LIGA ÇõE S FERROVIÁ RI AS P A R A BR AS íLI A
f:: possível que o funcionamento efetivo da nova Capital da República traga o acelerament'J desejado das obras necessárias à ligação, por estrada
de ferro, de Brasília com as rêdes do Leste e Centro-Sul do país e, por in- termédio destas. com as do Oeste. Extremo-Sul e Nordeste. Até agora, porém, mesmo sem contar com o trecho em bitola de 1.60 m, superior a 400 Km, previsto entre Colômbia (SP) e Pires do Rio (GO), dos 634 Km de construção imediatamente programada, pouco mais da metade se acha com a terraplenagem e as obras de arte correntes concluídas. estando ain- da em início quase tôdas as obras de arte especiais de maior porte (tú-
neiS, pontes e viadutos), assim como a própria dormentação e assenta- mento dos trilhos.
Dêsses 634 Km dos trE;chos a que foi concedida maior priO!'idade, 86 Km são comuns às diversas liga-
ções ferroviárias para Brasília (tre- cho Brasília-Surubi), 161 Km per- tencem ao trecho Surubi-Pires do Rio (EF Goiás), e os restantes 387 Km ao trecho Surubi-Pirapora (pro-
longamento da EF Central do Bra- sil). Constroem-nos o Departamento Nacional de Estradas de Ferro e a NOVACAP, esta na área do novO Distrito Federal.
Adotando-se u'a média, aliás mo- desta. aos preços de 1960, de Cr$ 10 milhões por km ferroviário implan-
tado (inclusive trilho, aparelhagem inicial de sinalização, estações, edi- fícios diversos e casas do pessoal), vê-se que só a implantação dos 634 km novos ascenderá a mais de Cr$ 6 bilhões.
Além de tais obras, estão previstos o alargamento de bitola (de 1,00 m para 1,60 m) do trecho Belo Hori-
zonte-Pira~ora (EF Central tio Bra-
86 CONJUNTURA ECONOMICA
sil) e a construção, também inteira- mente nova, do trecho Colômbia- Pires do Rio (prolongamento da Cia.
Paulista de Estradas de Ferro).
Considerando tôdas essas cons- truções novas. melhoramentos de traçado e obras de alargamento de bitola, e o entrosamento viário com-
plementar, não será exagêro admitir c·omo de Cr$ 15 bilhões o custo mí- nimo provável de conclusão das li-
gações ferroviárias para Brasília vindas do Leste e Centro-Sul dos quais cêrca de Cr$ 10 bilhões a se-
rem despendidos em VI etapa (en- trosamento com as EF Central do Brasil e Goiás).
DNEF: ESTRUTURA ANACRô- NICA E FALTA DE RECURSOS
A razão fundamental dêsse estado de coisas parece residir na escassez pronunciada de recursos suficientes para a conclusão das ligações fer- roviárias para Brasília e na estru- tura pouco flexível do próprio De- partamento Nacional de Estradas de Ferro (DNEF), sujeito às naturais delongas impostas por um Código de Contabilidade Pública quase semi- secular.
Ao contrário, a ação eficiente do órgão homólogo no setor rodoviário,
o DNER (DeptO Nacional de Estra-
das de Rodagem) , com estrutura au-tárquica e ponderáveis recursos, veio permitir que, em seu advento, Brasília já disponha de ligações ro- doviárias com as principais regiões
do país. Cêrca de Cr$ 10 bilhões foram despendidos nesse setor. dos quais perto de 60("é a cargo do DNER, e o retante pela Rodobrás
da SPVEA (Sup erintendênc ia d o
Plano de Valorização Econômica da Amazônia, Rodovia Belém-Bra-
sília) , e pelo DNOCS (Departamen-
to Nacional de Obras Contra asSêcas, Rodovia Fortaleza-Brasília).
Parece, portanto, muito mais apro- priado à eficiência mesma dos tra- balhos ferroviários, que as obras.
sejam entregues à Rêde Ferrov:ária Federal
SI
A, ao invés de continua- rem sob a jurisdição do DNEF, quemelhor atuaria como órgão super- visor da política ferroviária brasi- leira. abstendo-!:e de quai squ~r ações no âmbito da execução propriamente dita dos serviços e obras. A RFF?
pela sua flexibilidade como socie- dade de economia mista e "holding"
de um sistema onde se entrosam as EF Goiás e Central do Brasil, melhor coordenaria, inclusive, tais obras de construção nova com as de melho- ramentos e alargamento de bitola em
seus respectivos traçados, de inte- resse à ligação com Brasília.
A LIGAÇÃO PELA E . F . CENTRAL DO BRASIL
Inicialmente destinada a atingir Belém do Pará, conforme as idéias ferroviárias prevJ.lecentes no início do século, a Central do Brasil de-
teve-se, durante decênios, em Pira- pora, logo após transpor o rio São
JUNHO 1960 37
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FERROVIA:
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Ribelroo
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Francisco, vinda de Belo Horizonte em bitola de 1 ITI.
Com o surgimento da nova Ca- pital da República, reorientou-se o traçado básico da EFCB visando Brasília, para o que duas providên- cias, ora em curso, se impunham:
a) alargamento da bitola (de 1,00 m para 1,60 ro) entre Belo Horizonte e Piraporaj e
b) prosseguimento das obras, já
em condições de ferrovia de bi-
Preto
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~LIGAÇÕES FERROVIÁRIAS PARA
B R ASILIA -
ESQUEMA GRAF1CO •
tola larga (1,60 m), de Pira- para até Brasília, entroncando- se pouco antes dêste ponto, com as linhas da EF Goiás, em Surubi.
Aludida reorientação modilicou o próprio traçado do Tronco Principal Central (TPC) , cujo destino. pro·
vindo do Rio de J aneiro e passando por Belo Horizonte, era, sucessiva·
mente, Pirapora. Formosa e Peixe
88 CONJ UNTURA ECONÔMICA
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e, agora
Jé Pirapora-Paredão-Surub
i- Brasília (387 km).Dêsse segmento (Pirapora- Pare- dão
-Surubi-Brasília)
,estão atacados 185 km, ascendendo os gastos até o presente, a cêrca de CrS 200 milhões, além das in}::ortâncias despendidas com o alargamento em curso de bi-
tola entre Belo Horizonte e Pirapo- ra, alargamento êste a cargo da RFF.
Para1960
, a dotação federal,para o trecho Pirapora-Brasília, é de
CrS300
milhões.As obras incluem a abertura da plataforma para bitola de 1,60 m
,mas assentamento de trilhos, inicial- mente, em bitola de 1, 00 m, para dar, tão logo que possível
,tráfego até a nova Capital.
A LIGAÇÃO PELA E
.F. GOlAS J
áa EF GOiás teve apenas modi
-ficada parcialmente sua diretriz bá-
sicacom o advento de Brasília (e
odo trecho P
:res do Rio-Surubi-Bra
sí- lia), Assim
éque o seu tronco prin- cipal se bifurcava, em Leopoldo de Bulhões, indo para Anápolis e For-
mosa (L-20) e a Goiânia e AraJuaia
-na (Tronco Principal Oeste, TPO)
,êste em segmento final da linha fer- roviária Rio de Janeiro
-Barra do Pi- raí - Barra Mansa-Lavras-Iguatama- Giandira-Leopoldo de Bulhões-Goiâ- nia
-Araguaiana, Atualmente, persis-te o traçado do TPO
,porém a liga- ção L-20 não mais será entre Aná- polis e Formosa, mas sim entre Aná-
polis e Brasília
,J UNHO 1960 89
o
trecho Surubi-Pires do Rio, de 161 km, está totalmente atacado, tendo sido concluídas a terraplena-gem e as obras de arte correntes em mais de 50 km, além da perfuração, em curso, dos três túneis da via e o início da com;trução de três gran- des pontes (sôh!'e os rios Piracanju-
ba, Corumbá E" São Bartolomeu) , as-
I
cendendo os investimentos, até ago- ra feitos. à casa do meio bilhão de
cruzeiros, prevendo-se, também, aí condições técnicas de bitola mista
~ ,OO e 1,60 m). Para 1960, o Orça- mento da União apresenta a dotação de Cr$ 3:J0 milhões, a cargo do DNEF, p"ra êsses trabalhos de liga- ção pela EF Goiás com Brasília.
TRECHO COMUM BRASlLIA- SURUBI
Os 86 km do trecho ferroviário Brasilia·Surubi serão comuns às EF
Central do Brasil, Goiás
e
prolonga- mento da Cia. Paulista de Estradas de Ferro (Colômbia-Pires do Rio), e irão integrar o novo Tronco Prin- cipal Sul (TPS), a nascer doravante em Brasília, indc até Pôrto Alegre.Nesse trecho, forarr. despendidos mais meio bilhão de cruzeiros, es- tando concluídas tôda a terraplena- gem, as obras de arte correntes, uma das 4 obras de arte especiais (viadu-
tos), faltando terminar as três res- tantes, as estações, edifícios diversos e casas do pessoal, bem como o as- sentamento dos trilhos e a sinaliza·
ção.
Serviço. r6pldol ...
radlocomunlcaçõe.
Internacionais
(37
ligações
di ...com o Exferior)
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Av. Rio Branco, 48 A v. Rio Branco, 243 Td .: 52-6000
Av. Atlântica, 1602-A
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Rua 7 de Abril, 338
Rua da Quitanda, I
~Rua Sen. Queirós, 461
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9~90 CONJUNTURA ECONOM1CA
Dado o andamento do conjunto dessas obras, é provável que a EF
Goiás seja a primeira a atingir a no- va Capital, bast dndo para isso um investimento complementar df' Cr$1,5 bilhão, dos quais Cr$ 350 milhões já estão dotados para o ano correntp., não sendo, assim, de admitir que, antes do princípio de 1962, possam
chegar a Brasília os primeiros
tren~vindos do Centro-Sul.
Até lá. a EF Goiás deverá conti- 11U3r prestando os seus serviços à Brasília pelo trecho Pires do Rio- Anápolis e, daí em diante, prosse-
guirão os passageiros, as ta:Jagens e a carga pela estrada de rodagem pa-
vimentada Anápolis-Brasília.
,Aliás, no ano findo, a EF Goiás
dobrou, pràticamente, sua eficiência operacional, realizando um trans- porte de 115 milhões de t-km de car- ga remunerada, contra 53 milhões det-km em 1958 e 47 milhões de t-km
em ISS?
Mais remota. entretanto, é a pos- sibilidade de entrosamento da Cia . Paulista de Estradas de Ferro com
a rêde ferroviária para Brasília. É que numerosas dificuldades, inclusi-ve de ordem regionalista, têm sido opostas ao objetivo de penetração das linhas da CPEF em território do
Triângulo Mineiro, impedindo a construção de uma nova ponte rodo- ferroviária entre Colômbia (SP) e Pérta Cemitério (MG), ao invés de
uma, como a atual, sõmente rodo-
•• •
VIana.
Todavia é possível que, tomando
a seu cargo êsse trecho (Pires do Rio-Colômbia), como parte do TPS, o DNEF ou a RFF cheguem afinal a concretizar a ligação ferroviária em bitola de 1,60 m - a mais direta entrt: Brasília e Pôrto Alegre, via São Paulo, cujo significado econô- micoé
desnecessário realçar.ESCRITORIO TÉCNICO DE t..RQUITETURA E URBANISMO MAURO MtlLLER
I
•
JORGE sctVOLA DE SEMENQVITCIIMAURO DE CARVALHO MüLLER MIGUEL OIS C A D O A H FILHO a r q u I • t e t o s
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