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Universidade Federal de Goiás Faculdade de Odontologia. Reitor Edward Madureira Brasil. Vice-Reitora Sandramara Matias Chaves

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Universidade Federal de Goiás Faculdade de Odontologia

Reitor

Edward Madureira Brasil

Vice-Reitora

Sandramara Matias Chaves

Diretor da Faculdade de Odontologia da UFG

Gersinei Carlos de Freitas

Diretora do Cegraf UFG

Maria Lucia Kons

Conselho editorial deste livro:

Cerise de Castro Campos (FO/UFG) Francine do Couto Lima Moreira (FO/UFG)

Anna Julia Caetano de Carvalho (FO/UFG) Isabella Alves de Souza (FO/UFG)

(2)

ODONTOLOGIA PARA PACIENTES COM NECESSIDADES ESPECIAIS

Francine do Couto Lima Moreira Anna Caroline Mendes de Sousa Anna Julia Caetano de Carvalho

Cerise de Castro Campos Isabella Alves de Souza

Luciane Ribeiro de Rezende Sucasas da Costa Marisa Alves Araújo

(3)

© Faculdade de Odontologia, UFG, 2021 © Cegraf UFG, 2021

© Francine do Couto Lima Moreira; Anna Caroline Mendes de Sousa; Anna Julia Caetano de

Carvalho; Cerise de Castro Campos; Isabella Alves de Souza; Luciane Ribeiro de Rezende; Sucasas da Costa; Marisa Alves Araújo, 2021

Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial.

Revisão

Anna Julia Caetano de Carvalho Cerise de Castro Campos Francine do Couto Lima Moreira

Editoração

Anna Julia Caetano de Carvalho Francine do Couto Lima Moreira Isabella Alves de Souza

(4)

A Liga Acadêmica de Odontologia Hospitalar e Paciente Especial (LAOHPE) da Faculdade de Odontologia (FO) da Universidade Federal de Goiás (UFG) se faz cada vez mais especial. Além da promoção de aulas, grupos de estudo, promoção de debates e ações sociais, oferta-nos agora este e-book “Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais”.

Demorei a começar a escrever esta apresentação... pensava o que dizer desta lida com pessoas vulneráveis, que foi a motivação e inspiração de trabalho de toda a minha vida!

Este e-book conseguiu sintetizar, de uma maneira clara, os conceitos teóricos que tive que procurar no início de minha carreira profissional e que estavam sendo ainda formulados no início da década de 1980. As pesquisas de então começavam a desvendar critérios de diagnóstico e tratamento. Com relação à Odontologia, a práxis ainda estava sendo construída. Foram muitos anos de trabalho, pesquisa, formação de associações de profissionais da área e professores, e também de promoção da inclusão de conteúdos nas matrizes curriculares da graduação e na pós – graduação nas Faculdades de Odontologia do Brasil. Políticas Públicas de Vida e de Saúde foram formuladas e implementadas com a ajuda de todos os envolvidos e dos profissionais das áreas correlatas, para que as Pessoas com Deficiência vivessem mais e melhor.

Não foi e não é uma tarefa fácil empreender uma missão tão ampla. Requer um apaixonado e grande interesse, muitas horas de trabalho e dedicação.

Profissionais da área de saúde, pais/mães, cuidadores(as) e responsáveis e os próprios pacientes estão ávidos de informações que otimizem os cuidados com esta população e que os mesmos sejam facilmente assimiláveis e colocadas em prática, para uma melhor qualidade de vida. Para uma vida plena e integrada, e que sejam assegurados seus direitos fundamentais, como o acesso a serviços de saúde.

É função da Universidade Pública devolver à comunidade que a sustenta, em forma de conhecimento prático, todo o esforço que a nação brasileira faz para que possamos existir como Instituição. Os impostos de todos e a gestão cuidadosa das nossas unidades devem ser recompensados, levando melhoria de condições aos diversos campos aplicados das ciências. A excelência da qualidade de vida das pessoas deve ser a nossa prioridade. Pesquisa, ensino, serviço e extensão são instrumentos de transformação e de empoderamento da sociedade, uma função precípua da nossa UFG INCLUSIVA.

Este e-book reflete e exemplifica o trabalho de uma equipe respeitosa e compromissada, preocupada em fazer deste um mundo melhor. É também prova da frase de uma música de Raul Seixas, que citei no dia da minha prova didática do concurso de seleção para professora da FO/UFG:

“... Sonho que se sonha junto é realidade.”

(5)

O livro em tela, da era da tecnologia máxima, sinaliza, facilita e humaniza os caminhos para conhecermos o nosso paciente e mapeia estratégias seguras para a assistência odontológica baseada em evidência científica. Este valoroso instrumento de divulgação é de acesso fácil e estimula a criação de próximos volumes!

Vejo geminado neste trabalho, criado a muitas e unidas mãos, mais algumas das sementes que plantei e cultivei durante muito tempo! Agradeço a Deus pela bondade e pela graça de ter me dado esta oportunidade.

Profa. Dra. Cerise de Castro Campos Professora Associada da Faculdade de Odontologia da UFG e Fundadora da LAOHPE

(6)

ODONTOLOGIA PARA PACIENTES COM NECESSIDADES ESPECIAIS

1 O que é a Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais...6

3 Quem são os pacientes atendidos pelos especialistas em OPNE?...9

Sumário 2 Quais as competências do especialista em OPNE?...8

Pacientes com Necessidades Odontológicas Especiais...9

Pessoas com Deficiência...9

Grupos Especiais...11

4 Em quais ambientes o especialista em OPNE pode atuar?...12

5 Modalidades de atendimento para PNOE...13

Indicações de atendimento em consultório com manejo de comportamento...14

Indicações de atendimento em consultório sob estabilização protetora...20

Indicações de atendimento em consultório sob sedação...21

Indicações de atendimento sob anestesia hospitalar...24

6 Considerações finais...26

(7)

O QUE É A ODONTOLOGIA

PARA PACIENTES COM

NECESSIDADES ESPECIAIS?

Segundo a Resolução 22/2001 do Conselho Federal de Odontologia “é a especialidade que tem por objetivo o diagnóstico, a prevenção, o tratamento e o controle dos problemas de saúde bucal dos pacientes que apresentam uma complexidade no seu sistema biológico e/ou psicológico e/ou social, bem como percepção e atuação dentro de uma estrutura transdisciplinar com outros profissionais de saúde e de áreas correlatas com o paciente”.

1

A Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais é uma especialidade da Odontologia. A equipe multidisciplinar e transdisciplinar pode contar

com médicos, enfermeiros, fonoaudiólogos, pedagogos, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, terapeutas ocupacionais e profissionais da educação.

equipe

(8)

A Consolidação das Normas para Procedimentos nos Conselhos de Odontologia, aprovada pela resolução CFO-63/2005 guiam as práticas e especialidades odontológicas, dentre elas está a OPNE.

Em sua seção XI, no art. 69. pode ser observada a abrangência da OPNE, que “leva em conta todos os aspectos envolvidos no processo de adoecimento do homem, importantíssimos na adequação do tratamento odontológico frente às necessidades dos mesmos, levando em conta a classificação de funcionalidade. Além disso, ter uma percepção e atuação dentro de um espaço de referência que tenha uma estrutura inter, multi e transdisciplinar, com envolvimento de outros profissionais de saúde e áreas correlatas, para oferecer um tratamento integral ao paciente.”

Para onde ir?

O que fazer?

Quem chamar?

Quais as opções?

está certo?

(9)

As competências do especialista em OPNE são:

a) prestar atenção odontológica aos pacientes com distúrbios psíquicos, comportamentais e emocionais;

b) prestar atenção odontológica aos pacientes que apresentam condições físicas ou sistêmicas, incapacitantes temporárias ou definitivas no nível ambulatorial, hospitalar ou domiciliar;

c) aprofundar estudos e prestar atenção aos pacientes que apresentam problemas especiais de saúde com repercussão na boca e estruturas anexas, bem como das doenças bucais que possam ter repercussões sistêmicas; e,

d) inter-relacionamento e participação da equipe multidisciplinar em instituições de saúde, de ensino e de pesquisas.

QUAIS AS COMPETÊNCIAS DO

ESPECIALISTA EM OPNE?

(10)

QUEM SÃO OS PACIENTES

ATENDIDOS PELO

ESPECIALISTA EM OPNE?

Pessoas com Deficiência

De acordo com a Convenção Sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (Decreto Nº.6.949, de 25 de agosto de 2009) , em seu Artigo 1º, e com a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência ( Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015), em seu Artigo 2º, define: “Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas.”

3

Pacientes com Necessidades Odontológicas Especiais (PNO

E)

Os especialistas em OPNE presta

m atenção odontológica aos Pacientes com N

ecessidades Odontológicas Especiais, que são

pessoas com deficiência ou com necessidades

especiais de saúde (grupos especiais) e que ne

cessitam de uma atenção odontológica

(11)

Classificação da pessoas com deficiência:

1. Deficiência física – sequela de paralisia cerebral (PC), acidente vascular encefálico (AVE), miastenia gravis (MG);

2. Distúrbios comportamentais – autismo, bulimia, anorexia;

3. Condições e doenças sistêmicas – gravidez, pacientes irradiados em região de cabeça e pescoço, pacientes transplantados, pacientes imunossuprimidos, diabetes mellitus, cardiopatias, doenças hematológicas, transtornos convulsivos, insuficiência renal crônica, doenças autoimunes.

4. Deficiência mental – comprometimento intelectual devido a fatores pré-natais, perinatais e pós-natais, de origem genética, ambiental ou desconhecida;

5. Distúrbios sensoriais – deficiência auditiva e visual;

6. Transtornos psiquiátricos – depressão, esquizofrenia, fobias, transtorno obsessivo-compulsivo, ansiedade;

7. Doenças infectocontagiosas – pacientes soropositivos para o vírus da imunodeficiência humana (HIV), hepatites virais, tuberculose;

(12)

Grupos Especiais

São pessoas mais sensíveis ou susceptíveis a substâncias ou situações perigosas, devido a fatores como idade, sexo, ocupação ou comportamento. Podemos exemplificar esses grupos com os idosos, gestantes, tabagistas, cardiopatas, diabéticos, pacientes irradiados em região de cabeça e pescoço, pacientes transplantados, pacientes imunossuprimidos, doenças hematológicas, transtornos convulsivos, insuficiência renal crônica, doenças auto-imunes.

Por exemplo...

Um deficiente físico, com dificuldade na deambulação, é uma pessoa com deficiência, mas não, necessariamente, necessita de cuidados especiais durante o tratamento odontológico. Uma pessoa com medo e ansiedade odontológica, conhecida como odontofobia, não é uma pessoa com deficiência, porém necessita de cuidados especiais durante o tratamento.

Um paciente com Síndrome de Down, é uma pessoa com deficiência e que pode necessitar ou não de cuidados especiais durante o tratamento odontológico.

Para a Odontologia, nem toda pessoa com deficiência caracteriza-se como apresentando necessidade especial, e vice-versa.

(13)

O especialista em OPNE está apto a atuar em ambiente de consultório/ambulatorial, ambiente hospitalar e ambiente domiciliar. A modalidade de atendimento deverá ser escolhida dependendo das reações do paciente frente ao tratamento odontológico. Essas reações podem ser ADEQUADAS ou ADVERSAS.

EM QUAIS AMBIENTES O

ESPECIALISTA EM OPNE

PODE ATUAR?

4

OPNE

Consultório/

AMBULATORIAL

HOSPITALAR

DOMICILIAR

Reação ADEQUADA frente ao tratamento odontológico:

- Atendimento convencional em consultório/ambulatório; - Atendimento domiciliar (Home Care);

-Atendimento em leito hospitalar/UTI.

Reação ADVERSA frente ao tratamento odontológico:

- Atendimento em consultório com manejo comportamental; - Atendimento em consultório sob estabilização protetora; - Atendimento em consultório sob sedação consciente; - Atendimento em UTI;

(14)

Pacientes que se sentem desconfortáveis e se comportam de forma agitada durante o atendimento odontológico, recusando/relutando em aceitar o tratamento ou ainda, colaboram com o atendimento, no entanto, sentem medo e insegurança.

Nesse sentido, existem inúmeras técnicas de intervenção comportamental que auxiliam o atendimento odontológico nessa situação e são indicadas para todos os pacientes, de acordo com suas peculiaridades.

Técnicas de Manejo do Comportamento:

Modelagem de comportamento; Dessensibilização; Distração; Dizer-mostrar-fazer; Reforço positivo; Controle de voz.

Indicações de

atendimento

em consultório

com manejo do

comportamento

MODALIDADES DE

ATENDIMENTO PARA PNOE

(15)

É uma técnica de manejo comportamental que visa demonstrar um possível modelo de comportamento adequado durante o atendimento odontológico.

Pode ser realizada por meio da exposição de um vídeo atendendo outro paciente ou a demonstração em tempo real em outro paciente que já esteja condicionado e adequado ao tratamento, servindo como referência para aquele que está em sua primeira consulta odontológica e/ou possua alguma experiência anterior negativa.

Pode ser empregada em pacientes de todas as idades, porém se mostra mais efetiva em crianças abaixo dos 7 anos de idade.

Não é indicada em situações de urgência e/ou emergência.

Modelagem de Comportamento

tendemos a imitar o que vemos e não apenas

fazer o que nos é instruído

A ideia é o paciente repetir o comportamento

(16)

Não é indicada em casos de urgência e/ou emergência, uma vez que esses casos exigem atitudes rápidas.

Pode ser realizada por meio do emprego de outros métodos de manejo comportamental,

como a distração, modelação, controle de voz, reforço positivo, entre outros.

É uma técnica de manejo de comportamento que visa dessensibilizar o paciente de experiências anteriores negativas no consultório odontológico. É uma forma de fazer com que o paciente se sinta confortável durante o atendimento, diminuindo os níveis de ansiedade, medo e tensão e, com isso, possibilitando um estado de relaxamento; isso facilita o processo de permissão gradual do paciente para a execução dos procedimentos.

Um método bastante utilizado é chamado “floortime”, que busca trabalhar as habilidades e o aspecto emocional do paciente, instigando-o a desenvolver suas necessidades individuais de forma independente.

Dessensibilização

Essa técnica é recomendada

principalmente para atendimentos

(17)

Essas técnicas ajudam no controle da ansiedade e medo em um procedimento e também para aliviar os sons de alguns instrumentos que possam incomodar o paciente.

É importante que o CD tenha conhecimento das preferências do paciente, quais assuntos ele gosta, quais músicas ou bandas ele escuta, filmes e/ou desenhos favoritos, personagens favoritos…

Pode ser realizada pelo CD em pessoas de qualquer idade. Dentre as estratégias que podem ser utilizadas estão:

-> músicas; -> vídeos; -> histórias; -> filmes;

-> conversar sobre outros assuntos de interesse do paciente;

-> permitir que ele brinque com algum brinquedo de sua preferência, desde que não atrapalhe o procedimento.

Distração

É uma técnica de manejo do comportamento que tem como principal objetivo desviar a atenção do paciente evitando um possível desconforto ou medo e para reduzir sua ansiedade.

(18)

Envolve demonstrações táteis, visuais, olfativas e auditivas dos procedimentos; essa técnica pode ser realizada pelo CD e ainda contar com o apoio do responsável. Ela é indicada para crianças a partir de 2 anos de idade, pois geralmente já possuem capacidade de compreensão e colaboração.

Dizer-Mostrar-Fazer

Consiste em apresentar os instrumentos odontológicos e os procedimentos de maneira gradual, com uma linguagem adequada ao paciente.

É uma técnica de manejo do comportamento com o objetivo de preparar o paciente e diminuir seu medo e ansiedade. É importante que já na recepção ou sala de espera seja iniciada essa conversa, o profissional deve dizer seu nome e iniciar um vínculo com a criança.

O CD pode usar um manequim odontológico, pelúcias com arcadas, macromodelos, instrumentais de brinquedo ou até mesmo os próprios instrumentais odontológicos, bem como a cadeira, o sugador, a seringa tríplice e o refletor.

(19)

Pode ser feito através de elogios após um bom comportamento, gestos positivos, expressão facial, agradecimento pela colaboração e lembrancinhas. Deve ser realizada imediatamente após a o paciente se comportar de maneira adequada para reforçar qual é o comportamento esperado e desejado.

Consiste em uma técnica de manejo do comportamento com objetivo de motivar e reforçar o comportamento positivo durante o atendimento.

Reforço positivo

Pode ser realizada pelo CD em pacientes de todas as idades.

(20)

O volume de voz e as expressões faciais são importantes e tem que transparecer autoridade e confiança do CD;

A entonação e o volume da voz tem como objetivo chamar a atenção do paciente e ainda restabelecer a relação cd-paciente;

Controle de voz

Tem como objetivo interceptar comportamentos indesejados e inapropriados com comandos firmes; exige maior autoridade do CD.

É uma técnica de manejo de comportamento na qual o CD usa tons e volumes de voz diferentes para captar atenção do paciente.

(21)

Pacientes que não aceitam o tratamento e necessitam de tratamento imediato/urgência visando conforto e segurança.

Deve ser feito mediante consentimento esclarecido prévio por escrito.

Contraindicado para tratamento eletivo

e pacientes com hipersensibilidade tátil

ou que passaram por traumas ou

situações de abuso.

Indicações de

atendimento e

m

consultório so

b

estabilização

protetora

(22)

O International Committee for the Advancement of Procedural Sedation (ICAPS) define sedação para procedimentos como a administração de um ou mais agentes farmacológicos para facilitar um procedimento diagnóstico ou terapêutico com o objetivo de aliviar a ansiedade e a dor, preservando a patência e os reflexos protetores das vias aéreas, a respiração espontânea e a estabilidade hemodinâmica.

Entre os pacientes que necessitam dessa abordagem estão: • Pacientes odontofóbicos (medo de dentista);

• Pacientes com condições sistêmicas que requerem o controle de estresse para evitar crises, como a anemia falciforme e cardiopatias;

• Pacientes com doenças em situação médica limite permitida de atendimento sem necessitar do parecer médico, como hipertensão;

• Pacientes em momento de adaptação a medicamentos que afetam o sistema nervoso; • Pacientes com deficiência intelectual;

• Pacientes com a ansiedade descontrolada.

A odontologia é um campo propício para a prática da sedação para procedimentos, haja vista que muitas intervenções podem causar ansiedade e/ou desconforto que podem não ser bem tolerados por algumas pessoas por diversas razões: ansiedade, fobia, comprometimento no desenvolvimento neuropsicomotor e transtornos emocionais e de comportamento, dentre outras. De fato, a minoria da população necessita da sedação para tratamento odontológico rotineiro.

Indicações de

atendimento em

consultório sob

sedação

(23)

Sedação é o estado “quieto” do paciente, analgesia é o alívio da dor por intervenções centrais ou periféricas, e dissociação é a produção de um estado de separação mente-corpo.

A sedação pode atingir níveis de profundidade diferentes: mínima (ansiólise), quando o paciente permanece acordado, mas relaxado, capaz de interagir; moderado (sedação consciente), quando o paciente tem consciência deprimida, mas responde a solicitações verbais ou ao toque e não é necessário o suporte à respiração; profunda, o paciente não pode ser despertado facilmente, mas responderá a estímulos repetidos ou dolorosos, com grande risco à respiração; dissociativo, quando o paciente permanece acordado e pode seguir comandos, mas inconsciente da dor, e os reflexos das vias aéreas permanecem intactos.

Sedação x Dissociação x Analgesia

DISSOCIATIVO

PROFUNDA

MODERADO

MÍNIMA

Na maioria das vezes, o nível de sedação pretendido no consultório odontológico é o moderado,

para se equilibrar efetividade e segurança do procedimento.

Geralmente, os pacientes sedados em consultório odontológico são classificados como ASA I (saudável) ou II (doença sistêmica leve, controlada).

A sedação no consultório deve ser realizada por profissional habilitado por meio de treinamento teórico-prático consistente, seja CD ou médico. O Conselho Federal de Odontologia exige, por exemplo, que o CD realize um curso específico teórico-prático de 96 horas, autorizado pelo Conselho, para que possa praticar a sedação inalatória com óxido nitroso/oxigênio no consultório. Todavia o Conselho não apresenta normas de capacitação específicas para a sedação medicamentosa, portanto cabe ao CD compreender sua necessidade de formação para se responsabilizar pela oferta da sedação de forma efetivo e com o menor risco possível.

(24)

Diferentes agentes farmacológicos têm sido investigados e utilizados para a sedação odontológica. O mais consagrado é o óxido nitroso, gás que promove analgesia e consequente ansiólise quando inalado pelo paciente durante todo o procedimento, em associação ao oxigênio.

Dentre os medicamentos sedativos, o midazolam se destaca em pesquisas e clínica e apresentasse com razoável nível de evidência para sedação odontológica de crianças mais velhas, após seis anos de idade, e com nível de ansiedade leve a moderado. Outros medicamentos que têm sido empregados neste contexto são a cetamina e a dexmedetomidina.

Além de recursos humanos capacitados, o consultório odontológico também necessita de equipamento e material para ser utilizado na monitoração contínua do paciente (exemplo: oxímetro de pulso) e outros indicados para situações de emergência.

Vários estudos relataram eventos adversos da sedação. Embora a taxa geral de eventos adversos da sedação fique em torno de 4,5%, a incidência de eventos associados a danos graves é baixa (por exemplo, comprometimento ventilatório prolongado que leva a lesão cerebral por hipóxia ou morte), quando realizada sob resposabilidade de uma equipe treinada. Sobretudo, a sedação moderada não exime a utilização de recursos não farmacológicos para propiciar ao paciente uma experiência mais confortável possível durante a intervenção odontológica. A anestesia local deve ser utilizada durante a sedação no caso de procedimentos dolorosos, e técnicas minimamente invasivas podem potencializar o conforto para a pessoa sedada.

O CD deve compreender a farmacocinética e

farmacologia dos sedativos para melhor utilizá-los.

(25)

De acordo com a Resolução 063/2005 do Conselho Federal de Odontologia, o cirurgião-dentista pode operar pacientes sob anestesia geral, desde que em ambiente hospitalar e administrada por um médico especialista.

É um método seguro, eficaz e rápido, porém tem uma indicação precisa, sendo de natureza médica, mental ou psicológica.

Em sua maioria são pacientes que não aderem ao tratamento ambulatorial e outras técnicas como o manejo do comportamento, sedação consciente e estabilização protetora ou pacientes cujo essas técnicas não são indicadas.

Dentre os pacientes que podem necessitar desse atendimento, estão: • Pacientes com comportamento não colaborador;

• Pacientes gravemente ansiosos e/ou odontofóbicos;

• Pacientes com deficiências intelectual e/ou sensorial severas; • Pacientes com distúrbios neurológicos graves;

• Pacientes com condições sistêmicas crônicas; • Pacientes com necessidades bucais acumuladas • Situação de urgência odontológica.

Indicações de

atendimento

sob

anestesia

(26)

O atendimento odontológico de pacientes com necessidades odontológicas especiais sob anestesia geral não deve ser visto como a última opção de tratamento, mas deve ser a primeira opção de adequação do comportamento para pacientes não colaboradores.

É uma técnica resolutiva com indicações específicas, que beneficia os pacientes que são sujeitos a ela e que deve ser realizada após avaliação adequada do paciente, planejamento completo dos procedimentos, por uma equipe preparada.

Entretanto, é importante que os pacientes submetidos ao atendimento odontológico sob anestesia geral sejam incluídos em um programa de promoção de saúde bucal, por meio da união dos esforços de todos os cuidadores. Os cirurgiões-dentistas devem orientar, treinar e fornecer ferramentas aos responsáveis pela saúde bucal dos pacientes, para que os mesmos realizem um controle efetivo da higiene bucal e controle da dieta desses pacientes em casa.

A colaboração dos cuidadores à equipe odontológica favorece a manutenção do tratamento realizado e a prevenção do surgimento de novas necessidades odontológicas, a fim de evitar emergências odontológicas nestes pacientes que requerem técnicas mais complexas para tratamento.

Dentre esses os casos, nos quais seja difícil de controlar e ajustar doses de sedação oral, que não aceitam a máscara

para uma sedação inalatória e apresentam necessidades odontológicas

acumuladas.

(27)

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a recomendação é que se tenha 1 cirurgião-dentista a cada 1200 pessoas, por território. A Odontologia para pacientes com Necessidades Especiais é uma das especialidades da Odontologia com menos especialistas que, segundo o Conselho Federeal de Odontologia, são apenas 754 em todo o Brasil.

No último censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 24% da população apresenta alguma deficiência, alertando para o fato que nesse levantamento não foram considerados os indivíduos com comprometimentos sistêmicos e com alterações de comportamento.

Considerando essas informações, se for feito o cálculo de quantas pessoas por deficiência temos no Brasil, divididas pelo número de especialistas, teremos muitos pacientes por especialistas em todo o país. Isso mostra o quanto o mercado ainda está aberto para absorver atuantes em OPNE.

Uma especialidade que acolhe a todos, atua em todos os ambientes e não olha para as diferenças, mas, sim, faz a diferença na vida das pessoas com necessidades odontológicas especiais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

6

212.729.000

População Brasileira*

51.055.000

Pessoas com deficiência

51.055.000

754

Especialistas em OPNE*

67.712

PcD por especialista em OPNE

(28)

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Tipografia: Oswald Publicação: Cegraf UFG

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