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Colégio Santa Dorotéia

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Academic year: 2021

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Texto

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Colégio Santa Dorotéia 1111

Caro estudante,

Antes de realizar a atividade proposta faça um estudo do conteúdo indicado abaixo: Conteúdo explorado nesta atividade:

• Interpretação de texto. • Elementos da narrativa. • Variedades linguísticas.

Suporte teórico:

• Livro didático – páginas 25 a 40. • Caderno da disciplina.

TEXTO 1

O MARIDO DA MÃE-D'ÁGUA

José Ribeiro

Era uma vez um moço pescador muito destemido e bom que lutava com as maiores dificuldades para viver. Ultimamente o vento mudava e quase não havia peixe. Passava horas e horas na praia com os instrumentos de pesca na mão, e os peixes fugiam dele como o diabo da cruz. O rapaz estava mesmo desanimado e dormia com fome o mais das vezes.

Numa noite de luar estava ele querendo pescar e o peixe escapulindo depois de comer a isca. A noite foi avançando, avançando, o luar ficando claro como a prata e caindo mesmo a friagem. O rapaz não queria voltar para sua casinha sem levar nem que fosse um peixinho para matar a fome.

Já ia ficando desanimado quando começou a ouvir vozes cantando tão bonito que era de encantar. As vozes cantando foram chegando para mais perto, mais perto, e rapaz principiou a olhar em redor para ver quem estava cantando daquele jeito. Numa ponta de pedra apareceu uma moça bonita como um anjo do céu, cabelos louros, olhos azuis e branca como uma estrangeira. Ficou com o corpo meio fora d'água cantando, cantando, os cabelos espalhados, brilhando como ouro.

O pescador ficou todo arrepiado, mas criou coragem e disse: – Que desejais de um cristão, alma penada?

A moça respondeu:

– Não sou alma penada, cristão! Sou a Mãe-d’água. Nunca uma pessoa me perguntou alguma coisa e sempre eu dei, e jamais me ofereceram auxílio. Tens coragem?

– Tenho, declarou o rapaz. – Queres pegar peixe? – Quero!

– Pois sacode o anzol onde eu estou. Deve vir todas as noites até quarto-minguante e só pescar de meia-noite até o quebrar-da-barra.

Abanou a mão e mergulhou, sumindo-se. O rapaz fez o que ela tinha aconselhado e pegou tanto peixe que amanheceu o dia e não pôde carregar tudo para casa.

Nunca mais viu a Mãe-d’água, mas, no tempo da lua, vinha pescar e foi ficando mais aliviado da pobreza. Os meses iam passando e ele ficando com saudade daquela formosura.

Uma noite de luar, estando na pesca, ouviu o canto da Mãe-d’água e, largando tudo, correu até o lugar de onde vinha o som. Quando a Mãe-d’água botou as mãos em cima da pedra, o rapaz chegou para junto e, assim que ela se calou, o pescador agradeceu o benefício recebido e perguntou como pagaria tanta bondade.

– Quer casar comigo? – disse a Mãe-d’água.

Colégio Santa Dorotéia

Área de Códigos e Linguagens Disciplina: Língua Portuguesa Ano: 6º - Ensino Fundamental Professoras: Aline, Dafne e Rina

Aluno(a): _______________________________________________ No: _____ Turma: _____

Atividades para Estudos Autônomos

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O rapaz nem pensou antes de responder: – Quero muito!

Mãe-d’água deu uma risada e continuou:

– Então vamos casar. Na noite de quinta para sexta-feira, na outra lua, venha me buscar. Traga roupa para mim. Só traga roupa de cor branca, azul ou verde. Veja que não venha alfinete, agulha ou coisa alguma que seja de ferro. Só tenho uma condição para fazer: nunca fale mal de mim, nem dos entes que vivem no mar. Promete?

O rapaz, que estava muito enamorado, prometeu e deixou a Mãe-d’água, que desapareceu nas ondas.

Na noite citada, o pescador compareceu ao lugar, trazendo roupa branca, sem alfinete agulha ou coisa que fosse de ferro. Antes de o galo cantar, a Mãe-d’água saiu do mar. O rapaz estava com um lençol bem grande, todo aberto. A Mãe-d’água era uma moça tão bonita que os olhos do rapaz ficaram incendiados. Enrolou-a no lençol e foi para casa com ela.

Viveram como Deus com os Santos. A casa ficou uma beleza de arrumada, com um-tudo, roupa, mobília, dinheiro, comida, água, nada faltava. O rapaz ficou rico da noite para o dia. O povo vivia assombrado com aquela felicidade que parecia um milagre.

Passou-se um ano, dois anos, três anos. O rapaz gostava muito da Mãe-d’água, mas de umas coisas ia se aborrecendo A moça não tinha falta, mas, na noite de quinta para a sexta-feira sendo luar, ficava até o quebrar da barra na janela olhando o mar. Às vezes cantando baixinho, que fazia saudade até às pedras e aos bichos do mato. Às vezes chorava devagarinho. O rapaz tratava de consolar a mulher, mas, com correr dos tempos, acabou ficando enjoado daquela penitência e principiou a discutir com ela.

– Deixe essa janela, mulher! Venha dormir! Deixe de fazer assombração! A Mãe-d’água nem respondia. Permanecia chorando, cantando e suspirando. Todo mês sucedia o mesmo. O rapaz ia ficando de mal a pior.

– Venha logo dormir, mulher! Que besteira é essa? Largue essa mania de cantiga e choro virada para o mar! Você é gente ou é peixe?

E como a mulher já possuía em casa, deu para procurar vadiações do lado de fora, chegando tarde. A Mãe-d’água recebia-o bem, não se queixando de nada e tudo ia correndo com satisfação e agrado da parte dela.

Numa noite o rapaz foi a um baile e ficou a noite inteira dançando. Animado como se fosse solteiro. Nem se lembrava da beleza que esperava por ele em casa.

Só voltou de manhã e foi logo gritando pelo café, leite, bolos e mais coisas para comer. A Mãe- -d'Água, com paciência, começou fazendo mais que depressa o que ele dissera, mas não vinha na rapidez do corisco.

O mal-agradecido, sentando-se numa cadeira, de cara franzida, não tendo o que dizer, começou a resmungar:

– Bem feito! Quem me mandou casar com mulher do mar em vez de gente da terra? Bem feito. É tudo misterioso, cheio de histórias. Coisas do mar...

Logo que disse essas palavras, a Mãe-d’água deu um gemido comprido e pálida como a parede, levantou as duas mãos e as águas do mar avançaram como um castigo, numa onda grande coberta de espuma roncando como bicho feroz. O rapaz, morrendo de medo, deu uma carreira, subindo um monte perto da casa. Lá de cima se virou para ver. Casa, varanda, cercado, animais, tudo desaparecera. No lugar estava uma lagoa muito calma, pegada a um braço de mar. Ao longe ouviu uma cantiga triste, triste como quem está se despedindo do mundo.

Nunca mais viu a Mãe-d’água.

(Ribeiro, José. Brasil no folclore. 3ª ed. revista e ampliada. Rio de Janeiro, Editora Aurora, sd, p.94-97) - Adaptado

QUESTÃO 1

O NARRADOR do texto 1

a) é personagem e narra tudo em primeira pessoa. b) além de narrar, comenta e critica o enredo.

c) Não participa da narrativa nem emite opinião pessoal sobre ela. d) demonstra claramente não gostar da Mãe-d’água.

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QUESTÃO 2

Sobre o ESPAÇO onde se passa o texto 1, é correto afirmar que:

a) é uma região litorânea, onde existe praia e se pode pescar. b) é um espaço muito urbanizado, com vários elementos da cidade.

c) provavelmente não fica no Brasil, pois apresenta características de regiões do hemisfério norte. d) é uma região montanhosa, com lagos para pescar e nadar.

e) é frio e tranquilo, com poucos habitantes e poucas atividades de lazer.

QUESTÃO 3

O conto fala de um pescador que estava pobre e triste e ficou rico e feliz pela interferência da Mãe-d’Água.

3.1. TRANSCREVA o trecho que descreve as características da moça.

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QUESTÃO 4

RELEIA o fragmento do texto:

4.1. INDIQUE o que ocorreu após o pescador dizer essas palavras.

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4.2. EXPLIQUE se os acontecimentos poderiam fazer parte do mundo real.

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TEXTO 2

Vaca Estrela e Boi Fubá

Eu sou fio do nordeste Não nego o meu naturá Mas uma seca medonha Me tangeu de lá pra cá Lá eu tinha o meu gadinho Não é bom nem imaginá Minha linda vaca Estrela E o meu belo boi Fubá Quando era de tardezinha Eu começava a aboiá

Ê, vaca Estrela, ô, boi Fubá Aquela seca medonha Fez tudo se trapaiá

Não nasceu capim no campo Para o gado sustentá

O sertão esturricô, fez os açude secá Morreu minha vaca Estrela

Se acabou meu boi Fubá Perdi tudo quanto eu tinha Nunca mais pude aboiá

Disponível em https://www.letras.mus.br/patativa-do-assare/893616/. Acesso em 05 de março de 2016.

“O mal-agradecido, sentando-se numa cadeira, de cara franzida, não tendo o que dizer, começou a resmungar:

– Bem feito! Quem me mandou casar com mulher do mar em vez de gente da terra? Bem feito. É tudo misterioso, cheio de histórias. Coisas do mar...”

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QUESTÃO 5

Há nessa letra elementos que indicam o espaço retratado na música.

5.1. INDIQUE esses elementos.

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5.2. APONTE o sentimento que o eu lírico expressa em relação a esse espaço.

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5.3. IDENTIFIQUE o motivo da alteração do modo de vida do boiadeiro.

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QUESTÃO 6

As variedades linguísticas apresentam maneiras diferentes de dizer a mesma coisa. INDIQUE palavras da norma culta do português brasileiro que poderiam substituir os termos a seguir.

Medonha – Esturricô – Naturá – Aboiar –

LEIA esta notícia publicada em um jornal de Portugal.

Idoso anda 12 km em contramão

Ao que o Correio da Manhã (CM) apurou, o idoso terá saído de casa pelas 08h30, com a intenção de se deslocar a Arruda dos Vinhos. Ao volante do seu automóvel, entrou na Autoestrada do norte (A1), de onde saiu no nó do Carregado.

Aqui, a qualquer condutor, deparam-se três soluções. “Ou reentrar na A1, em direcção ao Norte, ou entrar na Ponte das Lezírias, a caminho de Benavente, ou seguir por uma estrada nacional até Arruda dos Vinhos”, disse ao CM fonte policial.

Apesar de ter como destino Arruda dos Vinhos, o idoso direccionou a viatura no sentido da Ponte das Lezírias (A10), onde entrou pelas 08h50, junto ao quilómetro 18.

Só ao fim de um quilómetro de marcha, é que o condutor se terá apercebido de que não estava a tomar o sentido que pretendia. Foi então que o inesperado aconteceu. “Ele simplesmente fez inversão de marcha, e recomeçou a conduzir no sentido oposto”, acrescentou o mesmo informador. Durante doze quilómetros de marcha, o automóvel conduzido pelo idoso não se deparou com nenhuma outra viatura.

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QUESTÃO 7

Além das diferenças de vocabulário, as frases também podem ter uma forma diferente de organização dos termos. REESCREVA o trecho a seguir, adequando-o ao português brasileiro.

“Só ao fim de um quilómetro de marcha, é que o condutor se terá apercebido de que não estava a tomar o sentido que pretendia.”

_______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ GABARITO 1) Letra c 2) Letra a

3) “[...] uma moça bonita [...] branca como uma estrangeira”.

4) 4.1. A Mãe-d’água deu um longo gemido, ficou pálida, levantou as mãos, e as águas do mar

avançaram sobre o lugar onde morava o pescador, formando uma grande lagoa.

4.2. Espera-se que o aluno perceba que o pescador poderia fazer parte do mundo real, enquanto a

Mãe-d’água é um ser sobrenatural, com poderes mágicos.

5) 5.1. Os elementos são “filho do Nordeste”, “seca”, “sertão” e “açude”. 5.2. O eu lírico sente saudade do tempo em que podia cuidar do gado. 5.3. A seca alterou o modo de vida do boiadeiro.

6) Medonha – assustadora Esturricou – secou muito Naturá – naturalidade Aboiar – conduzir bois

7) Só depois de um quilômetro é que o condutor teria percebido que não seguia a direção que

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