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HUMANISMO RENASCENTISTA POLÍTICA THOMAS HOBBES ( )

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Academic year: 2022

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AULA Nº ____2_______ SEMANA(S): _______13ª___________

ALUNO:____________________________________ ANO: 9º ANO DISCIPLINA: FILOSOFIA – 2º BIMESTRE

PROFESSOR: FERNANDO AUGUSTO FRESSATTI

2º BIMESTRE – AULA 02

HUMANISMO RENASCENTISTA – POLÍTICA

(CONTINUAÇÃO)

Olá, querido(a) aluno(a). Espero que esteja bem!

Vamos continuar falando sobre Humanismo Renascentista, relembrando o que foi explicado nas aulas do 1º Bimestre e na aula passada, acerca dos quatro fatores históricos principais que podem ser atribuídos à origem da Filosofia Moderna: 1) O HUMANISMO RENASCENTISTA DO SÉCULO XV; 2) A DESCOBERTA DO NOVO MUNDO (AMÉRICA) EM 1492; 3) A REFORMA PROTESTANTE DO SÉCULO XVI; 4) A REVOLUÇÃO CIENTÍFICA DO SÉCULO XVII.

Hoje vamos finalizar o assunto Filosofia Política com as teorias de Thomas Hobbes em relação à política.

THOMAS HOBBES (1588–1679)

Com a morte do rei Henrique VIII e, por não ter deixado nenhum sucessor homem, sobe ao trono da Inglaterra a rainha Elisabeth I, que intensifica ainda mais as ações de seu pai.

A rainha Elisabeth I também não deixa herdeiros, motivo pelo qual, sobe ao trono da Inglaterra o rei Jaime I (rei da Escócia), que também prioriza aumento de poder absolutista em suas mãos, entrando em constantes conflitos com o Parlamento Inglês.

Com o final do reinado de Jaime I, sobe ao trono Carlos I e, como os outros monarcas, prioriza aumento de poder absolutista em suas mãos. Nesta altura, o parlamento já cansado de conflitos com os monarcas ingleses, apresentam uma carta/petição de direitos pedindo que o rei respeite os direitos dos súditos, motivo pelo qual, o rei Carlos I dissolve o Parlamento Inglês, dando início à Guerra Civil (Revolução Puritana) que culminou com a morte do rei Carlos I, que teve a sua cabeça arrancada.

Com a morte do rei Carlo I, assume o Governo da Inglaterra Oliver Comwell assume como representante da burguesia e governa de 1649 a 1658.

É nesse contexto cheio de conflitos que surge um grande filósofo da área da filosofia política, Thomas Hobbes.

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Thomas Hobbes (1588-1679), inglês de família pobre, conviveu com a nobreza, de quem recebeu apoio e condições para estudar, e defendeu ferrenhamente o poder absoluto,

ameaçado pelas novas tendências liberais.

Teve contato com Descartes, Francis Bacon e Galileu, sendo este último (Galileu) a grande influência de Thomas Hobbes, que se preocupou, entre outras coisas, com o problema do conhecimento, tema básico das reflexões do século XVII, representando a tendência empirista.

Em razão de ter nascido em um período de muito conflito na Inglaterra (parlamento de revoltando contra o rei; aumento de problemas sociais; conflitos civis;

conflitos religiosos entre católicos e protestantes) ele chega à mesma conclusão de Maquiavel, de que apenas um poder absoluto é capaz de promover a paz social. Thomas Hobbes era um verdadeiro crítico à democracia.

Em sua obra “Do Cidadão”, Thomas Hobbes faz inicia uma teorização acerca da necessidade da existência do Estado tentando justificar e fundamentar o poder absoluto que o Estado deve ter para promoção da paz social, o que culmina com a sua grande obra “O Leviatã”, que promove a continuidade dessa teorização inicial.

Em sua teorização Thomas Hobbes vai rejeitar a filosofia Escolástica e as influências de Aristóteles, lembrando que este último teorizava que o homem é, por natureza, um ser coletivo (Zoom Politikom – Animal Político), em que é deduzido que o homem é naturalmente político, devendo viver na comunidade organizada (cidade ou Pólis) de forma democrática.

Para Thomas Hobbes, Filosofia é “FÍSICA DOS CORPOS” e não essências e teorias sobre as coisas. Segundo Hobbes, a Filosofia deve tratar das causas dos movimentos dos corpos, movimento puramente mecânico.

Hobbes diz que corpos são todos os objetos que existem independente do pensamento do homem. Esses corpos podem ser divididos:

- CORPOS NATURAIS INANIMADOS: objetos inanimados como cadeira, pedra, árvore, mesa etc;

- CORPOS NATURAIS ANIMADOS: animais e o homem;

- CORPOS ARTIFICIAIS: A sociedade e o estado.

Para falar sobre os corpos naturais inanimados Hobbes escreve a obra “De De Corpore (O Corpo), em 1655, e, para falar dos corpos naturais animados ele escreve a obra De Homine (O Homem), em 1658. No entanto, o estudo acerca dos corpos artificiais é o que nos importa neste momento.

Ao conceituar os “corpos artificiais” fica evidente que Hobbes discorda de Aristóteles, que acreditava que a vida na Polis (em sociedade) é natural e essência do homem.

Para Thomas Hobbes sociedade e estado são artificiais porque criados por pura convenção, não podendo ser algo natural.

Importante saber que Thomas Hobbes é um dos primeiros filósofos a trazer a metodologia científica para a Filosofia Política. Antes da teoria Hobbes os pensadores, para fundamentar um poder político, partia de uma análise histórica ou social. Hobbes vai além lançando algumas hipóteses científicas.

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Para Thomas Hobbes, antes de viver em sociedade e sob a égide do Estado, o homem vive em “ESTADO DE NATUREZA”. Neste estado de natureza não existem as regras sociais e sim as regras naturais, portanto o homem poderia fazer tudo o que ele quisesse e sem se preocupar com consequências. Todos são livres porque não existem impedimentos.

Na visão e teoria de Hobbes o estado de natureza e a liberdade natural do homem que não vive em sociedade pressupõem o egoísmo do homem, pois, sem impedimentos, como na vida em sociedade, certamente ele buscará fazer tudo aquilo que for preciso para conservar sua própria vida e bem-estar, independente do que ocorra com outro.

O certo, errado, justo ou injusto não existe no estado de natureza e, se o homem decide tomar para si um bem de outra pessoa sem se preocupar com as consequências. Já pensou alguém chegar em sua casa e colocar toda a sua família para fora para que eles possam morar lá? Já pensou o fato de que alguém pode matar outra pessoa apenas para furtar pequenos objetos sem medo de qualquer consequência?

Pois bem, para Hobbes, o estado de natureza, sem regras acerca dos atos dos homens, representa uma situação de constante risco de conflito, preocupação e perturbação da paz, pois, em razão da natureza egoísta do homem.

Thomas Hobbes teorizava que, apesar da natureza egoísta do homem, este tinha um instinto para buscar a paz e a razão já existia no homem mesmo quando ele vivia fora da vida social. Com essas teorias surge o Contrato Social com Hobbes.

CONTRATO SOCIAL COM THOMAS HOBBES

Thomas Hobbes é considerado o grande e primeiro contratualista, pois, foi o primeiro a teorizar sobre o CONTRATO SOCIAL que os homens fazem para tentar viver em paz na sociedade. Através da racionalidade os homens pactuam um contrato social com contém regras mínima para convivência pacífica em sociedade.

Se você analisar bem, a nossa Constituição Federal (1988) é um contrato social, pois prevê diretos e garantias fundamentais (vida, lazer, saúde, educação etc.), deveres (respeito aos direitos dos outros etc.), sistema de governo, controle dos atos do governo, forma de assumir o Poder, entre várias previsões legais.

Olha só a importância da Filosofia. Thomas Hobbes teorizou sobre o contrato social no século XVII e o assunto ainda é atual.

Para Thomas Hobbes a racionalidade que o homem possui nos mostra as leis naturais essenciais para a busca da paz. São 19 leis naturais que Hobbes aponta, todavia, apenas três são importantes para esta aula. Essas três leis naturais são:

1ª) BUSCAR A PAZ: se o homem possui o instinto de viver em paz, ele deve exercitar essa lei natural para que se concretize a paz social;

2ª) RENÚNCIA AOS DIREITOs SOBRE TUDO EM ESTADO DE NATUREZA: o homem deve renunciar o direito que tinha de fazer o que quisesse, quando estava em estado de natureza, passando a restringir esse direito ao contrato social com restrições de ação;

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3ª) CUMPRIR OS ACORDOS E NORMAS PREVISTOS NO CONTRATO SOCIAL: cumprir aos acordos é ter noção da existência de atos certo, errado, justo, injusto, bom e mal, praticando apenas atos que não perturbem a paz social, conforme previsão no contrato social.

E para Hobbes, mesmo com o contrato social, o homem não se afasta de seu egoísmo, mas sim, pratica uma “RACIONALIZAÇÃO DO EGOÍSMO” porque está firmando tal contrato não porque está preocupado com o bem-estar do outro, mas sim, consigo mesmo, podendo ficar tranquilo diante da existência da previsibilidade da ação dos outros homens.

Mais uma vez vemos Thomas Hobbes se contrapondo a Aristóteles, pois, para este, o homem deve ser educado na Polis (em sociedade) para exercitar sua plena liberdade (LIBERDADE POSITIVA) em buscar seus bens e conquistas, enquanto para Hobbes, o convívio em sociedade é uma restrição da liberdade total que o homem possui em estado de natureza (LIBERDADE NEGATIVA), em que meu direito acaba quando esbarra no direito do outro.

E é com esse contrato social que surge o Estado, o que ele compara a um LEVIATÃ. Retirado na mitologia fenícia, o Leviatã, figura que também é relatada no antigo testamento, no livro de Jó, é um monstro gigantesco, uma espécie de crocodilo, que vivia em um lago e tinha como missão defender os peixes mais fracos dos peixes mais fortes.

Segundo Hobbes, o Estado age da mesma forma que o Leviatã, pois, defende a vida de todos, não permitindo que uns atentem contra a vida dos outros, todavia, para garantir o respeito ao pactuado, o Estado deve impor, pelo medo, tal obediência.

Por isso que Thomas Hobbes classifica a vida em sociedade como artificial, pois, sem a força e a imposição do Estado em relação à ação dos homens, não haveria possibilidade de paz social, mas sim caos, em razão do egoísmo e da liberdade total existente no estado de natureza.

Podemos conceber o quanto é atual a teoria de Thomas Hobbes quando analisamos a greve da Polícia Militar do Estado da Bahia no ano de 2014. Vejamos uma reportagem do G1 (Fonte:<http://g1.globo.com/bahia/noticia/2014/04/acaba-greve-da-policia-militar-da-bahia.html>

Acessado em 10/03/2021.), portal de notícias da Rede Globo:

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O que verificamos é que a ausência de apenas parte do Estado (Polícia Militar) já desencadeou o sentimento de liberdade total das pessoas que passaram a saquear estabelecimentos comerciais e a cometer os mais diversos crimes previstos em nosso ordenamento jurídico (Contrato Social). O notório aumento de homicídios na Capital Salvador é a personificação do medo dos homens em ficar desguarnecidos da proteção deste Leviatã (O Estado).

Voltando às teorias de Thomas Hobbes, o governo do Estado deve ficar concentrado nas mãos de apenas um homem. Ele descarta a possibilidade de viver uma democracia ou república, defendendo uma monarquia com um soberano (rei). Ele também defende que o rei não pode ficar sujeito ao contrato social, sendo o único que pode fazer o que for preciso para manter a paz e a ordem da sociedade.

Há uma certa semelhança com o posicionamento de Maquiavel, todavia há uma diferença muito importante. Maquiavel defende o poder absoluto apenas enquanto houver o caos social, após tudo colocado em ordem, a república deve ser instaurada. Já para Hobber, ele acredita que manter a monarquia é essencial para controlar o egoísmo do homem, devendo sempre haver um governante soberano.

Para Thomas Hobbes a propriedade privada apenas existe depois do surgimento do Estado, pois, em estado de liberdade total os bens privados não estão seguros, podendo ser furtados, tomados ou invadidos por outros. A proteção do Estado é que garante a propriedade privada.

Thomas Hobbes também teoriza que o rei deve deter tanto o poder de governar quanto de liderar a religião do Estado para manter a ordem.

Em resumo, Thomas Hobbes acredita que a função do Estado é garantir a paz social, a vida e a segurança da sociedade, acabado com a liberdade total (estado de guerra).

Se o Estado não cumprir a sua função em garantir a vida e a segurança das pessoas, Thomas Hobbes teoriza que não teria fundamento a sua existência, surgindo o direito das pessoas se rebelarem por meio da desobediência civil.

Mas atente-se, para Hobbes, apenas aquele que teve seu direito violado pela ausência do Estado é que surge o direito de desobediência civil e não aos demais, que deverão continuar obedecendo o contrato social.

E aqui finalizamos a análise filosófica política do Humanismo Renascentista.

Chegamos ao fim de mais uma aula. Agora você deve fazer as atividades, fotografar elas respondidas e enviar para o WhatsApp (16) 9-9938-3925.

ATÉ A PRÓXIMA AULA.

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ATIVIDADE

(9º Ano – 2º Bimestre – Aula 02 – 13ª Semana – 03/05/2021 a 07/05/2021)

NOME DO ALUNO:______________________________________________ SALA:__________

Faça um resumo sobre o que você entendeu sobre as teorias de Thomas Hobbes.

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