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Vila universitária Santa Augusta em, Criciúma/SC

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VILA UNIVERSITÁRIA

SANTA AUGUSTA

Acadêmica: Bruna Bonella dos Santos

Orientadora: Maria Matilde Villegas Jaramillo

em, Criciúma – SC

(2)

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

ARQUITETURA E URBANISMO

BRUNA BONELLA DOS SANTOS

TFG I: VILA UNIVERSITÁRIA SANTA AUGUSTA

EM, CRICIÚMA - SC

Trabalho Final de Graduação I apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade do Sul de Santa Catarina, como pré-requisito para obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo, orientado pela professora e arquiteta Maria Matilde Villegas Jaramillo.

(3)

DADOS CADASTRAIS

Nome: Bruna Bonella dos Santos

E-mail: bonellabruna@gmail.com

Endereço: Rua Abel Dagostim

Bairro: Santa Augusta

Cidade: Criciúma, SC

Telefone: (48) 9 91350103

Matrícula: 599064

Período: 9 semestre

Orientadora: Maria Matilde Villegas Jaramillo

E-mail: matildevillegas@terra.com.br

Título do Trabalho: Vila Universitária Santa Augusta

FOLHA DE ASSINATURAS

Trabalho apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da

UNISUL, como requisito básico para obtenção do título de

arquiteta e urbanista, sob orientação da arquiteta e professora

Maria Matilde Villegas Jaramillo.

___________________________________________________

Avaliador 01

___________________________________________________

Avaliador 02

___________________________________________________

Arq. Maria Matilde Villegas Jaramillo - Orientadora

(4)

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter me proporcionado chegar

até aqui, me guiando e dando forças para superar as dificuldades,

e a minha família por todo apoio e suporte durante toda fase

acadêmica.

Ao meu namorado por toda paciência e incentivo nas horas de

desânimo e cansaço, me oferecendo motivação e apoio para que

eu pudesse concluir esta etapa.

A todos os professores que contribuíram para a minha formação,

em especial a minha orientadora, Maria Matilde Villegas Jaramillo,

que se dedicou e repassou seu conhecimento com muito carinho

e profissionalismo, me auxiliando nas horas difíceis e em todas as

etapas deste trabalho.

Aos meus colegas de trabalho e amigos, que sempre estiveram

ao me lado, me incentivando, e compreendendo os momentos de

ausência devido ao tempo dedicado aos estudos.

“A arquitetura é a arte que determina a identidade do nosso

tempo e melhora a vida das pessoas”.

(5)

RESUMO

Este trabalho consiste em embasamento teórico através de pesquisas bibliográficas, referenciais teóricos e projetuais em relação ao tema Vila Universitária, em Criciúma, SC. Conhecimentos e pesquisas que serão de grande importância para o lançamento do partido arquitetônico.

O projeto da Vila Universitária visa promover estratégias de interação entre as pessoas, com os usuários da moradia e toda comunidade, através de áreas de uso misto, comércio, e espaços de socialização, que permitam a construção de um local ambientalmente e socialmente qualificado, em que os estudantes e professores possam perceber como sua própria casa, e que a comunidade se aproprie dos espaços comuns, fortalecendo o sentido de pertencimento.

PALAVRAS-CHAVE

Vila Universitária. Moradia Estudantil. Instituição de Ensino Superior. Requalificação Ambiental. Estudantes. Professores. Lazer. Integração. Comunidade.

ABSTRACT

This work consists of a theoretical basis through bibliographical researches, theoretical and project references in relation to the topic University Village, in Criciúma, SC. Knowledge and research that will be of great importance for the launch of the architectural party.

The Vila Universitária project aims to promote interaction strategies between people, with users of housing and throughout the community, through areas of mixed use, commerce, and socialization spaces that allow the construction of an environmentally and socially qualified place in that students and teachers can perceive as their own home, and that the community appropriates common spaces, strengthening the sense of belonging.

KEYWORDS

University Village. Student house. Institution of Higher Education. Environmental requalification. Students. Teachers. Recreation. Integration. Community.

(6)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO

...08

1 INTRODUÇÃO...09 1.1 PROBLEMÁTICA + JUSTIFICATIVA...10 1.2 OBJETIVOS...13 1.2.1 Objetivo Geral...13 1.2.2 Objetivos Específicos...13 1.3 METODOLOGIA...14

2 REFERENCIAL TEÓRICO

...15

2.1 O QUE É MORADIA?...16 2.2 MORADIA ESTUDANTIL...16

2.2.1 Moradia Estudantil no Mundo...17

2.2.2 Moradia Estudantil no Brasil...18

2.2.3 Políticas Públicas...19

2.2.4 Tipos de Moradia Estudantil...21

2.2.4.1 Residência Estudantil...21

2.2.4.2 República Estudantil...21

2.2.4.3 Alojamento Estudantil...21

2.2.4.4 Casa de Estudantes...22

2.2.4.5 Vila Universitária...22

2.3 CONFORTO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE...23

2.4 REQUALIFICAÇÃO URBANA E AMBIENTAL...24

2.5 DEGRADAÇÃO AMBIENTAL...25

2.5.1 Tipos de Áreas Degradadas...25

2.5.2 Área Degradada pela Mineração de Carvão...26

2.5.3 Impactos no Solo causados pela Mineração...26

2.5.4 Recuperação e Reabilitação do Solo Degradado...27

3 REFERENCIAIS PROJETUAIS

...29

3.1 CITÉ A DOCKS – CASA DE ESTUDANTES...30

3.1.1 Relação Interior x Exterior...31

3.1.2 Acessos e Circulações...31

3.1.3 Definição da Tipologia...32

3.1.4 Volumetria e Materialidade...33

3.1.5 Estrutura...34

3.1.6 Conforto Ambiental...34

3.2 ECO HABITAÇÃO COLETIVA LA CANOPÉE...35

3.2.1 Relação Interior x Exterior...36

3.2.2 Acessos e Circulações...36

3.2.3 Definição dos Espaços...37

3.2.4 Volumetria e Materialidade...39

3.2.5 Estrutura...39

3.2.6 Conforto Ambiental...40

(7)

SUMÁRIO

4 ESTUDO DE CASO.

...41

4.1 MORADIA ESTUDANTIL – UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA...42

4.1.1 Breve Histórico...42

4.1.2 Instrumentos de Análise...42

4.1.3 O Projeto...43

4.1.4 Acessos e Circulações...44

4.1.5 Definição dos Espaços – Pavimentos...45

4.1.6 Definição dos Espaços – Unidades...46

4.1.7 Definição dos Espaços – Terraço...47

4.1.8 Volumetria e Materialidade...48

4.1.9 Motivo da Escolha...48

5 ANÁLISE DA ÁREA

...49

5.1 INFORMAÇÕES GERAIS DA CIDADE DE CRICIÚMA...50

5.2 LOCALIZAÇÃO E ACESSOS...50

5.3 EVOLUÇÃO HISTÓRICA – LINHA DO TEMPO...51

5.4 LOCALIZAÇÃO MACRO DA ÁREA...53

5.5 LOCALIZAÇÃO TERRENO...53

5.6 FLUXOS E SENTIDOS...54

5.7 TRANSPORTE COLETIVO...54

5.8 USO DOS SOLOS...55

5.9 CHEIOS E VAZIOS...55 5.10 GABARITOS...56 5.11 EQUIPAMENTOS URBANOS...56 5.12 INSOLAÇÃO E VENTILAÇÃO...57 5.13 TOPOGRAFIA...57 5.14 LEGISLAÇÃO...58 5.15 INFRAESTRUTURA...58

6 PARTIDO

...59

6.1 CONCEITO...60 6.2 INTENÇÕES E DIRETRIZES...60 6.3 PROGRAMA DE NECESSIDADES...61 6.4 ORGANOGRAMA GERAL...64

6.5 FLUXOGRAMA BLOCO DE MORADIA...64

6.6 FLUXOGRAMA BLOCO COLETIVO...64

6.7 ESTUDOS GERAIS DE IMPLANTAÇÃO...65

6.8 IMPLANTAÇÃO...66

6.9 BLOCOS DE MORADIA – ZONEAMENTO...67

6.10 PLANTA ESPAÇO MULTIUSO...68

6.11 BLOCO COLETIVO – ZONEAMENTO...68

6.12 PLANTAS DOS STUDIOS...69

6.13 VOLUMETRIA PROPOSTA / ESQUEMÁTICA...70

6.14 MATERIAIS E TÉCNICAS CONSTRUTIVAS...71

6.15 PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS...71

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS.

...72

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

...73

(8)

1

INTRODUÇÃO

(9)

1

INTRODUÇÃO

Uma moradia estudantil tem por objetivo garantir habitação aos

estudantes com dificuldades socioeconômicas, que estejam

regularmente matriculados em um curso de Graduação na IES –

Instituição de Ensino Superior, e que não residem na cidade em que se encontra a mesma. Na Europa, e nos Estados Unidos por exemplo, as moradias estudantis são muito comuns, elas surgiram por volta dos séculos XI e XII, juntamente com as primeiras universidades, e atualmente são destinadas a todos os estudantes, sem quaisquer diferenciações. Além da grande oferta, estas moradias são normalmente de alta qualidade, e devido a isto, costumam apresentar um custo alto para os estudantes. Já no Brasil, as primeiras moradias universitárias surgiram entre 1850 e 1860, em Ouro Preto/MG, devido o Ciclo da Mineração em alta naquela época, e passou por vários períodos e acontecimentos ao longo da história (NAWATE, 2014).

No Estado de Santa Catarina existem poucas moradias estudantis. Tem-se conhecimento da Moradia Estudantil da UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina, onde cerca de 200 alunos de baixa renda vivem no local atualmente, como analisado no estudo de

caso. Na cidade de Criciúma, conhecida como a Capital Brasileira do

carvão, o mercado habitacional para estudantes vem crescendo cada vez mais devido às Instituições de Ensino Superior que se encontram na cidade, porém, não existe uma importância para a construção de moradias estudantis, bem como, é dado pouca relevância para o assunto e entendimento do funcionamento e das necessidades desses

usuários. Este fato, leva a construção ou utilização de casas improvisadas para os estudantes, sendo geralmente adaptadas, com baixa qualidade, ou moradias de alto custo sem infraestrutura básica e apoio acadêmico.

A partir deste contexto, o estudo, visa gerar subsídios para o Trabalho Final de Graduação I desenvolvido no segundo semestre de 2018, sendo então, uma Vila Universitária. Ou seja, uma moradia destinada a estudantes de baixa renda e/ou residentes em outros munícipios e os professores da UNESC – Universidade do Extremo Sul Catarinense que, atualmente moram em outras cidades, bem como,

para alunos e professores da Faculdade SATC – Associação

Beneficente da Indústria Carbonífera de Santa Catarina. O trabalho contempla também toda a comunidade do entorno com a inserção de equipamentos públicos, usos mistos, bem como, a requalificação do local da área do projeto, com a proposta de um parque. Desse modo, o projeto propõe uma maior vitalidade e integração entre comunidade e estudantes, além de qualidade ambiental do local e entorno imediato.

O presente trabalho é estruturado em justificativas e a problemática, objetivos, metodologia a ser empregada na elaboração do mesmo, conceituação da proposta, além do levantamento físico da área com seus aspectos, e demais características, e por fim, a proposta do partido arquitetônico, com programa de necessidades, pré-dimensionamentos, diretrizes projetuais, entre outros.

(10)

1.1 PROBLEMÁTICA + JUSTIFICATIVA

Todos os anos cresce o número de estudantes ingressantes em Instituições de Ensino Superior em diversas regiões do país, bem como o número de instituições novas. Segundo pesquisa realizada pelo INEP em 2016, este número era de 2.407 instituições, sendo 2.111 privadas, e 296 públicas, que num total somavam cerca de 8,05 milhões de estudantes, com cerca de 12,7% de crescimento num período de 5 anos, conforme dados apontados pelo censo do INEP entre 2012 e 2016. Grande parte dos novos acadêmicos em instituições públicas se deve por exemplo, às políticas públicas voltadas aos estudantes.

Esta perspectiva geral deixa evidente o crescimento de estudantes ingressantes em determinados municípios do país. Porém, muitos destes estudantes, principalmente os de baixa renda precisam se deslocar para as cidades onde se encontram as IES, onde acabam em muitos casos, optando por fazer longas viagens cansativas e diárias com o trajeto casa-universidade-casa, ou então, precisam se instalar e se adaptar na nova cidade, onde normalmente buscam por uma moradia de baixo custo, pois, dependem dos pais ou deles próprios. De acordo com Junior (2015, p. 02), “atualmente contamos com mais de 115 Casas de Estudantes espalhadas por todo território nacional”, o que caracteriza a deficiência de políticas de habitação para estudantes”.

Em Criciúma, esta realidade não é diferente, já que os edifícios destinados a estudantes bem como, as casas de estudantes no entorno das IES, possuem aluguéis muitas vezes inviáveis a estudantes de baixo poder aquisitivo, que passam a morar próximos das mesmas.

Fundada em 1968 como FUCRI – Fundação Educacional de

Criciúma, e posteriormente em 1997 homologada UNESC –

Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC, 2018), se encontra no bairro Universitário, e conta atualmente com 54 cursos de graduação. De acordo com dados da CENTAC (2017 apud, FERNANDES, 2018), 9.723 alunos foram matriculados nos cursos de graduação, onde destes, 4.990 são oriundos de outros municípios. Além da UNESC, a Associação Beneficente da Indústria Carbonífera de Santa Catarina – conhecida como SATC – está inserida no mesmo bairro desde o ano de 1959, passando a ofertar cursos superiores somente a partir de 2003. Oferece atualmente 11 cursos de graduação, contando aproximadamente com 2.000 alunos (SATC, 2018). Além destas instituições, tem-se o CEDUP, com ensino médio e técnico integrado, localizado ao lado da Unesc, tendo o número de 1.163 alunos (CEDUP, 2018). Por não obter dados disponibilizados com a instituição, relacionado ao número de alunos por municípios, constatou-se que o mesmo não possui grande demanda de estudantes, e por isto, observou-se que não há necessidade de imediato, de uma moradia estudantil para estes.

(11)

11

Devido ao crescimento da área em função destas Instituições, consequentemente houve maior demanda por moradias estudantis, porém, não existem investimentos ou projetos desenvolvidos por parte da prefeitura ou das IES. Em pesquisa realizada com alguns estudantes e professores da Unesc, conforme apêndice A, apresentada na p. 78 e p. 79, constatou-se que, dos 669 alunos que responderam, 83,25% (557 alunos) são de Criciúma e 16,75% (112 alunos) são de cidades com 100km ou mais de distância, neste meio, 58,05% (65 alunos) são estrangeiros. Além disso, 25 professores são residentes de outras cidades, e precisam de hospedagem em hotéis ao virem para Criciúma (UNESC, 2018).

Figura 1.01: Esquema de quantidades e distâncias, conforme amostragem da pesquisa / total de 669 alunos.

A partir deste estudo, se percebe a necessidade da implantação de uma moradia estudantil. Por não obter dados atuais, foi utilizada como base, para o cálculo de número de usuários, a pesquisa de Fernandes (2018). A tabela 1 apresentada na p. 12 referente as cidades a mais de 100 Km da UNESC, apresenta o número de alunos que se deslocam até a mesma. Para a proposta será levada em consideração o total de 295 alunos, e acrescido um percentual de 10% em cima desta quantidade, a fim de estabelecer a demanda total de estudantes. E um percentual de 5% será acrescentado na quantidade de unidades habitacionais, computando a demanda dos alunos da Faculdade SATC, a fim de dar suporte e atender as duas Instituições.

Com isso, conclui-se que, a moradia proposta atenderá em torno de 340 alunos, e 45 professores. Desse modo, com o aumento de estudantes circulando, é preciso repensar o contexto urbano em geral do bairro, pois, a área possui deficiência de equipamentos públicos como praças e/ou parques.

A partir disso, a intenção principal deste trabalho, é promover uma Vila Universitária com moradia para estudantes e professores das IES, e com a interação entre estes e a comunidade, através da criação de um parque com equipamentos comunitários, melhorando a infraestrutura, lazer, convívio entre as pessoas e qualificação ambiental do local.

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12

Fonte: UNESC, 2017, apud Fernandes, 2018.

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1.2.1 Objetivo Geral

Embasar teoricamente e desenvolver o projeto de uma Vila Universitária na cidade de Criciúma/SC, promovendo qualidade de vida, convívio, lazer, e a integração dos estudantes com professores e a comunidade.

1.2.2 Objetivos Específicos

→ Pesquisar e analisar a demanda de moradia estudantil,

assim como, suas necessidades, história, conceito e características, através da fundamentação teórica e de entrevistas com estudantes e professores;

→ Contextualizar a temática e o recorte a ser trabalhado, analisando a história da cidade de Criciúma, a UNESC, e a SATC;

→ Compreender o funcionamento das unidades

habitacionais estudantis, como fluxos, tipologias, ergonomia na habitação, e entre outros, através de referenciais teóricos e projetuais, e um estudo de caso, com o intuito de lançar diretrizes e intenções para o partido arquitetônico;

→ Estudar e analisar a área para a implantação de uma Vila

Universitária, considerando os equipamentos de infraestrutura básica existentes, e as condicionantes locais;

→ Realizar partido arquitetônico de uma Vila Universitária,

e equipamentos de uso comunitário e público a fim de promover espaços de convívio, descanso, conforto, lazer e integração entre os usuários, de acordo com as condicionantes atuais, e a legislação vigente.

(14)

14

1.3 METODOLOGIA

1

2

3

REFERENCIAL

TEÓRICO

CONTEXTUALIZAÇÃO DO

RECORTE

REFERENCIAIS ARQUITETÔNICOS E

ESTUDO DE CASO

Levantar e coletar dados sobre o tema através de pesquisas bibliográficas em livros, artigos, sites e entrevistas com acadêmicos e professores da Unesc, para

entendimento e embasamento das

decisões projetuais.

Apresentar o histórico da cidade de Criciúma, salientando as análises do recorte, a partir de mapas e imagens, informações obtidas na prefeitura e outros trabalhos acadêmicos.

Analisar referenciais projetuais por meio de livros e sites, e visitar e analisar o local do estudo de caso, para o entendimento do funcionamento de uma moradia estudantil, com o intuito de propor soluções espaciais adequadas, bem como, o programa de necessidades e volumetria.

4

5

6

ANÁLISE DA ÁREA

Visitar o terreno a fim de observar os aspectos físicos e climáticos, consultar a prefeitura e arquivos digitais a fim de obter o código de obras e legislação da cidade, realizar o levantamento e análise das informações do local e do entorno imediato, considerar e analisar aspectos morfológicos e tipológicos locais.

A partir da definição dos conceitos, das análises e dados levantados, desenvolver diretrizes de projeto

baseados em referenciais

arquitetônicos.

DIRETRIZES DE PROJETO

PARTIDO ARQUITETÔNICO

Desenvolver uma proposta de partido

arquitetônico de uma moradia estudantil, representada através de esquemas conceituais, plantas, cortes e perspectivas.

(15)

2

REFERENCI

AL

TEÓRICO

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16

2.1 O QUE É MORADIA?

De acordo com o segundo parágrafo do artigo 6° da Constituição Federal e a Declaração dos Direitos Humanos da ONU, a moradia é um direito de todo cidadão. É um espaço que deve proporcionar proteção para seus moradores, fornecer atendimento de infraestrutura básica urbana, e facilitar o acesso a outros serviços, como saúde e educação (JUSTIÇA BRASIL, 1988; ONU, 1948).

O processo de produção da moradia envolve diferentes indivíduos, desde antes da concepção do projeto até o usuário final. De acordo com Heidegger (2002), esta relação entre moradia e o usuário abrange aspectos subjetivos e objetivos. Os aspectos objetivos estão ligados às necessidades do morador, onde quando atendidas, possibilitarão ao morador contemplar aspectos subjetivos, ou seja, expectativas e sentimentos familiares presentes em uma moradia.

Vários tratados internacionais reafirmam que os Estados possuem a obrigação de proteger e promover este direito. Porém, a implementação e execução do mesmo ainda é um grande problema, principalmente se tratando de moradias estudantis, onde normalmente os usuários são economicamente vulneráveis, e não “geram” renda aos cofres do Estado.

2.2 MORADIA ESTUDANTIL

Com o surgimento da noção do campus universitário, são estabelecidas as universidades com a finalidade básica de educação como direito aos cidadãos, bem como tornar a sociedade mais democrática tanto na questão social, como política, assim informou o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior em sua publicação: Universidade e sociedade (2010), quanto ao direito dos estudantes em garantirem condições básicas para a educação superior e profissionalizante, em consequência da boa assistência fornecida. O sindicato (2010, p. 04), também idealiza que as universidades devem “[...] permitir a troca de experiências, o espaço de reflexão e a discussão crítica, favorecendo a integração dos docentes”. Desse modo, pode-se afirmar que, as atividades desenvolvidas dentro do campus universitário podem favorecer no conhecimento dos que ali estão, bem como, conforme argumenta Hassanain (2008), a moradia estudantil, quando é tida como uma habitação, deve auxiliar no desenvolvimento de cooperação, segurança, cidadania, estimulação intelectual e inspiração.

A moradia/residência estudantil, é uma edificação que propicia alojamento aos estudantes universitários que se encontram em situação de vulnerabilidade econômica, e/ou estudantes que residem em cidades distintas da universidade, de acordo com o Decreto n. 7.234

(BRASIL, 2010), que dispõe sobre o PNAES – Programa Nacional de

Assistência Estudantil. Ela pode ser construída ou alugada, integrada ou não em uma universidade. Normalmente são implantadas no próprio campus, ou no seu entorno imediato.

(17)

17

A troca de experiências, e o convívio com diferentes culturas dentro de uma moradia estudantil, ajuda os alunos a aumentarem seu conhecimento. Sendo assim, esta experiência de vivência torna-se agregadora, auxiliando também na formação acadêmica e social do morador.

De acordo com Barreto (2014), atualmente no Brasil, das poucas moradias estudantis existentes, nem todas localizam-se dentro das IES, e poucas universidades particulares oferecem moradia estudantil para seus alunos, onde neste caso o aluno paga à instituição pela vaga. Além disso, a maior parte destas residências são de má qualidade em termos de conforto, bem como na oferta de vagas,

diferentemente dos outros países, segundo informações da UNE –

União Nacional dos Estudantes (2018), que possuem alta qualidade em todos os aspectos, e muitas das universidades, bem como o próprio Estado, auxiliam financeiramente para a permanência do aluno durante toda sua fase acadêmica.

2.2.1 Moradia Estudantil

no Mundo

De acordo com Castelnou (2005), as primeiras universidades apareceram entre os séculos XI e XII, na Europa, e ao mesmo tempo surgiram as moradias estudantis. Estas, costumam ter um custo alto, devido a qualidade no geral da moradia: ambientes limpos, conforto, equipamentos novos, entre outros. Nos Estados Unidos, as moradias

são oferecidas a todos e não a uma parcela específica, e em sua maioria são adaptações de edifícios pré-existentes, onde também grande parte são segregados por gênero e ficam bem próximos ou no próprio campus.

De acordo com Nawate (2014), as edificações destinadas a abrigar estudantes são vistas a partir do século XIII. De acordo com a autora (p. 12) “[...] um exemplo são os College de Oxford, locais onde os estudantes podiam viver e ser tutorados”, sendo que o alojamento mais antigo, ilustrado na figura 2.01, “[...] é o Merton College Oxford, fundado em 1264, que inclui capela, biblioteca, salas de aula e quartos dispostos ao redor dos jardins”.

Figura 2.01: Merton College – Oxford/Reino Unido.

Fonte: Google Maps. Street View, 2015.

Esta universidade de acordo com informações do site da instituição (2018), possui um padrão alto com taxas de acomodação cobradas semestralmente, sendo que, a taxa para o ano de 2018 e 2019 durante todo o semestre, em valor único para um quarto individual com um banheiro privativo, custa cerca de £3.801 libras esterlinas, ou seja, cerca de R$ 19.979,34 reais aqui no Brasil. Apesar do alto custo de moradia, a própria universidade de Merton dispõe de subsídios, descontos, bolsas e empréstimos afim de ajudar nas necessidades financeiras dos estudantes. Além disso, os alunos naturais da cidade

(18)

18

também podem solicitar assistência estudantil do Governo, com o Fundo de Acesso ao Aprendizado.

Mesmo com o custo elevado no geral, em relação ao Brasil, as moradias estudantis no exterior possuem uma qualidade proporcional a este custo. Grande parte delas, localizam-se no próprio campus, e mesmo que o aluno resida na mesma cidade da Universidade, muitos optam por morar dentro do campus com o intuito de ficar distante do barulho dos centros urbanos, e ficar ainda mais próximo da Universidade, facilitando assim, não apenas no deslocamento, mas principalmente, nos aspectos referentes a educação, e nas relações de convívio com outros acadêmicos e/ou professores. Diferentemente no Brasil que, desde há muito tempo até os dias de hoje, estudantes lutam por direitos quanto à assistência a moradia e melhores condições.

2.2.2 Moradia Estudantil

no Brasil

Entre os anos de 1850 e 1860, em Ouro Preto, Minas Gerais, surgiram as primeiras residências estudantis por conta da era da mineração (NAWATE, 2014). Mas foi somente a partir dos anos entre 1930 e 1945, com o primeiro governo do presidente Getúlio Vargas, que as residências universitárias começaram a se espalhar no país (figura 2.02).

Figura 2.02: República Quintandinha, Ouro Preto – MG.

Fonte: Central Universidade.

Segundo Perrone e Regino (2009 apud Fossalussa, 2012, p.

26), “na época, foram criadas as “cidades universitárias”, com

alojamentos próprios para fixação de docentes e discentes”.

Atualmente, contamos com mais de 115 Casas de Estudantes espalhadas por todo território nacional, as quais se apresentam das mais diversas formas, desde pequenas casas coloniais como as repúblicas estudantis de Ouro Preto em Minas Gerais, até modernos conjuntos residenciais como o CRUSP, na Cidade Universitária de São Paulo (JÚNIOR, 2015, p. 02).

Este mesmo autor (2015) assinala que, a partir de 1964, na ditadura militar, foi criado o Plano Nacional de Habitação com o objetivo de impulsionar a economia, e o desenvolvimento do país que, na época crescia aceleradamente, bem como, garantir a estabilidade social com o apoio e o controle das massas populares urbanas.

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19

Segundo Wiese (et al., 2017, p. 05)

A história da residência universitária no Brasil é marcada por uma trajetória de luta estudantil e mobilização política pois, como espaço coletivo e equipamento público, sempre alimentou a chama social e política dos jovens, servindo como berço de inúmeros movimentos estudantis, combatidos pelo governo sobretudo no período da ditadura militar.

Desse modo, é criado em 1987, a SENCE – Secretaria

Nacional de Casas de Estudantes, com o objetivo de auxiliar estudantes para ingressar gratuitamente em uma Universidade, através de Políticas de Assistências Estudantis (SENSE, 2010).

2.2.3 Políticas Públicas

A partir de políticas e programas sociais implementados no Brasil nos últimos anos foi estimulado o processo de expansão das universidades brasileiras, ampliando assim o acesso ao ensino superior, principalmente pelas camadas mais populares. De acordo com Wiese (et al, 2017), houveram grandes modificações com relação as políticas assistencialistas, que contribuíram para reduzir a evasão universitária com a permanência estudantil.

Ainda segundo o autor, atualmente o tema da moradia estudantil se torna de extrema importância, principalmente devido ao crescimento da deficiência de vagas nas instituições, bem como, a carência da aplicação de instrumentos adequados que garantam a

permanência dos estudantes. Neste contexto, os movimentos estudantis organizados pelos estudantes a fim de melhores condições assistencialistas, se tornam cada vez mais frequentes nos dias atuais. A figura 2.03 exemplifica esta indicação.

Figura 2.03: Movimento Estudantil.

Fonte: Sence Brasil, 2010.

De acordo com o Portal do Mec (2010) o PNAES oferece assistência de moradia estudantil, transporte, alimentação, saúde, apoio pedagógico, entre outros. Dentro do contexto atual quanto à moradia estudantil, universidade e políticas públicas, podemos considerar que, a oferta de moradia é uma medida necessária e importante para evitar a evasão no ensino superior, e ela deve ser auxiliada pelas políticas públicas de assistência.

(20)

Fonte: Elaboração da autora, 2018.

20

O PROUNI - Programa Universidade para Todos, oferece bolsas de estudos em instituições de educação superior privadas, e é considerado um programa de assistência estudantil. Foi criado

pelo Governo Federal em 2004, e

institucionalizado pela Lei n° 11.096, em 13 de janeiro de 2005 (PORTAL DO MEC, 2018).

O FIES - Fundo de Financiamento Estudantil foi criado pelo Governo Federal em 1999, para contemplar estudantes que não possuem condições de pagar sua formação no ensino superior, através da concessão de financiamento. (MOURA, 2014).

Ambos os programas possuem o

objetivo de possibilitar que estudantes de

baixa renda, e que não tem condições de

formação em uma instituição privada, possam

alcançar o ensino superior.

O Aluguel Social é um tipo de política habitacional de caráter temporário, existente em poucas cidades em alguns estados brasileiros como Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Instaurado no âmbito do Programa Estadual Morar Seguro, consiste em atender as necessidades de famílias domiciliadas em áreas de risco, ou em situações de vulnerabilidade, devido calamidade pública ou Obras do PAC - Plano de Aceleração do Crescimento. (RIO DE JANEIRO, 2016).

Fonte: Sence Brasil, 2010.

Figura 2.04: Movimento Estudantil.

(21)

21

2.2.4 Tipos de Moradia Estudantil

Conforme Machado (2010), a moradia universitária pode estar dividida em vários tipos, e podem ser administradas de várias maneiras.

2.2.4.1 Residência Estudantil

Na residência estudantil, a universidade cede o imóvel ao estudante, isento de despesas, tanto de aluguel como de manutenções na moradia. Este imóvel pode ser alugado ou construído pela instituição (figura 2.06).

2.2.4.2 República Estudantil

Uma república estudantil pode ser uma casa ou apartamento onde vivem um grupo de universitários, sendo mantida(o) pelos mesmos, ou seja, essas moradias funcionam em coletividade (figura 2.07).

2.2.4.3 Alojamento Estudantil

Os alojamentos acomodam estudantes que residem distantes da universidade, porém, normalmente seu espaço físico não proporciona relações sociais entre os usuários, ou seja, seu aspecto é o de apenas abrigar os mesmos (figura 2.08).

Figura 2.06: Moradia Estudantil USP/SP.

Fonte: G1, 2007.

Figura 2.07: República Estudantil de Ouro Preto/MG.

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22

Figura 2.08: Alojamento Estudantil na Ciudad del Saber.

Fonte: Archdaily, 2014.

2.2.4.4 Casa de Estudantes

É uma habitação administrada de forma autônoma, sem vínculo com a universidade, e que pode ser uma casa ou apartamento. É baseada na política e coletividade do ambiente, proporcionando convivência e inter-relações entre os estudantes (figura 2.09).

Figura 2.09: Casa Autônoma de Estudantes no Bairro Santa Augusta – Criciúma.

Fonte: Acervo pessoal, 2018.

2.2.4.5 Vila Universitária

A vila universitária é como um pequeno bairro onde praticamente todas as necessidades cotidianas dos estudantes se encontram no local, com equipamentos já instalados, espaços de convívio e lazer (figura 2.10). Segundo Tiskoski (2008, p.8):

A Vila Universitária se diferencia das demais, por ser uma nova forma de moradia estudantil, que pode existir paralelamente à família ou substituí-la em um determinado período da vida e, por possuir além da moradia, serviços direcionados ao estudante, criando, assim, um espaço alternativo de aprendizado, convivência e conveniência.

Figura 2.10: Vila Estudantil - Dinamarca.

Fonte: Instituto de Engenharia, 2016.

A partir disso, a moradia estudantil a ser abordada nesse trabalho se caracteriza como uma vila universitária, com moradia, espaços de lazer e convívio que, ofereçam qualidade de vida aos usuários com um custo acessível.

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23

2.3 CONFORTO AMBIENTAL E

SUSTENTABILIDADE

Conforme Pereira (2015), a compreensão de conforto ambiental iguala-se a habitabilidade, ou seja, proporcionar ao usuário boas condições para realizar tarefas diárias, como trabalho, estudo e lazer, de forma a permitir melhor relação com o espaço. De acordo com Rifrano (2006, p. 64):

A apropriação é o processo de experimentar, na sua totalidade, o fenômeno de morar. Para ser apropriada, a casa precisa ser confortável em termos de arranjos físicos funcionais, de temperatura ambiente, de ventilação, de iluminação, de cores, de umidade, de ruído e de outros aspectos que interferem na qualidade ambiental.

Desse modo, é necessário e fundamental conhecer questões interpessoais dos usuários, e analisá-las a fim de tentar transpor essa identidade, que pode ser baseada em gostos, opiniões, rotinas, e entre outros aspectos que influenciam diretamente na qualidade do projeto da moradia.

Quanto as moradias estudantis, elas se diferenciam das demais moradias por constituírem características próprias e simbólicas, com a criação de espaços humanizados e de integração entre os usuários, estimulando a construção de laços familiares.

A partir deste contexto, afirma-se que para qualquer tipo de edificação é necessário realizá-la pensando que a mesma seja economicamente e ambientalmente correta, juntamente com a ideia de que seja confortável e atenda a necessidade dos usuários durante toda a sua vida útil.

Além desses aspectos mais direcionados ao conforto ambiental na moradia, também se faz necessário o envolvimento e a inserção da sustentabilidade desde o princípio do projeto, e que também se relaciona com a qualidade ambiental no interior e exterior da edificação. De acordo com Sartori (et al., 2014), a expressão sustentabilidade é muito discutida por diversos autores, havendo vários estudos sobre o assunto, e podendo abranger diversas áreas e campos de atuações. Conforme aponta Ellovitch (2010), atualmente dentro da construção civil, este termo se relaciona com o desenvolvimento sustentável, isto é, a busca de estratégias e soluções eficientes para degradar o menos possível o meio ambiente.

(24)

24

No que se refere a moradia estudantil, na maior parte dos casos, não existe uma preocupação quanto ao meio em que se insere estes projetos, por exemplo. A falta de políticas adequadas voltadas às moradias estudantis que respeitem o contexto urbano, acaba produzindo moradias confortavelmente inadequadas, bem como, ocasionam em prejuízos ao meio ambiente, principalmente pela facilidade e disponibilidade dos recursos naturais e seu uso irracional. Além disso, não existe uma cultura de respeito ao meio ambiente. A maioria das pessoas estão acostumadas com soluções e/ou medidas incorretas, e tornam-se adeptos de ideias que acabam degradando ainda mais o meio ambiente. Um exemplo são as indústrias de carvão, bastante presentes na cidade de Criciúma/SC que, devido á exploração de carvão sem preocupação com o meio por parte de algumas destas, ocasiona em diversos prejuízos ambientais, como a degradação do solo.

Desse modo, neste trabalho o conforto ambiental e a sustentabilidade serão aplicadas através de sistemas tecnológicos, que busquem gerar economia para as unidades de moradia, bem como que as mesmas se tornem autossuficientes com a implantação de soluções, utilização racional e adequada dos recursos disponíveis, dando prioridade aos materiais locais, o aproveitamento das condições climáticas, e o emprego de sistemas alternativos para resfriamento e aquecimento das unidades, o aproveitamento de materiais descartados, para aplicação no parque a ser desenvolvido junto a moradia estudantil, a inserção de uma horta comunitária, a continuidade do trabalho de recuperação da área, com um local destinado a preservação permanente, plantio da vegetação nativa, entre outros instrumentos.

2.4 REQUALIFICAÇÃO URBANA

E AMBIENTAL

De acordo com Moura (et al, 2006), a requalificação urbana envolve vários componentes e fatores que articulam e constituem em um determinado local no espaço, tendo como objetivo principal a qualidade do ambiente bem como, a qualidade de vida na cidade.

Os mesmos autores (2006), salientam que, a requalificação urbana em um determinado local, altera o valor da área em nível econômico, cultural, paisagístico e social, ou seja, está ligada ao desenvolvimento e o planejamento estratégico da cidade, de tal forma a manter e reintroduzir valores simbólicos do local, dando um novo uso, diferente da situação atual, a fim de melhorar a qualidade do ambiente urbano, bem como, promover um melhor desempenho econômico.

Quando trabalhada ambientalmente, a requalificação urbana pode estar sendo aplicada através de uma intervenção em um local degradado, ou em fase de recuperação. Desse modo, são utilizadas estratégias e ações, e consequentemente proporcionar sua renovação ambiental, bem como, a melhoria do espaço e da qualidade de vida da população.

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Figura 2.11: Degradação devido ações humanas.

25

2.5 DEGRADAÇÃO AMBIENTAL

De acordo com o Portal da Educação (2018), a Degradação Ambiental é o resultado de ações naturais ou de ações antropogênicas, ou seja, derivadas das atividades humanas, ocorridas durante um período ao longo do tempo, em um habitat ou meio ambiente, e que tem como consequência em prejuízos a biodiversidade (figura 2.10). Estes prejuízos possuem diferentes intensidades de acordo com o processo ocorrido, desde a devastação da fauna e flora, bem como, ao risco de doenças com a exposição das pessoas nestes locais degradados.

Conforme o Decreto Federal (1989, p. 01), a degradação ambiental é definida como o aglomerado de “processos resultantes de danos ao meio ambiente, pelos quais se perdem ou se reduzem algumas de suas propriedades, tais como, a qualidade ou capacidade produtiva dos recursos ambientais”.

2.5.1 Tipos de Áreas Degradadas

Como exemplos ocorridos de forma natural, podemos citar o ressecamento do clima, as mudanças climáticas atípicas, e/ou também a invasão natural de plantas nocivas em locais públicos, por exemplo. Porém, na maioria dos casos, a degradação ambiental está ligada a alteração do meio ambiente devido ações humanas. Os tipos mais comuns, de acordo com Pensamento Verde (2018) são:

Poluição: contaminação da atmosfera e do solo através de

poluentes liberados por indústrias e/ou empresas, bem como, o descarte incorreto dos materiais, e o despejo de resíduos nos rios;

Desmatamento: causado por cortes/queimadas irracionais da

vegetação de uma grande área, levando ao empobrecimento do solo, e a morte da fauna local;

Salinização: resultado do mau uso da irrigação do solo com a

utilização de água rica em sais mineiras, e com o uso de fertilizantes, resultando na infertilidade do solo;

Queimadas: tanto em casas maiores como nos menores,

ocasionam a poluição do ar atmosférico e desequilíbrio do bioma local;

Efeito Estufa: é uma das consequências da poluição gerada no

ar com a emissão de gases poluentes, resultando no aquecimento global, e consequências negativas no clima, vegetação, fauna e nos ecossistemas.

(26)

26

2.5.2 Área Degradada pela Mineração

de Carvão

De acordo com Moura (2015), o Brasil possui subsolo rico em depósitos minerais. Este fato fez com que durante muitos anos, até os dias atuais, diversas indústrias e empresas fizessem o uso desses recursos minerais. Um exemplo é a indústria da mineração, que está presente no cotidiano da sociedade de forma considerável. De forma geral, a atividade de mineração pode ser realizada em “minas subterrâneas e a céu aberto, pedreiras e poços, e todos os processos complementares para beneficiar e preparar os minérios e outros minerais brutos para que sejam comercializados” (LEITE, et al., 2010, p. 07). Ela pode afetar o meio físico e o biológico, “desde a frente da lavra, passando pelo beneficiamento, áreas de rejeito, transporte, estendendo-se ao uso e transformação do carvão” (KREBS; DIAS E VIEIRO, 1994, apud Cancelier, 2009), provocando intenso impacto ambiental.

As consequências da mineração ao meio ambiente são significativas, e abrangem de modo geral todo o ecossistema, podendo ser a degradação da paisagem, o tráfego de veículos, a contaminação das águas e do solo, poeiras e gases, ruídos e vibração, e os rejeitos (LEITE, et al., 2010).

2.5.3 Impactos no Solo causados pela

Mineração de Carvão

De acordo com Moura (2015), os impactos da degradação no solo são devastadores, pois o mesmo é a base da cadeia alimentar, produzindo alimento para manter a vida de um local. Um dos efeitos causados no solo em decorrência da atividade de mineração sem controle, é a desertificação, ou seja, o solo fica estéril perdendo todas suas características originais, devido principalmente ao manejo inadequado dos resíduos das mineradoras, e consequente destruição da cobertura vegetal. O mesmo autor (2015, p. 01), comenta que, “a intensidade dessa degradação, depende do volume, do tipo de mineração e dos rejeitos produzidos”.

Dos efeitos negativos, pode-se citar a contaminação do solo devido os elementos químicos contidos no carvão mineral e que pode ainda ser ampliados pela água por exemplo, a erosão, com o movimento do solo através de fenômenos de dinâmica superficial, a alteração da superfície topográfica e movimentação de encostas e terrenos em geral, bem como a perda ou destruição de solos superficiais férteis (figura 2.11). Portanto, é imprescindível que a recuperação do local afetado seja inclusa no processo de mineração.

Figura 2.11: Degradação do solo pela mineração de carvão. Fonte: Engeplus, 2014.

(27)

27

2.5.4 Recuperação e Reabilitação do

Solo Degradado

A ação de recuperação pode ser feita a partir de métodos sistemáticos relativos ao solo/terreno, e métodos vegetativos, que reestabelece a cobertura vegetal, a fim de que o solo alterado, volte a ter condições ambientais próximas ou iguais as condições anteriores a degradação, e posteriormente com a sua utilização de acordo com as Leis vigentes para uso do solo, visando na requalificação do ambiente e estabilidade (MOURA, 2015). A Norma especificada no Art. 225 da CF, estabelece que, “aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei” (BRASIL, 1988, p. 01). O mesmo Decreto de n° 97.632, determina que, para um local designado à exploração de recursos minerais, deverá ser apresentado e aprovado para um órgão ambiental, um plano de recuperação da área degradada, conhecido como PRAD.

Esse plano de recuperação, é voltado principalmente para características da vegetação e do solo, podendo também, contemplar a “reabilitação ambiental da água, do ar, da fauna e do ser humano” (MOURA, 2015, p. 01). Conforme o mesmo autor (2015), para elaboração de um plano de recuperação é necessário o conhecimento de princípios ecológicos, bem como, o conhecimento do ecossistema do local a ser trabalhado.

Além da recuperação do local degradado, a reabilitação dessa área está ligada à sua reutilização como um espaço público de lazer, ou também, de uso residencial, comercial, entre outros (KOPEZINSKI, 2000, apud MOURA, 2015). As etapas de recuperação são as seguintes de acordo com (BARBOSA et al., 1992 apud Moura, 2015, p. 01): “Pré-planejamento, desmatamento, remoção e estocagem do capeamento do solo, obras de engenharia na recuperação, manejo de solo orgânico, preparação do local para plantio, seleção de espécies de plantas, propagação de espécies, plantio e acompanhamento (figura 2.12).

Em 2003, foi iniciado um plano de recuperação ambiental do terreno destinado a este projeto, tendo como etapas concluídas a raspagem do solo, a conformação topográfica, seguida de impermeabilização com argila e cobertura com solo orgânico de espessura de 0,10m.

Figura 2.12: Degradação do solo pela mineração de carvão. Degradação Restauração Recuperação Reabilitação Ambiente Original Fonte: Engeplus, 2015.

(28)

28

A recuperação de uma área degradada resulta em diversas vantagens para o meio ambiente bem como, para a comunidade, gerando melhor qualidade de vida. Por isto, é necessário que ocorram com mais frequência iniciativas governamentais que determinem as empresas e indústrias, políticas de recuperação do solo, com o objetivo de recuperar o ecossistema afetado, bem como, impondo duras sanções aquelas que não cumprirem tais Leis.

Desse modo, a requalificação urbana e ambiental neste trabalho, inclui aspectos de caráter social, físico, econômico e ambiental (figura 2.13). Como o solo já foi recuperado de acordo com Possoli (2014), a proposta visa a reabilitação do mesmo com a inserção de um parque, servindo tanto para os usuários da moradia, como, para a comunidade.

Figura 2.13: Esquema Requalificação e Sustentabilidade.

Fonte: Baldan, 2018, adaptado pela autora.

A inserção de equipamentos públicos e culturais, propicia lazer, convívio e integração social entre comunidade, alunos e professores. A implantação de atividades que estimulam a economia, serve para manutenção do parque e da moradia. Além disso, um espaço com preservação permanente com espécies nativas, e atividades que não agridam o meio ambiente, asseguram a preservação do mesmo e qualidade ambiental (figura 2.14).

Figura 2.14: Moradia Estudantil com Área Verde – Unifesp/Osasco.

(29)

29

REFERENCI

AIS

PROJ

ETUAIS

3

(30)

Figura 3.03: Implantação.

30

0 15 30 45m

3.1 CITÉ A DOCKS – CASA DE

ESTUDANTES

Escritório: Ateliê Catanni Architects Área Construída: 3.880m² Localização: Le Havre – França Ano: 2010

O projeto consiste na proposta de uma residência estudantil que unisse habitação e o meio ambiente, e que, transmitisse a ideia de vida acadêmica independente, mas integrando ao entorno. Desse modo, containers antigos foram transformados em unidades habitacionais modulares. De acordo com Cattani (2010 apud Portilla, 2010), a implantação em um terreno plano e de esquina com cerca de 4.500m², é favorecida devido aos equipamentos e as visuais do entorno imediato, como restaurantes universitários, escolas, parques, equipamentos esportivos e o Canal de Tancarville, responsável pela locomoção hidroviária de embarcações (figuras 3.02 e 3.03).

Os volumes foram implantados de forma escalonada em quatro pavimentos, no sentido norte/sul, formando dois blocos lineares (figura 3.01). A moradia conta com 100 unidades de habitação com 25m² cada uma, um estacionamento, além de pátios e varandas internas.

Figura 3.02: Localização Cité a Docks, Canal de Tancarville e vias principais.

Fonte: Google Maps, adaptado pela autora, 2018.

Fonte: Archdaily, apud Portilla. 2010.

Fonte: Google Street View, 2017. Figura 3.01: Volume moradia.

(31)

Figura 3.04: Canal de Tancarville e Volume Moradia.

Figura 3.05: Pátios, cheios e vazios. Figura 3.06: Estacionamento Moradia.

Figura 3.07: Esquema Acessos.

0 15 30 45m

3.1.1 Relação Interior x Exterior

O mesmo autor, analisa que, o térreo foi elevado permitindo com que todas as unidades de moradia possam aproveitar melhor a privacidade. Além disso, todas possuem vistas para os jardins interiores através das aberturas em vidro nas fachadas. A vista para o Canal de Tancarville também é um potencial do local (figura 3.04). O conjunto possui um cercado metálico na parte central, e fica conectado diretamente com o

exterior aos fundos com o estacionamento. A forma escalonada da

moradia permitiu a criação de varandas e pátios, o que propicia interação e convivência entre os moradores, além de uma maior visibilidade e transparência do conjunto (figura 3.05).

3.1.2 Acessos e Circulações

A moradia conta com dois acessos externos principais para pessoas e o acesso de veículos se dá para um estacionamento descoberto, delimitado apenas por alguns balizadores (figura 3.06). Além dos acessos dos moradores, o conjunto conta com um acesso de serviços/funcionários. A estrutura, implantação e distribuição dos blocos estão ligadas diretamente com as circulações internas. A forma de implantação e distribuição dos containers, permitiu a criação de espaços vazios com áreas de usos comuns, e a circulação com corredores transversais que dão acesso aos apartamentos e aos pátios. Uma circulação principal retilínea no jardim central, cruza todo o conjunto (figura 3.07).

Fonte: Google Street View, 2017.

Fonte: Google Street View, 2017, Fonte: Google Street View, 2017. adaptado pela autora, 2018.

Fonte: Portilla, 2010, adaptado pela autora, 2018.

.

(32)

Figura 3.12: Planta Baixa Tipo.

0 15 30 45m

3.1.3 Definição da Tipologia

Como já comentado, o Cité a Docks possui 100 unidades de habitação, com cerca de 25m² cada uma, distribuídas em 4 pavimentos no conjunto (figura 3.11). São destinadas para apenas um morador, no valor mensal de 280 euros. Os apartamentos contam com um banheiro privativo, uma pequena copa, um espaço para refeições, espaço de descanso/dormir com armários, sistema de ventilação e internet gratuita (figura 3.12). Todas as unidades possuem duas fachadas envidraçadas, permitindo assim, ventilação e iluminação natural no ambiente (figura 3.13).

O interior possui pintura com cores claras, ampliando o espaço e tornando termicamente mais agradável, além de móveis em madeira (figuras 3.08, 3.09 e 3.10). A forma da unidade é predominantemente linear, compacta e funcional, como observa-se na Planta Tipo (figura 3.12).

Figuras 3.08, 3.09 e 3.10: Interior do dormitório.

Fonte: Archdaily, apud Portilla. 2010.

Fonte: Portilla, 2010, adaptado pela autora, 2018.

Fonte: Portilla, 2010, adaptado pela autora, 2018.

ACESSO

Figura 3.11: Esquema Implantação Geral Cité a Docks.

Fonte: Portilla, 2010, adaptado pela autora, 2018. Figura 3.13: Vista dormitório – Cité a Docks.

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Figura 3.14: Relação do Volume com o entorno.

Figura 3.15: Marcação simetria na fachada.

Figura 3.16: Volume e Materialidade.

3.1.4 Volumetria e Materialidade

O volume e a materialidade da proposta estão relacionados com o entorno imediato. O reuso de containers no projeto, bem como o gabarito de até 4 pavimentos, sintetiza na forma condicionantes importantes do entorno, como, as empresas que transportam seus produtos em containers pelo Canal de Tancarville, onde em geral possuem alturas baixas, tornando a proposta equilibrada com a fisionomia dos vizinhos (figura 3.14).

A volumetria possui características horizontais com linhas e formas retas, porém, a sequência das passarelas transversais, cria marcações de cheios e vazios nas fachadas, fazendo com que volumes se sobressaem uns aos outros, e caracterizando um volume geral simétrico (figura 3.15).

Fonte: Contemporist, 2010.

Fonte: Portilla, 2010, adaptado pela autora, 2018.

A proposta possui como materiais principais, o metal como base e estrutura e o vidro nas janelas do tipo sacada nas fachadas. Os containers foram mantidos ondulados e repintados na cor cinza metálico. Além disso, no miolo das paredes externas, foram colocados 40 centímetros de largura de concreto armado juntamente com espuma, para isolamento térmico e acústico (figura 3.16).

Fonte: Contemporist, 2010.

(34)

3.1.5 Estrutura

A estrutura metálica, é o principal material estrutural utilizado no projeto (figura 3.18). Desse modo, os containers foram escalonados em uma grade metálica, formando os dois blocos de moradia, tornando o conjunto leve e facilitando a manutenção do mesmo (figura 3.19).

3.1.6 Conforto Ambiental

As paredes externas dos containers, e as que fazem divisa entre as unidades foram revestidas com concreto reforçado de 40 centímetros de espessura, juntamente com espuma acústica para absorver impactos e vibrações, auxiliando no isolamento térmico e acústico. Todas as aberturas em vidro, são espessas e de tamanho considerável, permitindo grande entrada de iluminação e ventilação natural nos apartamentos, contribuindo no conforto dos mesmos. Além disso, as janelas possuem uma cortina retrátil na cor branca, para fechamento total do ambiente, possibilitando o reflexo dos raios solares (figura 3.20). As passarelas e circulações transversais auxiliam na passagem do vento entre as unidades, melhorando a sensação térmica. Os pisos externos são em concreto, pedriscos e jardins com arborização que demarcam os acessos aos apartamentos. A presença do Canal e jardins do entorno, melhora a sensação térmica do conjunto (figura 3.20).

Fonte: Archdaily, apud Portilla. 2010. Fonte: Contemporist, 2010, adaptado pela autora, 2018.

Figura 3.18: Estrutura metálica aparente na fachada.

Fonte: Contemporist, 2010. Figura 3.17: Planta Baixa Térreo.

Figura 3.19: Corte AA.

Fonte: Contemporist, 2010, adaptado pela autora, 2018.

Figura 3.20: Canal de Tancarville no exterior, e janelas com cortina retrátil.

34

(35)

3.2 ECO-HABITAÇÃO

COLETIVA LA CANOPÉE

Arquitetos: Patrick Arotcharen Architecte Área Construída: 3.800m² Localização: Bayonne, França Ano: 2011

De acordo com a equipe de projeto (2011 apud Helm, 2013), a proposta de habitação social, em Bayonne, foi implantada em um

terreno irregular com aproximadamente 5.000m², onde as

condicionantes como a topografia e vegetação existente, foram o grande ponto de partida para a criação do projeto, respeitando e valorizando o contexto, e assim, integrando a moradia com a natureza circundante (figura 3.21). Ainda conforme os autores, o estudo do terreno, as visuais, insolação e ventilação naturais, e a ideia de esconder os estacionamentos a fim de valorizar a paisagem natural, direcionaram a implantação e disposição dos volumes (figura 3.22).

Fonte: Archdaily, apud Helm, 2013, adaptado pela autora, 2018. Fonte: Archdaily, apud Helm, 2013, adaptado pela autora, 2018. Figura 3.21: Localização da moradia com entorno imediato.

Figura 3.22: Impantação da moradia.

35

(36)

Figura 3.23: Conjunto elevado sob pilotis.

Fonte: archdaily, 2011. Fonte: Archdaily, 2011.

Figura 3.25: Esquema Acessos.

Figuras 3.26 e 3.27: Circulações e Passarelas.

3.2.1 Relação Interior x Exterior

A forma e disposição de como foi proposta a implantação do conjunto, fez com que todas as unidades tivessem uma conexão do interior com o entorno. Os autores, comentam que, as unidades se elevam do solo sob pilotis, formando um total de 50 unidades de moradias (figura 3.23). Destas, 38 são coletivas, e 12 são individuais, onde se conectam através de passarelas elevadas. A implantação destas passarelas permitiu a criação de varandas e passagens que propiciam a interação e convivência entre os moradores, além de uma maior visibilidade e transparência do conjunto (figura 3.24). A integração com o exterior fica ainda mais evidenciada pela utilização da madeira e do vidro nas unidades.

3.2.2 Acessos e Circulações

O projeto conta com três entradas e duas saídas externas para veículos, com circulações internas em asfalto. Para os pedestres, quatro acessos principais externos se dão através dos próprios passeios (figura 3.25), conectando aos caminhos das circulações internas, projetadas em

concreto com tom claro, e

demarcadas por balizadores e pela vegetação (figura 3.23).

As circulações ocorrem

através de caminhos no térreo e passarelas no pavimento superior, e com nove escadas e dois elevadores que conectam o térreo com as passarelas (figuras 3.26 e 3.27). Os acessos são espaços semi-privados

que servem duas unidades

habitacionais no máximo.

Fonte: Archdaily, apud Helm, 2013, adaptado pela autora, 2018.

Fonte: archdaily, 2011.

Figura 3.24: Passarelas em madeira.

(37)

3.2.3 Definição dos Espaços

Como já comentado a Eco-Habitação Coletiva possui um total de 50 unidades de habitação, que são elevadas do térreo e distribuídas em dois ou três pavimentos. O nível do térreo caracteriza-se por ser uma zona de serviço basicamente, possuindo estacionamentos, bicicletários, e área de manutenção da moradia (figura 3.28). O pavimento superior é composto pelas unidades de moradia (figura 3.29). Além disso, um espaço vazio no centro do terreno, demonstra a importância da vegetação como paisagem, seus caminhos no térreo fortalecem a ideia principal do projeto, em preservar a área verde, adequando as unidades de moradia no local e garantindo a visão natural e agradável durante o percurso (figura 3.30).

Fonte: Archdaily, apud Helm, 2013, adaptado pela autora, 2018.

LEGENDA

Figura 3.28: Esquema de Usos – Pav. Térreo. Figura 3.29: Esquema de Usos – Pav. Superior.

Fonte: Archdaily, apud Helm, 2013, adaptado pela autora, 2018.

37

(38)

A disposição dos ambientes internos nas unidades, é definida por estar no nível mais baixo e os quartos no pavimento superior, sendo que, é o espaço de estar que recebe maior incidência dos raios solares – devido a sua grande abertura envidraçada de seis metros de largura, que dá acesso a um terraço –, sendo assim, os dormitórios que ficam no sentido norte, acabam recebendo iluminação natural em menor quantidade.

As unidades coletivas possuem cerca de 70m², sendo 36m² de área social e 34m² de área privativa. Na área social, a unidade dispõe de cozinha, sala de estar, e uma varanda de madeira, e na privativa, possui dois dormitórios e um banheiro em comum para estes (figuras 3.31 e 3.32). A forma das unidades é basicamente retangular ou quadrada.

Fonte: Archdaily, apud Helm, 2013, adaptado pela autora, 2018.

LEGENDA

LEGENDA

Fonte: Archdaily, apud Helm, 2013, adaptado pela autora, 2018. Figura 3.30: Área verde como norteadora dos espaços.

Fonte: Archdaily, apud Helm, 2013.

Figura 3.31: Esquema da Tipologia – Pav. Inferior.

Figura 3.32: Esquema da Tipologia – Pav. Superior.

38

(39)

3.2.4 Volumetria e Materialidade

O volume e a materialidade da proposta estão relacionados com o próprio contexto do terreno. A ideia em utilizar elementos pré-fabricados a fim de diminuir os gastos desde o início e durante sua vida útil, bem como valorizar a vegetação, possibilitou na escolha de materiais que reduzissem o impacto arquitetônico dentro do meio em que foram implantadas as unidades. Devido ao formato das árvores existentes no local – troncos longos e copas altas –, a equipe optou em elevar as unidades sobre pilotis, porém, alcançando no máximo até três pavimentos. Isso resultou na implantação dos blocos de forma orgânica, com linhas e formas retas, dispostos nas extremidades do terreno e em seu interior, caracterizando um volume geral assimétrico (figura 3.33).

O material que se destaca é a madeira, porém, o aço, e o concreto também foram aderidos ao projeto. A madeira, torna o conjunto mais suave, e harmonioso, de forma a tentar “comunicar-se” com a natureza. Foi utilizada no revestimento das paredes em concreto das unidades, e nas escadas e passarelas que possuem guarda-corpo em aço e madeira (figura 3.34). Além disso, telas e jardineiras em aço foram colocadas nas varandas, a fim de que a natureza possa integrar ao conjunto. O concreto, fica visível apenas nos pilares, mas de forma agradável com cor clara (figura 3.35).

3.2.5 Estrutura

Como comentado, todo o projeto foi desenvolvido utilizando o máximo de elementos pré-fabricados. De acordo com a equipe (2011 apud Helm, 2013), todas as varandas são iguais, onde cada unidade segue o mesmo padrão de grade de tamanho 1,03 metros que, inclui revestimentos externos, vidros, elementos estruturais, entre outros. Os pilotis que estruturam as unidades, são em concreto armado, e para as passarelas elevadas, pilares em madeira fazem sua sustentação, os mesmos e toda a madeira empregada nas unidades, são da empresa fabricante EGOIN¹ (figura 3.35).

Fonte: Archdaily, 2011. Fonte: Archdaily, 2011.

¹EGOIN: Empresa fabricante de madeira, criada em 1990, na Espanha. Possui um grande número de certificações, e emprega madeira reutilizável e reciclável na produção.

Figura 3.33: Relação do Volume com entorno e materialidade. Figura 3.34: Volume e Materialidade.

Figura 3.35: Pilotis em Concreto.

Fonte: Archdaily, 2011.

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3.2.6 Conforto Ambiental

Por ser um local com espaços mais livres, possibilita uma corrente de ventilação maior nos ambientes, bem como iluminação natural, diminuindo gastos com energia. O revestimento externo nas unidades, caracteriza-se pelo design de estruturas em aço que possibilitam o crescimento da vegetação, e que resultam em diversas vantagens como, a economia de energia devido a temperatura interna ficar mais agradável, o sombreamento nas varandas, servindo como tubulações naturais para as águas das chuvas, entre outros, garantindo eficiência ambiental e de

energia. A madeira que se sobrepõe ao concreto das paredes, forma uma

segunda camada e diminui a capacidade do material de absorver calor, devido a formação de uma pequena camada vazia entre os dois materiais, possibilitando, menor aquecimento interno. Além disso, a forma empregada como se fosse uma tela, possibilita o crescimento das árvores, de modo que, as mesmas sobem por essa tela, incorporando o edifício com a paisagem e contribuindo para a diminuição da temperatura (figura3.36).

3.2.7 Motivo Escolha dos Referenciais

A escolha do projeto Cité a Docks (figura 3.37), advém da ideia de criar passarelas e pátios suspensos, possibilitando interação com o exterior, bem como a utilização de volumes sobrepostos a fim de tornar a forma mais agradável e interessante com os cheios e vazios, conversando e se integrando com o exterior.

A escolha do projeto Eco-Habitação Coletiva La

Canopée (figura 3.38), se deve ao fato das soluções arquitetônicas adotadas, a fim de reduzir o impacto geral do projeto, possibilitar eficiência energética, otimizar a luz natural, e respeitar tanto a sustentabilidade como o meio ambiente local. Além disso, se torna interessante a ideia de conexão dos blocos, através de passarelas suspensas, valorizando a paisagem das visuais, e a interação com o exterior de forma equilibrada e harmoniosa com a vegetação.

Figura 3.38: Eco-Habitação Coletiva La Canopée

Figura 3.36: Tela em Madeira.

Fonte: Archdaily, 2011.

Figura 3.37: Cité a Docks

Fonte: Archdaily, 2011. Fonte: Archdaily, 2011.

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ESTUDO D

E CAS

O

Referências

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