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Análise de viabilidade na reforma do Hotel Itapirubá

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Academic year: 2021

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BIANCA MEDEIROS BERNARDO MARCOS VINICIUS DA ROSA RICARDO

ANÁLISE DE VIABILIDADE NA REFORMA DO HOTEL ITAPIRUBÁ

Tubarão 2019

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BIANCA MEDEIROS BERNARDO MARCOS VINICIUS DA ROSA RICARDO

ANÁLISE DE VIABILIDADE NA REFORMA DO HOTEL ITAPIRUBÁ

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientadora: Prof. Fernanda de Oliveira Dozol Lopes, Esp.

Tubarão 2019

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Dedico este trabalho primeiramente a Deus, que sem ele nada estaria acontecendo, e a todos que de alguma forma me incentivaram a continuar nessa jornada, mesmo que direta ou indiretamente.

- Bianca Medeiros Bernardo

Dedico este trabalho ao meu Deus, a Ele toda honra e glória. Dedico também a minha família, que foram minha base e meu alicerce durante o desenvolvimento do mesmo, obrigado por estarem comigo, minha eterna gratidão a vocês.

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AGRADECIMENTOS

Bianca Medeiros Bernardo

Agradeço a Deus, pela força que me proporcionou, que não me fez desistir mesmo com tantos problemas enfrentados ao decorrer do curso e por me proteger ao longo de toda a caminhada que enfrentei até aqui.

Agradeço a minha mãe, Angelita Martins Medeiros e minha irmã, Beatriz Medeiros Bernardo, por estarem sempre ali para me ajudar, e que não importava o dia, estavam sempre esperando pela minha chegada.

Agradeço também, ao meu namorado, Elias Florêncio Fernandes, pela ajuda nessa caminhada, com seu incentivo, sua paciência, suas palavras de apoio, foram fundamentais para que chegasse até aqui. Obrigada por acreditar mais em mim, que eu mesma.

Agradeço ao parceiro de TCC e amigo, desde os 5 anos de idade, pela sua incansável dedicação a esse trabalho, obrigada também pelas decisões na conclusão desta pesquisa, onde algumas levavam horas até chegar em uma conclusão, mais no fim sempre deu certo. A escolha do tema, definitivamente foi certeira, não nos veríamos fazendo outra pesquisa se não essa. Obrigada pela oportunidade.

Agradeço imensamente a professora Fernanda de Oliveira Dozol Lopes, que sem sua imprescindível paciência, seu empenho sem tamanho, não chegaríamos onde chegamos, mesmo com a ansiedade da espera da Yasmin se manteve presente, e nos ajudou em tudo que precisávamos. Obrigada de coração.

Agradecemos aos professores que de alguma forma nos apoiaram e dividiram seus conhecimentos para o estudo. Ao professor Murilo Raul Martins que nos disponibilizou seus materiais, que foram de grande valia para a elaboração desta monografia.

Agradeço também, pela Universidade e pelo seu corpo docente, que nos guiaram por toda a trajetória acadêmica.

E as pessoas que não foram citadas, se sintam agradecidas pela ajuda ou apoio ofertados no percurso de todo o curso, sou imensamente grata por tudo.

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AGRADECIMENTOS

Marcos Vinicius da Rosa Ricardo

Agradeço a Deus, pois até aqui ele tem me ajudado, e pude ver o agir e o cuidado que Ele teve comigo durante o curso, mesmo não sendo merecedor sua graça me alcançou, toda honra e glória seja dada ao Senhor.

Agradeço aos meus pais, Altair Ricardo e Ani Ricardo da Rosa, que abdicaram de muitas coisas para que pudesse alcançar meu sonho, sou eternamente grato a eles, pois quando o desânimo e o sentimento de incapacidade vieram, foram deles que vieram palavras de incentivo, fazendo com que eu não viesse a desistir. Agradeço minhas irmãs Leticia Ricardo e Michele Ricardo, pelo carinho e cuidado comigo. Agradeço também ao meu cunhado Esdras Santos, por se fazer presente quando precisei. Minha gratidão se estende as pessoas que são motivo de minha alegria diária, os meus sobrinhos Kayran, Sophia e Alice.

Agradeço a minha amiga e dupla deste trabalho, pela compreensão e parceira que tivemos, não só durante o presente estudo, pois está amizade já vem desde o pré-escolar e se perpetuou durante o ensino fundamental e médio e por fim na faculdade. Obrigado por tudo.

Agradeço muito a minha orientadora e professora Fernanda Dozol, que sempre se mostrou disposta a nós ajudar durante todo o desenvolvimento deste trabalho, exemplo de profissional, que servirá de inspiração para minha vida como profissional. Agradeço ao professor Murilo Raul Martins pelo conhecimento passado, que foi de grande valia para complementação deste trabalho.

Agradeço a todos professores da Universidade do Sul de Santa Catarina por todo aprendizado, levarei comigo para sempre. Agradeço também aos professores da Escola de Educação Básica Profº André A. de Souza, que foram eles que me incentivaram a ingressar no ensino superior.

Por fim agradeço aos meus amigos pelos momentos de alegria, e por entenderem minha ausência em alguns encontros. Em especial agradeço ao grupo de mocidade Unidos para Cristo, pelas orações e pela amizade, sou grato a Deus por ter eles em minha vida.

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“Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça” (Isaias 41-10).

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RESUMO

O presente trabalho tem por finalidade apresentar a proposta de análise de viabilidade na reforma do Hotel Itapirubá, tendo como intuito de trazer benefícios para a região do entorno, e dar uso à edificação que hoje se encontra abandonada. A revisão de literatura se deu através da utilização de materiais didáticos, e normas vigentes necessárias para que o hotel se adeque as exigências atuais. A busca de documentação foi de total importância para a conclusão da pesquisa, pois foi através dela que se tornou possível analisar o uso dos ambientes existentes. A proposta teve como ênfase o projeto arquitetônico para que se tenha conhecimento da possível reforma do hotel. Admite-se como objetivo central a decisão em manter a estrutura existente, evitando assim demolições e contribuindo consequentemente com a sustentabilidade. No entanto, foram necessárias algumas alterações, para que o imóvel viesse a se adequar à nova proposta projetual. Em relação ao uso da edificação, foram feitas mudanças quanto isso, tornando o espaço mais útil. Além da proposta de reforma, foi sugerido a implantação de um condomínio, pelo fato de o terreno possuir uma grande área e, sem uso lucrativo para o imóvel. Com esta iniciativa, os benefícios financeiros poderão suprir os gastos necessários para a reforma. As mudanças apresentadas foram pensadas afim de satisfazer a demanda em que a região necessita, para que o empreendimento tenha investimentos em todas as épocas do ano, e melhor aproveitamento do terreno, visto que está localizado a beira mar.

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ABSTRACT

This study aims to present the proposed feasibility study on reforming the Hotel Itapirubá, with the aim to bring benefits to the surrounding region, and to use the building which is now abandoned. The literature review was made through the use of teaching materials, and current regulations necessary for the hotel fits the current requirements. The search documentation was all-important for the completion of research, because it was through it that it became possible to analyze the use of existing environments. The proposal was to emphasis the architectural design so that it is aware of the possible renovation of the hotel. It is assumed as its main goal the decision to maintain the existing structure, thus avoiding demolition and consequently contribute to sustainability. However, some changes were needed to the property were to suit the new architectural design proposal. Regarding the use of the building, changes were made as this, making the space more useful. In addition to the proposed reform, the implementation of a condominium was suggested, because the ground has a large area and no profitable use for the property. With this initiative, the financial benefits may meet the expenses necessary for reform. The changes presented were designed in order to meet the demand in the region needs so that the enterprise has investments in all seasons, and better use of the land, since it is located by the sea.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1- Localização do Costão do Santinho ... 26

Figura 2 - Vista superior ... 26

Figura 3 - Mapa interativo do Costão do Santinho ... 29

Figura 4 - Vista Hotel Internacional. (a) Suíte Luxo; (a) Suíte Imperial; (c) Suíte Junior e (d) Suíte Master ... 30

Figura 5 - Vista dos apartamentos da Vila Portuguesa. (a) Superior 01; (b) Superior 02; (c) Standard; (d) Superior 03 ... 31

Figura 6 – Sustentabilidade no Costão do Santinho. (a) Estação de tratamento de efluentes e (b) Lixeiras sustentáveis ... 32

Figura 7 - Localização e vista superior Iberostar Grand Hotel Bavaro ... 33

Figura 8 - Detalhes da arquitetura ... 34

Figura 9 - Algumas opções de entretenimento. (a) Campo de golfe; (b) Piscina; (c) e (d) Diferentes tipos de restaurantes; e (f) SPA ... 34

Figura 10 - Vista das varandas dos quartos. (a) Vista para o jardim; (b) vista para o mar; e (c) vista para a piscina ... 35

Figura 11 - Alocação dos ambientes... 36

Figura 12 - Mapa de localização do município da área da proposta ... 38

Figura 13 - Mapa de localização da área da proposta... 38

Figura 14 - Acesso viário ... 39

Figura 15 - Dunas bloqueando a via ... 39

Figura 16 - Principal via de acesso imediato ao Hotel ... 40

Figura 17 - Esgotamento sanitário adequado ... 41

Figura 18 - Vistas ao entorno ... 43

Figura 19 - Disposições das áreas ao entorno ... 43

Figura 20 - Limites da faixa da Marinha ... 45

Figura 21- Mapa de zoneamento ... 46

Figura 22 - Vista superior da área da proposta com ângulos das fotografias ... 48

Figura 23 - Vista com ângulos das fotografias ... 49

Figura 24 - Fachada principal (a) projeto; (b) atual ... 50

Figura 25 - Fachada lateral do bloco principal (a) projeto; (b) atual ... 51

Figura 26 - Planta baixa térreo conforme projeto ... 52

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Figura 28 - Planta baixa 1º andar atual ... 53

Figura 29 - Planta baixa suítes tipo ... 53

Figura 30 - Planta baixa suíte tipo e suítes ... 54

Figura 31 - Fachada principal Anexo (a) projeto; (b) atual ... 54

Figura 32 - Fachada lateral anexo (a) projeto; (b) atual ... 55

Figura 33 - Planta baixa pavimentos do Bloco Anexo ... 56

Figura 34 - Vista aérea do terreno ... 57

Figura 35 - Topografia da área da proposta ... 58

Figura 36 - Mapeamento das patologias referente ao pavimento térreo do Bloco Principal .... 59

Figura 37 - Mapeamento das patologias referente ao pavimento térreo do bloco anexo ... 59

Figura 38 - Mapeamento dos problemas patológicos referente ao 2º pavimento do bloco anexo ... 60

Figura 39 - Fissuras e trincas na edificação analisada (a) por compressão; (b) falta de verga; (c) por torção. ... 61

Figura 40 - Infiltrações na edificação analisada ... 62

Figura 41 – Bolores na edificação analisada ... 63

Figura 42 - Eflorescências na edificação analisada ... 64

Figura 43 - Pilares e vigas com corrosão na edificação analisada... 66

Figura 44 - Implantação da área da proposta ... 67

Figura 45 - Alocação dos ambientes andar térreo Bloco Principal ... 68

Figura 46 - Alocação dos ambientes 1º andar bloco principal ... 69

Figura 47 - Andar tipo ... 69

Figura 48 - Organograma referente ao lazer/social ... 73

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Movimento estimado de turistas de janeiro a março de 2012 ... 21 Tabela 2 - Receita estimada em reais de janeiro a março de 2012 ... 21 Tabela 3 - Taxa de ocupação da rede hoteleira de janeiro a março de 2012 ... 22

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Categorias dos hotéis ... 24

Quadro 2 – Detalhamento dos apartamentos pertencentes a Vila Portuguesa ... 27

Quadro 3 - Detalhamento dos leitos pertencentes ao Hotel Internacional ... 28

Quadro 4 - Dimensões mínimas de cômodos para edifícios de habitação coletiva ... 47

Quadro 5 - Dimensões mínimas de vagas de estacionamento ... 47

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 17 1.1 PROBLEMÁTICA E JUSTIFICATIVA ... 17 1.2 OBJETIVOS ... 18 1.2.1 Objetivo geral ... 18 1.2.1.1 Objetivos específicos ... 18

1.3 RELEVÂNCIA CIENTÍFICA E SOCIAL DO ESTUDO ... 19

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 20

2.1 HISTÓRICO HOTELEIRO ... 20

2.1.1 No Brasil ... 20

2.1.2 Na região ... 21

2.2 DADOS HISTÓRICOS DO HOTEL ITAPIRUBÁ ... 22

2.3 CLASSIFICAÇÃO DOS HOTÉIS ... 22

2.4 REFERENCIAIS PROJETUAIS ... 25

2.4.1 Costão do Santinho ... 25

2.4.1.1 O empreendimento ... 25

2.4.1.2 Ficha técnica ... 27

2.4.1.3 Estrutura ... 27

2.4.1.4 Análise dos ambientes ... 29

2.4.1.5 Motivo da escolha... 31

2.4.1.5.1 Pontos negativos ... 32

2.4.1.5.2 Pontos positivos ... 32

2.4.2 Iberostar Grand Hotel Bavaro ... 33

2.4.2.1 O empreendimento ... 33

2.4.2.2 Estrutura ... 33

2.4.2.3 Análise dos ambientes ... 35

2.4.2.4 Motivo da escolha... 35

2.4.2.4.1 Pontos positivos ... 37

2.4.2.4.2 Pontos negativos ... 37

2.5 ANÁLISE DA ÁREA DA PROPOSTA... 37

2.5.1 Localização ... 37

2.5.2 Acesso viário ... 38

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2.5.3.1 Abastecimento de energia ... 40 2.5.3.2 Saneamento básico ... 40 2.5.3.3 Transporte público ... 41 2.5.3.4 Educação... 41 2.5.3.5 Saúde ... 42 2.5.4 Análise do entorno ... 42 2.5.5 Legislação ... 44

2.5.5.1 Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina ... 44

2.5.5.2 Lei da Marinha ... 44

2.5.5.3 Análise do plano diretor ... 45

2.5.5.3.1 O Zoneamento, Uso e Ocupação do Solo ... 45

2.5.5.3.2 Código de obras ... 46

2.5.6 Cadastro das edificações existentes ... 48

2.5.6.1 Cadastro arquitetônico ... 50

2.5.6.2 Orientação solar ... 56

2.5.6.3 Topografia ... 57

2.5.7 Análise das manifestações patológicas... 58

2.5.7.1 Problemas patológicos ... 58 2.5.7.1.1 Fissuras e trincas ... 60 2.5.7.1.2 Infiltração ... 61 2.5.7.1.3 Bolor ... 62 2.5.7.1.4 Eflorescência ... 63 2.5.7.1.5 Corrosão ... 65 2.6 ESTUDOS PRELIMINARES ... 66 3 METODOLOGIA DA PESQUISA ... 70 3.1 A PESQUISA CIENTÍFICA ... 70 3.2 TIPO DE PESQUISA ... 70

3.3 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS ... 71

4 PROPOSTA PROJETUAL ... 72 4.1 PROGRAMA DE NECESSIDADES ... 72 4.2 ORGANOGRAMA ... 73 4.3 INTENÇÕES DO PROJETO ... 74 5 CONCLUSÃO ... 75 REFERÊNCIAS ... 77

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1 INTRODUÇÃO

As cidades de Laguna e Imbituba que estão localizadas no sul do estado de Santa Catarina, tem por tradição receber muitos turistas durante o ano, devido a suas belas praias que costeiam a orla dos municípios, deixando assim, o número de hóspedes elevados nos hotéis e pousadas nas temporadas de verão. Por se tratar de uma região turística, possui uma vasta rede hoteleira, segundo a pesquisa sobre o perfil do turista na temporada, realizada pela Federação do Comércio de Bens Serviços e Turismo de Santa Catarina (FECOMÉRCIO) no ano de 2018, a hospedagem de turistas em hotéis ficou em 2º lugar, perdendo apenas para os imóveis alugados para temporadas, com uma diferença aproximada de 2%.

Neste trabalho, será analisado a viabilidade da reforma do Hotel Itapirubá, fazendo-se um estudo crítico quanto a situação atual da sua arquitetura e de fazendo-seus problemas patológicos existentes, para poder constatar de forma mais precisa a real factibilidade do intento.

A edificação que será analisada possui demarcações bem próximas aos limites territoriais entre os municípios de Imbituba e Laguna, no entanto, localiza-se no bairro de Itapirubá, pertencente à Laguna, apesar de culturalmente estar mais coesa à cidade de Imbituba.

1.1 PROBLEMÁTICA E JUSTIFICATIVA

A cidade de Imbituba atrai turistas de todo o mundo, em especial na estação do verão em virtude das belas praias, possuindo boas ondas para a práticas de esportes, como surf e kitesurf. Além disso, o município é capital nacional do berçário da Baleia Franca, tendo um dos observatórios de melhor visualização em Itapirubá, bairro onde está localizado também o Instituto Australis1 e a construção a ser analisada. Por esse motivo, também há presença de viajantes no inverno, sendo a época em que as baleias migram para esta região, fugindo do

rigoroso frio da Antártida, pois nesta região o clima é mais propenso para o acasalamento. Sendo assim, há existência de visitantes em ambas estações.

Além das características naturais que atraem turistas conforme citado anteriormente, existem anseios pessoais dos autores deste trabalho em analisar a edificação a ser estudada, que atualmente encontra-se abandonada e sem funcionamento, por má

1 O Instituto Australis é uma entidade civil sem fins lucrativos criada em 2015 para auxiliar na manutenção das

atividades do programa de pesquisa e conservação da baleia franca – Projeto Baleia Franca, tendo a sede operacional na Praia Norte de Itapirubá, em Imbituba SC.

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administração do último proprietário. O Hotel Itapirubá foi um grande marco para a cidade, pois foi o primeiro hotel de grande porte, no litoral de Santa Catarina.

Entende-se que apesar da localização privilegiada à beira mar, a edificação se apresenta com um potencial desperdiçado pela falta de uso. Além disso, um dos autores reside próximo ao hotel, e percebe como morador e como acadêmico em engenharia civil o desperdício em potencial daquelas estruturas abandonadas e sem utilização há mais de 15 anos. O empreendimento a ser examinado está rodeado por praias, lagoas e dunas, possuindo boa localização e sendo notório seu potencial turístico. Portanto, surge o

questionamento sobre a existência de viabilidade em se reformar a edificação hoteleira de Itapirubá, em um estudo realizado em 2019, quanto aos aspectos arquitetônicos e patológicos.

1.2 OBJETIVOS

Neste item, será abordado os objetivos a serem alcançados no desenvolver da pesquisa.

1.2.1 Objetivo geral

Avaliar a viabilidade na reforma do Hotel Itapirubá, analisando sua forma arquitetônica e estrutural, fazendo com que o edifício possa voltar a funcionar parte como hotel e outra como apartamentos residenciais.

1.2.1.1 Objetivos específicos

a. Investigar o histórico da edificação;

b. Pesquisar e analisar referenciais projetuais;

c. Definir quais são as necessidades atuais para o imóvel; d. Definir o cadastro arquitetônico da edificação existente;

e. Analisar o terreno e seu entorno, sua orientação solar e topografia; f. Descrever e respeitar as normas que regem a área;

g. Identificar as manifestações patológicas existentes na edificação e propor soluções; h. Desenvolver diretrizes para a proposta projetual.

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1.3 RELEVÂNCIA CIENTÍFICA E SOCIAL DO ESTUDO

Tratar da recuperação de um imóvel com dupla função, hotel e apartamentos para locação, trata-se de algo socialmente relevante, pois, a região de inserção do empreendimento possui características turísticas inquestionáveis e a necessidade de edificações com este objetivo é de fundamental importância para o crescimento regional.

Ao mesmo tempo, quando profissionais da Engenharia Civil e Arquitetura, reúnem-se para estudar e repensar o imóvel e sua utilização, possibilitam a geração de discussões acadêmicas e científicas que poderão impulsionar novos empreendimentos com essas características. Essa é a relevância científica do estudo.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo, será abordado conceitos que servirão como base para a elaboração da proposta projetual.

2.1 HISTÓRICO HOTELEIRO

Segundo Andrade (1999), o comércio é o responsável pelas formas mais antigas de hospedagem, desde a Antiguidade. O turismo teve uma reviravolta drástica somente após a Segunda Guerra Mundial, onde passou a ser um grande marco na economia dos países, e principalmente nos países desenvolvidos.

2.1.1 No Brasil

A movimentação hoteleira no Brasil se deu na era colonial, devido a necessidade de hospedagem dos viajantes que passavam pelas cidades, que geralmente se acomodavam em fazendas, conventos ou ranchos à beira de estradas. Com a chegada da corte real portuguesa em 1808, no Rio de Janeiro, acarretou no aumento do fluxo de pessoas estrangeiras no país, fazendo com que ocorresse aberturas de casas de pensão, tavernas e hospedarias. (ANDRADE, 1999).

Em decorrência da ausência de hotéis no Rio de Janeiro no início do século XX, fez com que o governador do estado criasse o Decreto nº 1160, de 23 de dezembro de 1907, que permitia a isenção de impostos municipais por sete anos, para os primeiros cinco hotéis que viesse a se instalar no Rio de Janeiro. O primeiro grande hotel da cidade teve sua inauguração em 1908 e denominava-se Avenida, possuindo 220 apartamentos. A partir do ano de 1930, teve início a instalação de hotéis de grande porte no Brasil tendo como principal atrativo os cassinos, que tinham seu funcionamento nas próprias dependências do hotel. Em virtude da proibição dos jogos de azar no ano de 1946, muitos hotéis tiveram que encerrar suas atividades. (id ibid.). Com a criação do Instituto Brasileiro de Turismo (EMBRATUR) e do Fundo Geral de Turismo (FUNGETUR), ressurgiram os incentivos fiscais, propiciando melhorias no setor. A chegada de redes hoteleiras internacionais no Brasil se deu entre os anos de 1960 a 1970, apontando uma nova fase da hotelaria no país. (id ibid.).

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2.1.2 Na região

Os primeiros empreendimentos hoteleiros vieram a surgir na região de Florianópolis, capital de Santa Catarina por volta do século XIX devido à alta demanda de pessoas que chegavam a cidade, em razão da rede portuária. (SANTOS, 2008).

O historiador Osvaldo Cabral (1979), apresenta os primeiros hotéis pioneiros na região, dentre eles: o Hotel do Comércio (1850); o Hotel Brasil (1856); o Hotel do Vapor (1857) e o Hotel Trajano (1876). (CABRAL, 1979 apud SANTOS, 2008).

Com a construção da BR-101 em 1960, e abertura do aeroporto Hercílio Luz em 1976, o desenvolvimento hoteleiro das cidades da região sul do estado começou a ocorrer, e a partir de então, de forma contínua. (id ibid.).

Em 1965 foi fundada em Florianópolis a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Santa Catarina (ABIH) com o intuito de contribuir para desenvolvimento da hotelaria e do turismo no estado.

As empresas internacionais hoteleiras só vieram a investir no estado de Santa Catarina em 1995, com o Hotel Pathernon sendo o primeiro a se instalar.

Os dados que constam na tabela 1, mostram a movimentação estimada de turistas no ano de 2012 no estado de Santa Catarina nos meses de janeiro a março, podendo então concluir que foi um ano positivo para o estado, conforme dados apresentados na tabela 2, da receita estimada em reais.

Tabela 1 - Movimento estimado de turistas de janeiro a março de 2012

ORIGEM JANEIRO FEVEREIRO MARÇO

Nacionais 2.292.902 2.148.863 1.567.152

Estrangeiros 251.348 167.752 82.692

TOTAL 2.544.250 2.316.615 1.649.844

Fonte: SANTUR, 2012, p. 6.

Tabela 2 - Receita estimada em reais de janeiro a março de 2012

ORIGEM JANEIRO FEVEREIRO MARÇO

Nacionais R$ 1.348.807.199,27 R$ 1.086.589.331,95 R$ 606.746.989,01

Estrangeiros R$ 220.620.218,76 R$ 286.035.268,80 R$ 91.120.005,37

TOTAL R$ 1.569.427.418,03 R$ 1.372.624.600,75 R$ 697.866.994,38 Fonte: SANTUR, 2012, p. 7.

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Na tabela 3, é apresentado a taxa de ocupação da rede hoteleira no município de Laguna nos meses de janeiro a março do ano 2012, resultando uma taxa média aproximada de 63% das vagas da rede hoteleira da cidade que estão preenchidas durante este período.

Tabela 3 - Taxa de ocupação da rede hoteleira de janeiro a março de 2012

JANEIRO FEVEREIRO MARÇO

TAXA (%) 72,21 77,04 37,94

Fonte: LAGUNA, 2012, p. 8.

2.2 DADOS HISTÓRICOS DO HOTEL ITAPIRUBÁ

Em 1976 foi inaugurado o hotel Itapirubá, o primeiro de grande porte do litoral de Santa Catarina, possuindo uma área total do terreno de 58.080m², e um edifício com 15 mil m², possuindo 213 apartamentos. O hotel foi construído pelo diretor presidente do grupo Battistella, o senhor Emílio F. Battistella, que devido a construção do empreendimento, despertou ao longo dos anos maior atração de moradores para o bairro.

No final da década de 90, o empreendimento foi tomado pelo banco como forma de pagamento, referente a uma dívida não paga pelo Hotel.

No ano 2002, o Hotel foi adquirido por empresários da capital catarinense, foi então que a edificação passou pela sua primeira reforma, sendo investidos 700 mil reais (PANROTAS, 2003). Em 2004 os empresários decidiram vender o Hotel passando sua posse para um ex-funcionário da Rede Globo, onde bastaram apenas sete meses após a venda para que o empreendimento viesse a falência, devido a sua má administração encerrando suas atividades no mesmo ano.

Após 15 anos da sua inatividade e na situação de abandono que se encontra, o Hotel Itapirubá continua imponente e dominando a paisagem, mas num aspecto degradante a área a beira mar, sendo que ao torná-lo passível de utilização poderá se tornar, novamente, um ponto turístico para aqueles que visitam o bairro.

2.3 CLASSIFICAÇÃO DOS HOTÉIS

O Ministério do Turismo (2018) traz várias classificações de hospedagem como Hotel, Resort, Hotel Fazenda, Cama e Café, Hotel Histórico, Pousada e Flat/Apart. Mas, como

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o principal tema deste trabalho é a reforma de um hotel, iremos abranger com mais detalhes o empreendimento classificado como Hotel. Segundo o Ministério do Turismo (2018), hotel é um estabelecimento com serviço de recepção, alojamento temporário, com ou sem alimentação, ofertados em unidades individuais e de uso exclusivo do hóspede, mediante cobrança de diária.

O Sistema Brasileiro de Classificação de Meios de Hospedagem (2018), define como categorias de 1 a 5 estrelas. Quando o hotel conter uma estrela terá requisitos mínimos como, infraestrutura, serviços e sustentabilidade. Caso houver o acréscimo de estrelas deverão ser acrescidos outros requisitos, conforme quadro 1. A ideia de proposta dos autores para este estudo se encaixa na classificação de 3 estrelas.

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Quadro 1 - Categorias dos hotéis

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2.4 REFERENCIAIS PROJETUAIS

Neste tópico será abordado dois referencias projetuais fazendo-se uma análise breve de cada um deles.

2.4.1 Costão do Santinho

Costão do Santinho é um resort localizado em uma praia semi-privativa no norte da ilha de Santa Catarina, atraindo turista de todo o mundo em decorrência de sua boa estrutura, e localização privilegiada a beira mar.

2.4.1.1 O empreendimento

O Hotel Costão do Santinho Resort & Spa está localizado em Florianópolis, capital do estado de Santa Catarina, conforme apresentado na figura 1. O Hotel possui uma ampla estrutura hoteleira, contando com 14 Vilas Portuguesas além do Hotel Internacional, onde pode-se obpode-servar na figura 2. Em 2003, o Hotel foi considerado o maior e melhor resort de praia do Brasil daquele ano, segundo o prémio Caio2.

2 O prêmio Caio é um produto da Revista Eventos, que é gerido por um conselho diretor, composto por diversos

órgãos do segmento de hotelaria, e tem como objetivo promover o marketing à disposição das empresas. O nome do prêmio é em homenagem a Caio Alcântara Machado, profissional pioneiro na área de eventos e feiras de negócio.

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Figura 1- Localização do Costão do Santinho

Fonte: Google Earth, 2019.

Figura 2 - Vista superior

Fonte: Costão do Santinho Resort & Spa, adaptado pelos autores, 2018.

Hotel Internacional

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2.4.1.2 Ficha técnica

- Empreendimento: Costão do Santinho Resort & Spa - Localização: Florianópolis/SC

- Arquiteto: André Schmitt

- Inauguração: 13 de dezembro de 1991 - Status: Construído, em funcionamento

- Materiais construtivos: Alvenaria, concreto e madeira. (COSTÃO DO SANTINHO RESORT & SPA, 2018).

2.4.1.3 Estrutura

De forma simplificada, o hotel está divido em dois locais principais sendo eles a Vila Portuguesa onde constam 695 apartamentos, e o Hotel Internacional que possui 1898 leitos (REVISTA EVENTOS, 2018). Nos quadros 2 e 3, pode-se observar os detalhes de cada ambiente, quanto à sua metragem, capacidade e dentre outros aspectos.

Quadro 2 – Detalhamento dos apartamentos pertencentes a Vila Portuguesa

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Quadro 3 - Detalhamento dos leitos pertencentes ao Hotel Internacional

Fonte: Costão do Santinho Resort & Spa, adaptado pelos autores, 2018.

Além dos ambientes para hospedagens, o hotel possui áreas de lazer como piscinas, parque para crianças e SPA, também há local dedicado a eventos, tendo ambientes que suporta de vinte a quatro mil pessoas. O complexo de eventos é composto pelo Espaço Tuguá, Tenda Tuguá, Salão Cascaes, Salão Açores, Salas de Apoio, Praça de Exposição e Espaço Praça Vila do Porto. Conforme apresentado na figura 3. (COSTÃO DO SANTINHO RESORT & SPA, 2018).

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Figura 3 - Mapa interativo do Costão do Santinho

Fonte: Costão do Santinho Resort & Spa, 2018.

2.4.1.4 Análise dos ambientes

Neste tópico serão analisados os ambientes, iniciando pelas suítes pertencentes ao bloco do Hotel Internacional, em seguida os apartamentos da Vila Portuguesa.

Como mencionado anteriormente, o bloco Hotel Internacional possui 1898 suítes composto pelos seguintes tipos: Suíte Imperial possuindo dois dormitórios com sacada, living room, dois banheiros, cozinha e área de serviço com máquina de lavar; Suíte Master possuindo um dormitório com living room, um banheiro com hidromassagem, minicozinha com micro-ondas; Suíte Junior possuindo um dormitório, um banheiro com hidromassagem; e Suíte Luxo possuindo dois dormitórios com sacada, living room, um banheiro, cozinha e área de serviço

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com máquina de lavar. Na figura 4 são apresentadas as principais vistas de cada suíte do Hotel Internacional.

Figura 4 - Vista Hotel Internacional. (a) Suíte Luxo; (a) Suíte Imperial; (c) Suíte Junior e (d) Suíte Master

Fonte: Costão do Santinho Resort & Spa, 2018.

A Vila Portuguesa, possui 695 apartamentos divididos em 14 blocos, os apartamentos são dos seguintes tipos: Apartamento Standart possuindo um dormitório, um

banheiro e frigobar, sendo a principal vista do apartamento a mata nativa; Apartamento Superior 1 possuindo um dormitório, living room, sala de jantar, um banheiro,

cozinha, churrasqueira e área de serviço, a vista do apartamento é para mata nativa; Apartamento Superior 2 possui dois dormitórios, sacada, sala de estar e jantar, um banheiro, cozinha, churrasqueira e área de serviço, a sacada tem vista de frente para o mar e o Apartamento Superior 3 possui três dormitórios com sacada, living room, sala de jantar, um banheiro, cozinha, churrasqueira e área de serviço, a sacada tem vista de frente para o mar. Na figura 5 é possível observar a vista de cada apartamento.

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Figura 5 - Vista dos apartamentos da Vila Portuguesa. (a) Superior 01; (b) Superior 02; (c) Standard; (d) Superior 03

Fonte: Costão do Santinho Resort & Spa, 2018.

2.4.1.5 Motivo da escolha

A escolha deste edifício como referencial se deu pela sua localização ser a beira mar, sua funcionalidade estrutural sendo parte apartamentos e outra leitos, e seu modo administrativo na forma de pool hoteleiro3, tornando-se a ideia semelhante à intenção da proposta projetual dos autores deste trabalho. Outro fator que fez com que este referencial fosse escolhido, foi devido a sua atenção ao meio ambiente, onde o mesmo disponibiliza de uma estação própria de tratamento de efluentes apresentado na figura 6 (a), que resulta num índice de pureza acima de 98% permitindo assim, a reutilização da água para irrigação de campo de futebol, dos jardins e lavagem de áreas abertas. Possui também um programa de gerenciamento de resíduos, que passam por um processo de triagem depois de coletados e separados são encaminhados a um local apropriado. Em toda área do hotel há lixeiras com normatização a âmbito internacional, apresentado na figura 6 (b). Além disso, o Hotel juntamente com escolas

3 Pool hoteleiro é um sistema associativo em que os proprietários de unidades de um empreendimento imobiliário

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e universidades da região, efetuam regularmente projetos que visam a conscientização sobre a questão ambiental, que por sua vez, é um tema relevante para a sociedade.

Figura 6 – Sustentabilidade no Costão do Santinho. (a) Estação de tratamento de efluentes e (b) Lixeiras sustentáveis

Fonte: Costão do Santinho Resort & Spa, 2018.

2.4.1.5.1 Pontos negativos

a) A lentidão dos acessos que levam até o hotel em época de verão;

b) Não há apartamentos com acessibilidade para portadores de necessidades especiais;

c) Móveis de alguns ambientes são ultrapassados.

2.4.1.5.2 Pontos positivos

a) Sua estrutura hoteleira diversificada que abrange diversos públicos;

b) A maneira com que foi disposto as suítes do hotel internacional, priorizando a vista para o mar.

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2.4.2 Iberostar Grand Hotel Bavaro

A seguir será apresentado mais um referencial projetual, que possui diferentes características por ser um Hotel Internacional, onde serão abordadas algumas ideias para a proposta final deste trabalho.

2.4.2.1 O empreendimento

O Iberostar Grand Hotel Bavaro fica localizado no bairro de Bavaro na cidade de Punta Cana na República Dominicana (FIGURA 7), e pertence ao Grupo Iberostar, que possui hotéis por todo o mundo, inclusive no Brasil.

Figura 7 - Localização e vista superior Iberostar Grand Hotel Bavaro

Fonte: (a) Google Maps, 2018; (b) Iberostar Grand Bavaro, adaptado pelos autores, 2018.

2.4.2.2 Estrutura

O Iberostar Grand Hotel Bavaro é um hotel 5 estrelas, destinado somente para hóspedes adultos. Possui um design com inspiração na arquitetura greco-romana, com cuidados em todos os detalhes observados na figura 8. Oferece um total de 272 suítes, com 12 grandes suítes à beira mar, 19 com acesso direto à piscina a partir de seus terraços, e 241 suítes com vista para o mar ou jardim.

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Figura 8 - Detalhes da arquitetura

Fonte: Iberostar Grand Bavaro, 2018.

O empreendimento disponibiliza como forma de entretenimento, três piscinas, academia, esportes aquáticos, atividades organizadas ao longo do dia, SPA, entre outros como ilustra na figura 9. Apresenta também várias opções na área da gastronomia, onde há restaurantes à la carte, à beira-mar e buffet internacional.

Figura 9 - Algumas opções de entretenimento. (a) Campo de golfe; (b) Piscina; (c) e (d) Diferentes tipos de restaurantes; e (f) SPA

Fonte: Iberostar Grand Bavaro, 2018.

Os clientes podem desfrutar das mais variadas ofertas com o plano All Inclusive, que dentro de um pacote único está praticamente tudo incluso, somente alguns itens são cobrados separadamente.

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2.4.2.3 Análise dos ambientes

Cada um dos quartos dá o direito a um mordomo, duas camas de casal ou cama king size, jacuzzis para duas pessoas no quarto, banheiras de mármore, minibar abastecido ao gosto do cliente, como também cafeteira, cofre, TV LCD, DVD player, base para iPod/MP3 player, Wi-Fi, dentre outros itens. A diferença dos quartos são as vistas, onde o hóspede escolhe se quer uma vista para o jardim, para o oceano ou piscina como mostra a figura 10.

Figura 10 - Vista das varandas dos quartos. (a) Vista para o jardim; (b) vista para o mar; e (c) vista para a piscina

Fonte: Iberostar Grand Bavaro, 2018.

2.4.2.4 Motivo da escolha

É possível observar a semelhança entre o Iberostar Grand Hotel Bavaro e o Hotel Itapirubá, tema desta pesquisa, pois ambos têm sua localização a beira mar, e sua edificação é mais horizontal, possuindo poucos andares não prejudicando a entrada do sol nas praias.

Como demonstra a figura 11, o modo como foi executado a alocação dos ambientes, sua boa forma de aproveitamento dos espaços, irá ser levado em conta para a proposta, realçando como neste referencial, a natureza já existente. Um outro ponto que poderá ser levado em consideração é o pacote All Inclusive, onde o hóspede pode ter a opção de ter todos os

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atributos oferecidos pelo hotel pagos, sem ter que se preocupar com gastos no final de sua estadia.

Figura 11 - Alocação dos ambientes

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2.4.2.4.1 Pontos positivos

A estrutura dos quartos tem um bom aproveitamento das paisagens, com as grandes janelas que possuem, deixando o ambiente mais iluminado e acolhedor. Os detalhes com árvores, plantas no entorno da sua entrada remete a um local praiano.

2.4.2.4.2 Pontos negativos

Como pontos negativos, foi observado a limitação de idade dos hóspedes, por ser um hotel destinado somente a adultos. E, por ser um hotel de luxo, há regras de vestimentas, onde só será permitida a entrada de roupas smart casual.

2.5 ANÁLISE DA ÁREA DA PROPOSTA

A análise da área da proposta tem por objetivo conhecer afundo todas as qualidades e condicionantes que o terreno e o entorno poderão vir a proporcionar, tornando este estudo de suma importância, pois, esta etapa é antecessora a proposta de projeto.

2.5.1 Localização

A área da proposta a ser analisada, está localizada no Brasil, no sul do estado de Santa Catarina, mais precisamente no município de Laguna, no bairro de Itapirubá as margens da beira mar como apresentado na figura 12. O terreno da área da proposta possui grande extensão tendo sua área de 58.080,00 m², possibilitando assim, inúmeras propostas para destinação da área (FIGURA 13).

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Figura 12 - Mapa de localização do município da área da proposta

Fonte: Linheira, 2013.

Figura 13 - Mapa de localização da área da proposta

Fonte: Google Maps, adaptado pelos autores, 2018.

2.5.2 Acesso viário

O Hotel Itapirubá possui dois acessos viários representado na figura 14, sendo um pelo acesso sul do bairro, que por sua vez é o mais utilizado devido a estrada ser pavimentada, e o outro é pelo acesso norte, caminho alternativo utilizado geralmente quando o vento nordeste

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na região é forte, transportando assim as areias das dunas para a via, por essa razão a passagem de veículos é bloqueada, tornando o acesso norte como a única opção (FIGURA 15). Na figura 16 é apresentada a principal via que direciona o acesso imediato até o hotel.

Figura 14 - Acesso viário

Fonte: Google Maps, adaptado pelos autores, 2018.

Figura 15 - Dunas bloqueando a via

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Figura 16 - Principal via de acesso imediato ao Hotel

Fonte: Acervo dos autores, 2018.

2.5.3 Infraestrutura

A infraestrutura do bairro da edificação em estudo é um item bem prejudicado, em razão da “guerra” por demarcação territorial entre os municípios de Imbituba e Laguna que se arrastam durante anos, afetando assim o desenvolvimento do bairro. Essa disputa territorial parece ter chegado ao fim, pois segundo a Prefeitura Municipal de Laguna, o Tribunal de Justiça determinou os marcos demarcatórios, restando agora que os municípios envolvidos cumpram a decisão ordenada.

2.5.3.1 Abastecimento de energia

O sistema de distribuição de energia e iluminação pública é fornecido pelas Centrais Elétricas de Santa Catarina S.A (CELESC) que é órgão responsável por fazer os serviços de distribuição de energia na região.

2.5.3.2 Saneamento básico

O abastecimento de água em Itapirubá é feito parte pela Prefeitura de Imbituba tendo a Serrana Engenharia como empresa terceirizada responsável, e outra parte do bairro é atendida pela Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (CASAN) empresa contratada pela Prefeitura de Laguna.

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O sistema de coleta de lixo é prestado por ambas prefeituras, passando no bairro para recolher os resíduos duas vezes na semana.

Conforme apresentado na figura 17, é observado que 68,3% do esgotamento sanitário em Laguna é adequado. Na edificação da proposta, não existe sistema de coleta de tratamento de esgoto, grande parte das edificações no entorno possuem fossa, filtro e sumidouro.

Figura 17 - Esgotamento sanitário adequado

Fonte: IBGE, 2010.

2.5.3.3 Transporte público

O transporte público em Itapirubá é prestado tanto pela Prefeitura de Laguna quanto a de Imbituba, tendo como empresa responsável a Lagunatur e Santo Anjo, respectivamente.

2.5.3.4 Educação

Dentre todas as escolas de ensino fundamental e médio existentes em Laguna, nenhuma dessas unidades de ensino são localizadas no bairro de Itapirubá, sendo assim, os estudantes precisam se deslocar ao bairro vizinho de Roça Grande pertencente a Imbituba para ter acesso ao ensino escolar.

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Quanto ao acesso ao ensino superior público, Laguna dispõe da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), no ensino privado possui o Centro Universitário Leonardo da Vinci (UNIASSELVI) e entre outras universidades neste mesmo segmento.

2.5.3.5 Saúde

A população do bairro Itapirubá conta com uma unidade básica de saúde (UBS) que pertence a Imbituba, os moradores que não tiverem suas necessidades atendidas pela mesma são transferidos ao Hospital São Camilo, localizado também em Imbituba, mas se preferirem podem ir ao Hospital de Caridade Senhor Bom Jesus dos Passos em Laguna.

2.5.4 Análise do entorno

No entorno da área da proposta o uso predominante é de residências, sendo que algumas são pousadas, restaurantes, e comércios de modo geral. Na figura 18, pode-se observar os visuais ao redor do Hotel. Saindo do entorno imediato e analisando o bairro da edificação estudada, na figura 19, pode-se observar a localização do Posto Policial, e do Projeto Baleia Franca, bem como às áreas residenciais, comerciais e de pousada. Quanto a tipologia das edificações existentes, em sua grande maioria são construções em alvenaria.

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Figura 18 - Vistas ao entorno

Fonte: Google Maps, alterado pelos autores, 2018.

Figura 19 - Disposições das áreas ao entorno

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2.5.5 Legislação

Para a realização da análise da área da proposta, é importante que inicialmente se tenha conhecimento das legislações que regem o local, para que a proposta de projeto a ser desenvolvida venha estar em um estado perfeito de compatibilização com a legislação atuante.

2.5.5.1 Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina

Para a elaboração deste trabalho, consultou-se a Lei nº 16.157 de 2013 que trata sobre as normas e os requisitos mínimos para a prevenção e segurança contra incêndio e pânico para todos os imóveis localizados no estado de Santa Catarina. Residências unifamiliares estão isentas quanto ao disposto nesta Lei. O Corpo de Bombeiros de cada cidade tem a função de avaliar cada edificação, se atenderem todas as instruções normativas prescritas pelo órgão, o alvará de construção, habite-se ou de funcionamento é liberado.

2.5.5.2 Lei da Marinha

Conforme cita a Lei 9.760, de 5 de setembro de 1946, dispõe sobre os bens imóveis da União e dá outras providências, tendo inclusos nos bens os terrenos de marinha e seus acrescidos que são aqueles que estiverem formado, natural ou artificialmente, para o lado do mar ou dos rios e lagoas. A seção II do Art. 2, diz que são considerados terrenos da marinha aqueles que estiverem dentro do perímetro de 33 metros de distância na horizontal, medidos horizontalmente para a parte da terra.

Na figura 20, é representado os limites da faixa da marinha, e pode-se observar que uma pequena parte da área do terreno da proposta pertence a marinha. Por isso também se consultou esta legislação para a elaboração deste trabalho. O serviço do patrimônio da União (SPU) tem a função de determinar a posição da linha preamar médio, que considera as marés máxima do ano de 1831.

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Figura 20 - Limites da faixa da Marinha

Fonte: Google Maps, adaptado pelos autores, 2018.

2.5.5.3 Análise do plano diretor

A lei complementar nº 268 de 11 de dezembro de 2013 institui o plano diretor municipal estabelecendo formas para melhorar o planejamento da cidade de Laguna, este plano é composto por inúmeras leis, entre elas estão o Art. 3º inciso III refere-se a Lei de Zoneamento e Uso e Ocupação do Solo, sendo que seu principal objetivo é impedir com que a cidade venha crescer de forma desordenada e fazendo uso indevido do solo. (PREFEITURA MUNICIPAL DE LAGUNA, 2013). Para esta análise serão analisados tanto o Art. 3º inciso III citado anteriormente, quanto o Art. 3º inciso IV da Lei do Código de Obras.

2.5.5.3.1 O Zoneamento, Uso e Ocupação do Solo

Segundo a Lei 1.658 de 2013, o Zoneamento, Uso e Ocupação do Solo de Laguna é dividido pelas macrozonas, áreas, setores e zonas, proporcionando assim uma melhor distribuição de toda área territorial da cidade. De acordo com a figura 21 é possível identificar que a área da proposta está inserida na zona residencial 2, nesta zona é permitido habitação

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unifamiliar, habitação coletiva horizontal e vertical, uso institucional, uso comunitário, comércio e serviço vicinal de bairro, comércio e serviço setorial e, comércio e serviço geral.

Figura 21- Mapa de zoneamento

Fonte: Prefeitura Municipal de Laguna, adaptado pelos autores, 2018.

2.5.5.3.2 Código de obras

O Código de Obras é a maneira pelo qual o munícipio exerce a função de vistoriar e administrar todas as obras que estão dentro de sua área territorial. Seus objetivos são assegurar condições mínimas de segurança das edificações, seja ela privada ou pública, e estabelecer normas administrativas gerais e específicas para controle da atividade. (PREFEITURA MUNICIPAL DE LAGUNA, 2013). Nos quadros 4, e 5 são apresentadas as condições mínimas exigidas pelo município, já no quadro 6 encontra-se o método das convenções para uso em projetos de reforma.

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Quadro 4 - Dimensões mínimas de cômodos para edifícios de habitação coletiva

Fonte: Prefeitura Municipal de Laguna, 2013.

Quadro 5 - Dimensões mínimas de vagas de estacionamento

Fonte: Prefeitura Municipal de Laguna, 2013.

Quadro 6 - Métodos para convenções em projetos de reforma

Fonte: Prefeitura Municipal de Laguna, 2013.

De acordo com a seção VIII do Art. 332. da Lei nº 269 de 2013, as edificações destinadas a hotéis deverão dispor de unidades de hospedagem, conforme a classificação hoteleira desejada, ambientes para refeições, cozinha, despensa e ambiente para guarda de utensílios domésticos e rouparia em cada pavimento. Além disso, a edificação de hospedagem deverá possuir um local para recepção, administração e sala de estar.

Após estudo do Código de Obras do município de Laguna, pode-se fazer uma correlação com a edificação analisada, e observar que a edificação atual está em concordância em sua grande maioria com o código, no entanto a dimensão tanto da escada do Bloco Principal quanto a do Anexo, não atende a solicitação do Código de Obras, devido a largura de passagem

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ser de 1 metro e o mínimo exigido é de 1,20 metros, sendo assim, é necessário a correção. Outro item que precisa ser corrigido, é a acessibilidade para cadeirantes, no edifício foi encontrado uma única rampa de acesso, sendo que a mesma não está em acordo com o que é prescrito no Código de Obras, bem como a Norma de Acessibilidade (NBR 9050, 2015).

2.5.6 Cadastro das edificações existentes

A área da proposta é um terreno muito amplo, onde existe uma grande área a ser explorada. E apesar do hotel estar sem utilização há quase 15 anos, sua estrutura ainda permanece, como pode ser observado nas figuras 22 e 23.

Figura 22 - Vista superior da área da proposta com ângulos das fotografias

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Figura 23 - Vista com ângulos das fotografias

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2.5.6.1 Cadastro arquitetônico

Neste tópico, serão abordadas as plantas baixas e fachadas do Hotel, comparando-se com o projeto original (adquirido na Prefeitura de Laguna) com a situação atual da edificação. Com acesso ao projeto original, foi observado que as locações dos ambientes foram alteradas, e sendo assim, optou-se por apresentar a locação atual dos ambientes. A figura 24 mostra a fachada principal do Hotel, onde é possível observar algumas diferenças.

Figura 24 - Fachada principal (a) projeto; (b) atual

Fonte: Cedido pela Prefeitura de Laguna – desenvolvido por Giora Fontanne, 1969, adaptado pelos autores, 2018.

Na fachada lateral do bloco principal, o detalhe que mais chama a atenção é na parte inferior onde começa o segundo andar, que possui um formato diferenciado, lembrando um navio, porém no projeto não está especificado este detalhe (FIGURA 25).

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Figura 25 - Fachada lateral do bloco principal (a) projeto; (b) atual

Fonte: Cedido pela Prefeitura de Laguna – desenvolvido por Giora Fontanne, 1969, adaptado pelos autores, 2018.

O pavimento térreo do bloco principal foi o local onde os autores notaram que os ambientes não estavam de acordo com o projeto. Na figura 26 está sendo demonstrado como foi projetado e na figura 27 mostra as alterações analisadas.

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Figura 26 - Planta baixa térreo conforme projeto

Fonte: Cedido pela Prefeitura de Laguna – desenvolvido por Giora Fontanne, 1969, adaptado pelos autores, 2018.

Figura 27 - Planta baixa térreo atual

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Tanto a planta baixa do 1º andar quanto a dos apartamentos tipo, estão de acordo com a situação atual, conforme está sendo apresentado nas figuras 28 e 29.

Figura 28 - Planta baixa 1º andar atual

Fonte: Cedido pela Prefeitura de Laguna – desenvolvido por Giora Fontanne, 1969, adaptado pelos autores, 2018.

A planta baixa das suítes tipo repete por 3 pavimentos no 2º, 3º e 4º andar totalizando 40 suítes por andar e 22 suítes no 5º e último andar, ou seja, 142 suítes de 17m² cada. Cada suíte possui um banheiro, um quarto e uma sacada. A figura 29, mostra como é a esquematização das suítes.

Figura 29 - Planta baixa suítes tipo

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No 5º andar, como já foi citado anteriormente, possui 22 suítes tipo, e possui também 6 suítes do tipo B e 2 suítes do tipo A. Nas suítes, além dos quartos, possui sala de estar e cozinha. A diferença entre Suíte A e Suíte B, está nos quartos, onde na Suíte A, possui um quarto de solteiro e outro de casal, quanto a Suíte B, possui somente um quarto. Em todos os quartos e sala de estar das suítes possuem sacada (FIGURA 30).

Figura 30 - Planta baixa suíte tipo e suítes

Fonte: Cedido pela Prefeitura de Laguna – desenvolvido por Giora Fontanne, 1969, adaptado pelos autores, 2018.

Na figura 31 é apresentado o Bloco Anexo, a fachada principal e lateral estão conforme o projeto.

Figura 31 - Fachada principal Anexo (a) projeto; (b) atual

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Na fachada lateral (FIGURA 32) é observado que no projeto já foi pensado em realizar o detalhe onde lembra-se um navio e, portanto, foi construído conforme especificação do projeto.

Figura 32 - Fachada lateral anexo (a) projeto; (b) atual

Fonte: Cedido pela Prefeitura de Laguna – desenvolvido por Giora Fontanne, 1969, adaptado pelos autores, 2018.

O Anexo possui 3 pavimentos, onde em todos os pavimentos possui suítes de 17m², em cada andar possui 21 suítes, totalizando em 63 suítes. Cada suíte possui um quarto, banheiro e sacada. A única diferença entre o 1º andar e os demais é que no 1º, possui uma porta de acesso ao anexo, e os demais andares, possui uma janela, conforme especificado na figura 33.

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Figura 33 - Planta baixa pavimentos do Bloco Anexo

Fonte: Cedido pela Prefeitura de Laguna – desenvolvido por Giora Fontanne, 1969, adaptado pelos autores, 2018.

2.5.6.2 Orientação solar

No entorno do local próximo ao terreno, não possui nenhuma construção de grande porte que venha afetar a insolação no Hotel. A fachada principal voltada para o mar (fachada sudeste), recebe a luz do sol somente em algumas horas no período matutino, conforme figura 34.

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Figura 34 - Vista aérea do terreno

Fonte: Google Maps, adaptado pelos autores, 2018.

2.5.6.3 Topografia

Desde 1958, Imbituba é a cidade em que se localiza o Datum Altimétrico Brasileiro, que é uma superfície de referência a partir da qual é calculada as altitudes de todo o país. (IBGE, 1990).

A área da proposta possui um terreno bem plano. A diferença de nível está em cinco à nove metros com relação ao nível do mar, ou seja, desníveis de até quatro metros aproximadamente, mas como podemos analisar na figura 35 não é nada muito significativo.

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Figura 35 - Topografia da área da proposta

Fonte: Topographic Map, adaptado pelos autores, 2018.

2.5.7 Análise das manifestações patológicas

O Hotel Itapirubá tem seu sistema construído em concreto armado, por se tratar de uma construção antiga os autores deste trabalho não tiveram acessos aos métodos estruturais construtivos de fundação.

É importante que toda edificação tenha manutenção periódica pois devido à gravidade e quantidade das patologias podem comprometer a estrutura podendo vir a ruína.

2.5.7.1 Problemas patológicos

Após examinar toda a edificação, foram encontrados inúmeros problemas patológicos que já eram previstos, em virtude da edificação estar em situação de abandono e sem manutenção por anos. Outro fator que acarretou no aparecimento destes problemas, foi a sua localização a beira mar, onde o índice de agressividade ambiental é forte e sua classificação do tipo de ambiente para projeto é marinha, segundo a NBR 6118 (ABNT, 2014).

Durante a análise pôde-se observar o aparecimento de fissuras, trincas, infiltração, bolor, eflorescência e corrosão. Nas figuras 36, 37 e 38 está sendo demonstrado o mapeamento de alguns problemas patológicos que foram registrados.

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Figura 36 - Mapeamento das patologias referente ao pavimento térreo do Bloco Principal

Fonte: Cedido pela Prefeitura de Laguna – desenvolvido por Giora Fontanne, 1969, adaptado pelos autores, 2018.

Figura 37 - Mapeamento das patologias referente ao pavimento térreo do bloco anexo

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Figura 38 - Mapeamento dos problemas patológicos referente ao 2º pavimento do bloco anexo

Fonte: Cedido pela Prefeitura de Laguna – desenvolvido por Giora Fontanne, 1969, adaptado pelos autores, 2018.

2.5.7.1.1 Fissuras e trincas

De acordo com Souza e Ripper (2009), as fissuras em elementos estruturais de concreto armado é a manifestação patológica mais comum, pois como o concreto é um material com baixa resistência à tração, fissurará naturalmente. Podem ser classificadas como ativas (variação da abertura em função de movimentações higrotérmicas ou outras) ou passivas (aberturas constantes). A diferença entre fissuras e trincas está relativamente ligada ao tamanho da sua abertura, conforme a NBR 9575 (2013), onde aberturas até 0,5mm é caracterizado como fissura e aberturas maior que 0,5 mm e menores que 1 mm é caracterizado como trinca.

Para solucionar este tipo de problema patológico, deverá ser encontrado a fonte, fazer os cuidados necessários, para somente depois realizar adequações nas fissuras e trincas. As aberturas superiores à 0,1 mm devem ser injetadas sob baixa pressão, já aberturas que ultrapassam 3 mm e não muito profundas o enchimento é feito por gravidade. Para a injeção de aberturas passivas, é utilizado materiais rígidos como epóxi ou grouts, ou para aberturas ativas é utilizado a injeção de resinas acrílicas ou poliuretânicas. (SOUZA; RIPPER, 1998, p. 121).

Na figura 39 (a), é possível observar uma trinca por compressão, que segundo Marcelli (2007), o pilar não irá mais suportar cargas, tendo que fazer um reforço na estrutura, e na figura 39 (c) é uma trinca por torção, significa que a estrutura está submetida a um esforço de rotação ao longo de sua seção transversal, tendo também que realizar o seu reforço. Na figura 39 (b) encontra-se uma fissura devido à falta de verga na abertura, onde poderá ser construído uma verga para sanar este problema, e verificar se há outros locais com o mesmo tipo de falha na execução.

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Figura 39 - Fissuras e trincas na edificação analisada (a) por compressão; (b) falta de verga; (c) por torção.

Fonte: Acervo dos autores, 2018.

2.5.7.1.2 Infiltração

Infiltração é um processo de vazamento da água proveniente de meios externos ou encanamentos para a superfície revestida através de fissuras, má impermeabilização ou a própria capacidade de absorção do material. (NUNES; SANTOS, 2016, p. 16).

Foi observado que na cobertura dos telhados há a existência de manta asfáltica, mas, a mesma está deteriorada devido ao tempo em degradação, onde ocorreu várias infiltrações, como pode ser observado na figura 40.

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Figura 40 - Infiltrações na edificação analisada

Fonte: Acervo dos autores, 2018.

Para a recuperação da manta asfáltica, poderão ser feitos reparos em toda a impermeabilização ou realizar a retirada de toda a manta e aplicar uma nova impermeabilização. Para diminuir os problemas que poderão surgir futuramente, é sugerido trocar toda a impermeabilização existente para uma nova, onde deverão ser realizadas as manutenções necessárias para aumentar a vida útil da impermeabilização.

Para fazer a troca, deverá ser retirada toda a manta asfáltica existente, fazer a limpeza de todo o local, e realizar a regularização em todo o elemento estrutural, pois após a retirada da manta, a estrutura pode ter desgastado ou danificado em alguns locais. Após o término da regularização da superfície, é aplicada uma camada de primer, que é o produto que faz o processo de ligação entre a superfície e a manta asfáltica. Por fim, aplica-se a nova camada de impermeabilização.

2.5.7.1.3 Bolor

Segundo Souza (2014), a presença de umidade, transforma um ambiente propenso a proliferação de fungos, pois esses micro-organismos precisam da umidade relativa alta do ambiente e uma baixa temperatura para se alastrar. Os fungos não precisam, necessariamente, de iluminação para o seu crescimento, porém este fator pode interferir no processo de produção,

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pois com o ambiente iluminado, consequentemente a temperatura irá aumentar. Bolor são manchas esverdeadas encontradas na edificação, externa ou internamente, sendo possível de se notar a olho nu.

Conforme Alucci et al. (1985), o desenvolvimento de bolor pode ser considerado como um expressivo problema com grandeza econômica e ocorrência comum em regiões tropicais.

Após inspeção visual, foram observados a ocorrência deste fator na edificação em estudo, conforme figura 41.

Figura 41 – Bolores na edificação analisada

Fonte: Acervo dos autores, 2018.

É necessário para a recuperação das áreas afetadas, descobrir a origem da umidade e, após descoberto e solucionado o problema, poderá ser feito a recuperação das áreas com bolor, que seria necessário a limpeza de todo o local e refazer todo o revestimento.

2.5.7.1.4 Eflorescência

Outro fenômeno que compromete o concreto nas regiões marinhas, é o aumento da temperatura associada a uma diminuição de umidade relativa do ar, onde os sais das águas salinas entram em contato com a superfície do concreto, penetram seus poros e causam a

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eflorescência (FIGURA 42). Posteriormente, com a elevação da temperatura dos sais, novamente se dissolvem e vão para o interior do concreto. Este ciclo vai se repetindo formando uma crosta com grande concentração salina, podendo afetar até 3 cm de profundidade do concreto. Caso a armadura esteja próxima da superfície, será atingida pela corrosão. No caso de ser um ambiente marinho, não basta só aumentar o cobrimento, mas projetar e executar um concreto que seja resistente a esses fatores. (MARCELLI, 2007, p. 85).

Figura 42 - Eflorescências na edificação analisada

Fonte: Acervo dos autores, 2018.

É necessário a limpeza total do substrato, retirando toda a eflorescência, limo, sujeira, pode ser utilizado tanto jato de alta pressão como escova de cerdas de nylon. Na utilização de tintas, deverá se optar pelo uso de tintas impermeabilizantes, que segundo Paulo Helene (1992), possui uma película semiflexível e contínua, que atua como barreira de baixa permeabilidade a gases, à água e ao vapor d’água, para o melhor aproveitamento das funções desta tinta, é necessário que a superfície esteja lisa com poros de abertura máxima de 0,1 mm.

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2.5.7.1.5 Corrosão

Outro fenômeno que compromete o concreto nas regiões marinhas, onde a velocidade de corrosão chega a ser 40 vezes superior a uma região que pode ser considerada pura ou rural, que se houver algum tipo de corrosão, ela só será percebida após 8 anos da construção da obra em si. Já em uma edificação que está situada em um ambiente marinho, os sinais de corrosão irão aparecer em 2 ou 3 meses, após o término da sua construção. (MARCELLI, 2007, p. 85).

A corrosão é uma manifestação comum que ocorre nas estruturas de concreto armado, onde o aço entra em contato com a umidade, que faz com que ele perca a sua resistência e suas características. Por esse motivo, necessitará de uma recuperação para continuar o seu uso normalmente. (NUNES; SANTOS, 2016, p. 17).

Para evitar isso existe os inibidores de corrosão, conforme cita Granato (2002 p. 142):

Os inibidores de corrosão são produtos com o fim específico de proteger as armaduras do concreto armado contra a corrosão das armaduras. Podem ser dos tipos de primer aplicados sobre as armaduras, ou como aditivos incorporados às argamassas, grautes e concretos. Os aditivos inibidores são mais utilizados durante o processo de concretagem da estrutura, como forma preventiva contra a corrosão por cloretos.

Com análise das corrosões na edificação, foi possível observar que a maioria foi devido à falta de cobrimento das armaduras, pois na época em que foi construído a estrutura, a normatização exigia uma espessura do cobrimento mínimo inferior do que é exigido atualmente. Abaixo, na figura 43, está ilustrada algumas imagens de pilares e vigas com corrosão, na edificação em estudo.

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Figura 43 - Pilares e vigas com corrosão na edificação analisada

Fonte: Acervo dos autores, 2018.

Devido a diversificação do grau do comprometimento da estrutura, deverá ser realizado uma análise completa de todos os locais afetados e para cada tipo de situação terá que ser feito as devidas correções.

Primeiramente, afim de análise, deverá ser feita a remoção do concreto afetado e os produtos de corrosão e reconstituir a seção original da armadura. Para os casos que está se iniciando a corrosão sem muitos danos na estrutura e aço, deverá ser feito uma recuperação do elemento estrutural aumentando apenas o cobrimento das armaduras com a aplicação de argamassa. E, para os casos em que os danos estejam avançados, deverá ser feito o reforço, aumentando as dimensões originais. Por fim, aplica-se um revestimento de proteção. (HELENE, 1992).

2.6 ESTUDOS PRELIMINARES

Nesta etapa de estudo preliminar, pretende-se aproveitar melhor toda a área do terreno. Irá ser disponibilizado uma área para a criação de um condomínio, onde os autores denominaram como Condomínio Battistella em homenagem ao responsável pela existência do Hotel Itapirubá. No Bloco Principal, cogita-se em destinar para uso como apartamentos, e no Bloco Anexo irá ser mantido como antes já funcionava, com quartos para hóspedes do Hotel.

No Bloco Principal, o térreo terá boa parte destinada para o lazer do hotel e seus serviços. O hotel disponibilizará para seus hóspedes academia voltada para a praia, sala de estar,

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brinquedoteca, sala de jogos, restaurante, piscina térmica, piscinas ao ar livre para crianças e adultos, jacuzzi, local para aluguel de cadeiras de praia, playground e quadras de esportes.

No 1º andar do bloco principal haverá a área de lazer dos moradores dos apartamentos, onde possui uma área destinada ao salão de festas com área gourmet, academia com vista para o mar e brinquedoteca. Os moradores também poderão desfrutar das piscinas ao ar livre, quadras de esportes, playground e restaurante. Cada apartamento terá uma área aproximadamente de 70 m², com um total de 45 apartamentos.

Nas figuras 44, 45, 46 e 47 está sendo demonstrado a proposta inicial da reforma do hotel. Estes croquis iniciais foram posteriormente evoluídos e deram origem ao anteprojeto da proposta de reforma constante no Apêndice A.

Figura 44 - Implantação da área da proposta

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Figura 45 - Alocação dos ambientes andar térreo Bloco Principal

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Figura 46 - Alocação dos ambientes 1º andar bloco principal

Fonte: Cedido pela Prefeitura de Laguna – desenvolvido por Giora Fontanne, 1969, adaptado pelos autores, 2018.

Figura 47 - Andar tipo

Referências

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