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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

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Academic year: 2021

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Alfenas, 04 de junho de 2018

Ilma. Sra.

Profa. Cássia Carneiro Avelino

Diretora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas Universidade Federal de Alfenas - Alfenas- MG

Assunto: Proposta de extensão - Projeto - SAÚDE

Prezada Diretora,

Comunico que a propostas de extensão – Projeto - SAÚDE, submetido pela Profa. Dra. Verônica Ferreira Magalhães, foi aprovado (ad referendum) no Departamento de Alimentos e Medicamentos da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da UNIFAL-MG.

Coloco-me a disposição para futuros esclarecimentos.

Atenciosamente,

Profa. Larissa Helena Lobo Torres Pacheco

Chefe do Departamento de Alimentos e Medicamentos Faculdade de Ciências Farmacêuticas

Universidade Federal de Alfenas

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Proposta de Ação de Extensão

Dados Gerais

Projeto: SAÚDE

PREAE: ____________________

Proponente: Verônica Ferreira Magalhães (Faculdade de Ciências Farmacêuticas) Edital: 05/2015 (Fluxo contínuo - PROJETOS)

Área CNPq: Ciências da Saúde

Área Temática Principal: Educação Área Temática Secundária: Saúde

Linha de Extensão: Infância e Adolescência

Período de execução: entre 14/05/2018 e 10/12/2018 Carga Horária: 100 hora(s)

Coordenador: Verônica Ferreira Magalhães Coordenador Adjunto: Fábio Antonio Colombo Financiadora: Nenhum

Bolsa opcional: Não informado Número de Bolsas: Não informado Pólos EAD: Não

Protocolo de inserção: 13veronica.magalhaes5ab8f5cce7e4c7.88104471 Status: Enviado em 09/05/2018 às 23:01:01

Dados Específicos

Nenhum

Dados da Renovação

Título anterior: 2017 - Projeto: Saúde (3148)

Apresentação

Apresentação:

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Tendo em vista as graves consequências que as doenças infecciosas e parasitárias causam no organismo humano, mesmo após a evolução dos meios de diagnósticos e tratamento destas, é possível afirmar que a educação em saúde se constitui em uma importante ferramenta para de prevenção para tais patologias [1]. O Projeto Saúde tem como objetivo a promoção da saúde e a prevenção de doenças como as ecto e enteroparasitoses, por meio de atividades realizadas, em creches e escolas públicas do município de Alfenas-MG, por alunos dos curso da área de saúde da UNIFAL-MG. As atividades do projeto serão realizadas de forma interativa e visem levar informações sobre os principais agentes causadores de infecções parasitárias e a prevenção destas, tendo como foco a higiene pessoal, coletiva, dos alimentos e do ambiente O projeto conta também com outras ações como orientações e treinamento de higienização oral e higienização correta das mãos e da manutenção das unhas sempre aparadas.

Palavra-chave(1):

prevenção de doenças

Palavra-chave(2):

Educação

Palavra-chave(3):

Parasitoses

Introdução:

As doenças infecciosas e parasitárias têm ocupado um papel relevante entre as causas de morte no Brasil. Este grupo de doenças se reveste de importância por seu expressivo impacto social, já que está diretamente associado à pobreza e à qualidade de vida, enquadrando patologias relacionadas a condições de habitação, alimentação e higiene precárias. Além disso, a análise do comportamento das doenças infecciosas e parasitárias pode servir para avaliar as condições de desenvolvimento de determinada região, por meio da relação entre níveis de mortalidade e morbidade e condições de vida da população. Dentre as doenças parasitárias na infância, destacam-se as parasitoses intestinais conhecidas popularmente por verminoses e a pediculose do couro cabeludo – popularmente conhecida por “piolho” (BUENO et al., 2001). A elevada prevalência e a ampla distribuição geográfica das parasitoses intestinais, aliadas aos quadros clínicos muitas vezes graves que podem causar no organismo humano tem conferido a essas doenças uma posição de destaque dentre os principais problemas de saúde da população de países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, apesar dos conhecimentos científicos e dos avanços tecnológicos disponíveis para o diagnóstico e o tratamento (FONSECA et al., 2010). A distribuição geográfica tem vários fatores intervenientes, tais como presença de susceptíveis apropriados, migrações humanas, condições ambientais (temperatura, umidade, altitude) favorável, potencial biótipo elevado (GATTI; SANTOS; LIMA, 1999), além de se estarem relacionadas também com condições de saneamento básico e qualidade de vida, medidas individuais de prevenção e de controle (CARVALHO, et al., 2003; OLIVEIRA;AMOR, 2012).

Muitos agravos à saúde, dentre eles as parasitoses intestinais e a pediculose do couro cabeludo ocorrem porque as pessoas não recebem orientações básicas preventivas, que poderiam ser multiplicadas em escolas, instituições governamentais e não governamentais, famílias e comunidade. A educação em saúde é o campo de prática e do conhecimento do setor saúde que

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tem se ocupado mais diretamente com a criação de vínculos entre a ação médica, o pensar e o fazer cotidiano da população. O método da educação popular, sistematizado por Paulo Freire, constitui-se como norteador da relação entre intelectuais e classes populares. A participação de profissionais de saúde nas experiências de educação popular a partir dos anos 70 trouxe para o setor saúde uma cultura de relação com as classes populares que representou uma ruptura com a tradição autoritária e normalizadora da educação em saúde, em que o profissional de saúde era o único portador de conhecimentos (VASCONCELOS, 1998).

Objetivo Geral:

Propor medidas higiênicas em geral, relacionadas ao ambiente, aos cuidados com o corpo e com os alimentos, visando a promoção da saúde e a prevenção de doenças como as entero e ectoparasitoses e complementar conceitos ministrados nas aulas de ciências em escolas do ensino fundamental sobre parasitoses intestinais e pediculose do couro cabeludo.

Objetivos Específicos:

Capacitar os acadêmicos participantes do projeto, para que possam repassar conhecimentos sobre a prevenção da infecção por entero e ectoparasitas. Realizar revisão bibliográfica sobre ecto e enteroparasitoses e educação em saúde. Utilizar teatro de fantoches para a representação de parasitas intestinais e dos instrumentos de higiene corporal para ministrar os conceitos sobre as parasitoses intestinais, pediculose do couro cabeludo suas medidas preventivas para pré-escolares. Ministrar aulas expositivas sobre parasitoses intestinais e pediculose do couro cabeludo para escolares do ensino fundamental para complementar os conceitos sobre essas doenças ministrados nas aulas regulares de ciências das escolas.

Demonstrar os principais parasitas intestinais preservados em frascos e suas formas evolutivas infectantes (ovos, cistos e larvas) em microscópio óptico, para escolares do ensino fundamental. Demonstrar, em microscópio óptico, o Pediculus capitis (agente etiológico da pediculose do couro cabeludo) e suas lêndeas aderidas a fios de cabelos. Distribuir material didático como folders e cartilhas, para complementar os conceitos ministrados. Avaliar o nível de assimilação do conhecimento ministrado, por meio de jogos, brincadeiras e respostas aos exercícios contidos em uma cartilha específica para a "verificação da aprendizagem". Verificar, junto aos coordenadores das instituições parceiras, a aplicação dos conhecimentos adquiridos com as atividades que foram desenvolvidas.

Justificativa:

As infecções causadas pelos entero e ectoparasitas podem causar graves consequências para o homem. Isso torna as parasitoses intestinais e a pediculose do couro cabeludo um sério problema de saúde pública, o que pode ser verificado pelas elevadas taxas de prevalências nas diferentes regiões geográficas brasileiras. As parasitoses intestinais afetam o indivíduo, incapacitando-o no bom desempenho de suas atividades físicas e intelectuais e diminuindo sua disposição para o estudo. Este quadro pode ser verificado em várias parasitoses e, especialmente, na ancilostomose devido à anemia e ao agravamento do estado nutricional do hospedeiro. A maioria dos helmintos e protozoários intestinais, quando presentes em grande número nos hospedeiros podem levar a complicações mais sérias, como hepáticas e pulmonares e, dependendo da gravidade, levar a óbito. No caso da pediculose do couro cabeludo, sua grave consequência está relacionada às irritações e coceira no couro cabeludo,

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infecções bacterianas secundárias e constrangimento no convívio social da criança.

Considerando tais consequências devido às infecções parasitárias justifica-se o presente trabalho, visando atender as necessidades de pré-escolares e de escolares, no estabelecimento de medidas educativas que possam evitar a infecção pelos entero e ectoparasitas, a fim de promover a saúde e melhorar a qualidade de vida. Este fato aliado à ausência de um programa efetivo de educação em saúde nas pré-escolas e escolas do ensino fundamental para a prevenção efetiva das entero e ectoparasitoses também justificam a proposta deste projeto.

Além disso, a possibilidade da capacitação dos discentes, a inserção deles junto à população e a contribuição para a promoção da saúde fundamentam o importante papel que a universidade representa junto à sociedade. Considerando o exposto, justifica-se também, o desenvolvimento deste projeto para que alunos do ensino fundamental possam ter acesso a materiais didáticos não existentes em suas instituições, que complementem os conceitos sobre doenças parasitárias previstos nos livros de ciências, facilitando dessa forma o processo ensino- aprendizagem, além de contribuir para a prevenção da infecção pelos enteroparasitas e pelo Pediculus capitis.

Beneficiário:

Comunidade em geral, com foco em crianças de creches municipais e escolas públicas da cidade de Alfenas-MG.

Divulgação:

A divulgação será por meio folhetos e cartazes, revistas e jornais e pela utilizadas de páginas da internet da Pró-Reitoria de Extensão da UNIFAL-MG e pelas redes sociais.

Quantidade de Beneficiários:

200

Diretrizes

Interação Dialógica:

Para a prática da educação em saúde torna-se fundamental a visão participativa, a identificação de caminhos, linguagens, organização das pessoas, repasse de valores e de instrumentos para o crescimento social que se propõe pois, refletir com a população é prática essencial de educação (SILVA; SANTOS; FONSECA, 2010). Diante do exposto e ao considerar que a extensão universitária tem como diretriz o estabelecimento de uma articulação entre ensino e pesquisa visando uma ação transformadora, voltada para as necessidades e o interesse da população propõe-se a realização deste projeto, com ações educativas, visando à implantação de medidas simples que tendem a diminuir as prevalências das infecções por entero e ectoparasitas, por meio de diferentes estratégias pedagógicas.

Interdisciplinaridade:

O projeto utilizará de conhecimentos adquiridos nas disciplinas de Parasitologia e Saúde

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Coletiva e Fundamentos de Epidemiologia, que serão estendidos à comunidade por meio de ações educativas.

Indissociabilidade:

A participação dos acadêmicos no projeto permitirá a sociabilidade com a comunidade no desenvolvimento de ações educativas e de atenção à saúde. Permitirá, também, a obtenção de créditos para a integralização das atividades formativas que fazem parte da dinâmica curricular dos cursos de graduação da universidade, além de contribuir para o aperfeiçoamento do conhecimento, de habilidades técnicas e desenvoltura em dialogar com pessoas da comunidade.

Impacto na Formação:

Além dos considerando apropriados necessários ao desenvolvimento das atividades do projeto, é necessário enfatizar a importância da universidade na formação de acadêmicos sensibilizados e compromissados, capazes de estabelecer uma relação de confiança mútua entre universidade e vários segmentos populacionais na tentativa de promover a prevenção e o controle de doenças parasitárias.

Impacto Social:

Espera-se uma adequada assimilação dos conceitos ministrados pelos acadêmicos por parte das crianças e também pelos adolescentes, utilizando metodologias como teatro de fantoches e aulas expositivas, pelo fato de serem recursos dinâmicos e que despertam o interesse e facilitando a aprendizagem; incentivando as mudanças de hábitos necessários à prevenção das parasitoses intestinais e da pediculoses do couro cabeludo e a formação de multiplicadores dessas ações educativas. Com essas atividades é possível que ocorra uma diminuição nas taxas de prevalência dos parasitas intestinais e do “piolho do couro cabeludo”, bem como de uma melhoria nas condições de saúde e bem-estar da população envolvida no estudo.

Desenvolvimento

Aspectos Metodológicos:

As atividades serão desenvolvidas em creches municipais (centros educacionais) e escolas públicas de ensino fundamental. A capacitação dos acadêmicos será realizada pelos coordenadores do projeto, nas dependências da UNIFAL-MG. Para essa capacitação os acadêmicos receberão treinamento em oratória e para a utilização de recursos didáticos necessários ao desenvolvimento das atividades propostas (teatro de fantoches, aulas expositivas e demonstrativas). Deverão, também, realizar uma revisão bibliográfica sobre parasitoses intestinais e pediculoses do couro cabeludo. Execução: as atividades serão realizadas nas instituições parceiras em datas e horários previamente agendados. Para as crianças das creches serão utilizadas encenações por meio de um teatro de fantoches com bonecos representando criança saudável, criança doente, professor, profissional de saúde, representando também, parasitas como Ascaris lumbricoides, Taenia sp e “piolho do couro

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cabeludo”, instrumentos de higiene corporal (sabonete, escova de dentes, creme dental, torneira, chuveiro e tesoura). O texto da encenação relata a estória de uma criança portadora de parasitose intestinal, esta criança possui precários hábitos de higiene, e tem dificuldade de relacionamento e de amizade na escola. Após o aprendizado sobre as medidas higiênicas compatíveis com a prevenção das entero e ectoparasitoses a criança se torna feliz e consegue vários amiguinho. Após a apresentação do teatro de fantoches serão realizadas, semanalmente, atividades utilizando cada boneco isoladamente e os instrumentos de higienização para estimular a adoção, no dia a dia, da lavagem das mãos antes de ingerir os alimentos e após a utilização do banheiro, higienização do corpo, dos alimentos e do ambiente. Para os alunos matriculados no ensino fundamental serão ministradas, semanalmente, aulas expositivas sobre as parasitoses intestinais e a pediculose do couro cabeludo com a demonstração de helmintos adultos acondicionados em frascos com solução fixadora de formaldeído e focalização de seus ovos em microscópio óptico, para melhorar a compreensão da relação entre a eliminação dos ovos dos parasitas nas fezes do portador da parasitose intestinal, a contaminação do ambiente e os mecanismos de infecção humana pelos enteroparasitas. Será demonstrado também o

“piolho adulto” no microscópio óptico e suas lêndeas fixadas em fios de cabelos. Para melhor compreensão da morfologia dos parasitos e da interação que eles estabelecem com hospedeiro no desenvolvimento da doença serão utilizados os fantoches que representam os parasitos A.

lumbricoides, Taenia sp e Pediculus capitis. É importante ressaltar que essa metodologia, para os alunos matriculados nos sexto e sétimo anos, complementará os conceitos sobre verminoses dos livros textos adotados nas aulas regulares de ciências. As informações acima mencionadas serão complementadas com a distribuição de folders e cartilhas sobre parasitoses intestinais e pediculose do couro cabeludo com linguagem adaptada compatível às diferentes faixas etárias.

Para encerrar as atividades será distribuída uma cartilha para a verificação da aprendizagem.

Referencial Teórico:

As doenças infecciosas e parasitárias têm ocupado um papel relevante entre as causas de morte no Brasil. Este grupo de doenças se reveste de importância por seu expressivo impacto social, já que está diretamente associado à pobreza e à qualidade de vida, enquadrando patologias relacionadas a condições de habitação, alimentação e higiene precárias. Além disso, a análise do comportamento das doenças infecciosas e parasitárias pode servir para avaliar as condições de desenvolvimento de determinada região, por meio da relação entre níveis de mortalidade e morbidade e condições de vida da população. Dentre as doenças parasitárias na infância, destacam-se as parasitoses intestinais conhecidas popularmente por verminoses e a pediculose do couro cabeludo – popularmente conhecida por “piolho” (BUENO et al., 2001). A elevada prevalência e a ampla distribuição geográfica das parasitoses intestinais, aliadas aos quadros clínicos muitas vezes graves que podem causar no organismo humano tem conferido a essas doenças uma posição de destaque dentre os principais problemas de saúde da população de países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, apesar dos conhecimentos científicos e dos avanços tecnológicos disponíveis para o diagnóstico e o tratamento (FONSECA et al., 2010). A distribuição geográfica tem vários fatores intervenientes, tais como presença de susceptíveis apropriados, migrações humanas, condições ambientais (temperatura, umidade, altitude) favorável, potencial biótipo elevado (GATTI; SANTOS; LIMA, 1999), além de se estarem relacionadas também com condições de saneamento básico e qualidade de vida, medidas individuais de prevenção e de controle (CARVALHO, et al., 2003; OLIVEIRA;AMOR, 2012). No

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Brasil, o primeiro levantamento helmintológico foi realizado no período de 1916 a 1921, quando foram examinadas 77436 amostras fecais de dez estados (MELLO et al., 1988). Nas décadas de 1930 a 1940, vários parasitologistas, entre eles, Samuel Pessôa, alertavam as autoridades sanitárias para a importância das enteroparasitoses, em vista de suas altas prevalências, tanto nas áreas rurais, como urbanas do Estado de São Paulo (WALDMAN;

CHIEFFI, 1989). Inquéritos realizados em anos mais recentes confirmam a dimensão desse problema, visto que a taxa de parasitados é geralmente elevada, variando nas diferentes regiões geográficas do país. Santos et al.(2004) mostraram em estudo sobre a prevalência de enteroparasitoses em pacientes ambulatoriais de Porto Alegre-RS, que 30,9% estavam infectados por uma ou mais espécies de enteroparasitas. Carrillo et al. (2005) revelaram 53%

de amostras fecais positivas em escolares do município de Ouro Preto-MG. Mascarini;

Donalisio-Cordeiro (2007) observaram uma prevalência de enteroparasitas de 76,7% em 2002 e 34% em 2003 entre crianças institucionalizadas em creches no município de Botucatu-SP.

Fonseca et al. (2010) em estudo sobre a prevalência de helmintíases em crianças residentes em municípios com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) nas regiões Norte e Nordeste do Brasil verificaram que 36,5% das 2523 crianças estudadas apresentavam um ou mais geohelminto. Seixas et al. (2011) demonstraram uma prevalência de 94% de enteroparasitos em escolares de uma área periurbana de Salvador-BA, sendo a faixa etária mais atingida a de 6 a 9 anos. Quanto à pediculose do couro cabeludo estatísticas em outros países mostram uma prevalência variável da pediculose do couro cabeludo: 6,8% na Turquia, 5,8% na Coréia, 21,8% no Egito e 56,7% em Israel (KOKKTURK et al., 2003; MORSY et al., 2001; MUNCUOGLU, 2001; SIM et al., 2003). Catalá et al. (2004) verificaram 45% dos alunos que frequentavam uma escola primária na Província de La Rioja apresentavam infecção pelo P.

capitis. Já no Brasil, Pilger et al. (2008), em estudo sobre a incidência de pediculose em indivíduos de uma comunidade economicamente desfavorecida, mostraram 77 (44%) parasitados. Dessa forma, fica evidente a necessidade de identificar, tratar e prevenir as infecções parasitárias, com o intuito de prevenir os prejuízos causados por essas patologias como o comprometimento do desenvolvimento físico e cognitivo das crianças, a produtividade dos adultos e os custos com os serviços médicos (GOLDSCHIMIDT; LORETO, 2012). A transmissão dos enteroparasitas geralmente é oro-fecal, ou seja, ocorre pela ingestão dos ovos de helmintos ou de cistos de protozoários presentes em alimentos, água ou qualquer objeto contaminado (COSTA-MACEDO et al., 1998; MARINHO et al., 2002; BECKER et al., 2002). Os alimentos consumidos crus e contaminados no meio ambiente pelas formas infectantes dos protozoários e dos helmintos intestinais ou por manipuladores infectados, contribuem para a manutenção da cadeia de transmissão (OLIVEIRA; AMOR, 2012). A sintomatologia das parasitoses intestinais é bastante variável, podendo ocorrer episódio de diarreia, prurido anal, cólicas abdominais, náuseas, vômitos e perda de peso. Em alguns casos, a gravidade dos sintomas depende da carga parasitária, do estado nutricional e da resposta imunológica do hospedeiro (JESUS et al., 2008). Lesões pulmonares ou úlceras intestinais pode ser a porta de entrada para bactérias, causando o agravamento do quadro clínico. Outras vezes, o indivíduo é assintomático podendo, todavia, ser um disseminador do parasita (REY, 2001). A pediculose do couro cabeludo, cujo agente etiológico é o Pediculus capitis desencadeia sérios desconfortos no hospedeiro como o prurido contínuo no local, diminuição da concentração e distúrbios do sono, prejudicando dessa forma, o desenvolvimento físico da criança e o seu rendimento escolar (HEUKELBACH; OLIVEIRA; FELDMEIR, 2003). Além desses incômodos, quando o hospedeiro

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coça o couro cabeludo com as unhas sujas, podem provocar lesões que constituem porta de entrada para fungos e bactérias (ANDRADE, 2008). Infestações graves por piolhos da cabeça quando estão associadas a más condições sociais e dietas inadequadas, as crianças parasitadas podem apresentar anemia pela deficiência de ferro subtraído pela hematofagia do P. capitis.

Suas consequências são sentidas pela criança, pelos pais e professores. A criança sente-se psicologicamente mal pela condição de parasitada, escondendo a infestação pelo sentimento de vergonha. Os pais são também atingidos por este estigma, que pode dar ideia de falta de higiene com seus filhos. Já os educadores enfrentam o problema de evitar a transmissão da moléstia a outros alunos, isolando as crianças parasitadas, enfrentando a situação desagradável de comunicar o fato aos pais e, até, em certos casos, serem levados a suspender as atividades escolares temporariamente (BORGES et al., 2007). Muitos agravos à saúde, dentre eles as parasitoses intestinais e a pediculose do couro cabeludo ocorrem porque as pessoas não recebem orientações básicas preventivas, que poderiam ser multiplicadas em escolas, instituições governamentais e não governamentais, famílias e comunidade. A educação em saúde é o campo de prática e do conhecimento do setor saúde que tem se ocupado mais diretamente com a criação de vínculos entre a ação médica, o pensar e o fazer cotidiano da população. O método da educação popular, sistematizado por Paulo Freire, constitui-se como norteador da relação entre intelectuais e classes populares. A participação de profissionais de saúde nas experiências de educação popular a partir dos anos 70 trouxe para o setor saúde uma cultura de relação com as classes populares que representou uma ruptura com a tradição autoritária e normalizadora da educação em saúde, em que o profissional de saúde era o único portador de conhecimentos (VASCONCELOS, 1998). Para a prática da educação em saúde torna-se fundamental a visão participativa, a identificação de caminhos, linguagens, organização das pessoas, repasse de valores e de instrumentos para o crescimento social que se propõe pois, refletir com a população é prática essencial de educação (SILVA; SANTOS;

FONSECA, 2010). Diante do exposto e ao considerar que a extensão universitária tem como diretriz o estabelecimento de uma articulação entre ensino e pesquisa visando uma ação transformadora, voltada para as necessidades e o interesse da população propõe-se a realização deste projeto, com ações educativas, visando à implantação de medidas simples que tendem a diminuir as prevalências das infecções por entero e ectoparasitas, por meio de diferentes estratégias pedagógicas.

Referências Biliográficas:

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BECKER, A. A. et al. incidência de parasitoses intestinais em escolares do município de novo Hamburgo, RS. Revista Brasileira de Análises Clínicas. Rio de Janeiro, v. 34, n. 2, p. 85-87, 2002. BORGES, R. Prevalência e distribuição mensal do piolho da cabeça usando dois procedimentos de diagnóstico em vários grupos etários em Uberlândia, MG, Sudeste do Brasil.

Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Uberaba, v.40, n.2, 2007. Disponível em:. Acesso: 9 mar. 2013. BUENO et al. Estudo comparativo da eficiência de três diferentes pentes finos na retirada de piolhos e lêndeas. RBM. v. 58, n. 6, p. 398-402, 2001. CARRILLO, M.R.G.G. et al. Prevalência de enteroparasitoses em escolares do bairro Morro de Santana no município de Ouro Preto, MG. Revista Brasileira de Análises Clínicas, Rio de Janeiro, v.7, n.3, p.91-193, 2005. ARVALHO, J. B. Presença de ovos de helmintos em hortaliças fertilizadas com lodo de lagoa de estabilização. Revista Brasileira de Análises Clínicas. Rio de Janeiro, v. 35, n.

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2, p. 101-103, 2003. CATALÁ, S. et al. Prevalência e intensidade da infestação por Pediculus humanus capitis em escolares de seis a onze anos. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Uberaba, v. 37, n. 6, p. 499-501, 2004. COSTA-MACEDO, L. M. et al.

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Revista Paulista de Pediatria, v. 26, n. 2, p.188-191, 2008. Disponível em:<

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Avaliação da frequência de parasitos intestinais e do estado nutricional em escolares de uma área periurbana de Salvador, Bahia, Brasil. Revista de Patologia Tropical, v. 40, n. 4, p. 304- 314, 2011. SILVA, R. K. F.; SANTOS, J. M.; FONSECA, F. T. B. Conhecimentos de parasitoses intestinais: um olhar em discentes de escola pública de Camaragibe. In: JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO, 10., 2010, Recife. Disponível em:. Acesso em: 15 mar.

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Cronograma / Plano de Trabalho:

Este projeto proporcionará a formação extencionista aos acadêmicos que trabalharão de forma voluntária, oferecendo-lhes além do conhecimento técnico-científico, a experiência organizacional de cronograma de atividades e de avaliação. Iniciando com treinamento dos mesmos o desenvolvimento das atividades sob suas responsabilidades. Sendo de responsabilidade dos mesmos: 1. articular o contato com os dirigentes e professores das instituições parceiras; 2. organizar o cronograma das atividades a serem desenvolvidas; 3.

verificar o material didático já pré elaborado e preparar novos materiais didáticos pertinente às ações educativas e de verificação da aprendizagem; 4. realizar revisão bibliográfica sobre ecto e enteroparasitoses e educação em saúde; 5. ministrar as aulas expositivas, utilizando estratégias e materiais didáticos que incentivem a adoção dos hábitos higiênicos necessários à prevenção das parasitoses intestinais e pediculose do couro cabeludo. 6. verificar, utilizando cartilhas, a assimilação dos conceitos ministrados; 7. avaliar dos resultados obtidos, discutí-los e preparar resumos e pôsteres a serem apresentados em Eventos de Extensão e na confecção do relatório final das atividades do projeto. Nas reuniões da equipe de execução das atividades os alunos serão incentivados a refletirem sobre a necessidade da aplicação prática das atividades desenvolvidas, os resultados obtidos e a preparem o material para a divulgação desses resultados em eventos científicos. A equipe fará reuniões quinzenais para a discussão dos resultados obtidos; resolução das dificuldades detectadas e atendimento de sugestões e críticas pertinentes. Nessas reuniões os alunos deverão apresentar aos coordenadores os resultados correspondentes ao período de atividades e serão sempre avaliados conforme a disposição de esforço para aprender, curiosidade teórica e científica, iniciativa e auto determinação, assiduidade, disciplina, responsabilidade e sociabilidade.

Inscrições

Preenchimento das Vagas:

Não se aplica

Trabalhos Científicos:

Não se aplica

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Avaliação

Resultados Esperados:

É esperado que haja uma boa assimilação por parte das crianças, do conteúdo abordado utilizando o teatro de fantoches e nas aulas expositivas que serão ministradas, pelo fato de serem dinâmicas e apresentarem atividades lúdicas com o intuito de despertar e o interesse dos alunos, facilitar a aprendizagem e incentivar as mudanças de hábitos necessários à prevenção das parasitoses intestinais e da pediculoses do couro cabeludo. Com tais intervenções educativas, se espera uma diminuição nas possíveis taxas de prevalência dos parasitas intestinais e do “piolho do couro cabeludo”, melhoria nas condições de saúde e bem estar da população envolvida no estudo.

Acompanhamento da Ação:

Nas creches (centros educacionais) as crianças demonstrarão o que aprenderam por meio de desenhos e mudanças de atitudes observadas e relatadas pelos professores e funcionários das instituições. A avaliação do aprendizado dos escolares do ensino fundamental será realizada pela comparação das respostas obtidas pela aplicação de um questionário no início e no final das atividades e das respostas em uma cartilha desenvolvida para a verificação da aprendizagem ao finais dos conteúdos ministrados.

Acompanhamento do Público:

Assim que as atividades se encerrarem em uma determinada instituição parceira, os dirigentes e professores receberão um questionário para expressarem suas opiniões sobre a metodologia utilizada e as ações desenvolvidas, com espaço para sugestões e críticas, a ser aplicado no término do projeto.

Gestão

Gestão Financeira:

Não se aplica

Anexos

Nenhum

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Parcerias

IP127P2344.pdf

Nome Fantasia: CEMEI JOSé RODRIGUES VIEIRA Razão Social: CEMEI €

CNPJ: 07828192000178 Tipo: Publica - Municipal

IP130P2344.pdf

Nome Fantasia: ESCOLA ESTADUAL CORONEL JOSé BENTO Razão Social: ESCOLA ESTADUAL CORONEL JOSé BENTO CNPJ: Não informado

Tipo: Publica - Estadual

Referências

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