( A F É - Fortale(e-se o Menado
Verificou-se em fevereiro último uma das maiores remessas de nossos cafés pata o exterior. Em verdade. não obstante tratar-se de um mês de reduzido número de dias. entre os quais se intercalou ainda o Carnaval.
saíram de nossos portos para o estrangeiro 1.7.07.238 sacas, das quais 1.065.099 para os Estados Unidos. O bom resultado de fevereiro. seguindo-
se ao igualmente satisfatório de ianeiro. faz prever que em março próximo
iremos ter redução das exportações. Justifica essa previsão não só o com·
portamento que vem assinalando o comércio internacional. de algum tempo a esta p:l1te, a saber. efetuar coml'ras substanciais para renovação dos esto- ques, quando êstes baixaram a níveis mínimos e. em s:equida. quedar-se na expectativa para ver como se comporia o mercado, mas lambém o fato de que as exportações nos últimos tempos têm incluído consignações de fonte particular, que terão de ser vendidas sem demora, para liquidação dos respectivo! financiamentos em moeda estrangeira.
Essas cO:1:ügnações SB- beram rE'- centemente, em maior escala, para o
Jproveitamenlo de registros de de- darações de vendas na base mais oaixa ;ermilida ultimamente pelo Instituto Brasileiro de Café, ou seia, 33,72 centavos de dólar por libra-
pêS::l dos cafés de estilo Santos. dias ::xp6s modificada para 34,47 centavos.
A existência dêsse café consignado
.10S '":entros de consumo, atuando de-
pr€ssivamente sôbre o mercado, e fa- tor de retração nas compras, porque o comércio leme sempre que sua li-
quidação possa ser precipitada e te- nha de processar-s9 em más con- dições.
Visando a infundir confiança no mercado, os governos dos países pro- dutores latmo-americanos têm procu- rado evitar, desta ou daquela manei-
ra. a derrocada da presente estrutura
.:os pr I1S Ar SC1f des!--::t interferc:
ria qovprnamental, ou quiçá mesm, por causa dela, 2ersistem os comer- 'I;:lnte ' e !"fraderes em <:ua política lt:1 compras 'xclusivamente para re- posiçõo pr~lerindo continuar a pagar prêmioz pelos cales disponíveis a co:rer \"o risco d., carregar estoques
.nois amplos. suscetíveis de redução :i, valor em consequencia de deci- sões ..:uramente .::tdministrativas, imo previsíveis.
A manutenç60 OEl 'xpor taeve .
..:ubstanciai~ por parte do BraSil d, verá continuar na dependência. en- tretanto, conforme a prô:lca tem ens!
nado, da manutenção .la relação de preços entre os nossos
mUds btino--runericanos.
cafés e os tradicional·
:nente reconhecida pelo comércio in·
ternacional. Corroborando êste pon- to de vista, tantas vêzes aqui repel.
do, importantes hrmas corretoras dF'!
Nova York, em suas mais recentes
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EVOLUÇAO DA CONJUNTURA ECONOMI
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REAL
NEGOCIOS BASE: MEDIA MENSAL DE 1948 = 100
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ABRIL 195) 5
COMERCIO • C"lTRIDR 00 BfU S IL
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cartas semanais de análh::e do mer- ca6:l, se manifestam no mesmo sen- tido. Uma delas o taz nos seguinles têrmos:
"Negociantes e torradores estão a mostrar mais interêsse pelos cafés Santos, especialmente os ele tipos melhores, que, até recentemente, eram negligenciados. Julgam os tor- radares que podem reduzir o uso dos cafés mUds de preços mais altos por uma quantidade maior de cafés San- tos. O preço rOB, de 35.00 o 35,25 centavos de dólar por libra-pêso e
"
..
São -:ie outra, as seguintes ;0'10- vras:
"Até agora, no ano em CUlSO, as diferenças de preço têm sido mais fa-
voráveis ao Brasil, possibilitando-lhe fazer mais negócios_ Enquanto per- duror esta vantagem competitiva,
haver6- boas oportunidades para que o Brasil seja capaz de Eusten!ar os preços que pede atualmente pel03 seus cafés".
Essas diferenças de preços podem ser vistas no QUADRO abaixo, em mesmo 35,75 centavos para os cafés que se reproduzem os preços do mero
~a:1los rea:menle finos, de tipo 2/3, cada do disponível de Nova York.
parece alrativo, comparado com
°
de t:lis como publicados na carta sema- 42.00 centavos pedido pelos cafés do nal de 27 de fevereiro dêste ano. rio México, da qualidade prime washed". Bureau Pan-Amer!cano do Café.CONJUNT U RA ECONO,n C A
I'REÇOS DO CAFt DlSPONtVEL DO MEn e ADO DE NOVA l 'ORK (Em centavos de dôlar Jlor Iibra-pêso _
26 de fevereiro de 1959)
BRASIL
Santos tipo 2 Santos tipo 4
COLÔMBIA
• • • • • • • • • • • • • •
...
Mams (Maniznles, Armênia,
38,63 38,13
Medellln, Scvilla) ... .. 45,75 EL SALVADOR
High grown GU ATEMALA
... .
42,33Prime washed ... . ... 41,88 Mtxtco
Hlgh grown ... 42,75
Não admira pois que em fevereiro último, lenham Sido remetidas para o exterior 1.707.238 sacas. Nos dois primeiros meses do ano, nos últimos cinco anos, foram as seguintes as ex- portações para o exlerlor:
ções oficiais competentes a, em pane, de outras fontes idôneas, mostram que as importações mundials de café em 1958 ~ola1izaram 36.834.000 sacas,
contra 36.816.000 e 36.960.000, em 1957 e 1956, respectivamente. O principal importador, aliás muito dis- tanciado dos que se lhe seguem ime- diatamente, continuaram a ser os Estados Un.idos, que, em 1958, impor- taram 20.162.655 sacas, cifra inferior às de 1957 e 1956. 20.859.000 e 21.234.313 sacas, respectivamente.
Entretanto, as torrações para consu- mo em 1958 superaram em 616.000 sacas as de 1957, processando-se êste aumento
à
custa de uma utilização mabr dos estoques em poder dos co- merciantes Q torradores.Infelizmente. como de hábito. foi
à
cusla do Brasil, em particular, que Anos Janeiro-Fevereiro se deu a redução das importações de café nos Estados Unidos. em 1958.como se pode ver no QUADRO a se- 1955
... . . .. .. .. .
1.330.7851956
.. .... ... . ..
2.096.393 1957...
2.963.4861958 . . .
. . . .
.. .
1.450.5581959
.. ... ....
3.118.171IMPORTAÇõES E CONSUMO MUNDIAIS
Os dados maIs recentes divulga- dos. oriundos em parte das repartl-
guir, em que se reproduzem os dados das importações naquele país em 1958 e 1957, tais como divulgados pelo Bureou Pan-Americano do Café.
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GETúLIO VARGAS
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ABRIL 195!
L'lPORT."ÇOES DE CAFt NORTE-AMERICANAS
Procedências
Brasil .", ... ,
Colàmbla
.
.Palses da Fedecame •
Outras proce::lências .,
1958
7 452 926 4247630 5328813
1957
8888337
4134529 4547799 3 139854 3 292 438
A
+
ou - sôbre 1957- 1 435411 113 101 781014
- 16,1 %
+
2,7%+ 17.2<"""
152 584 - 4,6'0
7
Indiscutivelmente. a polilico de lo. O custo dessa política, no entan·
"valorização" artificial do produto, to. pode ser medido pela quantidade lantas vêzes repetida. e tão freqüen- de café que exportamos no ano pas-
temenie ae resultados desastrosos. foi soda. que só encontra paralelo em a principal causa daquela redução. 1954, quando a tentativa de "valori- não obstante ainda hoje haver quem zação" chegou ao auge. ou nos anos
alegue que so livéssem;:,s manlido de guerra, quando. por motivos alt;:, o preço, eventualmente o merca- óbvios, o mercado Internacional se do internacional - particularmente encontra impp.dldo de dar o escoa-
os Estados Unidos - teria que pagá- menta normal ao produto.
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