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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA BAHIA TURMAS RECURSAIS CÍVEIS E CRIMINAIS QUARTA TURMA - CÍVEL E CRIMINAL. PROCESSO Nº / Cível

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA BAHIA

TURMAS RECURSAIS CÍVEIS E CRIMINAIS

QUARTA TURMA - CÍVEL E CRIMINAL

PROCESSO Nº 155685-1/2007 - Cível

RECORRENTE: COMPANHIA DE SEGUROS ALIANÇA DA BAHIA

ADVOGADO(A) : DR.(a) WADIH HABIB BOMFIM

RECORRIDO: ALDILUCIA TELES MARQUES DE LIMA BRAGA

ADVOGADO (A): DR.(A) GUIOMAR CRISTINA SIFUENTES PEREIRA

RELATOR (A): JUIZ(A) ELOISA MATTA DA SILVEIRA LOPES

EMENTA: RECURSO. DPVAT. INDENIZAÇÃO EM DECORRÊNCIA DE ACIDENTE DE VEÍCULO COM EVENTO MORTE. RECIBO DE QUITAÇÃO PASSADO DE FORMA GERAL, MAS RELATIVO À OBTENÇÃO DE PARTE DO PRÊMIO, NÃO IMPORTA EM EXTINÇÃO DA OBRIGAÇÃO. VALIDADE DA FIXAÇÃO DO VALOR DA INDENIZAÇÃO EM

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QUANTITATIVO DE SALÁRIOS MÍNIMOS. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA.

IMPROVIMENTO DO RECURSO.

ACÓRDÃO

Realizado Julgamento do Recurso do processo acima epigrafado. A QUARTA TURMA, composta dos Juízes de Direito, ELOISA MATTA DA SILVEIRA LOPES, MARTHA CAVALCANTI SILVA DE OLIVEIRA, MARY ANGELICA SANTOS COELHO, decidiu, à unanimidade de votos, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, para manter integralmente a decisão atacada pelos seus próprios e jurídicos fundamentos.

Condeno a Recorrente ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 15% sobre o valor da condenação.

Salvador, Sala das Sessões, em 12 de junho de 2008.

JUIZ(A) ELOISA MATTA DA SILVEIRA LOPES

Presidente / Relator(a)

4ª TURMA RECURSAL

Recurso nº 155685-1/2007-1

Recorrente : Companhia de Seguros Aliança da Bahia

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Recorrido : Aldilúcia Teles Marques de Lima Braga

Relatora : Eloísa Matta da Silveira Lopes

EMENTA

RECURSO. DPVAT. INDENIZAÇÃO EM DECORRÊNCIA DE ACIDENTE DE VEÍCULO COM EVENTO MORTE. RECIBO DE QUITAÇÃO PASSADO DE FORMA GERAL, MAS RELATIVO À OBTENÇÃO DE PARTE DO PRÊMIO, NÃO IMPORTA EM EXTINÇÃO DA OBRIGAÇÃO.

VALIDADE DA FIXAÇÃO DO VALOR DA INDENIZAÇÃO EM QUANTITATIVO DE SALÁRIOS MÍNIMOS. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA. IMPROVIMENTO DO RECURSO.

RELATÓRIO

A Companhia de Seguros Aliança da Bahia, inconformada com a sentença de fls.35/38, que julgou procedente o pedido para condená-la ao pagamento da importância de R$2.154,60 à Autora/Recorrida, a título de complementação da indenização do seguro DPVAT pela morte de

Clodoaldo Souza Braga, interpôs RECURSO

INOMINADO ,

pretendendo reformar a decisão para que seja julgado improcedente o pedido, em face da quitação outorgada pelo procurador constituído à época da liquidação do sinistro e pela impossibilidade de se vincular a indenização ao salário mínimo.

O recurso foi recebido no efeito devolutivo.

A Recorrida apresentou contra-razões, às fls.53/60, pugnando pela manutenção da sentença.

Os autos foram distribuídos à 4ª Turma Recursal, cabendo-me a função de Relatora.

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VOTO

Recurso tempestivo e preparado.

Presentes os pressupostos de admissibilidade do recurso, dele conheço.

Os autos versam sobre pedido de pagamento do valor remanescente da indenização de seguro de responsabilidade civil obrigatório dos proprietários de veículos automotores de vias

terrestres – DPVAT, já parcialmente recebido, a que teria direito a Autora em razão do

falecimento de seu esposo, causado por acidente de trânsito, nos termos da Lei nº 6.194/74.

Nos termos do artigo 3º, letra “a”, da referida Lei nº 6.194/74, que criou o seguro de

responsabilidade civil obrigatório dos proprietários de veículos automotores de vias terrestres – DPVAT, ocorrendo o evento morte ou invalidez permanente, a indenização deve compreender o equivalente a quarenta vezes o valor do maior salário mínimo vigente no País,

considerando-se o salário mínimo nacional aferível na data do pagamento.

Assim, caso não tenha sido paga a indenização no “quantum” determinado na norma legal, cabe à Recorrida receber a diferença pleiteada.

O fato de a Recorrida haver recebido parte do pagamento da indenização do seguro na esfera administrativa, assinando recibo pelo qual teria dado plena, geral e irrevogável quitação à Recorrente, não impede que ela pleiteie em Juízo eventual diferença que possa ainda lhe ser devida, pois tal recibo não exime a seguradora do pagamento de valor remanescente, uma vez que o recibo de quitação passado de forma geral, mas relativo à obtenção de parte do direito legalmente assegurado, não traduz renuncia a este direito e, muito menos, extinção da obrigação.

Nesse sentido é o entendimento dos ilustres doutrinadores acerca do alcance da quitação: "A prova do pagamento é a quitação. Consiste em um escrito no qual o credor, reconhecendo ter

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faz prova da liberação . Constitui, em todos os casos, demonstração de que o devedor cumpriu a obrigação, mas não é em todos os casos que traduz o reconhecimento, a parte

creditoris

, de que a prestação recebida seja efetivamente o cumprimento devido

. Embora normalmente o seja, poderá acontecer que as circunstâncias autorizem a reabertura do débito, quando a liberação dependa de uma verificação da

res debita

que, feita posteriormente ao recebido, demonstra não ter sido entregue" (Caio Mário da Silva Pereira, in "Instituições de Direito Civil", vol. II/168, 5ª ed., Ed. Forense).

Assim, tem também se manifestado a jurisprudência majoritária dos Tribunais:

"CIVIL – SEGURO OBRIGATÓRIO (DPVAT) – VALOR QUANTIFICADO EM SALÁRIOS MÍNIMOS – INDENIZAÇÃO LEGAL – CRITÉRIO – VALIDADE – LEI Nº 6.194/74 – RECIBO – QUITAÇÃO – SALDO REMANESCENTE – I. O valor de cobertura do seguro obrigatório de responsabilidade civil de veículo automotor (DPVAT) é de quarenta salários mínimos, assim fixado consoante critério legal específico, não se confundindo com índice de reajuste e, destarte, não havendo incompatibilidade entre a norma especial da Lei nº 6.194/74 e aquelas que vedam o uso do salário mínimo como parâmetro de correção monetária. Precedente da 2ª Seção do STJ (RESP nº 146.186/RJ, Rel. P/ Acórdão Min. Aldir Passarinho Junior, por maioria, julgado em 12.12.2001). II. O recibo dado pelo beneficiário do seguro em relação à

indenização paga a menor não o inibe de reivindicar, em juízo, a diferença em relação ao montante que lhe cabe de conformidade com a Lei que rege a espécie

. III. Recurso Especial conhecido e provido. (STJ – RESP 296675 - SP - 4ª T. - Rel. Min. ALDIR PASSARINHO Junior – DJU 23.09.2002)"

Também não há que se falar em ato jurídico perfeito em relação ao recibo correspondente ao pagamento da indenização administrativamente recebida pela Recorrida, por não estarem presentes os seus requisitos.

Ademais, a Apelada não teve oportunidade de discutir o conteúdo do documento que assinava, sendo, portanto obrigada a apenas aderir ao que lhe foi imposto pela Seguradora, de forma que a disposição de quitação plena ali constante, e’ nula de pleno direito a luz da legislação consumerista em vigor.

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Qualquer norma que cuide de alguma forma de interesse do consumidor deve ser compatível com os princípios e normas do CDC, pois em caso contrário forma-se o conflito, devendo prevalecer, na relação de consumo, a lei especial, ou seja, o CDC.

Quanto à alegada impossibilidade de se vincular a indenização ao salário mínimo, não merece acolhimento, pois a jurisprudência atualizada das Cortes de Justiça do país considera que: “o salário mínimo é o parâmetro legalmente estabelecido para o tarifamento das indenizações derivadas do seguro obrigatório (artigo 3° da Lei n. 6.194/74) e sua utilização com esse desiderato não importa em lhe conferir a natureza de indexador, do que não emerge qualquer ofensa ao texto constitucional (CF, artigo 7°, IV), pois sua utiliz ação destina-se simplesmente a assegurar a identidade dos importes mensurados no tempo, não implicando em sua

utilização como fator de atualização monetária.” (APC no Juizado Especial 20040110382428, Relator Juiz Teófilo Rodrigues Caetano Neto, publicado no DJU de 21/02/2005).

Sobre o tema, o aresto do C. Superior Tribunal de Justiça:

“CIVIL – SEGURO OBRIGATÓRIO (DPVAT) – VALOR QUANTIFICADO EM SALÁRIOS MÍNIMOS – INDENIZAÇÃO LEGAL – CRITÉRIO – VALIDADE – LEI N.6.194/74, I - O valor de cobertura do seguro obrigatório de responsabilidade civil de veículo automotor (DPVAT) é de quarenta salários mínimos, assim fixado consoante critério legal específico, não se confundindo com índice de reajuste, destarte, não havendo incompatibilidade entre a norma especial da Lei n.6194/74 e aquelas que vedam o uso do salário mínimo como parâmetro de correção

monetária.

II- Recurso especial não conhecido” (REsp 153209/RS, Rel. Min.Carlos Alberto Menezes Direito).

Portanto, é legitima a condenação da indenização do seguro DPVAT, estabelecida em

salário-mínimo, por ser decorrente de atos ilícitos, pois a Lei n. 6.194/74 não foi atingida pelo advento das Leis 6.205/74 e 6.423/74. (Nesse sentido: STJ-REsp). 152866-SP-4. T., Rel. Min.

Ruy Rosado de Aguiar-DJU 29.06.1998-p. 200; TACRJ-AC 3888/96-4. C. - Rel. Juiz Paulo Gustavo Rebello Horta-j. 23.05.1996(Rec. 72/03-São João da Boa Vista-SP. Colégio Recursal de São João da Boa Vista-SP, j.24.11.2003, v.u., rel. Juiz Julio Cezar Ballerini Silva).

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1700410244 – DPVAT – INVALIDEZ PERMANENTE – SEGURADORA DEMANDADA

DIVERSA DA QUE LIQUIDOU O SINISTRO – ILEGITIMIDADE PASSIVA – CERCEAMENTO DE DEFESA – GRADUAÇÃO DA INVALIDEZ – QUITAÇÃO – VINCULAÇÃO AO SALÁRIO MÍNIMO – I. O consórcio obrigatório do seguro DPVAT institui solidariedade entre as seguradoras participantes, de modo que, independentemente de qual delas tenha liquidado originariamente o sinistro, qualquer uma poderá ser demandada pela

respectiva complementação de indenização, incorrendo ilegitimidade passiva por esse motivo. II. Não ocorre cerceamento de defesa pela dispensa de diligências se há nos autos prova documental suficiente para o deslinde do feito, justamente no sentido da tese da parte que argúi a nulidade. III. Descabe cogitar acerca de graduação da invalidez permanente, uma vez que essa distinção não é feita pela Lei nº 6.194/74, que regula a matéria. Havendo a invalidez, não importando se em grau máximo ou mínimo, devida é a indenização. IV. Legitimidade da vinculação do valor da indenização do seguro DPVAT ao valor do salário mínimo. Inaplicabilidade de Resolução do cnsp quando contrária à Lei. V. Apurado o valor do pedido na data do pagamento parcial em sede administrativa, a partir daí incide a correção monetária, como forma de recomposição adequada do valor da moeda. Recurso desprovido. Unânime. (TJRS – Proc. 71000823856 – 1ª T.R.Cív.

– Rel. Des. João Pedro Cavalli Junior – J. 10.11.2005)

"CIVIL – AÇÃO DE INDENIZAÇÃO – SEGURO OBRIGATÓRIO DE RESPONSABILIDADE CIVIL – ESTIPULAÇÃO DA COBERTURA EM QUANTITATIVO DE SALÁRIOS MÍNIMOS – ADMISSIBILIDADE – I - Pacificou-se a jurisprudência das Turmas de Direito Privado do STJ, a partir do julgamento do ERESP nº 12.145/SP, Rel. Min. Cláudio Santos, DJU de 29.06.1992, no sentido da validade da fixação do valor da indenização em quantitativo de salários mínimos, o que não se confunde com a sua utilização como fator de reajuste vedado pela Lei nº 6.205/75. II. Recurso Especial não conhecido. (STJ – RESP 245813 - SP - 4ª T. - Rel. Min. ALDIR PASSARINHO Júnior – DJU 11.06.2001 - P. 00227)".

Os documentos de fls.08 e 09 comprovam o falecimento do esposo da Recorrida em 01 de outubro de 2003, decorrente de acidente automobilístico. Assim, ao reconhecer a sentença que a Recorrente deve pagar à Recorrida o valor de R$2.154,60, nada mais fez do que aplicar a lei.

Nesses termos, a sentença recorrida é incensurável e, por isso, merece confirmação in totum, servindo de acórdão a súmula do julgamento, conforme determinação expressa do art. 46, da Lei n.º 9.099, segunda parte,

in verbis :

“O julgamento em segunda instância constará apenas da ata, com a indicação suficiente do processo, fundamentação sucinta e parte dispositiva. Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a súmula do julgamento servirá de acórdão.”

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Com essas razões, voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, para manter integralmente a decisão atacada pelos seus próprios e jurídicos fundamentos.

Condeno a Recorrente ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 15% sobre o valor da condenação.

P.R.I.

Salvador, 05 de junho de 2008.

Eloísa Matta da Silveira Lopes

Juíza Relatora

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