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O Pequeno Príncipe

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Academic year: 2022

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Texto

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O Pequeno Príncipe

Uma adaptação do texto de Antoine de Saint-Exupéry

de

Dinho Valladares

(2)

© Dinho Valladares

Este livro ou qualquer parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem autorização escrita do Editor.

Registrado na biblioteca nacional sob o n.- 686.007 Livro: 1.323 Folha: 494

Contato para liberação de montagem:

Cia. de Teatro Contemporâneo

Rua Conde de Irajá 253 – Botafogo – Rio de Janeiro/RJ Cep: 22271-020

teatro.secretaria@gmail.com

www.ciadeteatrocontemporaneo.com.br

+55 (21) 984141965

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Dedicatória:

Essa peça é dedicada ao meu filho Pedro que está descobrindo estes planetas e seus habitantes! Fico na torcida para que catives a sua rosa!

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Sinopse:

A história de uma aviador que cai com seu avião no deserto e encontra um pequeno príncipe, que conta a ele todos os planetas que passou até chegar ali e se despedem pois o pequeno príncipe tem que cuidar da sua rosa.

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Personagens:

Aviador Pequeno Príncipe

Rei Geógrafo

Rosa Serpente

Raposa

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Cena 1

(Grande sol do deserto, um avião no céu vai caindo com barulho de falha no motor. De repente grande estrondo e o avião cai. Já no palco aviador sentado no meio do deserto junto a seu avião após a queda.) AVIADOR – Nossa, que queda feia! Quase morri com esse avião. Ele foi estragar justamente quando sobrevoava o deserto! Agora estou aqui no meio do nada, sem nada por perto, sem ter como pedir ajuda!

Tenho que consertar esse avião.

(Fica consertando o avião. De repente aparece o Pequeno Príncipe) AVIADOR – Ahhhh! Que susto!

PEQUENO PRÍNCIPE – Desculpe se o assustei.

AVIADOR - Mas o que um menino faz aqui no meio do deserto?

PEQUENO PRÍNCIPE – Por favor, desenha-me um carneiro?

AVIADOR– Desculpe, menino, mas eu não sei desenhar. Na minha vida toda eu só desenhei um desenho que as pessoas achavam ser um chapéu.

PEQUENO PRÍNCIPE - Não tem problema!

(Ele pensa, olha par o Pequeno Príncipe e resolve desenhar)

AVIADOR – Esse é o único desenho que sei fazer e todos acham que é um chapéu.

PEQUENO PRÍNCIPE- Nossa que lindo! Uma cobra jibóia que comeu um elefante!

AVIADOR– Como você conseguiu entender meu desenho?

PEQUENO PRÍNCIPE – Você poderia me desenhar um carneiro? (Pausa) Por favor.

AVIADOR- Está bem.

(Ele desenha)

PEQUENO PRÍNCIPE – Esse não! Ele está muito doente!

AVIADOR- Eu avisei que não sabia desenhar.

PEQUENO PRÍNCIPE – Outro!

AVIADOR– Está bem.

(ele desenha)

PEQUENO PRÍNCIPE - Esse parece um bode!

(7)

AVIADOR– Ah! Estou perdendo a paciência! Tenho que consertar o motor do meu avião.

(pensou um pouco e desenhou uma caixa)

AVIADOR - Esta é a caixa! O carneiro que queres está aí dentro!

PEQUENO PRÍNCIPE – Era assim mesmo que eu queria! Será preciso muito capim para esse carneiro!

AVIADOR - Por quê?

PEQUENO PRÍNCIPE – Porque é muito pequeno onde eu moro.

AVIADOR- De onde você vem?

PEQUENO PRÍNCIPE – Eu venho do asteróide 612.

AVIADOR– Sim! Já ouvi falar do asteróide 612. Foi encontrado por um astrônomo turco que ninguém levou em consideração, mas depois que um ditador turco obrigou a todos vestir roupas europeias foi considerado um gênio!

PEQUENO PRÍNCIPE – Os adultos adoram aparências e números. Só querem numerar tudo. É verdade que os carneiros comem arbustos?

AVIADOR– Sim, por quê?

PEQUENO PRÍNCIPE – Vou te contar minha história.

(a ação vai se passar como na memória do Principezinho. O Aviador fica no canto do palco enquanto a ação acontece e o Principezinho ao mesmo tempo que vive a ação conversa com o Aviador.)

PEQUENO PRÍNCIPE - Eu moro nesse pequeno planeta e lá sempre nasce uns arbustos de baobás.

É por isso que eu preciso do Carneiro. Para que ele coma os arbustos e o baoba não cresça, pois suas raízes podem rachar o meu planeta. Bem! Lá no meu planeta, de repente, um dia, nasceu um arbusto diferente e desabrochou dali uma linda rosa.

(aparece uma rosa que vai desabrochando)

Rosa – Olá! Eu acabo de despertar. Desculpa, eu ainda estou toda despenteada.

PEQUENO PRÍNCIPE – Como és bonita!

Rosa – É verdade. Nasci ao mesmo tempo em que o sol. Creio que é hora do café da manhã. Tu poderias cuidar de mim...

PEQUENO PRÍNCIPE – Claro! (Pegou um regador e molhou a flor) Rosa – Estou aflita, os tigres podem aparecer com as suas garras.

PEQUENO PRÍNCIPE – Não há tigres no meu planeta! Além disso, tigres não comem ervas!

Rosa - Eu não sou uma erva.

PEQUENO PRÍNCIPE – Perdoa-me.

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Rosa – Eu não tenho medo de tigre, mas tenho horror a corrente de ar. Não terias por acaso um papa vento?

PEQUENO PRÍNCIPE – Horror a corrente de ar. Isso é bem complicado para uma flor.

(rosa tosse)

PEQUENO PRÍNCIPE – Está bem. Vou buscar!

Rosa – Obrigada! Traz também uma redoma de vidro para os dias frios.

(Pequeno Príncipe vai e busca tudo. Cena muda do Pequeno Principe protegendo a Flôr) PEQUENO PRÍNCIPE – (para o AVIADOR) Um ano depois eu parti.

PEQUENO PRÍNCIPE – (para a Flôr) Adeus!

(a flor não responde)

PEQUENO PRÍNCIPE – Adeus!

(A flor tosse. Ele faz menção de sair)

Rosa – (impedindo que saia) Eu fui tola, peço-te perdão. Procura ser feliz. É claro que te amo. Foi minha culpa perceberes isso! Larga essa redoma, não preciso mais disso.

PEQUENO PRÍNCIPE – Mas e o vento?

Rosa – O ar fresco da noite me fará bem.

PEQUENO PRÍNCIPE - Mas e os bichos?

Rosa – É preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas! E não demores assim, é exasperante. Tu decidiste partir então vai.

PEQUENO PRÍNCIPE – Sim vou visitar novas galáxias. Quero conhecer outros mundos, ver novas paisagens!

Rosa – Adeus ... (Chorando de lado)

PEQUENO PRÍNCIPE – Adeus ... (Parte)

Cena 3 – PEQUENO PRÍNCIPE e o Rei

PEQUENO PRÍNCIPE – (para o AVIADOR) No primeiro asteroide que cheguei era habitado por um rei.

Rei – Ah! Eis um súdito!

PEQUENO PRÍNCIPE – como pode reconhecer-me se jamais me viu?

Rei - Para nós reis o mundo é muito simples. Todos são súditos.

(9)

(PEQUENO PRÍNCIPE boceja)

Rei - É contra a etiqueta bocejar na frente do Rei. Eu o proíbo!

PEQUENO PRÍNCIPE – Não posso evitar.

Rei - Então eu ordeno que bocejes. Vamos, boceja! É uma ordem!

PEQUENO PRÍNCIPE – Posso sentar? Estou cansado.

Rei - Ordeno que te sentes.

PEQUENO PRÍNCIPE - Majestade, eu vos peço perdão por ousar interrogar-vos.

Rei –Eu ordeno que me interrogues.

PEQUENO PRÍNCIPE – As estrelas vos obedecem?

Rei – Sem dúvida! Eu não tolero indisciplina.

PEQUENO PRÍNCIPE – Como faz isso?

Rei – É muito simples. É preciso exigir de cada um o que pode dar. Eu tenho direito de exigir obediência porque minhas ordens são razoáveis.

PEQUENO PRÍNCIPE – Vossa Majestade poderia dar-me uma ordem razoável. Poderia ordenar-me que partisse em menos de um minuto.

Rei – (Pausa) Eu te faço meu embaixador se quiser ficar.

PEQUENO PRÍNCIPE – (a parte) Adeus! As pessoas grandes são muito esquisitas.

(Sai correndo e pelo outro lado entra o Geógrafo. Chegando a outro asteroide) GEÓGRAFO – Ora vejam! Eis um explorador.

PEQUENO PRÍNCIPE – Olá!

GEÓGRAFO– De onde vens?

PEQUENO PRÍNCIPE – Venho do asteroide 612. Que livro é esse? O que faz o senhor aqui?

GEÓGRAFO- Eu sou geógrafo.

PEQUENO PRÍNCIPE – O que é um geógrafo?

GEÓGRAFO- É um especialista que estuda os rios, as cidades, as montanhas, os desertos!

PEQUENO PRÍNCIPE – Hum! Isso é bem interessante. O seu planeta é muito bonito! Há oceanos nele?

GEÓGRAFO- Não sei te dizer.

PEQUENO PRÍNCIPE – Há montanhas nele?

GEÓGRAFO– Não sei te dizer.

(10)

PEQUENO PRÍNCIPE – E cidades, e rios e desertos?

GEÓGRAFO– Não sei te dizer.

PEQUENO PRÍNCIPE –Mas o senhor não é geógrafo?

GEÓGRAFO– Sim, sou. Mas não sou explorador. São os exploradores que trazem as informações para mim.

PEQUENO PRÍNCIPE – Exploradores?

GEÓGRAFO– Exato. No seu planeta, por exemplo, tem o que?

PEQUENO PRÍNCIPE - Dois vulcões e uma rosa.

GEÓGRAFO- Nós não catalogamos rosa.

PEQUENO PRÍNCIPE – Por quê?

GEÓGRAFO- Porque ela é efêmera. O que quer dizer “ameaçada de desaparecer em breve”.

PEQUENO PRÍNCIPE – Minha flor está ameaçada de desaparecer em breve?

GEÓGRAFO– Exato.

PEQUENO PRÍNCIPE- Minha flor é efêmera e está ameaçada de desaparecer em breve e ela só tem quatro espinhos para defender-se do mundo! E eu a deixei sozinha! Assim que terminar essa viagem vou defender minha rosa. Que planeta me sugere visitar?

GEÓGRAFO– Visite a Terra!

(PEQUENO PRÍNCIPE sai correndo. Chega na Terra e encontra a SERPENTE) PEQUENO PRÍNCIPE – Boa noite!

SERPENTE – Boa noite!

PEQUENO PRÍNCIPE – Onde eu me encontro?

SERPENTE – Na Terra. Mais precisamente na África, bem no meio do deserto.

PEQUENO PRÍNCIPE – Mas não há ninguém aqui! Onde estão os homens? A gente fica um pouco sozinho no deserto.

SERPENTE - Entre os homens também se sente só! Aquele que eu toco devolvo à terra de onde veio.

Mas você é puro e vens de uma estrela.

PEQUENO PRÍNCIPE – As estrelas são todas iluminadas. Será que elas brilham para que cada um possa encontrar a sua? Olha o meu planeta está bem acima de nós.... como ele está longe.

SERPENTE – O que vem fazer aqui?

PEQUENO PRÍNCIPE – Tenho problemas com uma flor.

SERPENTE - Vou andando pois tenho que encontrar uma presa.

PEQUENO PRÍNCIPE – Adeus!

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(PEQUENO PRÍNCIPE sai andando. De repente encontra uma raposa) PEQUENO PRÍNCIPE – Quem és tu?

Raposa - Sou uma raposa.

PEQUENO PRÍNCIPE – Vem brincar comigo!

Raposa – Eu não posso brincar contigo! Ainda não me cativaram.

PEQUENO PRÍNCIPE – O que quer dizer cativar?

Raposa – É algo sempre esquecido! É “criar laços”.

PEQUENO PRÍNCIPE – Criar laços?

Raposa – Exatamente. Por exemplo, como ainda não criamos laços você é um menino como outros 100 mil que existem por aí, assim como eu sou uma raposa como outras que existem por aí. Mas se tu me cativas nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo e eu serei única para ti.

PEQUENO PRÍNCIPE – Entendo. Existe uma flor...acho que ela me cativou.

Raposa - E se nos cativarmos seremos ótimos amigos. Os homens não têm tempo de cativar coisa alguma.

Compram tudo já pronto nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm amigos! As pessoas são solitárias porque constroem muros ao invés de pontes. Se tu queres um amigo, cativa-me!

(os dois dançam alegremente)

PEQUENO PRÍNCIPE – Tenho que partir.

Raposa – Ah! Vou chorar!

PEQUENO PRÍNCIPE – A culpa é sua. Eu não queria te fazer mal, mas tu quiseste que eu te cativasse.

Raposa – Quis...

PEQUENO PRÍNCIPE – Mas você vai chorar?

Raposa – Vou!

PEQUENO PRÍNCIPE – Então não terá valido a pena.

Raposa – Valeu sim! Pois esses momentos ao lado de um amigo são os tesouros que guardamos no coração.

O essencial é invisível aos olhos. E o tempo que dedicamos aos nossos amigos é que os fazem tão importantes. Foi o tempo que você perdeu com tua rosa que a fez tão importante. Os homens esqueceram essa verdade, mas tu não deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.

PEQUENO PRÍNCIPE – Eu sou responsável pela minha rosa.

Raposa – Adeus

PEQUENO PRÍNCIPE – Adeus

(A raposa sai correndo pelo meio do mato. PEQUENO PRÍNCIPE vai em direção ao aviador)

(12)

PEQUENO PRÍNCIPE – Bem, depois que encontrei a raposa foi que te encontrei, mas agora tenho que ir, preciso cuidar da minha rosa, ela deve estar muito gripada com todos esses dias dormindo ao relento.

AVIADOR– Quer dizer que nunca mais vamos nos ver?

PEQUENO PRÍNCIPE – Vamos sim! Todos os dias quando olhares o céu à noite eu estarei habitando uma dessas estrelas e de lá estarei rindo. Então será para ti como se todas as estrelas rissem!

Dessa forma as estrelas serão especialmente únicas para você! E eu estarei lá! Agora tenho que ir, tu sabes...minha flor... eu sou responsável por ela! Ela é tão frágil! Tão ingênua! E tem apenas quatro espinhos para defendê-la.

(o Pequeno Príncipe vai com um clarão de luz, partindo para o seu pais)

AVIADOR– Agora se passaram seis anos. Jamais contei essa história para alguém.

(para a platéia)

Para vocês que amam o pequeno príncipe, como para mim, todo o universo fica diferente se em algum lugar que não sabemos onde, olharmos para o céu e vemos as estrelas sorrindo! E nenhuma pessoa grande jamais entenderá que isso possa ter tanta importância!

FIM.

Referências

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