NÓDULO PULMONAR SOLITÁRIO
José Antônio de Figueiredo Pinto
Faculdade de Medicina – Hospital São Lucas
SERVIÇO DE CIRURGIA TORÁCICA
Serviço de Cirurgia Torácica HSL-PUCRS
NÓDULO PULMONAR SOLITÁRIO
DEFINIÇÃO
• Lesão arredondada, menor que 3.0 cm de diâmetro*,
circundada por parênquima pulmonar.
* > 3 cm de diâmetro Massa
Serviço de Cirurgia Torácica HSL-PUCRS
NÓDULO PULMONAR SOLITÁRIO
ELEMENTOS ACESSÓRIOS DA DEFINIÇÃO
• Sem base pleural• Sem base mediastinal • Sem atelectasia
Serviço de Cirurgia Torácica HSL-PUCRS HISTÓRIA CLÍNICA
• História de doenças infecciosas prévias • Idade
• Rx anteriores
• Exposição (fumo, asbestos) • História de neoplasia prévia
• História familiar positiva para neoplasia
Informações clínicas podem ser decisivas!
Serviço de Cirurgia Torácica HSL-PUCRS
NÓDULO PULMONAR SOLITÁRIO
CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA
• Etiologia
– Benignos
• Estabilidade de 2 anos, calcificação benignas, gordura no interior do nódulo, < 35 anos, sem fatores de risco
• 80% franulomas infecciosos • 10% confroadenomas e outros • 10% granulomas não infecciosos – Malignos
• Nódulo espiculado, não calcificado, < 1,0 cm, idoso, tabagista, história de neoplasia, aumento de volume comprovado, até 40% benignos na avaliação por imagem • Adeno 40% • Epidermóide 20% • Grandes células 15% • Bronquíolo alveolar 10% • Outros – Indeterminados
• Não se enquadra em nenhuma definição acima • 70-75% malignos
NÓDULO PULMONAR SOLITÁRIO
OBJETIVOS PRIMÁRIOS DO MANEJO
1. Detecção precoce e tratamento do carcinomabrônquico em um estágio curável
2. Evitar cirurgias desnecessárias em lesões não malignas
3. Uso eficiente e econômico dos recursos para distinção entre lesões benignas e malignas
Serviço de Cirurgia Torácica HSL-PUCRS
VARIÁVEIS CLÍNICAS NÃO-MENSURÁVEIS
1. Aceitação da responsabilidade, pelo cirurgião emédico-assistente, de observar ou intervir 2. Nível de ansiedade do paciente por ter uma doença
não tratada e que pode estar progredindo
3. Aderência do paciente ao programa de controle do nódulo
4. Avaliação de risco cirúrgico
Serviço de Cirurgia Torácica HSL-PUCRS
NÓDULO PULMONAR SOLITÁRIO
• A decisão essencial é:– Estabelecer que o risco de ser um carcinoma em fase inicial é tão baixo que uma biópsia é dispensável
• Elementos para decisão: – Idade – Tamanho – Tabagismo – Calcificação – Contorno – Densidade – Ritmo de crescimento
Serviço de Cirurgia Torácica HSL-PUCRS
NÓDULO PULMONAR SOLITÁRIO
FATORES DE RISCO PARA MALIGNIDADE
• Idade: – < 40 anos: 20 a 30% – > 50 anos: 60% • Tamanho: – < 1 cm: 30% – 2 a 3 cm: 80% • Tabagismo: 90%Serviço de Cirurgia Torácica HSL-PUCRS
FATORES DE RISCO PARA MALIGNIDADE
• Calcificação:– 10 a 15% dos nódulos malignos apresentam calcificação excêntrica ou focos isolados
– Calcificação difusa virtualmente afasta malignidade • Contorno:
– Halo de infiltração periférica está presente em 80 a 85% dos nódulos malignos mas sua ausência não afasta malignidade
Cavitação não é sinal de benignidade!
Serviço de Cirurgia Torácica HSL-PUCRS
NÓDULO PULMONAR SOLITÁRIO
FATORES DE RISCO PARA MALIGNIDADE
• Densidade:
– Maior densidade tende para benignidade • Crescimento:
– Duplicação de tamanho em 20 dias ou mais de 400 dias - benigno
NÓDULO PULMONAR SOLITÁRIO
INFLUÊNCIA DA IDADEServiço de Cirurgia Torácica HSL-PUCRS INFLUÊNCIA DO DIÂMETRO PROBABILIDADE DE MALIGNIDADE Radiology 2005;237:395 Lung Cancer 2003;41:405
Serviço de Cirurgia Torácica HSL-PUCRS
NÓDULO PULMONAR SOLITÁRIO
FATORES DE RISCO – RAZÃO DE PROBABILIDADEFator de Risco Razão
Idade > 60 anos 2,64 Não fumante 0,15 Fumante < 30 0,74 Fumante 30-39 2,00 Fumante > 39 3,70 Hemoptise 5,08 Malignidade prévia 4,96 Nódulo < 1,0 cm 0,52 Nódulo 2-3 cm 3,67
Fator de Risco Razão
Pet + 4,30 Pet – 0,04 Espiculado 5,54 Não calcificado 2,20 Calcificação benigna 0,01 SUV < 2,5 0,06 SUV > 2,5 7,10
Sem Thorac Cardiovasc Surg. 2002;14:268
Serviço de Cirurgia Torácica HSL-PUCRS
NÓDULO PULMONAR SOLITÁRIO
MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO
• Tomografia Computadorizada:– Densidade
– Impregnação por contraste • Pet Scan
– Alta sensibilidade – Especificidade ? – Custo alto
Serviço de Cirurgia Torácica HSL-PUCRS
MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO
• Fibrobroncoscopia com lavado, escovado e biópsia– > 2cm: sensibilidade 55% – < 2cm: sensibilidade 11%
– Não afasta malignidade quando normal ou negativa – Deve ser feita de rotina para afastar lesões associadas
• Punção aspirativa transcutânea – Em lesões periféricas:
Sensibilidade: 90% Especificidade: 50-80%
– Não afasta malignidade de negativa
(é melhor ser denominada de inconclusiva!)
Serviço de Cirurgia Torácica HSL-PUCRS
NÓDULO PULMONAR SOLITÁRIO
MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO
• Toracotomia: É o método definitivo • Videotoracoscopia: Lesões Periféricas • Incisões mínimas com preservação muscular • Biópsia de congelação confiável• Colapso pulmonar é importante!
• Lobectomia é a cirurgia oncologicamente ideal
mesmo para lesões mínimas!
NÓDULO PULMONAR SOLITÁRIO
BIÓPSIA DE VATSServiço de Cirurgia Torácica HSL-PUCRS
ALTA PROBABILIDADE DE MALIGNIDADE
• Lesão de aparecimento recente comprovado • Paciente acima de 50 anos de idade • Fumante pesado• Halo de infiltração periférica presente
• Ausência de calcificação situada na medular do
pulmão
Conduta: Toracotomia com biópsia de congelação
Serviço de Cirurgia Torácica HSL-PUCRS
NÓDULO PULMONAR SOLITÁRIO
ALTA PROBABILIDADE DE BENIGNIDADE
• Estabilidade > 2 anos• Menos que 40 anos de idade • Calcificação difusa • Bordas não espiculadas • Situado na periferia do pulmão • Alta densidade
Conduta: observar com Rx de tórax ou CT cada 3 ou 4 meses pelo menos por 24 meses
Serviço de Cirurgia Torácica HSL-PUCRS
NÓDULO PULMONAR SOLITÁRIO
NÓDULO INDETERMINADO - 70 A 75% SÃO MALIGNOS1. Provável benignidade ou alto risco cirúrgico: – Seguir por 2 anos com imagem cada 3 meses no 1º ano e
cada 4 meses no 2º ano
2. Todos os demais:
– Diagnóstico de certeza deve ser obtido, ainda que por toracotomia (mortalidade < 1%)
Serviço de Cirurgia Torácica HSL-PUCRS PUNÇÃO-BIÓPSIA ASPIRATIVA (CONDIÇÕES IDEAIS) • Radiologista dedicado
• Citopatologista presente
DIAGNÓSTICO EM 80% DOS CASOS 8% DE LESÕES BENIGNAS À TORACOTOMIA
Serviço de Cirurgia Torácica HSL-PUCRS
NÓDULO PULMONAR SOLITÁRIO
NÓDULO INDETERMINADO > 1 cm suspeição
Biópsia por agulha
Positivo Cirurgia CT 3-6 meses PET-SCAN Observação + PET-SCAN ou CT 3-6 meses < 1 cm suspeição Observe Negativo Estadiar
NÓDULO PULMONAR SOLITÁRIO
NÓDULO MENOR QUE 1 CM Tamanhoem mm < 1.0 cm - BAIXO RISCO ALTO RISCO
< 4 Controle em 12 mesesSem modificação – Alta Controle em 12 meses 4-6 Controle em 12 meses Controle em 6 mesesSem alteração – 18-24 meses 6-8 Controle em 6 mesesSem alteração – 18-24 meses Controle em 3-6 mesesSem alteração – 9-12-24 meses
> 8
Controle 3, 9, 24 meses PET e biópsia se indicação clínica
Controle 3-9-24 meses PET e biópsia se indicação clínica
Serviço de Cirurgia Torácica HSL-PUCRS
Neoplasia Prévia Mais Provável
• Linfoma ou leucemia • Epidermóide • Adenocarcinoma • Melanoma, sarcoma • Neoplasia de testículo • Primário desconhecido • Tumor primário • Tumor primário • 50/50 primário ou metástase • Metástase • Tumor primário HISTÓRIA PRÉVIA DE NEOPLASIA X NPS
Serviço de Cirurgia Torácica HSL-PUCRS
NÓDULO PULMONAR SOLITÁRIO
FLEISCHNER SOCIETY - RECOMENDAÇÕES Tamanho em mm Baixo Risco Alto Risco≤ 4 Não necessita controle(< 1% maligno) Controle c/ TC em 12 mInalterado alta 4-6 TC controle 12 mInalterado alta TC controle 6, 18, 24 mInalterado alta
6-8 TC controle 6-12, 18, 24 m Inalterado alta TC controle 3-6, 9, 12, 24 m Inalterado alta > 8 TC controle 3, 9, 24 mPet, biópsia
Radiology 2005;237-395
Serviço de Cirurgia Torácica HSL-PUCRS
NÓDULO PULMONAR SOLITÁRIO
Nódulo em Vidro Fosco < 0,5 cm
Não fazer nada
Se múltiplos ou Screening TC anual ≥5 cm TC em 3 m Estável TC anual por 3 a 5 anos tamanho atenuação Cirurgia J Thorac Imag 2012;27:240
Serviço de Cirurgia Torácica HSL-PUCRS Nódulo semi-sólido Único TC em 3 m Persistente Pet-CT Cirurgia Múltiplos TC em 3 m J Thorac Imag 2012;27:240 Persistente TC anual Pet-CT Cirurgia (maior nódulo)
Serviço de Cirurgia Torácica HSL-PUCRS
NÓDULO PULMONAR SOLITÁRIO
Recomendações • Nódulos em vidro fosco
– Seguimento longo (excluir adenoma) • Pacientes com febre
– Controle precoce (infecção?)
• Pacientes com metástases suspeitas ou conhecidas – Investigação de neoplasia, controle precoce
• Paciente < 35 anos
– TC de baixa dose, 6-12 meses de intervalo • Idosos ou doenças associadas