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TEMPOS DE HOMENS E DE MULHERES PROBLEMATIZADOS NO COTIDIANO DA VIDA DE FAMÍLIAS ASSENTADAS

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TEMPOS DE HOMENS E DE MULHERES PROBLEMATIZADOS NO COTIDIANO DA VIDA DE FAMÍLIAS ASSENTADAS

Gema Galgani Silveira Leite Esmeraldo1 Buscar compreender o sentido do tempo em homens e mulheres assentados fomenta reflexões sobre suas variadas modalidades e formas que se relacionam e se interiorizam nos sujeitos individuais e coletivos.

O tempo pode ser quantificado e qualificado através de aparelhos de medição como o relógio e o pêndulo que se eternizam numa lógica imutável, permanente, infinita e impessoal. Este para adquirir existência como tempo necessita se incorporar nos corpos e nas coisas do mundo. Para atualizar-se, receber temporalidade na eternidade (passado, presente e futuro), atribuição, ordenação, causalidade e sucessão deve se colocar na concretude (material ou imaterial).

O tempo recebe significados através de observações e de interpretações sobre a dinâmica e as relações que se realizam nos espaços sociais, nos corpos biológicos, no ciclo da natureza, no trabalho humano, dentre outros. Esse tempo construído e organizado pelas pessoas segue lógicas diversass e estão sintonizadas com diferentes elementos vinculados, por exemplo, à produção e reprodução da vida, à ordem instituída e definida por sistemas econômicos, sociais, religiosos, políticos que interferem sobre pessoas e coisas.

A corporalidade, a concretude é a ocupação de um não lugar, de um vazio. É criadora de espaço onde o tempo vai receber significados. Tempo e lugar se articulam nos corpus para se substanciarem e construírem o campo conceitual do tempo e do lugar: o tempo e lugar histórico, o tempo e lugar de famílias campesinas, de famílias assentadas, o tempo e lugar de homens e mulheres, o tempo e lugar sexuado.

Ao elaborar o projeto de pesquisa2 hipóteses foram levantadas sobre quais seriam os princípios que regeriam a organização do uso do tempo em famílias assentadas3. Estariam subordinados à lógica da medição racional, mecânica, tecnológica? Estariam condicionados ao ciclo

1 Professora no Departamento de Economia Doméstica/UFC e no Programa de Pós-Graduação em Avaliação de Políticas Públicas/UFC. Doutora em Sociologia/UFC.

2 Artigo construído a partir de dados parciais retirados do Relatório Final da pesquisa financiada pelo Edital MCT/CNPq/PR-SPM 045/2005 – Relações de Gênero, Mulheres e Feminismos intitulada “Cartografia de Lugares e de Tempos Sexuados nos Assentamentos Rurais: Escavando Rupturas à Ordem Binária”. Agradeço a bolsista PIBIC/CNPq Debir Soares Gomes e as estudantes voluntárias Maria Valdelice Nunes da Silva e Maria Albaniza Santiago Lima que participaram de todo o processo de coleta, análise dos dados e elaboração do relatório final.

3 O estudo trata dos dados coletados no Assentamento José Lourenço que possui 67 famílias cadastradas e uma área total de 1.915,9879 hectares. Está situado na Sub-Região de Beberibe, município de Chorozinho, distando cerca de 69 km da capital – Fortaleza. A pesquisa trabalhou com pouco mais de 50% dos casais, totalizando 39 casais.

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vital, movimento da natureza, ao sistema solar? Teriam vinculação com as atividades humanas voltadas para a produção e reprodução da vida? Essas perguntas nortearam a definição e escolha dos instrumentos metodológicos utilizados na pesquisa: o registro4 das atividades realizadas por cada casal assentado durante um dia regular5, a realização de entrevistas com homens e mulheres, de observações (anotações no diário de campo) durante visitas ao assentamento e às famílias e de oficinas para apresentação e validação dos dados sistematizados.

Para a escrita deste texto a pesquisa contribuiu com dados empíricos para problematizar o estudo do uso do tempo e do espaço e nesse sentido foram selecionadas treze figuras para oportunizar a análise de quatro tempos e espaços de mobilidade das famílias assentadas. A casa, onde se realiza o trabalho doméstico; a casa/quintal, onde se desempenham atividades vinculadas ao trabalho agropecuário; a área produtiva/roçados, onde se efetuam as atividades do ciclo produtivo das culturas agrícolas e de criação; e, os equipamentos sociais, onde se promovem atividades políticas.

PRÁTICA, DISCURSO E ESTATUTO – FORMAÇÃO DA MATERIALIDADE DO CORPO SEXUADO

Esta escrita trata, ao mesmo tempo, de escavar enunciados (FOUCAULT, 1995; DELEUZE, 1988 e MACHADO, 1988) formulados a partir da leitura dos sentidos das Figuras e das falas de homens e de mulheres assentados, para propor e formular possíveis e novas compreensões analíticas e de retomar diálogos com epistemologias feministas que explicitam interpretações sobre a produção da materialidade de corpos sexuados para os gêneros feminino e masculino.

Tomamos as Figuras 1, 2, 3 e 4 que trazem atividades humanas realizadas no espaço da casa6 para uma primeira análise.

4 Os dados foram coletados a partir da aplicação de um questionário com perguntas fechadas e abertas.

5 Registro do dia para expressar atividades que se realizam de forma regular, cotidiana e permanente para homens e mulheres.

6 Tais atividades foram identificadas junto aos casais durante a realização de entrevistas e da aplicação do pré-teste.

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FIGURA 1Trabalho Doméstico no Lugar Casa/Quintal – Manhã

Fonte: Pesquisa direta junto ao PA José Lourenço/Chorozinho em 2005 TRABALHO DOMÉSTICO NO LUGAR - CASA/QUINTAL - MANHÃ

79,41 93,55 91,18 85,29 73,53 97,06 83,87 8,82 2,94 2,94 39,39 67,65 3,13 3,13 11,76 58,82

29,41 6,45 2,94 14,71 2,94 8,82 8,82 42,42 2,94 2,94

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

MULHER HOMEM

TRABALHO DOMÉSTICO NO LUGAR - CASA/QUINTAL - TARDE

2,94 5,88 17,65 2,94 9,68 88,24 91,18 11,76 90,63 90,63 70,59

2,94 5,88 3,03

2,94 2,94 6,45 2,94 2,94 5,88 6,25 3,13 5,88

100 2030 4050 6070 8090 100

MULHER HOMEM

FIGURA 2Trabalho Doméstico no Lugar Casa/Quintal – Tarde

Fonte: Pesquisa direta junto ao PA José Lourenço/Chorozinho em 2005

FIGURA 3Trabalho Doméstico no Lugar Casa/Quintal – Manhã e Tarde Fonte: Pesquisa direta junto ao PA José Lourenço/Chorozinho em 2005

TRABALHO DOMÉSTICO NO LUGAR - CASA/QUINTAL - MANHÃ E TARDE

5,88 5,88 6,06 14,71

0,00 2,94 3,03 0,00

0 2 4 6 8 10 12 14 16

MULHER HOMEM

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FIGURA 4–Trabalho Doméstico no Lugar Casa/Quintal – Noite

TRABALHO DOMÉSTICO NO LUGAR - CASA/QUINTAL - NOITE

0,00 2,94 3,13 14,71 38,24

2,94 0,00 0,00 0,00 0,00

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

M ULHER HOM EM

As atividades humanas realizadas no espaço da casa são conduzidas prioritariamente pelo gênero feminino. Estão distribuídas de forma ordenada num mesmo espaço. Os objetos do ambiente ganham significados simbólicos e relações intrínsecas com o sujeito do lugar – o gênero feminino.

O tempo se concilia com as atividades humanas e recebe sentidos: no tempo da manhã se realizam as atividades centrais que regem o funcionamento da casa, no tempo da tarde as atividades domésticas são reduzidas e o gênero feminino produz tempo para outras atividades (grupo coletivo, reuniões, celebrações, etc.) e à noite atividades domésticas se repetem para atender às necessidades reprodutivas da família. As atividades domésticas são atributo e função de mulheres e esse trabalho está voltado para a reprodução dos membros da família. Produz um campo de domínio específico que se objetiva no espaço da casa e de suas divisões (sala, quarto, banheiro, cozinha, etc.); em objetos (móveis, fogão, panela, cama, etc.), em sujeitos (gênero feminino), em discursos (lugar de mulher é na cozinha). De forma regular e repetitiva o gênero feminino se produz e se singulariza, acumulando o saber-fazer de um mundo que a cerca, a mobiliza, a ordena, a relaciona e a posiciona.

Produzem–se enunciados que saem da prática, ganham discursos e estatutos de verdade. A força do saber-fazer se alia a um tipo de poder que organiza as relações de gênero, origina campos de domínio, regras de associação, constrói posições, torna-se regra e ordem para dentro e para fora de espaços da institucionalidade.

FIGURA 4Trabalho Doméstico no Lugar Casa/Quintal – Noite

Fonte: Pesquisa direta junto ao PA José Lourenço/Chorozinho em 2005

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A mulher passa a se constituir no sujeito que fala de um lugar de origem, de domínio – o de dona de casa. Esse espaço passa a se constituir como lugar de associação, de correlação entre sujeito, objeto e conceito. A ordem que se estabelece na casa, no sujeito social como gênero feminino forma consciência de si, gera materialidade numa corporalidade, produz função social, incorpora identidade e define representações no instituído, determina estatuto de reconhecimento junto aos espaços e órgãos institucionais como IBGE, INSS, INCRA, etc. O sentido de sujeito social incorporado pelo gênero feminino é sacralizado nos discursos e estatutos de verdade. Impõe- se como regra de formação e ordenação e de passagem e transmissão.

A organização do cuidado com a reprodução da vida se naturaliza, seguindo o curso do ciclo dia-noite, e com o ciclo produtivo dos alimentos que se realizam em espaços diferenciados.

As Figuras 5, 6 e 7 trazem enunciados sobre a predominância da presença do gênero masculino nos espaços de produção do Assentamento José Lourenço. Nesse tempo/espaço se manifesta a produção da materialidade da consciência de si no gênero masculino onde a formação do masculino se faz pela regularidade e constância de atividades que produzem saberes e poderes para o campo específico.

As regras desse campo definem o sujeito dominante da ação. Os objetos produzidos não se relacionam apenas com a casa (produção x consumo/reprodução). Na sua formação e ordenação transitam e dialogam com outros campos de saber e de poder como com os espaços de comercialização, de troca de conhecimentos, de lutas sociais. Produzem sentidos (saber-poder) para fora da lógica produção x consumo gerando singularizações de sujeitos na diferença. O gênero masculino como provedor, como responsável pelas relações econômicas na família.

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FIGURA 5Trabalho Agro-pecuário/Artesanal no Lugar Área Produtiva – Manhã Fonte: Pesquisa direta junto ao PA José Lourenço/Chorozinho em 2005

TRABALHO AGRO-PECUÁRIO/ARTESANAL NO LUGAR - ÁREA PRODUTIVA - MANHÃ

19,23 7,69 19,23 34,38 6,25 46,88 22,22 0,00 11,11 0,00 47,06 43,33 0,00 5,26 0,00 0,00

92,31 92,31 92,31 93,75 93,75 93,75 96,30 100,00 100,00 67,65 64,71 43,33 52,94 21,05 10,00 12,50

0 20 40 60 80 100 120

MULHER HOMEM

TRABALHO AGRO-PECUÁRIO/ARTESANAL NO LUGAR - ÁREA PRODUTIVA - TARDE

0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

11,76 5,88 5,26 13,33 25,00

0 5 10 15 20 25 30

Tratos culturais (Poda) Construção Cercas (Coletivo) Carvoaria Cuidados Animal de Servo Cuidados com o Gado

MULHER HOMEM

FIGURA 6Trabalho Agro-pecuário/Artesanal no Lugar Área Produtiva – Tarde Fonte: Pesquisa direta junto ao PA José Lourenço/Chorozinho em 2005

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Embora os campos específicos forjados na dualidade para os dois gêneros produzam sociabilidades e corporalidades diferenciadas, os dois campos se atravessam, se comunicam, criando multiplicidades.

São as mulheres que rompem com essa dicotomia, produzindo espaços que determinam novos relacionamentos com o fora instituído: o espaço do quintal onde realizam atividades de produção também voltadas para a comercialização e os espaços de organização política do Assentamento onde se introduzem.

As Figuras 8, 9, 10 e 11 trazem proposições das atividades humanas realizadas no espaço quintal. Este refere-se ao entorno da construção da casa que no Assentamento José Lourenço compreende uma área de 50x50 metros. Nesse espaço produz-se culturas alimentares, criações de pequenos animais, faz-se o trato dos animais de serviço, prepara-se e armazena-se a produção antes da comercialização e do consumo familiar.

Este é um espaço de passagem entre as atividades da casa e do roçado. É lugar de linhas de contato, de associação, de relação entre os campos duais. Nesse campo o gênero feminino fala de feira, de venda dos produtos de sua responsabilidade (frutos, galinha, peru, porco, etc.) com o gênero masculino. Negocia sua mobilidade para espaços de trânsito do masculino. Elabora linguagens, apropria-se de saberes e de poderes e produz experiências para si no campo de domínio do outro - o masculino.

FIGURA 7Trabalho Agro-pecuário/Artesanal no Lugar Área Produtiva – Manhã e Tarde Fonte: Pesquisa direta junto ao PA José Lourenço/Chorozinho em 2005 TRABALHO AGRO-PECUÁRIO/ARTESANAL NO LUGAR - ÁREA PRODUTIVA -

MANHÃ e TARDE

0,00 0,00 3,85 0,00 0,00 11,76 6,67 0,00 0,00 0,00 0,007,69 7,69 7,69 3,70 17,65 35,29 13,33 8,82 5,26 6,67 18,75

0 5 10 15 20 25 30 35 40

MULHER HOMEM

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FIGURA 8Trabalho Agro-pecuário/Artesanal no Lugar Quintal – Manhã Fonte: Pesquisa direta junto ao PA José Lourenço/Chorozinho em 2005

TRABALHO AGRO-PECUÁRIO/ARTESANAL NO LUGAR - QUINTAL - MANHÃ

59,38 59,38 55,56 64,52 5,00 56,25 8,82 13,33 6,45 7,69

40,63 44,44 29,03 16,67 18,75 43,75 15,63 22,22 19,23

11,76 15,63

3,13 6,25 6,25

11,76 12,50

4,35 6,25

31,25

0 10 20 30 40 50 60 70

MULHER HOMEM

FIGURA 9Trabalho Agro-pecuário/Artesanal no Lugar Quintal – Tarde Fonte: Pesquisa direta junto ao PA José Lourenço/Chorozinho em 2005

TRABALHO AGRO-PECUÁRIO/ARTESANAL NO LUGAR QUINTAL - TARDE

6,25 6,25 6,25 5,88 4,17 21,88 12,90 11,11 7,6912,50 12,50 11,11 3,23 36,67 18,75 12,50 52,94 66,67 13,04 3,13 53,13 64,52 51,85 65,38

0 10 20 30 40 50 60 70

MULHER HOMEM

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FIGURA 9Trabalho Agro-pecuário/Artesanal no Lugar Quintal – Tarde Fonte: Pesquisa direta junto ao PA José Lourenço/Chorozinho em 2005

TRABALHO AGRO-PECUÁRIO/ARTESANAL NO LUGAR - CASA/QUINTAL - MANHÃ E TARDE

12,50 3,33 0,00 0,00 5,88 3,33 0,00 0,00 4,35 3,13 9,38 6,45 0,00

9,38 13,33 5,00 4,55 0,00 0,00 17,65 4,17 4,35 3,13 0,00 0,00 3,70

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

MULHER HOMEM

FIGURA 10Trabalho Agro-pecuário/Artesanal no Lugar Quintal – Manhã e Tarde Fonte: Pesquisa direta junto ao PA José Lourenço/Chorozinho em 2005

TRABALHO AGRO-PECUÁRIO/ARTESANAL NO LUGAR - QUINTAL - MANHÃ E TARDE

12,50 3,33 0,00 0,00 5,88 3,33 0,00 0,00 4,35 3,13 9,38 6,45 0,00

9,38 13,33 5,00 4,55 0,00 0,00 17,65 4,17 4,35 3,13 0,00 0,00 3,70

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

MULHER HOMEM

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No espaço da organização política mulheres se iniciam partilhando escuta, acompanhando os passos do fazer política. Provocam ruídos de linguagem reivindicatória para participarem como membros efetivos da associação e depois da direção. Exigem voz e direito a votar e serem votadas.

Constroem falas políticas, reivindicações específicas para si. Essa ação é protagonizada principalmente por mulheres que vivenciaram a luta pela desapropriação da fazenda, que se organizaram em comissões durante os tempos da ocupação e do acampamento e passaram a fazer parte das ações de formação e de ação política dos movimentos sociais parceiros na luta.

As Figuras 12 e 13 exprimem pistas para novas mobilidades de mulheres.

T R A B A LH O A G R O -P E C UÁ R IO / A R T ESA N A L N O LUG A R - Q UIN T A L - N O IT E

9,38 0,00 0,00 3,13 3,23 7,41 0,00

6,25 3,33 4,17 6,25 6,45 11,11 3,85

0 2 4 6 8 10 12

Alimentar as Galinhas Cuidados com Animal de Servo Armazenamento Farinha Catar o Feijão Armazenamento do Feijão Debulho do Milho Armazenamento do Milho

M ULHER HOM EM

FIGURA 11 – Trabalho Agro-pecuário/Atersanal no Lugar Quintal - Noite Fonte: Pesquisa direta junto ao PA José Lourenço/Chorozinho em 2005

FIGURA 12Organização Política no Lugar Vila – Manhã

Fonte: Pesquisa direta junto ao PA José Lourenço/Chorozinho em 2005 ORGANIZAÇÃO POLÍTICA NO LUGAR - VILA - MANHÃ

2,94 2,94

8,82 17,65

0,00 4,00 8,00 12,00 16,00 20,00

MULHER HOMEM

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A força da materialidade (concreta e simbólica) é construída: na produção de sujeitos, objetos e conceitos que organizam funções e se objetivam em campos de saber e de poder (casa- quintal-roçado-política); na fixação de sujeitos em relações de dualidade; no controle das mobilidades dos sujeitos em lugares e tempos diferenciados; na fabricação de singularidades geradas por repetição, regularidade, distribuição, ordenação de práticas, discursos e instalação de estatutos com sentido de regra, de ordem.

Por outro lado, a mobilidade do feminino em campos de saber e de poder do domínio do masculino aponta para possibilidades de novas singularizações para si.

REFERÊNCIA

DELEUZE, Gilles. Foucault. São Paulo: Brasiliense, 1988.

FOUCAULT, Michel. A Arqueologia do Saber. 4ª edição. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995.

MACHADO, Roberto. Ciência e Saber. A Trajetória da Arqueologia de Foucault. 4ª edição. Rio de Janeiro: Edições GRAAL, 1988.

Relatório Final “Tempo e Lugar nos Assentamentos Rurais do Ceará – Organização e construção de Gênero”. Período: março de 2005 a julho de 2006. Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC. Universidade Federal do Ceará. Bolsista: Debir Soares Gomes.

Relatório Final “Cartografia de Lugares e de Tempos Sexuados nos Assentamentos Rurais:

Escavando Rupturas à Ordem Binária”. Edital MCT/CNPq/PR-SPM - 045/2005 – Relações de Gênero, Mulheres e Feminismos. Período: Junho de 2006 a Julho de 2007.

FIGURA 13Organização Política no Lugar Vila – Manhã ou Tarde Fonte: Pesquisa direta junto ao PA José Lourenço/Chorozinho em 2005

ORGANIZAÇÃO POLÍTICA NO LUGAR - VILA - MANHÃ ou TARDE

20,59

97,06 41,18

8,82

50,00 91,18

0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00 120,00

MULHER HOMEM

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