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Planejamento e inteligência dos órgãos de segurança

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Academic year: 2021

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WESLEY PEREIRA RESENDE

PLANEJAMENTO E INTELIGÊNCIA DOS ÓRGÃOS DE SEGURANÇA

CURITIBA 2018

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WESLEY PEREIRA RESENDE

PLANEJAMENTO E INTELIGÊNCIA DOS ÓRGÃOS DE SEGURANÇA

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Gestão Integrada de

Segurança Pública como requisito para a conclusão da Unidade de Aprendizagem

de Metodologia da Pesquisa Científica e requisito parcial para a elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso.

Orientadora: Profª Patricia Santos e Costa

CURITIBA 2018

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PLANEJAMENTO E INTELIGÊNCIA DOS ÓRGÃOS DE SEGURANÇA

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à conclusão da Unidade de Aprendizagem de Metodologia da Pesquisa Científica e aprovado em sua forma final pelo Curso de Especialização em Gestão Integrada de Segurança Pública da Universidade do Sul de Santa Catarina.

_________________, __________________________________.

______________________________________ Patrícia Santos e Costa

Professora Orientadora

______________________________________ Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________ Universidade do Sul de Santa Catarina

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“Dedico este estudo aos meus mestres, familiares e amigos...”

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A Deus, porque sem ele nada somos;

Aos mestres, pelos ensinamentos de excelência; Aos meus colegas, pela amizade e presteza; Aos familiares pelo apoio e amor incondicional.

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RESUMO

Este estudo visa discutir as diretrizes adotadas pelas agências de inteligência das instituições públicas de segurança nacionais quanto ao planejamento, organização e acompanhamento de eventos em grandes aglomerações públicas. O direito constitucional à reunião de pessoas, que está explícito na Constituição brasileira, assim como o envolvimento dos órgãos de inteligência atuando para que a preservação da ordem e a garantia do direito estejam presentes nos atos, são fundamentos que embasaram o presente trabalho. Especificamente relata um caso concreto envolvendo o ex-presidente da República Luís Inácio Lula da Silva, que compareceu à capital do Paraná, Curitiba, em duas oportunidades a fim de prestar depoimentos ao Juiz Federal Sérgio Fernando Moro. A atuação de forma corporativa das instituições públicas estaduais e federais, especialmente com o auxílio das referidas agências de inteligência, contribuiu para que tais eventos transcorressem sem maiores incidentes. Traz um breve histórico do surgimento da atividade de inteligência ao longo da história e sua importância para a preservação e proteção da ordem pública e dos interesses estratégicos nacionais. Destaca a importância do trabalho conjunto das instituições para subsidiar eventual enfrentamento de situações de crise, principalmente por parte da Polícia Militar. Conclui que um trabalho organizado e em conjunto pode, além de garantir o direito previsto na Constituição de livre manifestação, também pode cooperar para que as aludidas instituições estejam melhores preparadas para atuar em consonância com as normas legais garantindo aos cidadãos o exercício de seus direitos de manifestação.

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This study aims to discuss the guidelines adopted by the intelligence agencies of national public security institutions regarding the planning, organization and monitoring of events in large public agglomerations. The constitutional right to the assembly of persons, which is explicit in the Brazilian Constitution, as well as the involvement of the intelligence agencies acting so that the preservation of order and the guarantee of the right are present in the acts, are foundations that ground the present work. Specifically, he reports a concrete case involving the former president of the Republic Luís Inácio Lula da Silva, who attended the capital of Paraná, Curitiba, twice, in order to give testimony to Federal Judge Sérgio Fernando Moro. The corporate performance of state and federal public institutions, especially with the help of the aforementioned intelligence agencies, contributed to such events occurring without major incidents. It gives a brief history of the emergence of intelligence activity throughout history and its importance for the preservation and protection of public order and national strategic interests. It emphasizes the importance of the joint work of the institutions to subsidize eventual confrontation of crisis situations, mainly by the Military Police. It concludes that an organized and joint work can, in addition to guaranteeing the right provided for in the Constitution of free manifestation, also cooperate so that the aforementioned institutions are better prepared to act in accordance with the legal norms guaranteeing the citizens the exercise of their rights of manifestation.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...10

2 SERVIÇOS DE INTELIGENCIA E CONTRAINTELIGÊNCIA...12

2.1 CONCEITOS E OBJETIVOS...12

2.2 UM BREVE CONTEXTO HISTÓRICO...12

2.3 PRINCIPAIS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS CONTEMPORÂNEAS...14

2.3.1 Estados Unidos: CIA (Agência Central de Inteligência)...14

2.3.2 Israel: Mossad – Instituto de Inteligência e Operações Especiais...14

2.3.3 Reino Unido: MI6 – Inteligência Militar, Seção 6...15

2.3.4 URSS: KGB – Comitê de Segurança do Estado...15

2.3.5 Alemanha: BND – Serviço de Inteligencia Federal...16

2.3.6 China: Guoanbu – Ministério de Segurança do Estado da China...16

2.4 ORGANIZAÇÃO DOS ÓRGÃOS DE INTELIGÊNCIA NO BRASIL...17

2.5 MANIFESTAÇÕES PUBLICAS E A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA...18

3 ATUAÇÃO DA POLICIA MILITAR: O CASO DE SANTA CATARINA...22

4 PLANEJAMENTO E INTELIGÊNCIA DOS ÓRGÃOS DE SEGURANÇA...24

4.1 APLICAÇÃO PRÁTICA DE TÁTICAS DE SEGURANÇA EM GRANDES EVENTOS...26

4.2 ESTUDO DE CASO: DEPOIMENTO DE LULA EM CURITIBA EM 2017...27

5 CONCLUSÃO...31

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1 INTRODUÇÃO

O presente estudo aborda a importância das agências de inteligência e sua colaboração para subsidiar o trabalho das instituições públicas na gestão da segurança em manifestações e em eventos onde há grande concentração de pessoas. Acompanhando uma tendência mundial, no Brasil as manifestações públicas têm aumentado exponencialmente nos últimos anos. Milhares de pessoas tem buscado seus direitos ou simplesmente expressado sua opinião protestando e o tema ora proposto visa discutir uma maneira de minimizar possíveis conflitos entre manifestantes e instituições de segurança pública. No Brasil e nos demais países democráticos o direito de reunião e manifestações públicas é garantido observando-se o dever de informar previamente a hora e o local à autoridade competente – justamente para que possa haver o planejamento a ser discutido adiante, não cabendo a essa autoridade deliberar sobre a permissão para a sua realização.

As facilidades de comunicação, divulgação e mobilização pelas redes sociais permitem que uma manifestação reúna milhares de pessoas de maneira fácil e rápida. Nesse contexto o trabalho dos órgãos de inteligência é necessário, pois subsidia a atuação e tomada de decisões das forças policiais no planejamento, prevenção e, se necessário, a repressão de distúrbios nesses eventos, minimizando possíveis enfrentamentos entre manifestantes e “polícia”.

O objetivo deste trabalho é apresentar ao leitor um breve panorama da importância do serviço de inteligência, assim como seu uso constitucional para as instituições de segurança.

A gestão da segurança em grandes eventos é abordada neste trabalho em cinco capítulos a partir de uma visão geral e, após, uma mais específica. A introdução foca na apresentação do teor do trabalho objetivando que o leitor tenha uma visão geral do conteúdo abordado.

O capítulo dois trata dos conceitos de inteligência e contrainteligência, para em seguida abordar a origem histórica das atividades de inteligência que vem desde o Egito antigo até os dias atuais onde através de aparatos tecnológicos e especialização e profissionalização de agentes públicos pode-se obter resultados excepcionais. Após, é apresentado um breve resumo das principais agências de inteligência em atividade no mundo.

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Ainda no capítulo dois tratamos da organização dos órgãos de inteligência no Brasil, atualmente estruturado no Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN), cujo órgão central é a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN). Por fim, o direito de manifestação no Brasil é analisado à luz dos dispositivos constitucionais vigentes.

O capítulo três ressalta a iniciativa da Polícia Militar do Estado de Santa Catarina em publicar nota de orientação a ser observada pelo participante de manifestações públicas naquele Estado.

No capítulo quatro temos a parte teórica das questões de planejamento e inteligência dos órgãos de segurança, abordando as boas práticas para minimizar os conflitos e distúrbios em manifestações populares e seus efeitos. Após falarmos da aplicação prática de táticas de segurança em grandes eventos, abordamos o caso prático notório dos depoimentos do ex-presidente Lula ao juiz Sérgio Fernando Moro em Curitiba em ação resultante da “Operação Lava Jato”.

Concluindo o trabalho, o capítulo cinco vem apontar e reforçar a necessidade de que haja um trabalho integrado das instituições públicas no sentido de minimizar possíveis conflitos que eventualmente possam ocorrer nas manifestações populares no Brasil. A Polícia Militar – instituição de fundamental importância nesse contexto - e as demais instituições precisam usufruir de seus serviços de inteligência com maior efetividade a fim de que estejam mais preparadas para enfrentar situações adversas.

A metodologia adotada se baseia em pesquisas em livros, periódicos, enriquecidas com algumas entrevistas e relatos de caso por experiência própria do autor, que foi parte da equipe e que se inspirou e participou dos eventos citados acima.

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2 SERVIÇOS DE INTELIGENCIA E CONTRAINTELIGÊNCIA

2.1 CONCEITOS E OBJETIVOS

De acordo com a Agência Brasileira de Inteligência ABIN1, a atividade de inteligência se traduz em “ações especializadas para obtenção e análise de dados”, bem como a produção e a proteção de “conhecimentos para o país”, sendo “fundamental e indispensável à segurança do Estado, da sociedade e das instituições nacionais”, assegurando ao “poder decisório” (ou seja, às autoridades encarregadas de tomar as decisões fundamentais do Estado) o conhecimento “antecipado e confiável de assuntos relacionados aos interesses nacionais”.

Se por um lado a atividade de inteligência busca obter informações de interesse do Estado, a contrainteligência busca, em essência, evitar que suas informações sensíveis (“dados, conhecimentos, infraestruturas críticas – comunicações, transportes, TI – e outros ativos sensíveis e sigilosos de interesse do Estado e da sociedade”) caiam em poder de Estados, instituições ou grupos de interesse que lhe sejam hostis.

Para cumprir este objetivo, a contrainteligência busca prevenir, identificar e neutralizar ameaças como “a espionagem, a sabotagem, o vazamento de informações e o terrorismo” patrocinados por estes elementos, e que ameaçam “o desenvolvimento nacional e a segurança do Estado e da sociedade.”

2.2 UM BREVE CONTEXTO HISTÓRICO

A atividade de inteligência é sem dúvida uma das mais antigas do mundo; é fato que exerce um fascínio e grande influência nas relações sociais e de poder, conforme Gonçalves (s.d, p. 1) pondera:

Do antigo Egito aos dias atuais, reis, príncipes, generais, papas, homens de Estado, empresários e líderes nas mais diversas áreas, no setor público e na iniciativa privada, têm recorrido à atividade de inteligência para subsidiar suas decisões com conhecimentos produzidos a partir de informações sigilosas.

1. Agencia Brasileira de inteligência – ABIN. Disponível em:

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A necessidade de conhecer as atividades do seu público de interesse como medida de proteção é inerente à natureza humana desde tempos remotos, haja vista que até trechos bíblicos mencionam a atividade:

“Envia homens que espiem a terra de Canaã, que eu hei de dar aos filhos de Israel; de cada tribo de seus pais enviareis um homem, sendo cada um príncipe entre eles.2

Gonçalves (p. 7) considera ainda que a inteligência é essencial para a segurança dos estados, sociedade e instituições nacionais. Sobre os serviços de inteligência afirma Cepik (2001, p. 9):

Serviços de inteligência são agencias governamentais responsáveis pela coleta, analise e disseminação de informações consideradas relevantes para o processo de tomada de decisões e de implementação de políticas públicas nas áreas de política externa, defesa nacional e provimento de ordem pública.

Na clássica obra A Arte da Guerra (Sun Tzu, 2006, p. 75), percebe-se uma notória alusão aos serviços de inteligência como elemento essencial à vitória,

Procura obter todas as informações sobre o inimigo. Informa-te exatamente de todas as suas relações, suas ligações e interesses recíprocos. Não poupes grandes somas de dinheiro. Não lamentes o dinheiro empregado seja no campo inimigo, para conseguir traidores ou obter conhecimentos exatos, seja para o pagamento dos teus soldados: quanto mais gastares, mais ganharás. É um dinheiro que renderá juros elevados. Mantém espiões por toda a parte. Informa-te de tudo, nada negligencies do que descobrires. Mas, tendo descoberto algo, sê extremamente discreto.

Destacando-se a importância da inteligência, nos tempos atuais há a profissionalização do serviço em todos os aspectos, tanto no treinamento de recursos humanos como no grande desenvolvimento tecnológico. Os líderes mundiais nunca estiveram tão próximos desses serviços como nos séculos XX e XXI, como destaca Ugarte (2003, p. 99):

A atividade de Inteligência não é uma atividade habitual do Estado Democrático. É uma atividade, se bem permanente, excepcional de referido Estado, reservada para o exterior, das questões mais importantes das políticas exterior, econômica e de defesa; e para o interior, àquelas ameaças susceptíveis de destruir o Estado e o sistema democrático.

2. BIBLIA SAGRADA. Números 13:2. Disponível em: https://www.bibliaonline.com.br/acf/nm/13/2. Acesso em 25 fev 2018.

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2.3 PRINCIPAIS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS CONTEMPORÂNEAS

Com o fim da II Guerra Mundial e o início da chamada “Guerra Fria”, quando o mundo ficou dividido entre as superpotências EUA (Estados Unidos da América) e URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) liderando os blocos capitalista e comunista respectivamente, manter serviços de inteligência passou a ser uma atividade indispensável à sobrevivência das principais nações mundiais para defenderem seus interesses, e assim permanece até hoje, especialmente quando o terrorismo e a corrida armamentista nuclear passaram a ser uma preocupação comum e constante. Vejamos um breve resumo das principais agências de inteligência internacionais3:

2.3.1 Estados Unidos: CIA (Agência Central de Inteligência)

Foi criada em 18 de setembro de 1947, ou seja, logo após o fim da II Guerra Mundial e no início da Guerra Fria, com uma equipe de agentes que havia atuado de forma intensa na guerra. Com estimados 20.000 funcionários, é considerada a mais ativa do mundo, monitorando e executando atividades no mundo todo.

Teve participação decisiva no combate ao comunismo internacional, inclusive e principalmente na América Latina. Até hoje se atribui grande influência da CIA no golpe de Estado que instituiu o regime militar no Brasil de 1964 a 1985.

Atualmente as principais atividades da CIA são direcionadas ao combate ao terrorismo, ao narcotráfico e ao crime organizado.

2.3.2 Israel: Mossad – Instituto de Inteligência e Operações Especiais

Apesar de ter sido instituída oficialmente em 13 de dezembro de 1949, sua origem remonta aos anos 1930, quando a Palestina ainda era uma colônia britânica (o Estado de Israel só foi criado em 14 de maio de 1948). Cercado de nações árabes inimigas que pregam abertamente sua extinção, Israel tem o serviço de inteligência considerado o mais eficiente do mundo, mesmo usando métodos de trabalho considerados antigos, como infiltração de agentes de campo e

3. Agências Secretas. In: Revista Superinteressante. Disponível em:

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recrutamento de informantes. Trabalha em conjunto com os órgãos israelenses Aman (inteligência militar) e Shin Bet (Segurança Interna).

Sua atividade principal tem sido prevenir e combater ações terroristas das nações árabes que o cercam. Da II Guerra Mundial até os anos 1960 teve papel de destaque na caça a criminosos de guerra nazistas no mundo todo.

Atualmente a agência tem 5 divisões principais, que cuidam desde a eliminação de inimigos do Estado Israelense até o combate a ataques cibernéticos a suas redes de computadores – atividade que, diga-se, vem ocupando cada vez mais todas as agências de segurança internacionais.

2.3.3 Reino Unido: MI6 – Inteligência Militar, Seção 6

Até 1909 os serviços de inteligência britânica eram desempenhados pela Divisão de Inteligência Naval. Com a necessidade de ampliação de sua estrutura de inteligência, a Inglaterra criou o Serviço Secreto Britânico de Inteligência (SIS), cuja seção principal é a de nº 6, daí o nome.

Atualmente conta com estimados 2.200 agentes em atividade e, embora tenha se concentrado no enfrentamento da ameaça comunista nos tempos da Guerra Fria, hoje, a exemplo de suas coirmãs, se ocupa principalmente do combate ao terrorismo e ao narcotráfico.

2.3.4 URSS: KGB – Comitê de Segurança do Estado4

Criado oficialmente em 13 de março de 1954 herdando as estruturas dos primórdios da Revolução Bolchevique e do aparato de repressão de Stálin, a KGB chegou a ter 500.000 funcionários (!) e era considerada até 1991 a maior agência de inteligência do mundo, chegando a se confundir com o próprio Estado soviético pois exerce atividades de inteligência, contraespionagem, segurança interna e perseguição política.

Durante décadas difundiu o comunismo pelo mundo aliciando agentes duplos e patrocinando guerrilhas marxistas na África, Oriente Médio e América Latina. Além disso plantava dados falsos sobre a URSS nos países inimigos e

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exercia forte domínio através da doutrinação comunista, que também exercia muito fascínio sobre americanos e europeus.

Em 1991, como consequência da reestruturação do sistema político soviético efetivado por políticas reformistas promovidas pelo Secretário-Geral do Partido Comunista à época, Mikhail Gorbachev, entre 1985 e 1991, e que ficaram conhecidas pelas expressões Glasnost (transparência, em russo) e Perestroika (reestruturação, em russo), a KGB foi dividida em várias agências especializadas como o FIS (serviço de inteligência) e o FSB (serviço de segurança).

2.3.5 Alemanha: BND – Serviço de Inteligencia Federal

Fundada em 1º de abril de 1956 e contando com cerca de 5.000 agentes, a agência alemã foi formada em sua maioria por ex-agentes nazistas e da Stasi, a polícia secreta alemã.

Hoje atua essencialmente no combate ao tráfico de armas, terrorismo, imigração ilegal e crime organizado em geral, atuando, curiosamente, em estreita colaboração com o serviço secreto israelense Mossad.

2.3.6 China: Guoanbu – Ministério de Segurança do Estado da China

Criado em 4 de agosto de 1983, atualmente é considerado a maior e mais misteriosa agência de inteligência do mundo. Seu número de empregados não é conhecido e a natureza de suas funções é um pouco diferente das de suas coirmãs, pois se dedica mais a vigiar os quase os 1,4 bilhão de chineses (inclusive no exterior) e manter a hegemonia do poder do Partido Comunista chinês do que ocupar-se de ameaças estrangeiras.

Duas das maiores preocupações do serviço secreto chinês são o acesso do povo a informações e notícias estrangeiras – que passam por forte censura governamental – e o acesso do país a recursos naturais de outros países para sustentar seu crescimento econômico.

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2.4 ORGANIZAÇÃO DOS ÓRGÃOS DE INTELIGÊNCIA NO BRASIL

Segundo Gonçalves (p. 7) a atividade de inteligência civil organizada institucionalmente no Brasil tem suas origens em 1927, com a criação, pelo Presidente Washington Luís, do Conselho da Defesa Nacional (CDN), na forma do Decreto nº 17.199, de 29 de novembro de 1927.

Logo após a II Guerra Mundial o então presidente da República Eurico Gaspar Dutra (1946-1951) cria o serviço Federal de Informações e Contrainformações (SFICI), através do Decreto-Lei nº 9.775, de 6 de setembro de 1946. Tal decreto concedeu atribuições ao Conselho de Segurança Nacional e, de acordo com Gonçalves (s.d, p. 8):

O órgão, entretanto, só seria efetivado 12 anos depois, no Governo Juscelino Kubitschek, com o Decreto nº 45.040, de 6 de dezembro de 1958. Tinha-se, com o SFICI, o embrião do serviço secreto brasileiro. Apesar de eficiente no Governo JK e, principalmente, no de Jânio Quadros, quando passou a estar subordinado ao então coronel Golbery do Couto e Silva, o SFICI enfraqueceu-se durante a presidência de João Goulart, não conseguindo assessorar corretamente o Chefe de Estado acerca da crise que culminaria no movimento de 31 de março de 1964.

O SNI – Serviço Nacional de Informações, órgão sucessor do Serviço Federal de Informações e Contra-Informações (SFICI) e da Junta Coordenadora de Informações (JCI), foi idealizado pelo seu primeiro chefe, o general Golbery do Couto e Silva, e criado pela Lei nº 4.341 em 13 de junho de 1964 para “supervisionar e coordenar as atividades de informações e contrainformações no Brasil e exterior”5.

De acordo com Stepan (1986), por ter uma imagem institucional muito ligada à repressão nos governos militares, e de forte influência nos presidentes do ciclo militar, foi extinto no primeiro dia da gestão do presidente Fernando Collor de Mello (1990-1992) através da Medida Provisória nº 150, de 15 de março de 1990, que o extinguiu e o substituiu pelo Departamento de Inteligência da Secretaria de Assuntos Estratégicos (DI/SAE) da Presidência da República.

No governo de Itamar Franco (1992-1994), o Departamento foi transformado na Subsecretaria de Inteligência (SSI). Em 1999, com a Lei nº 9.883, de 7 de dezembro de 1999, o presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) instituiu o Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN) e criou a Agência Brasileira de

5. Serviço Nacional de Informações. Wikipédia: a enciclopédia livre. Disponível em:

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Inteligência (ABIN), como seu órgão central (GONÇALVES, p. 8), assumindo desde então as atribuições do extinto SNI.

Vale ressaltar que, do período de 1990 (quando o SNI foi extinto) – ou seja, logo após a primeira eleição presidencial após a Constituição de 1988 – até a criação do SISBIN em 1999, os serviços de inteligência passaram por uma fase que poderia ser classificada como de “ínércia”, sem operações importantes e “na obscuridade”, de acordo com opinião manifestada a este autor por integrante da atual ABIN.6

Em sua estrutura atual,

A Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) é um órgão da Presidência da República, vinculado ao Gabinete de Segurança Institucional, responsável por fornecer ao presidente da República e a seus ministros informações e análises estratégicas, oportunas e confiáveis, necessárias ao processo de decisão.7

Curiosamente, a ABIN é a único serviço secreto do mundo que recruta agentes por concurso público, por exigência do artigo 37, II da Constituição Federal8:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

(...)

II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;

2.5 MANIFESTAÇÕES PUBLICAS E A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA

Os movimentos sociais têm um caráter político-social; na maioria das vezes, são movimentos articulados com o objetivo de chamar a atenção sobre uma conjuntura política, econômica e sociocultural do país. Movimentos sociais não são exclusivos das sociedades modernas conforme relata Gohn (2011, p. 336):

Na realidade histórica, os movimentos sempre existiram, e cremos que sempre existirão. Isso porque representam forças sociais organizadas, 6. A identidade do entrevistado será preservada por se tratar de servidor em exercício no órgão. 7. Agencia Brasileira de inteligência – ABIN. Disponível em:

http://www.abin.gov.br/atividadeinteligencia/inteligenciaecontrainteligencia/. Acesso em: 25 fev 2018.

8. BRASIL. Constituição Federal de 1988. Disponível em

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aglutinam as pessoas não como força-tarefa de ordem numérica, mas como campo de atividades e experimentação social, e essas atividades são fontes geradoras de criatividade e inovações socioculturais. A experiência da qual são portadores não advém de forças congeladas do passado - embora este tenha importância crucial ao criar uma memória que, quando resgatada, dá sentido às lutas do presente.

Desta forma o legado sociocultural dos grandes movimentos sociais exerce grande influência na sociedade contemporânea, como observa Gohn (2011, p. 336):

Tanto os movimentos sociais dos anos 1980 como os atuais têm construído representações simbólicas afirmativas por meio de discursos e práticas. Criam identidades para grupos antes dispersos e desorganizados, como bem acentuou Melucci (1996). Ao realizar essas ações, projetam em seus participantes sentimentos de pertencimento social. Aqueles que eram excluídos passam a se sentir incluídos em algum tipo de ação de um grupo ativo.

Os movimentos sociais realizam seus diagnósticos a partir da realidade social e, a partir de uma demanda, constroem propostas; com o advento das tecnologias e o acesso facilitado aos meios de comunicação, as manifestações decorrentes das demandas sociais têm encontrado cada vez mais força de reunião e se formam com milhares de pessoas.

Os movimentos sociais fazem a crítica da sociedade. Logo, seus alvos são as lacunas, as inconsistências, as perversões, o mau funcionamento e os efeitos do próprio funcionamento dos sistemas de função. A sociedade que provoca a mobilização dos movimentos sociais é uma sociedade diferenciada funcionalmente. É nesse ambiente que os protestos são construídos (CAMPILONGO, 2012, p. 63)

De acordo com Gohn (2011) os principais movimentos sociais atuam utilizando-se das redes sociais, locais, regionais, nacionais, internacionais e transnacionais. Desta forma podem provocar em pouco tempo aglomerações de milhares de pessoas em locais públicos e que podem degenerar em distúrbios fora de controle até que haja a intervenção das forças de segurança, o que não se traduz em censura à liberdade de opinião garantida em nossa “Carta Cidadã”9, mas decorre da necessidade de se manter a ordem pública acima das atividades deletérias de grupos organizados.

Na noite da última quinta-feira, dia 20, depois de duas semanas de manifestações sucessivas nas ruas de dezenas de cidades, por volta de 1,2 9. Outro apelido, além de “Carta Magna”, pela qual a Constituição Federal de 1988 costuma ser denominada. (n. do A.)

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milhão de brasileiros ocuparam as ruas do país num protesto de misturou euforia, emoção e violência – e, sobretudo, perplexidade. (CARDOSO, 2013, p.1)

A liberdade de associação e reunião tem sua previsão no inciso XVI do artigo 5º da Constituição, que é o artigo que elenca a maior parte dos direitos e garantida fundamentais do documento:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

(...)

XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;

De acordo com Tavares (2017) a manifestação somente poderá ocorrer em espaços públicos com caráter transitório e finalidade específica, sendo garantido o direito de preferência quando informado à autoridade pública. O autor salienta que a Carta Magna veda a autoridades públicas que decidam sobre a realização ou não da reunião, pois há apenas a informação e não pedido de autorização. Informa ainda que, se não houver o pedido prévio, não se caracteriza a reunião como sendo livre e, embora não se trate de ilícito, pode haver a intervenção da polícia.

Essa exigência de prévia comunicação se fundamenta na necessidade de que as autoridades, comunicadas com antecedência razoável atuem sem prejuízo para as demais pessoas. (TAVARES, 2017, p. 511)

Nesta mesma linha concorda o Ministro do STF Gilmar Mendes:

A liberdade de reunião pode ser vista como instrumento da livre manifestação de pensamento, aí incluído o direito de protestar. Trata-se de um direito à liberdade de expressão exercido de forma coletiva. Junto com a liberdade de expressão e o direito de voto, forma o conjunto das bases estruturantes da democracia. (MENDES, 2008, p. 394)

Sarlet (2017) faz uma análise comparativa da Constituição Brasileira a outras Constituições no que diz respeito à liberdade de reunião. Destaca que em Portugal a Constituição da República de 1976 em seu artigo 45 não contempla a liberdade de reunião junto com o direito de manifestação, como acontece com a maior parte dos textos constitucionais, como é o caso da Alemanha em seu art. 8º

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da Lei Fundamental de 1949, da Espanha no art. 21 da Constituição de 1978 e do Brasil.

O direito de manifestação pode ser exercido individualmente e se reveste necessariamente de um caráter público pois tem por objeto o exercício da liberdade de expressão com a finalidade de dirigir uma mensagem contra ou em direção a terceiros, de tal sorte que uma manifestação é quase sempre uma reunião, mas uma reunião nem sempre é uma típica manifestação (CANOTILHO, apud SARLET, 2017, p. 565)

Desta forma, pode-se inferir que a liberdade de expressão deve ser preservada por se tratar de princípio constitucional; no entanto, a segurança do cidadão também é princípio da Carta Magna. Neste sentido, é dever do Estado realizar um trabalho de inteligência e planejamento de modo a conciliar os direitos de ambas as partes, desafio que se impõe não só no Brasil mas em todos os países democráticos.

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3 ATUAÇÃO DA POLICIA MILITAR: O CASO DE SANTA CATARINA

É sabido que a PM é uma das instituições que compõem o Sistema de Segurança Público brasileiro e, segundo dispõe o art. 144, §5º da Constituição Federal, tem por dever exercer o policiamento preventivo e ostensivo “de forma integrada com a sociedade”, visando a “preservação e garantia do exercício deste direito [de manifestação]”. Ou seja, se necessário cabe à PM, em caso de distúrbios, agir para preservar a ordem pública e a segurança, com o mínimo de danos possíveis. E, como veremos, quanto maior o planejamento prévio menor será o risco de imprevistos.

Em março de 2016, a PM do Estado de Santa Catarina publicou em seu site oficial10 uma nota com orientações sobre a conduta dos manifestantes, conforme transcrito abaixo:

A cidadania é o exercício dos direitos e deveres civis, políticos e sociais estabelecidos na Constituição Federal (CRFB/88). Portanto, as manifestações públicas, pacíficas, são legais e amparadas pela nossa legislação suprema.

A Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC) tem como missão proporcionar segurança ao cidadão, preservando a Ordem Pública, através do policiamento preventivo e ostensivo, de forma integrada com a sociedade, visando o exercício pleno da cidadania.

Com a eminente possibilidade de acontecerem Manifestações Populares em diversos municípios catarinenses, a PMSC está atenta e voltada à preservação e garantia do exercício deste direito.

A CF/88, no artigo 5º, inciso XVI, “assegura que todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente”. Atos de vandalismo e violência não são legítimos e, caso ocorram, serão coibidos pela PM. (POLICIA MILITAR DE SANTA CATARINA, 2006)

A mesma publicação orientava os cidadãos participantes para que as manifestações à época ocorressem de modo pacífico e sem distúrbios:

1. Toda manifestação defende uma causa ou uma ideologia pela qual busca efetivação. Ser favorável ou contrário a mesma não garante a ninguém o direito de cometer atos ilícitos ou violentos;

2. Se participar da manifestação, faça de forma pacífica;

10. Nota de Orientação sobre as Manifestações Populares. In: BRASIL. Polícia Militar de Santa Catarina. Disponível em http://www.pm.sc.gov.br/noticias/nota-de-orientacao-sobre-as-manifestantes-populares.html. Acesso em 25 fev 2018.

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3. Evite levar bolsas ou mochilas e não utilize máscara ou algo similar, que dificulte a sua identificação pelos demais manifestantes e pela polícia; 4. Nos locais de grande aglomeração é possível que criminosos (que nada tem a ver com a manifestação) aproveitem-se do anonimato na multidão para provocar atos de vandalismo e violência. Atente-se para isto!

5. Não seja influenciado pela conduta de vândalos;

6. Não apoie depredação, dano, ou qualquer outro ato violento ou ilícito; 7. Não interfira em ações policiais, principalmente se acontecer prisões no evento por crimes ou contravenções penais;

8. Afaste-se de qualquer ação violenta e/ou tumultos;

9. Evite utilizar bicicleta, skate, patins, moto e veículo no local; 10. Não utilize fogos de artifício ou similares;

11. Não se submeta a provocações de qualquer natureza e respeite opiniões divergentes;

12. A livre manifestação do pensamento é direito de todos, estando constitucionalmente amparada, desde que não interfira no direito alheio; 13. Atos de vandalismo ou que representem risco de quebra da Ordem Pública serão contidos, visando garantir a segurança e o bem-estar da população de bem;

14. Denuncie atos ilícitos ou contrários a lei pelo telefone 190, ou procure o policial militar mais próximo. (POLICIA MILITAR DE SANTA CATARINA, 2006)

Conforme Soares (2018) o papel da Polícia Militar deve ser cumprido em nosso estado Democrático de Direito, devendo assegurar o direito de reunião do povo conforme dita a Carta Magna; contudo, a força será usada dentro dos parâmetros legais quando a manifestação se tornar desordeira e causar atos de vandalismo e outros ilícitos penais.

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4 PLANEJAMENTO E INTELIGÊNCIA DOS ÓRGÃOS DE SEGURANÇA

O uso da inteligência para assessorar o Estado e as organizações públicas e privadas tem sido uma necessidade; nas grandes empresas, vem sendo usada há tempos como ferramenta de assessoramento à segurança. Cepik (2003, p. 32) ressalta que há dois usos principais do termo “inteligência” fora do âmbito das ciências cognitivas, sendo que uma definição geral relata que inteligência

[...]é toda informação coletada, organizada ou analisada para atender a demanda de um tomador de decisões. [...] a inteligência são as coletas de informações sem o consentimento, a cooperação ou mesmo o conhecimento por parte dos alvos da ação.

Nesse entendimento é possível perceber que o serviço de inteligência se assemelha ao segredo, à informação secreta; porém, ignorar a definição restrita sobre o conceito de inteligência implicaria em perder de vista o que torna a atividade problemática.

No mundo real, as atividades dos serviços de inteligência são mais amplas do que a mera espionagem e mais restritas do que o provimento de informações sobre todos os temas relevantes para a decisão governamental (CEPIK, 2003).

Inteligência como processo: a inteligência pode ser considerada como o meio pelos quais certos tipos de reformulações são necessários e solicitados, coletados, analisados e divulgados, e como a maneira em que certo tipo de ações encobertas são concebidas e realizadas. Inteligência como um produto: A inteligência pode ser pensada como o produto desses processos que é como as análises e operações de inteligência. Inteligência como organização: A inteligência pode ser pensada como as unidades que realizam suas várias funções. (LOWERTHAL, 2006; p.9)

Segundo Teixeira (2002, p.22)

A atividade de Inteligência é um processo sistemático de coleta, busca, análise e disseminação de conhecimento relevante, segundo uma demanda especifica, para formação de estratégias e apoio as decisões, bem como a salvaguarda de conhecimentos sensíveis e estratégicos.

Na visão de Gonçalves (2008, p.78),

a inteligência policial tem como finalidade de atuar na prevenção, obstrução, identificação e neutralização das ações criminosas. Essa atividade também tem como escopo a busca de informações necessárias que possam identificar o exato momento e lugar de realizações de atos preparatórios e de execução de delitos praticados por organizações criminosas.

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A inteligência busca o êxito e a satisfação das necessidades do Estado na área de segurança em sentido amplo, subsidiando a tomada de decisões e implantação de políticas públicas. O desafio na gestão do conhecimento está em conciliar recursos tecnológicos com conhecimentos pessoais.

Planejamento e inteligência não são somente a criação de um banco de dados central que reúna de alguma forma as experiências e conhecimentos pessoais dos agentes de inteligência, ou dos sistemas de informação como um todo. Há uma necessidade, relatada por estudiosos do assunto, de que é preciso encontrar uma fórmula que traga até o núcleo central a maior quantidade de informações, a fim de facilitar o trabalho institucional.

Para Lara (2010, p.45):

A tecnologia trouxe grandes mudanças constrangendo os grupos sociais pela diminuição de distâncias e fazendo com que as inovações fossem rápidas e constantes. Ficou possível entregar informações com precisão em tempo real (real time). O mundo tornou-se uma grande aldeia global, pois se pode enviar informação para qualquer lugar do planeta, mas não se pode ter segurança quanto à verdade contida nessa ou aquela informação.

Entende-se que a tecnologia é de fundamental importância para os serviços de inteligência, no que se refere à utilização e ao gerenciamento da informação sobre a razão de ser de uma organização, a experiência (expertise), a força motriz do crescimento do plano e a utilização do conhecimento para a obtenção de resultados muitas vezes estratégicos.

As manifestações com grande número de cidadãos, vândalos e grupos organizados entre os manifestantes, como por exemplo, os ‘Black Blocs’, comprovaram as dificuldades da polícia dos Estados em atuar nas mobilizações em um período de amplo e efetivo regime democrático vigorando no país (LUZ, 2017, p. 14)

Frente a essa questão há uma percepção pública e geral de que as forças policiais estão aquém da capacidade efetiva necessária para garantir a segurança e a ordem pública em manifestações que degeneram em atos de violência e vandalismo.

A prévia comunicação de reunião em local público às autoridades competentes não implica apenas no dever de prévio planejamento do evento, mas também na responsabilização pelas suas consequências. Tanto é assim que o artigo 37 da Constituição Federal, em seu parágrafo 6º prevê a responsabilização do Estado (aqui expresso em sentido amplo, abrangendo União, Estados-Membros,

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Distrito Federal e Municípios) pelos danos que seus agentes causarem a terceiros, assegurando o direito do Estado â ação regressiva contra esses agentes, senão vejamos:11

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

(...)

§ 6º. As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Desta forma o planejamento se mostra de fundamental importância para que haja sucesso na gestão de grandes eventos públicos, em vários aspectos a considerar: o exercício, pelo povo, de seu direito constitucional de forma pacífica; a prevenção de prejuízos econômicos e de lesões ou perda de vidas; e o sucesso do Estado na execução de suas atividades de segurança, evitando sua penalização por eventual falha.

O trabalho planejado e com informações compartilhadas pode garantir a ordem e a preservação da vida. A comunicação interagências facilita e otimiza o trabalho das instituições envolvidas nos eventos, objeto do presente trabalho, de forma a garantir o exercício dos direitos de manifestação do cidadão sem excessos e de forma legal.

4.1 APLICAÇÃO PRÁTICA DE TÁTICAS DE SEGURANÇA EM GRANDES EVENTOS

Os grandes eventos vêm ocorrendo com cada vez mais frequência no mundo todo, e cada um deles representa um desafio às estruturas de inteligência e segurança. Uma comunidade não só deve estar em consonância com o evento em si, tanto na questão da segurança quanto nas de logística, marketing, relações-públicas etc.

Para realizar um acompanhamento eficiente de um evento público, é importante que se tome algumas medidas antes e durante o evento:

11. BRASIL. Constituição Federal de 1988. Disponível em

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a) reunir-se com os representantes/organizadores da manifestação;

b) monitorar as redes sociais para identificar potenciais focos de conflitos entre grupos, ou com o fim de cometer atos de vandalismo;

c) infiltrar agentes para identificar elementos que possam provocar distúrbios;

d) filmar de forma discreta os participantes.

Em momentos de grande instabilidade política, grandes eventos são possíveis alvos para terrorismo e vandalismo. Estes atos são subprodutos que podem ocorrer antes ou depois do evento. Os vândalos ou terroristas usam o evento como uma forma de dar vazão a seus distúrbios de personalidade e/ou dar publicidade a suas ideias radicais. Nesses casos, não é só o evento que é potencialmente prejudicado, mas também a imagem da comunidade e a reputação deo seu turismo.

A intensificação da cooperação na área de inteligência e contrainteligência, tornando-se sistêmica entre as diversas agências nacionais, potencializa o planejamento e o preparo eficazes das Forças de Segurança e Defesa que se preparam para garantir o sucesso dos grandes eventos com a integração das equipes multidisciplinares em prol da segurança mediante informação precisa em prol do sucesso. (SECRETARIA DE DEFESA, 2017)

Reforça-se a importância da intensificação das operações conjuntas e o consequente desenvolvimento de uma doutrina de operações intergerenciais, conforme previsto no manual do Ministério da Defesa, aumentando a cooperação e a capacitação de recursos humanos a fim de melhorar o padrão técnico de todos os atores envolvidos no planejamento e execução das atividades voltadas para os grandes eventos, buscando potencializar as experiências profissionais de cada um, dentro de suas especificidades.(MINISTÉRIO DA DEFESA, 2017)

4.2 ESTUDO DE CASO: DEPOIMENTO DE LULA EM CURITIBA EM 2017

Para ilustrar a importância deste trabalho em equipe, convém apresentar um caso emblemático recente e que teve repercussão nacional e internacional. O depoimento do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva12 na cidade de Curitiba em 10 de maio de 2017 para o Juiz Sérgio Moro13, em ação a que respondia

12. Luís Inácio “Lula” da Silva foi presidente da República entre 2003 e 2010. Sob seu governo e de sua sucessora Dilma Roussef (2011 – 2016), ambos filiados ao PT (Partidos dos Trabalhadores), ocorreram os dois maiores casos de corrupção da história do Brasil: o “mensalão”, sobre pagamento de propinas a parlamentares do Congresso Nacional; e o “petrolão”, sobre roubos bilionários da estatal Petrobrás. Sobre este último trata a Força-Tarefa do Ministério Público Federal para a chamada “Operação Lava Jato”, que já prendeu dezendas de pessoas ligadas ao dois ex-presidentes (n. do A.)

13. Sérgio Fernando Moro, Juiz Federal titular da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba, vem atuando com exclusividade desde 2014 nos processos do caso do “petrolão” apurados na “Operação Lava Jato”, dadas a complexidade e a extensão do caso. (n. do A.)

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no âmbito da “Operação Lava Jato”, foi um acontecimento marcante que mobilizou milhares de pessoas, com grande destaque na imprensa. Houve grande mobilização das instituições de segurança federais estaduais do Paraná e, de acordo com informações divulgadas oficialmente, a operação contou com mais de mil policiais.

De início havia dúvida se o ex-presidente viria mesmo a Curitiba ou se daria seu depoimento por videoconferência na cidade de São Paulo. No entanto, logo houve a confirmação de que não só ele viria a Curitiba como traria consigo vários convidados e acompanhantes; também viriam a Curitiba várias caravanas de integrantes de movimentos sociais, em ônibus fretados, para participar de manifestações em favor do depoente em locais estratégicos da cidade.

Houve inúmeras reuniões presenciais e trocas de informações em grupos de mensagens eletrônicas entre os órgãos de segurança envolvidos no evento. Ainda, houve reuniões com os representantes dos grupos que viriam para manifestações. Estes líderes foram notificados previamente das precauções que deveriam tomar; dos lugares públicos em que ficariam acampados; das normas de segurança que deveriam seguir, e todas as orientações necessárias para que tudo transcorresse sem problemas. Todos se prontificaram a segui-las.

Estas diretrizes foram especificadas em conjunto pela Polícia Militar, por assessores do Poder Executivo e pela Superintendência da Polícia Federal do Estado do Paraná, com a participação e o acompanhamento deste autor.

O planejamento prévio e a colaboração entre os órgãos de inteligência e as forças policiais federal e estadual, bem como a execução coordenada de operações de condução e deslocamento das caravanas de simpatizantes do ex-presidente, garantiram pleno êxito na operação com características inéditas até então, tendo sido considerado a partir daí um modelo a ser seguido em eventos desta natureza.14

Para a chegada ex-presidente foi delimitada uma área de bloqueio total, das 23:00h do dia 09/05/2017 às 24:00h do dia 10/05/2017, nas imediações da Seção Judiciária da Justiça Federal em Curitiba, com proibição à circulação de veículos e com acesso restrito a cerca de 6 mil moradores da região previamente cadastrados e credenciados pela Polícia Militar. Todos os que circulavam pela área, previamente credenciados, eram revistados pelos policiais. Os servidores da JF/PR

14. A organização do evento descrito a seguir teve participação ativa e foi acompanhado de perto pelo autor, que é servidor concursado do Ministério Público Federal desde 1994 e, desde 2013, chefia a Divisão de Segurança Orgânica e de Transporte do MPF no Paraná. (n. do A.)

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não relacionados ao evento foram dispensados nesse dia. Foram instalados postos de bloqueio nas ruas do entorno. Guardas de trânsito orientavam o uso de vias alternativas de circulação. Todos os participantes da operação usavam crachás diferenciados por área de atuação (segurança, imprensa etc). Os profissionais de imprensa tiveram à disposição um local apropriado e estratégico para cobrir o evento.

O ex-presidente não solicitou apoio das Polícias Militar ou Federal do Paraná para reforçar sua escolta que, por sua condição de ex-presidente, já é conduzida por policiais do Gabinete de Segurança Institucional de Brasília. Ainda assim, a Polícia Militar do Paraná disponibilizara uma equipe que agiu de forma discreta, acompanhando a distância.

Paralelamente ao que acontecia na Justiça Federal, nas regiões de acesso rodoviário e na área central da cidade a Polícia Militar orientava, desde a véspera, o deslocamento das caravanas de simpatizantes que chegavam em ônibus fretados e acampavam em locais previamente escolhidos. Durante todo o dia 10 de maio houve manifestações contra e a favor do ex-presidente (estas últimas convocadas por representantes de movimentos sociais e de centrais sindicais) em locais que também foram previamente escolhidos e acompanhados de perto pela Polícia Militar.

Enquanto as manifestações a favor do ex-presidente se concentraram na região central conhecida como “Boca Maldita” e na Praça Santos Andrade, em frente ao prédio histórico da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná (com comícios e discursos da ex-presidente Dilma neste último), os atos de protesto contra o ex-presidentes se concentraram no Centro Cívico, região de sedes dos poderes Executivo e Legislativo estadual.

Apesar de considerados secundários ao evento principal, as operações de planejamento e controle desses manifestantes foram consideradas dentre as mais importantes para evitar distúrbios em áreas estratégicas da cidade. A movimentação dessas caravanas e seus integrantes foi monitorada durante todo o tempo de sua permanência em Curtiba.

Segundo o Secretário de Segurança Pública do Paraná, Wagner Mesquita de Oliveira (2017), a manifestação foi livre, mas qualquer ato de violência foi reprimido de forma veemente e eficaz pela equipe de segurança.

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Nosso objetivo, como órgãos de segurança pública, é garantir a livre manifestação democrática e pacífica, seja de quais grupos vierem a se manifestar nessa data. Por conta disso, nós estamos mantendo um contato com todas as entidades, a Polícia Militar e as demais polícias envolvidas no diálogo e solicitando cronogramas, programação, para que a gente possa então ajustar a divisão de competências e a utilização do nosso efetivo para garantir a livre manifestação democrática. (MESQUITA, 2017).15

Todo esse trabalho foi o resultado de uma organização e esforços integrados das instituições de segurança, através das agências de inteligência, a fim de garantir a ordem e o direito de manifestação pacífica.

O sucesso desta operação, que transcorreu praticamente sem incidentes, foi constatado e divulgado pelos meios de comunicação, confirmando a importância do uso de serviços de inteligência de forma integrada para preservação da ordem pública em sentido amplo, sem limitar o exercício do direito de manifestação do cidadão.

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5 CONCLUSÃO

A experiência vem comprovando à exaustão, no mundo todo, que o Estado e a sociedade só têm a ganhar quando suas forças de inteligência e segurança juntam forças e compartilham experiências e informações em favor da manutenção da ordem pública e da segurança do Estado, da sociedade e de seus cidadãos.

Embora desejável do ponto de vista do interesse na eficácia das ações de segurança do Estado, um grande obstáculo a esta integração completa é a presença de elementos tão antigos quanto a violência: a vaidade e a disputa de poder entre as autoridades que deveriam se juntar em torno do bem comum.

Como vimos, o Brasil não tem uma tradição de atuação marcante na área, a não ser em períodos de governos ditatoriais, o que contribui para forte estigmatização de nossos serviços de inteligência.

Junte-se a isso outras características culturais como a pouca participação histórica em guerras (casos dos EUA e URSS), a ausência de um país declarado inimigo (caso de Israel, que se defende permanentemente de seus vizinhos árabes hostis) e a ausência, na prática, de ameaças terroristas, para que se explique por que o Brasil não dá a devida importância às atividades de inteligência e contrainteligência.

É preciso, no entanto, que o país consiga acompanhar a dinâmica das mudanças sociais que vêm acontecendo no mundo, do qual o Brasil não conseguirá escapar: manifestações públicas cadas vez frequentes, volumosas e com potencial de degenerar em distúrbios sociais; aumento de crimes cibernéticos e ataques a rede de computadores estratégicas para a segurança nacional, o que inclui: instituições governamentais, militares e bancárias; sequestro de dados por vírus de computador para posterior pagamento de resgate (os chamados ransomwares) com criptomoedas; uso de criptomoedas para lavagem de dinheiro; tráfico de drogas (principalmente sintéticas), armas e pessoas.

É preciso encontrar uma fórmula que traga até as instituições públicas a maior quantidade de informações, o que certamente facilitará, e muito, seu trabalho na hora da mobilização popular. É muito mais fácil para as instituições ao sair a campo para trabalhar saber qual a origem, público e tipo de mobilização que acompanhará.

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Nesse tocante, a integração, cooperação e coleta de dados e outros elementos compartilhados entre as referidas estruturas de segurança se mostra imprescindível, na medida em que se pode evitar retrabalho.

No disposto a Constituição que garante a reunião organizada, com prévio agendamento com as autoridades competentes, atuação das instituições públicas, no caso concreto, Polícia Militar é a de garantir a ordem e a segurança, porém quando esta ordem e segurança saem do controle, o uso moderado da força se torna necessário. É viável e comprovado que o serviço de inteligência auxilia este trabalho, fornecendo informações sobre o evento seus eventuais riscos e possíveis atores hostis.

O Estado de São Paulo, por exemplo, tem centenas de manifestações por ano e, não raro, se ouve através da mídia problemas envolvendo a polícia e os manifestantes. Como se vê, são várias as maneiras de se enxergar o problema, é fundamental para a segurança do manifestante pacífico que se crie um canal de comunicação entre os organizadores das manifestações e o comando da PM e instituições envolvidas. Com essa sinergia entre as partes, o resultado final certamente será mais harmônico.

Desta forma é possível se concluir que a Polícia Militar e as demais instituições necessitam usufruir de seus serviços de inteligência com maior efetividade e assim estar mais preparada para enfrentar as mais diversas situações, durante a realização de manifestações populares.

A integração junto às estruturas de segurança públicas federais, estaduais e municipais (Forças Armadas, Polícias Militar, Civil e Federal, Corpo de Bombeiros, Força Nacional de Segurança Pública, Guarda Municipal e outras) e Judiciário em prol do mesmo objetivo e assim com ações integradas, a eficiência é maior, porque reduz a sobreposição de ações, racionalizando os recursos públicos.

A complexidade da gestão do conhecimento está em conciliar recursos tecnológicos com conhecimentos pessoais englobados nos eventos de grandes portes. Planejamento e inteligência não são somente a criação de um banco de dados central que contenha de alguma forma a repetição das experiências e informações que os trabalhadores conhecem ou dos sistemas de informação como um todo, garantindo o alcance do planejado.

Seja pela grande visibilidade da repressão aos protestos ou pela truculência já demonstrada, a atuação da polícia em manifestações deveria ser

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repensada, pois há uma percepção forte de que sem o planejamento e serviço de inteligência a segurança pública tende a não desempenhar seu papel que é o de proteger o cidadão, sociedade e os bens públicos e privados, coibindo os ilícitos penais e as infrações administrativas (sem excessos).

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