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KURY, L., org. Imagens. In: Iluminismo e Império no Brasil: O Patriota (1813-1814) [online]. Rio de
Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2007. História e saúde collection, pp. 179-198. ISBN:
978-85-7541-603-7. Available from: doi:
10.7476/9788575416037
. Also available in ePUB from:
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Na tela de Sequeira, importante pintor do absolutismo ilustrado português, Borges de
Barros, o B* de
O Patriota
, é retratado com a família. À esquerda, o busto de seu filho morto
e à direita a jovem Luisa Margarida, futura condessa de Barral.
Capa do primeiro fascículo de
O Patriota
, de janeiro de 1813
Fonte: O Patriota. Rio de Janeiro, Impressão Regia, 1813-1814. Acervo Fundação Biblioteca Nacional, Obras Raras Foto Biblioteca Nacional
Alguns nomes de táxons botânicos foram atribuídos em
homenagem a patronos da ciência e da cultura, como o duque
de Lafões (
Lafoensia
) e o marquês de Marialva (
Marialva
).
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O jornal
O Patriota
tornou-se campo de polêmicas, e seu redator, Ferreira
Guimarães, foi alvo de ataques pelas críticas literárias que publicara. Aqui se
percebe a interseção entre os espaços da palavra impressa e da oralidade da
representação teatral.
Neste epicédio (homenagem póstuma), de 1812, o redator de
O Patriota
confirma sua ligação
com d. Rodrigo, conde de Linhares.
Guimarães, Manuel Ferreira de Araújo. Epicedio ao Ilmo. sr. Rodrigo de Sousa Coutinho. Rio de Janeiro: Impressão Regia, 1812. Acervo Fundação Biblioteca Nacional, Obras Raras Foto Roberto Jesus Oscar e Vinicius Pequeno
As publicações do Arco do Cego descreviam, por imagens e textos, o funcionamento de
invenções úteis às artes e às ciências. Esse modelo também foi seguido por
O Patriota
. Aqui
aparece um engenho “filosófico”, sem o trabalho escravo.
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O sentimento antinapoleônico marcou o patriotismo imperial luso-brasileiro, como neste panfleto
publicado em 1809 no Rio de Janeiro. Todavia, a França era um modelo de ciência e civilização.
No prospecto de lançamento de
O Patriota
, Araújo Guimarães convoca os “sábios de nosso
paiz” a publicar e a consolidar um espaço público das letras e das ciências.
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A oficina tipográfica de Simão Thaddeo Ferreira participou das iniciativas para divulgação
de textos considerados úteis, capitaneadas por Velloso, homem de confiança de d. Rodrigo.
As plantas para a produção de potassa, como o tabaco e o milho, foram objeto de descrições
sistemáticas.
As obras publicadas por Velloso tinham objetivos didáticos e pretendia-se
que fossem amplamente divulgadas. As gravuras, tabelas e gráficos
auxiliavam na compreensão dos textos. A tabela de lixiviação sintetiza
diversas informações em uma só figura.
Velloso, José Mariano da Conceição. Alographia dos Alkalis Fixos Vegetal ou Potassa, Mineral ou Soda e dos seus Nitratos, segundo as Melhores Memorias Estrangeiras. Lisboa: Off. de Simão Thaddeo Ferreira, 1798. Acervo Fundação Biblioteca Nacional, Obras Raras Foto Roberto Jesus Oscar e Vinicius Pequeno
D. Rodrigo de Sousa Coutinho, conde de Linhares e articulador do projeto do
Império luso-brasileiro, faleceu um ano antes da publicação de
O Patriota
,
que reuniu alguns de seus antigos protegidos.
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Planta da Fortaleza de N. Sra. da Conceição, em Angola, estabelecida durante
o governo (1764-1772) de d. Francisco Inocêncio de Sousa Coutinho (pai de d.
Rodrigo), que se caracterizou pelo reformismo ilustrado.
O Patriota
publicou texto do médico da
Armada português Bernardino Antonio Gomes
sobre o Rio de Janeiro, no qual propõe
soluções para combater a insalubridade da
cidade. A perspectiva de Gomes, aqui
representado com um sorriso filosófico, era
imperial, pois conhecia e comparava
territórios ultramarinos.
Bernardino Antonio Gomes (1768-1828) Fotografia de obra original de Sequeira, de 1811 Acervo Fundação Biblioteca Nacional, Iconografia Foto Roberto Jesus Oscar e Vinicius Pequeno
O conde dos Arcos, vice-rei do Brasil
(1806-1808), foi um dos subscritores de
O Patriota
.
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Domingos Borges de Barros, futuro visconde de Pedra
Branca, foi um dos principais colaboradores de
O
Patriota
. Divulgou conhecimentos “úteis”, seguindo
o padrão de conduta das elites ilustradas européias
e norte-americanas.
Visconde de Pedra Branca, s. d. Fonte: Sisson, S. A. Galeria dos Brasileiros Ilustres (Os Contemporâneos). Rio de Janeiro: S. A. Sisson, 1859. v. 2. Acervo Fundação Biblioteca Nacional, Iconografia Foto Roberto Jesus Oscar e Vinicius Pequeno
Mariano José Pereira da Fonseca, futuro marquês de
Maricá, participou da Sociedade Literária do Rio de
Janeiro, reprimida pelo conde de Resende. Nos autos
da devassa, de 1794, consta que era chamado pela
alcunha de “biscoutinho”. Posteriormente virou censor
e tornou-se conhecido por suas “máximas”,
publicadas inicialmente em
O Patriota
.
Marquês de Maricá Fonte: Sisson, S. A. Galeria dos Brasileiros Ilustres (Os Contemporâneos). Rio de Janeiro: S. A. Sisson, 1859. v. 2. Acervo Fundação Biblioteca Nacional, Iconografia Foto Roberto Jesus Oscar e Vinicius Pequeno
Antônio Araújo de Azevedo, conde da Barca, adversário
político de d. Rodrigo, ministro por duas vezes, era importante
mecenas das artes e colaborou em
O Patriota
, divulgando
procedimentos químicos adotados em seu laboratório
particular. Foi o responsável pela chegada ao Brasil da
primeira tipografia, que deu origem à Impressão Régia.
O açúcar de beterraba foi uma das principais realizações das ciências aplicadas
durante o Império napoleônico. A gravura representa o ministro do Interior, Benjamin
Delessert, entregando a Bonaparte dois pães de açúcar de beterraba, em 1810.
Napoléon Ier. Galerie civile et militaire, s. d.
David (grav.) e Monnet (des.) Acervo Fundação Biblioteca Nacional, Iconografia Foto Roberto Jesus Oscar e Vinicius Pequeno
Alguns artigos de
O Patriota
criticam a influência da escravidão sobre a falta de
progresso técnico no Brasil. Trabalhos que poderiam ser realizados por máquinas
simples eram executados por escravos, como atestam muitos artistas da época.
Escravos carregando barril, s. d. Joaquim Cândido Guillobel Fonte: Usos e Costumes do Rio de Janeiro nas figurinhas de Guillobel (1787-1859)
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Carlos Julião (c.1738-1811?) nasceu em Turim mas seguiu carreira militar em Portugal. Esteve na Índia e no Brasil. Suas
aquarelas retratam aspectos da vida cotidiana, onde se vêem produtos, trajes e costumes brasileiros. Carlos Antonio Napion
(Turim, 1756 - Rio de Janeiro, 1814), militar próximo de d. Rodrigo, sócio da Real Academia das Ciências e intendente da
Real Fábrica de Pólvora, em 1808, publicou em
O Patriota
(1814) anotações de Julião sobre madeiras do Brasil.
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As pranchas de cobre feitas pelos artífices do Arco do Cego representam o que havia
de mais moderno em Portugal. A história natural, a arte da tinturaria (cochonilha) e as
técnicas de gravura são exemplos dos temas presentes nas obras publicadas pela casa
de edição dirigida por frei Velloso.
Gafanhoto desenhado por Arruda da Câmara em seu caderno de ilustrações.
Estampas representando assuntos de história natural, s. d. Manoel Arruda da Câmara Acervo Fundação Biblioteca Nacional, Manuscritos Foto Roberto Jesus Oscar e Vinicius Pequeno
Velloso utilizava o sistema lineano para classificação e descrição dos
vegetais. Seus estudos dão ênfase às plantas de uso medicinal. A
autoria dos desenhos dos manuscritos preparatórios para a
Flora
Fluminensis
é incerta.
Preciosos manuscritos da biblioteca da Casa dos Marqueses de Castelo Melhor, s. d. Frei José Mariano da Conceição Vellozo Acervo Fundação Biblioteca Nacional, Manuscritos Foto Roberto Jesus Oscar e Vinicius Pequeno
Bernardino Antonio Gomes, autor de estudo sobre a insalubridade do Rio de Janeiro, publicado
em
O Patriota
, escreveu diversos trabalhos de botânica aplicada à medicina e sobre doenças
de pele, inclusive a bouba.
Bernardino Antonio Gomes. Observações Botanico-Medicas sobre algumas plantas do Brazil Fontes: FALCÃO, E. de C. (Org.) Plantas Medicinais do Brasil. São Paulo: Edusp, 1972. (Brasiliensia Documenta, V) e
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O editor de
O Patriota
procurou ilustrar o jornal com figuras e tabelas, a fim de facilitar
a compreensão, complementar e sintetizar informações. As imagens ilustram artigos
voltados para temas “úteis”, de acordo com os padrões internacionais das Luzes.
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“Noticia acerca de varios carros de transporte...”, por B*** (O Patriota, I, 4, 1813, 68- 81).
A mesma folha é usada para estampar gravuras referentes a dois artigos que tratam de assuntos diversos: “Memoria sobre os muros de apoio...”, por Domingos Borges de Barros (O Patriota, II, 4, 1813, 3-11) e “Memoria sobre a cochonilha e o methodo de a propagar...”, por Jacinto José da Silva Quintão (O Patriota, II, 4, 1813, 11-19).
“Ensaio sobre as propriedades fysicas de differentes madeiras”, pelo Tenente General Carlos Antonio Napion (O Patriota, III, 6, 1814, 84-91).