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FACULDADE ASSIS GURGACZ PRISCILA RAMOS VARGAS

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Academic year: 2021

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1 FACULDADE ASSIS GURGACZ

PRISCILA RAMOS VARGAS

CONSUMO ALIMENTAR E ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS ATENDIDAS EM CRECHE FILANTRÓPICA NA REGIÃO OESTE DO PARANÁ

CASCAVEL 2007

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2 PRISCILA RAMOS VARGAS

CONSUMO ALIMENTAR E ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS ATENDIDAS EM CRECHE FILANTRÓPICA NA REGIÃO OESTE DO PARANÁ

Trabalho apresentado à disciplina de Nutrição, do Curso de Bacharelado em Nutrição, da FAG, como requisito parcial de conclusão da disciplina.

Professora Orientadora: Rozane Aparecida Toso Bleil.

CASCAVEL 2007

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PRISCILA RAMOS VARGAS

CONSUMO ALIMENTAR E ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS ATENDIDAS EM CRECHE FILANTRÓPICA NA REGIÃO OESTE DO PARANÁ

Trabalho apresentado à disciplina de Nutrição, do Curso de Bacharelado em Nutrição, da FAG, como requisito parcial de conclusão da disciplina, sob orientação da Professora Orientadora Rozane Aparecida Toso Bleil.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________ Rozane Aparecida Toso Bleil

FAG

Mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos

__________________________________ Helaine Solano Lima de Carvalho

FAG

Especialista em Docência do Ensino Superior

___________________________________ Claudia Regina Felicetti

FAG

Mestre em Saúde Coletiva

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CONSUMO ALIMENTAR E ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS ATENDIDAS EM CRECHE FILANTRÓPICA NA REGIÃO OESTE DO PARANÁ

VARGAS, Priscila Ramos 1 BLEIL, Rozane Aparecida Toso 2

A alimentação na infância é de suma importância, pois, é nesta fase, que a incorporação de hábitos alimentares saudáveis contribuem para a saúde do individuo. Este estudo teve como objetivo avaliar o estado nutricional e o consumo alimentar de crianças atendidas em uma creche filantrópica na região Oeste do Paraná. A amostra constituiu-se de crianças com idade entre 0 e 5 anos de ambos os gêneros. Para avaliar o estado nutricional dessas crianças foram utilizados os índices: P/I, A/I e P/A, e classificados pelo método percentilar com base no padrão de referência do NCHS (National Center for Health Statistics), adotando os pontos de corte preconizados pela OMS (1995). Encontrou-se uma maior prevalência de baixa estatura e baixo peso, principalmente, nas crianças do gênero masculino e não foram encontrados casos de sobrepeso. Através do questionário aplicado à responsável pela alimentação das crianças, constatou-se que as mesmas não recebem leite materno, e sim, o leite de vaca, até os seis meses. Somente a partir dos seis meses é iniciada a introdução de novos alimentos. As crianças não apresentaram aversão a nenhum tipo de alimento. Porém, por ser uma instituição filantrópica, que sobrevive de donativos, o estudo sugere atividades de educação nutricional, incentivando a prática de hábitos alimentares saudáveis.

Palavras chaves: Avaliação nutricional, consumo alimentar, crianças.

INTRODUÇÃO

Os hábitos alimentares são adquiridos durante o passar dos anos, por isso é importante estabelecer hábitos saudáveis que promovam a saúde do indivíduo desde o início (PHILIPPI; CRUZ; COLUCCI, 2003).

1 Acadêmica do curso de Nutrição da Faculdade Assis Gurgacz – FAG, Cascavel – PR, Brasil.

2 Professora Orientadora do curso de Nutrição. Nutricionista, docente da Faculdade Assis Gurgacz – FAG, Mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela ESALQ/USP.

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A criança deve ter uma alimentação saudável desde os primeiros anos de vida, tanto em quantidade e qualidade, pois é neste período que há a incorporação dos hábitos alimentares, que auxiliam no crescimento e desenvolvimento da criança, e também pode interferir nos riscos de morbi-mortalidade infantil (MONTEIRO et al, 1995).

A alimentação no primeiro ano de vida da criança, é importantíssima, pois alguma deficiência alimentar ou nutricional pode interferir em sua saúde, e, como conseqüência aumentar o índice de morbi-mortalidade infantil, bem como, desencadear algumas seqüelas em seu crescimento, como, por exemplo, o desenvolvimento de problemas escolares, doenças crônicas, entre outras (BRASIL, 2002).

A necessidade de maior cuidado em relação à alimentação de crianças decorre, principalmente, do fato de que, nessa faixa etária, ocorre a incorporação de novos hábitos alimentares, o conhecimento de novos sabores, texturas e cores, experiências sensoriais que influenciarão diretamente o padrão alimentar a ser adotado pela criança (CTENAS; VITOLO, 1999).

As necessidades nutricionais das crianças saudáveis têm grande relação com sua idade, peso, metabolismo e velocidade de crescimento. Porém, o crescimento infantil não se limita ao aumento do peso e da altura, mas sim, por uma série de fenômenos que envolvem a dimensão corporal e o número de células em que o mesmo é influenciado por vários fatores, sendo eles: genéticos, ambientais e psicológicos (VITOLO, 2003).

Existem fases na vida da criança em que o crescimento é acelerado, como nos primeiros anos de vida, quando ocorrem alterações significativas do apetite. A quantidade de alimentos ingeridos deve satisfazer às necessidades nutricionais da criança, variando de acordo com o seu peso, altura, tipo/constituição física, e outros (TIRAPEGUI, 2002).

As crianças necessitam de alimentos saudáveis e nutritivos, pelo fato de estarem crescendo e desenvolvendo seus ossos, dentição e musculatura. Se a altura e peso da criança

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estiverem proporcionais, mesmo assim, deve-se monitorar o seu crescimento, o que possibilitará a identificação precoce de alguma doença (MAHAN; SCOTT-STUMP, 1998).

Entre os fatores que podem influenciar o crescimento e desenvolvimento da criança, os alimentares são os mais fáceis de serem controlados, pois dependem do meio em que ela vive, bem como da disponibilidade dos alimentos. Sendo assim, deve-se considerar que, na infância, a alimentação da criança precisa ser bem planejada, para que não apresente a falta de algum nutriente que venha a prejudicar a saúde da criança, tais como: déficit no crescimento, sensação de fadiga e tornar a criança mais sensível a doenças infecciosas (CTENAS; VITOLO, 1999).

Normalmente, o consumo alimentar das crianças é monótono e pouco diversificado, constituído por uma dieta láctea, com consumo maior de açúcar e de gordura, falta de frutas e verduras (FARIAS JÚNIOR; OSÓRIO, 2005).

É muito importante estimular a criança desde os primeiros anos de vida a comer alimentos saudáveis várias vezes ao dia, apresentando pratos coloridos, alimentos preferidos, divididos em pequenas porções (CTENAS; VITOLO, 1999).

Existem algumas evidências de associação entre o estado nutricional e a dieta das crianças, e o desenvolvimento de doenças na idade adulta. Portanto, a prevenção das doenças deveria iniciar na infância, por meio de práticas alimentares saudáveis e adequadas (TIRAPEGUI, 2002).

Assim, para criar bons hábitos alimentares, é necessário estabelecer rotinas na alimentação da criança, até mesmo nos horários dos lanches (CTENAS; VITOLO, 1999).

Cada criança é única, diferente no seu metabolismo, necessidades nutricionais, taxa de crescimento, eficácia da absorção dos nutrientes, entre outros. Se as necessidades da criança não forem supridas adequadamente, podem influenciar no seu crescimento e desenvolvimento e desencadear algumas doenças, tais como a anemia e desnutrição (TIRAPEGUI, 2002).

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A ausência de um ou mais nutrientes retarda o desenvolvimento físico e, conseqüentemente, ocorre o aparecimento de condições clínicas, entre elas a desnutrição (kwashiorkor) causada por deficiência protéica, e a desnutrição causada pela deficiência de energia (marasmo) e alimentos em geral (PECKENPAUGH; POLEMAN, 1997).

Estes mesmos autores destacam que, a anemia por deficiência de ferro é muito comum entre as crianças, devido à carência de ferro durante o crescimento e desenvolvimento da criança nos primeiros anos de vida, e também pela dificuldade de obter ferro suficiente, através da alimentação.

Como a formação de hábitos alimentares é influenciada por vários fatores, entre eles, a educação recebida, as informações sobre a alimentação, bem como o acesso aos alimentos que seu meio ambiente lhe proporciona, estes aspectos são de suma importância para o desenvolvimento de hábitos alimentares adequados (CTENAS; VITOLO, 1999).

Para avaliar o estado nutricional de crianças é recomendado o método antropométrico, que, devido a inúmeras vantagens, é aceito universalmente, sendo esse um método de investigação em nutrição que é fundamentado na medição da composição corporal global. Este método é utilizado para avaliação de pessoas e grupos em todas as fases do ciclo de vida, de acordo com o seu estado nutricional. É um método vantajoso por ser de fácil aplicação e padronização, bem como por ser simples, barato e pouco invasivo, possibilitando desta forma que os diagnósticos individuais sejam realizados, analisados e agrupados de forma a proporcionar um diagnóstico coletivo, o que permite identificar o perfil nutricional de um grupo definido (FAGUNDES et al, 2004).

Desta forma, avaliar o consumo alimentar e estado nutricional de um grupo de crianças carentes poderá identificar e talvez auxiliar na redução de possíveis riscos. Sendo assim, este trabalho tem por objetivo avaliar o estado nutricional e o consumo alimentar de crianças atendidas em uma creche filantrópica na região Oeste do Paraná.

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METODOLOGIA

A pesquisa teve caráter exploratório, sofrendo corte transversal, utilizando-se de procedimentos científicos para sua comprovação, tendo como objetivo a formulação de questões, apresentando várias finalidades, entre elas: produzir hipóteses e tornar maior a familiarização do pesquisador com o ambiente escolhido para futura pesquisa (MARCONI; LAKATOS, 2002).

A amostra foi composta de crianças com idade entre 0 e 5 anos de ambos os gêneros. A pesquisa foi realizada com todas as crianças residentes no abrigo “Lar dos Bebês”, do município de Cascavel, no ano de 2007, não havendo nenhum critério de exclusão.

A coleta de dados foi feita mediante autorização do responsável da instituição, através de solicitação da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética, da Faculdade Assis Gurgacz. Parecer nº 96/2007 (ANEXO 1). Foram coletados dados acerca do peso, altura, idade e gênero, conforme descrito a seguir: o peso corporal foi obtido através de balança eletrônica (crianças maiores de 2 anos), marca Plenna, com capacidade de 150 kg e balança pesa-bebê (crianças menores de 2 anos), marca Filizola, com capacidade de 16 kg. Para a realização da pesagem, a criança estava descalça, com um mínimo de roupa, sem fraldas e adornos no cabelo; a criança permaneceu no centro da plataforma, mantendo-se o mais imóvel possível.

A aferição da estatura foi realizada com a criança deitada, mediante o uso de fita métrica (crianças menores de 2 anos), e crianças maiores de 2 anos, foram apoiadas em uma parede lisa, sem rodapés, com fita métrica afixada na parede.

Para a avaliação do estado nutricional dessas crianças foram usados os índices P/I (peso por idade), A/I (altura por idade) e P/A (peso por altura) e classificados pelo método

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percentilar com base no padrão de referência do NCHS (National Center for Healthy Statistics), adotando os pontos de corte preconizados pela OMS - Organização Mundial da Saúde (1995): menor que P3 (Baixo peso/Baixa estatura), maior que P3 e menor que P10 (Risco nutricional para baixo peso/Risco de baixa estatura), maior que P10 e menor que P97 (Adequado/Eutrófico) e igual ou maior que P97 (Risco de sobrepeso/Alta estatura) (WHO, 1995). Destaca-se que, o índice antropométrico peso por altura (P/A) foi realizado somente com as crianças maiores de 2 anos de idade.

Foi aplicado dois questionários a responsável pela alimentação das crianças, sendo o questionário A destinado as informações sobre a alimentação das crianças de 0 até 2 anos (Apêndice B) e o questionário B foi aplicado para obter informações sobre alimentação das crianças maiores de 2 anos até 5 anos (Apêndice C), com objetivo de avaliar o consumo alimentar das mesmas. Os questionários apresentavam informações sobre: introdução da alimentação complementar, alimentos mais freqüentemente consumidos pelas crianças e aversões alimentares.

Após a coleta e análise dos dados obtidos, os mesmos foram discutidos com base em bibliografia pertinente ao assunto e analisados por meio de média simples e mostrados em gráficos, contendo os resultados encontrados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram avaliadas todas as crianças residentes na instituição no ano de 2007, sendo um total de 33 crianças, 11 do gênero feminino (33,3%) e 22 do gênero masculino (66,6%). Do total, 16 crianças tinham idade maior ou igual a 2 anos e 17 crianças eram menores de 2 anos.

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Na análise, o estado nutricional pelo índice antropométrico peso/idade – P/I (Figura 1), verificou-se que, 82% das crianças avaliadas do gênero feminino encontram-se eutróficas, 18% estão com risco nutricional para baixo peso e nenhuma apresentou baixo peso e risco de sobrepeso. Já no gênero masculino, 68% estão eutróficos, 14% apresentam risco nutricional para baixo peso, 18% apresentam baixo peso e nenhuma criança apresentou risco de sobrepeso.

Figura 1: Estado nutricional (P/I) de crianças atendidas em creche filantrópica na região oeste do Paraná, no município de Cascavel, em 2007.

0% 18% 82% 0% 18% 14% 68% 0% Baixo Peso Risco Nutricional para

Baixo Peso

Adequado/Eutrófico Risco de Sobrepeso Feminino Masculino

Fonte: Dados da pesquisa (2007).

Em estudo realizado por Cavalcante et al (2006), com crianças entre 12 e 35 meses de idade, atendidas na rede pública de saúde em Minas Gerais, em relação ao peso por idade, foi encontrado 50,0% das crianças eutróficas, 28,7% em risco nutricional, 13,2% em desnutrição, 7,5% em risco de sobrepeso e somente 0,6% apresentou sobrepeso.

No estudo realizado por Castro et al (2005), com crianças de zero a 60 meses de idade, no Vale do Rio Doce, MG, onde a determinação dos índices antropométricos peso por idade, peso por altura, altura por idade foi feita pelo critério escore-Z, considerando a referência do

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NCHS (National Center for Health Statistics), verificou-se que a maior taxa de desnutrição foi nas crianças de 1 a 2 anos, sendo 22,2% em relação a peso por idade e 33% na altura por idade.

Em relação ao estado nutricional, com base no índice antropométrico altura/idade – A/I (Figura 2), verificou-se que 64% das crianças avaliadas do gênero feminino encontram-se com estatura adequada, 36% apresentam baixa estatura e nenhuma apresentou risco de baixa estatura e alta estatura. Já nas crianças do gênero masculino, 73% apresentam estatura adequada, 27% com baixa estatura e nenhuma delas apresentou risco de baixa estatura e alta estatura.

Figura 2: Estado nutricional (A/I) de crianças atendidas em creche filantrópica na região oeste do Paraná. Cascavel, 2007.

36% 0% 64% 0% 27% 0% 73% 0% Baixa Estatura Risco de Baixa

Estatura

Estatura Adequada Alta Estatura Feminino Masculino

Fonte: Dados da pesquisa (2007).

Das 16 crianças avaliadas com idade maior ou igual a 2 anos, 5 crianças (31,25%) apresentaram baixa estatura em relação a A/I e destas, apenas uma criança apresentou risco nutricional quando relacionou-se o P/A. Das 17 crianças menores de 2 anos, 5 crianças (29,41%) apresentaram baixa estatura em relação ao índice A/I e destas, 3 apresentaram risco nutricional ou baixo peso para a idade.

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O percentual de baixa estatura encontrado neste estudo é significativo, uma vez que, em população saudável, espera-se encontrar no máximo 2,5% da população com baixa estatura (SILVA, 1996).

Segundo Cavalcante et al (2006), na análise do índice antropométrico altura por idade, verificou-se que 75,9% das crianças encontraram-se com estatura adequada. Em relação ao peso por altura, 57,5% das crianças estudadas encontravam-se eutróficas, 21,3% estavam em risco nutricional, 13,8% apresentaram desnutrição, 5,7% estavam em risco de sobrepeso e apenas 1,7% apresentou sobrepeso.

Considerando o estado nutricional pelo índice antropométrico peso/altura – P/A (Figura 3), aplicado nas crianças maiores de dois anos de idade, perfazendo um total de 16 crianças de ambos os gêneros, observou-se que, no gênero feminino, todas as crianças estão eutróficas. Já no gênero masculino, 86% encontram-se eutróficos e 14% com risco nutricional para baixo peso, sendo que nenhuma criança apresentou baixo peso e risco de sobrepeso.

Figura 3: Estado nutricional (P/A) de crianças atendidas em creche filantrópica na região oeste do Paraná. Cascavel, 2007.

0% 0% 100% 0% 0% 14% 86% 0% Baixo Peso Risco Nutricional para

Baixo Peso

Adequado/Eutrófico Risco de Sobrepeso Feminino Masculino

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Segundo Tuma, Costa e Schmitz (2005), em um estudo realizado com pré-escolares de ambos os gêneros em creches de Brasília - DF, em que foi utilizado padrão do NCHS e critérios de classificação da OMS, o perfil nutricional das crianças avaliadas em relação ao peso por altura destacou-se excesso de peso em 6,1%; já no índice altura por idade, 4,8% das crianças apresentaram déficit de estatura.

De acordo com Castro et al (2004), no estudo realizado com pré-escolares com idade de 24 a 72 meses de creches municipais de Viçosa - MG, o estado nutricional das crianças avaliadas foi considerado satisfatório. Em relação ao estado nutricional dos pré-escolares, segundo o critério escore-Z proposto no estudo, observou que 27,6% das crianças estavam em risco para desnutrição no índice peso por idade, em relação ao peso por altura, 19,5% das crianças estudadas apresentaram risco para desnutrição e na altura por idade, 14,9% delas estavam em risco para desnutrição. Em relação à obesidade, verificou-se que, no peso por idade, 6,9% das crianças apresentavam-se em risco, enquanto no índice peso por altura, 5,7% estavam em risco. Estes resultados foram diferentes dos encontrados no presente estudo, em que nenhum caso de sobrepeso foi identificado.

Em relação ao consumo alimentar verificou-se que as crianças não recebem leite materno, e sim, o leite de vaca, até os seis meses. Somente a partir dos seis meses é iniciada a alimentação complementar, em que são introduzidos chás, sucos, papinhas, sopas, e outros.

Destaca-se, neste item, a falta de informação dos responsáveis pela alimentação das crianças, pois, caso seja incluído leite de vaca na alimentação infantil antes dos 6 meses, faz-se necessário introduzir também outros alimentos mais cedo, uma vez que só o leite de vaca não consegue suprir as necessidades nutricionais das crianças, nesta fase. Também é importante que a diluição do leite de vaca seja feita até completa adaptação do organismo do bebê (EUCLYDES, 2000).

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A OMS recomenda que o bebê receba exclusivamente o leite materno até os 6 meses de idade, desde que seu crescimento e desenvolvimento estejam dentro do esperado (CTENAS; VITOLO, 1999).

Assim que a criança completar 6 meses, deve-se iniciar a alimentação complementar, oferecendo de forma lenta e gradual novos alimentos, e deve-se continuar com o aleitamento materno até os 2 anos (BRASIL, 2002).

Quando não for possível oferecer o leite materno, o mais indicado é substituí-lo por fórmulas infantis, que são especialmente modificadas para suprir às necessidades nutricionais da criança no primeiro ano de vida (CTENAS; VITOLO, 1999). Porém, a instituição onde foi realizada a presente pesquisa, não conta com recursos financeiros para aquisição de fórmulas infantis e, neste caso, oferece o leite de vaca.

Estes mesmos autores destacam que, o leite de vaca não deveria ser oferecido para a criança antes desta completar um ano, devido ser pobre em ferro, o que contribui para a incidência de anemia na criança; tem perfil de gordura inadequado, pode causar transtornos gastrintestinais e a concentração de proteínas e eletrólitos é elevada, podendo haver sobrecarga renal. Sendo assim, o mesmo deve ser diluído em proporções adequadas, porém na instituição onde foi realizada a pesquisa, não é feita a diluição.

Devido ao leite de vaca ser pobre em ferro, é necessário também fazer suplementação do mesmo a partir do segundo mês de uso, para evitar anemia, que é comum em crianças que recebem o leite de vaca antes dos seis meses de vida (CTENAS; VITOLO, 1999).

Em relação aos outros alimentos, segundo a responsável pela alimentação do local, as crianças comem de tudo, não apresentando nenhuma aversão alimentar, o que pode ser considerado um fato positivo.

Os alimentos mais consumidos, de acordo com informações da responsável pela alimentação do local, são: leite, suco natural, arroz, feijão, carne, frutas, verduras e legumes.

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Os alimentos oferecidos para as crianças de 0 até 2 anos são os mesmos oferecidos para as crianças maiores de 2 anos até 5 anos, porém a única diferença é a forma de preparo dos mesmos. Onde as crianças menores recebem os alimentos na forma pastosa, e as crianças maiores recebem os alimentos na sua consistência normal.

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CONCLUSÃO

No presente estudo, encontrou-se uma maior prevalência de baixa estatura e baixo peso, especialmente em meninos, não sendo encontrados casos de sobrepeso no grupo.

Todas as crianças recebem aleitamento artificial, principalmente o leite de vaca e de forma exclusiva, até os 6 meses de idade.

Nota-se que as crianças apresentam boa aceitação pela alimentação oferecida na creche, porém, por ser uma instituição filantrópica, que sobrevive de donativos, a pouca variedade na alimentação pode ser um fator limitante na oferta de nutrientes essenciais ao crescimento e desenvolvimento adequados, nesta fase.

Faz-se necessário promover ações educativas aos responsáveis pela alimentação das crianças, para que se possa melhorar a qualidade da dieta deste grupo, considerada vulnerável em termos nutricionais.

REFERÊNCIAS

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