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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – UFMT FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA

Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical

A

VALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE MUDAS ENXERTADAS EM MARACUJAZEIRO NAS CONDIÇÕES DA DEPRESSÃO CUIABANA

JANAINA BATISTA LENZA SOARES

CUIABÁ - MT 2007

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UNIVERSIDADEFEDERALDEMATOGROSSO–UFMT FACULDADEDEAGRONOMIAEMEDICINAVETERINÁRIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL

AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE MUDAS ENXERTADAS EM MARACUJAZEIRO NAS CONDIÇÕES DA DEPRESSÃO CUIABANA

Janaina Batista Lenza Soares

ORIENTADOR:PROF.DR.JOÃO PEDRO VALENTE

CO-ORIENTADOR:PESQ.DR.GIVANILDO RONCATTO

Dissertação apresentada à Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade Federal de Mato Grosso para obtenção do título de Mestre em Agricultura Tropical

CUIABÁ - MT 2007

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FICHA CATALOGRÁFICA 

S676a Soares, Janaina Batista Lenza

Avaliação do comportamento de mudas enxertadas em maracujazeiro nas condições da depressão cuiabana / Janaina Batista Lenza Soares. – 2007.

66p. : il. ; color.

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Mato Grosso, Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Programa de Pós-Graduação em Agri- cultura Tropical, 2007.

“Orientação: Profº Drº João Pedro Valente”.

“Co-orientador: Profº Drº Givanildo Roncatto”.

CDU – 634.776.3

Índice para Catálogo Sistemático

1. Maracujazeiros – Mudas enxertadas 2. Maracujazeiros – Emissão de gravinhas

3. Maracujazeiros – Enxertia – Índice de pegamento 4. Maracujazeiro-amarelo – Depressão cuiabana (MT) 5. Maracujá – Cultura

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DEDICO

À Deus - Sabedoria Máxima

À minha avó Carmem pelo Amor Imensurável e também em memória de meu Avô João.

Ao meu esposo, Davi, pelo apoio, acima de tudo, amigo, dedicado e paciente nos momentos mais difíceis.

À minha mãe Clarisse por nunca me deixar desistir, em fim pelo apoio incondicional.

Ao meu orientador, Dr. João Pedro Valente – pela atenção e carinho, por acreditar em mim, dando-me a oportunidade de subir mais um degrau.

Ao meu co-orientador, Dr. Givanildo Roncatto – pelo seu companheirismo, carinho e acima de tudo profissionalismo e respeito - amigo em todos os momentos deste curso de pós-graduação.

Aos meus familiares que sempre torceram pelo meu sucesso.

Ao Prof. Dr. Carlos Ruggiero pelo exemplo profissional que representa dentro da área de propagação em maracujazeiros, pela atenção e carinho dispensada a nossa equipe.

Ao Pesquisador Dr. Nilton Tadeu Junqueira, por sua disponibilidade e gentileza a todos que o procuram a fim de estudar desde a taxonomia até patologia da passicultura.

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AGRADECIMENTOS

À Universidade Federal de Mato Grosso, Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, UFMT/FAMEV, pela oportunidade de realização do curso.

À FAPEMAT – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso – pela concessão da bolsa de Mestrado, para que eu pudesse me dedicar integralmente a este curso.

À Professora Maria Cristina Albuquerque por acreditar em cada um que ingressa neste curso e pela dedicação ao mesmo.

Aos Professores Dr. Joadil Gonçalves de Abreu e Dr. Mariano Martinez Espinosa e ao colega Léo Adriano Chig, pela colaboração nas análises estatísticas e sugestões.

A todos os funcionários da Fazenda Experimental da UFMT/FAMEV, em especial ao Joerci pela colaboração no viveiro.

Aos funcionários deste Programa de Pós-graduação – Maria e Denize pelo carinho e paciência.

Aos professores das disciplinas cursadas, de forma especial ao Prof. Dr.

Mariano Martinez Espinosa e ao Prof. Dr. Holanda Campelo Jr., pelo conhecimento transmitido, e apesar de que aos nossos olhos parecem ter exigido muito, fizeram com que déssemos os primeiros passos na elaboração de resumos e trabalhos científicos.

Aos meus amigos e colegas, que nos momentos difíceis me apoiaram para poder chegar até aqui, de forma especial a minha amigos Sandra Regina Braga, Daniela Beledeli, Jean Pinheiro, Frank Souza.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1. – Maracujazeiro ‘FB200’ - A) Folhas e flor B) Variedade fruto... 68

FIGURA 2. – Roxinho miúdo (Passiflora edulis) A) Folha,B) Flor,C) Fruto.. 68

FIGURA 3.- Passiflora alata A) Muda em tubete com folhas, B) Flor, C) Fruto... 68

FIGURA 4 – Maracujá de veado – (Passiflora giberti) – Flor com folhas.... 69

Figura 5 – Passiflora quadrangularis – A) Muda com folhas. B) Fruto com folhas... 69

Figura 6 – Passiflora nitida – A) Flor com folhas. B) Fruto e Folhas... 69

Figura 7 - Passiflora coccinea - A) Maracujazeiro com folhas e frutos. B) Flor. C) Fruto... 70

FIGURA 8. - Porta-enxertos com 30 a 60 dias:A) P. nitida B) P. alata, C) P.

coccinea, D) P. quadrangularis, E) P. giberti, F) P. edulis e G) P. edulis f.

flavicarpa (‘FB 200’)... 72

FIGURA 9 – Corte longitudinal no porta-enxerto para inserir o garfo. ... 72

FIGURA 10 – Preparo do garfo. ... 72

FIGURA 1 – Etapas da enxertia por fenda cheia: A) Preparo da cunha. B) Preparo do Garfo enxerto. C) e D) Inserção do enxerto. E) Acondicionamento do enxerto com saco plástico...63

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – Médias das características do desenvolvimento das espécies /variedade de maracujazeiros utilizados com porta-enxerto para a variedade FB200, aos 120 dias. ... 60

TABELA 2. Análise descritiva do desenvolvimento vegetativo do maracujazeiro entre os porta-enxertos FB200 e P. nítida...63 TABELA 3. Análise descritiva do desenvolvimento vegetativo do maracujazeiro entre os diferentes tratamentos ...64 TABELA 4. Manova de comparação e interação dos fator 1 e fator 2. ... 65

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SUMÁRIO

Página

1 INTRODUÇÃO... 11

1.1 Referências Bibliográficas... 19

2 EFEITO DE DIFERENTES ESPÉCIES E VARIEDADE DE MARACUJAZEIROS NO PEGAMENTO DA ENXERTIA DO ‘FB200’... 23

Resumo... 23

Abstract... 24

2.1 Introdução... 25

2.2 Material e Métodos... 25

2.3 Resultados e Discussão... 27

2.4 Conclusões... 31

2.5 Referências Bibliográficas... 32

3 AVALIAÇÕES DO DESENVOLVIMENTO DE MUDAS DE MARACUJAZEIRO PROPAGADAS POR ENXERTIA... 34

Resumo... 34

Abstract... 35

3.1 Introdução... 36

3.2 Material e Métodos... 37

3.3 Resultados e Discussão... 39

3.4 Conclusões... 45

3.5 Referências Bibliográficas... 46

4 .SELEÇÃO DE PORTA-ENXERTOS PARA MARACUJAZEIRO- AMARELO NAS CONDIÇÕES DA DEPRESSÃO CUIABANA... 48

Resumo... 48

Abstract... 49

3.1 Introdução... 50

3.2 Material e Métodos... 51

3.3 Resultados e Discussão... 53

3.4 Conclusões... 54

3.5 Referências Bibliográficas... 55

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5 CONCLUSÕES... 57 6 ANEXO... 58

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AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE MUDAS ENXERTADAS EM MARACUJAZEIROS NAS CONDIÇÕES DA DEPRESSÃO CUIABANA

RESUMO: Este trabalho tem por objetivo avaliar o índice de pegamento e precocidade na emissão de gavinhas de mudas enxertadas de maracujazeiros, bem como o seu desenvolvimento através da mensuração da altura de plantas, diâmetro, número de entrenós e de folhas, nas condições da depressão cuiabana. O experimento foi realizado na Fazenda Experimental da FAMEV/UFMT. As espécies utilizadas foram Passiflora edulis, P. quadrangularis, P. giberti, P. coccinea, P. alata, P. nitida e a variedade ‘FB200’ (maracujazeiro amarelo), enxertadas sob o ‘FB200’. Os porta-enxertos e enxertos foram oriundos de sementes. O método de enxertia foi o de garfagem por fenda cheia utilizando-se porta-enxertos com três folhas e altura de 15 a 30 cm até o ponto de enxertia. Estas plantas apresentavam no momento da enxertia cerca de 30 a 90 dias. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, com sete tratamentos e três repetições, sendo cada parcela formada por 15 mudas enxertadas. Foram avaliados pegamento de mudas, precocidade na emissão de gavinhas e desenvolvimento de mudas (altura total de plantas, do porta- enxerto e altura do enxerto, diâmetro do enxerto e do porta-enxerto, número de folhas, número de entrenós do enxerto e do porta-enxerto). O período compreendido entre as avaliações foi de 60 a 120 dias após a enxertia num intervalo quinzenal. Com relação as espécies e variedade estudada, o P.

edulis e o ‘FB200’ se destacaram em todas as características avaliadas.

Palavra – chaves: enxertia, pegamento, emissão de gavinhas, altura da planta, diâmetro.

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EVALUATION OF THE BEHAVIOR OF GRAFTING SEEDLINGS IN PASSION FRUIT TREE IN THE CONDITIONS OF DEPRESSION

CUIABANA

ABSTRACT: This work has for objective to evaluate the index of establishment and precocity in the emission of tendril of grafting seedlings of passion fruit tree, as well the its development through the mensuration of the height of plants, diameter, number of internodes and leafs, in the conditions of the cuiabana depression. The experiment was carried through in the Experimental Farm of the FAMEV/UFMT. The used species had been Passiflora edulis, P. quadrangularis, P. giberti, P. coccinea, P. alata, P. clear e the variety `FB200' (yellow passion fruit tree), grafting under `FB200'. The rootstock and grafting had been deriving of seeds. The grafting method was of full cleft grafting using rootstock with three leafs and height of 15 to 30 cm until the grafting point. These plants presented at the moment of the grafting one about 30 to 90 days. The experimental delineation was entirely randomized, with seven treatments and three repetitions, where each repetition was formed by 15 grafting seedlings. Establishment of seedlings, precocity in the emission of tendril and development of seedlings had been evaluated (total height of plants, of the rootstock and height of grafting, diameter of grafting and the rootstock, leafs number, number of internodes of grafting and the rootstock), being that the period between the evaluations was of 60 to 120 days after the grafting in a biweekly interval. Taking in consideration the species and the studied variety, it was P. edulis e `FB200' that if had detached in all the evaluated parameters.

Keywords: grafting, establishment, emission of tendril, height of the plant.

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1. INTRODUÇÃO

O maracujazeiro pertence ao gênero Passiflora que é o mais conhecido da família da Passifloraceae, a qual é constituída por cerca de 530 espécies tropicais e subtropicais, sendo que dessas mais de 150 são indígenas do Brasil, dentre as quais mais de 60 produzem frutos que podem ser aproveitados como alimento direto ou indiretamente.

Os pomares de maracujazeiros têm se expandido em função do preço de seus frutos, sendo estes comercializados “in natura” e industrializado como polpa e suco ou ainda néctar pronto para beber. Explorado também para fins medicinais, pois contém passiflorina, um calmante natural e como planta ornamental por apresentar flores, coloridas e perfumadas.

O maracujá amarelo (Passiflora edulis Flavicarpa) tem maior importância comercial devido à qualidade dos frutos, à divulgação junto aos consumidores e ao rendimento industrial. Representa 95% dos pomares brasileiros, enquanto que o maracujá doce (Passiflora alata), apesar da menor representatividade, atinge preços unitários mais expressivos nos segmento das frutas frescas (Bernacci et al; 2002; Meletti & Maia, 1999).

A propagação do maracujazeiro pode ser realizada sexuadamente, por sementes ou assexuadamente por meio de enxertia, estaquia ou cultura de tecidos (Parizzotto et al., 2004).

A propagação vegetativa por meio da enxertia tem sido uma técnica bastante utilizada na fruticultura, garantindo a formação de pomares com populações de plantas homogêneas (Gonzaga Neto et al., 1993). Além disso, a enxertia possibilita a união de mais de um genótipo, combinando as características desejáveis de ambos em uma planta composta.

Porém, até o momento no Brasil, a propagação vegetativa não tem sido utilizada em escala comercial, na cultura do maracujazeiro, ao contrário do que ocorre na África do Sul, onde o principal método de propagação é a enxertia (Grech & Rijkenberg, 1991).

As doenças provocadas por patógenos do solo em maracujazeiro constituem-se em um dos principais problemas para essa cultura no Brasil.

Uma das alternativas de controle dessas doenças é a utilização de porta-

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enxerto resistente. Várias espécies nativas do gênero Passiflora vêm apresentando resistência a essas doenças, mas a utilização como porta- enxertos oriundos de sementes tem sido dificultada pelas diferenças de diâmetro entre porta-enxerto e o enxerto da espécie comercial no momento da enxertia (Chaves et al., 2004).

Outro método de propagação não muito utilizada no Brasil é a estaquia. Esta técnica de propagação vegetativa do maracujazeiro que permite a obtenção de pomares uniformes, bem como de porta-enxertos que confiram ganhos de produtividade e/ou resistência a pragas e doenças também pode ser explorada juntamente com a enxertia, possibilitando assim uma “enxertia perfeita”, onde o porta-enxerto seria um clone.

Este trabalho teve como objetivo avaliar o índice de pegamento e precocidade na emissão de gavinhas de mudas enxertadas de maracujazeiros, e o seu desenvolvimento através da altura das plantas, diâmetro, número de entrenós e de folhas nas condições da Depressão Cuiabana.

2. REVISÃO DE LITERATURA

O termo maracujá é utilizado para designar o fruto da planta do gênero Passiflora, sendo assim uma forma generalizada de referir-se a uma das plantas mais atraentes, não só pela beleza das flores, mas também por diversas qualidades atribuídas aos frutos (Lima & Cunha; 2004).

A presença de uma corona típica constituída de 1 a 5 verticilos concêntricos de filamentos, caracteriza a família Passifloraceae, ficando o maracujazeiro, classificado na ordem das Passiflorales, que possui ainda duas famílias exóticas no Brasil (Leitão Filho & Aranha, 1974).

Maracujá é originário da língua tupi, vindo de maracujá, fruto de marhú, que significa, por derivação, ma-rã-ú ou aquilo que se sorve (Teixeira, 1994; citado por Lima & Cunha;2004). Sendo ainda encontrado por alguns dicionários que registram os nomes suboruku já e uboru-cayá. Sendo originário do tupi ‘maracuiá’, que significa comida preparada em cuia (Ruggiero, 1973).

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2.1 PROPAGAÇÃO DO MARACUJAZEIRO

A propagação sexuada vem tendo preferência, junto aos produtores em relação aos métodos assexuados devido à facilidade do processo e ao menor tempo gasto para a formação das mudas. Pode-se conceituar a propagação sexuada como o processo em que ocorre a fusão dos gametas masculinos e femininos para formar uma só célula, o zigoto no interior do ovário, após a polinização. A partir daí é produzida a semente. A propagação assexuada é denominada de vegetativa ou agâmica, é o processo de multiplicação que ocorre através de divisão celular (mitose), por meio da regeneração de partes da planta-mãe.

A propagação vegetativa de plantas é a mais recomendada para frutíferas, porque possibilita a manutenção das características mais desejadas das plantas que se pretende multiplicar. Dentre os métodos possíveis de serem utilizados na cultura do maracujazeiro destacam-se os métodos de estaquia e a enxertia.

2.1.1 ESTAQUIA

Consiste no enraizamento adventício de parte do ramo, contendo diversas gemas e folhas inteiras ou parte delas, sob condições de elevada umidade relativa, em substrato previamente preparado. (Roncatto, 2007)1

Os fatores que influenciam a propagação por estaquia são: espécie, época do ano, substrato, condição fisiológica das matrizes, ambiente (temperatura, luminosidade e umidade), tipo de estaca (porção do ramo, idade, lignificação do tecido), estiolamento e reguladores de crescimento - fitohormônios (Fachinello et al., 1995).

Pode ser feito o uso de auxinas, que é um fitohormônio estimulador de crescimento, auxiliando no enraizamento das estacas do maracujazeiro.

O uso deste recurso maximiza o desenvolvimento das mudas por estaca;

podendo ainda ser utilizado o estufim plástico, que cria condição favorável no ambiente. O local de coleta e forma de preparação das estacas exerce influência no enraizamento, aquelas da parte mediana dos ramos, com duas

1GIVANILDO RONCATTO - Comunicação pessoal

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a três meias-folhas e com dois ou três nós enraízam melhor e após 20 a 30 dias do estaqueamento, já estão enraizadas podendo ser transferidas para recipientes contendo substrato convencional. (Roncatto, 2007).1

Salomão et al. (2002) comprovaram que o maracujazeiro amarelo e o doce apresentaram maior potencial para formação de mudas por estaquia a partir de estacas oriundas das porções mediana e basal do último surto de crescimento.

2,1.2 ENXERTIA

A enxertia do maracujazeiro além de permitir a reprodução fiel das plantas matrizes, possibilita o controle de pragas e doenças, resistência à seca, influênciar na qualidade dos frutos e na produtividade. Há relatos de resistência de algumas espécies utilizadas como porta-enxerto à podridão do pé causada por Phythopthora cinnamoni Rands, à murcha de Fusarium oxysporum Schl f. passiflora, à nematóides, e a morte prematura de plantas (Ruggiero & Oliveira, 1998).

Segundo Roncatto et al., (2004), a morte prematura de plantas, pode ser controlada com a utilização de porta-enxertos resistentes/tolerantes como, por exemplo: P. nitida, P. giberti, P. setacea e P. alata.

A enxertia tem sido testada utilizando diversas espécies como porta- enxertos: Passiflora edulis f. Flavicarpa, Passiflora alata, P. nitida, P.

setacea, P. giberti, P. caerulea, P. foetida, os resultados tem sido os mais controversos, e os estudos não têm avançado muito acerca desta técnica, mesmo com os constantes esforços, as grandes dúvidas ainda persistem (Menezes, 1994).

Neste sentido, vários autores estudaram o pegamento de enxertos e a subseqüente resistência à morte prematura de plantas. Menezes (1990) obteve bom pegamento de enxertos sobre P. giberti e P. setacea, que proporcionou resistência à morte prematura de plantas. Já Lima et. al. (1999) conseguiram melhor pegamento quando utilizaram P. caerulea e P.

cincinnata. Porém, as espécies P. foetida, P. alata e o próprio maracujá

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amarelo, não se comportaram bem como porta-enxertos e não tiveram pegamento satisfatório.

Avaliando o efeito da enxertia através da comparação de mudas enxertadas em porta-enxertos oriundos de sementes Maldonado (1991) constatou que o tempo gasto foi de cinco meses da semeadura até o plantio em local definitivo, enquanto que as mudas formadas através da propagação sexuada (pés francos) demoraram cerca de dois meses. Em outro experimento Menezes et al. (1994) efetivou o plantio de mudas enxertadas sobre P. giberti, P. caerulea, P. edulis aos três meses após a enxertia e aos sete meses após a semeadura dos porta-enxertos, porém, com P. nitida e P. alata tiveram dificuldades na germinação de sementes.

O conhecimento sobre os aspectos da germinação de sementes das diversas espécies de Passiflora é fundamental para a propagação e para a manutenção de bancos de germoplasma, visando a evitar a erosão genética (Passos et al; 2004). Ainda cabe mencionar que questões referentes ao conhecimento da fisiologia das sementes, como o mecanismo de dormência presente nas espécies silvestres ou em domesticação recente, a exemplo do P. nitida, tem prejudicado esta primeira etapa do processo de enxertia, ou seja, na obtenção dos porta-enxertos.

2.2 CARACTERIZAÇÕES DAS ESPÉCIES E VARIEDADES

As espécies descritas abaixo foram utilizadas levando-se em consideração suas características agronômicas favoráveis, como tolerância ou resistência a doenças, principalmente a morte prematura de plantas Também, buscou-se identificar material produtivo, tolerante ou resistente a pragas, à seca e à nematóides., entre os materiais descritos abaixo;

(ANEXO 1)

2.2.1 -Variedade FB200 – (Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Degener) Variedade do maracujazeiro amarelo ou azedo, que é a espécie mais utilizada nos cultivos comerciais, ocupando cerca de 95% da área plantada.

A variedade FB200 apresenta-se como uma planta arbustiva, escandente,

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com gavinhas, folhas alternas, trilobadas, de lobos serrilhados, flores solitárias, violáceas, com androginóforo, rodeado por uma coroa de estaminódios (FIGURA 1.).

O ‘FB200’ apresenta como benefícios para o produtor, as características agronômicas abaixo:

1- Frutos com maior uniformidade de tamanho, formato e cor;

2- Casca mais grossa proporcionando maior resistência durante o transporte;

3- Rendimento de suco em torno de 36% apresentando a média de sólido solúveis totais em torno de 14,0 ° Brix.

4- Média do peso de fruto de 240g, com potencial para uma produtividade média de 50 ton/ha/ano.

2.2.2- Maracujá Roxinho miúdo – (Passiflora edulis)

Conhecida pelo nome vulgar maracujá roxinho miúdo, apresenta caule cilíndrico e vigoroso com folhas profundamente trilobadas, glandular- serreadas e face superior lustrosa, sendo que na juvenilidade são inteiras e ovaladas, ocasionalmente bilobadas. Desenvolve-se normalmente no interior de florestas, floresce de setembro a março, têm importância ornamental e medicinal. (FIGURA 2.). As folhas são desobstruentes e diuréticas, raízes e sementes anti-helmínticas, os frutos levemente acidulados têm casca de coloração roxa (Lima & Cunha; 2004).

2.2.3 - Maracujá doce – (Passiflora alata Dryander)

Esta espécie comercialmente é pouco difundida, com cerca de 5% do total de maracujazeiros cultivados, mas desperta interesse pela resistência a morte prematura de plantas e pela qualidade de seus frutos. As características botânicas desta espécie conhecida como maracujá doce, são mostradas em seus frutos de formato obovóide ou piriforme, coloração amarela, tamanho grande (80 - 300g), adocicado, que são propriedades importantes para o consumo "in natura".

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Suas flores também de tamanho grande com 10 -12 cm de diâmetro, vistosas, ornamentais, externamente brancas e carmins na parte interna, sendo que a floração ocorre de setembro a maio, podendo estender-se para o ano todo nas regiões de clima mais favorável, principalmente a altas temperaturas e luminosidade (FIGURA 3.). As plantas são totalmente glabras, hastes firmes, tetrangulares, aladas, tem folhas ovais-oblongas com 15 a 20 cm de comprimento e presença de brácteas na base das flores, que são agudas serrilhadas, ovais com cerca de 1,5 cm de comprimento.

(Vasconcelos, 1991; Vasconcelos et al., 1993; Martins, 2002).

2.2.4- Maracujá de veado – (Passiflora giberti N.E.Brown)

Maracujá de veado é o nome vulgar desta espécie que no início de seu desenvolvimento, a planta apresenta caule fino, delicado, esverdeado, crescimento vegetativo rápido. Quando adulta apresenta-se vigorosa, folhas trilobadas de verde intenso (FIGURA 4.). O florescimento ocorre de outubro a abril, os frutos são de formato oval, coloração amarela cenoura quando maduro, a casca é fina envolvendo numerosas sementes, e a polpa tem sabor agradável. As plantas são muito produtivas, rústicas e de fácil adaptação, apresentam resistência à morte prematura de plantas. Menezes, 1990; Menezes et al., 1994).

2.2.5 – Passiflora quadrangularis L

Conhecido vulgarmente como maracujá melão, planta robusta, glabra de caule vigoroso, quadrangular de ângulos alados, folhas completamente ovaladas, inteiras. Flores grandes e brilhantes, vermelho escuras, púrpuras ou brancas. Sépalas oblongo-ovaladas, verdes ou esverdeadas, vermelho escuras exteriormente, vermelho esbranquiçada ou vermelho escuro brilhante. (FIGURA 5.). Filamentos da corona: azul-púrpura e branca na direção da base e manchados de rosa, azul, violeta na metade superior.

Fruto muito grande, amarelo pálido, verde quando maduro, oblongo, quadrangular. Possui propriedades anti-helmínticas e letárgicas (Lima &

Cunha et al., 2004).

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2.2.6 - Passiflora nitida H.B.K.

Conhecida vulgarmente por maracujá do mato ou maracujá suspiro é robusta, de caule cilíndrico, de porções subangulares, suas estipulas apresentam ápice biglanduloso, as folhas são ovalada-oblongas, coriáceas e tem 9 a 17 cm de comprimento, com aspecto oleoso, lúcidas na superfície, flores de pétalas brancas (FIGURA 6.). Fruto globoso com 3 a 4 cm de diâmetro e coloração amarelo-alaranjado quando maduros. Conhecida como maracujá do mato ou maracujá suspiro, é resistente a morte prematura de plantas (Menezes, 1990; Menezes et al., 1994).

2.2.7 - Passiflora coccinea Aubl.

Planta vigorosa, caules jovens de coloração púrpura e caules mais velhos com estrias profundas, folhas oblongas, inteiras, levemente pubescentes, serreadas. Flores com sépalas linear-lanceoladas escarlates ou vermelhas (FIGURA 4.). Filamentos na corona têm série externa, púrpura escura, metade superior rosa-pálida ou branca em direção à base, série interna branca. Fruto ovóide ou subgloboso, comestível (Lima & Cunha et al., 2004).

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3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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FACHINELLO, J. C.; HOFFMANN, A.; NACHTIGAL, J. C.; KERSTEN, E.;

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92p., Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal) Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista. Jaboticabal.

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GRECH, N. M.; RIJKENBERG, H. J. Laboratory and field evaluation of the performance of Passiflora caerulea as a rootstock tolerant to certain fungal root pathogen. Journal of Horticultural Science, Littlehampton, v. 66, n. 6, p.725-729, 1991.

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Avaliação de porta-enxertos e tipos de enxertia para o maracujá amarelo.

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EFEITO DE DIFERENTES ESPÉCIES E VARIEDADE DE MARACUJAZEIROS NO PEGAMENTO DA ENXERTIA DO ‘FB200’

RESUMO: O maracujazeiro amarelo (Passiflora edulis Sims. f. flavicarpa Deg.) principal Passifloracea cultivada no Brasil, vem registrando diminuição na longevidade, dos pomares ao longo dos anos, devido à incidência de doenças/ nematóides que atacam o seu sistema radicular. O objetivo deste trabalho foi comparar o índice de pegamento e precocidade na emissão de gavinhas da variedade ‘FB200’ enxertada nos porta-enxertos P. edulis, P.

quadrangularis, P. giberti, P. coccinea, P. alata, P. nitida e na variedade

‘FB200’ (maracujazeiro amarelo). O experimento foi realizado em viveiro sob telado (50% de sombra) na Fazenda Experimental da FAMEV/UFMT. Os porta-enxertos e enxertos foram oriundos de sementes, do viveiro Flora Brasil (Araguari-MG), UNESP/Jaboticabal-SP e coletadas na região. O método de enxertia foi de fenda cheia utilizando-se porta-enxertos com três folhas e altura de 15 a 30 cm até o ponto de enxertia. As mudas apresentavam no momento da enxertia com de 30 a 90 dias. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, com sete tratamentos e três repetições, onde cada parcela foi formada por 15 mudas enxertadas. O índice de pegamento e a emissão de gavinhas foram avaliados em intervalos quinzenais, até os 60 e 120 dias, respectivamente.

As mudas do maracujazeiro ‘FB200’ enxertadas em Passiflora edulis, P.

quadrangularis e ‘FB200’, apresentam o melhor índice de pegamento da enxertia e precocidade na emissão de gavinhas, estando aptas para serem levadas ao campo entre 30 a 120 dias após a enxertia.

Palavras - chaves: porta-enxerto, pegamento, gavinhas, desenvolvimento de mudas.

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EFFECT OF DIFFERENT SPECIES AND VARIETY OF PASSION FRUIT TREE IN ESTABLISHMENT OF GRAFTING OF `FB200'

ABSTRACT: The yellow passion fruit tree (Passiflora edulis Sims. f.

flavicarpa Deg.) main Passifloracea cultivated in Brazil comes registering reduction in the longevity, of the orchards throughout the years, due to incidence of illnesses/ nematode that they attack its to radicular system. The challenge is to search mechanisms that they make possible to extend the cycle of this culture. The objective of this work was to compare the index of establishment and precocity in the emission of tendril of the grafting variety

`FB200' in the rootstock P. edulis, P. quadrangularis, P. giberti, P. coccinea, P. alata, P. clear e in the variety `FB200' (yellow passion fruit tree). The experiment was carried through in vivarium under fabric (50% of shade), in the Experimental Farm of the FAMEV/UFMT. The rootstock and grafting had been deriving of seeds, the vivarium Flora Brazil (Araguari-MG), UNESP/Jaboticabal-SP and collected in the region. The grafting method was of full cleft grafting using rootstock with three leafs and height of 15 the 30 cm until the grafting point. The seedlings presented at the moment of the grafting with about 30 the 90 days. The experimental delineation was entirely randomized, with seven treatments and three repetitions, where each repetition was formed by 15 grafting seedlings. The index of establishment and the emission of tendril had been evaluated in biweekly intervals, until the 60 and 120 days respectively. Grafting seedlings of the passion fruit tree

`FB200' in Passiflora edulis, P. quadrangularis e in `FB200', presents optimum index of establishment of the grafting and precocity in the emission of tendril, been apt to be led to the field after enters the 30 to 120 days of the grafting.

Keywords: grafting, rootstock, establishment, tendril, development of seedlings.

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1. INTRODUÇÃO

É conhecida a liderança mundial do Brasil na produção de frutas in natura. Isto é favorecido pelas condições ambientais, entretanto o país não tem utilizado este potencial, visto que ocupa o 12º lugar nas exportações mundiais (Fachinello et al., 1996).

O Brasil é responsável por cerca de 90% da produção mundial de maracujá, segundo Silva et al. (2005), produzindo-se aproximadamente meio milhão de toneladas destacando-se como uma das principais frutíferas cultivadas no país. O maracujazeiro amarelo (P. edulis f. flavicarpa Degener) é a espécie de maior representatividade nos cultivos, tendo 95% da área plantada. Os principais estados produtores são Bahia, São Paulo, Sergipe, Espírito Santo, Pará e Minas Gerais (IBGE, 2007). Neste contexto, o estado de Mato Grosso não apresenta uma produção significativa.

O maracujazeiro é propagado através de sementes, principalmente em nível comercial. No entanto, a propagação vegetativa constitui-se em uma possibilidade de avanço sob o ponto de vista da multiplicação de plantas selecionadas, para a produção em escala de frutos uniformes, tolerantes ou resistentes a pragas e doenças. O objetivo do trabalho foi de selecionar espécies de porta-enxertos que apresentam a melhor combinação para a variedade comercial FB200.

2. MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado em viveiro telado (50% de sombra), da Fazenda Experimental da FAMEV/UFMT, entre os meses de fevereiro a junho/2006. A Fazenda está localizada em Santo Antônio do Leverger/MT, situada a 30 km de Cuiabá, latitude 15°47’11”S, longitude 56°04’17” W e altitude de 140 m. O clima da região é classificado conforme Köppen, como Aw ou Tropical de Savana, com períodos distintos de secas e chuvas. A temperatura média anual fica em torno de 26ºC, precipitação média de 1360 mm, umidade relativa do ar de 66% (Miranda & Amorim, 2000).

O método de enxertia utilizado foi do tipo fenda cheia, realizado acima da terceira folha e a uma altura variável dependendo da espécie (15 a 30 cm

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de altura nas plantas). As espécies e acessos utilizados como porta-enxertos foram os seguintes materiais: Passiflora edulis (acesso Guiratinga-MT), P.

quadrangularis (acesso Cuiabá-MT), P. giberti (acesso Jaboticabal-SP), P.

alata (acesso Aquidauana-MS), maracujazeiro amarelo (‘FB 200’-Araguari- MG), P. nitida (acesso Santa Terezinha-MT), P. coccinea (Jaboticabal-SP).

Utilizou-se como copa (enxerto) o maracujazeiro amarelo (‘FB200’-Araguari- MG).

As sementes, utilizadas para a produção dos porta-enxertos e do enxerto, foram previamente embebidas em água destilada por cerca de 24 horas, em seguida semeadas em tubetes de plástico (25 x 5cm) com substrato comercial Plantimax (carvão ativado e casca de pinus).

Posteriormente transplantadas para saco polietileno (20 x 30 cm), com mistura de solo de superfície, e esterco de curral bem curtido, na proporção de 5,25 : 1, respectivamente, sendo enriquecida com superfosfato simples (5 kg m3).

Quando as plantas apresentavam três a quatro folhas, aos 30 a 60 dias após a semeadura, dependendo da espécie, foi realizada a enxertia.

Utilizou-se uma lâmina de aço e em cada operação, foi mergulhada em água sanitária a 70%, para evitar contaminações.

Os porta-enxertos foram decapitados a uma altura que variou de 15 a 30 cm, em função da espécie/variedade, as quais apresentaram vigor inicial distinto. Fez-se uma incisão longitudinal de aproximadamente 2 cm no topo do porta-enxerto, para inserir o garfo (enxerto).

As folhas abaixo do ponto de enxertia, em número de 3 a 4 foram mantidas nas plantas.

O enxerto foi retirado de plantas matrizes jovens da variedade FB200, sendo que os ramos foram desfolhados e os garfos preparados com duas a três gemas com 10 cm de comprimento, sendo sua extremidade inferior cortada em forma de cunha, para possibilitar a inserção do mesmo no porta- enxerto.

A enxertia pelo método de garfagem do tipo fenda cheia, consistiu na inserção do garfo no porta-enxerto, previamente preparado. A região da

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união dos mesmos foi amarrada com fita plástica transparente (fitilho), e depois de revestido com um saco plástico que acondicionou o enxerto e o porta-enxerto, formando uma câmara úmida para possibilitar o aumento do metabolismo e acelerar a união dos materiais. Este saco plástico permaneceu de 15 a 20 dias após a enxertia.

A partir do 15º dia após a enxertia, foram feitas, em intervalos quinzenais, as avaliações do índice de pegamento e da emissão de gavinhas. Para determinar o índice de pegamento, contabilizaram-se as plantas a partir do momento que apresentavam início de brotação. A contagem de plantas com gavinhas foram realizadas considerando-se como emitidas, aquelas plantas com a estrutura da gavinha no início da fase de enovelamento. O índice de pegamento foi avaliado nos primeiros 60 dias, e a emissão de gavinhas até 120 dias a partir da enxertia.

O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, com sete tratamentos e três repetições, onde cada parcela foi formada por 15 mudas enxertadas, perfazendo-se um total de 45 plantas por tratamento, em esquema fatorial 3 x 5 x 7 composto de dois fatores: época de coleta de dados e espécie utilizada como porta-enxerto. Os dados foram submetidos a regressão.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O índice de pegamento está representado na Figura 12, onde se observa que as mudas enxertadas em P. edulis e P. quadrangularis apresentaram 45 plantas pegas até os 60 dias, representando 100% das plantas enxertadas. Na figura 12, pode-se observar ainda que as espécies P.

edulis e P. quadrangularis quando comparada às demais espécies estudadas, foram as que tiveram melhor ajuste na equação construída para representar o pegamento, onde 99% dos dados podem ser explicados utilizando-se a equação de regressão linear, ao nível de significância de 1%.

Aliado a este excelente resultado observou-se que os materiais apresentaram desenvolvimento uniforme em relação ao diâmetro entre enxerto e porta-enxerto. Estes resultados estão de acordo com os obtidos

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por Nogueira Filho (2003) e Nogueira Filho et al. (2005) que conseguiram pegamento de 100% em diversas espécies nativas de maracujazeiro como o P. edulis f. flavicarpa, P. alata, P. giberti. Ressalta-se que estes autores utilizaram a técnica de enxertia hipocotiledonar, que é um tipo de enxertia que se utiliza plântulas obtidas a partir de sementes. Silva et al. (2005), também conseguiram 100% de pegamento com a espécie P. alata como porta-enxerto do maracujazeiro amarelo, utilizando a enxertia de mesa por garfagem ou borbulhia, considerando-se excelente pegamento.

Os resultados de pegamento da enxertia foram satisfatórios para P.

alata apresentando 95%, P. giberti com 93%, ‘FB200’ com 92% e o P. nitida com 90%. O P. coccinea obteve o menor índice com 85% de pegamento das plantas enxertadas. Estes resultados são melhores do que os obtidos por Nogueira Filho (2003) e Nogueira Filho et al. (2005) na espécie P. coccínea, conseguindo 72% de pegamento, e por Lima et al. (1999) que também utilizou enxertia por garfagem em fenda cheia em plantas jovens, alcançaram 60% de pegamento nas espécies de maracujazeiro em estudo.

Menezes (1990) e Menezes et al. (1994) conseguiram até 90% de pegamento nestas mesmas espécies de maracujazeiro. Ressalta-se que estes autores utilizaram metodologia muito próxima ao que foi utilizado no presente trabalho. Estes resultados devem-se a vários fatores, desde o aprimoramento da técnica até a afinidade dos materiais genéticos, como a utilização de variedade comercial para o maracujazeiro amarelo e acessos regionais, que apresentavam-se aclimatados na região.

No P. nitida obteve-se 90% de pegamento, sendo este resultado considerado semelhante ao obtido por Chaves et al. (2004) que relataram ter obtido com P. nitida índices de pegamento da enxertia, numa faixa compreendida entre 86,7 e 100%. Estes resultados ocorreram quando as estacas foram enxertadas aos 40 e 55 dias após a sua coleta e plantio, mas esse índice diminuiu aos 70 dias para 60% de pegamento. Essa redução foi atribuída ao envelhecimento dos tecidos da estaca, que se tornaram mais lignificada. Salienta-se que, estes autores produziram porta-enxerto a partir

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de estacas, enquanto que no presente trabalho os porta-enxertos foram de plantas jovens oriundas de semente.

Vale ressaltar a variação de espécies utilizadas como porta-enxertos, e enxertos encontrados nas bibliografia. Também se verifica grande variação nos índices de pegamento encontrados na literatura, mesmo quando se utiliza o mesmo método de enxertia e a mesma combinação enxerto/porta- enxerto.

20 30 40 50 60

15 25 35 45 55

DIAS 10

20 30 40 50

PEGAMENTO

P. edulis = 10,07 ln(X) + 3,72 R2 = 1**

P. quadrandularis = 0,0055 X + 3,47 R2 = 0,99**

P. giberti = 0,32 X + 22,5 R2 = 0,98**

P. coccinea = 18,6 ln(X) - 37,13 R2 = 0,99**

P. alata = 16,48 ln(X) - 24,474 R2 = 0,99**

P. nitida = 12,55 ln(X) - 9,46 R2 = 0,92**

FB200 = 6,95 ln(X) + 12,14 R2 = 0,99**

FIGURA 12 – Representação gráfica do número de plantas que brotaram até 60 dias após a enxertia da variedade FB200, enxertada em diferentes espécies e nela mesma. * Significativo a 5% ** Significativo a 1%

Na Figura 13, observam-se os dados referentes ao número de plantas com emissão de gavinhas. Pelo teste não paramétrico de Kolmogorov-

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Smirnov (p = 10), todos os materiais avaliados neste trabalho apresentaram distribuição normal, o que demonstra a consistência dos dados obtidos.

As gavinhas começaram a ser emitidas a partir de 30 dias para o

‘FB200’, P. edulis e P. quadrangularis. Aos 60, 100 e 120 dias, observou-se a emissão de gavinhas em 33%, 66% e 100%, respectivamente demonstrando que estes materiais induziram maior precocidade à mudas A emissão de gavinhas é considerada como um indicador do ponto de plantio em campo, ou seja, quando as mudas emitem gavinhas estão aptas para serem levadas ao campo.

Por outro lado, as mudas enxertadas em P. giberti iniciaram a emissão de gavinhas aos 60 dias, P. alata aos 90 dias e nas espécies P.

coccinea e P. nitida somente aos 105 dias. Ressalta-se que aos 120 dias (termino das avaliações), 33% das mudas enxertadas em P. giberti e P.

alata; e 18% das mudas de P. nitida e P. coccinea haviam emitido gavinhas.

Estes dados demonstram a necessidade de maior período de tempo para produção de mudas de maracujazeiros enxertadas, se forem utilizadas estas espécies como porta-enxerto.

Os resultados obtidos neste trabalho, estão de acordo com os obtidos por Nogueira Filho (2003) e Nogueira filho et al. (2005), os quais observaram que as espécies P. giberti, P. nitida e P. coccinea demoraram mais que a

‘FB200’ para atingir ponto de plantio a campo. São José et al. (1991) e Lima et al. (1999) observaram rápido desenvolvimento e precocidade induzida pelo maracujazeiro amarelo. Vale ressaltar que estes autores consideraram o ponto de plantio quando as mudas enxertadas atingiram altura mínima de 15 cm. No entanto, a emissão de gavinhas pode ocorrer em diferentes alturas de plantas, constituindo-se como parâmetro mais confiável para se detectar o momento das mudas serem levadas a campo.

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20 40 60 80 100 120 Dias

0 10 20 30 40 50

mero de plantas com gavinha

P. edulis = exp(0,019x) 4.09 r2 = 0,96**

P. quadrangularis = exp(0,021x) 3,36 r2 = 0,93**

P. giberti = 0,193x - 6,3 r2 = 0,96**

P. coccinea = exp(0,037x)0,079 r2 = 1**

P. alata = 0.0026 x2-0,244x + 5,122 r2 = 0,99

P. nitida = 0,0024x2 - 0,264x + 6,43 r2= 0,92*

FB 200 = exp(0,019x) 4,09 r2 = 0,96**

FIGURA 13 – Número de plantas que emitiram gavinhas até 120 dias após a execução da enxertia na variedade FB200, enxertada em diferentes espécies e nela mesma. * Significativo a 5% ** Significativo a 1%

4. CONCLUSÃO

1. As mudas de maracujazeiro ‘FB200’ enxertadas em Passiflora edulis, P.

quadrangularis e no ‘FB200’, apresentam alto índice de pegamento da enxertia e precocidade na emissão de gavinhas, estando aptas para serem levadas ao campo entre 30 a 120 dias após a enxertia.

2. As espécies P. nitida e P. coccinea utilizadas como porta-enxerto, retardaram a emissão de gavinhas na variedade FB200.

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AVALIAÇÕES DO DESENVOLVIMENTO DE MUDAS DE MARACUJAZEIRO PROPAGADAS POR ENXERTIA

RESUMO: O Brasil é o maior produtor de maracujá, produzindo aproximadamente meio milhão de toneladas, sendo considerada uma das principais frutíferas cultivadas no país. O objetivo deste trabalho foi avaliar o desenvolvimento de mudas de maracujazeiro amarelo ’FB200’ enxertadas em seis espécies e nela mesma como porta-enxerto. O trabalho foi desenvolvido na Fazenda Experimental da FAMEV/UFMT entre fevereiro a junho/2006. O método de enxertia utilizado foi tipo fenda cheia, realizada acima da terceira folha e a uma altura variável dependendo da espécie (15 a 30 cm de altura). As espécies utilizadas como porta-enxerto foram:

Passiflora edulis, P. quadrangularis, P. giberti, P. alata, P. nitida, P. coccinea e a variedade FB 200; e como enxerto a ‘FB200’. Foram avaliadas para medir o desenvolvimento das plantas as seguintes características: altura, diâmetro, número de folhas e de entrenós, aos 60, 75, 90,105 e 120 dias após a enxertia. As mudas da variedade FB200, produzidas através do método de enxertia por garfagem em fenda cheia, apresentam desenvolvimento satisfatório, nas condições da Depressão Cuiabana, quando enxertada nos porta-enxertos Passiflora edulis e a ‘FB200’. Um grande entrave para a produção de mudas de maracujazeiros utilizando as espécies P. giberti, P. coccinea e P. nitida como porta-enxerto, é o pequeno e lento desenvolvimento do diâmetro do caule.

Palavras chave: altura, diâmetro, porta-enxerto, número de folhas, número de entrenós.

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EVALUATIONS OF THE DEVELOPMENT OF SEEDLINGS OF PASSION FRUIT TREE PROPAGATED FOR GRAFTING

ABSTRACT: Brazil is the producing greater of passion fruit, producing approximately half million of tons, being considered one of main the fruitful ones cultivated in the country. The objective of this work was to evaluate the development seedlings of yellow passion fruit tree ' FB200' grafting in six species and in same it as rootstock. The work was developed in the Experimental Farm of the FAMEV/UFMT between February and June /2006, used method of grafting was of the type full cleft grafting, carried through above of the third leaf and to a changeable height depending on the species (the 15 to 30 cm of height). The used species as rootstock had been:

Passiflora edulis, P. quadrangularis, P. giberti, P. alata, P. coccinea, P. nitida e variety FB 200; e as grafting `FB200'. The following characteristics had been evaluated to measure the development of the plants: height, diameter, number of leafs and internodes, to the 60, 75, 90,105 and 120 days after the grafting. The seedlings of variety FB200, produced through the method of grafting for full cleft grafting, present satisfactory development, in the conditions of the Cuiabana Depression, when grafting in the rootstock Passiflora edulis e `FB200'. A great impediment for the production of seedlings of passion fruit tree using the species P. giberti, P. coccinea and P.

nitida as rootstock, development of the diameter of stalk of these species is the small slow.

Keywords: leaf height, diameter, rootstock, number, number of internodes.

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1. INTRODUÇÃO

O maracujazeiro é uma cultura típica de países tropicais, sendo o Brasil responsável por cerca de 90% da produção mundial (Silva et al., 2005), com meio milhão de toneladas de frutas produzidas destacando-se como uma das principais frutíferas cultivadas no país. O maracujazeiro amarelo (P. edulis f. flavicarpa Degener) é a espécie de maior representatividade nos cultivos de Passifloraceas, com 95% da área plantada (IBGE, 2007). Comercialmente o maracujazeiro é propagado via sexuada, porém este tipo de reprodução encontra sérios problemas na cultura devidos pragas e doenças que atacam esta cultura.

A propagação vegetativa do maracujazeiro permite a obtenção de pomares uniformes, bem como de porta-enxertos altamente produtivos ou resistentes a doenças (Ruggiero & Olivera, 1998; Roncatto et al., 2004; Silva et al., 2005).

Com relação à enxertia, Ruggiero (1991) afirma que os tipos mais usados são fenda cheia e inglês simples, com pegamento superior a 90%, em ambos os processos.

Segundo Chaves et al. (2004), várias espécies de passifloras nativas apresentam resistência a algumas doenças, mas a utilização desta como porta-enxertos oriundos de sementes tem sido dificultada pelas diferenças de diâmetro entre o porta-enxerto e o enxerto. Algumas passifloras foram pesquisadas com uso da enxertia: P. nitida, P. alata, P. edulis. Por outro lado, são escassas as informações sobre porta-enxertos silvestres, como o P. coccinea, P. quadrangularis e P. giberti.

O P. nitida apresenta grande potencial para utilização em programas de melhoramento que incluam hibridação interespecífica em virtude de sua rusticidade e resistência a vários patógenos e pragas do maracujazeiro (Menezes et al., 1994; Fischer, 2003; Roncatto et al., 2004). É uma espécie amplamente distribuída no território nacional e tem grande capacidade para adaptação em ambientes diversos. Ocorre em todos os estados da região Norte e Centro-Oeste e exemplares já foram coletados no Maranhão, Bahia, Minas Gerais e nordeste do Estado de São Paulo. No Cerrado, esta espécie

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pode ser encontrada em tipos fisionômicos distintos, como nas Matas úmidas e Veredas, Matas calcárias ou Matas secas, Matas ciliares, Cerradão e em chapadas com vegetação de cerrado "stricto sensu". Apresenta grande variabilidade quanto ao vigor, tamanho e formato dos frutos (Junqueira et al., 2006).

O maracujazeiro amarelo (P. edulis f. flavicarpa) tem maior importância devido à qualidade dos frutos, à divulgação junto aos consumidores e ao incentivo da agroindústria, representa 95% dos pomares brasileiros. O maracujazeiro doce (P. alata), apesar da menor representatividade, atinge preços unitários mais expressivos no segmento das frutas frescas (Bernacci et al., 2003). Menezes (1990), e Menezes et al.

(1994) trabalhando em Jaboticabal – SP, com enxertia de maracujazeiro amarelo sobre espécies resistentes à murcha de Fusarium sp., constataram que havia diferença quanto ao pegamento entre as espécies estudadas e que, utilizando porta-enxerto de maracujazeiro-doce, obtiveram 93,7% de pegamento.

O objetivo do trabalho foi avaliar o desenvolvimento de mudas de maracujazeiro amarelo enxertadas sob seis diferentes espécies e uma variedade de maracujazeiros para o FB200 (maracujazeiro amarelo).

2. MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado em viveiro telado (50% de sombra), da Fazenda Experimental da FAMEV/UFMT, entre os meses de fevereiro a junho/2006. A Fazenda está localizada em Santo Antônio do Leverger/MT, situada a 30 km de Cuiabá, latitude 15°47’11”S, longitude 56°04’17” W e altitude de 140 m. O clima da região é classificado conforme Köppen, como Aw ou Tropical de Savana, com períodos distintos de secas e chuvas. A temperatura média anual fica em torno de 26ºC, precipitação média de 1360 mm, umidade relativa do ar de 66% (Miranda & Amorim, 2000).

O método de enxertia utilizado foi do tipo fenda cheia, realizada acima da terceira folha altura variável dependendo da espécie (15 a 30 cm de altura nas plantas). As espécies e acessos utilizados como porta-enxertos

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foram: Passiflora edulis (acesso Guiratinga-MT), P. quadrangularis (acesso Cuiabá-MT), P. giberti (acesso Jaboticabal-SP), P. alata (acesso Aquidauana-MS), maracujazeiro amarelo (‘FB 200’-Araguari-MG), P. nitida (acesso Santa Terezinha-MT), P. coccinea (Jaboticabal-SP). Utilizou-se como copa (enxerto) o maracujazeiro amarelo (‘FB200’-Araguari-MG).

As mudas foram enxertadas entre 30 e 90 dias conforme espécies, após serem semeadas em tubetes de plástico (25 x 5cm) com substrato comercial Plantimax (carvão ativado e casca de pinus). Posteriormente transplantadas para saco polietileno (20 x 30cm), com mistura de solo de superfície, e esterco de curral bem curtido, na proporção de 5,25 : 1.

respectivamente, sendo enriquecida com superfosfato simples ( 5 kg m3).

As mudas oriundas de sementes foram decaptadas na altura do ponto de enxertia, que variou de 15 a 30 cm conforme espécie. Fez-se uma incisão longitudinal de aproximadamente 2 cm no topo do porta-enxerto, para inserir o garfo (enxerto). Nas mudas enxertadas foram usadas plantas jovens de

‘FB200’ as quais apresentavam duas a três gemas com 10 cm de comprimento. A extremidade distal foi preparada na forma de cunha para possibilitar a inserção da mesma no porta-enxerto.

O local da enxertia foi amarrado com fita de enxertia transparente (fitilho).

Após a enxertia foi colocado saco plástico transparente buscando formar uma câmara úmida, envolvendo o enxerto, até que se efetivasse o pegamento. O saco plástico foi retirado por volta de 15 a 20 dias após a enxertia.

Após 60 dias iniciou a avaliação do desenvolvimento das mudas através das seguintes características: altura total de plantas,altura do enxerto e do porta-enxerto, diâmetro do enxerto e do porta-enxerto; o número de folhas, número de entrenós do enxerto e do porta-enxerto. As alturas foram medidas utilizando-se um metro (dobrável). As medidas dos diâmetros foram feitos com paquímetro de 1,0 mm de precisão. Todas as avaliações foram realizadas aos 60, 75, 90, 105 e 120 dias após a enxertia das mudas. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado,

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com sete tratamentos e três parcelas, onde cada repetição foi formada por 15 mudas enxertadas.

Os dados obtidos foram tabulados e submetidos à análise de variância pelo teste de média Scott-Knott ao nível de 5% de probabilidade.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

As características do desenvolvimento das mudas de maracujazeiro da variedade FB200 enxertadas nas espécies Passiflora edulis, P. alata, P.

quadrangularis, P. nitida, P. coccinea, e ‘FB200’, estão nas avaliações realizadas aos 60, 75, 90, 105, e 120 dias após a enxertia e nas médias apresentadas na (Tabela 1) em anexo

FIGURA 14 – Altura total (m) das mudas para os diferentes materiais

utilizados como porta-enxerto, obtidas no período de 60 a 120 após a enxertia.

Os valores referentes a altura total representam a altura da muda, incluindo enxerto e porta-enxerto. Na Figura 14 verifica-se que os melhores resultados para esta caracterítica, foram obtidos com os porta-enxertos Passiflora edulis e ‘FB200’. As mudas enxertadas em P. quadrangularis e P.

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giberti apresentaram valores intermediários, e os porta-enxertos P. alata, P.

nitida e P. coccinea induziram o menor desenvolvimento das mudas em altura. Para o desenvolvimento da planta em relação a altura, outras características estão envolvidas para dar o respectivo suporte, uma delas é o diâmetro.

Com relação aos diâmetros (Figura 15) alguns materiais apresentavam um resultado razoável para altura, mais não correspondente para diâmetro, como por exemplo o Passiflora giberti, o que ao longo dos 120 dias de avaliação culminou com a perda de algumas plantas. O maior diâmetro do colo foi obtido na variedade FB200, seguido das espécies, P.

alata, P. quadrangularis e P. edulis. O P. nitida, P. coccinea e o P. giberti apresentaram respectivamente os menores diâmetros, ao final do período avaliado. Porém, se observar os valores dos diâmetros aos 60 e 120 dias, verifica-se que o desenvolvimento neste período foi semelhante para todos os materiais.

FIGURA 15 – Diâmetro do colo (cm) das mudas enxertadas nos diferentes materiais utilizados como porta-enxerto, nos períodos de 60 a 120 após a enxertia.

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Este resultado também foi observado por Nogueira Filho (2005), que relacionou a compatibilidade do diâmetro do porta enxerto/enxerto com o pegamento e desenvolvimento da muda. Neste estudo, o maior desenvolvimento do porta-enxerto foi obtido quando ele foi enxertado sobre ele mesmo, reforçando que o ‘FB200’ foi usado como enxerto para todos os materiais avaliados.

Com relação ao diâmetro acima da região enxertada os materiais que apresentaram resultados mais satisfatórios foram Passiflora alata e P. edulis,

‘FB200’ e P. quadrangularis (Figura 16). Enquanto P. coccinea apresentou o resultado mais baixos em relação à característica avaliada. No início da avaliação aos 60 dias até os 120 dias observa-se que a espécie/variedade que apresentou maior desenvolvimento em relação ao diâmetro acima da região enxertada foram respectivamente P. giberti, P. alata, P. edulis e

‘FB200’ apresentando os dois últimos o mesmo nível de desenvolvimento.

FIGURA 16 – Diâmetro acima da região enxertada (cm) em mudas com diferentes porta-enxertos nos períodos de 60 a 120 após a enxertia.

Conforme Junqueira et al. (2006), a P. nitida é uma das espécies da família Passifloraceae que apresentam um bom crescimento e

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desenvolvimento, além de resistência a algumas doenças como a Fusariose, gera porta-enxertos com caules finos. Porém, ao se trabalhar com materiais que apresentam diâmetro maior 0,33m que foi a média do diâmetro do enxerto no momento da enxertia, se torna incompatível com o diâmetro dos garfos da espécie comercial, o que ocorreu com este trabalho, já que a média da variedade do FB200 é de 0,40m.

Acredita-se que o bom desenvolvimento de algumas espécies/variedade deve-se a compatibilidade do diâmetro do enxerto e do porta enxerto, já que os diâmetros dos materiais usados como enxerto, com resultados satisfatórios, são bem semelhantes ao do porta-enxerto.

FIGURA 17 – Número de folhas nas mudas enxertadas nos diferentes porta- enxerto, nos períodos de 60 a 120 dias após a enxertia.

Nas mudas enxertadas na variedade FB200 aos 120 dias após a enxertia verificou-se um número significativamente maior de folhas (11). . O P. edulis, P. giberti e o P. quadrangularis apresentaram na última contagem, sete, seis e cinco folhas, respectivamente, tendo um desempenho intermediário, em relação às mudas sobre os demais portas-enxertos, que na mesma época apresentavam em torno de duas folhas. O número de folhas é uma característica que no maracujazeiro pode sofrer muitas variações devido a fatores não controlados, segundo Nogueira Filho (2005).

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Talvez este seja o motivo pelo qual não foi encontrado referências na literatura a cerca de outros trabalhos que tenham sido desenvolvidos, nos quais o número de folhas em mudas de maracujazeiros tenha sido avaliado.

Mesmo assim, entende-se que para avaliar o desenvolvimento das mudas enxertadas, esta característica deve ser considerada, pois verificou-se uma grande variação em função dos porta-enxertos utilizados.

FIGURA 18 – Número de entrenós acima da região enxertada, em mudas com diferentes porta-enxertos, nos períodos de 60 a 120 dias após a enxertia.

Na última contagem realizada aos 120 dias, as mudas sobre a variedade do FB200 apresentaram número de entrenós (14) superior às demais (Figura 19). As mudas em P. edulis e P. giberti e P. quadrangularis apresentaram um bom número de entrenós (8). No P. coccinea, as mudas chegaram aos 120 dias com menor número de entrenós (2).

Analisando-se os dados médios obtidos para todas as caracteristicas (altura total, altura do porta-enxerto, diâmetro do colo, diâmetro acima da região enxertada, número de entrenós e número de folha).

A espécie P. edulis e a variedade FB200 foram os que mais se

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