COMENTÁRIOS NA
CARTA DE JUDAS
INTRODUÇÃO
Olá caro leitor, esse comentário na carta de Judas vai auxiliar muito nos seus estudos bíblicos, sermões, e até mesmo em defesa da fé. Espero ter ajudado muito com esse ebook, que você possa ler e estudar com bastante atenção, tenha uma ótima leitura. A carta de Judas e uma carta universal, pois não se sabe ao certo a quem foi direcionada, mais o seu conteúdo serve para os crentes de todas as épocas.
1. Judas, servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago, aos chamados, amados em Deus Pai, e guardados em Jesus Cristo: 2. Misericórdia, paz e amor vos sejam
multiplicados.
O autor dessa carta é indentificado como "Judas, servo de Jesus Cristo e irmão de Tiago". Na igreja primitiva, havia apenas um Tiago que pudesse ser descrito dessa maneira, sem especificações adicionais, "Tiago irmão do Senhor". Este Judas era provavelmente, o mesmo que foi listado como um dos meios-irmãos do Senhor Jesus.
3. Amados, enquanto eu empregava toda a diligência para escrever-vos acerca da salvação que nos é
comum, senti a necessidade de vos escrever,
exortando-vos a pelejar pela fé que de uma vez para sempre foi entregue aos santos. 4. Porque se
introduziram furtivamente certos homens, que já desde há muito estavam destinados para este juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de nosso Deus, e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo.
Judas deixa bem claro que no momento em que ele se dedicou a escrever esta carta, achou necessário
exortar os crentes a lutar pela fé que uma vez e para sempre foi dada aos santos, porque ele já estava sabendo que homens ímpios, tinham entrado no meio dos fiéis, homens que não levavam a sério a graça, isso é os falsos mestres, que negavam o único Deus
5. Ora, quero lembrar-vos, se bem que já de uma vez para sempre soubestes tudo isto, que, havendo o Senhor salvo um povo, tirando-o da terra do Egito, destruiu depois os que não creram; 6. aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, ele os tem reservado em prisões eternas na escuridão para o juízo do grande dia, 7. assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades
circunvizinhas, que, havendo-se prostituído como aqueles anjos, e ido após outra carne, foram postas como exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno. 8. Contudo, semelhantemente também estes falsos
mestres, sonhando, contaminam a sua carne, rejeitam toda autoridade e blasfemam das dignidades.
Ele leva o povo a lembrar do juízo de Deus em tempos passados, sobre aqueles que não creram, ou se
deixaram levar por influências malignas. Assim também será com esses falsos mestres que vivem regaladamente, se contaminando, e rejeitam as autoridades e as dignidades.
9. Mas quando o arcanjo Miguel, discutindo com o Diabo, disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar contra ele juízo de maldição, mas disse: O Senhor te repreenda 10. Estes, porém, blasfemam de tudo o que não entendem; e, naquilo que compreendem de modo natural, como os seres irracionais, mesmo nisso se corrompem. 11. Ai deles! porque foram pelo caminho de Caim, e por amor do lucro se atiraram ao erro de Balaão, e pereceram na rebelião de Coré. 12. Estes são os escolhidos em vossos ágapes, quando se banqueteiam convosco, pastores que se apascentam a si mesmos sem temor; são nuvens sem água, levadas pelos ventos; são
árvores sem folhas nem fruto, duas vezes mortas, desarraigadas; 13. ondas furiosas do mar, espumando as suas próprias torpezas, estrelas errantes, para as quais tem sido reservado para sempre o negrume das trevas.
Não fosse pelo registro nessa passagem, seria
desconhecido este incidente sobre uma disputa entre Miguel, o arcanjo, e o Diabo, a respeito do
sepultamento de Moisés. O Espírito Santo relatou este incidente, por intermédio de Judas, para nos dizer que o arcanjo Miguel não fez uma acusação ofensiva ao Diabo, mas disse: "O Senhor te repreendia". Ele queria mostrar que nem os crentes nem os anjos seriam
capazes de tirar o Diabo de suas atividades, mas que o tempo do seu fim logo chegará. Sobre ele, diz
Apocalipse 20.2, que será amarrado por mil anos,
durante o reinado milenar de Cristo, e que, finalmente, ele será lançado no lago de fogo e enxofre ( AP 20.10).
14. Para estes também profetizou Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que veio o Senhor com os seus milhares de santos, 15. para executar juízo sobre todos e convencer a todos os ímpios de todas as obras de impiedade, que impiamente cometeram, e de todas as duras palavras que ímpios pecadores contra ele proferiram. 16. Estes são murmuradores, queixosos, andando segundo as suas concupiscências; e a sua boca diz coisas muito arrogantes, adulando pessoas por causa do interesse.
Não é certo que Judas de fato esteja citando o Livro de Enoque. Ele pode simplesmente estar mencionando um acontecimento que é encontrado também nesse livro não-inspirado.
“Vale dizer que Judas não afirma ter Enoque escrito essa afirmação, apenas registra que Enoque disse" (v. 14). Ele pode ter usado uma tradição oral válida, e não o Livro de Enoque. Além disso, mesmo que Judas
tivesse tomado essa afirmação do Livro de Enoque, ainda assim ela é verdadeira. Muitas afirmações verdadeiras podem ser encontradas fora das
Escrituras; o simples fato de Judas citar algo de uma fonte não-canônica (extrabíblica) não significa que o que ele diz seja necessariamente incorreto. Nem tudo no Livro de Enoque está correto, mas isso não nos permite concluir que tudo esteja errado.
O apóstolo Paulo cita verdades de poetas pagãos (At 17:28; 1 Co 15:33; Tt 1:12), o que não implica que esses livros sejam inspirados. Na verdade, até mesmo a jumenta de Balaão proferiu uma verdade (Nm 22:28). A inspiração do livro de Judas não garante tudo o mais que é dito numa fonte não inspirada, só por ela ter sido citada. Garante apenas a verdade que foi citada.
Finalmente, a evidência externa a respeito do livro de Judas é muito grande, o tempo de Irineu (cerca de 170 a.D.) para frente. Ele está no papiro Bodmer (P72) de 250 a.D., e trechos dele acham-se muito antes em Didakhê (2:7), que provavelmente data do segundo século. Assim, há evidência para a autenticidade do livro de Judas, que não é diminuída por essa alusão ao que Enoque disse. A existência de Enoque e a sua comunicação com Deus é um fato estabelecido em outras partes da Bíblia, tanto no AT (Gn 5:24) como no NT (Hb 11:5).
17. Mas vós, amados, lembrai-vos das palavras que foram preditas pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo; 18. os quais vos diziam: Nos últimos tempos haverá escarnecedores, andando segundo as suas ímpias concupiscências. 19. Estes são os que causam divisões; são sensuais, e não têm o Espírito.
Certamente aqui o Judas cita os apóstolos Pedro, João e Paulo, que citam em suas cartas passagens com esse conteúdo.
20. Mas vós, amados, edificando-vos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo, 21. conservai-vos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna. 22. E apiedai-vos de alguns que estão na dúvida, 23. e salvai-os, arrebatando-os do fogo; e de outros tende misericórdia com temor, abominando até a túnica manchada pela carne. 24. Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos ante a sua glória imaculados e jubilosos, 25. ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, e agora, e para todo o sempre. Amém.
E aqui são as considerações finais de Judas, exortando a edificação espiritual na fé e na constante oração. Que também tenham paciência com aqueles que ainda não tomaram uma decisão. E a crer no único Deus capaz de os livrar dos tropeços.