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Tratamento Cirúrgico da Agressividade: Relato de Caso

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Tratamento Cirúrgico da Agressividade: Relato de Caso

Surgical Treatment of Aggressive Behavior: Case Report

Rayza Gaspar dos Santos¹ Ana Carolina Seixas Mengai¹ Ledismar José da Silva² João Batista Arruda³

1 MS, Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-Goiás), Goiânia, GO, Brasil

² Neurosurgeon, Adjunt Professor of Neurology, Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-Goiás), Goiânia, GO, Brasil ³ Neurosurgeon, Instituto de Neurologia de Goiânia, Goiânia, GO, Brasil

RESUMO

Introdução: A agressividade patológica é um comportamento multideterminado comumente associado a distúrbios neurológicos

graves. Relaciona-se ao sistema límbico, em especial córtex orbitofrontal, hipotálamo e amígdala. Ao longo do tempo, foram desenvolvidos diversos tratamentos para tal comportamento, sendo eles medicamentosos, psicocomportamentais e cirúrgicos. O tratamento cirúrgico é hoje chamado de neuropsicocirurgia (NPC). O procedimento cirúrgico, realizado por técnica estereotáxica em associação com exames de imagem, é seguro e apresenta baixos índices de complicações pós-cirúrgicas.

Objetivo: Demonstrar as indicações e os possíveis alvos das NPC, bem como a técnica cirúrgica empregada em um paciente de

27 anos que apresentou refratariedade ao tratamento clínico convencional. Conclusão: Trata-se de um procedimento seguro e eficaz, reservado para casos rigorosamente selecionados. Entretanto, reitera-se a necessidade de mais estudos sobre este tipo de cirurgia.

Palavras-chave: Agressividade; Transtornos psiquiátricos; Neurocirurgia; Estereotaxia; Cápsula interna;Hipotálamo; Amígdala ABSTRACT

Introduction: Pathological aggressive behavior is a multiple factor entity commonly associated with severe neurological

disorders. It is related to the limbic system, especially the orbitofrontal cortex, hypothalamus, and amygdala. In the course of time, several treatments, such as pharmacotherapy, surgery, and psychobehavioral therapy have been developed. Surgical treatment is currently called neurosurgery for psychiatric disorders (NPD). The surgical procedure, performed using stereotaxic technique associated with imaging exams, is safe and has low rates of postoperative complications. Objective: The authors aim to demonstrate the indications and possible targets of NPD, as well as the surgical technique employed to treat a 27-year-old patient resistant to conventional clinical treatment. Conclusion: It is a secure and effective procedure reserved for carefully selected cases. However, it should be emphasized the necessity of more studies into this type of surgery.

Key words: Aggressiveness; Mental disorders; Neurosurgery; Stereotactic; Internal capsule; Hypothalamus; Amygdala

Received Nov 2, 2015. Accepted Dec 14, 2015

I

ntrodução

A agressividade patológica é um comportamento complexo conduzido pelo indivíduo contra um alvo e que resulta em dano29. Constitui ato multideterminado que, frequentemente,

resulta de doença psíquica e/ou física7, podendo ser provocado

por danos cerebrais grosseiros e alterações de circuitos neuro-hormonais, entre outros7,31,32,34. É comum em pacientes

com distúrbios neurológicos graves31 e pode ser modulada conforme a interação com o meio social em que eles vivem7,21.

Relaciona-se ao sistema límbico, em especial ao córtex orbitofrontal, ao hipotálamo e aos corpos amigdalianos15,29.

Com o intuito de promover melhor adaptação e melhor interação social dos pacientes que apresentam tal comportamento foram desenvolvidos diversos tratamentos, sendo eles medicamentosos, psico-comportamentais e/ou cirúrgicos5.

Neste artigo, relata-se o caso de um paciente submetido à neuropsicocirurgia (NPC), empregando técnica estereotáxica, após refratariedade ao tratamento clínico convencional e visa demonstrar as indicações e os possíveis alvos da NPC.

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perfurocortantes. Como tentativa de contenção do paciente foram instaladas grades em seu quarto, porém, sem sucesso. O tratamento clínico foi realizado por equipe multidisciplinar durante 7 anos, sem resultado.

Seguindo o protocolo do Conselho Federal de Medicina (CFM) para a indicação de NPC, a equipe médica e os familiares entraram em consenso quanto à realização do procedimento cirúrgico. Em 2013, o paciente foi submetido a NPC por estereotaxia, tendo como alvos o hipotálamo póstero-medial e a porção anterior da cápsula interna. O hipotálamo foi localizado por macroestimulação, utilizando eletrodo de ponta exposta de 2 mm, frequência entre 5 Hz e 100 Hz e voltagem de 1 V a 10 V. Como resposta eletrofisiológica, o paciente apresentou sinais autonômicos, incluindo midríase, aumento da pressão arterial média e da frequência cardíaca, além de inversão do globo ocular ipsilateral. Após confirmado o alvo, foi realizada ablação única utilizando eletrodo à temperatura de 70°C por 70 s. Em seguida, procedeu-se à ablação da porção anterior da cápsula interna bilateralmente, utilizando eletrodo com ponta exposta de 4 mm, à temperatura de 70°C por 70 s.

Paciente não apresentou complicações. Apresentou melhora importante de seu quadro logo após a realização do procedimento, não sendo presenciados novos episódios de comportamento agressivo. Atualmente, após 2 anos do procedimento cirúrgico, mantém melhora expressiva e sustentada de seu quadro de agressividade sem apresentar novos episódios. O quadro de esquizofrenia e epilepsia permaneceram inalterados.

d

isCussão

Há descrições sobre as NPC desde o período neolítico5,27.

Entre os séculos IV e IX a.C., já era realizada a trepanação em sociedades europeias, asiáticas e na América do Sul, em busca de alteração no comportamento, além de tratamento de cefaleia, epilepsia e “possessão demoníaca”5,8,19. Durante

a Idade Média, era realizada principalmente para casos de loucura e epilepsia5.

Em 1936, foi descrita a primeira neurocirurgia para correção de transtornos psiquiátricos em humanos, denominada lobotomia pré-frontal, realizada pelo neurologista António Egas Moniz e o neurocirurgião Pedro Almeida Lima, ambos portugueses5,14,18,19,24,33. Anteriormente, a técnica já havia sido

utilizada por John Fulton em chimpanzés, tendo apresentado resultados promissores5. Embora Egas Moniz e Almeida

Lima tenham relatado uma série de casos que demonstrou a efetividade da cirurgia, um número relevante de pacientes apresentou síndrome do lobo frontal como complicação5.

Tal síndrome consiste na mudança de comportamento, com aparecimento de apatia, euforia, distração e desinibição5,19,35.

Gradativamente, o procedimento de lobotomia tornou-se carregado de preconceito e discriminação, os quais aumentaram durante a Segunda Guerra Mundial, quando, em razão da inexistência de protocolos bioéticos, experimentos empregando esta técnica foram realizados em humanos5. Essa

técnica cirúrgica foi utilizada em minorias sociais e raciais, predominantemente no sexo feminino, e chegou a ser aventada como tentativa de controle governamental19,20,33.

Entre 1936 e 1949, Walter Freeman, com o auxílio de James Watts, aperfeiçoou a técnica de Egas Moniz e desenvolveu a lobotomia transorbitária, a qual foi projetada para realização ambulatorial5,19,24. Freeman realizou cerca de 60

mil procedimentos sem indicações precisas e em condições precárias, o que gerou grande número de complicações, desacreditando tal técnica5,6,14,18,19,24,27.

Na década de 1940, visando aumentar a precisão da neurocirurgia e reduzir a lesão cerebral, durante a realização de talamotomia dorsomedial em pacientes com esquizofrenia, Spiegel e Wycis utilizaram a estereotaxia pela primeira vez em humanos27,30.

A técnica inclui a utilização de coordenadas cartesianas para localizar um ponto no encéfalo, tornando a lesão cerebral mais precisa19,30. Vale ressaltar que tal técnica não é exclusiva

para o tratamento de desordens psiquiátricas agressivas. A estereotaxia é utilizada principalmente no tratamento de doenças não responsivas ao tratamento convencional, com destaque para transtorno obsessivo compulsivo (TOC), dor crônica, doença de Parkinson, entre outras6,9,11.

A partir da década de 1950, ocorreu redução significativa na realização de NPC em decorrência do desenvolvimento de drogas psicotrópicas5,19,26,28. Entre as décadas de 1940 e 1950,

foram realizadas no Reino Unido pouco mais de 10.300 NPC e, a partir da década de 1990, apenas 20 desses procedimentos foram registrados28. Entretanto, cabe salientar que, para alguns

pacientes que sofrem com doença refratária ao tratamento clínico, o uso de NPC continua válido.

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que passou por grande evolução. Hoje, é associada a neuroimagem e softwares sofisticados e precisos, o que resulta em mínima lesão local, reduzindo os efeitos adversos do procedimento. Na atualidade, existem várias modalidades de neurocirurgia estereotáxica, com inclusão de termocoagulação e estimulação cerebral profunda11,17.

No Brasil, os direitos e a proteção das pessoas acometidas por transtorno mental são previstos pela Lei n° 10.2162, ao passo

que as NPC são regulamentadas pelo Conselho Federal de Medicina por meio da Resolução n° 2.0573. Suas indicações

são precisas e incluem diagnóstico psiquiátrico de acordo com o CID 1023, com duração mínima de cinco anos e refratariedade

a tratamentos psiquiátricos. Requer consentimento esclarecido do paciente ou de seu responsável legal, a aprovação e a autorização por câmara técnica de psiquiatria do Conselho Regional de Medicina (CRM), além de ser necessária a indicação por médico assistente, psiquiatra e neurocirurgião pertencentes a outros serviços. É imprescindível, ainda, o registro em prontuário do laudo original contendo diagnóstico, duração, tratamentos realizados e o melhor método cirúrgico indicado para o caso3.

Atualmente, os principais alvos abordados nas NPC são o hipotálamo, as amígdalas, a cápsula anterior e o giro do cíngulo14,24,32,34. Os procedimentos realizados são a

hipotalamotomia póstero-medial, a amigdalectomia, a capsulotomia anterior, a cingulotomia anterior, a tractotomia subcaudada e a leucotomia límbica32,34.

A hipotalamotomia póstero-medial foi descrita em 1970, em uma série de casos demonstrando a abordagem deste alvo30,34.

Essa intervenção cirúrgica baseia-se na função hipotalâmica de processamento de informações externas e coordenação do comportamento agressivo, além de conter o hipotálamo médio-basal, conhecido como área da agressividade34. Assim,

a hipotalamotomia póstero-medial leva à redução na ativação do sistema límbico, possibilitando controle do comportamento agressivo30. Esse alvo também é utilizado na estimulação

cerebral profunda, embora seu mecanismo de ação continue desconhecido9. Em estudo conduzido com seis pacientes

submetidos à estimulação cerebral profunda do hipotálamo póstero-medial ocorreu melhora de crises epilépticas em dois deles9.

A amigdalectomia consiste na ablação dos corpos amigdalianos principalmente por termocoagulação. As amígdalas são

componentes dominantes do sistema límbico e estão envolvidas no desenvolvimento do comportamento agressivo. São divididas em núcleos que recebem informações sensoriais do córtex e se conectam ao córtex pré-frontal, parietal, insular e giro do cíngulo, além de apresentar conexões com o hipotálamo e a formação reticular, assim coordenando o comportamento, as respostas neuroendócrinas e as respostas autonômicas corporais25. Quanto a suas complicações, há

descrições na literatura de hemiplegia e ptose palpebral transitória, hiperssexualidade, alteração intelectual ou de memória, piora de quadro convulsivo prévio ou surgimento de convulsões, além de irregularidades na temperatura corporal22.

A capsulotomia anterior foi proposta por Talairach19 e baseia-se

na desconexão entre o córtex orbitofrontal e o sistema límbico por lesão em fibras que conectam ambas as estruturas, as quais se localizam entre o núcleo caudado e o putâmen14,16,19,24.

Esse tipo de cirurgia apresenta inúmeros efeitos colaterais, incluindo confusão mental, ganho de peso, incontinência noturna, cefaleia e prejuízo à memória19,24, que embora raros,

apresentam longa duração no período pós-operatório24. Em

comparação com a cingulotomia anterior, a capsulotomia anterior apresentou eficácia superior13.

A cingulotomia anterior consiste na ablação de fibras que carregam informações do córtex cingulado para o córtex orbitofrontal e o sistema límbico. Há relatos de sua realização desde a década de 1940 por Watts e Freeman; porém, apenas foi descrita entre 1962 e 19661,24,27. Atualmente, é utilizada

principalmente no tratamento de TOC19,24. A técnica apresenta

taxa de complicações relativamente baixa4. No Hospital Geral

de Massachusetts, nos Estados Unidos, foram realizadas mais de 800 cingulotomias por mais de 40 anos, sem nenhum caso de óbito no pós-operatório. Durante o seguimento, apenas dois casos evoluíram com infecção secundária24.

A tractotomia subcaudada foi proposta por Knight12 como um

meio de minimizar as lesões no lobo frontal percebidas em alvos anteriores. É feita a ablação da substância inominada, perto do núcleo caudado, visando desconectar o córtex orbitofrontal de estruturas límbicas subcorticais12,19,24. Esse

alvo tem poucas complicações maiores, podendo ocorrer desorientação transitória no pós-operatório e convulsões a longo prazo10.

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interrupção no circuito de Papez por desconexão fronto-límbica e do corpo caloso. A lesão é realizada inferiormente à cabeça do núcleo caudado e ao giro do cíngulo anterior, envolvendo o quadrante médio inferior do lobo frontal24.

No caso relatado, foram abordados o hipotálamo póstero-medial à esquerda e a porção anterior da cápsula interna bilateralmente. Tais alvos foram escolhidos por análise do quadro do paciente; porém, não há consenso quanto ao melhor alvo a ser abordado.

Inicialmente, foi feita a estimulação do hipotálamo para a sua localização, obtendo-se resposta autonômica condizente com o relato de Sano et al.30, os quais observaram a ocorrência

de aumento da pressão arterial média, taquicardia e midríase após estimulação elétrica hipotalâmica em 51 pacientes com agressividade patológica.

Após o procedimento, o paciente apresentou melhora importante e duradoura do comportamento heteroagressivo, o que também condiz com a literatura estudada. Sano et al.30

descreveram efeito significativo em 95% dos 51 casos, apesar de ter sido necessário realizar reabordagem em dois deles. Para o paciente em questão, não ocorreu alteração do quadro epiléptico e o controle das crises se manteve com tratamento medicamentoso convencional. Tal fato coincide com grande parte dos estudos analisados, nos quais foi observada a manutenção de quadro convulsivo prévio. Na literatura, também foi relatado o surgimento de crises convulsivas após a NPC em pacientes previamente assintomáticos4,10,19,24,30.

O paciente deste relato de caso apresentava compulsão alimentar anteriormente ao procedimento, que permaneceu inalterada após a cirurgia. Após a NPC, ele apresentou ganho de peso de aproximadamente 15 kg em seis meses, o que também coincidiu com sedentarismo decorrente de restrição familiar. De acordo com Sano et al.30, há tendência de ganho de

peso no pós-operatório de NPC.

Não foram encontrados relatos de alterações urinárias em pacientes submetidos à NPC com abordagem de hipotálamo póstero-medial. Isso corrobora o fato de o paciente em questão não ter apresentado alteração no controle esfincteriano. Quanto à abordagem da cápsula interna, foi relatada a possibilidade de enurese24. A incontinência urinária foi relatada em apenas um

caso na literatura consultada, porém o procedimento realizado foi a cingulotomia anterior19.

Em decorrência da grande quantidade de alvos disponíveis, não existe consenso quanto à melhor estrutura a ser abordada. Existem poucos estudos quanto aos efeitos colaterais decorrentes das NPC após o advento da estereotaxia. Nos estudos publicados, não há comparação da efetividade da abordagem nos diferentes alvos e as amostras apresentadas são heterogêneas, o que impossibilita sua comparação. Estudos aprofundados sobre os vários alvos seriam fundamentais para o tratamento de pacientes com agressividade patológica refratária ao tratamento medicamentoso8. Para vários pacientes

nessas condições, as NPC podem significar a última opção que possibilitará seu convívio social, o que resultaria em melhora da sua qualidade de vida e de seus familiares. Dessa maneira, seus direitos de acesso ao melhor tratamento propiciado pelo sistema de saúde e de serem tratados com humanidade e respeito, no interesse exclusivo de beneficiar sua saúde, com o intuito de alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na comunidade, previstos em lei2, estariam sendo

garantidos.

A despeito de sua importância, na atualidade, percebe-se que há tendência de desaparecimento das NPC para o controle da agressividade. O número de profissionais capacitados para tal procedimento é mínimo, poucas instituições possuem estrutura para sua realização e os centros de formação profissional são escassos. Outro fator importante na determinação da existência desta técnica cirúrgica é o preconceito existente sobre ela, de modo que inúmeros profissionais não a indicam a seus pacientes e, quando indicada, pode não ser aceita pela família. Citam-se, ainda, a não transferência dos pacientes a serviços especializados em tal técnica, além do desconhecimento a respeito deste tratamento, o que inviabiliza o encaminhamento dos pacientes e o esclarecimento dos benefícios desta cirurgia como forma terapêutica potencialmente efetiva.

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C

onClusão

As NPC surgiram como tentativa de correção de transtornos neuropsiquiátricos e passaram por grande evolução ao longo do tempo. Atualmente, essa técnica cirúrgica é indicada apenas para pacientes refratários ao tratamento clínico e após o cumprimento do protocolo do CFM. Mostram-se como opção viável e com excelentes resultados em casos cuidadosamente selecionados. Desse modo, reitera-se a necessidade de mais estudos, pesquisas e divulgação deste tipo de cirurgia.

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Ledismar José da Silva

Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-Goiás) Av. Universitária, 1440, Setor Universitário

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