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CÂNCER DE COLO DO ÚTERO
CAPÍTULO
2
CÂNCER DE COLO DO ÚTERO
➢ JUNÇÃO ESCAMOCOLUNAR - JEC
• Transição entre epitélio colunar simples (endocérvice) e epitélio escamoso e estratificado (ectocércive)
• Localização de mais de 90% das lesões precursoras ou malignas do colo do útero
➢ CÂNCER DE COLO DO ÚTERO E O HPV
• Principal fator de risco é a infecção pelo HPV
• O HPV está presente quase na totalidade dos casos de carcinomas cervicais uterinos, é a maior causa específica já relatada para um câncer em humanos
• Há entre 12 e 18 tipos de HPV reconhecidos como oncogênicos
• Entre os HPVs de alto risco oncológico os mais comuns são: HPV16 e HPV18 (presentes em 70%
dos casos de câncer do colo uterino)
➢ MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
• Na maioria das vezes de forma assintomática, com lesões subclínicas (inaparentes), visíveis apenas após aplicação de reagentes.
• As lesões clínicas podem ser únicas ou múltiplas, restritas ou difusas, de tamanho variável, planas ou exofíticas, sendo também conhecidas como condiloma acuminado, verruga genital ou crista de galo
• No estágio invasor da doença os principais sintomas são:
o Sangramento vaginal (espontâneo, após o coito ou esforço)
o Leucorreia o Dor pélvica
o Podem estar associados com queixas urinárias ou intestinais nos casos mais avançados
• Ao exame especular podem ser evidenciados sangramento, tumoração, ulceração e necrose no colo do útero. O toque vaginal pode mostrar alterações na forma, tamanho, consistência e mobilidade do colo do útero e estruturas subjacentes
➢ TIPOS DE CARCINOMAS INVASORES
• CARCINOMA EPIDERMOIDE o Tipo mais incidente
o Acomete o epitélio escamoso (representa cerca de 80% dos casos).
• ADENOCARCINOMA o Tipo mais raro
o Acomete o epitélio glandular
➢ TIPOS DE CÂNCER DE COLO DO ÚTERO
• LSIL (lesão intraepitelial escamosa de baixo grau) o Displasia branda, baixo risco para câncer
(antigo NIC I)
• HSIL (lesão intraepitelial escamosa de alto grau) o lesões pré malignas em quantidade
moderada ou avançada (antigo NIC 2 e NIC 3);
o Células anormais com grandes alterações na forma e tamanho – investigar com colposcopia e biópsia.
• CARCINOMA EPIDERMÓIDE o Mais comum
o Diagnosticado na sua forma pré invasora, geralmente assintomático, mas facilmente detectável ao exame ginecológico periódico
➢ ATENÇÃO
• O termo NIC deixou de ser indicado nos laudos de Papanicolau em 2001, pois nem todo LSIL corresponde realmente a uma lesão NIC 1 na biópsia
• Portanto, NIC 1, NIC 2 e NIC 3, atualmente só devem ser usados para descrever resultados da biópsia feita por colposcopia. No Papanicolau o correto é usar os acrômios LSIL ou HSIL
➢ FATORES DE RISCO
• Infecção pelo HPV
• Início precoce da atividade sexual
• Multiplicidade de parceiros sexuais
• Tabagismo
• Baixa condição sócio-econômica
• Imunossupressão
• Uso prolongado de contraceptivos
• Higiene íntima inadequada
➢ PREVENÇÃO PRIMÁRIA
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• Uso de preservativos nas relações sexuais
• Redução das parcerias sexuais
• Vacinação
➢ PREVENÇÃO SECUNDÁRIA
• No Brasil, a principal estratégia utilizada para detecção precoce/rastreamento do câncer do colo do útero é a realização da coleta de material para exame citopatológico, conhecido popularmente como exame preventivo do colo do útero ou exame de Papanicolau
➢ FAIXA ETÁRIA E PERIODICIDADE PARA REALIZAÇÃO DO EXAME PREVENTIVO
• O intervalo entre os exames deve ser de 3 anos, após 2 exames negativos com intervalo anual
• Início da coleta: 25 anos de idade para as mulheres que já tiveram atividade sexual
• Os exames devem seguir até os 64 anos e serem interrompidos, após essa idade, quando a mulher tiver pelo menos 2 exames negativos consecutivos nos últimos 5 anos
• Para mulheres com mais de 64 anos e que nunca realizaram o exame citopatológico: realizar 2 exames com intervalo de um a três anos. Se ambos forem negativos, essas mulheres podem ser dispensadas de exames adicionais
➢ SITUAÇÕES ESPECIAIS
• GESTANTES
o O rastreamento em gestantes deve seguir as recomendações de periodicidade e faixa etária como para as demais mulheres, sendo que a procura ao serviço de saúde para realização de pré-natal deve sempre ser considerada uma oportunidade para o rastreio
o Apesar da junção escamocolunar no ciclo gravidicopurperal encontrar-se exteriorizada na ectocérvice na maioria das vezes - o que dispensaria a coleta endocervical - a coleta de espécime endocervical não parece aumentar o risco sobre a gestação quando utilizada uma técnica adequada
• OUTRAS SITUAÇÕES ESPECIAIS
o Mulheres na pós-menopausa devem ser rastreadas de acordo com as orientações para as demais mulheres
o Mulheres submetidas à histerectomia total por lesões benignas, sem história prévia de diagnóstico ou tratamento de lesões cervicais de alto grau, podem ser excluídas do rastreamento, desde que apresentem exames anteriores normais
o Não há indicação para rastreamento do câncer do colo do útero e seus precursores em mulheres sem histórico de atividade sexual
o O exame citopatológico deve ser realizado nas mulheres imunossuprimidas após o início da atividade sexual com intervalos semestrais no primeiro ano e, se normais, manter seguimento anual enquanto se mantiver o fator de imunossupressão o Mulheres HIV positivas com CD4 abaixo de
200 células/mm³ devem ter priorizada a correção dos níveis de CD4 e, enquanto isso, devem ter o rastreamento citológico a cada seis meses
➢ RECOMENDAÇÕES PRÉVIAS PARA REALIZAÇÃO DA COLETA DO EXAME PREVENTIVO DO COLO DE ÚTERO
• 48 horas antes, evitar: duchas ou medicamentos vaginais; exames intravaginais; relações sexuais;
anticoncepcionais locais ou espermicidas
• Embora usual, a recomendação de abstinência sexual prévia ao exame só é justificada quando são utilizados preservativos com lubrificante ou espermicidas. Na prática a presença de espermatozoides não compromete a avaliação microscópica.
• Aguardar o quinto dia após o término da menstruação
o OBS: Se STV anormal, o exame é mandatório e a coleta, se indicada, pode ser realizada
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MAPAS MENTAIS
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QUESTÕES
1. (IBFC - 2017) Considerando que o rastreamento dos cânceres de mama e do colo do útero são essenciais para a Saúde da Mulher, analise as sentenças abaixo e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).
( ) O rastreamento do câncer do colo do útero por meio de exame citopatológico antes dos 25 anos deve ser evitado.
( ) Os dois primeiros exames citopatológicos para rastreamento do câncer de colo do útero devem ser realizados com intervalo anual e, se ambos os resultados forem negativos, os próximos devem ser realizados a cada 3 anos.
( ) O rastreamento do câncer de mama por autoexame da mama em todas as mulheres adultas deve ser estimulado.
( ) O rastreamento do câncer de mama deve ser indicado a todas as mulheres após os 45 anos.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.
(A) V,V,F,F (B) F,V,V,V (C) F,F,V,V (D) V,F,F,F
2. (IBEG – 2017) Com relação ao rastreamento do câncer de colo do útero através do rastreio com o exame citopatológico (Papanicolau), é correto que:
(A) O exame permite a detecção de alterações celulares compatíveis com a presença de HPV (B) O início da coleta deve ser aos 14 anos de idade
para as mulheres que já iniciaram a atividade sexual
(C) Mulheres consideradas pertencentes a grupos de risco devem realizar os exames a cada três meses (D) A incidência de falso-positivo é elevada
(E) Os exames devem seguir até os 69 anos de idade e interrompidos quando, após essa idade, as mulheres tiverem pelo menos dois exames negativos consecutivos nos últimos
3. (INSTITUTO AOCP – 2019) São lesões precursoras do câncer de colo de útero:
(A) NIC I e NIC IV.
(B) NIC II e NIC III.
(C) NIC I, NIC II e NIC III.
(D) Adenocarcinoma in situ e HER-2.
4. (IBFC – 2018) O principal método e o mais amplamente utilizado para rastreamento de câncer do colo do útero é ___________________ para detecção e tratamento das lesões precursoras.
Assinale a alternativa quecompleta corretamente a lacuna.
(A) O exame de Colposcopia (B) A Ultrassonografa transvaginal (C) O exame de Papanicolau (D) A dosagem hormonal
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