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EXTRAÇÃO SIMPLIFICADA DOS PRINCÍPIOS ATIVOS DO CAPIM LIMÃO, Cymbopogon citratus

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Academic year: 2021

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EXTRAÇÃO SIMPLIFICADA DOS PRINCÍPIOS ATIVOS DO CAPIM LIMÃO, Cymbopogon citratus

KEMPES, Neyla Ferreira;

ALVES, Weslley de Oliveira;

CAMARGO, Caroline Feresin;

SANCHES,Matheus Silva;

VIDOTO, Alex;

SILVA, Daniele de O. M.;

JACOB, Edelma Alencar Lima.

Faculdades Adamantinenses Integradas – FAI Subprojeto: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

RESUMO:

A educação ambiental tem se preocupado com a relação do homem com a natureza, percebendo uma necessidade de instalar novas formas para esta relação baseada na busca de compreensão da complexidade ecológica. Assim os estudos sobre o relacionamento das sociedades tradicionais com a natureza são importantes já que esta relação é vista como parte indissociável da vida comunitária.O uso de plantas medicinais é muito conhecido e propagado através da cultura e da tradição popular, foi talvez uma das primeiras manifestações da humanidade na busca de aliviar suas dores e enfermidades.

Calcula-se que grande parte da população dos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento sejam dependentes da medicina caseira, utilizando plantas para as suas necessidades primárias de saúde. Os primeiros atos normativos referentes ao uso das plantas medicinais no Brasil iniciaram com a chegada da família real, mas somente em 2004, surge a Resolução RDC/ANVISA-nº 48 que redefine a denominação dessa classe de medicamentos, como:

medicamentos fitoterápicos. Dentre as várias formas de preparo, as mais comuns são os infusos e os decoctos, conhecidos como “chá”. A primeira consiste em adicionar a parte da planta escolhida em água fervente, abafar até o desprendimento dos princípios ativos simplificados, já os decoctos são preparados “cozinhando” a parte da planta desejada por alguns minutos.

Embora sejam parecidos, os resultados finais são diferentes. Com o objetivo de

mostrar essas diferenças foi realizada uma atividade no 1º ano C do Ensino

Médio da E.E. Osvaldo Martins, Osvaldo Cruz-São Paulo, utilizando a planta

capim limão, Cymbopogon citratus, A realização deste trabalho justifica-se pelo

fato de muito de nossos alunos fazerem uso das plantas medicinais e

desconhecerem as diferenças entre as principais técnicas de preparo mais

populares, dessa forma a atividade realizada na E.E. Osvaldo Martins, em

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parceria com o prograga PIBID/CAPES/FAI contribui para difusão de informações tecnico centíficas entre as comunidades.

Palavras-chave: plantas medicinais, infusão decoção

1. OBJETIVO GERAL:

O presente trabalho tem como objetivo abordar as duas técnicas de extração mais utilizadas na medicina popular: a infusão e a decocção.

2. INTRODUÇÃO

As plantas medicinais são os principais componentes da medicina tradicional. A utilização de plantas para o tratamento de doenças que acometem os seres humanos é uma prática milenar e que ainda hoje aparece como o principal recurso terapêutico de muitas comunidades e grupos étnicos.

No início da década de 90, a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou que 60-85% da população dos países em desenvolvimento dependiam das plantas medicinais como única forma de acesso aos cuidados da saúde.

Atualmente, apesar do grande desenvolvimento da síntese orgânica e de novos processos biotecnológicos, 25% dos medicamentos prescritos nos países industrializados são originários de plantas e 120 compostos de origem natural, obtidos a partir de cerca de 90 espécies, são utilizados na terapia moderna.

O Brasil abriga cerca de 55 mil espécies de plantas,

aproximadamente um quarto de todas as espécies conhecidas. Quanto maior o

número de espécies, maior o potencial de novos medicamentos, em virtude

disso possui uma “farmacopéia popular” muito diversa, baseada em plantas

medicinais, resultante da miscigenação cultural, que originou o país,

proporcionada por europeus, africanos e indígenas (CARVALHO, 2010). Muitas

espécies vegetais utilizadas na terapêutica ainda são obtidas principalmente

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por extrativismo, em virtude da falta de informação e de dificuldades encontradas no cultivo.

O processo de separação dos princípios ativos presente nas plantas medicinais deve ser avaliado quanto a eficiência, a estabilidade das substâncias extraídas, a disponibilidade dos meios e o custo do processo escolhido, considerando a finalidade do extrato que se quer preparar (Miyake, on line). Para isso muitas técnicas podem ser utilizadas, as mais comuns são as infusões e as decocções conhecidas popularmente como “chás”

A realização deste trabalho justifica-se pelo fato de muito de nossos alunos fazerem uso das plantas medicinais e desconhecerem as diferenças entre as principais técnicas de preparo mais populares, dessa forma a atitidade realizada na E.E. Osvaldo Martins, em parceria com o prograga PIBID/CAPES/FAI contribui para difusão de informações tecnico centíficas entre as comunidades.

3. BREVE REVISÃO DA LITERATURA

3.1 . Legislação

Com relação à legislação para Fitoterápicos, os primeiros atos

normativos referentes ao uso das plantas medicinais no Brasil eram regimentos

portugueses e estavam relacionados com as atividades ligadas à saúde e

perdurou até a chegada da família real (PACHÚ, 2007). A publicação da

primeira edição da Farmacopeia Brasileira em 1926 por Rodolfo Albino,

representou um esforço significativo para regulamentar a manipulação de

produtos derivados de plantas medicinais brasileiras.

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Figura nº 1: 1ª Farmacopeia Brasileira

Fonte:<http://www.lqfex.eb.mil.br/site/index.php?p=conteudo&pag=c onteudo&idconteudo=21&idcat=16&subcat=>

Os decretos 19.606 e 20.377, em 1931, marcam o início formal das atividades de vigilância sanitária estabelecendo toda uma estrutura de sistema no qual se inserem as atividades farmacêuticas. Porém, sobre as plantas medicinais esses decretos incluíam, somente, o comércio de plantas medicinais de aplicações terapêuticas, direto com o consumidor.

Durante os anos 80 e 90, houve um grande aumento no consumo de plantas medicinais decorrente do modismo naturalista em virtude disso surgiram várias regulamentações setoriais complementares, que regulamentavam a fabricação e a venda de alguns desses produtos como a portaria SNVS nº 19, de 1986, que tornou obrigatório o registro das especiarias e ervas destinadas a infusões e chás.

No entanto somente em 2004, surge a Resolução da Diretoria

Colegiada da Agência Nacional deVigilância Sanitária RDC/ANVISA-nº 48 que

redefine a denominação dessa classe de medicamentos, agora chamada de

medicamentos fitoterápicos e não mais produtos fitoterápicos, como

medicamento farmacêutico obtido por processos tecnologicamente adequados,

empregando-se exclusivamente matérias primas vegetais também classifica os

grupos de produtos, para os quais exige critérios de registro diferenciados,

sendo eles:

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 Medicamento Fitoterápico Novo: aquele cuja eficácia, segurança e qualidade sejam comprovadas cientificamente quando do seu registro junto ao Sistema Nacional de Vigilância Sanitária.

 Medicamento Fitoterápico Tradicional: aquele elaborado a partir de planta medicinal de uso alicerçado na tradição popular, sem evidências conhecidas ou informadas de risco à saúde do usuário ou cuja eficácia e validade através de levantamentos etno-farmacológicos e de utilização, documentações tecnocientíficas ou publicações indexadas.

 Medicamento Fitoterápico Similar: aquele que contém as mesmas matérias-primas vegetais, na mesma concentração do princípio ativo ou marcadores, utilizando a mesma via de administração, forma farmacêutica, posologia e indicação terapêutica de medicamento fitoterápico de referência.

A publicação da Resolução RDC nº 17, de 24 de fevereiro de 2000, instituiu e normatizou o registro de fitoterápicos junto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

3.2. Técnicas Simplificadas de Extração de Princípios Ativos em Plantas.

Extratos brutos vegetais são, normalmente, misturas complexas constituídas quase sempre por diversas classes de produtos naturais, contendo diferentes grupos funcionais. O processo de separação desses produtos ativos deve ser avaliado quanto a eficiência, a estabilidade das substâncias extraídas, a disponibilidade dos meios e o custo do processo escolhido, considerando a finalidade do extrato que se quer preparar (Miyake, on line). A seguir serão descritos alguns processos mais utilizados na extração de produtos vegetais:

maceração, percolação, decocção, infusão, pocessos estes muito utilizados no dia dia pela população que faz uso da medicina alternativa.

Fluxograma do processo de extração

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Fonte: http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc11/v11a04.pdf

a. Maceração

A Maceração explora o fenômeno de difusão do solvente através do tecido vegetal. Nesse procedimento, o material botânico deve ser dividido em pequenos fragmentos deve ser deixado em contato com o solvente por um determinado tempo.

Em suas modalidades, a maceração pode ser estática ou dinâmica.

No primeiro caso, o contato do solvente com os fragmentos da planta é feito

por um tempo estabelecido e em repouso. No caso da maceração dinâmica, a

mistura em extração é mantida sob agitação por um tempo determinado.

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Figura 2: Processo de maceração.

Fonte: http://www.icb.furg.br/botanica/index_arquivos/Page1611.htm

b. Percolação

Na percolação, ao contrário da maceração, o solvente percola a camada de planta pulverizada. Nesse tipo de extração, o solvente é renovado continuamente em virtude do seu movimento descendente e a planta estará sempre em contato com novas porções de solvente, o que reduz, contudo, o tempo de equilíbrio entre os líquidos situados dentro e fora da célula (PACHÚ, 2005).

c. Decocção:

É um processo semelhante à maceração, sendo que o solvente utilizado, geralmente água, é aquecido a ebulição juntamente com a planta.

Seu emprego deve ser restrito devido a temperatura muito alta, porém, é muito usado para a obtenção de chás.

Figura nº3

Fonte: http://magodaspanelas.blogspot.com.br/2011_05_01_archive.html

d. Infusão

Infusão é uma outra técnica de extração de plantas, muito usada

para a obtenção de chás de plantas medicinais. Nessa técnica, o solvente é

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sempre água que, após seu aquecimento à temperatura de ebulição, é vertida sobre o material vegetal moído e, então, deixado a esfriar até a temperatura ambiente antes do uso.

Figura nº 4

Fonte; http://melhorcomsaude.com/infusoes-aliviar-colon-irritavel/

4. MATERIAIS E MÉTODOS:

Os bolsistas do PIBID, sub grupo de Ciências Biológicas realizaram na E.E. Osvaldo Martins, do Município de Osvaldo Cruz, no 1º ano C do Ensino médio, período da tarde sob a orientação da Supervisora Edelma Alencar Lima Jacob uma atividade de extração de princípios ativos de plantas medicinais, utilizando as técnicas de decocção e infusão.

A planta escolhida foi capim limão, cymbopogon citratus, por se

tratar de uma erva comum e muito utilizada na comunidade, com propriedades

Excitante gástrico, sedativo, carminativo, emenagoga, analgésico, antitérmico,

antibacteriana quando usada externamente, antiespasmódicas. Indicada em

insônias, nervosismo, dores de cabeça, flatulências, cólicas abdominais,

reumatismo, dores estomacais, diarréias, afecções febris, disfunção gástrica

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Para a realização da atividade foram utilizadas as folhas capim limão, cymbopogon citratus, trazidas pelos próprios alunos, água potável, açúcar, fogão e utensílios de cozinha da Unidade de Ensino.

Procedimento 1- Decocção:

Depois de bem higienizadas foi levado ao fogo 2 litros de água e cerca de 1 prato de folhas capim limão, cymbopogon citratus, as mesmas foram colocadas na água até a ebulição, após foi feita a filtração, adição de açúcar e degustação.

Procedimento 2- Infusão:

Foi feita a higienização de cerca de 1 prato de folhas capim limão,

cymbopogon citratus, e as mesmas acondicionadas em uma vazilha,

separadamente foi levado ao fogo 2 litros de água, quando atingiu-se a

ebulição, a mesma foi adicionada à vazilha que continham as folhas capim

limão, cymbopogon citratus, aguardou-se um certo tempo até que se atingisse

temperatura ambiente, após foi feita a filtração, adição de açúcar e

degustação.

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5. RESULTADOS E DISCUSSÕES:

O chá obtido através dos dois processos foi degustado pelos alunos, que puderam dessa forma, analisar as diferenças sensoriais entre os dois processos. A atividade permitiu aos alunos entenderem as diferenças entre os dois processos de extração: a decocção e a infusão, muitas vezes realizadas nas suas próprias casas, no entanto sem o conhecimento dos devidos termos técnicos e procedimentos.

6. CONCLUSÃO:

Existe uma grande variedade de espécies de plantas medicinais. O

País possui cerca de 55mil tipos de espécies diferentes, e estas são muito

utilizadas na medicina popular, através de vários tipos de processos de

extração dos seus princípios ativos. Os mais comuns são a decocção e

infusão, realizadas com frequência pelos alunos da Escola Estadual Osvaldo

Martins, no entanto os mesmos assim com a maioria da população

desconhecem as diferenças entre essas técnicas.

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7. AGRADECIMENTOS:

Às instituições de financiamento e fomento: CAPES, FAI, PIBID, Governo Federal, à Coordenadora Daniele de O. M. Silva

.

8. REFERÊNCIAS

CARVALHO, Luciana Marques de; Qualidade em plantas medicinais;

disponível em http://www.cpatc.embrapa.br/publicacoes_2010/doc_162.pdf acesso em 10/07/2010

FILHO, Valdir Cechinel; Rosendo A. Yunes; Estratégias para a obtenção de compostos farmacologicamente ativos a partir de plantas medicinais.

Conceitos sobre modificação estrutural para otimização da atividade;

disponível em< http://www.scielo.br/pdf/qn/v21n1/3475.pdf> acesso em 07/07/2014.

FOOD INGREDIENTS BRASIL, Extratos vegetais; disponível em http://www.;Extratos vegetais; http://www.revista-fi.com/materias/120.pdf acesso dia 07/07/2014

MIYAKE, Thaila; Métodos de extração e fracionamento de extratos

VEGETAIS; disponível em

http://www.uepg.br/fitofar/dados/tecnicasextrativas.pdf acesso dia 07/07/2014 PACHÚ, Clésia Oliveira; Processamento de plantas medicinais para obtenção de extratos secos e líquidos , disponível em http://www.prodep.cct.ufcg.edu.br/teses/Clesia_OP_2007.pdf, acesso em 10/07/2014.

SILVA, Petronildo B. da, Lúcia Helena Aguiar e Cleide Farias de Medeiros; O papel do professor na produção de medicamentos fitoterápicos;

disponível em. http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc11/v11a04.pdf, acesso em

20/10/2014

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