LAUDO DE AVALIAÇÃO RJ-074/06
1/3 VIAS
APSIS CONSULTORIA LAUDO RJ-074/06
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LAUDO: RJ-074/06 DATA BASE:
31 de março de 2006
SOLICITANTE: AMÉRICA LATINA LOGÍSTICA S.A., com sede na Rua Emílio Bertolini,
100, Vila Oficinas, Cidade de Curitiba, Estado do PR, inscrita no CNPJ sob o nº 02.387.421/0001-60, doravante denominada ALL.
OBJETO: FERROBAN FERROVIAS BANDEIRANTES S.A., com sede a Rua Dr. Sales
de Oliveira, 1380, Vila Industrial, Cidade de Campinas, Estado de SP, Brasil, inscrita no CNPJ sob o n.º 02.502.844/0001-66, doravante denominada FERROBAN.
OBJETIVO:
Cálculo do valor das ações de FERROBAN, para fins de realização de oferta
pública de aquisição de ações de FERROBAN em circulação no mercado em
função de alienação do controle indireto, nos termos das Instruções CVM
n.º 361/02 e 436/06.
SUMÁRIO EXECUTIVO
A APSIS CONSULTORIA EMPRESARIAL Ltda. foi contratada pela ALL para cálculo do valor das ações da FERROBAN, nos termos das Instruções CVM Nº 361/02 e 436/06, sendo a avaliação feita através das metodologias citadas na instrução CVM Nº 361/02 em seu artigo 8º:
1. Preço médio ponderado de cotação das ações;
2. Valor do patrimônio líquido por ação;
3. Valor econômico (fluxo de caixa descontado ou múltiplos) por ação;
Os procedimentos técnicos empregados no presente Laudo estão de acordo com os critérios estabelecidos pelas normas de avaliação.
Os avaliadores optaram pela metodologia 3 citada anteriormente, como a melhor forma de calcular o valor das ações da FERROBAN. As principais premissas e os critérios adotados na modelagem financeira
encontram-se na próxima página. A taxa de desconto utilizada foi de 12,0% a.a., cujo cálculo encontra-se detalhado no Anexo 1.
O quadro a seguir apresenta um resumo dos resultados encontrados:
QUADRO RESUMO (31/MARÇO/2006)
Valor do Patrimônio Líquido Contábil da
FERROBAN por ação R$ -0,492856
Preço médio ponderado de cotação das ações nos últimos 12 meses por ação
Não aplicável (não houve negociações no período) Valor da FERROBAN por ação, considerando um
intervalo de 10% entre os valores mínimo e máximo
R$ 0,088049 a
R$ 0,096928
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ENTRADAS E SAÍDAS PREMISSAS LÓGICA
VOLUME TRANSPORTADO Aumento da TU (tonelada transportada) de 13% ao ano, em média.
Orçamento plurianual da empresa e estudos de mercado.
TICKET MÉDIO UNITÁRIO Aumento da tarifa (R$ / TU) de 1% ao ano, em média. Orçamento plurianual da empresa e estudos de mercado.
IMPOSTOS DIRETOS Média geral de 13,5% sobre a ROB. Dados históricos da empresa.
COMBUSTÍVEL Função das distâncias percorridas e preço do combustível (R$ 1,20 para todos os períodos). Os cálculos detalhados encontram-se no Anexo 1.
Orçamento da empresa.
DIREITO DE PASSAGEM Pedágio para utilização de malha ferroviária de terceiros.
Calculado através das fórmulas constantes nos contratos.
Dados históricos e orçamento da empresa.
PONTA RODOVIÁRIA Custo com transporte rodoviário para coleta da carga no cliente. Utilizado um percentual sobre a receita.
Dados históricos e orçamento da empresa.
DESPESAS GERAIS E ADMINISTRATIVAS
O total projetado é de R$ 163 milhões anuais para o 1º período. O detalhamento encontra-se no Anexo 1.
Orçamento dos custos e despesas administrativas sem rateio com outras empresas do grupo, visando a avaliação individual da FERROBAN.
DEPRECIAÇÃO Aplicados os índices históricos por tipo de ativo, considerando- se o custo original e também os novos investimentos.
Orçamento plurianual da empresa e demonstrações financeiras.
IMPOSTO DE RENDA E CSSL Aplicadas as alíquotas referentes ao regime tributário da empresa, considerando-se os prejuízos fiscais acumulados até a data base deste laudo.
Orçamento plurianual da empresa e demonstrações financeiras.
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5 DESCRIÇÃO DA OPERAÇÃ0
Em 16 de junho de 2006, a ALL incorporou a totalidade das ações de emissão da Brasil Ferrovias S.A. (Brasil Ferrovias) e da Novoeste Brasil S.A. (Novoeste Brasil), com todos os direitos a elas inerentes, inclusive aqueles relativos a dividendos, contabilizados ou não, bonificações e quaisquer outras formas de distribuição de lucros.
Após a operação, a ALL passou a deter a totalidade do capital social da Brasil Ferrovias e da Novoeste e, em decorrência, passou a deter, indiretamente, o controle acionário das seguintes concessionárias ferroviárias:
a) Ferroban – Ferrovias Bandeirantes S.A. (Ferroban);
b) Ferronorte S.A. – Ferrovias Norte do Brasil (Ferronorte); e c) Ferrovia Novoeste S.A. (Ferrovia Novoeste).
Dessa forma, a ALL deverá realizar a oferta pública de aquisição de
ações prevista no art. 254-A da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de
1976, conforme alterada.
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7 ÍNDICE
1 INFORMAÇÕES SOBRE O AVALIADOR 8
2 AVALIAÇÃO DA FERROBAN 14
2.1 CARACTERIZAÇÃO DA FERROBAN 15
2.2 AVALIAÇÃO - PREÇO MÉDIO PONDERADO DE COTAÇÃO DAS AÇÕES 27
2.3 AVALIAÇÃO - VALOR DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO POR AÇÃO 28
2.4 AVALIAÇÃO – FLUXO DE CAIXA 29
3 CONCLUSÃO 34
4 GLOSSÁRIO 35
5 RELAÇÃO DE ANEXOS 38
1 INFORMAÇÕES SOBRE O AVALIADOR
INTRODUÇÃO
A APSIS CONSULTORIA EMPRESARIAL Ltda doravante denominada APSIS, com sede na Rua São José 90, grupo 1.802, na Cidade do Rio de Janeiro, no Estado do Rio de Janeiro, inscrita no CNPJ/MF 27.281.922/0001-70, foi contratada pela ALL para realizar o cálculo do valor das ações da FERROBAN, nos termos das Instruções CVM Nº 361/02 e 436/06.
Na elaboração deste trabalho foram utilizados dados e informações fornecidas por terceiros, na forma de documentos e entrevistas verbais com o cliente. As estimativas utilizadas neste processo estão baseadas nos documentos e informações, os quais incluem, entre outros, os seguintes:
Estatuto social da FERROBAN;
demonstrações contábeis das empresas do grupo;
organograma e participações societárias;
IAN e ITR das empresas;
A equipe técnica da APSIS é constituída pelos seguintes profissionais:
ADRIANO GONÇALVES DOS SANTOS contador (CRC/RJ 081457/0-0)
AMILCAR DE CASTRO gerente de projetos
ANA CRISTINA FRANÇA DE SOUZA engenheira civil
pós-graduada em ciências contábeis (CREA/RJ 91.1.03043-4)
DIEGO DE SOUZA BERTOLIN economista
GUILHERME AFFONSO CARVALHO DE CARLOS administrador
LUIZ PAULO CESAR SILVEIRA engenheiro mecânico
mestrado em administração de empresas (CREA/RJ 89.1.00165-1)
MARGARETH GUIZAN DA SILVA OLIVEIRA engenheira civil, (CREA/RJ 91.1.03035-3)
RICARDO DUARTE CARNEIRO MONTEIRO engenheiro civil
pós-graduado em engenharia econômica (CREA/RJ 30137-D)
SÉRGIO FREITAS DE SOUZA economista (CORECON/RJ 23521-0)
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A seguir apresentamos a qualificação resumida da equipe técnica diretamente responsável pela elaboração deste laudo:
RICARDO DUARTE CARNEIRO MONTEIRO
Graduação em Engenharia Civil pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) em 1975 e pós-graduação em Engenharia Econômica também pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) em 1976.
Sócio-diretor, fundador da APSIS há mais de 25 anos, com experiência em Avaliação de Empresas, Consultoria e Negócios Imobiliários. Diretor do INSTITUTO BRASILEIRO DE EXECUTIVOS FINANCEIROS (IBEF) desde 2001, Perito Judicial das VARAS CÍVEIS E DE FAZENDA e professor da Cadeira de Construção Civil da PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO – PUC.
ANA CRISTINA FRANÇA DE SOUZA
Graduação em Engenharia Civil pela Universidade Federal Fluminense (UFF) em 1991, pós-graduação em Avaliações de Empresas e Projetos pela ESCOLA DE PÓS-GRADUAÇÃO DA FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS e em Ciências Contábeis também pela Escola de Pós-Graduação da Fundação Getúlio Vargas, em 2000. Formação em Avaliação de Empresas pela American Society of Appraisers - ASA (Washington, EUA).
Sócia-diretora da APSIS desde 1993, com atuação na empresa há mais de 18 anos nas áreas de Avaliação de Empresas, Consultoria Imobiliária e Avaliação de Ativos Tangíveis e Intangíveis. Vice-presidente e Professora do INSTITUTO BRASILEIRO DE EXECUTIVOS FINANCEIROS (IBEF) desde 2001. Professora do MBA em Avaliação de Marcas da FGV - FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS, Responsável Técnica da AMERICAN SOCIETY OF APPRAISERS (ASA) no Brasil, professora do INSTITUTO DE ENGENHARIA LEGAL (IEL) e palestrante em diversas entidades tais como CVM - Comissão de Valores Mobiliários, IBC – Internacional Business Communication, IBRE – Instituto Brasileiro de Economia, UERJ – Universidade Estadual do Rio de Janeiro, AMCHAM - American Chamber, entre outros.
LUIZ PAULO CÉSAR SILVEIRA
Graduação em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal Fluminense (UFF) em 1998 e Mestrado em Administração de Empresas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPEAD-UFRJ) em 1991.
Formação em Avaliação de Empresas pela American Society of Appraisers - ASA (Washington, EUA).
Diretor da APSIS desde 2002 e Professor do INSTITUTO BRASILEIRO DE EXECUTIVOS FINANCEIROS (IBEF) dos cursos de Avaliação de Empresas &
Negócios e de Impacto Ambiental. Responsável pela coordenação dos
projetos de Avaliação de Empresas e Gestão Ambiental.
SÉRGIO FREITAS DE SOUZA
Graduação em Economia pela Universidade Gama Filho em 1989 e participação em inúmeros cursos nas áreas de Formação de Traders, Matemática Financeira, Comércio Exterior, dentre outros.
Diretor da APSIS desde 2000, responsável pela coordenação dos projetos de Avaliação e Gestão de Ativo Fixo e implantação de módulos de Ativo Fixo de
Sistemas de Gestão Integrada (Enterprise Resource Planning).
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PRINCÍPIOS E RESSALVAS
O presente relatório obedece criteriosamente os princípios fundamentais descritos a seguir.
O presente Laudo atende as especificações e critérios estabelecidos pela NB 5676 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), além das exigências impostas por diferentes órgãos, tais como: Ministério da Fazenda, Banco Central, Banco do Brasil, CVM (Comissão de Valores Mobiliários), SUSEP (Superintendência de Seguros Privados),etc.
Os consultores e avaliadores não têm inclinação pessoal em relação a matéria envolvida neste relatório e tampouco dela auferem qualquer vantagem.
Os honorários profissionais da APSIS não estão, de forma alguma, sujeitos às conclusões deste relatório.
O relatório foi elaborado pela APSIS e ninguém, a não ser os seus próprios consultores, preparou as análises e respectivas conclusões.
No presente relatório assumem-se como corretas as informações recebidas de terceiros, sendo que as fontes das mesmas estão contidas no referido relatório.
No melhor conhecimento e crédito dos consultores, as análises, opiniões e conclusões expressas no presente relatório são baseadas em dados, diligências, pesquisas e levantamentos verdadeiros e corretos.
O relatório apresenta todas as condições limitativas impostas pelas metodologias adotadas, que afetam as análises, opiniões e conclusões contidas nos mesmos.
A APSIS assume total responsabilidade sobre a matéria de Engenharia de Avaliações, incluídas as implícitas, para o exercício de suas honrosas funções, precipuamente estabelecidas em leis, códigos ou regulamentos próprios.
Para efeito de projeção partimos do pressuposto da inexistência de ônus ou gravames de qualquer natureza, judicial ou extrajudicial, atingindo o ativo objeto do trabalho em questão, que não os listados no presente relatório.
O presente relatório atende as especificações e critérios estabelecidos pelo USPAP (Uniform Standards of Professional Appraisal Practice), além das exigências impostas por diferentes órgãos, tais como: Ministério da Fazenda, Banco Central, Banco do Brasil, CVM (Comissão de Valores Mobiliários), SUSEP (Superintendência de Seguros Privados), RIR/99, etc.
O Laudo foi elaborado com a estrita observância dos postulados constantes dos Códigos de Ética Profissional do CONFEA - Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia e do Instituto de Engenharia Legal.
O presente laudo está sujeito ao processo interno de aprovação que consiste em:
i) Recebimento e análise dos dados públicos e do cliente;
ii) Modelagem dos dados e Verificação das inconsistências;
iii) Elaboração dos Relatórios de Avaliação pela equipe técnica;
iv) Aprovação dos Relatórios e cálculos correlatos pela Diretoria;
v) Produção do Relatório Final;
vi) Arquivamento padronizado de todo material;
LIMITAÇÕES DE RESPONSABILIDADE
Para elaboração deste relatório a APSIS utilizou informações e dados históricos auditados por terceiros ou não auditados e dados projetados não auditados, fornecidos por escrito ou verbalmente pela administração da empresa ou obtidos das fontes mencionadas. Sendo assim, a APSIS assumiu como verdadeiros os dados e informações obtidos para este relatório e não tem qualquer responsabilidade com relação a sua veracidade.
O escopo deste trabalho não incluiu auditoria das demonstrações financeiras ou revisão dos trabalhos realizados por seus auditores.
Nosso trabalho foi desenvolvido unicamente para o uso do solicitante e dos acionistas da Ferroban, visando ao objetivo já descrito. Portanto, este relatório não deverá ser publicado, circulado, reproduzido, divulgado ou utilizado para outra finalidade que não a já mencionada, sem aprovação prévia e por escrito da APSIS. A APSIS desde já aprova a utilização e divulgação deste laudo para a oferta pública de aquisição das ações da FERROBAN, nos termos das Instruções CVM nº 361/02 e 436/06.
Não nos responsabilizamos por perdas ocasionais ao solicitante, a seus acionistas, diretores, credores ou a outras partes como conseqüência da utilização dos dados e informações fornecidas pela empresa e constante neste relatório.
As análises e as conclusões contidas neste relatório baseiam-se em diversas premissas, realizadas na presente data, de projeções operacionais futuras, tais como: valores praticados pelo mercado, preços de venda, volumes, participações de mercado, receitas, impostos, investimentos, margem operacionais e etc. Assim, os resultados futuros podem vir a ser diferentes de qualquer previsão ou estimativa contida neste relatório.
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DECLARAÇÕES DO AVALIADOR
A APSIS CONSULTORIA EMPRESARIAL Ltda juntamente com seus controladores declaram, para fins das Instruções CVM Nº 361/02 e 436/06, que:
(i) Não há qualquer ação de emissão da FERROBAN ou ALL da qual a APSIS, seus controladores ou qualquer pessoa vinculada sejam titulares; e (ii) não detêm administração discricionária de qualquer ação de emissão da FERROBAN ou ALL.
Não existe qualquer conflito de interesse que diminua a independência da APSIS na elaboração deste Laudo.
O presente laudo foi solicitado pela AMÉRICA LATINA LOGÍSTICA S.A. por R$ 44.000,00 (quarenta e quatro mil reais) a título de honorários.
A APSIS recebeu honorários profissionais do grupo ao qual a FERROBAN pertence no montante de R$ 484.625,00 (quatrocentos e oitenta e quatro mil, seiscentos e vinte e cinco reais) referentes a serviços de avaliação de outras empresas do grupo, nos últimos doze meses.
Dentre os critérios de avaliação, o que parece mais adequado à avaliação da FERROBAN é o método do fluxo de caixa descontado.
A APSIS possui comprovada experiência em avaliação de companhias abertas (vide Anexo 3), tendo realizado, entre outros, os seguintes projetos:
i)
TAM – LINHAS AÉREAS: avaliação econômica da empresa para fins de emissão de novas ações e reestruturação societária, nos termos da Lei nº 6.404, de 15.12.1976 (Lei das S/A);
ii)
PETROBRÁS - PETRÓLEO BRASILEIRO: Avaliação da BR DISTRIBUIDORA, para fins de reestruturação societária (OPA), nos termos da Lei nº 6.404, de 15.12.1976 (Lei das S/A);e
iii)
SÃO CARLOS EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES S.A.: cálculo
do valor justo de mercado das ações de SCAR, para fins de
realização de oferta pública de aquisição de ações preferenciais
de SCAR em circulação no mercado por aumento de participação
dos controladores, nos termos da Instrução CVM n.º 361/02;
2 AVALIAÇÃO DA FERROBAN
ABORDAGEM CONTÁBIL: VALOR DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO CONTÁBIL POR AÇÃO
Exame da documentação de suporte já mencionada, objetivando verificar uma escrituração feita em boa forma e obedecendo às disposições legais regulamentares, normativas e estatutárias que regem a matéria, dentro de “Princípios e Convenções de Contabilidade Geralmente Aceitos” aplicados de acordo com a legislação brasileira.
ABORDAGEM DE MERCADO: COTAÇÃO EM BOLSA
Esta metodologia visa a avaliar uma empresa pela soma de todas as suas ações a preços de mercado. Como o preço de uma ação é definido pelo valor presente do fluxo de dividendos futuros e de um preço de venda ao final do período, a uma taxa de retorno exigida, em um Mercado Financeiro Ideal, esta abordagem indicaria o valor correto da empresa para os investidores.
ABORDAGEM DA RENDA: FLUXO DE CAIXA
Esta metodologia define a rentabilidade da empresa como sendo o seu valor operacional, equivalente ao valor descontado do fluxo de caixa líquido futuro. Este fluxo é composto pelo lucro líquido após impostos, acrescidos dos itens não caixa (amortizações e depreciações) e deduzidos investimentos em ativos operacionais (capital de giro, plantas, capacidade instalada, etc.).
O período projetivo do fluxo de caixa líquido é determinado levando- se em consideração o tempo que a empresa levará para apresentar uma atividade operacional estável, ou seja, sem variações operacionais julgadas relevantes. O fluxo é então trazido a valor presente, utilizando-se uma taxa de desconto, que irá refletir o risco associado ao mercado, empresa e estrutura de capital.
Esta metodologia foi utilizada para o cálculo do valor econômico da
FERROBAN.
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2.1 CARACTERIZAÇÃO DA FERROBAN
A EMPRESA
A Ferroban (Ferrovia Bandeirantes S.A.) é uma ferrovia que, juntamente com a Ferronorte, faz parte da Brasil Ferrovias. Obteve sua concessão em 1999 por um prazo de 30 anos.
Sua malha ferroviária liga a Baixada Santista/Porto de Santos (SP) às cidades de Santa Fé do Sul (SP), Panorama (SP) e Colômbia (SP), numa extensão de 1.961 km, possibilitando o escoamento da produção dos estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e São Paulo. Em 2005 a Ferroban transportou 2,8 milhões de toneladas de produtos e, em 2006, pretende atingir 4,9 milhões de toneladas úteis. A Ferroban Transporta principalmente soja, combustíveis, insumos agrícolas, fertilizantes, derivados de Petróleo, açúcar, pellets cítricos e milho.
Com a realização, em 2005, da reorganização societária da Brasil Ferrovias que resultou na criação da Novoeste Brasil, o trecho de bitola métrica da Ferroban foi incorporado à malha da Ferrovia Novoeste, companhia controlada pela Novoeste Brasil.
CAPITAL SOCIAL
O capital social integralizado da FERROBAN em 31 de março de
2006 é constituído por 416.250.135 ações ordinárias e 769.696.153
ações preferenciais, todas nominativas.
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A OPERAÇÃO
Em 16 de junho de 2006, a ALL incorporou a totalidade das ações de emissão da Brasil Ferrovias S.A. (Brasil Ferrovias) e da Novoeste Brasil S.A. (Novoeste Brasil), com todos os direitos a elas inerentes, inclusive aqueles relativos a dividendos, contabilizados ou não, bonificações e quaisquer outras formas de distribuição de lucros.
Após a operação, a ALL passou a deter a totalidade do capital social da Brasil Ferrovias e da Novoeste e, em decorrência, passou a deter, indiretamente, o controle acionário das seguintes concessionárias ferroviárias:
a) Ferroban – Ferrovias Bandeirantes S.A. (Ferroban);
b) Ferronorte S.A. – Ferrovias Norte do Brasil (Ferronorte); e c) Ferrovia Novoeste S.A. (Ferrovia Novoeste).
Dessa forma, a ALL deverá realizar a oferta pública de aquisição de
ações prevista no art. 254-A da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de
1976, conforme alterada.
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LAUDO RJ-074/06 21
A INDÚSTRIA DE TRANSPORTE FERROVIÁRIO NO BRASIL
A malha ferroviária brasileira consiste em um total de 29.605 quilômetros de linhas, que estão predominantemente concentradas nas regiões Sul, Sudeste, e Centro-Oeste do país. A malha ferroviária brasileira é a sétima maior do mundo em termos de transporte de carga, com 221 bilhões de TKUs transportados em 2005. Durante o mesmo ano, a área servida pela malha ferroviária brasileira respondeu por aproximadamente 74% do PIB brasileiro. Todavia, a atual infra- estrutura não é suficiente para atender a demanda por transporte ferroviário. A densidade das vias ferroviárias no Brasil é aproximadamente 5,8 vezes menor que nos Estados Unidos e muitos corredores ferroviários já operam em sua capacidade máxima.
A primeira ferrovia brasileira foi construída em 1854, entre as cidades do Rio de Janeiro e Petrópolis, ambas localizadas no Estado do Rio de Janeiro. Entretanto, somente no final do século XIX e início do século XX foram efetuados investimentos significativos, oriundos principalmente de investidores britânicos, para a construção de uma malha ferroviária no país. A malha ferroviária inicial, desenvolvida com estes investimentos, foi projetada para interligar os centros de produção agrícola e de mineração aos portos. A construção das novas linhas férreas, portanto, ficou limitada às regiões Nordeste e Central do Brasil. Na década de 30, a malha ferroviária foi gradualmente transferida para o controle do governo federal, culminando com a criação da RFFSA, em 1957, que unificou as 18 malhas ferroviárias
então existentes sob seu controle. Na década de 60, a indústria ferroviária estagnou em conseqüência da decisão do governo brasileiro de priorizar o transporte rodoviário que, mesmo sendo mais caro a longo prazo, exigia investimentos iniciais menores. Durante as décadas que levaram à desestatização da malha ferroviária, a indústria foi afetada pela redução dos investimentos pelo governo brasileiro, uma conseqüência direta da crise financeira histórica que assolava a economia brasileira, combinada à alta taxa de inflação.
Atualmente, mais de 96% das malhas ferroviárias operam por concessões do governo brasileiro, efetuadas por meio de um programa de desestatização do sistema ferroviário federal iniciado em 1996.
Antes da adoção do programa de desestatização, a RFFSA operava um
total de 12 sistemas ferroviários, com aproximadamente 22.000
quilômetros de vias distribuídas por 19 estados, bem como 1.400
locomotivas, 37.000 vagões e uma força de trabalho composta por
40.500 funcionários, sistema este que transportava 86 milhões de
toneladas por ano. Estes 12 sistemas estavam organizados em seis
malhas: (a) a Estrada de Ferro Tereza Cristina, (b) a Malha Centro-
Leste, (c) a Malha Nordeste, (d) a Malha Oeste, (e) a Malha Sudoeste e
(f) a Malha Sul. Em março de 1996, a Malha Oeste (cobrindo parte dos
Estados de São Paulo e de Mato Grosso do Sul) foi a primeira a ser
desestatizada. Em 1997, o último estágio do programa de
desestatização foi concluído com a concessão dos direitos de explorar a
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Malha Nordeste (cobrindo os Estados de Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas). A desestatização de cada uma das seis malhas ferroviárias foi coordenada pelo BNDES, através da concessão do direito de explorar a malha ferroviária por 30 anos (a ser renovada mediante acordo mútuo com o Poder Concedente por um período adicional de 30 anos). Adicionalmente, a concessionária obtinha o direito de usar os principais ativos necessários para a operação das referidas malhas ferroviárias, através de contratos de arrendamento de ativos contra o pagamento do arrendamento à RFFSA.
Após a desestatização, a maioria das concessões ferroviárias brasileiras ficou sob o controle de três grupos. O primeiro é a CVRD, maior produtora e exportadora mundial de minério em pelotas, e uma das principais produtoras mundiais de manganês e ligas de ferro. A CVRD controla a Estrada de Ferro Carajás e a Estrada de Ferro Vitória-Minas, que ligam as regiões produtoras de minério de Carajás e Minas Gerais aos portos de São Luís e Tubarão, respectivamente. O segundo grupo é formado pela CVRD, Previ e pela Funcef, dois dos maiores fundos de pensão brasileiros, o BNDESPAR, a LAIF e o JP Morgan Partners. Este grupo detinha as concessões para operar as malhas Centro Oeste e Paulista, operando por meio da Ferrovia Novoeste, Ferronorte e Ferroban, exceto pela área operada pela Concessionária Brasileira. Até a aquisição da Brasil Ferrovias e da Novoeste, a Concessionária Brasileira representava a terceira principal detentora das concessões ferroviárias no Brasil, operando principalmente nas regiões Sul e
Sudoeste. Após a conclusão da operação de aquisição, a ALL passará a ser a principal detentora de concessões ferroviárias no Brasil.
O mapa abaixo ilustra como ficaram as concessões após a desestatização das ferrovias:
Fonte: ANTT
A tabela abaixo apresenta, para cada uma das principais empresas
ferroviárias, a extensão da malha e o crescimento das empresas
durante os exercícios encerrados em 31 de dezembro de 1997 e 31 de dezembro de 2003:
% de Crescimento
2000-2004
América Latina Logística 6.586 +75,5
Ferrovia Centro-Atlântica 8.093 +50,4
Companhia Ferroviária do Nordeste 4.238 --
Ferrovia Bandeirantes (Ferroban) 2.902 +57,1
MRS Logística 1.674 +93,1
Ferrovia Novoeste 1.942 +6,6
Estrada de Ferro Vitória Minas 898 +18,0
Estrada de Ferro Carajás 892 +50,8
Ferrovias Norte Brasil (Ferronorte) 512 --
Ferroeste 248 +264,5
Ferrovia Tereza Cristina 164 +18,8
Outros 1.456 --
Total 29.605 +41,1
Fonte: ANTT.
Antes da desestatização das ferrovias brasileiras, a condição inadequada das linhas, bem como o alto índice de cruzamentos resultou em um alto índice de interrupções operacionais, ciclos longos e uma baixa velocidade média dos trens comerciais. Desde a desestatização, melhorias significativas foram efetuadas nas malhas ferroviárias como conseqüência dos investimentos em linhas e na infra-estrutura. Entre
1997 e 2005, o volume de cargas transportadas aumentou em 41% e a parcela do transporte ferroviário no total dos serviços de transporte brasileiro no Brasil cresceu de 19% para 21,5%. Durante o mesmo período, os acidentes do setor foram reduzidos em 58%, a produtividade foi duplicada e investimentos de aproximadamente R$9,9 bilhões foram feitos.
De maneira geral, a maior parte das cargas no Brasil é transportada por caminhões ou por trens, e a competição ocorre em relação (a) ao valor das tarifas cobradas, (b) ao tempo de entrega da carga, (c) à qualidade e (d) à confiabilidade dos serviços prestados. A modalidade ferroviária é conhecida por sua capacidade de transportar um volume elevado de cargas com grande eficiência, particularmente em média e longa distâncias. Todavia, a ligação inadequada entre os corredores (por exemplo, o Nordeste é conectado com o Sudeste através de uma única linha de baixa capacidade de transporte e existem apenas duas conexões entre o Centro-Oeste e o Sudoeste, que também têm capacidade limitada), forma uma barreira significativa para o transporte de cargas a longas distâncias (acima de 1.000 quilômetros), e portanto, o transporte se concentra em mercados localizados em curtas e médias distâncias. O transporte ferroviário no Brasil é bastante competitivo quando comparado ao transporte rodoviário, principalmente nos trechos com extensão entre 200 e 600 quilômetros.
Uma potencial integração ou reorganização do sistema poderia reduzir
os atuais problemas de conexão, beneficiando todo o setor de
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transporte ferroviário, e melhorando a vantagem competitiva no transporte de longas distâncias.
As cargas tipicamente transportadas por trem no Brasil incluem soja e seus derivados, minério, produtos metalúrgicos, grãos, cimento e cal, fertilizantes, derivados de petróleo e produtos industriais como ferro, produtos do aço, materiais de construção, papel e celulose, produtos químicos e petroquímicos, produtos de limpeza, materiais elétricos/eletrônicos, produtos e peças automotivas, materiais de embalagem, bebidas, combustível, carvão mineral e seus detritos, bem como containeres de todos os tipos. No Brasil, dez itens respondem por cerca de 85% de toda a carga transportada. A tabela ao lado mostra as cargas distribuídas por categoria de produto, transportadas durante o período de doze meses entre 31 de dezembro de 2000 e 31 de dezembro de 2004, indicando que o minério de ferro respondeu por 63%
de toda a carga transportada pelas ferrovias no Brasil em 2004. O transporte de minério de ferro é um mercado controlado pela CVRD, que opera estradas de ferro construídas próximas ou dentro das minas e fábricas, impedindo qualquer tipo de concorrência por parte de outras empresas ou outras modalidades de transporte:
Exercício encerrado em
31 de dezembro de % de Crescimento
Categoria do Produto 2000 2004 2000-2004
(em mil toneladas transportadas)
Minério de Ferro 184.580 237.696 28,8
Carvão. 12.105 13.293 9,8
Soja e derivados 22.098 29.090 31,6
Cimento e Cal 5.560 4.812 (-13,5)
Produtos de Aço 21.812 31.898 46,2
Combustível 7.467 7.807 4,6
Produção Agrícola 9.777 10.209 4,4
Outros 41.853 42.971 2,7
Total. 305.252 377.776 23,8
Fonte: ANTT
De uma maneira geral, as concessionárias ferroviárias brasileiras não atendem o transporte de passageiros, pois este, em sua maioria, não foi privatizado, permanecendo, ainda, sob o controle do governo federal.
O setor de transporte ferroviário brasileiro é fiscalizado pela ANTT,
cuja competência inclui, dentre outras, a administração dos contratos
de concessão e arrendamento, a fiscalização do cumprimento das
cláusulas contratuais de prestação de serviços ferroviários e de
manutenção e reposição dos ativos arrendados e da atuação das
concessionárias.
PROJETOS DE INVESTIMENTO CONSIDERADOS NA AVALIAÇÃO
Foram considerados R$ 365 milhões distribuídos ao longo de 7 anos, relativos a projetos de investimento em recuperação da via permanente e aquisição
de locomotivas e vagões.
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LAUDO RJ-074/06 27
2.2 AVALIAÇÃO - PREÇO MÉDIO PONDERADO DE COTAÇÃO DAS AÇÕES
Não houve negociação das ações da FERROBAN no período de 12 meses imediatamente anteriores à publicação até a data do fato relevante, nem
tampouco entre a data de publicação do fato relevante e data base deste laudo.
2.3 AVALIAÇÃO - VALOR DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO POR AÇÃO
Na data base do presente laudo, 31/03/2006, o balanço patrimonial consolidado da FERROBAN era o seguinte, com base nas últimas informações financeiras periódicas enviadas à CVM, conforme disposto na Instrução CVM nº 361/02, art. 8º, § 3º, II:
CONTAS VALOR (R$ mil)
RELEVANTES CONTABIL
ATIVO 398.266
ATIVO CIRCULANTE 50.923
DISPONIBILIDADES 266
CRÉDITOS 39.577
ESTOQUES 7.288
OUTROS 3.792
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 90.492
CRÉDITOS DIVERSOS 64.411
OUTROS 26.081
ATIVO PERMANENTE 256.851
IMOBILIZADO 256.851
PASSIVO 982.767
PASSIVO CIRCULANTE 130.172
PASSIVO EXIGIVEL A LONGO PRAZO 829.857
RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS 22.738
PATRIMÔNIO LÍQUIDO -584.501
CAPITAL SOCIAL 399.299
RESERVAS DE CAPITAL 53.647
LUCROS OU PREJUIZOS ACUMULADOS -1.037.447
Número de ações (mil) 1.185.946
Valor por ação -R$ 0,492856
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29 2.4 AVALIAÇÃO – FLUXO DE CAIXA
Para a determinação do valor da operação da FERROBAN procedemos à avaliação pelo método da rentabilidade futura. A modelagem econômico-financeira da FERROBAN foi conduzida de forma a demonstrar sua capacidade de geração de caixa no período de tempo considerado, tendo sido utilizadas, basicamente, as informações já citadas anteriormente.
As projeções foram realizadas para o período julgado necessário, sob plenas condições operacionais e administrativas, com as seguintes premissas:
a metodologia está baseada na geração de fluxo de caixa livre descontado;
para determinação do valor da empresa foi considerado um período de 7 (sete) anos;
fluxo de caixa livre foi projetado analiticamente para um período de 7 anos de 2006 até 2012 e considerada a perpetuidade após o ANO 7;
para período anual foi considerado o ano fiscal de 01 de abril até 31 de março.
O fluxo foi projetado em moeda constante e o valor presente calculado com taxa de desconto real (não considera a inflação)
A não ser quando indicado de outro modo, os valores foram expressos em milhares de reais.
Para a realização da previsão dos resultados nos exercícios futuros da FERROBAN, utilizou-se o balanço patrimonial em março de 2006 (Anexo 2) como balanço de partida.
No Anexo 1, apresentamos detalhadamente a modelagem econômico-
financeira.
ANÁLISE FINANCEIRA RETROSPECTIVA
A FERROBAN vem apresentando um aumento contínuo em sua ROB nos últimos três anos, refletindo um aumento de 36,40%
comparando-se 2005 com 2003, conforme demonstrado ao gráfico abaixo:
147.113
189.474 200.666
0 50.000 100.000 150.000 200.000 250.000
2003 2004 2005
Receita Bruta R$ (mil)
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LAUDO RJ-074/06 31
PREMISSAS PARA PROJEÇÃO
ENTRADAS E SAÍDAS PREMISSAS LÓGICA
VOLUME TRANSPORTADO Aumento da TU (tonelada transportada) de 13% ao ano, em média.
Orçamento plurianual da empresa e estudos de mercado.
TICKET MÉDIO UNITÁRIO Aumento da tarifa (R$ / TU) de 1% ao ano, em média. Orçamento plurianual da empresa e estudos de mercado.
IMPOSTOS DIRETOS Média geral de 13,5% sobre a ROB. Dados históricos da empresa.
COMBUSTÍVEL Função das distâncias percorridas e preço do combustível (R$ 1,20 para todos os períodos). Os cálculos detalhados encontram-se no Anexo 1.
Orçamento da empresa.
DIREITO DE PASSAGEM Pedágio para utilização de malha ferroviária de terceiros.
Calculado através das fórmulas constantes nos contratos.
Dados históricos e orçamento da empresa.
PONTA RODOVIÁRIA Custo com transporte rodoviário para coleta da carga no cliente. Utilizado um percentual sobre a receita.
Dados históricos e orçamento da empresa.
DESPESAS GERAIS E ADMINISTRATIVAS
O total projetado é de R$ 163 milhões anuais para o 1º período. O detalhamento encontra-se no Anexo 1.
Orçamento dos custos e despesas administrativas sem rateio com outras empresas do grupo, visando a avaliação individual da FERROBAN.
DEPRECIAÇÃO Aplicados os índices históricos por tipo de ativo, considerando- se o custo original e também os novos investimentos.
Orçamento plurianual da empresa e demonstrações financeiras.
IMPOSTO DE RENDA E CSSL Aplicadas as alíquotas referentes ao regime tributário da empresa, considerando-se os prejuízos fiscais acumulados até a data base deste laudo.
Orçamento plurianual da empresa e demonstrações financeiras.
CAPITAL DE GIRO
Foi considerado o percentual de 15% da ROB como capital de giro operacional, atuando sobre a sua variação anual ao longo do período projetivo.
INVESTIMENTOS
Foram considerados R$ 365 milhões distribuídos ao longo dos 7 anos do fluxo de caixa projetado.
DETERMINAÇÃO DA TAXA DE DESCONTO
Foi calculada pela metodologia WACC - Weighted Average Cost of
Capital, modelo no qual o custo de capital é determinado pela médiaponderada do valor de mercado dos componentes da estrutura de capital (próprio e de terceiros). A taxa real de desconto calculada foi de 12% a.a.
CÁLCULO DO VALOR OPERACIONAL
A partir do Fluxo de Caixa Operacional projetado para os próximos 7 anos e do valor residual da empresa a partir de então (foi considerado 3% de crescimento na perpetuidade), descontamos estes valores a valor presente, utilizando a taxa de desconto real variável descrita no item anterior.
ATIVOS NÃO OPERACIONAIS
Não foram considerados ativos não operacionais nesta análise.
VALOR DE MERCADO DA FERROBAN
Sintetizando os itens anteriormente mencionados, detalhados no Anexo 1, chegamos aos seguintes valores:
taxa de retorno esperado 11,5% 12,0% 12,5%
taxa de crescimento perpetuidade 3% 3% 3%
FLUXO DE CAIXA DESCONTADO ($50.725)
VALOR RESIDUAL DESCONTADO $379.205 $347.088 $318.720 VALOR OPERACIONAL DA FERROBAN $379.205 $296.362 $318.720
DÍVIDA LÍQUIDA ($186.676)
VALOR ECONÔMICO DA FERROBAN (considerando intervalo de 10% entre os valores mínimo e máximo, conforme Instrução CVM 361/02, art. 8o § 4o)
$104.421 $109.686 $114.951
VALOR DA FERROBAN (R$ mil)
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33
AVALIAÇÃO DAS AÇÕES DE FERROBAN PELO FLUXO DE CAIXA
Considerando o valor econômico da empresa através da metodologia de fluxo de caixa descontado, chegou-se ao seguinte valor das ações da FERROBAN, na data base:
VALOR ECONÔMICO DA FERROBAN (considerando intervalo de 10% entre os valores mínimo e máximo, conforme Instrução CVM 361/02, art. 8o § 4o)
$104.421 $109.686 $114.951
QUANTIDADE DE AÇÕES (mil) 1.185.946 1.185.946 1.185.946
VALOR POR AÇÃO 0,088049 0,092488 0,096928
VALOR DA FERROBAN (R$ mil)
3 CONCLUSÃO
A luz dos exames realizados na documentação anteriormente mencionada e tomando por base estudos da APSIS, concluíram os peritos que o valor das ações da FERROBAN, avaliadas pelo fluxo de caixa descontado da empresa em 31 de março de 2006 está contido no seguinte intervalo:
i.
R$ 0,088049 a R$ 0,096928 por ação ON ou PN.Estando o Relatório RJ-074/06 concluído, composto por 38 (trinta e oito) folhas digitadas de um lado e 03 (três) anexos e extraído em 03 (três) vias originais, a APSIS Consultoria Empresarial Ltda., CREA/RJ 82.2.00620-1 e CORECON/RJ RF/2.052-4, empresa especializada em avaliação de bens, abaixo representada legalmente pelos seus diretores, coloca-se à disposição para quaisquer esclarecimentos que, por ventura, se façam necessários.
Rio de Janeiro, 20 de junho de 2006.
APSIS CONSULTORIA LAUDO RJ-074/06
35 4 GLOSSÁRIO
ABORDAGEM DA RENDA - método de avaliação pela conversão a valor presente de benefícios econômicos esperados.
ABORDAGEM DE ATIVOS - método de avaliação onde todos os ativos e passivos (incluindo os não contabilizados) tem seu valor ajustado aos seus valores de mercado.
ABORDAGEM DE MERCADO - método de avaliação onde são adotados múltiplos derivados de preço de vendas de bens similares.
ÁREA ÚTIL - área utilizável do imóvel, medida pela face interna das paredes que o limitam.
ÁREA PRIVATIVA - área útil acrescida de elementos construtivos (tais como paredes, pilares, etc.) e hall de elevadores (em casos particulares).
ÁREA EQUIVALENTE DE CONSTRUÇÃO - área construída sobre a qual, é aplicada a equivalência de custo unitário de construção correspondente, de acordo com os postulados da NB-140 da ABNT.
ÁREA HOMOGENEIZADA - área útil, privativa ou construída com tratamentos matemáticos, para fins de avaliação, segundo critérios fixados pela APSIS, baseado no mercado imobiliário.
ATIVOS TANGÍVEIS - ativos físicos tais como terrenos, construções, máquinas e equipamentos, móveis e utensílios, etc.
ATIVOS INTANGÍVEIS – ativos não físicos tais como marcas, patentes, direitos, contratos, segredo industrial que garantem direitos e valor ao seu proprietário.
ATIVOS OPERACIONAIS - bens fundamentais ao funcionamento da empresa.
ATIVOS NÃO OPERACIONAIS - são aqueles ativos que não estão ligados diretamente às atividades de operação da empresa (podem ou não gerar receitas) e que podem ser alienados sem prejuízo do seu funcionamento.
AVALIAÇÃO - ato ou processo de determinar o valor de uma empresa, participação acionaria ou outro ativo.
BENEFÍCIOS ECONÔMICOS - benefícios tais como receitas, lucro líquido, fluxo de caixa líquido, etc.
BETA - medida de risco sistemático de uma ação; tendência do preço de determinada ação a estar correlacionado com mudanças em determinado índice.
BETA ALAVANCADO – valor de beta refletindo o endividamento na estrutura de capital.
CAPM - Capital Asset Pricing Model, modelo no qual o custo de capital para qualquer ação ou lote de ações equivale à taxa livre de risco acrescida de prêmio de risco, proporcionado pelo risco sistemático da ação ou lote de ações em estudo.
CAPITAL INVESTIDO – somatório de capital próprio e de terceiros investidos numa empresa. O capital de terceiros geralmente está relacionado a dívidas com juros (curto e longo prazo) devendo ser especificada dentro do contexto da avaliação.
CAPITALIZAÇÃO - conversão de um período simples de benefícios econômicos em valor.
CONTROLE - poder de direcionar a gestão estratégica, política e administrativa de uma empresa.
CUSTO DE CAPITAL - taxa de retorno esperado requerida pelo mercado como atrativa de fundos para determinado investimento.
DATA BASE – data específica (dia, mês e ano) de aplicação do valor da avaliação.
DATA DE EMISSÃO – data de encerramento do laudo de avaliação, quando as conclusões da avaliação são transmitidas ao cliente.
DESCONTO POR FALTA DE CONTROLE - valor ou percentual deduzido do valor pró rata de 100% do valor de uma empresa, que reflete a ausência de parte ou da totalidade de controle.
DESCONTO POR FALTA DE LIQUIDEZ - valor ou percentual deduzido do valor pró rata de 100% do valor de uma empresa, que reflete a ausência de liquidez.
DOCUMENTAÇÃO DE SUPORTE - taxa de desconto é uma taxa de retorno utilizada para converter em valor presente uma quantia monetária pagável ou recebível no futuro.
EBTIDA – Do inglês Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization, que significa Lucros Antes de Juros, Impostos, depreciação e Amortização.
EMPRESA - entidade comercial, industrial, prestadora de serviços ou de investimento detentora de atividade econômica.
ESTRUTURA DE CAPITAL - composição do capital investido de uma empresa entre capital próprio (patrimônio) e capital de terceiros (endividamento).
FLUXO DE CAIXA - caixa gerado por um ativo, grupo de ativos ou empresa, durante determinado período de tempo. Geralmente o termo é complementado por uma qualificação referente ao contexto (operacional, não operacional, etc.)
FLUXO DE CAIXA DO CAPITAL INVESTIDO – fluxo de caixa gerado pela empresa a ser revertido aos financiadores (juros e amortizações) e aos acionistas (dividendos) após considerados custo e despesas operacionais e investimentos de capital.
GOODWILL – ativo intangível resultante de nome, reputação, carteira de clientes, lealdade, localização e demais fatores similares que não podem ser identificados separadamente.
LIQUIDEZ – capacidade de rápida conversão de determinado ativo em dinheiro ou em pagamento de determinada dívida.
MÉTODO DE AVALIAÇÃO – cada uma das abordagens utilizadas na elaboração de cálculos avaliatórios para a indicação de valor de uma empresa, participação acionaria ou outro ativo.
METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO – uma ou mais abordagens utilizadas na elaboração de cálculos avaliatórios para a indicação de valor de uma empresa, participação acionaria ou outro ativo.
MÚLTIPLO – valor de mercado de uma empresa, ação ou capital investido, dividido por uma medida da empresa (receita, lucro, volume de clientes, etc.).
PATRIMÔNIO LÍQUIDO A MERCADO - vide abordagem de ativos.
PRÊMIO DE CONTROLE - valor ou percentual de um valor pró rata de lote ações controladoras sobre o valor pró rata de ações sem controle, que refletem o poder do controle.
RISCO DO NEGÓCIO - grau de incerteza de realização de retornos futuros esperados do negocio, resultantes de fatores que não alavancagem financeira.
TAXA DE CAPITALIZAÇÃO - qualquer divisor usado para a conversão de benefícios econômicos em valor em um período simples.
TAXA DE DESCONTO - qualquer divisor usado para a conversão de um fluxo de benefícios econômicos futuros em valor presente.
TAXA INTERNA DE RETORNO – taxa de desconto onde o valor presente do fluxo de caixa futuro é equivalente ao custo do investimento.
VALOR - preço expresso em quantidade monetária.
APSIS CONSULTORIA
LAUDO RJ-074/06 37
VALOR ATUAL - É o valor de reposição por novo depreciado em função do estado físico em que se encontra o bem.
VALOR DA PERPETUIDADE - valor ao final do período projetivo a ser adicionado no fluxo de caixa.
VALOR DE DANO ELÉTRICO - É uma estimativa do custo do reparo ou reposição de peças, quando ocorre um dano elétrico no bem. Os valores são tabelados em percentuais do Valor de Reposição e foram calculados através de estudos dos manuais dos equipamentos e da experiência em manutenção corretiva dos técnicos da APSIS.
VALOR DE INVESTIMENTO - valor para um investidor em particular, baseado em interesses particulares no bem em análise tais como sinergia com demais empresas de um investidor, diferentes percepções de risco e desempenhos futuros, etc.
VALOR DE LIQUIDAÇÃO - É o valor de um bem colocado à venda no mercado, fora do processo produtivo original. Ou seja, é o valor que se apuraria caso o bem, fosse desativado e colocado à venda separadamente, levando-se em consideração os custos de desmontagem ou demolição (no caso de imóveis), estocagem e transporte.
VALOR (JUSTO) DE MERCADO - valor pelo qual o bem troca de propriedade entre um potencial vendedor e um potencial comprador, quando ambas as partem têm conhecimento razoável dos fatos relevantes e nenhuma das partes está sob pressão de fazê-lo.
VALOR DE REPOSIÇÃO POR NOVO - valor baseado no que o bem custaria (geralmente ao nível de preços correntes de mercado) para ser reposto ou substituído por outro, em estado de novo, igual ou similar.
VALOR DE SEGURO - É o valor pelo qual uma Companhia de Seguros assume os riscos e não se aplica ao terreno e fundações, exceto em casos especiais.
VALOR DE SUCATA - É o valor do bem no final da sua vida útil, levando-se em consideração os custos de desmontagem ou demolição (em caso de imóveis), estocagem e transportes.
VALOR MÁXIMO DE SEGURO - É o valor máximo do bem pelo qual é recomendável que ele seja segurado. Este critério estabelece que o bem com depreciação maior que 50%, deverá ter o Valor Máximo de Seguro igual a duas vezes o Valor Atual; e, bem com depreciação menor do que 50%, deverá ter o Valor Máximo de Seguro igual ao Valor de Reposição.
VALOR RESIDUAL - É o valor do bem novo ou usado projetado para uma data, limitada a aquela em que ele se torna sucata, levando-se em consideração que durante o período ele estará em operação.
VALOR PRESENTE - valor em uma data base específica de um benefício econômico futuro, calculado pela aplicação de uma taxa de desconto.
VIDA ÚTIL - período de tempo no qual o ativo pode gerar benefícios econômicos.
WACC – Weighted Average Cost of Capital, modelo no qual o custo de capital é determinado pela média ponderada do valor.
5 RELAÇÃO DE ANEXOS
1.
CÁLCULOS AVALIATÓRIOS
2.DOCUMENTAÇÃO DE SUPORTE
3.PERFIL DA APSIS
SÃO PAULO – SP
Av. Vereador José Diniz, 3.300, Cj. 808 Work Center 4, CEP: 04604-006 Tel.: + 55 11 5543.7907/5543.3811
RIO DE JANEIRO – RJ Rua São José, 90, sala 1802 Centro, CEP: 20010-020
Tel.: + 55 21 2210.5073 Fax: + 55 21 2210.2959
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ANEXO 1
FERROBAN LAUDO RJ-074/06
VOLUME TRANSPORTADO (TU) ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6 ANO 7
FERROBAN 2.307.186 2.653.264 3.051.254 3.447.917 3.861.667 4.325.067 4.757.574
crescimento (%) 15% 15% 13% 12% 12% 10%
TARIFA MÉDIA UNITÁRIA (R$ / TU) 83,85 84,17 85,01 85,53 85,82 85,94 86,16
FERROBAN 39 40 40 41 41 41 42
crescimento (%) 1% 1% 1% 1% 1% 1%
ROB PROJETADA
Serviços Prestados (R$ mil) 752.427 840.545 976.293 1.088.384 1.183.297 1.273.344 1.357.477 FERROBAN 91.060 105.766 122.847 140.205 158.600 179.409 199.323
crescimento (%) 16% 16% 14% 13% 13% 11%
Outras Receitas (R$ mil) 108.402 117.952 131.111 142.651 151.521 158.310 165.297 FERROBAN 99.764 109.200 122.226 133.679 142.479 149.203 156.131
crescimento (%) 9% 12% 9% 7% 5% 5%
ROB (mil) 190.824 214.966 245.073 273.884 301.079 328.612 355.454
FERROBAN LAUDO RJ-074/06
DEPRECIAÇÃO
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
FERROBAN
Via Permanente 71.340 31.789 29.822 25.400 10.534 11.097 11.815
4%
2.854 2.854 2.854 2.854 2.854 2.854 2.854
1.272 1.272 1.272 1.272 1.272 1.272
1.193 1.193 1.193 1.193 1.193
1.016 1.016 1.016 1.016
421 421 421
444 444
473
Depreciação 0 2.854 4.125 5.318 6.334 6.755 7.199 7.672
Material Rodante 42.183 13.827 23.338 20.623 20.565 20.443 18.302
8%
3.375 3.375 3.375 3.375 3.375 3.375 3.375
1.106 1.106 1.106 1.106 1.106 1.106
1.867 1.867 1.867 1.867 1.867
1.650 1.650 1.650 1.650
1.645 1.645 1.645
1.635 1.635 1.464
Depreciação 0 3.375 4.481 6.348 7.998 9.643 11.278 12.742
outros 1.480 1.674 1.946 2.086 2.233 2.365 2.478
10%
148 148 148 148 148 148 148
167 167 167 167 167 167
195 195 195 195 195
209 209 209 209
223 223 223
236 236
248
Depreciação 0 148 315 510 719 942 1.178 1.426
Depreciação Corrente 13.894 13.616 13.344 13.077 12.815 12.559 12.308 12.062 Depreciação Total 13.894 19.992 22.265 25.253 27.866 29.899 31.964 33.902
APSIS CONSULTORIA EMPRESARIAL IMOBILIZADO_FB - 2\7