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Manuseio Peri-operatório do Doente medicado com Outros Anticoagulantes

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Academic year: 2021

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Manuseio Peri-operatório do Doente medicado com

Outros Anticoagulantes

I. Bloqueio do Neuroeixo e Outros Anticoagulantes

a) Bloqueio do Neuroeixo e HEPARINAS NÃO FRACIONADAS (HNF)

Tabela 1. HNF-Tempos de segurança em relação ao manuseio do Bloqueio do Neuroeixo (BNE)/retirada do cateter epidural

Última Dose

→ BNE/Retirada

cateter

BNE/Retirada

cateter

→ próxima dose

Observações

HNF Subcutânea (SC) Doses ≤ 15000U/dia

(bid; tid) ≥ 12 horas ≥ 1 hora

• Sem necessidade de determinar o aPTT, caso seja cumprido o período de suspensão

• Determinação do nº de plaquetas antes de iniciar HNF subcutânea e se tratamento > 5 dias

HNF Endovenosa

Doses terapêuticas ≥ 4 a 6 horas ≥ 1 hora

• Sem necessidade de monitorização com aPTT se a perfusão de heparina for suspensa no intervalo definido (4-6h antes) e o doente não estiver com valores superiores à margem terapêutica aquando da suspensão;

• Determinação do nº de plaquetas antes de iniciar HNF endovenosa e se tratamento superior a 5 dias

• Se punção traumática não adiar a cirurgia; aconselha-se monitorização neurológica nas primeiras 24 horas após a punção traumática e evitar a utilização de anestésicos locais pelo cateter epidural em concentrações que possam masca-rar os sintomas de um possível hematoma epidural

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b) Bloqueio do Neuroeixo e HEPARINAS DE BAIXO PESO MOLECULAR (HBPM)

Tabela 2. HBPM-Tempos de segurança em relação ao manuseio do Bloqueio do Neuroeixo (BNE)/retirada do cateter epidural

Última Dose

→ BNE/Retirada

cateter

BNE/Retirada

cateter

→ próxima dose

Observações

HBPM Dose Profilática ≥ 12 horas ≥ 6 horas ≥ 24 horas se punção traumática

• Determinação do nº de plaquetas antes de iniciar HBPM e se tratamento superior a 5 dias;

• A associação com antiagregantes plaquetários aumenta o risco hemorrágico pelo que todos os tempos de segurança devem ser mantidos para cada fármaco;

• Nos doentes com alterações da função renal (Clearence de Creatinina < 30ml/min) devem ser considerados tempos de segurança superiores.

• Se punção traumática adiar a próxima toma de HBPM ≥ 24 horas. HBPM Dose Terapêutica ≥ 24 horas ≥ 6 hora ≥ 24 horas se punção traumática

• Determinação do nº de plaquetas antes de iniciar HBPM e se tratamento superior a 5 dias;

• Não é contra-indicação o uso de cateter epidural em simultâ-neo com as HBPM em dose terapêutica;

• Os tempos de suspensão devem ser mantidos em relação ao BNE e retirada do cateter;

• Nos doentes com alterações da função renal (Clearence de Creatinina < 30ml/min) devem ser considerados tempos de segurança superiores;

• A associação com antiagregantes plaquetários aumenta o risco hemorrágico pelo que todos os tempos de suspensão devem ser mantidos para cada fármaco;

• Se punção traumática adiar a próxima toma de HBPM ≥ 24 horas.

c) Bloqueio do Neuroeixo e FONDAPARINUX

Tabela 3. Fondaparinux - Tempos de segurança em relação ao manuseio do Bloqueio do Neuroeixo (BNE)/retirada do cateter epidural

Última Dose

→ BNE/Retirada

cateter

BNE/Retirada cateter

→ próxima dose

Observações

Fondaparinux Dose Profilática

Doses ≤ ≥ 36 horas ≥ 12 hora

• Nos doentes com alterações da função renal (Clearence de Creatinina < 30ml/min) devem ser considerados tempos de segurança superiores

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d) Bloqueio do Neuroeixo e ANTAGONISTAS DA VITAMINA K

Tabela 4. Anticoagulantes Orais antagonistas da vitamina K - Tempos de segurança em relação ao manuseio do Bloqueio do Neuroeixo (BNE)/retirada do cateter epidural

Última Dose

→ BNE/Retirada cateter

BNE/Retirada cateter

→ próxima dose

Observações

Antagonistas da vitamina K • Aconselhado suspensão ≥ 4 dias; • Se INR < 1,5 compatível com BNE

• Iniciar após a retirada do cateter epidural

• Monitorização com INR

• Se INR ≥ 1,5 e < 1,8, ponderar risco benefício na realização de Bloqueio subaracnoideu (BSA) picada única.

II. Bloqueios Periféricos e Outros Anticoagulantes

Tabela 5. Tempos de segurança em doentes medicados com fármacos inibidores da hemostase submetidos a bloqueios periféricos

Bloqueios do membro

superior

De localização mais superficial Bloqueio do plexo

braquial via axilar Dose de Manutenção Bloqueios distais

De localização mais profunda ou cuja hemorragia possa ter consequências mais graves

Plexo braquial via interescalénica

Recomendações semelhantes ao neuroeixo

Plexo braquial via supraclavicular Plexo braquial via infraclavicular

Bloqueios

do membro inferior

De localização

mais superficial Bloqueio do nervo femoral

Sem contra-indicação Bloqueio da fascia ilíaca

Bloqueios do ciático distais De localização mais profunda ou

cuja hemorragia possa ter conse-quências mais graves

Bloqueio do plexo lombar

Recomendações semelhantes ao neuroeixo Bloqueio ciático abordagem

transglútea Bloqueio ciático abordagem

anterior

Bloqueio ciático abordagem parasagrada

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Bloqueio

paravertebral

Recomendações semelhantes ao neuroeixo pela proximidade da coluna vertebral

Bloqueio Ilioinguinal e

ileohipogástrico

Sem contra-indicação se realizados sob controlo ecográfico

Bloqueios do olho

Utilizar de preferência técnicas de injecção única (COM AGULHAS CURTAS E FINAS) e abordagens avascu-lares peribulbar (canto medial, inferonasal, inferotemporal), subtenoniano e intracamerular.

III. Inibidores da Vitamina K - Manuseio Peri-Operatório

Tabela 6. Inibidores da vitamina K - Manuseio Peri-operatório em função dos Procedimentos Cirúrgicos Programados e Não programados

Cirurgias ou procedimentos invasivos programados

que não necessitam de suspensão dos inibidores

da vitamina K

• Sem necessidade de suspender inibidores da vitamina K • Valor de INR ≤ 3 compatível com os procedimentos referidos • Manobras adequadas de hemostase e anti-fibrinolítico se ade-quado

Procedimentos

Cirúrgicos Eletivos

• Suspender inibidores da vitamina K ≥ 4 dias • Bridging com HBPM segundo tabela 7.

• INR < 1,5 compatível com manobra invasiva; se INR ≥ 1,5 e < 2, ponderar risco benefício da realização da cirurgia.

Procedimentos

Cirúrgicos Urgentes

não programados

Procedimentos cirúrgicos não programados com necessi-dade de manobra invasiva não-emergente num período de > 8 a 12 horas.

• Suspender inibidores da vitamina K

• Administração de 5-10 mg de vitamina K ev lento*

• Controlo de INR ≥ 6-8 horas após a administração da vitamina K • se INR < 1,5 compatível com manobras invasivas

• INR ≥ 1,5 e < 2, ponderar risco benefício da realização da cirurgia. • se INR ≥ 2, ponderar adiar a cirurgia; se cirurgia emergente consi-derar administração de CCP 10 a 20U/Kg **

Procedimentos

Cirúrgicos Urgentes/

emergentes

Procedimentos cirúrgicos não programados com manobra invasiva imediata ou num período < 8 a 12 horas

• Suspender inibidores da vitamina K

• Administração de 5-10 mg de vitamina K ev lento* • Administração de CCP 10 a 30 U/Kg em função de INR ** • Repetir INR 10-20 min após administração de CCP

* Evitar sempre que possível nos doentes com próteses cardíacas mecânicas. ** CCP - Complexo Protrombínico - ponderar risco trombótico na sua administração

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Tabela 7. Avaliação do Risco Tromboembólico associado ao doente e necessidade de Bridging com HBPM

Fibrilhação Auricular

Não Valvular

Prótese

Valvular

Tromboembolismo

Venoso (TEV)

Bridging com

HBPM

CHADS CHADS-2VASC

Risco baixo (<5%)

0 a 2 0 a 1

Prótese valvular mecânica aórtica bidisco sem FA sem outros factores de risco de AVC

TEV > 12 meses sem

factores de risco adicional Sem necessidade de Bridging com HBPM

Risco moderado

(5-10 %)

3 a 4 2 a 3

Prótese valvular mecânica aórtica bidisco com 1 ou mais factores de risco: FA, antecedentes de AVC/AIT, HTA, DM, IC.

TEV há 3-12 meses, TEV re-corrente; Doença neoplásica ativa (tratada dentro de 6

meses ou paliativa) Aconselhado Bridging com HBPM

Risco elevado

(>10%) 5 a 6 ≥ 4

Qualquer prótese mecânica mitral, prótese aórtica mecâ-nica monodisco ou de bola

TEV recente (<3 meses) Trombofilia grave

Tabela 8. Inibidores da vitamina K - Procedimentos em caso de hemorragia

Hemorragia ligeira

Hemorragia moderada a grave

Hemorragia com risco de vida

• Adiar a toma seguinte ou interromper o tratamento • Medidas locais

• Vitamina K administração oral* • INR ≤ 5 → 1 a 2 mg p.os • INR > 5 → 2 a 4 mg pos

• Vitamina K administração endovenosa* • 1 mg ev lento, se risco hemorrágico elevado

• Compressão mecânica

• Reposição de volemia e suporte hemodinâmico • Manobras invasivas (ex. endoscopia, cirurgia) • Inibidores da fibrinólise

• Transfusão de componentes /derivados do sangue (CE, PF, CP) • Vitamina K *

• INR ≤ 5 → 5 mg ev diluido lento • INR > 5 → 10mg ev diluido lento

• CCP (10 a 30 U/Kg) ** • Plasma fresco***

* Evitar sempre que possível em doentes com próteses valvulares mecânicas ** Na utilização de complexo protrombinico ponderar o risco trombótico.

*** A utilização de plasma fresco para a reversão da hipocoagulação por inibidores da vitamina K, apenas deve ser considerada na ausência de CCP ou em caso de manifesto risco trombótico pela sua utilização. CE-Concentrado de eritrócitos; PF-Plasma fresco; CP-Concentrado de plaquetas; CCP-Complexo protrombinico.

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IV. Outros Anticoagulantes Não Orais - Monitorização e Reversão

Tabela 9. Monitorização e reversão de outros anticoagulantes

Monitorização

Reversão com antídotos

HNF* aPTT • Sulfato de protamina* - 1mg cada 100UI HNF administradas nas últimas 2 horas

HBPM anti-Xa

• Sulfato de protamina* - 1mg cada 100UI anti-Xa HBPM, se a última dose tiver sido administrada < 8 horas.

• Sulfato de protamina* - 0,5mg cada 100UI anti-Xa HBPM, se a última dose tiver sido administrada > 8 horas.

• Se persistência na hemorragia, administrar 50% da dose de sulfato de protamina* previamente utilizada.

Fondaparinux anti-Xa sem antídoto

* Dose máxima de Sulfato de Protamina - 50 mg. Este fármaco deve ser administrado por injecção intravenosa lenta (durante um período de cerca de 10 minutos) ou por perfusão intravenosa lenta (utilizando uma solução de cloreto de sódio 9 mg/ml), pois pode provocar hipotensão e reacções alérgicas. Os testes de coagulação, para avalia-ção do seu efeito, podem ser efectuados 5 a 15 minutos após a administraavalia-ção do fármaco. De sublinhar que doses excessivas de Sulfato de Protamina também provocam alterações da hemostase.

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Referências

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