Tipos de dados, variáveis e identificadores
Gustavo Queiroz Fernandes
Atualizado em: 15/04/2019
Sumário
Objetivos ... 1
Pré-requisitos ... 1
Recursos e Materiais ... 1
Última Atualização ... 1
1. Tipos de dados ... 1
2. Variáveis ... 3
3. Identificadores ... 3
Referências Bibliográficas ... 4
1
Objetivos
Descrever os principais conceitos relacionados com a declaração de variáveis em algortimos, apresentando os tipos de dados que podem ser atribuídos a elas e as regras para se criar identificadores (nomes) das variáveis
Pré-requisitos
NenhumRecursos e Materiais
NenhumÚltima Atualização
15/04/2019Nas últimas seções, vimos como os algoritmos trazem uma série de benefícios para a programação, como evitar retrabalho, garantir que o programa desenvolvido seja enxuto e eficiente, e permitir que todos os membros da equipe compreendam o programa, mesmo aqueles que não possuem conhecimento aprofundado em programação. Além disso, abordamos também as diferentes formas de representação dos algoritmos, destacando de forma rápida, as vantagens e desvantagens de cada uma delas. Chegou a hora, portanto, de aprendermos a desenvolver nossos próprios algoritmos, e, para isso, começaremos estudando três tópicos muito importantes: os tipos de dados, as variáveis e os identificadores.
1. Tipos de dados
Os tipos de dados representam as grandezas do mundo real que são representadas dentro de um computador, podendo serem classificados em dados primitivos ou compostos (não primitivos). Os dados primitivos, conforme descrito abaixo, correspondem aos números inteiros, reais, caracteres e lógicos, e, por serem um tipo básico de dado, estão presentes em praticamente toda linguagem de programação.
Inteiro: Toda informação que pertença ao conjunto dos números inteiros, como por exemplo:
8, -5, 10, 0, 1, etc.
Real: Toda informação que pertença ao conjunto dos números reais, como 0.15; -5.14; 10.2;
2E23, etc. Devemos observar que a casa decimal é separada por ponto, e não por vírgula, como geralmente estamos acostumados a fazer.
Caracter: Toda informação que represente um símbolo do alfatebo (letras e números) na forma de texto, como por exemplo: “c”, “A”, “0”, “*”, “;”, etc.
Lógico: Toda e qualquer informação que possa assumir apenas duas situações, como verdadeiro ou falso, aberto ou fechado, ligado ou desligado, etc.
O tamanho da informação (número de bits) que esses tipos de dados podem armazenar varia de acordo com o hardware para o qual o programa está sendo desenvolvido e com especificadores de tipo permitidos pela linguagem de programação utilizada, sendo que, no caso da linguagem #C, por exemplo, as possíveis configurações para cada um desses tipos de dados primitivos são apresentadas na Tabela 1 a seguir:
2 Tabela 1: Especificadores do tipo de dados para a linguagem #C
Tipo de dado Significado Tamanho (bytes) Faixa de valores
char Caractere 1 -128 até 127
unsigned char Caractere sem sinal 1 0 até 255
short int Inteiro curto 2 -32 768 até 32 767
unsigned short int Inteiro curto sem sinal 2 0 até 65 535
int Inteiro 2 (processador de 16 bits)
4 (processador de 32 bits)
-32 768 até 32 767
-2 147 483 648 até 2 147 483 647 unsigned int Inteiro sem sinal 2 (processador de 16 bits)
4 (processador de 32 bits)
0 até 65 535 0 até 4 294 967 295
long int Inteiro longo 4 -2 147 483 648 até 2 147 483 647
unsinged long int Inteiro longo sem sinal 4 0 até 4 294 967 295
float Real 4 3.4*10-38 até 3.4*1038
double Real duplo 8 1.7*10-308 até 1.7*10308
long double Real duplo longo 10 3.4*10-4932 até 3.4*104932
Ao mesmo tempo, os tipos de dados compostos são conjuntos formados a partir dos dados primitivos ou mesmo de outros dados compostos, dando origem, por exemplo, aos vetores e às matrizes. Um vetor, ilustrado pela Figura 1, é um conjunto de variáveis do mesmo tipo, que podem ser acessadas através de um único nome, com seus elementos ocupando posições fixas e em sequência. Vale observarmos que um texto é entendido como um vetor de caracteres, embora, em algumas linguagens, um tipo de dado primitivo chamado string seja utilizado para descrever esses elementos.
Figura 1: Exemplos de vetores de caracteres e de números inteiros
Já as matrizes podem ser entendidas como tabelas cujos elementos também são acessados por um único nome, bastando informarmos a linha e a coluna do elemento, sempre nesse ordem (Figura 2).
Figura 2: Exemplo de uma matriz de números inteiros Elemento [2,4] de uma matriz de números inteiros Elemento [3] de um vetor de caracteres
Elemento [3] de um vetor de números inteiros
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2. Variáveis
À medida em que elaboramos nossos programas de computador, pode ser necessário armazenarmos alguns dados na memória RAM, para que possamos acessá-los e manipulá-los mais adiante em algum outro momento do algoritmo. Cada um desses dados ficam localizados em um espaço diferente da memória, e, para termos condições de acessarmos essas informações novamente, utilizamos as variáveis para dar nomes à cada um dos dados que armazenamos.
Como forma de facilitar nossa compreensão, podemos imaginar a memória de um computador como sendo um armário repleto de gavetas (as variáveis), cada uma delas responsável por armazenar um objeto diferente (os dados). Cada variável recebe um nome e armazena um dado de cada vez, sempre do mesmo tipo. Assim, ao desenvolvermos nossos algoritmos, precisamos declarar as variáveis que estamos utilizando, definindo nomes e especificando o tipo de dado que cada uma delas armazenará, conforme ilustrado nos exemplos abaixo.
Declarando variáveis com tipos de dados primitivos inteiro: x;
real: salario;
lógico: resposta;
Nesse exemplo, a variável x é do tipo inteiro, e, portanto, só pode armazenar dados do tipo inteiro. A variável salario é do tipo real e, por isso, deve conter um dado do tipo real. Já a variável resposta é do tipo lógico e só pode armazenar valores desse tipo, ou seja, 0 ou 1.
No caso dos vetores e das matrizes, declaramos as variáveis informando o tamanho desses elementos entre colchetes, conforme ilustrado nos exemplos abaixo. A variável nome foi declarada como um vetor de 10 caracteres, enquanto que a variável tabela foi definida como uma matriz de 25 linhas e 20 colunas, composta somente por números reais. Quando desejarmos utilizar a informação presente em alguma posição desses elementos, informamos ao algoritmo o nome da variável, com a posição desejada entre colchetes.
Declarando vetores e matrizes caractere nome[1...10];
real tabela [1...25,1...20];
Além disso, pode acontecer de armazenarmos um dado em uma determinada variável e não alterarmos o seu valor em nenhum outro momento do algoritmo. Nesse caso, a variável é chamada de constante.
3. Identificadores
De forma geral, os identificadores são os nomes dados às variáveis e, como forma de garantir que o programa desenvolvido compile e seja executado sem erros, é necessário que sigamos as quatro regras abaixo para darmos nomes às variáveis dos nossos algoritmos:
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• Devem começar com um caracter alfabético;
• Podem conter quantos caracteres alfabéticos ou numéricos forem necessários;
• Não devem conter caracteres especiais ou símbolos de operações aritméticas;
• Não podem ser palavras reservadas (palavras que já representam algum outor comando no algoritmo).
Alguns exemplos de identificadores válidos e inválidos são apresentados a seguir para facilitar a compreensão dessas regras:
Identificadores válidos: ano, idade, U2, nota1, nota2
Identificadores inválidos: C&A, 4x, nota 1, nota-2, a/b, a#b, A+B
Referências Bibliográficas
A. A. T. Maia, “Fundamentos da Computação – Algoritmos – Programação em Linguagem C”.
Universidade Federal de Minas Gerais, 2013.
CCM. “Linguagem C: Os tipos de dados”. Online. [Acesso 14 Abril 2019]
E. C. Gatto, “Tipos de dados para uso em algoritmos”. 2016. Online. [Acesso 14 Abril 2019]
E. C. Gatto, “Variáveis e constantes”. 2016. Online. [Acesso 14 Abril 2019]