• Nenhum resultado encontrado

Rev. Bras. Cardiol. Invasiva vol.15 número1

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2018

Share "Rev. Bras. Cardiol. Invasiva vol.15 número1"

Copied!
2
0
0

Texto

(1)

13

Clausell N. Técnica de Implante de Stent Coronário com e sem Pré-Dilatação - Elucidação das Bases Fisiopatológicas Pós-procedimento. Rev Bras Cardiol Invas 2007; 15(1): 13-14.

Rev Bras Cardiol Invas 2007; 15(1): 13-14.

Nadine Clausell

1

Técnica de Implante de Stent Coronário com e sem

Pré-Dilatação - Elucidação das Bases Fisiopatológicas

Pós-procedimento

edição da Revista, os autores procuram investigar o perfil de elementos inflamatórios e trombóticos, com-parando o implante de stent coronário com e sem pré-dilatação com cateter-balão em pacientes com indica-ção eletiva de tratamento coronário percutâneo. A per-gunta é pertinente, pois assumindo um menor trauma endotelial sem o uso de pré-dilatação, poderia se esperar menor magnitude de resposta inflamatória, aqui avaliada por níveis de PCR ultra-sensível. O componente de ativação pró-trombótica foi avaliado pela expressão de CD 40. A escolha pelos autores de um desenho experimental de ensaio clínico randomizado já de ante-mão qualifica os resultados e assegura a propriedade das análises subseqüentes.

Os autores mostram que, após a intervenção per-cutânea, nos dois tipos de abordagem, há aumento similar de PCR ultra-sensível, sem diferença entre os grupos. Em outras palavras, se a reação inflamatória existe, a julgar pela liberação de PCR, esta parece ter magnitude semelhante havendo ou não pré-dilatação. Depreende-se com estes dados que o endotélio é extre-mamente suscetível ao trauma imposto, seja diretamente com a colocação do stent ou pelo uso do cateter-balão prévio. Já os dados da expressão de CD 40 parecem menos claros, ou talvez menos relevantes neste cenário de doença estável. Houve uma inesperada redução da expressão deste mediador após ambas as intervenções, também de magnitude similar. O compor-tamento de outros fatores envolvidos no processo trom-bótico, como as plaquetas e seus receptores, talvez desempenhem papéis que merecessem ser explorados de maneira mais específica. De toda forma, reconhecen-do-se tratar de uma amostra relativamente pequena de pacientes e todos com quadro estável de doença co-ronariana isquêmica, têm-se aqui dados originais que contribuem para o conhecimento, ou pelo menos

bus-1 Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Serviço de Cardiologia – Hospital das Clínicas de Porto Alegre, RS.

Correspondência: Nadine Clausell. Hospital das Clínicas de Porto Alegre – Serviço de Cardiologia – 2º Andar – Sala 2060 Rua Ramiro Barcelos, 2350 - Porto Alegre - RS - Brasil - CEP 90033-035 - E-mail: clausell@portoweb.com.br

Recebido em: 22/02/2007 • Aceito em: 23/02/2007

Editorial

A

fisiopatologia da reestenose coronariana envolve elementos reativos à lesão vascular propiciada pelo cateter-balão, assim como a lesão decorren-te do implandecorren-te de sdecorren-tents coronários. Portanto, a existência de trauma vascular parece ser uma condição sine qua non para o aparecimento de reestenose. Neste proces-so, inevitavelmente, há desendotelização, lesão direta de células da musculatura lisa e formação de trombos. Subseqüentemente, há proliferação e migração de células da musculatura lisa e deposição de matriz extracelular. Evidências crescentes e cada vez mais consolidadas têm apontado mecanismos inflamatórios como cruciais para o surgimento de reestenose ao exercerem papéis modulatórios em diversas etapas do processo.

A idéia consensual de que o trauma vascular é central para o desenvolvimento de reestenose tem levado diversos grupos a investigarem estratégias intervencio-nistas percutâneas coronárias, buscando minimizar o grau de lesão. Tradicionalmente, a técnica de implante de stent coronário recomendava o uso de pré-dilatação com cateter-balão com o objetivo de otimizar o resul-tado angiográfico. Por outro lado, o implante direto de stent sem pré-dilatação prévia poderia criar um cená-rio de menor agressão ao endotélio. Mesmo na ausên-cia de estudos avaliando potenausên-ciais diferenças nos mecanismos envolvidos nestas duas técnicas, vários grupos passaram a estudar desfechos clínicos comparan-do as estratégias. Sob ângulos tanto clínicos quanto angiográficos, os estudos vêm apontando similaridade de resultados, preservando a técnica de pré-dilatação para situações em que variáveis anatômicas se impõem. Lacunas explorando desdobramentos fisiopatológicos diferenciados envolvendo ambas as técnicas, no entanto, permaneciam inexplorados.

No artigo original de Zouvi et al.1, publicado nesta Ver artigo relacionado

(2)

14

Clausell N. Técnica de Implante de Stent Coronário com e sem Pré-Dilatação - Elucidação das Bases Fisiopatológicas Pós-procedimento. Rev Bras Cardiol Invas 2007; 15(1): 13-14.

cam responder a uma lacuna do conhecimento das bases fisiopatológicas.

Em conclusão, os achados deste estudo como um todo vêm ao encontro dos resultados de estudos clínicos e angiográficos comparando as duas técnicas, em que vários grupos mostraram não haver vantagem de uma sobre outra em relação ao desenvolvimento de rees-tenose. Neste sentido, com este artigo, fica claro que, pelo menos, no que diz respeito à magnitude da rea-ção inflamatória, não há de fato bases para se esperar resultados angiográficos de reestenose diferentes entre as duas técnicas. Consolida-se, então, o conceito de que a decisão sobre qual técnica a ser empregada para implante de stent coronário – com ou sem dilatação

prévia com balão – deve permanecer a critério do operador. Por fim, Zouvi et al.1 devem ser congratulados

por terem levado adiante um ensaio clínico randomi-zado, realizado em um Hospital francamente assisten-cial, no interior do Rio Grande do Sul, mostrando que é possível levantar questionamentos científicos relevantes e com alta aplicabilidade clínica para nosso meio, independente da localização institucional, desde que haja liderança com formação acadêmica atuante.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Referências

Documentos relacionados

Até que isso ocorra, estudos como o COURAGE deverão ser a base para decisões que individualizem em doença arterial coronária estável os procedimentos em cada caso, levando-se em

Por melhores que sejam os dispositivos farma- coativos atualmente disponíveis, a reestenose ainda não foi eliminada, a preocupação com uma maior possibi- lidade de trombose

N este editorial, despeço-me como editor-chefe da nossa Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva (RBCI) depois de dois anos de um trabalho gran- demente recompensador.. Quando

Algumas medidas para atingir essas metas já estão sendo tomadas, como a inclusão da versão do jornal em inglês na página eletrônica da SBCHI; a divulgação, por correio

Como qualquer medida terapêutica em medici- na, a técnica apresenta para-efeitos, predominantemente a ocorrência de trombose tardia primária, em uma taxa de ocorrência de 2 eventos

Nos dias de hoje, a prótese mais efetiva é a Am- platzer, especialmente desenhada para oclusão de canal arterial persistente.. É uma prótese auto-expansível, com formato de um

Figura 7 - Imagens da RNM pela técnica de realce tardio, evidenciando que não houve modificação significativa na área de necrose transmural (borda esbranquiçada) na parede anterior,

Observar a cor amarela, tanto na banda superficial (interna) quanto profunda (externa), indicando alta fração lipídica para o conteúdo necrótico (CN) da placa. O pareamento