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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE NÚCLEO DE GESTÃO ADMINISTRAÇÃO DJURI TAFNES VIEIRA

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NÚCLEO DE GESTÃO ADMINISTRAÇÃO

DJURI TAFNES VIEIRA

DISTRIBUIÇÃO DO EMPREGO FORMAL NA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO NAS MICRORREGIÕES DO ESTADO DE

PERNAMBUCO NO ANO DE 2011 : UMA APLICACAO DO QUOCIENTE LOCACIONAL, COEFICIENTE DE ESPECIALIZAÇÃO E COEFICIENTE

LOCACIONAL

CARUARU

2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE

NÚCLEO DE GESTÃO ADMINISTRAÇÃO

DJURI TAFNES VIEIRA

DISTRIBUIÇÃO DO EMPREGO FORMAL NA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO NAS MICRORREGIÕES DO ESTADO DE

PERNAMBUCO NO ANO DE 2011 : UMA APLICACAO DO QUOCIENTE LOCACIONAL, COEFICIENTE DE ESPECIALIZAÇÃO E COEFICIENTE

LOCACIONAL

Trabalho apresentado à Coordenação do Curso de Graduação em Administração, da Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico do Agreste, como requisito parcial para aprovação na disciplina Trabalho de Conclusão de Curso.

Orientador: Prof. Dr. Antônio César Cardim Britto

CARUARU

2012

(3)
(4)

DJURI TAFNES VIEIRA

DISTRIBUICAO DO EMPREGO FORMAL NA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO NAS MICRORREGIÕES DO ESTADO DE

PERNAMBUCO NO ANO DE 2011 : UMA APLICACAO DO QUOCIENTE LOCACIONAL, COEFICIENTE DE ESPECIALIZAÇÃO E COEFICIENTE

LOCACIONAL

Este trabalho foi julgado adequado e aprovado para a obtenção do título de graduação em Administração da Universidade Federal de Pernambuco - Centro Acadêmico do Agreste

Caruaru, 05 de Novembro de 2012

_____________________________________

Prof. Dr Antônio César Cardim Britto Coordenador do Curso de Administração

BANCA EXAMINADORA:

_____________________________________________________

Prof. Dr. Antônio César Cardim Britto

Universidade Federal de Pernambuco - Centro Acadêmico do Agreste Orientador

_____________________________________________________

Prof. Dra. Alane Alves Silva

Universidade Federal de Pernambuco - Centro Acadêmico do Agreste Banca

_____________________________________________________

Prof. Dr. Cláudio Montenegro

Universidade Federal de Pernambuco - Centro Acadêmico do Agreste Banca

(5)

RESUMO

O presente estudo foi conduzido com o propósito de obter evidências empíricas no que concerne ao padrão de estruturação do emprego formal na indústria de transformação do estado de Pernambuco. Utilizou-se de alguns instrumentos de análise da economia regional, com objetivo de fazer uma reflexão sobre a dinâmica da estrutura produtiva industrial nas microrregiões pernambucanas, no ano de 2011, recorrendo-se, fundamentalmente à analise dos indicadores de localização e especialização: Quociente Locacional, Coeficiente de Especialização e Coeficiente Locacional através de dados secundários da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 2011.

Conclui-se que não se configuram maiores especializações ou diferenciação em termos de estrutura produtiva, principalmente pela dispersão espacial da industria no estado, indicada através do Coeficiente Locacional, e da baixa especialização na maioria das microrregiões do estado, indicada pelo Coeficiente de Especialização. Contudo, este último coeficiente, se observado isoladamente, apresenta um viés para micrroregiões com baixo coeficiente que apresentam uma diversificação muito grande na sua indústria.

Palavras-chave: Indústria de Pernambuco; Quociente Locacional; Coeficiente de Especialização; Coeficiente Locacional, Concentração Industrial.

(6)

ABSTRACT

This study was conducted in order to obtain empirical evidence regarding the standard structure of formal employment in the manufacturing industry of the state of Pernambuco. We used some tools for analysis of regional economy, in order to make a reflection on the dynamics of industrial production structure in the regions of Pernambuco, in 2011, drawing up primarily to the analysis of indicators of location and specialization: location quotient , Coefficient of Specialization coefficient and locational through secondary data from the Annual Social Information (RAIS) 2011.

We conclude that they do not constitute major specialization or differentiation in terms of production structure, mainly by spatial dispersion of industry in the state, indicated by the locational coefficient, and low specialization in most of the micro state, indicated by the coefficient of Specialization. However, the latter coefficient is observed in isolation, presents a bias for micrroregiões with low coefficient which have a great diversification in its industry.

Keywords: Industry of Pernambuco, Location Quotient; Coefficient of Specialization;

Locational Coefficient, Industrial Concentration.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Ilustração 2.1 – Microrregiões do Estado de Pernambuco

Ilustração 2.2 – Nomes das Microrregiões por cores relacionadas com a ilustração anterior

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LISTA DE TABELAS

Tabela 3.1 – Setores da indústria e sua composição no Estado de Pernambuco Tabela 3.2 – Composição das categoria de uso

Tabela 3.3 –Principais municípios, seu total de empregos, quanto representa no Estado, a região do qual faz parte e a participação de cada município na microrregião Tabela 3.4 – Principais municípios e seus setores principais

Tabela 4.1 – Quociente Locacional – 1 de 3 Tabela 4.2 – Quociente Locacional – 2 de 3 Tabela 4.3 – Quociente Locacional – 3 de 3

Tabela 4.4 – Principais Quocientes Locacionais de cada Microrrogião

Tabela 6.1 – Tabela de consulta da RAIS relativa ao ano de 2011 por Microrregião Tabela 6.2 - Tabela de consulta da RAIS relativa ao ano de 2011 por Município

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LISTA DE QUADROS

Quadro 2.1 - Aspectos comuns das abordagens de arranjos produtivos locais

Quadro 2.2 - Principais ênfases das abordagens usuais de Arranjos Produtivos Locais

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 3.1 - Participação de emprego de cada microrregião em Pernambuco Gráfico 4.1 - Coeficiente de Especialização

Gráfico 4.2 - Coeficiente Locacional

(11)

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 12

1.2.1 Objetivo Geral ... 13

1.2.2 Objetivos Específicos ... 14

1.3 JUSTIFICATIVA ... 14

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 16

2.1 CONTEXTO DA GLOBALIZAÇÃO ... 16

2.2 ESPAÇO E TERRITÓRIO ... 16

2.3 AGLOMERAÇÕES TERRITORIAIS DE EMPRESAS ... 18

2.4 O ESTADO DE PERNAMBUCO ... 22

2.4.1 Microrregiões de Pernambuco e Suas Cidades ... 23

3. METODOLOGIA ... 28

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ... 30

3.2 INDICADORES ECONÔMICOS DE CONCENTRAÇÃO E ESPECIALIZAÇÃO LOCACIONAL ... 28

3.3 BANCO DE DADOS RAIS ... 33

4. ANALISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ... 34

4.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS ... 34

4.2 PADRÃO LOCAIONAL DA INDUSTRIA PERNAMBUCANA NAS MICRORREGIOES ... 35

4.2.1 Índices de Concentração para a Indústria Pernambucana ... 42

5. CONCLUSÃO ... 533

6. BIBLIOGRAFIA ... 5555

7. ANEXO...58

(12)

“O espaço se globaliza, mas não é mundial como um todo senão como metáfora. Todos os lugares são mundiais mas não há um espaço mundial. Quem se globaliza são as pessoas.”

Milton Santos

(13)

1. INTRODUÇÃO

As atividades econômicas são determinantes na distribuição e na concentração populacional de um país, esta por sua vez influencia o crescimento econômico e também a distribuição de renda.

No Brasil, a maior concentração da indústria e dos empregos no setor está localizada nas regiões Sudeste e Sul, sendo, conseqüentemente, as regiões mais ricas do país. O Nordeste, porém, vem crescendo com representatividade, e o estado de Pernambuco, em 2011, apresentou crescimento econômico maior que a média nacional (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 2012).

A questão da desigualdade regional faz parte do processo histórico herdado do período de colonização do Brasil, sendo referido em todo contexto político e social brasileiro principalmente a partir do século XIX. Essa discussão sobre o regionalismo brasileiro passou a ganhar espaço, não somente nos meios acadêmicos literários, mas também nos discursos políticos que versam sobre o combate às desigualdades entre as regiões brasileiras.

Nesses últimos anos, presencia-se uma trajetória descendente da desigualdade da distribuição de renda pessoal no Brasil, evidência esta confirmada pelos indicadores da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) que revelam claramente essa tendência de redução, a qual é observada para todas às regiões brasileira (DEDECCA, 2006).

Nesse contexto, o uso de métodos estatísticos para identificação de aglomerações econômicas através de índices e/ou indicadores, estão sendo cada vez mais utilizados em trabalhados voltados à economia regional e/ou desenvolvimento econômico com fins a identificar o padrão da distribuição espacial de empresas e empregos em uma determinada região.

A identificação das aglomerações industriais e dos arranjos produtivos vem sendo estudado no Brasil por autores, tais como: Crocco (2003), que procurou desenvolver uma metodologia para identificar os arranjos produtivos com o auxílio da econometria espacial para delimitar os arranjos geograficamente; locais a partir de dados secundários, através da construção de um índice de concentração.

Suzigan (2006), que também utilizou indicadores de concentração setorial e especialização regional combinados com filtros e variáveis de controle para identificar, delimitar e caracterizar arranjos produtivos locais com base em dados também secundários.

(14)

Balanco e Santana (2007), identificaram a transformação da indústria no Nordeste de 1994 a 2005 através do Coeficiente de Reestruturação, Coeficiente de Redistribuição, Coeficiente de Especialização e Quociente Locacional.

Paiva et al (2009), que identificou como estava estruturada a indústria Cearense em 2005, através dos Coeficientes de Especialização, Coeficiente Locacional e Quociente Locacional.

Amarantes e Mesquita (2012), identificaram aglomerações geográficas na indústria das microrregiões da Bahia, em 2010, com dados da Relação Anual de Informações Sociais, através de análise estatística espacial e do Local Indicator of Spatial Association Indicador (LISA).

No rastro da expansão da ideologia neoliberal e da globalização da economia , o Brasil vivenciou nos anos 1990 um novo modelo de industrialização, partindo de novos pressupostos, nos quais a força dos estados se tornou predominante no que concerne ao processo de industrialização. Com a constituição de 1988, os estados ganharam mais autonomia através da desconcentração fiscal e, a partir daí; os recursos auferidos pelo estado, notadamente o ICMS, passaram a ser o principal instrumento como política de atração de unidades industriais (BRITTO e CASSIOLATO, 2001). A exemplo da autonomia concedida aos estados, Pernambuco instituiu o Programa de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco (PRODEPE) que concede benefícios fiscais a setores da indústria para atrair novos investimentos e manter os já existentes (DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, 2012);

Percebe-se que identificar a estrutura da indústria é relevante para observar os impactos das políticas econômicas e sociais adotadas para gerar desenvolvimento. Assim, observar a maneira como a indústria está estruturada, a concentração espacial das empresas que a compõe, bem como os empregos gerados por esta, é parte do objetivo desse trabalho.

Desse forma, o problema de pesquisa proposto é: identificar a distribuição do emprego formal na indústria de transformação nas microrregiões do estado de Pernambuco no ano de 2011 1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo Geral

Identificar a distribuição do emprego formal na indústria de transformação nas microrregiões do estado de Pernambuco no ano de 2011 .

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1.1.2 Objetivos Específicos

• Revisar na literatura conceitos sobre espaço e território.

• Observar o contexto da indústria pernambucana.

• Fazer uso de índices de localização e concentração industrial para observar a estrutura da indústria pernambucana, utilizando o banco de dados secundários da RAIS para obter os dados a serem utilizados.

• Analisar os dados obtidos e verificar como estão distribuídos os conglomerados industriais no estado de Pernambuco.

1.2 JUSTIFICATIVA

1.2.1 Justificativa Teórica

A industria constitui a maior esperança de quase todos os países que buscam aumentar os seus níveis de renda (CHENERY,2010, p. 463).

Dessa forma, observar como a indústria vem se comportando ao longo do tempo, como ela está estruturada, a sua concentração espacial, bem como os empregos gerados por essa passa a ser um subsidio fundamental para o desenvolvimento de políticas econômicas e sociais redutoras das desigualdade sociais.

1.2.2 Justificativa Prática

Para este trabalho justifica-se a oportunidade de incorporar à literatura especializada da área de desenvolvimento econômico novas evidências acerca da utilização de indicadores econômicos no processo de mensuração da concentração das industrias nas microrregiões do Estado de Pernambuco.

Desde a década de 1990, com uma mudança nas políticas estaduais de desenvolvimento, onde os governos dos estados passaram a ser os principais responsáveis pelo desenvolvimento das suas regiões, a região nordeste iniciou seu processo de atração de investimentos para desenvolver suas indústrias. Essa iniciativa resultaria em uma modificação da estrutura da indústria e uma desconcentração da atividade industrial (BALANCO;

SANTANA, 2007).

A intenção deste trabalho é identificar, através de dados secundários da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do ano de 2011, como está estruturada a indústria no

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estado de Pernambuco, através de índices como Quociente Locacional, Coeficiente de Especialização, Coeficiente Locacional.

Este trabalho desenvolve observações importantes de como estão estruturadas as principais aglomerações industriais, as políticas empregadas para a indústria do estado e o contexto econômico em que se encontram. Esta produção auxilia a identificação das regiões do estado e subsetores que possam necessitar de incentivos de desenvolvimento e que indiquem boas opções para investimentos.

(17)

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 CONTEXTO DA GLOBALIZAÇÃO

Inovação e conhecimento são os principais fatores que possibilitam o desenvolvimento, desde nações, organizações, empresas, até indivíduos. Num contexto de globalização e de competitividade internacional, o desenvolvimento de inovações é essencial como estratégia competitiva. Cada vez mais os processos de aprendizagem assumem um papel importante na competitividade, e a produção e o uso de conhecimento tem colaborado, mais que o fator preço, para isso. Assim, nos últimos anos, essas questões se destacam por contribuir visivelmente para a dinâmica de crescimento das nações, regiões, setores, organizações e instituições (CASSIOLATO; LASTRES, 2001).

Ao longo das últimas décadas, essa atenção ao processo inovativo levou a compreender a importância de processos interativos de natureza social, podendo destacar alguns dos seguintes fatores, como: a aceleração da mudança tecnológica, a colaboração entre firmas e a montagem de redes industriais – que permite a integração de diferentes tecnologias, além da troca de ideias e conhecimentos de nível administrativo e laboratorial – e a crescente colaboração com centros produtores do conhecimento (CASSIOLATO; LASTRES, 2001).

Para Cassiolato e Lastres (2001), a economia baseada na informação e no conhecimento apresenta soluções relacionadas ao esgotamento do padrão anterior – basicamente o tempo e o espaço físico, por serem dois fatores tradicionalmente influentes no custo e valor dos bens e serviços produzidos – abrindo novas possibilidades de produção e condição para o crescimento. Essas alterações trazem impactos e desafios significativos para a indústria brasileira, sendo importante entender como essas mudanças afetam os arranjos e sistemas produtivos em suas localidades.

2.2 ESPAÇO E TERRITÓRIO

O processo histórico da formação econômica e social das localidades, com o advento da globalização, ganhou novas perspectivas. Um novo cenário se forma, o qual modifica a relação dos territórios enquanto espaços físicos, enquanto economia e enquanto sociedade. As formas de integração entre localidades, a exemplo dos blocos econômicos, trazem agora outros limites, para além da região geográfica. Gaspar (2004) discorre sobre como a globalização interfere na configuração do território e as consequências dessa interferência:

(18)

A globalização fragmenta multidimensionalmente o domínio territorial – no mesmo território configuram-se diversos espaços de poderes, que podem coexistir em tensão mais ou menos conflituosa, mas promover também sinergias, em ‘harmonias’ conjunturais (GASPAR, 2004, P. 180).

Para Santos (1996), o espaço é diferente em cada momento histórico, pois os recursos existentes (capital, população, força de trabalho, excedente) são distribuídos e localmente combinados de maneiras diferentes ao longo do tempo, o que faz com que o espaço total seja diferente em cada região, trazendo uma especificidade e definição particular conforme o movimento histórico e que, em plena globalização, mesmo sendo singulares, são também globais e manifestam a totalidade do mundo, cada espaço com suas formas particulares.

Sobre aspectos políticos relacionados ao território, Vieira e Viera (2002, p. 52) discorre que “a regionalização do ponto de vista econômico tem um sentido mais amplo que a região geográfica”. Para o autor, as integrações, mesmo identificadas em uma determinada região geográfica, podem ter suas práticas econômicas projetadas para além das fronteiras, numa interação espacial bem mais ampla, sendo a regionalização apenas um trânsito conceitual. Com esse pensamento o autor traz os conceitos de lugar-local e lugar-global. O primeiro, o lugar-local, expõe a ideia do caráter histórico do local e sua construção através do espaço e do tempo, com seus processos demográficos, econômicos e culturais, fazendo parte do contexto da formação econômica e social da região de inserção, com sua funcionalidade locacional (VEIRA E VIERA, 2002). Já sobre o lugar-global, Vieira e Vieira (2002) o define como sendo o espaço surgido em função do processo de globalização da economia. Nessa distinção, o autor faz entender que o território em si perde sua territorialidade quando se separa “o centro da ação da sede da ação” (VIEIRA; VIEIRA, 2002, P.46), sendo o centro da ação o lugar-local, a localidade, o território onde são geradas as estratégias, enquanto que a sede da ação pode acontecer no mesmo território ou muito longe dalí, nos lugares-globais, que sediam a ação, as estratégias, onde se operacionalizam as práticas produtivas. Essa dinâmica, onde um território serve como que hospedaria para sediar ações de outras localidades traz novas concepções e mostra a disputa pelo poder dos espaços (econômicos) e dos territórios.

Sobre esse aspecto Porter (1993, p. 756 apud Vieira; Vieira, 2002, p. 51-52) discorre:

Uma estratégia de desenvolvimento baseada, exclusivamente, nas multinacionais estrangeiras pode condenar o país a permanecer como economia impulsionada por fatores. Se a dependência das multinacionais estrangeiras é demasiado grande, o país não

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será a base nacional de nenhuma indústria. Ao mesmo tempo, as multinacionais podem mudar de localização quando os custos de fatores se modificam ou se os salários ficarem muito altos... As multinacionais estrangeiras devem ser apenas um componente da estratégia econômica do país e um componente em evolução. Nalguma fase do processo de desenvolvimento, o enfoque deve passar para as companhias nacionais.

Os aspectos citados por Porter se defrontam com as decisões governamentais para gerir o território, a economia, e bate de frente com questões sociais. Empresas e governo estabelecem relações onde seus efeitos devem ser ponderados, como alertou também Vieira e Vieira (2002, p. 53) ao falar que os aspectos sociais podem perder muito quando cedidas renúncias fiscais a companhias para se instalarem em determinada localidade, pois estados e municípios privam-se dessas receitas que deveriam ser destinados a programas sociais, além da desproporcionalidade que os empregos gerados por parte dessas companhias instaladas podem representar em relação aos benefícios concedidos para produzirem bens, concentrar cargas e transportar riquezas sob o interesse de vários lugares do mundo.

Milton Santos, em entrevista, cita alguns problemas observados no contexto brasileiro que envolvem política e o uso do território, mostrando algo que não é característica invariável do Brasil, mas também de outros países que fazem parte da economia globalizada e sofrem suas consequências:

Como geógrafo, creio que o território brasileiro é o melhor observatório do que está se passando no país. [...]; o território revela também a incapacidade de governo, quer dizer, a não-governabilidade do país, porque o Brasil é um país não governado. [...] São as grandes empresas que fazem a política. Isso se vê no uso do território brasileiro. (Milton Santos, Entrevista em Caros Amigos, 1998) (BRANDÃO, 2004, P. 109)

2.3 AGLOMERAÇÕES TERRITORIAIS DE EMPRESAS

Para as aglomerações industriais não existe um termo único que as defina. Diferentes autores possuem diferentes definições para as aglomerações territoriais e não existe um consenso. Podem ser chamados de cluster, arranjos produtivos locais, sistemas produtivos localizados, sistemas industriais localizados, entre outros (HASENCLEVER; ZISSIMOS, 2006). De acordo com a definição da Rede de Pesquisa em Sistemas e Arranjos Produtivos e Inovativos Locais (RedeSist), esta é a definição proposta de arranjos produtivos locais:

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São aglomerações territoriais de agentes econômicos, políticos e sociais - com foco em um conjunto específico de atividades econômicas - que apresentam vínculos mesmo que incipientes. Geralmente envolvem a participação e a interação de empresas - que podem ser desde produtoras de bens e serviços finais até fornecedoras de insumos e equipamentos, prestadoras de consultoria e serviços, comercializadoras, clientes, entre outros - e suas variadas formas de representação e associação. Incluem também diversas outras instituições públicas e privadas voltadas para: formação e capacitação de recursos humanos (como escolas técnicas e universidades); pesquisa, desenvolvimento e engenharia; política, promoção e financiamento (LASTRES; CASSIOLATO, 2012, p. 2).

Arranjos produtivos locais são aglomerações territoriais industriais. É necessário a proximidade física para se chegar a um contexto de conhecimento comum, para estimular, facilitar e ligar um sistema de produção e uma cultura tecnológica particular (CROCCO, 2003). Sobre o espaço territorial, Crocco (2003, p. 6) fala: “Assim, pode-se pensar o território localizado como um espaço socialmente construído, uma superfície ativa e aberta, que influencia e é influenciada pelas interações localizadas.” O resgate do conceito territorial para o estudo dos APLs disseminou uma vertente de estudos com foco em estudar as relações inter-firmas no ambiente localizado, ou seja, no sistema de produção local ou clusters, também definidos como uma concentração setorial e espacial de firmas. No quadro a seguir é possível observar aspectos comuns às abordagens de arranjos produtivos locais, que representam também requisitos para a caracterização dos APLs no quesito localização, principais atores e suas características:

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Quadro 2.1 – Aspectos comuns das abordagens de arranjos produtivos locais

Localização Proximidade ou concentração geográfica

Atores

Grupos de pequenas empresas;

Pequenas empresas nucleadas por grande empresa;

Associações, instituições de suporte, serviços, ensino e pesquisa, fomento, financeiras, etc.

Características

Intensa divisão de trabalho entre as firmas;

Flexibilidade de produção e de organização;

Especialização;

Mão de obra qualificada;

Competição entre firmas baseadas em inovação;

Estreita colaboração entre firmas e demais agentes;

Fluxo intenso de informações;

Identidade cultural entre os agentes;

Complementaridades e sinergias.

Fonte: Lemos (1997).

Um segundo aspecto característico dos APLs é que são aglomerações de agentes econômicos, políticos e sociais com foco em um conjunto específico de atividades econômicas que apresentam vínculos. A proximidade física propicia a existência de um mercado de trabalho especializado, permite a ligação entre fornecedores, produtores e usuários, e também as várias formas de representação e associação, instituições públicas e privadas voltadas para a formação e capacitação, pesquisa, desenvolvimento e engenharia;

política, promoção e financiamento. A seguir podemos observar algumas abordagens sobre diferentes tipos de arranjo, o papel que suas atividades desenvolvem na localidade e também o papel do estado no desenvolvimento desses arranjos produtivos. É importante ressaltar que apesar de vários nomes e definições distintas, os termos cunhados não traduzem uma uniformidade conceitual, pois variam entre pesquisadores e refletem a dificuldade de medir com exatidão a complexidade do fenômeno.

(22)

Quadro 2.2 – Principais ênfases das abordagens usuais de Arranjos Produtivos Locais

Abordagens Ênfase Papel do Estado

Distritos Industriais Alto grau de economias externas Redução de custos de transação

Neutro

Distritos industriais recentes

Eficiência coletiva – baseada em economias externas e em ação conjunta

Promotor e, eventualmente, estruturador

Manufatura flexível

Tradições artesanais e especialização Economias externas de escala e escopo

Redução de custos de transação Redução de incertezas

Indutor e promotor

Milieu inovativo

Capacidade inovativa local Aprendizado coletivo e sinergia Identidade social, cultural e psicológica

Redução de incertezas

Promotor

Parques científicos e tecnológico e tecnópolis

Property-based

Setores de tecnologia avançada Intensa relação instituições ensino e pesquisa/empresas

Hospedagem e incubação de empresas Fomento à transferência de tecnologia

Indutor, promotor, e, eventualmente, estruturador

Redes locais

Sistema intensivo em informação Complementaridade tecnológica identidade social e cultural

Aprendizado coletivo Redução de incertezas

Promotor

Fonte: Lemos (1997).

Após a explanação acerca de conceitos teóricos a respeito de territórios e arranjos produtivos, o próximo tópico aborda algumas características do estado de Pernambuco, para em seguida iniciarmos a metodologia de análise da indústria do estado.

(23)

2.4 O ESTADO DE PERNAMBUCO

Balanco e Santana (2007) mostram em seu trabalho o comportamento da indústria de transformação de 1994 e 2005 no país. Em 1994, o Nordeste participava com 8,8% dos empregos no setor em relação ao Brasil, passando para 10,7% em 2000 e 10,9% em 2005. Já no Nordeste, o Estado de Pernambuco apresentava, em 1994, 26,1% do total de empregos no setor em relação à região Nordeste, caindo para 21,2% em 2000 e depois para 18,7%. Apesar do percentual em decadência, em números totais houve um crescimento de empregos. Em 1994 Pernambuco participava com pouco mais de 106 mil empregos, em 2000 o número caiu para 101 mil mas em 2005 subiu para quase 114 mil empregos no setor.

O estado de Pernambuco possui 185 municípios, uma área de 98.146,315 km², densidade demográfica de 89,63 hab/km² e uma população de 8.796.448 habitantes de acordo com o IBGE 2010 (IBGE ESTADOS, 2012).

Em relação ao Brasil, Pernambuco se destaca como um dos maiores centros de desenvolvimento econômico do Brasil, com foco estratégico na descentralização do desenvolvimento. O Estado tem crescido acima da média nacional (9,3% em 2010, enquanto a nacional foi de 7,5% em 2011) e nos últimos anos a Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper) atingiu a marca de 397 projetos de indústrias captadas para o território estadual (DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, 2012).

Nos últimos anos, a Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper) atingiu a marca de 397 projetos de indústrias captadas para o território estadual.Essa quantidade - equivalente à soma de indústrias que passaram a usufruir do pacote de incentivos fiscais do Prodepe (Programa de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco) - representa um volume global de R$ 8,97 bilhões em investimentos privados. Como consequência, 44,2 mil pessoas obtiveram a oportunidade de trabalhar com carteira assinada, elas ingressaram ou estão ingressando como funcionários desses estabelecimentos. Somente em 2011, até agora, tem-se o maior volume de investimentos desde 2007: R$ 2,57 bilhões. O segundo melhor ano completo foi 2008, com R$ 2,43 bilhões. Os anos de menor desempenho fora 2007, primeiro ano da gestão, com R$ 1,11 bilhão, e 2009, por reflexo da crise internacional, com R$ 1,03 bilhão. Dois mil e dez correspondeu a R$ 1,83 bilhão. A aplicação dos recursos do Banco do Nordeste do Brasil cresceu de R$ 951,9 em 2008 para R$ 1.927,2 milhão em 2009. (DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, 2012)

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2.4.1 Microrregiões de Pernambuco e Suas Cidades

O estado de Pernambuco é composto por cinco mesorregiões, sendo elas:

Mesorregião do São Francisco Pernambucano, Mesorregião do Sertão Pernambucano, Mesorregião do Agreste Pernambucano, Mesorregião da Mata Pernambucana e Mesorregião Metropolitana do Recife. Já as Microrregiões são dezenove e podem ser vistas na Ilustração 2.1 a seguir e os nomes respectivos às cores estão na Ilustração 2.2.

Ilustração 2.1 – Microrregiões do Estado de Pernambuco

Fonte: Lista de Microrregiões (2012)

(25)

A seguir listamos todas as dezenove microrregiões e as cidades que pertencem a cada microrregião:

a) Microrregião do Alto Capibaribe

• Casinhas

• Frei Miguelino

• Santa Cruz do Capibaribe

• Santa Maria do Cambucá

• Surubim

• Taquaritinga do Norte

• Toritama

• Vertente do Lério

• Vertentes

b) Microrregião de Araripina

• Araripina

• Bodocó

• Exu

• Granito

• Ipubi

• Moreilândia

• Ouricuri

• Santa Cruz

• Santa Filomena

• Trindade c) Microrregião do Brejo Pernambucano

• Agrestina

• Altinho

• Barra de Guabiraba

• Bonito

• Camocim de São Félix

• Cupira

• Ibirajuba

• Lagoa dos Gatos

• Panelas

• Sairé

• São Joaquim do Monte

d) Microrregião de Garanhuns

• Angelim

• Bom Conselho

• Brejão

• Caetés

• Calçado

• Canhotinho

• Correntes

• Garanhuns

• Iati

• Jucati

• Jupi

• Jurema

• Lagoa do Ouro

• Lajedo

• Palmeirina

• Paranatama

• Saloá

• São João

• Terezinha

e) Microrregião de Fernando de Noronha

• Fernando de Noronha f) Microrregião de Itamaracá

• Araçoiaba

• Igarassu

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• Itapissuma

• Ilha de Itamaracá

g) Microrregião de Itaparica

• Belém de São Francisco

• Carnaubeira da Penha

• Floresta

• Itacuruba

• Jatobá

• Petrolândia

• Tacaratu

h) Mata Meridional Pernambucana

• Água Preta

• Amaraji

• Barreiros

• Belém de Maria

• Catende

• Cortês

• Escada

• Gameleira

• Jaqueira

• Joaquim Nabuco

• Maraial

• Palmares

• Primavera

• Quipapá

• Ribeirão

• Rio Formoso

• São Benedito do Sul

• São José da Coroa Grande

• Sirinhaém

• Tamandaré

• Xexéu

i) Microrregião da Mata Setentrional Pernambucana

• Aliança

• Buenos Aires

• Camutanga

• Carpina

• Condado

• Ferreiros

• Goiana

• Itambé

• Itaquitinga

• Lagoa do Carro

• Lagoa de Itaenga

• Macaparana

• Nazaré da Mata

• Paudalho

• Timbaúba

• Tracunhaém

• Vicência

j) Microrregião do Médio Capibaribe

• Bom Jardim

• Cumaru

• Feira Nova

• João Alfredo

• Limoeiro

• Machados

• Orobó

• Passira

• Salgadinho

• São Vicente Ferrer k) Microrregião de Petrolina

• Afrânio

• Cabrobó

• Dormentes

• Lagoa Grande

(27)

• Orocó

• Petrolina

• Santa Maria da Boa Vista

• Terra Nova l) Microrregião de Recife

• Abreu e Lima

• Camaragibe

• Jaboatão dos Guararapes

• Moreno

• Olinda

• Paulista

• Recife

• São Lourenço da Mata

m) Microrregião de Salgueiro

• Cedro

• Mirandiba

• Parnamirim

• Salgueiro

• São José do Belmonte

• Serrita

• Verdejante

n) Microrregião do Sertão do Moxotó

• Arcoverde

• Betânia

• Custódia

• Ibimirim

• Inajá

• Manari

• Sertânia

o) Microrregião de Suape

• Cabo de Santo Agostinho

• Ipojuca

p) Microrregião do Vale do Ipanema

• Águas Belas

• Buíque

• Itaíba

• Pedra

• Tupanatinga

• Venturosa q) Microrregião de Pajeú

• Afogados da Ingazeira

• Brejinho

• Calumbi

• Carnaíba

• Flores

• Iguaraci

• Ingazeira

• Itapetim

• Quixaba

• Santa Cruz da Baixa Verde

• Santa Terezinha

• São José do Egito

• Serra Talhada

• Solidão

• Tabira

• Triunfo

• Tuparetama

(28)

r) Microrregião da Vitória de Santo Antão

• Chã Grande

• Glória do Goitá

• Pombos

• Vitória de Santo Antão

s) Microrregião do Vale do Ipojuca

• Alagoinha

• Belo Jardim

• Bezerros

• Brejo da Madre de Deus

• Cachoeirinha

• Capoeiras

• Caruaru

• Gravatá

• Jataúba

• Pesqueira

• Poção

• Riacho das Almas

• Sanharó

• São Bento do Una

• São Caetano

• Tacaimbó

(29)

3. METODOLOGIA

Este capítulo apresenta os procedimentos metodológicos utilizados para operacionalização da pesquisa.

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

Trata-se de uma pesquisa de natureza exploratória-descritiva, com uma abordagem híbrida ou seja qualitativa- quantitativa, realizada por meio de estudo de campo.

A pesquisa é considerada de coorte transversal uma vez que se realizou a coleta em apenas uma ocasião, não se preocupando em analisar o fenômeno em dois ou mais momentos, nem a evolução no decorrer do tempo (MATTAR, 2001, p.25).

O estudo em questão baseou-se em dados secundários, disponíveis no Sistema de Relações Anuais de Informações Sociais (RAIS) gerenciado pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

Quanto mais complexo for o fenômeno sob investigação, maior deverá ser o esforço para se chegar a uma quantificação adequada (MINAYO, 1993).

Para Minayo (1993, p.247) não há contradição, assim como não há continuidade, entre investigação quantitativa e qualitativa. Ambas são de natureza diferente, mas se complementam.

3.2 INDICADORES ECONÔMICOS DE CONCENTRAÇÃO E ESPECIALIZAÇÃO LOCACIONAL

De maneira geral, os métodos de identificação de aglomerações de empresas são agrupados em três abordagens clássicas. A primeira abordagem está relacionada ao fenômeno de desconcentração espacial, que procura traçar a evolução da desconcentração espacial da indústria que indica grandes tendências de localização, mas sem aprofundar a investigação sobre aglomerações de empresas de menor porte. Essa investigação sobre as empresas de menor porte é investigação da segunda abordagem, conhecida como industry perception method (IPM), que é bastante difundida no Brasil, e procura identificar e caracterizar

(30)

configurações numa área particular. Já a terceira abordagem, que vem se desenvolvendo mas que deve se estabelecer rapidamente, é um aprimoramento e sofisticação dos estudos sobre a primeira abordagem de desconcentração industrial que envolvem índices de concentração industrial modificados, análise multivariada e aplicação de modelos econométricos (HASENCLEVER; ZISSIMOS, 2006).

A abordagem mais utilizada no Brasil, voltada para identificação de aglomerações de empresas de menor porte, é a do IPM, que consiste em três etapas. Na primeira etapa utiliza- se o quociente locacional, o QL, para identificar aglomerações industriais potenciais. Na segunda etapa, utilizando alguns critérios específicos são selecionadas aglomerações preliminares. Para valores de QL maior que um, significa que há especialização da indústria i na região, e quanto maior o número a partir de um, maior é a especialização (HASENCLEVER; ZISSIMOS, 2006). Na primeira etapa o IPM consiste no cálculo do QL, que mede a concentração de emprego numa certa área geográfica e pode ser expresso como:

=

Onde, adaptado ao nosso estudo, será:

Eij = emprego no subsetor i da microrregião j;

Eit = emprego no subsetor i de todas as microrregiões;

Etj = emprego em todos os subsetores da microrregião j;

Ett = emprego em todos os subsetores de todas as microrregiões i subsetores (i=1, ..., 13)

j microrregiões (j = 1, ..., 19)

O coeficiente expressa a participação do emprego regional total da indústria i sobre a participação da indústria i no total do emprego em todas as indústrias. Este coeficiente é calculado para cada uma das n indústrias da região. Quanto maior o QL, maior é a especialização da região. De acordo com Hasenclever e Zissimos (2006, p. 420), “embora o cálculo do QL esteja apoiado na hipótese restritiva de que a produtividade localizada do trabalho é igual à produtividade do trabalho num território mais amplo, ele é ainda uma ferramenta bastante útil devido a sua simplicidade”.

(31)

Pode-se estabelecer o valor a partir do qual se quer identificar os aglomerados.

Quanto maior o coeficiente, mais potenciais serão os aglomerados identificados, pois quanto maior o valor fixado, menor será o número de regiões identificadas (HASENCLEVER;

ZISSIMOS, 2006).

O uso do QL pode gerar resultados diferentes dependendo dos critérios complementares utilizados, incluindo diferentes definições geográficas para a classificação, o valor de coeficiente fixado.

Após apurados os QLs, o próximo passo é agrupar as indústrias individuais em aglomerações industriais preliminares, que podem ser através de critérios de concentração setorial, diversidade espacial, densidade e complexidade estrutural (HASENCLEVER;

ZISSIMOS, 2006).

O último passo do IPM é o de validação das aglomerações industriais preliminares, que em geral consiste em pesquisa de campo com empresas e instituições locais, não seguindo uma regra específica. Sobre isso Hasenclever e Zissimos (2006, p. 422) discorre:

Embora o IPM seja fortemente dependente das opiniões e do conhecimento dos especialistas em economia regional, é ainda a abordagem que melhor se adequa às bases de dados do Brasil. Além disto, estimula a interação entre agentes locais importantes, como instituições governamentais, universidades etc. No entanto, o IPM depende de intuição e/ou heurística na identificação de aglomerações industriais, principalmente no que diz respeito à fixação dos parâmetros para os índices e coeficientes utilizados, e apresenta também dificuldades na comparação entre aglomerações industriais de regiões distintas.

A terceira abordagem sobre identificações de aglomerações industriais tem sido usada no Brasil através de técnicas de análise multivariada para alcançar um índice de concentração que evita as distorções provocadas por valores absolutos do QL. Para detectar autocorrelação espacial da especialização produtiva tem sido utilizada a técnica de econometria espacial denominada Moran Scatterplot (HASENCLEVER; ZISSIMOS, 2006).

Sobre essa abordagem Hasenclever e Zissimos (2006, p. 423) declaram:

Esses estudos apoiados em índices de concentração, análise multivariada e aplicação de modelos econométricos são importantes por apontarem medidas mais sólidas de identificação de aglomerações industriais. Entretanto, encontram-se ainda em estágio inicial no Brasil, e provavelmente vão se difundir de forma extensiva no curto prazo. Não existe consenso sobre o método de identificação e mapeamento de aglomerações em particular em termos das variáveis que devem ser avaliadas. Logo, não somente as interpretações e os

(32)

termos atribuídos ao objeto variam, mas também os métodos empíricos e as fontes e tipos de dados utilizados. Com isso, há uma variedade de conclusões sobre a quantidade real de aglomerações de empresas no Brasil. Finalmente, a primeira e a terceira abordagens, em particular, podem indicar onde possíveis aglomerações de empresas estão localizadas, mas não são capazes de capturar a natureza dos vínculos entre empresas, spillovers de conhecimento, redes sociais ou estruturas de apoio institucional que são aspectos especiais atribuídos a essas configurações.

Para este trabalho, além do uso do Quociente Locacional, utilizaremos também o Coeficiente de Especialização, que é um índice complementar que auxilia na identificação de dos conglomerados industriais. Ele complementa o Quociente Locacional para dar mais sustentação aos resultados obtidos pelo outro índice servindo como um outro filtro na identificação dos arranjos produtivos. Sua função é comparar, no nosso caso, a estrutura industrial da microrregião com a estrutura industrial do estado como um todo e não por subsetores. O Coeficiente de Especialização é maior que zero e menor que um e é representado pela fórmula seguinte:

=

∗ Onde:

Eij é o emprego no subsetor i da região da microrregião j;

Eit é o emprego no subsetor i de todas as microrregiões (do estado);

Etj é o emprego em todos os subsetores da região j;

Ett é o emprego em todos os subsetores de todas as microrregiões (do estado);

i são os subsetores (i = 1, ..., 13);

j são as microrregiões (j = 1,..., 19) (0<CEj<1)

De acordo com Wanderley e Sanches (1997) apud Paiva et al (2009), valores do Coeficiente de Especialização próximo a um indica que a microrregião tem um elevado grau de especialização em determinado subsetor ou está com uma estrutura de emprego diversa da estrutura de emprego do estado. Já os valores próximos a zero indicam que a microrregião tem uma especialização similar à especialização do estado.

Já o Coeficiente Locacional, de acordo com Paiva et al (2009), se assemelha ao coeficiente de especialização. O coeficiente de especialização (CE) relaciona a indústria da

(33)

microrregião em relação ao estado, enquanto que o coeficiente locacional (CL) relaciona os subsetores da indústria à indústria como um todo. O CL também varia entre zero e um, e de acordo com Wanderley e Sanches (1997) apud Paiva et al (2009, p. 615):

Valores do coeficiente próximos a um indicam um padrão de concentração regional mais intenso ou uma distribuição regional distinta daquela observada para o conjunto de todos os setores industriais do estado. Valores próximos a zero indicam o oposto, apontam para setores com uma distribuição regional similar à indústria como um todo.

Para calcularmos o Coeficiente Locacional, utilizamos a seguinte fórmula:

= { " − ! ! "#} % (!! 1

2)

Onde:

Eij - emprego no setor (ou subsetor) i da região (ou microrregião) j;

Eit - emprego no setor (ou subsetor) i de todas as regiões (ou microrregiões);

Etj – emprego em todos os setores (ou subsetores) da região j;

Ett - emprego em todos os setores (ou subsetores) e de todas as regiões (ou micorregiões);

i setores (subsetores) (i=1,...., 13);

j regiões (microrregiões) (j=1,...., 33).

Assim, um coeficiente locacional próximo a um representará uma concentração daquela atividade do subsetor ou representará uma distribuição diferente da distribuição geral do conjunto dos outros setores. Caso seja próximo a zero existirá uma dispersão no estado daquela atividade do subsetor, apresentando uma uniformidade na distribuição daquela atividade. Nos casos de maior concentração da indústria, maior a possibilidade de existir um arranjo produtivo daquele subsetor.

Dentre as limitações para o desenvolvimento e análise dos índices apresentados, podemos citar que a não utilização de filtros pode causar vieses nos resultados. Por exemplo, para os Quocientes Locacionais, quando não são delimitados limites mínimos de número de

(34)

empregos na região, uma microrregião com pouca participação de emprego pode obter altos índices simplesmente por consequências matemáticas. E em municípios muito grandes e em regiões metropolitanas, que são diversificados, também é mais difícil identificar a existência de especialização de algum setor.

Usar apenas o número de empregos pode enganar na tentativa de identificar arranjos produtivos locais, pois pode existir um alto número de empregos em apenas uma ou poucas empresas, o que não caracteriza um arranjo produtivo.

De acordo com Suzigan (2006), um elevado índice de especialização pode ser decorrência da baixa densidade da estrutura industrial local, o que pode levar a uma superestimação da importância do sistema local, o que pode ser solucionado utilizando-se a participação da microrregião no emprego total do estado naquela determinado subsetor, o que indica a sua importância econômica.

3.3 BANCO DE DADOS RAIS

Existem alguns bancos de dados que podem ser utilizados na identificação de aglomerações produtivas, como o banco de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) e também a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), sendo esta última, de acordo com Hasenclever e Zissimos (2006), apropriada para estudos de desconcentração espacial com utilização do IPM com uso de análise multivariada e econometria. Ainda de acordo com o autor, a principal vantagem da RAIS é o nível detalhado de desagregação geográfica e setorial dos dados, porém, um dos principais aspectos negativos é que a coleta de dados está relacionada a relações formais de trabalho e de empresas formalizadas. Esse aspecto pode ser considerado ruim por não observar o movimento da informalidade, que muitas vezes é por onde começam as aglomerações industriais e onde se localiza grande parte do volume de trabalho, porém, informal.

(35)

4. ANALISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

4.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

Através do banco de dados da RAIS do ano de 2011, obteve-se as informações sobre o número de empregos em cada setor da indústria de Pernambuco e em cada microrregião, além do número de empregos totais no estado.

No ano de 2011 foram registrados, através da RAIS, o total de 1.648.927 empregos no estado de Pernambuco. O número total de empregos pertencentes às subcategorias da indústria identificadas pelo IBGE, analisadas para este trabalho e descritas a seguir, registrou um total de 230.784 empregos, representando 14% dos empregos totais no estado.

Das subcategorias descritas pelo IBGE excluiu-se os dados referentes a prestação de serviços e afins e trabalhamos apenas com os dados relativos à indústria, permanecendo treze subcategorias, que são elas:

• Alimentos e Bebidas

• Indústria Têxtil

• Indústria Química

• Minerais não metálicos

• Indústria Metalúrgica

• Papel e Gráfica

• Material e Transporte

• Madeira e Mobiliário

• Indústria Mecânica

• Elétrico e Comunicação

• Borracha, fumo e couros

• Extrativa Mineral

• Indústria de Calçados

Pode-se classificar esses subsetores pelas categorias de uso. As categorias de uso são (CATEGORIAS DE USO, 2012):

• Bens de consumo não duráveis (BCND)

(36)

• Bens intermediários (BI)

• Bens de Capital e de Consumo Duráveis (BCD)

4.2 PADRÃO LOCAIONAL DA INDUSTRIA PERNAMBUCANA POR MICRORREGIOES

Dentro de cada categoria de uso alocam-se determinados subsetores da indústria, caracterizados na Tabela 3.1. Já na Tabela verificamos a participação em percentual de cada setor no estado de Pernambuco, em relação ao número de empregos no ano de 2011, sendo o subsetor de Alimentos e Bebidas responsável pela maior parte da indústria no estado, com 43,7% do total. Juntos, os subsetores de Alimentos e Bebidas, Indústria Têxtil e a Indústria Química são responsáveis por 66,% da indústria no estado. Por categoria de uso, a categoria de Bens de Consumo não Duráveis é responsável por 56,4% da indústria no estado pernambucano, seguida pela categoria de Bens Intermediários, com uma participação de 34,5% e por último a categoria de Bens de Capital e de Consumo Duráveis. A seguir podemos observar essa ocorrência através da Tabela.

Tabela 3.1 – Setores da indústria e sua composição no Estado de Pernambuco

Fonte: Dados da pesquisa

Nota: Setores sombreados correspondem a 96,6% da atividade da indústria em Pernambuco em termos de emprego total da indústria.

Subsetores da Indústria

(IBGE) % Categorias de Uso

Alimentos e Bebidas 43,7 BCND

Indústria Têxtil 11,9 BCND

Indústria Química 11,2 BI

Minerais não Metálicos 8,2 BI

Indústria Metalúrgica 5,2 BI

Papel e Gráfica 4,6 BI

Material de Transporte 4,1 BCD

Madeira e Mobiliário 2,9 BCD

Indústria Mecânica 2,7 BI

Elétrico e Comunicação 2,1 BCD

Borracha, Fumo e Couros 1,5 BI

Extrativa Mineral 1,1 BI

Indústria de Calçados 0,8 BCND

Categorias de Uso %

BCND 56,4

BI 34,5

BCD 9,1

(37)

Dentro de cada categoria de uso alocamos os subsetores. Na categoria de Bens de Consumo não Duráveis, o subsetor de Alimentos e Bebidas lidera representando 77% da categoria, seguido pelo setor de Indústria Têxtil, participando com 21,1% da categoria e a Indústria de Calçados representando 1,4% da categoria de Bens de Consumo Não Duráveis.

A categoria de Bens Intermediários, segunda colocada por participação na indústria pernambucana, tem como subsetor principal a Indústria Química, representando 32,5% da categoria de Bens Intermediários. Os subsetores seguintes mais significativos da categoria foram os de Minerais não Metálicos, com 23,%, Indústria Metalúrgica, com 15,1%, e Papel e Gráfica, com participação de 13,3% da categoria.

A categoria de Bens de Capital e de Consumo Duráveis teve o subsetor de Materiais e Transporte com a maior participação da categoria, representando 45%. Madeira e Mobiliário representa 31,9% da categoria e o subsetor Elétrico e Comunicação participa com 23,1%. A seguir, a Tabela 3.2 ilustra a composição das categorias de uso baseando-se no número de empregos.

Tabela 3.2 – Composição das categoria de uso

Bens de Consumo não Duráveis %

Alimentos e Bebidas 77,5

Indústria Têxtil 21,1

Indústria de Calçados 1,4

Bens Intermediários %

Indústria Química 32,5

Minerais não Metálicos 23,8

Indústria Metalúrgica 15,1

Papel e Gráfica 13,3

Indústria Mecânica 7,8

Borracha, Fumo e Couros 4,3

Extrativa Mineral 3,2

Bens de Capital e Consumo Durável %

Material de Transporte 45,0

Madeira e Mobiliário 31,9

Elétrico e Comunicação 23,1

Fonte: Dados da pesquisa

Nota: Percentual em relação ao emprego total da indústria em Pernambuco

Passando da análise inicial baseada nos subsetores da indústria e nas categorias de uso, vejamos a participação de cada microrregião pernambucana na indústria do estado. A microrregião que tem maior participação na indústria é a microrregião de Recife, com 33%.

Em segundo lugar vem a Mata Setentrional Pernambucana, com 14% e em terceiro lugar a

(38)

Mata Meridional Pernambucana, com 12%. As demais participações estão ilustradas no gráfico a seguir.

Gráfico 3.1 – Participação de emprego de cada microrregião em Pernambuco

Fonte: Dados da pesquisa

Como observado, as microrregiões de Salgueiro, Itaparica, Vale do Ipanema e Fernando de Noronha correspondem a

empregos na indústria. Os valores correspondentes a essas microrregiões foram contabilizadas para o cálculo dos índices de concentração apresentados a seguir, porém, para efeito do Quociente Locacional, desconsideraremos os valores apresentados, por não co

realidade.

Dos principais municípios do

de empregos formais na indústria, o município de Recife fica em primeiro lugar no total de empregos na indústria em Pernambuco, com um total de 37.

Mata Setentrional Pernambucana Mata Meridional Pernambucana Vale Do Ipojuca Itamaracá Alto Capibaribe Vitória De Santo Antão Araripina Petrolina Sertão Do Moxotó Médio Capibaribe Garanhuns Brejo Pernambucano Salgueiro Itaparica Vale Do Ipanema Fernando De Noronha

Participação por Microrregião

Mata Meridional Pernambucana, com 12%. As demais participações estão ilustradas no

Participação de emprego de cada microrregião em Pernambuco

Como observado, as microrregiões de Salgueiro, Itaparica, Vale do Ipanema e Fernando de Noronha correspondem a um número próximo a 0% de participação no total de empregos na indústria. Os valores correspondentes a essas microrregiões foram contabilizadas para o cálculo dos índices de concentração apresentados a seguir, porém, para efeito do Quociente Locacional, desconsideraremos os valores apresentados, por não co

Dos principais municípios do estado de Pernambuco que possuem maior participação de empregos formais na indústria, o município de Recife fica em primeiro lugar no total de empregos na indústria em Pernambuco, com um total de 37.669 empregos, o que corresponde

14%

12%

11%

9%

6%

4%

4%

2%

2%

1%

1%

1%

1%

1%

0 0 0 0

Recife Mata Setentrional Pernambucana Mata Meridional Pernambucana Suape Vale Do Ipojuca Itamaracá Alto Capibaribe Vitória De Santo Antão Araripina Petrolina Pajeú Sertão Do Moxotó Médio Capibaribe Garanhuns Brejo Pernambucano Salgueiro Itaparica Vale Do Ipanema Fernando De Noronha

Participação por Microrregião

Mata Meridional Pernambucana, com 12%. As demais participações estão ilustradas no

Participação de emprego de cada microrregião em Pernambuco

Como observado, as microrregiões de Salgueiro, Itaparica, Vale do Ipanema e 0% de participação no total de empregos na indústria. Os valores correspondentes a essas microrregiões foram contabilizadas para o cálculo dos índices de concentração apresentados a seguir, porém, para efeito do Quociente Locacional, desconsideraremos os valores apresentados, por não corresponderem à

estado de Pernambuco que possuem maior participação de empregos formais na indústria, o município de Recife fica em primeiro lugar no total de 669 empregos, o que corresponde

33%

(39)

a 16,32% do emprego na indústria em Pernambuco. O município de Recife se localiza na microrregião de Recife e seu emprego na indústria corresponde a 49% do emprego na microrregião. O segundo município com maior participação de empregos na indústria é Jaboatão dos Guararapes, com 20.340 empregos, representando 8,81% dos empregos do subsetor no estado. O município de Jaboatão pertence à microrregião de Recife e representa 26% dos empregos na microrregião. O terceiro município com maior participação é Ipojuca, com 13.532 empregos, representando 5,86% dos empregos da indústria no estado de Pernambuco. O município de Ipojuca pertence à microrregião de Suape e é responsável por 54% do emprego no setor na sua microrregião. Em quarto lugar, o município de Caruaru emprega 12.761 pessoas na indústria, representando 5,53% do emprego na indústria do estado. Pertence à microrregião do Vale do Ipojuca e é responsável por 59% do emprego na indústria na microrregião a que pertence. Em seguida, o município de Cabo de Santo Agostinho emprega 11.416 pessoas na indústria, o que corresponde a 4,95% do emprego no setor do estado. O município pertence à microrregião de Suape e participa com 46% do emprego no setor da microrregião. Temos ainda o município de Igarassu, que emprega 10.764 pessoas na indústria, representando 4,66% do emprego no estado de Pernambuco. O município pertence à microrregião de Itamaracá e é responsável por 83% do emprego no setor da microrregião. Após Igarassu, temos o município de Vitória de Santo Antão com 7.773 empregos no setor da indústria, o que representa 3,37% do emprego no setor do estado.

Pertence à microrregião de Vitória de Santo Antão e possui 95% do emprego na indústria na microrregião. Na ordem de importância temos o município de Paulista, com 6.599 empregos na indústria, representando 3,37% de empregos na indústria do estado de Pernambuco.

Pertence à microrregião de Recife e é responsável por 9% dos empregos na indústria na microrregião. Neste parágrafo apresentamos a análise dos principais municípios do estado de Pernambuco, em relação ao número de empregos na indústria em 2011. Na Tabela 3.4, a seguir, apresentamos os municípios que representam 93% do total de empregos na indústria no estado, com 215.024 empregos totais no setor da indústria. Esta Tabela mostra o total de empregos desses municípios, o quanto esse número de empregos representa no estado, a qual microrregião pertence e quanto o município representa na microrregião em relação ao número de empregos.

(40)

Tabela 3.3 – Principais municípios, seu total de empregos, quanto representa no Estado, a região do qual faz parte e a participação de cada município na microrregião

Município Total de

Empregos % Estado Microrregiões (IBGE)

% Microrregiões

Recife 37.669 16,32 Recife 49

Jaboatão dos Guararapes

20.340 8,81 Recife 26

Ipojuca 13.532 5,86 Suape 54

Caruaru 12.761 5,53 Vale do Ipojuca 59

Cabo de Santo Agostinho

11.416 4,95 Suape 46

Igarassu 10.764 4,66 Itamaracá 83

Vitoria de Santo Antao

7.773 3,37 Vitória de Santo Antão 95

Paulista 6.599 2,86 Recife 9

Goiana 6.161 2,67 Mata Setentrional

Pernambucana

20

Rio Formoso 5.620 2,44 Mata Meridional

Pernambucana

21

Sirinhaem 5.585 2,42 Mata Meridional

Pernambucana

21

Timbauba 5.473 2,37 Mata Setentrional

Pernambucana

21 Lagoa do Itaenga 5.453 2,36 Mata Setentrional

Pernambucana

17

Olinda 4.636 2,01 Recife 6

Santa Cruz do Capibaribe

4.591 1,99 Araripina 93

Camutanga 4.448 1,93 Mata Setentrional

Pernambucana

14

Escada 4.053 1,76 Mata Meridional

Pernambucana

15

Belo Jardim 4.030 1,75 Vale do Ipojuca 19

Abreu e Lima 3.847 1,67 Recife 5

Petrolina 3.687 1,60 Petrolina 89

Vicencia 3.260 1,41 Mata Setentrional

Pernambucana

10 Joaquim Nabuco 3.054 1,32 Mata Meridional

Pernambucana

11

Cortes 2.818 1,22 Mata Meridional

Pernambucana

11

Tamandare 2.495 1,08 Mata Meridional

Pernambucana

9

Carpina 2.394 1,04 Mata Setentrional

Pernambucana

8

Toritama 2.329 1,01 Alto Capibaribe 25

Itapissuma 2.160 0,94 Itamaracá 17

Araripina 1.965 0,85 Araripina 40

Garanhuns 1.845 0,80 Garanhuns 61

Paudalho 1.739 0,75 Mata Setentrional

Pernambucana

6

Trindade 1.647 0,71 Araripina 33

(41)

Tabela 3.3 – Continuação – Principais municípios, seu total de empregos, quanto representa no Estado, a região do qual faz parte e a participação de cada município na microrregião

Sao Lourenco da Mata

1.564 0,68 Recife 2

Camaragibe 1.328 0,58 Recife 2

Gravata 1.323 0,57 Vale do Ipojuca 6

Nazare da Mata 1.243 0,54 Mata Setentrional Pernambucana

4 Taquaritinga do

Norte

978 0,42 Alto Capibaribe 11

Surubim 951 0,41 Alto Capibaribe 10

Catende 921 0,40 Mata Meridional

Pernambucana

3

Moreno 912 0,40 Recife 1

Bezerros 837 0,36 Vale do Ipojuca 4

Ipubi 823 0,36 Araripina 17

Total 215.024 93%

Fonte: Dados da pesquisa

Na Tabela 3.4, a seguir, estão elencados os principais municípios em relação ao número de empregos na indústria de Pernambuco, e a participação dos subsetores mais representativos em cada município, observando que os setores predominantes na indústria de Pernambuco são as indústrias de Alimentos e Bebidas, com 43,7% do total de empregos da indústria do estado, em seguida a Indústria Têxtil, com 11,9% e em terceiro a Indústria Química com 11,2%.

Tabela 3.4 – Principais municípios e seus setores principais

Município Principais Subsetores(IBGE) dos municípios e a participação em porcentagem de cada subsetor

Abreu e Lima Indústria Química 41% Alimentos e Bebidas

22% Indústria Metalúrgica

12%

Recife Alimentos e Bebidas 34% Indústria Química 11% Papel e Gráfica 11%

Jaboatão dos Guararapes

Alimentos e Bebidas 40% Indústria Química 17% Indústria Têxtil 8%

Ipojuca Material de Transporte

41% Alimentos e Bebidas

40% Indústria Química 8%

Caruaru Indústria Têxtil 54% Alimentos e Bebidas

18% Prod. Mineral Não Metálico

10%

Cabo de Santo Agostinho

Alimentos e Bebidas 29% Prod. Mineral Não Metálico

18% Indústria Metalúrgica

15%

Igarassu Alimentos e Bebidas 53% Material de Transporte

15% Papel e Gráf/Indústria Química

1%

Vitoria de Santo Antao

Indústria Química 56% Alimentos e Bebidas

27% Prod. Mineral Não Metálico

8%

Paulista Indústria Têxtil 26% Indústria Química 25% Alimentos e Bebidas

17%

Referências

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