• Nenhum resultado encontrado

Protetores bucais na prevenção de traumatismos dentais durante a prática esportiva

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Protetores bucais na prevenção de traumatismos dentais durante a prática esportiva"

Copied!
31
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA VICTOR SEVERINO CHAGAS

PROTETORES BUCAIS NA PREVENÇÃO DE TRAUMATISMOS DENTAIS DURANTE A PRÁTICA ESPORTIVA

Tubarão 2017

(2)

VICTOR SEVERINO CHAGAS

PROTETORES BUCAIS NA PREVENÇÃO DE TRAUMATISMOS DENTAIS DURANTE A PRÁTICA ESPORTIVA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Odontologia da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Odontologia.

Orientador: Prof. Esp. Rodrigo Anselmo Neves

Tubarão 2017

(3)
(4)

Este trabalho é dedicado a minha mãe e meus avós, pelo apoio em todas as etapas deste curso, sem vocês nada disso seria possível.

(5)

AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, à Deus pela vida, pela saúde e pelas oportunidades concedidas.

À minha mãe, Tânia, e aos meus avós, Mario José e Joanita, por todo amor, carinho e dedicação em minha formação pessoal e profissional, por serem meu grandes incentivadores, me apoiando neste momento importante em minha vida.

Aos meus familiares que sempre torceram por mim.

À minha namorada, Blandina, pelo companheirismo, compreensão e incentivo em todos os momentos.

As minhas amizades formadas na faculdade que proporcionaram momentos felizes e de muito apoio, que certamente enriqueceram nossas vidas, um forte abraço aos amigos, André, Guilherme, Kaian, Leonardo, Lucas, Tayane e os demais colegas que estiveram presentes nos principais momentos acadêmicos.

Ao meu orientador, Rodrigo Neves, pela disponibilidade, paciência, e pelo grande auxílio na execução deste trabalho.

Aos professores da banca examinadora, Frederico Feuerschuette e Wladimir Pimenta, por se disporem a contribuir com este trabalho.

(6)

RESUMO

O presente estudo teve o intuito de analisar todos os aspectos relacionados aos protetores bucais como meio de prevenção a traumatismos dentais durante a prática esportiva, desde a odontologia esportiva, aspectos históricos acerca da odontologia esportiva, traumatismos dentários decorrentes da pratica esportiva, classificação dos traumatismos dentários, consequência dos traumatismos dentários, características dos protetores bucais e tipos de protetores bucais. Neste trabalho foi realizada uma revisão de literatura, a fim de destacar a eficácia do uso de protetores bucais durante a prática de esportes. O estudo foi feito através de artigos científicos, livros pesquisados no período de março de 2017 até setembro de 2017, encontrados a partir das bases de dados como: Pub Med, Medline, Scielo e pesquisa no site Google acadêmico. Pode-se concluir que o uso do protetor bucal, principalmente o confeccionado pelo cirurgião dentista, o protetor tipo III, é de extrema importância para prevenir ou reduzir, tanto as incidências quanto a gravidade de traumatismos dentários e estruturas de suporte, decorrentes da prática de esportes.

(7)

ABSTRACT

The present study aimed to analyze all aspects related to mouth guards as a means of preventing dental trauma during sports practice, from sports dentistry, historical aspects about sports dentistry, dental trauma resulting from sports practice, classification of injuries dental injuries, the characteristics of mouth guards and types of mouth guards. In this work a literature review was carried out in order to highlight the effectiveness of the use of mouth guards during sports practice. The study was done through scientific articles, books researched in the period from March 2017 until September 2017, found from the databases such as Pub Med, Medline, Scielo and research on the Google academic site. It can be concluded that the use of the mouth guard, especially made by the dentist surgeon type III protector, is extremely important to prevent or reduce both the incidence and severity of dental trauma and support structures resulting from sports.

(8)

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Classificação, características e condutas em fraturas dentárias e do osso alveolar 18 Quadro 2 - Classificação, características e condutas para luxação e avulsão dentária ... 19

(9)

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 10 1.1 OBJETIVOS ... 12 1.1.1 Objetivo Geral ... 12 1.1.2 Objetivos Específicos... 12 1.2 JUSTIFICATIVA ... 12 2 METODOLOGIA ... 13 3 REVISÃO DE LITERATURA ... 14 3.1 ODONTOLOGIA ESPORTIVA ... 14

3.1.1 Aspectos históricos acerca da odontologia esportiva ... 16

3.2 TRAUMATISMOS DENTÁRIOS DECORRENTES DA PRÁTICA ESPORTIVA .... 17

3.2.1 Classificação dos traumatismos dentários ... 18

3.2.2 Consequência dos traumatismos dentários ... 20

3.3 CARACTERÍSTICAS DOS PROTETORES BUCAIS ... 22

3.4 TIPOS DE PROTETORES BUCAIS ... 23

4 DISCUSSÃO ... 25

5 CONCLUSÃO ... 28

(10)

10

1 INTRODUÇÃO

A Odontologia Esportiva é uma área da saúde que vem emergindo com destaque por se tratar de um ramo da odontologia que envolve o tratamento de lesões atléticas orofaciais. Além disso, é uma área que cuida em disseminar informações com incentivo à prevenção de tais lesões, atentando ao risco considerável de sua ocorrência no momento do exercício esportivo, especialmente nos esportes de contato físico, com crescente popularidade nos dias atuais. (TUNA; OZEL, 2014).

Segundo Padilha e Namba (2014, p. 12), trata-se de uma "área responsável pela indicação, orientação de uso e confecção dos protetores bucais para os atletas", objetivando assegurar e preservar a saúde e integridade deles.

Considerando que a quantidade de pessoas praticantes de atividades esportivas vem aumentando, equiparadamente houve também um aumento nas ocorrências de traumas consequentes a elas. Assim, Nora (2014, p. 9) explica que “como consequência direta de uma maior quantidade de praticantes de atividades físicas, o número de acidentes e possíveis traumatismos dentários acompanha esse aumento”.

Tais acidentes ocasionados, principalmente nos esportes de contato, causam diversos tipos de lesões nos tecidos moles e duros que, devido a sua gravidade, podem até gerar danos irreversíveis. As lesões nos tecidos moles ocorrem como cortes nos lábios, bochechas e língua, enquanto que nos tecidos duros ocorrem como fraturas dentárias e ósseas. (PAIVA, 2012).

Em razão disso, é importante cuidar não só do tratamento destas ocorrências, mas especialmente da sua prevenção. Dentre outras alternativas, existe o protetor bucal, que funciona como um dispositivo de segurança, atuando como amortecedores de impacto, e na proteção dos dentes e seus tecidos de suporte, frente a traumas durante a pratica esportiva. (WANG; PRADEBON, 2003).

Padilha e Namba (2014) ressaltam a vantagem de utilizar protetores bucais e esclarece a forma como funcionam, visando diminuir as consequências dos choques físicos ocorridos durante a atividade esportiva, tendo em vista que o material utilizado na sua confecção absorve o choque, mantém os tecidos moles afastados dos dentes e evita o contato violento entre os antagonistas. Tais dispositivos "são utilizados visando minimizar a probabilidade de danificar o sistema estomatognático, e isso inclui a proteção de dentes maxilares, ATM´s e tecidos moles adjacente". (PADILHA; NAMBA, 2014, p. 29)

(11)

11

Nas palavras de Nora (2014, p. 10), o traumatismo dentário em atletas "afeta o paciente tanto do ponto de vista social e estético quanto no que diz respeito a custos e tempo de tratamento", daí se extrai a necessidade de maior divulgação e esclarecimento sobre o tema.

Inclusive, são importantes novos estudos para "avaliar a real proteção dada pelos vários tipos de protetores bucais disponíveis atualmente no mercado", tendo em vista que o desenho e os materiais dos quais são feitos os protetores bucais devem ser melhores desenvolvidos, priorizando maior eficiência e menor gasto em sua confecção. (BARROS, 2012, p. 29).

(12)

12

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo Geral

Descrever por meio de revisão de literatura, a importância do uso de protetores bucais na prevenção de traumas dentais durante a prática esportiva.

1.1.2 Objetivos Específicos

a) relatar aspectos históricos acerca do uso de protetores bucais durante prática esportiva;

b) classificar os principais traumas orais decorrentes de prática esportiva; c) identificar as conseqüências de tais traumas;

d) especificar os tipos de protetores bucais utilizados no esporte; e) apontar as características dos protetores bucais.

1.2 JUSTIFICATIVA

Traumas decorrentes da pratica de esportes são comuns e causam consequências a saúde bucal. Em razão disso, trabalhos acadêmicos que visem esclarecer meios de prevenção destas lesões são cada vez mais relevantes ao desporto.

O tema abordado nesta pesquisa faz parte do cotidiano daqueles que praticam atividades esportivas, e foi escolhido com o intuito de promover a prevenção de injurias ocasionada durante as práticas esportivas.

Cabe ressaltar que o presente trabalho aborda vantagens e benefícios de variados tipos de protetores bucais e seus pontos negativos e positivos, a fim de proporcionar ao público alvo as opções que melhor garantam sua integridade física.

Diante desta realidade, clarifica-se a importância de sua análise mais aprofundada por meio desta revisão de literatura.

(13)

13

2 METODOLOGIA

O objetivo desta pesquisa tem como característica analisar aspectos referentes aos protetores bucais através de uma revisão de literatura, com o intuito de elucidar o conhecimento do cirurgião dentista acerca das características e importância do uso de protetores bucais na prevenção de traumatismos dentários durante a prática de esportes.

A metodologia utilizada para a realização desta pesquisa foi realizada por meios de artigos científicos, livros pesquisados no período de março de 2017 até junho de 2017, encontrados a partir das bases de dados como: Pub Med, Medline e Scielo, utilizando as palavras chaves: odontologia esportiva, protetores bucais, traumatismos dentários, na língua inglesa e portuguesa. Alguns artigos também foram obtidos através da pesquisa livre pela internet utilizando-se o site Google. Os artigos selecionados têm a finalidade de nos esclarecer maiores dúvidas a respeito dos protetores bucais, como forma de prevenção aos traumas que ocorrem durante a prática de esportes.

(14)

14

3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 ODONTOLOGIA ESPORTIVA

Atualmente, o aumento das injúrias orofaciais vem ocorrendo, principalmente em razão de práticas esportivas, sejam elas competitivas ou recreativas. (PINHEIRO; DELTINO, 2014).

Em decorrência disso, é salutar a inserção da odontologia na equipe de profissionais que auxiliam o desenvolvimento do esporte. Isso por que, assim como médicos, fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos, o papel do cirurgião-dentista é essencial para que todo o organismo do atleta funcione de forma saudável. Portanto, o reconhecimento pelos atletas da importância desta especialidade resulta num considerável aumento da sua aplicabilidade. (CORREA et al., 2010).

A odontologia esportiva visa proporcionar uma saúde bucal equilibrada realizando trabalhos de prevenção e proteção contra eventuais danos que possam prejudicá-la, mas também age diretamente no ambiente esportivo (academias, clubes, etc.), com a realização de trabalhos emergenciais. É uma área da odontologia ligada à educação física que investe no melhor desempenho esportivo do atleta, atuando em conjunto com uma equipe de variados profissionais da saúde, tais como médicos, fisioterapeutas, entre outros. (BASTIDA et al., 2010).

Segundo Oliveira (2000), os objetivos da odontologia esportiva são de promover saúde bucal, estimular o aprendizado no ambiente educacional e nas comunidades, tratar os fatores predisponentes, estabelecer as regras e leis especificas do uso dos equipamentos durante a pratica de esportes, e inclusão de Cirurgiões-dentistas nas equipes esportivas.

De acordo com Barberini (2016, p. 2) O dentista do esporte deve:

a) fazer avaliações pré, participação e preservação da saúde bucal do atleta; b) atendimento inicial no local do evento e tratamento inicial dos acidentes

orofaciais;

c) cuidado na correta prescrição de medicamentos que possam causar o doping positivo;

d) aplicar metodologia para detecção de doping e estresse pela saliva;

e) orientar os treinadores, técnicos e dirigentes com informações a respeito de procedimentos de urgência e uso de acessórios de proteção indicados para cada modalidade esportiva;

f) aplicar os protocolos de atendimento da equipe médica no tratamento odontológico;

g) atuar profissionalmente em treinos e competições das diferentes modalidades desportivas;

h) respeitar os direitos desportivos do atleta e sua imagem;

(15)

15

Para Costa (2009), a dor, ou uma infecção, podem diminuir o rendimento em um atleta, assim sendo necessário fazer o uso de medicamentos, que podem prejudicar o desempenho, além de trazer consequências como o doping e entre outras.

Segundo Rodrigues (2005), a dor na boca de um atleta pode ter um significado muito maior em sua vida esportiva, ela poderá levar ao término de uma carreira, porém os problemas podem ser evitados, através de exames simples de rotina.

De acordo com Nora (2014), na Odontologia, a área que atua no tratamento e prevenção de lesões e patologias orais proveniente da pratica de esportes, é a Odontologia Esportiva, a qual qualifica os cirurgiões-dentistas para que tenham uma visão maior sobre o esporte, objetivando melhoras no rendimento dos atletas. É necessário ao cirurgião-dentista conhecer e vetar as substâncias que não são permitidas pelas agências antidopings, bem como deve corrigir problemas na cavidade bucal, posturais e respiratórios, e efetuar o atendimento inicial no ambiente de pratica esportiva, auxiliando o diagnóstico, tratamento e prognostico dos traumas.

Segundo Costa (2009), a odontologia há pouco tempo começa a obter espaço na comunidade cientifica e a se estabelecer no esporte brasileiro, não se limitando apenas ao uso de protetores bucais como um meio de prevenção, mas também medidas preventivas a danos na cavidade oral, e a intervenção de manifestações que possam comprometer o desempenho esportivo dos atletas.

De acordo com Donadio (2010 apud PADILHA, 2012), o Presidente-fundador da ABRODESP – Associação Brasileira de Odontologia do Esporte, o objetivo fundamental de um cirurgião-dentista do esporte, é a partir da melhoria da saúde bucal de um atleta, aumentar o seu desempenho. Compreendendo que os dois possuem uma relação.

Segundo Barberini (2002), é considerada necessária a presença de um cirurgião-dentista no âmbito esportivo, fazendo parte como membro de comissões técnicas, pois de acordo com os problemas encontrados, ocasionados pela pratica esportiva, como acidentes e lesões na região orofacial, especificamente traumatismos dentários, os cirurgiões-dentistas são os profissionais mais capacitados para solucionar essas ocorrências.

Nas palavras de Moura (2004), a Odontologia Esportiva é caracterizada por enfoque multidisciplinar, reunindo profissionais de diferentes especialidades como periodontia, endodontia, próteses e implantes, oclusão, ortodontia/ortopedia, cirurgia e traumatologia buco-maxilo facial.

(16)

16

3.1.1 Aspectos históricos acerca da odontologia esportiva

Conforme Moura (2004), desde que a Odontologia do Esporte surgiu, devido a necessidade de se promover saúde bucal em atletas que, por terem uma maior exigência em condicionamento físico em comparação as demais pessoas, requerem maiores cuidados com a saúde, incluindo a saúde bucal.

Historicamente, a odontologia esportiva não é uma área da saúde tão antiga, sendo que para Ribeiro, Silva e Souza (2002), a primeira notícia do uso de protetor bucal em atividade esportiva ocorreu em 1913 por um boxeador inglês chamado Ted 'Kid' Lewis. No entanto, somente no ano de 1963 foi exigido pela federação nacional da associação de esportes, o uso de protetor bucal durante as práticas esportivas de contato direto, como boxe e lutas marciais.

Na década de 20 iniciou o desenvolvimento dos protetores bucais, que conforme Barros (2012, p. 13) eram "utilizados pelos pugilistas, e eram do tipo de estoque (pré-fabricado)", enquanto que o maior desenvolvimento da tecnologia do protetor bucal ocorreu entre 1960 e 1965.

Nos Estados Unidos a Aliança Nacional de Regras de Futebol Americano estabeleceu a obrigatoriedade do uso de protetor bucal na prática de futebol americano colegial e universitário. Porém, até hoje, na maioria dos esportes de contato não é exigida a utilização de protetores. (WANG; PRADEBON, 2003, p. 9).

Conforme Trigo (2002), em alguns aspectos o Brasil é considerado o pioneiro, por ser o primeiro país a levar, como membro de comissão técnica, um cirurgião-dentista em competições oficiais, Dr. Mário Trigo, nas Copas do Mundo de 1958, 1962 e 1966. Porém, para SIS Saúde (2010), em relação ao desenvolvimento na área, o país tem perdido para países da Europa, Japão e EUA, onde o uso de equipamentos de segurança é regra em diversas competições.

Diante da importância e a necessidade da Odontologia Esportiva, inúmeras pessoas se uniram criando entidades e associações com o intuito de tornar esta área uma especialidade na Odontologia. Assim foi fundada a Academia Brasileira de Odontologia do Esporte – ABROE, em 29 de setembro de 2012. Apresentando uma comissão composta por profissionais especialistas, mestres e doutores com linhas de pesquisa e publicações voltadas a odontologia relacionada ao esporte, que fornecem trabalhos científicos que capacitam a identificação das especificidades do suporte ao atleta e o rendimento. (BARBERINI, 2016).

(17)

17

3.2 TRAUMATISMOS DENTÁRIOS DECORRENTES DA PRÁTICA ESPORTIVA

Diante do aumento do número de praticantes de atividades esportivas e aumento da competitividade, o aumento substancial nas estatísticas relacionadas aos acidentes com traumas no esporte é uma tendência. (RANALLI, 1995; RIBEIRO; SILVA; SOUZA, 2002).

Conforme Sane e Ylipaavalniemi (1988), traumas decorrentes da prática esportiva representam 14 a 39% das origens de traumatismos dentários, e correspondem ao terceiro atendimento de traumas em face.

Considerando o elevado número de pessoas que são atingidas durante a prática esportiva, e a gravidade das sequelas ocasionadas em razão de tais traumas, pode-se dizer que o traumatismo dentário no meio esportivo é um problema de saúde pública, que pode causar "impacto na qualidade de vida dos indivíduos, com desconforto físico, psicológico e interferência negativa nas relações sociais". (GONÇALVES et. al., 2012, p. 62).

Segundo Canto (1999), traumatismos alvéolo-dentários que ocorrem durante as atividades esportivas podem ser irreversíveis, e diante do prejuízo físico, ainda podem ocorrer o prejuízo financeiro, e até mesmo emocional, levando em conta a experiência ruim que podem promover.

Maestrello-de-Moya e Primosch (1989), com o intuito de documentar a prevalência de lesões orais e o uso, e tipo de protetores bucais e a prevalência do seu uso. Foi realizado um estudo com jogadores de basquetebol do ensino médio no estado da Flórida. A amostra foi constituída por 1.020 atletas no total, sendo que 30,9% haviam sofrido algum tipo de lesão oral durante a temporada esportiva. A lesão mais comum encontrada foi lesão nos tecidos moles (65%), foi verificada de forma decrescente de incidência, como cortes no lábio, língua ou bochecha, mobilidade dentária, rigidez mandibular, fratura dentária, dormência na mandíbula ou face, e fratura do osso.

Futaki e Motta (2000) coordenaram um estudo no Brasil, em que estabeleceram a prevalência dos diversos tipos de lesões orofaciais. De acordo com os autores, cortes nos lábios foram as lesões que apareceram com mais frequência (37%), acompanhada de lesões na face (15,64%), lacerações na bochecha (14,28%) e fraturas dentárias (10,65%). As últimas lesões atingiram, sobretudo, os incisivos centrais superiores, os incisivos laterais superiores, os caninos superiores e os molares inferiores, na devida ordem.

Em pesquisa executada por Silveira et al. (2009), é apontado que os traumatismos mais frequentes acometem principalmente a mandíbula, e são separados em fraturas coronárias,

(18)

18

deslocamentos dentários, cortes na face, nos lábios, na língua, nas bochechas e fraturas não coronárias ou perdas dentárias, com maior prevalência em incisivos centrais superiores.

A odontologia tem um importante papel preventivo no trauma buco-dental, reduzindo as chances de ocorrerem os traumas, e proporcionando o bem-estar e bom rendimento do profissional, destaca a literatura. (CANTO, 1999; ANDRADE et al., 2010).

Conforme Barberini, Aun e Caldeira (2002, p. 8), cerca de 14% a 39% dos traumas em meio esportivo são lesões orofaciais, entretanto, diferente de outras áreas que podem ser atingidas durante a atividade esportiva, o traumatismo dentário conta com a possibilidade da prevenção que reduz significativamente "a severidade das lesões nestas estruturas".

Para Ranalli (1995) e Ribeiro, Silva e Souza (2002), as sequelas diante dos traumatismos alvéolos-dentários podem ser reduzidas, diminuindo drasticamente os níveis de sua gravidade diante do uso de protetores bucais. Os atletas podem reduzir até 60 vezes o risco de danos aos dentes, quando está fazendo o uso de protetor bucal.

Conforme Bastida et al. (2010), traumas dentários ocasionados no âmbito esportivo possuem uma particularidade que os diferencia de outros traumatismos, eles podem ser prevenidos, assim tendo a possibilidade de diminuir drasticamente os níveis de sua ocorrência através do uso de protetores bucais que proporcionam a proteção de todas as estruturas dentais e periodontais.

3.2.1 Classificação dos traumatismos dentários

Conforme Barbosa, Lacerda e Alves (2003), um trauma bucal envolvendo dentes anteriores, tem efeito sobre o indivíduo que sofre com tal problema, principalmente psico-emocionalmente, pois um trauma pode fraturar, escurecer, ou até perder-se o dente. Nos Quadros 1 e 2 apresentam-se a classificação dos traumatismos dentários.

Quadro 1 - Classificação, características e condutas em fraturas dentárias e do osso alveolar

Classificação Características Condutas

Fratura em esmalte Perda parcial de esmalte O elemento fraturado deve ser armazenado em soro fisiológico para colagem (técnica de baixo custo e de resultados estéticos satisfatórios).

Também pode ser feita a restauração convencional.

Fratura em esmalte e dentina

Perda parcial de esmalte e dentina, sem envolvimento pulpar

(continua) (continuação)

(19)

19

Fratura coronária Fratura dental envolvendo esmalte, dentina e polpa

O atendimento de urgência deve ocorrer em até três horas após o trauma, com intervenções menos invasivas e melhor prognóstico. Se houver fragmentos, proceder como descrito acima.

Fratura de coroa e raiz Fratura de esmalte, dentina, cemento e polpa, podendo ocorrer no sentido axial como horizontal com presença de mobilidade

Se a fratura for no sentido horizontal, pode-se manter o elemento radicular por meio de técnicas de reposicionamento dental. É necessário o tratamento endodôntico pelo risco de necrose pulpar. O rápido atendimento após o trauma oferece melhor prognóstico. Na fratura vertical, o único tratamento é a extração do elemento dentário

Fratura radicular Fratura envolvendo dentina, cemento e polpa, presença de mobilidade dental

Reposicionamento dental e contenção rígida. Pode ser necessária a realização do tratamento endodôntico em alguns casos

Reposicionamento do fragmento e contenção rígida ou semirrígida por quatro semanas. Necessidade de acompanhamento odontológico depois de quatro, oito, 24 semanas a um ano.

Fratura da parede e processo alveolar

Fratura envolvendo a parede óssea do alvéolo envolvendo ou não o elemento dental

Fonte: Sanabe et al. (2009).

Quadro 2 - Classificação, características e condutas para luxação e avulsão dentária

(20)

20

Concussão Lesão de tecidos de

suporte sem perda ou deslocamento do elemento dental

Recomendar alimentos macios e, se necessário, contenção semirrígida no caso da subluxação ocorrer em mais que dois dentes, para conforto do paciente.

Subluxação Lesão de tecidos de suporte com presença de hemorragia gengival Luxação extrusiva O elemento dental se

desloca parcialmente no sentindo axial do alvéolo dental. Presença de sangramento e aparência do dente alongado

Reposicionamento do elemento dental e contenção semirrígida por duas semanas.

Luxação lateral Deslocamento irregular do elemento dental do alvéolo dental que pode ser acompanhada por fratura ou esmagamento do osso alveolar

Reposicionamento do elemento dental e necessidade de contenção semirrígida por quatro semanas. Pode ser necessária a realização de tratamento endodôntico.

Luxação intrusiva Deslocamento do elemento dental em relação ao osso do processo alveolar. Clinicamente, a coroa se apresenta encurtada e existe sangramento gengival

Pode ocorrer a re-erupção dental ou então necessidade de tração ortodôntica do elemento dental.

Avulsão Perda total do elemento dental. Clinicamente, o alvéolo dental fica vazio ou preenchido com coágulo sanguíneo

O elemento dental deve ser armazenado imediatamente em leite gelado (4°C) para melhor conservação dos ligamentos. Também, podem ser usados o soro. Fonte: Sanabe et al. (2009).

3.2.2 Consequência dos traumatismos dentários

Epstein (1962) relatou que as lesões decorrentes de impactos nos elementos dentários, tecidos de proteção e sustentação, levam a injurias que podem ocasionar desde o abalo dentário, até a condenação do elemento relacionado a fraturas dos tecidos de suporte e dilacerações do tecido de proteção, e frequentemente a necrose pulpar.

De acordo com Traebert et al. (2006), diante de um traumatismo dentário, o tratamento deve ser imediato, dando seguimento a um protocolo de acompanhamento, realizando uma abordagem multidisciplinar, relacionando considerações médicas, odontológicas e sociais.

(21)

21

Posteriormente a um traumatismo orofacial, Marques (1998 apud PAIVA, 2012) relata que é fundamental identificar o tipo de lesão e reconhecer a sua importância, pois as lesões que clinicamente podem aparentar pouca extensão podem levar a sequelas irreversíveis aos tecidos de formação e sustentação dos dentes. Em alterações na vitalidade pulpar, ou processos de necrose pulpar, calcificações e reabsorções radiculares externas e internas, são danos posteriores constantemente relacionados com antecedentes lesões traumáticas em dentes. Para Newsome, Tran e Cooke (2001), uma averiguação quase universal, é que a maioria das lesões afetam a maxila, e os mais propensos são incisivos superiores, aproximadamente 80%.

Conforme Bastone, Freer e Mcnamarra (2000), diversos fatores devem ser levados em consideração para a realização de um tratamento adequado, como o tipo, a direção e a severidade do trauma; a maturidade do elemento dentário, tempo em relação a ocorrência do trauma, e se a fratura coronária ou de osso alveolar está associada com o trauma.

Segundo Conceição et al. (2007), em dentes permanentes, os traumatismos podem envolver diversos danos as estruturas, como esmalte, dentina, polpa, ligamento periodontal e osso. O cirurgião-dentista deve realizar um minucioso exame clínico e radiográfico, e relembrar que cada estrutura tem sua capacidade de regeneração, para identificar a melhor forma de tratamento. A polpa, dentina, osso alveolar e o ligamento periodontal possuem potencial de regeneração de acordo com o dente e a técnica realizada de tratamento.

Para Bastida et al. (2010), o traumatismo dental ocorre com frequência durante a prática de esportes, e afeta uma considerável parcela de pessoas, podendo gerar perdas dentarias irreparáveis, no decorrer do acidente ou diante ao tratamento que está sendo realizado, ou até mesmo algum tempo após, devido a sequelas como as reabsorções radiculares.

Nas palavras de Oliveira et al. (2012) são consequências do traumatismo dentário as reabsorções radiculares interna ou externa, bem como a obliteração pulpar, sendo esta a maneira que o organismo reage frente aos diversos tipos de traumas. A reabsorção interna pode ocorrer com a desestruturação gradual da dentina ou a polpa, sendo lentamente substituída por tecido de granulação. Já a reabsorção externa trata-se de uma alteração no periodonto em superfícies externas ou laterais do elemento dentário. Por fim, a obliteração pulpar, é quando ocorre alteração calcificante nos vasos e nervos da polpa.

Para Wang e Pradebon (2003), a relevância e necessidade da utilização de protetores bucais ficam claras ao analisar as estatísticas da ADA. Em 1991, estimou-se que por volta de 200.000 jogadores por ano, teriam evitado algum tipo de injuria intraoral, fazendo o uso de protetor.

(22)

22

3.3 CARACTERÍSTICAS DOS PROTETORES BUCAIS

De acordo com Tuna e Ozel (2014), o uso de dispositivos básicos de proteção é o aspecto mais significativo como meio de prevenção de lesões orofaciais durante a prática de esportes, como capacetes, máscaras faciais e protetores bucais apropriado. Os protetores bucais quando instalados de forma adequada, impossibilitam o contato violento entre a dentição superior e inferior.

Conforme Caniço (2016, p. 3), o protetor bucal é um "dispositivo intraoral resiliente que reduz lesões na cavidade oral e que proporciona o máximo de proteção, adaptação e fazendo retenção na região para a qual é confeccionado".

Para Costa (2009, p. 166), os protetores têm a função de amortecer e distribuir a força dos "golpes frontais diretos, evitando as fraturas ou a avulsão de dentes anteriores". Além disso, um protetor de qualidade deve fornecer "retenção, comodidade, facilidade ao falar, resistência à fratura, facilidade de respiração e proteção para os dentes, lábios e adjacências".

Nas palavras de Coto (2006), os dentes, tecidos moles, estruturas ósseas e ATM, devem ser protegidos pelos protetores bucais durante a prática esportiva. O mesmo deve possuir grande poder de absorção de cargas, e distribuição do campo de forças ao longo de toda sua extensão, proporcionar conforto e quando ajustado ao maxilar, deve permanecer fixo no seu lugar diante de qualquer movimento e ação.

Pode-se concluir que o uso de tais dispositivos é imprescindível para preservar a saúde oral dos esportistas, sejam eles profissionais ou não. A sua proteção pode reduzir significativamente, ou até eliminar os traumatismos dentários, “principalmente em incisivos centrais e laterais superiores, em dentes decíduos e permanentes, bem como nos tecidos moles da cavidade bucal”. Contudo, a defesa oferecida por estes dispositivos vai mais além, pois protegem de “fraturas coronais e radiculares; deslocamentos e avulsões; lacerações do tecido mole; fraturas do processo alveolar, do côndilo ou ângulo goníaco e concussões”. (CANTO et al., 1999 apud GONÇALVES et al., 2012, p.62).

Segundo Pavarini e Garib (1993) as funções dos protetores bucais são: a) preservar os tecidos moles afastados dos dentes;

b) amortecer e distribuir as forças dos golpes;

c) conter o contato violento entre dentes antagonistas; d) prevenir a concussão.

(23)

23

De acordo com Canto (1999), os protetores bucais além de garantirem a saúde dos atletas diante da prevenção, também proporcionam uma economia significativa aos clubes diante da relação aos tratamentos odontológicos.

3.4 TIPOS DE PROTETORES BUCAIS

Segundo a Sociedade Americana de Testes e Materiais (1986, p. 323 apud USO DE PROTETORES, 2006, p. 1714) o protetor bucal atlético tem o papel eficaz de prevenir lesões orais, e de acordo com o tipo de protetor varia o material utilizado, o conforto que proporciona, o custo e a sua adaptação aos dentes. Ainda, classifica o protetor bucal em três categorias: "O protetor bucal de estoque; O protetor bucal pré-fabricado; O modelo feito sob medida, formado por vácuo ou laminado a pressão por um dentista ou um laboratório dentário".

Conforme Canto et al. (1999), Os protetores bucais geralmente são confeccionados em vinil ou borracha, visando proteger dentes e tecidos de suporte de traumatismos durante a prática esportiva, além de minimizar a possibilidade de injúrias de cabeça e pescoço.

Duarte (2002) relata que se encontram disponíveis 3 tipos de protetores bucais. O pré-fabricado, que pode ser encontrado em lojas de materiais de esportes, tem um custo baixo, entretanto de eficácia incerta, e não proporciona conforto ao atleta. O “ferve e morde" possui uma proteção superior em relação ao protetor bucal pré-fabricado. O protetor feito sob medida, que possibilita maior proteção, sua confecção é realizada a partir de um molde da arcada superior.

Para Canto et al. (1999), os protetores bucais do tipo I e II não proporcionam uma boa adaptação à arcada dentária, dificultando na fala, respiração e na tensão muscular dos atletas, necessitando apertar constantemente para não ocorrer o deslocamento, prejudicando o desempenho. Eles podem ser encontrados em lojas de materiais esportivos, porém o que apresenta melhor desempenho são os protetores confeccionados pelo cirurgião dentista do tipo III. Até mesmo para pacientes que fazem o uso de aparelhos ortodônticos fixos, os protetores ideais são os confeccionados em consultório.

Andreasen et al. (2000) afirma que o protetor bucal considerado o melhor são os individualizados, confeccionados sob medida por um cirurgião-dentista, contudo tem um custo mais alto em relação aos anteriores, porém não interferem na fala, respiração e proporcionam conforto aos atletas.

Segundo Duarte (2002), devem ser guardados os protetores bucais em caixas com perfurações, fazer a higienização com escova e creme dental, e realizar o enxague em água fria.

(24)

24

Os mesmos devem ser substituídos no momento em que apresentarem distorções ou problemas de adaptação aos dentes.

(25)

25

4 DISCUSSÃO

De acordo com Batisda et al. (2010), a odontologia esportiva visa proporcionar uma saúde bucal equilibrada realizando trabalhos de prevenção e proteção contra eventuais danos que possam prejudicá-la, mas também age diretamente no ambiente esportivo (academias, clubes, etc.), com a realização de trabalhos emergenciais. Para Oliveira (2000) os objetivos da odontologia esportiva são de promover saúde bucal, estimular o aprendizado no ambiente educacional e nas comunidades, tratar os fatores predisponentes, estabelecer as regras e leis especificas do uso dos equipamentos durante a prática de esportes.

De acordo com Costa (2009), a odontologia passa a ganhar espaço no esporte, pois não está se limitando apenas ao uso de protetores bucais, mas também em medidas preventivas a danos e intervenções de manifestações que possam comprometer o desempenho dos atletas.

Segundo Barberini (2002), é considerada necessária a presença de um cirurgião-dentista no âmbito esportivo fazendo parte como membro de comissões técnicas, pois de acordo com os problemas encontrados, ocasionados pela pratica esportiva, como acidentes e lesões na região orofacial, especificamente traumatismos dentários, os cirurgiões-dentistas são os profissionais mais capacitados para solucionar essas ocorrências.

Diante do aumento do número de praticantes de atividades esportivas e aumento da competitividade, o aumento substancial nas estatísticas relacionadas aos acidentes com traumas no esporte é uma tendência. (RANALLI, 1995; RIBEIRO; SIVA; SOUZA, 2002). Traumas decorrentes da prática esportiva representam 14 a 39% das origens de traumatismos dentários, e correspondem ao terceiro atendimento de traumas em face. (SANE; YLIPAAVALNIEMI, 1988).

Futaki e Motta (2000) coordenaram um estudo no Brasil, em que estabeleceram a prevalência dos diversos tipos de lesões orofaciais. De acordo com os autores, cortes nos lábios foram lesões que apareceram com mais frequência (37%), acompanhada de lesões na face (15,64%), lacerações na bochecha (14,28%) e fraturas dentárias (10,65%). As últimas lesões atingiram, sobretudo, os incisivos centrais superiores, os incisivos laterais superiores, os caninos superiores e os molares inferiores, na devida ordem. Porém em pesquisa realizada por Silveira et al. (2009) aponta que os traumatismos mais frequentes acometem principalmente a mandíbula, e são separados em fraturas coronárias, deslocamentos dentários, cortes na face, nos lábios, na língua e nas bochechas, e fraturas não coronárias ou perdas dentárias, com maior prevalência em incisivos centrais superiores.

(26)

26

Cerca de 14 a 39% dos traumas em meio esportivo são lesões orofaciais, entretanto, diferente de outras áreas que podem ser atingidas durante a atividade esportiva, o traumatismo dentário conta com a possibilidade da prevenção, que reduz significativamente "a severidade das lesões nestas estruturas". (BARBERINI; AUN; CALDEIRA, 2002, p.8). Assim como para Bastida et al. (2010), traumas dentários ocasionados no âmbito esportivo possuem uma particularidade que os diferencia de outros traumatismos, eles podem ser prevenidos, tendo assim a possibilidade de diminuir drasticamente os níveis de sua ocorrência através do uso de protetores bucais, que proporcionam a proteção de todas as estruturas dentais e periodontais.

De acordo com Traebert et al. (2006), diante de um traumatismo dentário, o tratamento deve ser imediato, dando seguimento a um protocolo de acompanhamento, realizando uma abordagem multidisciplinar, relacionando considerações médicas, odontológicas e sociais. Marques (1998) relata que é fundamental identificar o tipo de lesão e reconhecer a sua importância, pois as lesões que clinicamente podem aparentar pouca extensão podem levar a sequelas irreversíveis aos tecidos de formação e sustentação dos dentes. (NEWSOME; TRAN; COOKE, 2001).

Conforme Wang e Pradebon (2003), a relevância e necessidade da utilização de protetores bucais fica claro ao analisar as estatísticas da ADA. Em 1991, estimou-se que por volta de 200.000 jogadores por ano teriam evitado algum tipo de injuria intraoral, fazendo o uso de protetor. Para Tuna e Ozel (2014) o uso de dispositivos básicos de proteção é o aspecto mais significativo como meio de prevenção de lesões orofaciais durante a prática de esportes, como capacetes, máscaras faciais e protetores bucais apropriado. Os protetores bucais quando instalados de forma adequada impossibilita o contato violento entre a dentição superior e inferior.

Nas palavras de Coto (2006), os dentes, tecidos moles, estruturas ósseas e ATM, devem ser protegidos pelos protetores bucais durante a prática esportiva. O mesmo deve possuir grande poder de absorção de cargas e distribuição do campo de forças ao longo de toda sua extensão, proporcionar conforto, e quando ajustado ao maxilar, deve permanecer fixo no seu lugar diante de qualquer movimento e ação. De acordo com Pavarini e Garib (1993), os protetores bucais têm como função preservar os tecidos moles afastados dos dentes, amortecer e distribuir as forças dos golpes, conterem o contato violento entre dentes antagonistas e prevenir a concussão.

De acordo com Canto (1999), os protetores bucais além de garantirem a saúde dos atletas diante da prevenção, também proporcionam uma economia significativa aos clubes diante da relação aos tratamentos odontológicos.

(27)

27

Duarte (2002) relatou que se encontram 3 tipos de protetores bucais. O pré-fabricado que pode ser encontrado em lojas de materiais de esportes, tem um custo baixo e não proporciona conforto ao atleta. O “ferve e morde" possui uma proteção superior em relação ao protetor bucal pré-fabricado. Entretanto, Canto et al. (1999) afirma que os protetores bucais do tipo I e II não proporcionam uma boa adaptação a arcada dentária, dificultando na fala, respiração e na tensão muscular dos atletas, necessitando apertar constantemente para não ocorrer o deslocamento, prejudicando o desempenho. Os protetores que apresentam melhor desempenho são os confeccionados pelo cirurgião dentista do tipo III. Até mesmo para pacientes que fazem o uso de aparelhos ortodônticos fixos, os protetores ideais são os confeccionados em consultório.

(28)

28

5 CONCLUSÃO

Se faz necessário um maior conhecimento a respeito da importância do uso dos protetores bucais por parte dos dentistas, atletas e comissões técnicas esportivas.

É fundamental que se façam campanhas de incentivo ao uso de protetores bucais em escolas, academias e clubes, salientando a importância da utilização deste dispositivo na prevenção de traumatismos dentais, que são comuns entre crianças, adolescentes e atletas.

O uso de protetor bucal é essencial para prevenção de traumatismos dentais durante a prática de esportes, diante disso os protetores bucais do tipo III, confeccionados pelos cirurgiões dentistas, são os que apresentam maiores vantagens, porém qualquer tipo de protetor bucal é melhor do que não fazer a utilização deste dispositivo de segurança durante a prática de esportes.

(29)

29

REFERÊNCIAS

ANDRADE, R.; EVANS, P. L.; ALMEIDA, A. L.; DA SILVA, J. D. E. J.; GUEDES, A. M.; GUEDES, F. R.; RANALLI, D. N.; MODESTO, A.; TINOCO, E. M. Prevalence of dental trauma in Pan American games athletes, Dental Traumatology, Rio de Janeiro, v. 26, p. 248-253, 2010.

ANDREASEN, J. O. et al., Manual de Traumatismo Dental, Porto Alegre :Artmed, 2000.

BARBERINI, Alexandre Fonseca. Odontologia do esporte. Assunto em pauta, Colgate. ed. 22, Ago. 2016.

BARBERINI, Alexandre Fonseca; AUN, Carlos Eduardo; CALDEIRA, Celso Luiz. Incidência de injúrias orofaciais e utilização de protetores bucais em diversos esportes de contato. Rev. Odontol. UNICID, v. 14, n. 1, p. 7-14, jan./abr. 2002.

BARBOSA, Carina L.; LACERDA, Raissa A.; ALVES, Alessandra C. Análise do nível de conhecimento dos odontopediatras sobre prevenção de traumatismos relacionados a esportes. J Bras. Odontopediatr Odontol. Bebê, v. 6, n. 33, p. 399-404, 2003.

BARROS, Janaina L. Protetores bucais e sua prevenção nos traumatismos dentais durante a prática esportiva. 2012. 33 f. Monografia (Especialista em Ortodontia) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2012.

BASTIDA, Eduardo M.; PERON, Rodrigo A. F.; QUEIROZ, Alfredo F.; HAYACIBARA, Mitsue F.; TERADA, Raquel S. S. Prevalência do uso de protetores bucais em praticantes de artes marciais de um município do Paraná. Revista Brasileira de Odontologia, Rio de Janeiro, julho-dezembro, v. 67, n. 2, p. 194-198, 2010.

BASTONE E. B.; FREER, T. J.; MCNAMARRA, J. R. Epidemiology of dental trauma: A review of the literature. Aust. Dent. J. v. 2, p. 9-45, 2000.

CANIÇO, Sérgio C. Confecção de diferentes protetores bucais para atletas profissionais de andebol e respectiva avaliação. 2016. 87 f. Monografia de Investigação (Mestrado Integrado de Medicina Dentária) - Universidade do Porto, Porto, 2016.

CANTO, G. de L.; OLIVEIRA, J.; HAYASAKI, S. M.; CARDOSO, M. Protetores bucais: uma necessidade dos novos tempos. Ver Dentortoped facial, v.4, n.6, p.20-6, nov./dez. 1999.

CONCEIÇÃO, E. M. et al. Dentísitca: Saúde e estética. 2ª Ed. Porto Alegre: Artmed; 2007. CORREA, M. B.; SCHUCH, H. S.; COLLARES, K.; TORRIANI, D. D.; HALLAL, P. C.; DEMARCO, F. F. Survey on the occurrence of dental trauma and preventive strategies among Brazilian professional soccer players. Journal of Applied Oral Science, v. 18, n. 6, p. 572-576, 2010.

COSTA, Sueli de Souza. Odontologia desportiva na luta pelo reconhecimento. Revista de Odontologia da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 21, n. 2, p. 162-168, mai./agos. 2009.

(30)

30

COTO, Neide P. Estudo do comportamento mecânico de protetores bucais confecionados em copolímero de etileno e acetato de vinila. 2006. 107 f. Dissertação (Mestrado em Prótese Buco Maxilo Facial) – Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.

DUARTE, D. A. Orientando o paciente: protetores bucais. Rev. da APCD, São Paulo, v. 56, n. 4, p. 281, jul./ago. 2002.

EPSTEIN, L. I. Traumatic injuries to anterior teeth in thechildren. Oral Surg Oral Med Pathol, v. 15, n.3, p. 334-44, mar.1962.

FUTAKI, J.; MOTTA, L. Protetores bucais: promoção da saúde na odontologia. Ver Odontol. Univ. St. Amaro, v. 5, n. 2, p. 98-105, 2000.

GONÇALVES, Alessandro R.; ALBUQUERQUE, Hayra C. L.; FERREIRA, Madson C. C.; CARVALHO E SOUZA, Carlos H. Protetores bucais: tipos e técnica de confecção. Prosthesis Laboratory in Science, v. 2, n. 5, p. 61-68, 2012.

MAESTRELLO-DE-MOYA, M.; PRIMOSCH, R. Orofacial trauma andmouth-protector wearamong high school varsity basketball players. J Dent Child., v. 56, n. 1, p. 36-9, 1989.

MOURA, A.P.F.; Odontologia desportiva e o desempenho dos atletas. 2004. Disponível em: <http://eliteesportiva.com.br/artigos/odontologia-desportiva.pdf> Acesso em: 12 ago. 2017.

NEWSOME, P.; TRAN, D. C.; COOKE, M. S. The role of the mouth guard in the prevention of sports related dental injuries: a review. JADA – International Journal of Paediatric Dentistry, v. 11, p. 396-404, 2001.

NORA, Miguel C. Traumatismos dentários decorrentes de atividades esportivas: uma revisão da literatura, do Curso de Odontologia da UFSC – Campus Florianópolis. 2014. 41 f. Monografia (Graduação em Odontologia) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2014.

OLIVEIRA, M. B. R. G. de. Novo campo para a odontologia. V. 9, n. 27, p. 30-1, jun. 2000.

OLIVEIRA, I. K. C.; TRAVASSOS, R. M. C.; COELHO, R. M.; MALTA, C. M.; SÁ, R. N. S.; CARVALHO, M. G. P.; DOTTO, S. R. Reabsorção Radicular Interna – Relato de um caso clínico. 2012.

PADILHA, Clara. Odontologia do Esporte em clubes de futebol profissional, do Curso de Odontologia da UFSC – Campus Florianópolis. 2012. 103 f. Monografia (Graduação em Odontologia) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2012.

PADILHA, Clara; NAMBA, Eli L. Protetores bucais esportivos: tudo que o cirurgião-dentista precisa saber. 1 ed. atual. Balneário Camboriú-SC: Gráfica e Editora Pallotti, 2014. PAIVA, David M. G. Protetores bucais - 2012. 121 f. Dissertação (Mestrado em Medicina Dentária) – Universidade de Fernando Pessoa, Porto, 2012.

PAVARINI, A.; GARIB, T. M. Prevenção de traumatismos buco-dentários. RGO, Porto Alegre, v. 41, n. 1, p. 41-44, jan./fev. 1993.

(31)

31

PINHEIRO, S. A. A.; DELTINO, C. S. Conhecimento do cirurgião-dentista sobre trauma dentário. Rev. Cir. Traumatol. Buco-Maxilo-Fac. v. 14, n. 1 p.83-90, 2014.

RANALLI, D. N. Preventing mouth injuries during sports. PaDent J, v. 62, n. 1, p. 17-20, jan./fev. 1995.

RIBEIRO, A. A.; SILVA, R. G.; SOUZA, I. P. R. Recuperação da confiança do atleta com o uso de protetores bucais na prática de esporte – relato de caso. JBP: J Bras Odontopediatr Odontol Bebê. v. 5, n. 23, p. 11-5, 2002.

RODRIGUES, H. J. R. Padrão de conhecimento do atleta amador de Bauru - SP, relacionado aos cuidados da saúde bucal. 2005. 149 f. Dissertação (Mestrado em Odontologia em Saúde Coletiva) – Universidade de São Paulo, Bauru, 2005. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/ disponiveis/25/25141/tde-27092005-170311/>. Acesso em: 12 jul. 2017.

SANABE, Mariane E.; CAVALCANTE, Lícia B.; COLDEBELLA, Cármen R.; ABREU-E-LIMA, Fabio. C. B. Urgências em traumatismos dentários: classificação, características e procedimentos. Ver. Paul Pediatr, v. 27, n. 4, p. 447-51, 2009.

SANE, J.; YLIPAAVALNIEMI, P. Dental trauma in contactteam sports. Endod. Dent. Traumatol., v. 4, n. 4, p. 164-9, ago. 1988.

SILVEIRA, Eliane G.; ARAÚJO, Silvana M.; SCHMITT, Beatriz H. E.; FARIAS, Maria Mercês A. G.; CAMPOS, Luciane; CAREGNATO, Morgana. Conhecimento e atitude dos odontopediatras do Estado de Santa Catarina acerca de mecanismos de prevenção de traumatismos bucais relacionados a esportes. Revista de Odontologia da UNESP. Araraquara, v. 38, n. 6, p. 341-46, nov./dez. 2009.

SIS SAÚDE, Odontologia do Esporte: mercado de trabalho, alto desempenho esportivo,

inclusão social, 2010. Disponível em:

<http://www.sissaude.com.br/sis/inicial.php?case=2&idnot=6812>. Acesso em: 24 ago. 2017.

TRAEBERT, J.; BITTENCOURT, D. D.; PERES, K. G.; PERES, M. A.; DE LACERDA, J. T.; 51 MARCENES, W. A etiology and rates of treatment of traumatic dental injuries among 12-year-old school children in a town in southern Brazil. Dental Traumatology. v. 22, p. 173 – 180. 2006.

TRIGO, M. O Eterno Futebol. Brasília: Editora Thesaurus, 2002.

TUNA Elif B.; OZEL, Emre. Fatores que afetam lesões orofaciais relacionadas ao esporte e a importância de protetores bucais. Sports med. Springer International Publishing Switzerland, março, 2014.

USO DE PROTETORES bucais para redução da incidência e severidade das lesões orais relacionadas aos esportes. JADA American Dental Association. All rights reserved, v. 137, p. 1712-1720, dez. 2006

WANG, Jenny; PRADEBON, Marcos. Protetores bucais para prevenção de traumatismo dental. 2014. 39 f. Monografia (Especialização em Endotontia) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2003.

Referências

Documentos relacionados

Os termos utilizado para a busca dos artigos foram: força muscular, neuromuscular, propriocepção, flexibilidade, ADM, lesão, ligamento cruzado anterior (LCA) e

De acordo com o artigo 33 da Lei Federal nº 12.305 (2010) os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes relacionados aos setores de: agrotóxicos; pilhas e

Fecal egg count (mean FEC ± standard deviation) and gastrointestinal nematode larvae (%) in coprocultures of sheep before and after treatment with Cymbopogon citratus essential

As proibições e dificuldades de acesso a medica- mentos a base de cannabis para doenças crônicas no Brasil podem trazer uma realidade perigosa. O alerta é do dire- tor executivo

O valor da reputação dos pseudônimos é igual a 0,8 devido aos fal- sos positivos do mecanismo auxiliar, que acabam por fazer com que a reputação mesmo dos usuários que enviam

BOVARETO CONSULTORIA AMBIENTAL Licenciamento/ projetos/ assessoria/ gestão e planejamento/ teste de estanqueidade em postos de combustíveis...

Se o instalador do Contact Optimization não puder acessar as tabelas de sistema do Marketing Platform durante o processo de instalação, você deverá executar o utilitário configTool

Fatores importantes que podem levar a diferenças significativas entre os resultados reais e as declarações de expectativas sobre eventos ou resultados futuros incluem a estratégia