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Jose Morais Arnaud Presidente da Direcc;ao

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Academic year: 2021

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Editorial

Jose Morais Arnaud Presidente da Direcc;ao

Nos ultimos 15 anos verificou-se um crescimento exponencial da actividade arqueol6gica em Portugal, em grande pa rte resultante da criac;:ao, em 1997, do lnstituto Portugues de Arqueologia, entretanto extinto, o qual promoveu a aplicac;:ao sistematica da legislac;:ao comunitaria sobre minimizac;:ao de impactos de grandes empreendimentos publicos e privados. Dai resultou o maior programa de intervenc;:ao arqueol6gica jamais realizado em Portugal, numa primeira fase na area directamente afectada pela barragem do Alqueva, e mais recentemente, na area abrangida pelo piano de rega do Alentejo, ainda em curso, bem como um melhor conhecimento do subsolo do nucleo antigo da maior parte das cidades do pais, e de outras zonas ate ha pouco muito mal conhecidas do ponto de vista arqueol6gico. Este subito crescimento da actividade veio alterar profundamente as circunstancias em que esta se processava desde ha mais de um seculo, corn aspectos sem duvida muito positivos, como um conhecimento mais aprofundado do povoamento do territ6rio, a melhor preparac;:ao te6rica e pratica dos arque61ogos, e a sua gradual profissionalizac;:ao, mas tambem corn outros, de natureza menos positiva, e ate perversa para o futuro da Arqueologia em Portugal, como seja a precariedade da maior pa rte dos postos de trabalho criados, e a imensa acumulac;:ao de materiais arqueol6gicos nao publicados, nao conservados nem estudados e nem sequer depositados em estruturas museol6gicas estaveis.

A Direcc;:ao da AAP solicitou, assim, a um vasto conjunto de especialistas nas varias vertentes da actividade arqueol6gica, textos de sintese e de discussao, corn os quais se pretendia constituir um "Livro Branco" da Arqueologia em Portugal na primeira decada do seculo XXI, que de certo modo permitisse uma actualizac;:ao do volume especial "Arqueologia 2000: Balanc;:o de um seculo de lnvestigac;:ao Arqueol6gica em Portugal'; publicado em 2002, e de natureza mais historiografica.

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Alguns dos convidados responderam prontamente, dentro do prazo estabelecido, tendo sido injustamen­

te penalizados pela demora dos restantes, situac;:ao que muito lamentamos e que vem dificultando muito a manutenc;:ao da desejavel periodicidade desta revista, que pretende ser um elo de contacto nao s6 entre a Associac;:ao e os seus Associados, mas tambem entre esta e as suas congeneres nacionais e estrangeiras.

Assim, embora esse balanc;:o esteja longe de ser tao abrangente coma desejarfamos, julgamos que os tex­

tos que conseguimos reunir constituem um importante contributo para o conhecimento do desenvolvimen­

to recente da actividade arqueol6gica em Portugal, e materia de reflexao sabre os rumos que esta devera tomar nos tempos mais pr6ximos.

A primeira pa rte deste volume duplo da revista Arqueologia & Hist6ria e, assim, preenchida par um con­

junta de textos que se destinavam ao "Livro Branco''. Ap6s um texto sabre o enquadramento legislativo, da autoria do ilustre jurista Jose Casalta Nabais, da Universidade de Coimbra, apresenta-se o primeiro estudo aprofundado da actividade arqueol6gica nas ultimas decadas, apoiado em s61idos dados estatisticos, da autoria de Jacinta Bugalhao, o qual constituira decerto um texto de referencia para a Hist6ria da Arqueolo­

gia em Portugal . Seguem-se contributos sobre os Museus de Arqueologia e sabre a Arqueologia Urbana, no Continente e na llha da Madeira, de caracter mais informativo, como os de Virgilio Correia, Magalhaes Ramalho e Elvia de Sousa, ou de natureza mais polemica, coma os de Jose Cardim Ribeiro e Francisco de Sande Lemos, "velhos" amigos e companheiros de lutas patrimoniais.

Publicam-se, ainda, neste volume varios textos sobre estudos e descobertas arqueol6gicas recentes, que vao desde o Paleolitico ate ao seculo XVIII, embora corn especial incidencia na Pre-Hist6ria, os quais foram oportunamente apresentados as Secc;:oes de Pre-Hist6ria e Hist6ria da nossa Associac;:ao. Entre estes, destaca-se, pela sua importancia e novidade, o estudo sabre as extraordinarias casas longas neoliticas do Castelo Belinho, da autoria de Mario Varela Gomes, cujo achado vem revolucionar por completo os nossos conhecimentos sabre esse perfodo fundamental da Hist6ria da Humanidade no territ6rio portugues.

Os restantes textos, da autoria de arque61ogos ja consagrados, coma Joao Luis Cardoso e Luis Osterbe­

ek e colaboradores, ou de arque61ogos mais jovens, mas muito promissores, como Cesar Neves, Gonc;:alo Amaro e Tania Casimiro, trazem tambem importantes contribuic;:oes para os nossos conhecimentos sabre epocas mais remotas ou mais recentes da Hist6ria da Humanidade.

A completar este volume publicam-se ainda dois interessantes trabalhos de areas disciplinares comple­

mentares da Arqueologia: um projecto de reabilitac;:ao arquitect6nica de um dos mais antigos edificios da

"Vila Velha" de Mafra, da autoria do Arquitecto Luis Corredoura, e um estudo de natureza Hist6rico-Antro­

pol6gica sabre os primeiros contactos dos portugueses corn as populac;:oes indigenas do Brasil, da autoria do nosso estimado cons6cio e Presidente da Assembleia Geral, Dr. Antonio Vermelho do Corral.

Espera-se, assim, que este volume, cuja publicac;:ao se deve ao esforc;:o do nosso cons6cio e membro da Direcc;:ao, Paulo Almeida Fernandes, embora nao reflicta na totalidade a intensa actividade desenvolvida pe­

las Secc;:oes e Comissoes desta Associac;:ao, nos anos associativos de 2008 e 2009 ( cujos relat6rios da Direc­

c;:ao sao tambem publicados neste volume), devido a ja cr6nica falta de entrega atempada dos respectivos textos, oferec;:a materia de interesse nao s6 para os nossos cons6cios, mas tambem para todos os cultores das ciencias hist6rico-arqueol6gicas.

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