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Manifesto de Repúdio à Nova Política de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas do Ministério da Saúde

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Academic year: 2021

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Manifesto de Repúdio à “Nova”Política de Saúde

Mental, Álcool e Outras Drogas do Ministério da

Saúde

Segue o Manifesto de Repúdio à “Nova”Política de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas do Ministério da Saúde: a Volta aos Porões da Loucura, articulado pela RENILA e seus diversos núcleos. Conta com cerca de 130 assinaturas de significativos apoiadores entre entidades, instituições, associações, sindicatos, federações, conselhos de classe, parlamentares, e outros. Além de necessário compartilhamento, o Manifesto será encaminhado para o governo federal, ministros, deputados/as federais e senadores/as.Resistiremos, sempre!!MANIFESTO DE REPÚDIO À “NOVA” POLÍTICA DE SAÚDE MENTAL, ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE: A VOLTA AOS PORÕES DA LOUCURA.A Luta Antimanicomial, composta por diversos grupos, núcleos, organizações não governamentais, associações de usuários, de familiares, entidades de profissionais da saúde, sindicatos em geral,gestores públicos, pesquisadores, professores, estudantes, apoiadores e simpatizantes,vem a público manifestar repúdio às alterações na Política Nacional de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas, proposta pelo Ministério da Saúde e apresentadas através da Portaria 3.588/2017 e Nota Técnica 11/2019.Há mais de 30 anos lutamos contra os manicômios e sua lógica marcada pelo

sofrimento, segregação, anulação da subjetividade, violência e morte. Tal modelo, observado também em instituições como as comunidades terapêuticas, concebe o sofrimento mental como negatividade e atualiza a perversidade do tratamento moral.A árdua conquista do povo brasileiro em ter aprovado em seu parlamento a Lei Federal 10.216/01, após discussões incessantes junto a diversos segmentos da sociedade civil e 12 anos de tramitação, não pode ser usada para

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nos segmentos representativos de tal política. Trata-se de uma falácia a afirmação de que as mudanças foram construídas após ampla discussão, já que os principais atores que constroem e sustentam a saúde mental no país, profissionais das mais diversas categorias, movimentos sociais, usuários, familiares e conselhos, não participaram do processo e hoje manifestam-se publicamente contrários às mesmas.Quando se propôs a legislação que, de forma responsável e gradativa,substituiria os hospitais psiquiátricos, levou-se em consideração as vidas humanas esquecidas e ceifadas nestes depósitos sinistros, cujo objetivo principal era o enriquecimento de seus proprietários. A nova forma proposta, na época, de cuidado e tratamento para pessoas com transtornos ou sofrimentos mentais sempre caminhou lado a lado com a construção do Sistema Único de Saúde e encontrou ressonância nas reformas que vinham ocorrendo no mundo,

inclusive na Itália, país que serviu de modelo para a Reforma Psiquiátrica Brasileira. Trata-se de serviços substitutivos ao hospital psiquiátrico, sim:porque sabemos e provamos que, com

investimento financeiro suficiente, compromisso com os princípios antimanicomiais e a adequada gestão da saúde pública é possível garantir às pessoas um cuidado de qualidade, verdadeiro, com autonomia e possibilidades de escolhas e liberdade, princípios inimagináveis num hospital psiquiátrico. São muitas as formas de monitoramento de dados positivos dessa política, mas, sem dúvida, a maior prova do sucesso são as mudanças comprovadamente observadas na vida de cada usuário e cada familiar que pode contar com uma rede que ousa acompanhar, acolher, estar junto na cidade, sem grades, muros ou barreiras para segregar e excluir a diversidade.A

regulamentação que coloca limites e critérios às internações e o processo de

desinstitucionalização de milhares de pessoas internadas anos a fio, foram e têm sido motivo de orgulho para todos os brasileiros que encontraram nessa política pública, que integra o Sistema Único de Saúde, uma mudança na qualidade de suas vidas, a busca de um sentido e de uma autonomia possível para todos os usuários dos serviços públicos e privados.É inconcebível que o

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Ministério da Saúde, integrante da Organização Mundial da Saúde, não entenda que apenas serviços substitutivos ao manicômio possam compor uma Rede que se intitula de Atenção

Psicossocial.É inconcebível que o Ministério da Saúde não se atente ao fato deque comunidades terapêuticas são instituições religiosas e não serviços de saúde, que são pautadas por lógicas opostas ao campo dos direitos humanos. As graves condutas e violações de tais instituições foram amplamente divulgadas em relatórios de vistorias dos mais diversos órgãos, tais como Ministério Público Federal, Ministério Público do Trabalho, conselhos de classe e secretarias de saúde.Outras duas atrocidades comemoradas pela Nota Técnica são o incentivo à prática de eletroconvulsoterapia, uma prática controversa, pra dizer o mínimo, e absolutamente invasiva, e a internação de crianças e adolescentes, que precisam e têm o direito de serem especialmente tratados em liberdade, com dignidade e proteção, junto aos familiares e em convivência na sociedade. Os hospitais psiquiátricos e suas práticas foram, são e sempre serão locais de relações e tratamentos autoritários entre profissionais e usuários. Mesmo o mais “humanizado” hospital psiquiátrico carrega em si a potência adoecedora, estigmatizante e violenta, que se sobrepõe a qualquer boa intenção dos profissionais que ali se encontram, devendo, portanto, enquanto existir,ter como único propósito ser definitivamente superado.O papel e a função dos governos federal, estaduais e municipais são a ampliação e consolidação da Rede de Atenção Psicossocial originalmente idealizada, de forma planejada, por meio da criação de Centros de Atenção Psicossocial em suas diversas modalidades, de Serviços Residenciais Terapêuticos, Leitos psiquiátricos em hospitais gerais, Unidades de Acolhimento adulto e infanto-juvenil, Centros de Convivências, Consultórios na Rua, e construção de políticas públicas que visem a real inserção social dos usuários na sociedade. É uma transformação árdua, complexa e que requer compromisso e responsabilidade.O Ministério da Saúde, ao invés de avançar, recua para uma política com a lógica dos anos 70/80:prioriza hospitais psiquiátricos,opta por investir os

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recursos financeiros em dispositivos violadores de direitos,expande o credenciamento das comunidades terapêuticas, recria serviços obsoletos e iatrogênicos, como os ambulatórios especializados em saúde mental e ignora a redução de danos.A Luta Antimanicomial sustenta firmemente seu ideário e defende radicalmente a Reforma Psiquiátrica Brasileira e o Sistema Único de Saúde. Não aceitará retrocessos e não recuará na garantia e efetivação dos direitos de cidadania e das condições para a expressão e inscrição no tecido social da subjetividade das pessoas em sofrimento mental e em uso abusivo de álcool e outras drogas.

Resistiremos, sempre!

#Porumasociedadesemmanicômios

#Nenhumpassoatrásmanicômionuncamais.ASSINAM O MANIFESTO:Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial- RENILAAssociação Brasileira da Rede UnidaAssociação Brasileira de Redução de Danos - ABORDAAssociação Brasileira de Enfermagem - ABENAssociação

Brasileira de Terapeutas Ocupacionais – ABRATOAssociação Brasileira de Nutrição – ASBRAN Associação Brasileira de Ensino em Fisioterapia – ABENFISIOAssociação Brasileira para Ação por Direitos das Pessoas com Autismo - ABRAÇAAssociação de Usuários, Familiares e Amigos da Luta Antimanicomial – ASSUMPI – Palmeira dos Índios/ALAssociação de Usuários dos Serviços de Saúde Mental de MG-ASUSSAM/MGAssociação de Usuários e Familiares dos Serviços de Saúde Mental de Alagoas/ALAssociação de Terapeutas Ocupacionais do Estado de São Paulo - ATOESPAssociação de Trabalho e Produção Solidária – Suricato/MGAssociação de Redução de Danos do AcreAssociação de Pós-Graduando da Fiocruz PernambucoAssociação de Fisioterapeutas do Brasil – AFBAssociação Águia Morena de Redução de Danos/MSAssociação Loucos Por Você Ipatinga-MGAssociação Metamorfose Ambulante – AMEA/BAAssociação dos Psicólogos do Alto Paraopeba/MGAssociação Nacional dos Centros de Defesa da Criança e Adolescente - ANCEDArticulação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular e

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Saúde – ANEPSCampo da Juventude Pajeú/PACentro Estadual de Defesa dos Direitos Humanos da população em Situação de Rua e Catadores de Materiais Recicláveis de MGCentro Popular de Cultura e Econocidadania – CENAPOP/CEClínica de Direitos Humanos da UFMGConsulta

PopularColegiado Regional de Saúde Mental de Barbacena/MGColegiado Regional de Saúde Mental de Muriaé/MGColegiado Regional de Saúde Mental da Regional de Pirapora/MG

Colegiado Regional de Saúde Mental de Sete Lagoas/MGColegiado Regional de Saúde Mental de Ubá/MGConselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional – COFFITOConselho Federal de Nutricionistas – CFNConselho Federal de Psicologia - CFPConselho Federal de Serviço Social – CFESSColetivo Pernambucano de Residentes em SaúdeColetivo de Usuários de Betim/MG Coletivo Baiano da Luta AntimanicomialColetivo Antiproibicionista de PernambucoColetivo Feirense da Luta Antimanicomial/BACentro de Pesquisa, Intervenção e Avaliação em Álcool e Outras Drogas de Juiz de Fora/UFJF/MGConselho Estadual de Saúde de Minas GeraisConselho Estadual de Saúde do CearáConfederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social – CNTSSConfederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde - CNTSConselho Regional de Farmácia da BahiaConselho Regional de Psicologia do Ceará – CRP/CEConselho Regional de Psicologia de Minas Gerais – CRP/MGConselho Regional de Psicologia de Pernambuco – CRP/PEConselho Regional de Psicologia 10º Região – PA/APConselho Regional de Serviço Social de Minas Gerais – CRESS/MGConselho Regional de Serviço Social de Pernambuco – CRESS/PEConselho Regional de Serviço Social do Ceará – CRESS/CEConselho Regional de Serviço Social – CRESS/BAConselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 1ª Região PE/PB/RN/ALConselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 7ª Região -BA/SEComissão Estadual de Reforma Psiquiátrica de Minas GeraisComissão Municipal de Reforma Psiquiátrica de Belo Horizonte/MGComissão Intersetorial de Saúde Mental do Conselho Municipal de Saúde de Fortaleza/CEComissão Intersetorial de Saúde Mental do Conselho

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Estadual de Saúde/CEComissão de Direitos Humanos da OAB/CEDeputada Estadual Andreia de Jesus-PSOL/MGDeputada Estadual Beatriz Cerqueira –PT/MGDeputado Estadual Dr.Jean Freire – PT/MGDeputado Estadual Rogério Roseno - PSOL/CEDeputado Distrital Fábio Félix –

PSOL/DFDeputada Federal Érika Kokay – PT/DFDeputada Federal Margarida Salomão – PT/MG Deputado Federal Rogério Correia – PT/MGDeputada Federal Áurea Carolina – PSOL/MG

Deputada Federal Alice Portugal – PCdoB/BADeputado Federal Daniel Almeida – PcdoB/BA Deputada Federal Luizianne Lins – PT/CEDespatologiza – Movimento pela Despatologização da VidaFederação Latino-Americana de Análise BioenergéticaFederação Nacional dos Assistentes Sociais - FENASFederação Nacional dos Farmacêuticos – FENAFARFederação Nacional dos Psicólogos – FENAPSIFederação Nacional dos Enfermeiros - FNEFederação Nacional dos Médicos Veterinários – FENAMEVFederação de Sindicatos de Trabalhadores em Educação das Universidades Brasileiras – FASUBRAFórum Intersetorial RAPS Antimanicomial de

Barbacena/MGFórum Cearense da Luta AntimanicomialFórum Cearense LGBTFórum Gaúcho de Saúde MentalFórum Mineiro de Saúde MentalFórum Norte de Redução de Danos/PA-AP-RO-RR-AC-TO-AMFórum de Redução de Danos do ParáFrente Mineira Drogas e Direitos Humanos Frente Nacional Contra a Privatização da SaúdeFrente Pernambucana Contra a Privatização da SaúdeFrente RAPS/BAFrente Estadual de Luta Antimanicomial do Estado de São Paulo– FEASP Frente Paraense sobre DrogasGrupo de Trabalho Psicologia, Sexualidade e Identidades de Gênero da Subsede Sertão/ Recôncavo/BAGrupo de Trabalho em Saúde Mental do Conselho Regional de Enfermagem/CEGrupo de Pesquisas e Intervenções sobre Violência, Exclusão Social e Subjetivação – VIESES/CEGrupo de Estudos e Pesquisa: História, Loucura e Saúde Mental – UFC/CEInstituto de Direitos Humanos – IDH/MGInstituto Félix Guattari/MGInstituto Papai/PEInstituto Sílvia Lane/SPInstituto Negra do CearáInstituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania/MGLaboratório de Estudos sobre Trabalho, Cárcere e Direitos

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Humanos/UFMGLevante Popular da JuventudeLibertas Clínica Escola/PEMarcha da Maconha do Recife/PEMarcha Mundial de MulheresMovimento Brasileiro de Redução de DanosMovimento Nacional da População em Situação de Rua - MNPRMovimento Pró-Saúde Mental do DF Senador Humberto Costa - PT/PENúcleo Estadual de Luta Antimanicomial Libertando Subjetividades/PENúcleo Antimanicomial do ParáNúcleo de Estudos Pela Superação dos

Manicômios – NESM/BANúcleo dos Assistentes Sociais de Conselheiro Lafaiete – NASLAF/MG Núcleo dos Assistentes Sociais de Congonhas e Região – NASCON/MGNúcleo Feminista de Pesquisa em Gênero e Masculinidades (GEMA) da UFPENúcleo de Mobilização Antimanicomial do SertãoObservatório de Políticas e Cuidado em Saúde do Sertão/UNIVASF/PEPSOL –

Belém/PAPSOL - ParáPSOL - CearáRede Nacional de Médicas e Médicos PopularesRede Nacional de Advogadas e Advogados Populares - RENAP/CEResistência e Luta Corrente

Sindical e Popular/PASetor de Saúde do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Estadual do Pará – SINDUEPA/PASindicato dos Trabalhadores da Saúde da BahiaSindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de MG – SINDSAÚDE/MGSindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará – SINTEPP/PA Sindicato dos Trabalhadores Técnicos Administrativos dos Institutos Federais de Ensino superior do Pará – SINDITIFES/PASindicato das Psicólogas e Psicólogos de MG – PSINDMGVereadora Cida Falabella – PSOL-Belo Horizonte/MGVereadora Bela Gonçalves – PSOL-Belo Horizonte/MG Vereador Arnaldo Godoy – PT-Belo Horizonte/MGVereador Pedro Patrus – PT-Belo

Horizonte/MGVereadora Aladilce Souza – PCdoB-Salvador/BAVereador Fernando Carneiro – PSOL-Belém/PAVereadora Larissa Gaspar – PPL-Fortaleza/CEVereador Antônio Ronildo da Silva Maia – PT-Fortaleza/CE

CONSELHO REGIONAL DE SERVIÇO SOCIAL DE MINAS GERAIS – CRESS 6ª Região www.cress-mg.org.br | www.facebook.com/cressmg | cress@cress-mg.org.br | 31 . 3226-2083 (sede)

Referências

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