UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANTONIO CHARLTON FIGUEIREDO DE ALENCAR
PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS EM AEROPORTOS BRASILEIROS
Palhoça 2019
ANTONIO CHARLTON FIGUEIREDO DE ALENCAR
PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS EM AEROPORTOS BRASILEIROS
Monografia apresentada ao Curso de graduação em Ciências Aeronáuticas, da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel.
Orientadora: Profª. Patrícia da Silva Meneghel.
Palhoça 2019
ANTONIO CHARLTON FIGUEIREDO DE ALENCAR
PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS EM AEROPORTOS BRASILEIROS
Esta monografia foi julgada adequada à obtenção do título de Bacharel em Ciências Aeronáuticas e aprovada em sua forma final pelo Curso de Ciências Aeronáuticas, da Universidade do Sul de Santa Catarina.
Palhoça, 05 de julho de 2019
__________________________________________ Orientadora: Profª. Patrícia da Silva Meneghel
__________________________________________ Prof. Cléo Marcus Garcia, Msc.
RESUMO
Este estudo teve por objetivo identificar práticas sustentáveis adotadas pelo Aeroporto Internacional de Viracopos – Campinas. Para se chegar aos resultados foi realizado uma pesquisa bibliográfica e documental a partir de pesquisas em bases de dados na internet. Foi visto que a gestão sustentável deve abranger os aspectos econômico, ambiental e sustentável. Nesse sentido, o Aeroporto Internacional de Campinas tem concretizado uma série de ações que trazem estes três ganhos previstos para uma gestão sustentável, o que confere posição de destaque a este aeroporto. Inclusive, grande parte das ações foram elaboradas e colocadas em práticas com a expansão ocasionada pelo Novo Terminal, a gestão prontamente viu a necessidade de ampliar sua consciência e prática sustentável.
ABSTRACT
This study had as main sustainable indicators adopted by the International Airport of Viracopos - Campinas. In order to deviate from the results, a bibliographical and documentary search was carried out based on searches in databases on the Internet. It has been seen as an application developer for the economic, environmental and sustainable areas. In this sense, the International Airport of Campinas has implemented a series of actions that bring the three most important points for sustainable development, which gives the position of prominence to this airport. Even the actions were elaborated and placed in praxes with a great advance in the New.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Triple Bottom Line ...16
Figura 2 – Demanda de passageiros Aeroporto de Viracopos...19
Figura 3 – Consumo de Água Aeroporto Viracopos (2015-2016)...21
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Confederação Nacional do Transporte – CNT
Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo – DAESP Aeroportos Brasil Viracopos – ABV
SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...13 1.1 PROBLEMA DA PESQUISA ...13 1.2 OBJETIVOS ...14 1.2.1 Objetivo Geral ...14 1.2.2 Objetivos Específicos ...14 1.3 JUSTIFICATIVA ...14 1.4 METODOLOGIA ...15
1.4.1 Natureza e tipo da pesquisa ...15
1.4.2 Materiais e Métodos ...15
1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO...15
2 REFERENCIAL TEÓRICO ...16
2.1 GESTÃO SUSTENTÁVEL ...16
2.2 AEROPORTO INTERNACIONAL DE VIRACOPOS: SUSTENTABILIDADE ....19
2.2.1 O Aeroporto ...19
2.2.2 Ações sustentáveis de Gestão ...21
2.2.2.1 Energia...21
2.2.2.2 Água...22
2.2.2.3 Emissões ...22
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...25
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1 INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, a ascensão do transporte aéreo no Brasil foi expressiva, isto é evidenciado através do número de passageiros que cresce continuadamente. Por ser um meio de transporte ágil, seguro e confortável tem sido uma frequente alternativa de deslocamento para a população. Assim, a aviação promove a integração entre as diversas regiões do país e ainda do Brasil com o exterior, o que consequentemente favorece o desenvolvimento econômico e fortalece a nação. (CNT, 2015).
Dessa forma, a relevância do transporte para o brasileiro e sociedade moderna é inegável e a tendência é de que o ser humano se torne cada vez mais dependente disto. Entretanto, é importante que esse cenário seja observado sob o viés ambiental, ou seja, os possíveis impactos ao meio ambiente gerados por essa atividade.
Para que fosse possível compreender estas relações, o Aeroporto Internacional de Viracopos foi tomado como exemplo para explanar sobre as possibilidades de intervenções em aeroportos brasileiros. Este aeroporto foi o primeiro no Brasil a publicar um relatório de sustentabilidade e esta preocupação em mostrarem o que tem sido feito estimulou a decisão por sua escolha para esse trabalho.
Ao decorrer do trabalho, o leitor terá uma visão sobre o que é considerado “Sustentabilidade" nas organizações e poderá verificar que o aeroporto em questão tem adotado essa postura. Muitos são os exemplos que serão dados, a princípio nota-se que muitas das ações sustentáveis foram realizadas devido à expansão do aeroporto, uma vez que o Novo Terminal se torna fundamental para atender uma demanda muito maior do que anteriormente, o que consequentemente influencia para impactos maiores.
Por tudo isto, o presente trabalho se propõe a identificar práticas sustentáveis desenvolvidas no Aeroporto Internacional de Viracopos e seus benefícios.
1.1 PROBLEMA DA PESQUISA
Quais práticas sustentáveis os têm sido adotadas pelo Aeroporto Internacional de Viracopos - Campinas?
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1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral
Identificar práticas sustentáveis adotadas pelo Aeroporto Internacional de Viracopos – Campinas.
1.2.2 Objetivos Específicos
Abordar o conceito de Gestão Sustentável.
Identificar práticas sustentáveis Aeroporto Internacional de Viracopos – Campinas.
Apresentar os principais benefícios gerados pelas práticas sustentáveis adotadas Aeroporto Internacional de Viracopos – Campinas.
1.3 JUSTIFICATIVA
Conforme colocado anteriormente, o transporte aéreo no Brasil cresceu muito nos últimos anos. Todavia, segundo a CNT (2015) ainda há muito o que ser explorado como “aumentar o acesso da população ao transporte aéreo (prioridade das regiões menos desenvolvidas); integrar comunidades isoladas à rede nacional de aviação civil; e facilitar acesso a regiões com potencial turístico.” (CNT, 2015, p. 48).
Em outras palavras, significa que a aviação civil e aeroportos ocuparão um espaço cada vez maior e assim, no futuro poderão causar impactos ambientais ainda maiores do que os vistos hoje, caso não ocorra uma adequada gestão ambiental. Desse modo, o presente trabalho se propôs a identificar algumas das ações ambientais praticadas por aeroportos brasileiro, de modo que seus benefícios sejam destacados. Logo, o estudo justifica-se pela relevância do tema não só para agora, mas também para o futuro. Portanto, espera-se que o levantamento dessas questões
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sirvam para incitar a reflexão de melhores práticas ambientais em aeroportos, bem como demonstrar que existem possibilidades para tal apesar da complexidade do funcionamento de um aeroporto.
1.4 METODOLOGIA
1.4.1 Natureza e tipo da pesquisa
Esta é uma descritiva, com procedimento bibliográfico e documental para a coleta de dados, de natureza qualitativa.
1.4.2 Materiais e Métodos
Serão utilizados livros, artigos, trabalhos científicos disponíveis em base de dados na internet como Google Books e Google Acadêmico, bem como documentos e relatórios publicados por órgãos relacionados ao setor aeroportuário.
1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
Após os elementos pré-textuais, o trabalho foi dividido em três capítulos. O primeiro capítulo é a Introdução onde há uma contextualização do tema, incluindo os objetivos, justificativa e metodologia. No segundo capítulo foi desenvolvido o referencial teórico com base nos dados teóricos levantados. Primeiro foi tratado sobre acerca da gestão sustentável, bem como foram descritas algumas das ações implementadas pelo Aeroporto Internacional de Viracopos em Campinas. Por fim, o terceiro capítulo mostra uma síntese do estudo, de modo a responder o problema de pesquisa e objetivos. Por fim, as referências bibliográficas.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 GESTÃO SUSTENTÁVEL
O espaço urbano é produzido e desenvolvido a partir dos diferentes agentes econômicos, dentre os quais, se destacam os aeroportos. Assim, a aviação civil é reconhecida por sua elevada capacidade de alavancar o desenvolvimento econômico de uma nação, porque dinamiza tanto a economia local e regional viabilizando um alcance global. (FRANÇA; QUEIROZ NETO; OLIVEIRA, 2011).
Dessa forma, um aeroporto tem o poder de transformar um lugar. Todavia, segundo França, Queiroz Neto & Oliveira (2011), no Brasil, os aeroportos, bem como suas ampliações, majoritariamente ignoram o desenvolvimento sustentável, de modo que as transformações que protagonizam podem causar impactos negativos à população.
Ao falar em desenvolvimento sustentável, tem-se a teoria Triple Bottom Line criada por John Elkington. De acordo com Paz, Almeida & Paz (2013) este teórico define o desenvolvimento sustentável como uma prática norteada pelos aspectos de sustentabilidade ambiental, sustentabilidade econômica e a sustentabilidade sócio-política, quando adotados em conjunto contribuem para uma visão sistêmica do negócio e gestão sustentável integral.
Em outras palavras, segundo Lourenço & Carvalho (2013) para este modelo embora os ganhos econômicos sejam fundamentais para as empresas, eles não devem se sobrepor aos ganhos social e ambiental, uma vez que são interdependentes.
Assim, organizações que se baseiam no tripé de Elkington obtêm lucros, mas sem descuidar das questões ambientais e de relevância social.
Por exemplo:
A intersecção dos aspectos econômicos e ambientais geram a ecoeficiência, que é a representação da correta utilização dos equipamentos de produção, aplicados à tecnologia, gerando, assim, a redução da degradação do meio ambiente, ou seja, a diminuição dos custos ambientais. Já a intersecção dos aspectos sociais e ambientais geram a justiça ambiental, sendo ela responsável pela equidade intra e intergerações, tendo como consequência a necessidade de investimentos em educação e treinamento para indivíduos e comunidades. (LOUREIRO; CARVALHO, 2013, p. 12).
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Na figura 1, verifica-se com maior clareza o conceito que fundamenta a teoria Elkington.
Figura 1 – Triple Bottom Line
Fonte: Loureiro & Carvalho (2013, p. 12).
Tomando por enfoque a questão ambiental nos aeroportos, Henkes e Padua (2017) afirmam que a aviação civil, apesar de representar um segmento fundamental para o crescimento da economia brasileira, ainda causa importantes danos ao meio ambiente e às populações que residem próximos aeroportos. Superar os problemas ambientais trazidos pela aviação civil se tornou um dos principais desafios para o setor.
Entretanto, melhores práticas ambientais não competem apenas às companhias aéreas, mas é importante que a própria gestão dos aeroportos esteja atenta às questões ambientais. Isto porque é fato que os locais onde os aeroportos são instalados são economicamente beneficiados, mas na maior parte das vezes, a gestão de aeroportos brasileiros apresenta sérias dificuldades para propor soluções que reduzam os impactos ambientais e contribuam para o progresso social das comunidades circunvizinhas. (HENKES; PADUA, 2017).
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Tal como explicado no modelo Elkington, Henkes e Padua (2017) reafirmam a relação entre os aspectos econômicos e sociais. Segundo estes autores, a sustentabilidade econômica aeroportuária é responsável por gerar impactos positivos e econômicos para a população em seu entorno, direta e indiretamente. Um exemplo, é o fato de que aeroportos locais são muito valorizados pelo mercado e assim, muitas empresas gostam de investir em instalações próximas a aeroportos.
Já a sustentabilidade ambiental visa um uso responsável dos recursos naturais, bem como o adequado gerenciamento dos possíveis impactos que são gerados pelas atividades aeroportuárias que podem afetar o ecossistema, a qualidade do ar e água, dos resíduos, entre outros. (HENKES; PADUA, 2017). Na junção de ambos os aspectos – econômico e ambiental – pode-se presumir que são gerados benefícios sociais, pois como colocado por Paula, Waltrick e Pedroso (2017, p. 11):
A responsabilidade social das empresas é, essencialmente, um conceito segundo o qual as empresas decidem, numa base voluntária, contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais limpo.
A gestão sustentável surgiu como um instrumento estratégico a ser utilizado por empresas que almejam melhorar sua imagem diante da sociedade, ao divulgar suas ações sustentáveis. Ou seja, tomar uma posição mais forte e positiva, dentre organizações concorrentes. Tem crescido gradativamente, as organizações que aderem uma gestão sustentável, porque as exigências legais e exigências da sociedade quanto a isto, têm-se tornado cada vez mais altas. (PAULA; WALTRICK; PEDROSO, 2017).
Os aeroportos, apesar dos pontos positivos gerados à sociedade, também trazem impactos significativamente negativos tal como acontece em decorrência de atividades industriais no geral. Com suas aeronaves, equipamentos e veículos que circulam por dia e noite em seu espaço faz com que seja inevitável os mais variados impactos ambientais, dentre os quais se destacam os ruídos aeronáuticos, aqueles relacionados à poluição do ar e da água. Os ruídos aeronáuticos são os mais impactantes e por isso, é o que sofre maior restrição quanto às operações e expansão da infraestrutura, porém a poluição do ar tem sido frequentemente equiparada aos ruídos. (GARCIA, 2014).
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Para compreender um pouco da gestão sustentável em aeroportos será apresentado um estudo acerca da gestão ambiental no Aeroporto Internacional de Viracopos em Campinas – SP.
2.2 AEROPORTO INTERNACIONAL DE VIRACOPOS: SUSTENTABILIDADE
2.2.1 O Aeroporto
Alguns aeroportos no Brasil e no mundo têm praticado uma gestão sustentável, de modo que exemplos podem expostos para que os benefícios sejam conhecidos, bem como para reafirmar que existe a possibilidade para tal, assim será apresentado a seguir um breve estudo de caso sobre o Aeroporto Internacional de Viracopos e seu trabalho voltado para uma gestão sustentável.
O Aeroporto Internacional de Viracopos foi criado na década de 1930, sua homologação ocorreu em 19 de outubro de 1960 e em 1980, o Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (DAESP). (ABRÃO, 2017).
O município de Campinas, onde está situado, é uma região de prestígio nas áreas da Ciência, Tecnologia e Industrial e assim com acesso às principais e melhores rodovias e as malhas ferroviárias do Brasil acabou se tornando um dos principais terminais de carga do Brasil viabilizando grande parte do comércio exterior no país. Além disso, possui capacidade para atender milhares de passageiros, bem como gera muitos empregos contribuindo para o desenvolvimento econômico local e do Brasil, uma vez que a presença do aeroporto fez com que Campinas se tornasse uma via para o Comércio Internacional do país. (PEDRASI, 2015).
A Aeroportos Brasil Viracopos (ABV) apresentou um gráfico (figura 2) que mostra como o número de passageiros para voos domésticos aumentou em praticamente dez anos. Em 2007, o número de passageiros atendidos era de 47,4 milhões por ano até 2014 a demanda dobrou, mesmo com a forte crise econômica vivida pelo Brasil em 2016 devido à instabilidade política, o aeroporto atendeu quase 90 milhões de passageiros. (ABV, 2017).
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Figura 2 – Demanda de passageiros Aeroporto de Viracopos
Fonte: ABV (2017, p. 33).
Vale lembrar que recentemente o referido aeroporto passou por um processo de expansão que resultou em novo terminal entregue na primeira metade do ano de 2014. Pois além do plano em se tornar um dos maiores aeroportos do país, a Copa do Mundo de 2014 impulsionou as obras para atender às demandas deste evento esportivo. (CARVALHO, 2017).
O novo terminal aumentou a capacidade do aeroporto em até 25 milhões de passageiros por ano, foram construídos:
A 28 pontos de embarque; sete novas posições remotas de estacionamento de aeronaves; um edifício-garagem; três pátios de aeronaves; pistas de taxiamento; nova via de acesso ao aeroporto; central de utilidades – CUT; centro de consolidação de mercadorias; reforma das instalações do atual Terminal de Passageiros; Construção de terminal rodoviário de ônibus com 10 baias; inauguração do free shop. (CARVALHO, [online], 2017).
Quando o plano de expansão foi divulgado, mesmo antes da definição de zoneamento, áreas próximas ao aeroporto foram valorizadas em até 400%. Com grande potencial para movimentar até 20 bilhões de reais em valor geral de venda, a consequência foi a grande valorização das áreas comerciais em seu entorno. (COSTA, 2013).
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Mas tantas e importantes transformações impulsionaram a busca por mais práticas sustentáveis, que serão abordadas a seguir.
2.2.2 Ações sustentáveis de Gestão
Nesta seção, será apresentada uma série de ações realizadas pela Gestão do Aeroporto Internacional de Viracopos com o intuito de reduzir os impactos gerados por suas operações, bem como aqueles para potencializar ganhos ambientais.
2.2.2.1 Energia
Para suprir a necessidade de eletricidade e os combustíveis utilizados para o abastecimento das edificações, equipamentos e veículos é necessário um alto consumo de energia que aumentou expressivamente com o novo terminal em funcionamento a partir de 2014. Por isso, a gestão do aeroporto procurou estabelecer para o Novo Terminal um plano arquitetônico e tecnológico capaz de reduzir os novos impactos. A solução encontrada foi a instalação de lâmpadas LED de baixo consumo e vidros fotovoltaicos que compõem o teto do novo terminal para que a iluminação natural seja aproveitada. (AVB, 2017).
Além de proporcionar o aproveitamento da luz natural, os painéis fotovoltaicos, apesar de terem as mesmas características do vidro “comum”, eles têm um importante diferencial que é a capacidade de converter a energia solar para energia elétrica. (KEMERICH et. al., 2016).
Por enquanto, tais medidas contemplam apenas o Novo Terminal, mas o plano é que sejam progressivamente estendidas ao restante do aeroporto. Ainda com relação ao consumo de energia, o aeroporto em parceria com a Companhia de Gás de São Paulo (COMGÁS) investiu em um projeto para uso de gás natural para o abastecimento dos geradores de uma usina interna, a usina fornece até 10 MW de eletricidade para suprir eventualidades ou emergências. (AVB, 2017).
Esta decisão fez com que o Aeroporto de Viracopos se tornasse o primeiro aeroporto brasileiro a operar geradores de energia elétrica com 70% de biocombustível. Em relação ao diesel utilizado anteriormente, a medida contribuiu tanto para os aspectos operacionais e econômicos como também para o aspecto
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ambiental, uma vez que a emissão de dióxido de carbono (CO2) e material particulado. Somente com essas mudanças foi possível reduzir 0,63% da energia consumida dentro de um ano. (AVB, 2017).
2.2.2.2 Água
Com o funcionamento do Novo Terminal, consequentemente houve um aumento de 17,6% no consumo da água entre os anos de 2015 e 2016, como pode ser visto na figura 3.
Figura 3 – Consumo de Água Aeroporto Viracopos (2015-2016)
Fonte: ABV (2017, p. 44).
Como visto, em 2016 o aeroporto trabalhou para não utilizar em nada a água proveniente dos poços subterrâneos nos sítios do aeroporto, mesmo havendo autorização do órgão ambiental para tal. (ABV, 2017).
Na empreitada para a redução do consumo de água está Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (SANASA) para o recebimento de água de reuso. O processo de tratamento ocorre através da filtração, invés do tratamento usual com produtos químicos, o que confere maior qualidade a água para reuso e aumenta suas possibilidades de uso como para limpeza do aeroporto, sistemas de resfriamento e outros processos industriais. A utilização desta água reduz o consumo de água potável, além de gerar economia dos custos mensais. (GE DO BRASIL, 2014).
2.2.2.3 Emissões
Para reduzir os impactos gerados pela emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE), foi instalado em cada um dos portões de embarque do Novo Terminal um
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sistema composto por um gerador de energia e um equipamento de ar condicionado porque assim as aeronaves são conectadas a esse sistema sempre que chegam. Com isso, uma das turbinas que funciona a querosene pode ser desligada, evitando, portanto, a queima do combustível nessa etapa. (AVB, 2017).
Em outras palavras, esse sistema dispensa o uso do gerador auxiliar Auxiliary Power Unit (APU), um aparelho localizado normalmente na calda do avião, conforme apresentado na figura 4.
Figura 4 – APU em aeronaves
Fonte: Olim (2010).
O APU tem por finalidade manter a aeronave energizada no gate. Além de substituir o APU, o sistema implementado pelo Novo Terminal substitui geradores auxiliares que são usados como fonte externa chamado Ground Power Unit (GPU) que é um gerador de solo movido a diesel que é usado ou para economizar a queima do combustível da aeronave com o uso do APU ou quando o APU está inoperante.
2.2.2.4 Gerenciamento de Resíduos Sólidos
Em 2014, o aeroporto de Viracopos fechou parceria com a Corpus Saneamento e Obras e Cooperlínia Ambiental do Brasil para a implementação do Projeto Coleta
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Seletiva. Em menos de 1 ano, aproximadamente,1,6 mil toneladas de resíduos gerados, foi recolhido, a estimativa é de que esse ganho representa metade do lixo gerado por todo o aeroporto. Vale lembrar que sem o projeto em ação todo esse lixo seria destinado a aterros sanitários. (TANAKA, 2015).
O objetivo do projeto é reduzir, reutilizar ou reciclar os resíduos gerados nos processos operacionais, bem como garantir que a disposição final dos resíduos seja ambientalmente segura. Visando o sucesso cada vez maior nesse aspecto, o aeroporto passou a investir em programas educativos para conscientizar a comunidade aeroportuária quanto a aeroportuária quanto à importância de segregar corretamente o lixo gerado.
Portanto, o Aeroporto Internacional de Viracopos tem adotado diversas medidas que visam a sustentabilidade ambiental como também econômica e social da empresa.
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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho buscou identificar práticas sustentáveis adotadas pelo Aeroporto Internacional de Viracopos – Campinas. Para isso foram estabelecidos três objetivos específicos. Quanto ao primeiro, entendeu-se que o conceito de Gestão Sustentável busca o desenvolvimento sustentável, ou seja, gerencia os recursos disponíveis pensando ao longo prazo. Neste trabalho, enfatizou-se o modelo criado por John Elkington, para ele a gestão sustentável é formada pela sustentabilidade ambiental, sustentabilidade econômica e a sustentabilidade sócio-política, este é um modelo que pode ser aplicado à gestão aeroportuária, uma vez que esse segmento tem por finalidade o lucro, mas sem que descuidar dos aspectos ambientais e de sua relevância para a sociedade. Ou seja, para ser sustentável, as organizações precisam compreender que os aspectos econômicos, ambientais e sócio-políticos são essenciais e interdependentes.
Com isso, o estudo buscou conhecer práticas sustentáveis que foram adotadas pelo Aeroporto Internacional de Viracopos em Campinas. Primeiro, foi visto que aeroporto passou por um processo de expansão, o que aumentou em muito o número de passageiros atendidos. Porém, o aeroporto atentou para medidas sustentáveis quanto a recursos como a energia, água, emissões e resíduos sólidos.
No terceiro objetivo específico buscou apresentar os principais benefícios gerados pelas práticas sustentáveis adotadas por esse aeroporto. Verificou-se que as medidas e tecnologias aplicadas ao consumo da energia promoveu menores gastos ambientais e menor emissões de gases, reduziu custos operacionais e ainda agregou valor ao aeroporto perante a sociedade, especialmente por ter se tornado o primeiro aeroporto brasileiro a operar geradores de energia elétrica com 70% de biocombustível. Quanto ao consumo consciente da água, o aeroporto buscou parceria com outra instituição para um processo de tratamento da água de reuso que possibilitasse mais alternativas de uso e assim não fosse necessário utilizar água proveniente dos poços subterrâneos nos sítios do aeroporto. Ou seja, foi capaz de reduzir o consumo de um recurso natural esgotável e ainda reduziu os custos mensais no consumo da água pelo aeroporto. Para a redução dos gases GEE foi instalado um sistema em cada um dos portões de embarque do Novo Terminal que substitui o APU nas aeronaves e é um grande responsável pela emissão de gases. Por fim, identificou-se que o aeroporto em parceria com outra organização implementou um projeto de
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coleta seletiva que envolveu não só o aeroporto em si, mas a comunidade ao redor. Antes de completar um ano a partir da implementação do projeto, já tinham sido recolhidos em média 1,6 toneladas de resíduos sólidos que receberam a devida e sustentável tratativa.
Portanto, o Aeroporto Internacional de Viracopos demonstrou administrar uma gestão sustentável, visto que conforme medidas apontadas, observou-se a preocupação com a sustentabilidade em suas diversas facetas e consequentemente os ganhos ambientais, econômicos e de relevância junto à sociedade.
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REFERÊNCIAS
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sobre zoneamento na região não impede negócios e especulação imobiliária.
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<http://correio.rac.com.br/_conteudo/2013/11/capa/campinas_e_rmc/121665-ampliacao-de-viracopos-valoriza-entorno-em-400.html> Acesso em: Mar. 2019. FRANÇA, B. L. P.; QUEIROZ NETO, E.; OLIVEIRA, G. B. Aeroportos e meio ambiente: é possível obter o desenvolvimento urbano sustentável? Revista Orbis
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