo com Sadock & Sadock, (2007) apresentam uma associação de muitos transtornos em que o quadro clínico é dominado por humor patológico e perturbações, que levam ao comprometimento do desempenho interpessoal social e ocupacional.

Os episódios depressivos caracterizam-se por humor triste, falta de interesse na realização das atividades, aumento na fadiga, podendo apresentar ainda, baixa auto estima (Brasil, 2001). “Pacientes com humor deprimido exibem perda de energia e interesse, sentimentos de culpa, dificuldade de concentração, perda de apetite e pensamentos de morte e suicídio”. (SADOCK & SADOCK, 2007, p. 572).

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Para Coetese, (2008) a depressão é um fator gerador de absenteísmo, sendo gerada por alguma situação de estresse; fracasso na tentativa de atingir metas importantes; rejeição por parte de um amigo; ruptura de uma relação amorosa. Sendo assim os episódios depressivos podem ter muitos fatores geradores e a literatura mostra que o assédio moral é um deles.

O assédio moral é visto como uma prática abusiva e invasiva do cotidiano do trabalhador, capaz de causar sérios danos à saúde da vítima, perturbando todo o segmento da vida da pessoa. O potencial lesivo desse tipo de violência atinge frontalmente a dinâmica produtiva (COETESE, 2008).

O assédio moral não deve ser confundido com estresse, sendo este um estado biológico que é constituído por um agente estressante e pela reação do organismo submetido a ação do agente estressante. Contextualizando, o estresse é gerado pela sobrecarga e as más condições de trabalho. O Assédio moral acontece em tempo prolongado chegando a ocorrer por três anos, existindo diversas formas de assédio como a “falsa alegação” que vai de encontro a reputação da pessoa afetada e “reações coletivas de grupo”, por exemplo a união de um grupo para se livrar de um superior que não foi aceito pelo grupo. (HIRIGOYEN, 2006, pag. 19.)

2.3.2.3. Estado de Estresse Pós-Traumático

Na rotina de uma unidade hospitalar, na qual é grande a rotatividade de pacientes, atende muitas especialidades e com atendimento emergencial, o corpo de saúde deve estar preparado para presenciar todos os tipos de casos e também, presenciar a morte, amputações, e acidentes deformadores. Entretanto, essa situação é estressante e extrema para algumas pessoas, que não conseguem lidar com esse tipo de situação.

O estado de estresse pós-traumático caracteriza-se como uma resposta tardia e/ou protraída a um evento ou situação estressante (de curta ou longa duração) de natureza excepcionalmente ameaçadora ou catastrófica e que reconhecidamente, causaria extrema angústia em qualquer pessoa (BRASILÍA/DF-BRASIL, 2001).

Ainda de acordo com Brasília/DF – Brasil (1999, p. 181), Os exemplos de tais situações estressantes são entre outros o testemunho de morte violenta, testemunhar ou ser confrontado com um evento ou eventos que implicaram morte ou ameaça de morte, lesão grave ou ameaça da integridade física a si ou a outros.

(24)

2.3.2.4. Burnout

Burnout é uma síndrome caracterizada por exposição prolongada a altos níveis de estresse no trabalho, ou seja estresse crônico e apresenta fatores multidimensionais. Segundo Maslach, em 1993, apud Brasília/DF- Brasil,2001, p. 191 a síndrome de esgotamento profissional é composta por três elementos centrais, que são a exaustão emocional (EE), distanciamento afetivo (despersonalização - DE), baixa realização profissional (RP). Há uma grande incidência da síndrome na equipe de saúde.

Tironi, 2005 aponta em seu estudo a burocracia, a falta de autonomia, falta de confiança, comunicação deficiente, dificuldade ou a inexistência de ascenssão como fatores organizacionais para a ocorrência de burnout. E a sobrecarga, expectativas profissionais, falta de autonomia nas decisões, precário suporte organizacional, relacionamento conflituoso com os colegas, tipo de ocupação, conflitos ou ambiguidade de papel são fatores laborais para a ocorrência da síndrome.

Para a instituição o burnout é dispendioso por causar absenteísmo, rotatividade profisional. Para o indivíduo pode provocar fadiga, insatisfação dores no corpo, cefaléias, gastrites, trastornos cardiovasculares, disfunções sexuais e outros. (TIRONI, 2005).

2.3.3. Doenças Cardiovasculares

2.3.3.1. Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS).

Uma doença muito conhecida e a mais frequente das doenças crônicas, sendo o maior fator de risco para o desenvolvimento de outras doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e renais. Assim a hipertensão arterial sistêmica (HAS)vem sendo caracterizada como:

A elevação da pressão arterial (PA) sistólica e/ou diastólica, observada em uma ou mais medidas em pelo menos duas ocasiões distintas. O valor máximo admitido para adultos com mais de 18 anos, para a sistólica, é de 140 mm/hg e, para a diastólica, de até 90 mm/hg (BRASIL, 2001, p. 280).

De acordo com o Caderno de Atenção Básica do Ministério da Saúde (Brasil, 2006), a hipertensão arterial sistêmica é um grave problema de saúde pública. A HAS é observada em pessoas com trabalhos altamente estressantes e pode ser incapacitante para o trabalho por apresentar diversas complicações. Os profissionais da enfermagem estão predispostos a

(25)

desenvolvê-la se não dispuserem de tempo para cuidar da saúde e desenvolver hábitos saudáveis. A rotina estressante do trabalho hospitalar pode levar ao desenvolvimento da hipertensão. O dinamismo do dia-a-dia para o funcionário que mantém duplo vínculo empregatício impede o mesmo de levar uma vida saudável, com alimentação adequada e prática de exercícios físicos (DELGADO E OLIVEIRA, 2005). O Ministério da Saúde diz que os agentes etiológicos ou fatores de risco de natureza ocupacional na HAS, são a exposição ocupacional ao ruído e problemas relacionados ao emprego e desemprego (BRASILÍA/DF-BRASIL, 2001).

2.3.3.2. Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)

Infarto agudo do miocárdio é uma manifestação causada por uma doença Arterial Coronariana (DAC), é uma cardiopatia isquêmica. Ocorre por deficiência perfusional do tecido cardíaco resultando em necrose da parede miocárdica. Sabe-se que os hábitos de vida se constituem num dos fatores de risco para o desenvolvimento de DAC e a manifestação do IAM. Situações relacionadas ao emprego ou perda dele, são fatores de risco para a manifestação do IAM (BRASILÍA/DF-BRASIL, 2001). Outras pesquisas mostram que a depressão não tratada adequadamente é considerada tanto um fator de risco para o surgimento do infarto agudo do miocárdio (IAM), como fator de pior prognóstico, aumentando sensivelmente a morbidade e a mortalidade (TAMAI apud LEMOS, GOTTSCHAL, PELLANDA & MÜLLER, 2008).

2.4. ACIDENTES DE TRABALHO

Acidente de trabalho, que é o acidente ocorrido no trabalho, ou a serviço da empresa, tem uma grande ocorrência no trabalho de enfermagem, uma vez que estão expostos a muitos riscos. No contexto hospitalar existem diversas formas de acidentes que o trabalhador está exposto, isto quer dizer que, em qualquer classe trabalhadora no âmbito hospitalar há risco de acidentes. O acidente por material biológico é uma grande preocupação para os profissionais e para as instituições de saúde, já que o ambiente hospitalar favorece a ocorrência desse evento. (OLIVEIRA & GONÇALVES, 2010).

Gouvêa (2011), observou a prevalência de acidentes de trabalho nos profissionais de saúde do HUAP, num estudo que levantou dados nos relatórios anuais dos arquivos da Divisão de Saúde Ocupacional da Universidade Federal Fluminense (DSO/UFF) no ano de

(26)

2007. Seus resultados mostraram que foram registrados 29 acidentes de trabalho no período de um ano, sendo que dos profissionais envolvidos nos acidentes, 62% eram auxiliares de enfermagem e 4% eram técnicos de enfermagem. O estudo ainda mostra que todos esses acidentes notificados geraram licenças médicas e afastamento do trabalho.

(27)

3. METODOLOGIA

Quanto ao método de pesquisa, este estudo é entendido como uma pesquisa quantitativa, uma vez que se apropriou da análise estatística para o tratamento dos dados, na qual foi aplicado um formulário com perguntas fechadas (ANEXO – 1) para a coleta de dados. Segundo Figueiredo (2007, p. 106/107), formulário situa-se entre o questionário e a entrevista. É uma lista formal, catálogo ou inventário, destinado à coleta de dados resultantes quer de observações, quer de interrogações, cujo preenchimento é feito pelo próprio investigador. Possibilita a obtenção de dados facilmente tabuláveis e quantificáveis.

No que se refere ao tipo, será um estudo exploratório que permite um conhecimento mais profundo do problema ou objeto de pesquisa e pode ser utilizado também, nos estudos de análise ocupacional e dos recursos institucionais (Figueiredo, 2007, p.93).

Triviños (1992, p.109), ainda enfatiza que os estudos exploratórios permitem ao investigador aumentar sua experiência em torno de um determinado problema. Assim o pesquisador parte de uma hipótese e aprofunda seu estudo nos limites de uma realidade específica. O cenário da pesquisa foi o Ambulatório do HUAP/UFF. Os sujeitos da pesquisa foram os integrantes da equipe de enfermagem, ou seja, enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem.

A amostra foi constituída por 30 membros da equipe de enfermagem. Assim, responderam as questões do formulário 09 dos Enfermeiros, 13 técnicos de enfermagem e 08 auxiliares de enfermagem. Foi utilizada a amostragem por quota que é uma forma de amostragem não probabilística em que o pesquisador identifica os estratos da população e especifica as proporções dos elementos que são necessários na amostra (Polit e Hungler, 2005). ( Referência: POLIT, D. F., HUNGLER, B.P. Fundamentos da Pesquisa em Enfermagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 2005.)

(28)

O presente estudo tem a seguinte hipótese: O absenteísmo por doenças da equipe de enfermagem do Ambulatório do HUAP é, acentuadamente, causado por doenças relacionadas ao trabalho.

As perguntas do formulário levantaram questões como idade, sexo, categoria profissional e tempo serviço, além de perguntas a respeito das atividades exercidas pela equipe ao longo dos anos de serviços prestados, se esteve alguma vez de Licença Médica (LM) e qual foi o tempo de afastamento, qual doença que o fez solicitar a LM, em quais setores já trabalhou, cargas físicas e mentais ao qual foi exposto, e qual setor identificou como mais desgastante tanto do ponto de vista físico quanto mental.

A análise se deu através das respostas sendo possível identificar os motivos de afastamento por doenças destes servidores e outras variáveis relacionadas ao absenteísmo (idade, sexo, categoria, tempo de experiência). A abordagem quantitativa foi empregada para tratamento dos dados, pautada em estatística descritiva com o uso do Microsoft Office Excel, e representada por ilustrações em tabelas e gráficos. Essa pesquisa foi submetida e aprovada pelo comitê de ética. (ANEXO -2).

(29)

4. RESULTADO E DISCUSSÃO

Nesse capitulo são apresentados e discutidos os resultados oriundos da coleta e análise dos dados. O ambulatório do HUAP/UFF conta com uma equipe de enfermagem de 25 enfermeiras, 22 técnicos e 43 auxiliares de enfermagem, dando um total de 90 membros na equipe de enfermagem. Foram realizadas 30 entrevistas, com diferentes membros da equipe de enfermagem. Foram entrevistados (9) 36% dos Enfermeiros da equipe do ambulatório, (13) 59% dos técnicos e (8) 18,6% dos auxiliares de enfermagem. A categoria de auxiliar de enfermagem é a maior em números, porém não foi possível encontrar todas essas pessoas para as entrevistas, atualmente no ambulatório existem muitas pessoas com faltas não justificadas, em licença médica ou em processo de aposentadoria, tornando difícil a tarefa de coletar os dados.

Percentual das Categorias Profissionais no Ambulatório do HUAP

32%

52% 16%

Enfermeiros Técnicos de Enf. Auxiliares de Enf.

(30)

O percentual das idades apresentadas foi (7) 23% com idades de 45 à 50 anos; (13) 43% têm idades de 51 à 56 anos de idade; (5) 17% encontra-se na faixa etária de 57 à 60 anos e (5) 17% possuem idades superiores a 60 anos. Como pode ser observado as idades são avançadas, o que gera maior acometimento de doenças ligadas ao processo de envelhecimento. Para o ministério da saúde as doenças e condições crônicas começam a se manifestar de forma expressiva com a idade avançada, gerando um processo incapacitante e afetando a funcionalidade da pessoa idosa, impedindo ou dificultando o desempenho de atividades cotidianas de forma independente (BRASÍLIA/ DF, 2007 p. 7).

Gráfico 2. Percentual das Idades dos Profissionais

Em relação ao sexo (27) 90% eram do sexo feminino, e (3) 10% eram do sexo masculino, Essa pequena amostra apresenta a característica de gênero encontrada na enfermagem, ou seja, uma profissão com predominância feminina na enfermagem. O papel da mulher na sociedade vem mudando e se modernizando, as mulheres têm saído do ambiente doméstico e buscando a independência financeira através de seu trabalho. O papel da mulher na enfermagem vem muito antes da época de Florence Nightgale, na Inglaterra Vitoriana, em que a enfermagem era exercida essencialmente por mulheres, o que gerou e ainda gera preconceitos sobre os homens que ingressam nessa profissão, o aparecimento significativo dos homens na enfermagem, não alcança e nem supera os números femininos. As mulheres estão propensas a diversas doenças específicas do sexo, como as doenças ósseas, devido à menopausa e a perda de massa óssea, com esse processo ou até mesmo a depressão que tem grande prevalência em mulheres no climatério. (SILVA et al, 2008) Além disso, as mulheres

(31)

estão mais propensas ao absenteísmo por acumularem seu trabalho com afazeres domésticos, o cuidado dos filhos (COSTA, VIEIRA & SENA, 2009).

Percentual do Sexo dos

Profissionais

90% 10%

Feminino Masculino

Gráfico 3. Percentual do Sexo dos Profissionais

As questões levantadas sobre licenças médicas demonstraram que (23) 77% responderam já estiveram de licença médica alguma vez, e (7) 23% responderam Não, ou seja, nunca estiveram de licença médica. Em um estudo realizado em 2009 sobre os indicadores de absenteísmo da equipe de enfermagem do HUAP/UFF, no biênio de 2007-2008, foi possível identificar que foram concedidas em todo o hospital no ano de 2007, 593 licenças médicas sendo que o ambulatório foi o setor com maior número de concessões de licenças médicas. Em 2007 concedeu 110 licenças médicas, ou seja, 18,5% das licenças de todo o hospital foram do ambulatório. Em 2008 o número total de licenças do hospital foi de 669 licenças médicas, no ambulatório esse número se repetiu, concedendo 110 licenças médicas, ou seja 16,4% de todas as licenças em 2008 foram do ambulatório. (FERRONI, 2009). O ambulatório é o setor com maior número de concessão de licenças médicas, isso pode estar relacionado com o fato desse setor apresentar um grande número de profissionais de enfermagem, perdendo apenas para a Emergência. Como dito anteriormente o ambulatório é onde se encontram profissionais com idade mais avançada, com limitações de atividade e próximos da aposentadoria, o que propicia mais afastamentos por doença.

(32)

Percentual da Ocorrência

de Alguma LM

77% 23% Sim Não

Gráfico 4. Percentual da Ocorrência de alguma LM

Em relação às doenças que os fizeram entrar em Licença Médica, pela diversidade das doenças apresentadas foi realizada uma divisão das doenças em 5 categorias: Distúrbios ósteo musculares, Distúrbios psiquiátricos, Distúrbios Cardiovasculares, Doenças Infecto parasitárias e Cirurgias. (12) 52,1% Apresentaram distúrbios ósteo musculares, como mencionado na literatura, pôde-se observar que os distúrbios osteo musculares foram as maiores causas de afastamento por licença médica, os transtornos músculo esqueléticos de ordem ocupacional são lesões ou doenças, que ocorrem devido à exposição a riscos ligados ao trabalho. (U.S. DEPARTAMENTO OF LABOR apud SMELTZER & BARE, 2009, p. 2057). Em segundo lugar estão os distúrbios psiquiátricos (6) 26% apresentaram Distúrbios psiquiátricos, que podem se manifestar devida a exposição prolongada à riscos psicossociais como ao estresse as cobranças, o medo do fracasso a convivências com pacientes graves e iminência da morte. (GELDER, MAYOU, & GEDDES, 2002), (SADOCK & SADOCK, 2007, p. 572).

Em terceiro lugar as doenças que mais geraram LM, foram os Distúrbios Cárdio vasculares, (3) 13%, que são doenças que estão diretamente ligadas à idade, ao estresse, e a maus hábitos. (BRASIL, 2001, p. 280).

E (1) 4,3% apresentaram Doenças Infecto parasitárias, a equipe de enfermagem atende grandes demandas, diversas especialidades e esta exposta a riscos biológicos, essas exposições podem levar o profissional a se infectar, causando o processo de adoecimento, fazendo com que ele se afaste da sua atividade profissional. E com menor ocorrência foram as cirurgias (1) 4,1%

(33)

Gráfico 5. Percentual dos Motivos dos Afastamentos

Quanto ao tempo de afastamento nas licenças médicas, Apenas (23) 76% das pessoas afirmaram ter entrado de licença alguma vez. Das pessoas que estiveram de licença pelo menos uma vez, (10) 43,4% tiveram tempo de afastamento inferior a um mês, (5) 21,7% das pessoas tiveram afastamento de um mês e (8) 34,7% tiveram afastamento superior a um mês.

Percentual do Tempo de

Afastamento nas LM

43% 22% 35% < de 1 Mês 1 Mês > de 1 mês

Gráfico 6. Percentual do Tempo de Afastamento na LM

Desses trabalhadores (16) 53.3% responderam que apresentam alguma limitação de atividade (LA) e (14) 50% responderam que não apresentam LA. As Limitações de atividade

(34)

apresentadas, foram desenvolvidas ao longo dos anos de serviços prestados em outros setores do hospital, incapacitando o profissional a exercer o pleno exercício de suas tarefas rotineiras.

Trabalhadores que Apresentam

Limitação de Atividade (LA)

53%

47% Sim

Não

Gráfico 7. Percentual dos Trabalhadores que Apresentam Limitação de Atividade (LA)

Foi realizada a divisão em três categorias para as LAs, são elas: Impossibilitados de pegar peso e ficarem muitas horas em pé ou na mesma posição, Não podem manusear produtos químicos e Não podem ter contato direto com o paciente.

E (13) 81,2% São impossibilitados de pegar peso e ficarem muitas horas em pé ou na mesma posição; (1) 6,5% Não podem manusear produtos químicos e (2) 12,5% não podem ter contato direto com paciente.

Percentual dos Tipos de Limitações

de Atividade

82% 12% 6%

Não podem pegar peso ou ficar muitas horas em pé

Não podem Lidar com Paciente

Não podem manusear produtos químicos

(35)

Em relação ao desempenho das funções (14) 87,5% responderam que Sempre desempenham funções de acordo com sua limitação de atividade (1) 6,2% dizem que às vezes desempenham funções de acordo com sua limitação de atividade e (1) 6,2% dizem nunca desempenhar atividades de acordo com sua limitação de atividade.

Percentual do Desempenho de Funções de

Acordo com a LA

88% 6% 6% Sempre Às vezes Nunca

Gráfico 9. Percentual do Desempenho de Funções de Acordo com a LA

Em relação aos tipos de carga ao qual foi exposto no decorrer do trabalho em enfermagem (23) 76,6% disseram sempre levantar peso, (6) 20% disseram levantar peso às vezes e (1) 3,3% disseram nunca levantar peso. (13) 43,3% disseram sempre dormir pouco, (10) 33,3 % disseram que às vezes dormiam pouco e (7) 23,3% disseram Nunca dormir pouco. (26) 86,6% disseram ficarem sempre em pé muitas horas seguidas, (4) 13,3% disseram que às vezes ficavam e pé por muitas horas seguidas. (17) 56,6% disseram trabalhar mais de 12 horas seguidas sempre, (10) 33,3% disseram às vezes trabalhavam mais de 12 horas seguidas e (3) 10% disseram que nunca trabalharam mais de 12 horas seguidas.

E (16) 53,3% disseram que sempre realizavam procedimentos com iluminação inadequada, (5) 16,6 disseram que às vezes realizavam procedimentos com iluminação inadequada e (9) 30% disseram que nunca realizavam procedimentos com iluminação inadequada. (23) 76,6% disseram que sempre vivenciaram situações de estresse relacionadas ao paciente, (7) 23,3% disseram que às vezes vivenciaram situações de estresse relacionadas ao paciente. (9) 30% Disseram que sempre tinham conflitos no ambiente de trabalho, (11)

(36)

36,6% disseram que às vezes tinham conflitos no ambiente de trabalho e (10) 33,3% disseram nunca terem tido conflitos no ambiente de trabalho. Como foi possível observar os profissionais, em sua grande maioria responderam que sempre foram expostos as cargas mencionadas. A enfermagem está exposta à riscos e cargas diversas, a realização de seu trabalho despende grande esforço físico e mental, fazendo com que o trabalho se torne de difícil realização.

Gráfico 10. Percentual das Cargas que os trabalhadores de Enfermagem foram expostos.

Em relação ao acúmulo de dois empregos, 40% dos entrevistados disseram já terem trabalhado em mais de um emprego, e 60% disseram que não acumularam empregos. Em razão dos baixos salários e péssimas condições de trabalho, os profissionais de enfermagem

(37)

são obrigados a ter mais de um emprego, o que é prejudicial à qualidade da assistência prestada, ocasionando cansaço e estresse aumentando a ocorrência de erros. Em um estudo realizado sobre fatores que prejudicam o trabalho do enfermeiro, os profissionais que têm mais de um emprego, acabam prejudicando o atendimento devido ao desgaste físico e mental. (CINTRA et al, 2009).

Percentual dos Profissionais que

Acumularam Empregos

40% 60%

Sim Não

Gráfico 11. Percentual dos Profissionais que Acumularam Empregos

Dentre aqueles que acumulam, verificou-se que (6) 50% permaneceu por até 10 anos em dois empregos, (2) 16,6% mantiveram duplo vínculo por mais de 10 anos, (3) 25% por mais de 20 anos e (1) 8,3% está nessa condição por mais de 30 anos.

Gráfico 12. Percentual do Tempo em que acumularam Empregos

Foi levantada, neste estudo uma questão a respeito dos setores trabalhados anteriormente ao ambulatório, e as respostas foram divididas em cinco categorias distintas:

(38)

Setores de alta complexidade, Atendimento emergencial, Clínicas, Setores de baixa complexidade e o centro cirúrgico. Nos setores de alta complexidades estão o CTI a UTI neonatal. Nos setores de atendimento emergencial estão a Emergência e a Emergência Pediátrica. Nas Clínicas estão as Clínicas Médicas (Masculina e Feminina), Clinicas Cirúrgicas (Feminina e Masculina), Pediatria, Maternidade. Setores de baixa complexidade estão o Ambulatório, o Núcleo de Internação (NIR), Hemodinâmica. Nesta lista de setores, por último encontramos o centro cirúrgico.

Nessa perspectiva, foi investigado o setor que o entrevistado considerou mais desgastante tanto no aspecto físico quanto mental, vale ressaltar que os trabalhadores entrevistados em geral, trabalharam basicamente em todos os setores do HUAP. Assim, (10) 33,3% dos entrevistados referiram o Atendimento Emergencial como os setores mais desgastantes. (9) 30% mencionaram as Clínicas como os setores mais desgastantes. (5) 16,6% referiram as unidades de alta complexidade, tendo em vista o desgaste no trabalho (5) 16,6% citaram os setores de baixa complexidade os setores mais desgastantes para se trabalhar e (1) 3,3% afirmaram que o centro cirúrgico é o setor mais desgastante.

(39)

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Frente aos resultados encontrados nesse estudo, é possível concluir que a maioria dos afastamentos da equipe de enfermagem do ambulatório foram por distúrbios ósteo musculares, esses distúrbios estão diretamente ligados à atividade laboral, devido às cargas que os trabalhadores foram submetidos, além de cargas físicas as quais esses trabalhadores foram expostos existem também as cargas psicossociais que se mostraram abundantes já que a segunda maior causa de afastamentos são por distúrbios psiquiátricos.

Através desse trabalho pode-se perceber que ao se falar em absenteísmo, a ideia mais pontual que se tem é que o trabalhador se ausenta sem propósitos, sendo objeto de preconceitos diversos, principalmente o profissional que apresenta distúrbios psiquiátricos, já que são doenças que não causam sequelas físicas, fazendo com que os portadores sejam alvo de suspeitas a respeito de seu quadro.

Outra ideia é pensar pelo ponto de vista do empregador e o lucro que o mesmo perde pelas ausências desses funcionários, não levando em consideração o estado de saúde desse profissional, sua rotina, suas dificuldades e sua trajetória de anos realizando a profissão de enfermagem.

Essa pesquisa permite a visualização das doenças que causam os afastamentos, contribuindo para o absenteísmo e assim causando um déficit na assistência direta, em contra partida o estudo serviu para esclarecer as dificuldades encontradas na profissão de enfermagem, e que assim possa contribuir para a sensibilização dos novos profissionais, que possam cuidar mais de sua integridade física, postura e a manutenção de sua saúde mental, já que a enfermagem está na linha de frente da organização hospitalar, estando sujeito a diferentes situações que causam efeitos deletérios tanto ao corpo quanto a mente.

(40)

Que através desse trabalho a saúde do trabalhador de enfermagem seja valorizada, e que esses profissionais se conscientizem da importância da mudança de hábitos para que seja possível conciliar a qualidade de vida com a vida de enfermeiro.

O estudo mostra um retrospecto da vida profissional desses trabalhadores, sendo um espelho de como será a saúde dos profissionais no futuro, essa pesquisa será de grande auxílio para os gestores, gerentes e profissionais de enfermagem, na criação de ações preventivas que permitam um tempo de trabalho maior e com qualidade, a esse trabalhador, afinal é preciso estar sadio para cuidar do outro.

(41)

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TRIIÑOS, A.N.S. Introdução à Pesquisa Em Ciências Sociais: A Pesquisa Qualitativa

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7. OBRAS CONSULTADAS

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Belo Horizonte, v.5, n.1/2, p. 73-81, 2001.

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Ribeirão Preto, v.11, n.2, p. 177-183, 2003. ISSN 0104-1169.

FIGUEIREDO, Aantônio Macena; SOUZA, Soraia Riva Goudinho de. Como Elaborar

Projetos, Monografias, Dissertações e Teses: Da redação científica à apresentação do texto final. 3ª ed. Rio de Janeiro. Lumen Juris, 2010.

Gil AC. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2007.

GEORGE, Julia B; . Teorias de Enfermagem: Os Fundamentos para a Prática

Profissional. Porto Alegre: Artes Médicas,1993.

(46)

8. APÊNDICES

Formulário sobre absenteísmo da equipe de enfermagem do Ambulatório do HUAP Dados de Identificação: Iniciais: Idade: Sexo: Categoria profissional: Tempo de serviço: Questôes:

1. Este ano você esteve de licença médica ?

Sim ( ) Não ( ) Faltas sem licença( ) Quantas?_______ 2. Você já esteve alguma vez de licença Médica? Sim ( ) Não ( ) 3. Qual a doença o fez entrar de licença médica ou faltar?

___________________________________

4. Quanto tempo ficou afastado de licença médica no ano de 2012?

Menos de 1 mês ( ) ______dias 1 mês ( ) Mais de 1 mês ( )_____meses 5. Você apresenta alguma limitação de atividade por ordem médica?

Sim ( ) Não ( )

Qual?__________________________________________

6. Durante o seu trabalho no Ambulatório, você desempenha atividades de acordo com as suas limitações de saúde?

(47)

7. Antes de trabalhar no Ambulatório, você trabalhou em quais unidades do HUAP? _____________________________________________________________

8. Que tipo de cargas você foi exposto no decorrer do trabalho em Enfermagem? -Pegar peso: Sempre( ) Às vezes ( ) Nunca( )

- Dormir pouco (menos de 3horas por noite) : Sempre( ) Às vezes ( ) Nunca( ) - Ficar de pé muitas horas seguidas: Sempre( ) Às vezes ( ) Nunca( ) - Trabalhar mais de 12 horas seguidas: Sempre( ) Às vezes ( ) Nunca( ) - Fazer procedimentos com iluminação inadequada: Sempre( ) Às vezes ( ) Nunca( ) - Vivenciar situações de estresse relacionada ao paciente: Sempre( ) Às vezes ( ) Nunca( ) - Conflitos no ambiente de trabalho: Sempre( ) Às vezes ( ) Nunca( )

9. Você já teve mais de um emprego?

Sim ( ) Por quanto tempo?__________________________ Não ( )

10. Qual setor no qual você trabalhou,

que considerou mais desgastante, tanto físico quanto mental? __________________________ Porquê?______________________________________________________

(48)

9.

FACULDADE DE MEDICINA DA

UNIVERSIDADE FEDERAL

FLUMINENSE/ FM/ UFF/ HU

PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP

DADOS DO PROJETO DE PESQUISA

Título da Pesquisa: AS DOENÇAS CAUSADORAS DO ABSENTEÍSMO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM

NO AMBULATÓRIO DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ANTONIO PEDRO: UM ESTUDO QUANTITATIVO

Pesquisador: SIMONE CRUZ MACHADO FERREIRA Área Temática:

Versão: 1

CAAE: 12391313.9.0000.5243

Instituição Proponente: Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa Patrocinador Principal: Financiamento Próprio

DADOS DO PARECER Número do Parecer: 212.654 Data da Relatoria: 01/02/2013

Apresentação do Projeto:

TRATA-SE DE UM TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO DE GRADUAÇÃO, CUJO OBJETO SÃO AS DOENÇAS CAUSADORAS DE ABSENTEÍSMO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM DO AMBULATÓRIO DO HUAP (30 enfermeiros serão avaliados). SERÁ REALIZADO LEVANTAMENTO DOS DADOS ATRAVÉS DE QUESTIONÁRIO FECHADO. AS RESPOSTAS SERÃO ANALISADAS COM ABORDAGEM

QUANTITATIVA, ATRAVÉS DE TRATAMENTO ESTATÍSTICO DOS DADOS. Hipótese:

AS DOENÇAS CAUSADORAS DE ABSENTEÍSMO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM DO AMBULATÓRIO DO HUAP ESTÃO RELACIONADAS AO TRABALHO.

Objetivo da Pesquisa:

Objetivo Primário:

CONHECER AS DOENÇAS QUE CAUSAM O ABSENTEÍSMO DOS MEMBROS DA EQUIPE DE ENFERMAGEM DO AMBULATÓRIO DO HUAP.

Objetivo Secundário: ANEXOS

Referências

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