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ATIVIDADE BIOLÓGICA DO ÓLEO ESSENCIAL DE Hyptis marrubioides EPL., UMA PLANTA MEDICINAL NATIVA DO CERRADO BRASILEIRO

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Academic year: 2021

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5ª Jornada Científica e Tecnológica e 2º Simpósio de Pós-Graduação do IFSULDEMINAS 06 a 09 de novembro de 2013, Inconfidentes/MG

ATIVIDADE BIOLÓGICA DO ÓLEO ESSENCIAL DE Hyptis marrubioides EPL., UMA PLANTA MEDICINAL NATIVA DO CERRADO BRASILEIRO

Flávio Figueiredo da CRUZ1; Priscila Pereira BOTREL1; José Eduardo Brasil Pereira PINTO2, Suzan Kelly Vilela BERTOLUCCI2; Felipe Campos FIGUEIREDO1

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade inseticida e de repelência do óleo essencial de H. marrubioides no controle de Zabrotes subfasciatus e caracterizá-lo quimicamente. Foram aplicadas cinco concentrações do óleo essencial (0,0; 1,25%; 2,50%; 5,0% e 10,0%). O maior número médio de insetos mortos por placa, foi alcançado ao utilizar 5 e 10 % de óleo essencial de H. marrubioides. Os compostos químicos que apresentam maior teor na análise química foram: β-tujona, α-tujona e sabineno.

INTRODUÇÃO

Atualmente, os inseticidas naturais têm sido cada vez mais requisitados, apresentando inúmeras vantagens quando comparados ao emprego de inseticidas sintéticos, como por exemplo, são obtidos de recursos renováveis e são rapidamente degradados, não deixando resíduos em alimentos e no meio ambiente (VIEIRA et al., 2001).

A espécie Hyptis marrubioides Epl. é pertencente a família Lamiaceae, endêmica da região do cerrado brasileiro, conhecida popularmente como hortelã do campo. O óleo essencial extraído de espécies do gênero Hyptis tem importância como fonte de constituintes bioativos, possuindo vários efeitos biológicos, como atividades antimicrobianas, citotóxicas e inseticidas (KUHNT et al., 1995).

O inseto Zabrotes subfasciatus (Coleoptera: Bruchidae) é classificado como praga primária em armazenamento, pois se desenvolve no interior de grãos inteiros. No caso do feijão, leguminosa de maior importância como fonte de proteína vegetal

1

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais – Câmpus Muzambinho. Muzambinho/MG, email: priscila.botrel@muz.ifsuldeminas.edu.br; flaviocruzcrc@hotmail.com; felipe.figueiredo@muz.ifsuldeminas.edu.br.

2

Universidade Federal de Lavras, UFLA, Departamento de Agricultura, Lavras, MG, email: jeduardo@dag.ufla.br; suzan@dag.ufla.br.

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no Brasil, seu desenvolvimento afeta negativamente a aparência, palatabilidade e aceitabilidade do grão pelo consumidor.

Diante do grande potencial químico da espécie H. marrubioides, aliado à importância de estudos relacionados à utilização de produtos naturais como alternativas aos pesticidas sintéticos, foi desenvolvido este trabalho. Assim, a proposta deste, foi avaliar a atividade inseticida e de repelência do óleo essencial de

H. marrubioides no controle de Z. subfasciatus além de caracterizá-lo quimicamente.

MATERIAL E MÉTODOS

A extração do óleo essencial de inflorescências frescas H. marrubioides foi realizada no Laboratório de Cultura de Tecidos e Plantas Medicinais da UFLA, pelo método de hidrodestilação em aparelho de Clevenger por 90 minutos.

As análises de composição química do óleo essencial foram realizadas em um aparelho de cromatografia gasosa acoplada a um espectrômetro quadrupolar de massas (CG-EM).

O ensaio biológico foi conduzido no Laboratório de Microscopia do IFSULDEMINAS - Câmpus Muzambinho.

Um casal, recém-emergido de Z. subfasciatus (0-24h) foi colocado em uma placa de petri contendo quatro grãos de feijão tratados (T) e não tratados (NT). Foi realizada uma marcação longitudinal para separar os grãos tratados dos não tratados. O feijão (Phaseolus vulgaris L. cv. Mulatinho) utilizado estava isento de qualquer contaminação química.

A aplicação das cinco concentrações do óleo essencial de H. marrubioides foi realizada com uma micropipeta e o volume final de óleo essencial aplicado/grão foi de 10 µL. Foi realizada a diluição do óleo essencial em álcool 70% para preparação das concentrações utilizadas no experimento. No tratamento controle (ausência total de óleo essencial), foi aplicado apenas álcool 70% nos grãos de feijão em um lado da placa de Petri, no outro lado não houve aplicação.

No final de 15 dias o número de ovos depositados pelos insetos sobreviventes foi contado. A mortalidade dos insetos foi avaliada duas vezes ao dia (a cada 12 horas) durante três dias.

O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, constituído de 5 concentrações de óleo essencial de H. marrubioides (0,0; 1,25;

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2,5%; 5,0% e 10,0%), com 5 repetições contendo um casal de Z. subfasciatus cada, totalizando 25 placas de petri avaliadas.

Os dados de porcentagem de mortalidade dos insetos e número de ovos depositados foram analisados estatisticamente por análise de variância e posteriormente, foi aplicada análise de Scott-Knott a 5% de probabilidade pelo programa SISVAR®, versão 5.0 (FERREIRA, 2000).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Só foi possível a realização da contagem dos ovos de Z. subfasciatus no controle onde foi utilizado a dose 0,0% de óleo essencial e na concentração de 1,25% de óleo essencial, demonstrando a atividade repelente do óleo essencial de

H. marrubioides nas demais concentrações.

Pôde-se observar que no grupo controle obteve-se o maior número de ovos depositados (1,2 ovos/grão), o que já era esperado uma vez que não foi colocada substâncias repelentes (Figura 01).

Figura 01. Número de ovos de Z. subfasciatus depositados em grãos de feijão em função de diferentes concentrações de óleo essencial de H. marrubioides. As médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott ao nível de 5% de probabilidade.

Não houve diferença significativa na mortalidade dos insetos ao utilizar as concentrações de 0,0; 1,25 e 2,50 % de óleo essencial.

0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40 1,60 N º d e o vo s/ g rão 0 1,25

Concentração de óleo essencial (%)

Número médio de ovos de Z. subfasciatus depositados/grão de feijão

Grãos Tratados Grãos Não Tratados a

a

a

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O maior número médio de insetos mortos por placa, foi alcançado ao utilizar 5 e 10 % de óleo essencial de H. marrubioides, os quais não diferiram estatisticamente entre si (Figura 02).

Figura 02. Mortalidade de Z. subfasciatus em função de diferentes concentrações do óleo essencial de H. marrubioides. As médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott ao nível de 5% de probabilidade.

Estrela et al. (2006), avaliando a toxicidade de óleos de folhas de Piper

hispidinervum e Piper aduncum, indicaram efeito inseticida em Sitophilus zeamais

(gorgulho do milho) e sua eficácia é dependente da via de intoxicação e da concentração do óleo aplicado.

Segundo Brito, Oliveira e Bortoli (2006), utilizando diferentes óleos essenciais de Eucalyptus spp. sobre Callosobruchus maculatus (caruncho-do-feijão), indicaram que os Tempos Letais (TL) diminuem conforme há um aumento de dose aplicada e que os óleos essenciais provocam mortalidade dos adultos de C. maculatus. Resultados semelhantes foram encontrados neste trabalho, onde a mortalidade do

Z. subasciatus foi aumentada conforme se aumentou as concentrações de óleo

essencial.

Os resultados obtidos em estudos realizados por Silva et al. (2007), com extrato aquoso de folhas de Piper aduncum, também indicaram a atividade inseticida sobre adultos de Aetalion sp. (cigarrinha).

0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 0,40 0,45 M o rt al id ad e d e i n set o s 0,00 1,25 2,50 5,00 10,00

Concentração de óleo essencial (%)

Mortalidade b b b a a

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Os compostos químicos majoritários, ou seja, os que apresentaram maior teor na análise química do óleo essencial de H. marrubioides foram β-tujona, α-tujona e sabineno (40,8; 16,1 e 15,9%, respectivamente).

Botrel et al. (2012), analisando o teor e a composição química de óleo volátil em folhas e inflorescências frescas de hortelã do campo (H. marrubioides), coletadas em diferentes localidades do Sul de Minas Gerais, identificaram como principais constituintes químicos a α-tujona (6,72-19,3%), a β-tujona (8,40-24,20%), a cis-pinocanfona (2,68-5,71%), α-copaeno (4,43-9,25%), β-cariofileno (7,24-11,49%) e o γ-muuroleno (6,73-12,02%). Resultados semelhantes foram encontrados no presente trabalho, como por exemplo, os constituintes químicos β-tujona e α-β-tujona.

CONCLUSÕES

O óleo essencial de H. marrubioides apresenta potencial repelente para o Z.

subfasciatus nas concentrações de 2,5, 5,0 e 10,0%.

A mortalidade do Z. subfasciatus aumenta conforme há um aumento da concentração do óleo essencial de H. marrubioides.

Os constituintes químicos majoritários encontrados no óleo essencial de inflorescências de H. marrubioides foram: β-tujona, α-tujona e sabineno.

AGRADECIMENTOS

Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – Câmpus Muzambinho, pelo espaço concedido para a desenvoltura deste trabalho.

A Universidade Federal de Lavras (UFLA), pela parceria.

E ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela concessão da bolsa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOTREL, P. P. Micropropagação, teor e composição química volátil de Hyptis

marrubioides Epl. e atividade inseticida. 2012. 118 p. (Tese de Doutorado),

(6)

BRITO, J. P., OLIVEIRA, J. E. de. M., BORTOLI, S. A. DE. Toxicidade de óleos essenciais de Eucalyptus spp. sobre Callosobruchus maculatus (Fabr., 1775) (Coleoptera: Bruchidae), REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA, Volume 6- Número 1 - 1º Semestre 2006.

ESTRELA, J. L. V., FAZOLIN, M., CATANI, V., ALÉCIO, M. R., LIMA, M. S. de., Toxicidade de óleos essenciais de Piper aduncum e Piper hispidinervum em

Sitophilus zeamais. Pesq. agropec. bras., Brasília, v.41, n.2, p.217-222, fev. 2006.

FERREIRA, D. F. Análises estatísticas por meio do Sisvar para Windows versão 4.0. In... REUNIÃO ANUAL DA REGIÃO BRASILEIRA DA SOCIEDADE INTERNACIONAL DE BIOMETRIA, 45., 2000, São Carlos. Anais... São Carlos: UFSCar, 2000. p. 255-258.

KUHNT, T.M.; PROBSTLE, A.; RIMPLER, H.; BAUER, R.; HEINRICH, M. Biological and pharmacological activities and further constituints of Hyptis verticullata. Planta Medica, Stuttgart, v. 61, n. 3, p. 227-232, 1995.

SILVA, W. C., RIBEIRO, J. D’ Arc., SOUZA, H. E. M. de., CÔRREA, R. da. S., Atividade inseticida de Piper aduncum L. (Piperaceae) sobre Aetalion sp. (Hemiptera: Aetalionidae), praga de importância econômica no Amazonas, ACTA AMAZONICA, vol. 37(2) 2007: 293 – 298.

VIEIRA, P. C.; MAFEZOLI, J.; BIAVATTI, M. W. Inseticidas de origem vegetal. In: FERREIRA, J. T. B.; CORRÊA, A. G.; VIEIRA, P. C. Produtos naturais no controle de insetos. São Carlos: UFSCar, 2001. 176 p. (Série de Textos da Escola de Verão em Química, v.3).

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