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O Que é Preciso para se Ver a Deus

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O Que é Preciso para se Ver a Deus

Por Silvio Dutra

Set/2019

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A474

Alves, Silvio Dutra

O que é preciso para se ver a Deus

Silvio Dutra Alves – Rio de Janeiro, 2019.

65p.; 14,8 x21cm

1. Teologia. 2. Vida Cristã. 3. Alves, Silvio Dutra.

I. Título.

CDD 252

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Se Deus chamasse a um dos seus ministros e lhe desse a seguinte incumbência: “Você deve ensinar o meu povo a se santificar, porque próximo está o arrebatamento, e sem santificação ninguém verá a minha face.” Em que principalmente o citado ministro deveria focar? Em que deveria concentrar os seus esforços para que fosse efetivo no cumprimento da ordem que lhe foi dada?

Este alvo seria atingido com mero ensino formal de palavras? Por mais bíblicas e ortodoxas que elas fossem, seriam suficientes para tal propósito?

Ou além do reto ensino haveria necessidade de oração em favor dos que deveriam ser santificados? Alguns exercícios práticos deveriam ser realizados em conjunto? Alguma repreensão e disciplina a serem aplicadas?

Antes de tudo, haveria necessidade de bem definir o objeto que estará sendo proposto, pois não se tratando de coisas visíveis que podem ser buscadas objetivamente e avaliadas por critérios de mera inspeção visual, auditiva, tátil ou olfativa, como por exemplo no caso de quem se dispõe a adquirir determinado bem material, apresenta-se diante de nós uma grande

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dificuldade para se definir o que é a SANTIFICAÇÃO em si mesma. No que ela consiste. Porque deve ser buscada, pois é dito que sem ela ninguém verá a Deus.

Como receberemos aquilo do que sequer sabemos qual é a substância e o significado do que deve ser buscado?

Graças a Deus que não estamos sem respostas adequadas para isto, pois o Senhor, em sua grande sabedoria, amor, graça e misericórdia, revelou em Sua Palavra não somente em que consiste a santificação, como também o modo de ser obtida.

É sobre esta revelação que pretendemos discorrer de modo simples, direto, objetivo, tanto quanto for possível, para facilitar a compreensão de assunto tão vital, que está relacionado não somente à nossa felicidade eterna futura, como também a um viver vitorioso enquanto permanecemos neste mundo.

Quisera, para a consecução deste objetivo, ter a capacidade de escrever com tal precisão que cada palavra destilasse como um fio de ouro, ligando-se a cada pensamento, de modo que

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nada fosse perdido, ou que desviasse a nossa atenção do alvo a ser atingido.

No muito falar e expor perde-se o foco central, e quando este é perdido, dificilmente há proveito no que deveríamos ter aprendido, de forma a ser aplicado em nosso viver diário.

Se o que for escrito servir apenas como informação, pouco proveito haverá porque o que se pretende é formação – Cristo ser formado em nós efetivamente – e não mera informação que não toque ou transforme a nossa vida.

Como ponto de partida fundamental devemos afirmar que não estamos diante de um alvo que pode ser atingido de forma nocional, pois o assunto da santificação refere-se à vida, à vida eterna e sobrenatural de Deus, e, evidentemente, não poderá ser experimentada sem que haja operações reais e espirituais do Espírito Santo, e na verdade, de toda a Trindade Divina, na realização deste trabalho.

O que pretendemos dizer é que mais conheceremos em nossa própria experiência de vida se estamos sendo de fato santificados, somente na medida em que permanecermos e perseverarmos no Senhor, pois é da comunhão

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com Ele que procederá todo o nosso conhecimento e crescimento espiritual.

Nenhuma iluminação celestial será recebida por aqueles que se entregarem à tarefa de ler sobre santificação, sem permitirem serem tocados, guiados, instruídos e transformados pelo poder do Espírito.

Submissão ao Senhor, de nossa vontade à dEle, é o pressuposto básico para a aprendizagem prática da santificação.

Não nos iludamos, portanto, pensando que podemos ser santificados sem que haja uma verdadeira devoção e consagração ao Senhor, no sentido de buscar nele uma vida verdadeiramente santa e piedosa.

A razão de tudo isto é que a santificação não é uma operação natural relativa ao homem natural, e muito menos ao homem carnal, pois trata diretamente com a nova natureza celestial, espiritual e divina – com a vida nova que recebe- se do céu na conversão, quando somos transformados em novas criaturas. Se pela regeneração recebemos esta nova vida, está determinado por Deus que ela deve crescer e se desenvolver até a perfeição, através do processo

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da santificação do Espírito Santo, mediante uso da Palavra de Deus.

Para tanto, o Espírito Santo habita nos crentes e levanta entre eles pastores e mestres para o propósito de edificá-los em amor, na verdade.

Pelo mesmo Espírito são impulsionados a se reunirem regularmente em congregações, para a edificação mútua, de modo que Deus seja glorificado por suas vidas santificadas, pois que glória poderia receber de crentes carnais e mundanos?

Agora, quando trazemos estas reflexões para a realidade vivida por nossas congregações em nossos dias, quantos crentes vemos que estejam realmente santificados, fazendo progresso contínuo em seu crescimento espiritual?

Quanto há de comunhão espiritual entre eles? E não é incomum, que se veja muita carnalidade mesmo quando estão debaixo de um reto ensino da Palavra, até mesmo por anos seguidos.

O que deve ser feito para a reversão deste quadro?

Nós vemos nas cartas dirigidas às igrejas no livro de Apocalipse, que Jesus não desiste do seu povo, e o chama ao arrependimento para a vida

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santificada. É portanto, nosso dever, atender à sua convocação e indagarmos o que devemos fazer para que sejamos efetivamente santificados.

Quanto antes tomarmos esta decisão, melhor, porque ninguém pode ser santificado da noite para o dia. Não podemos remover nossos hábitos carnais e mundanos instantaneamente.

Nem podemos nos revestir das virtudes de Cristo sem sermos submetidos a muitas provações da nossa fé, em tribulações escolhidas por Deus para tal propósito.

O trabalho de gerar o hábito de santidade em nós é relativamente longo, e não podemos queimar etapas, ainda que possamos contribuir para que este seja acelerado pelo grau da nossa busca de Deus e consagração a ele.

É somente pelo trabalho de santificação que a nossa fé pode aumentar. Nenhuma fé pequena é transformada em grande fé em um simples estalar de dedos.

Noé foi um gigante na fé durante o dilúvio, mas isto somente depois de ter caminhado 600 anos fielmente com Deus.

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Abraão não teria se disposto a oferecer Isaque em sacrifício caso não tivesse sido provado em sua fé de diversas maneiras antes, de forma que esta crescesse a ponto de responder em obediência àquela ordenança extrema que Deus lhe fizera.

Por isso voltamos a dizer, e a experiência prática o tem comprovado, que a primeira grande coisa a ser feita se desejamos ser santificados, é esta de decidirmos nos devotar ao Senhor, e pedir- lhe que crie em nosso coração o desejo de viver cada dia de nossas vidas para honrá-lo, glorificá- lo, obedecê-lo em tudo o que nos tem ordenado em Sua Palavra.

Evidentemente, como não podemos obedecer o que não conhecemos, necessitaremos estudar e meditar na Palavra diariamente, com espírito reverente, de modo que cheguemos ao conhecimento da vontade revelada de Deus para os seus filhos.

A própria leitura ou audição da Palavra é um grande meio santificador, por toda a atmosfera e influência santa que gera em nossos corações, quando nela meditamos, pois foi produzida por inspiração do Espírito Santo.

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A fé vem por se ouvir a Palavra de Deus. Este ouvir pode incluir também a leitura da Palavra.

Assim, misturando-se a fé com a Palavra o resultado é vida, santificação, entrada no descanso de Deus.

A fé santifica pela consideração que ela paga a toda a Palavra de Deus. Deve-se ter em mente, como acabo de dizer, que a obra da santificação é realizada pela instrumentalidade da verdade Escriturística.

É impossível não ser impressionado com a adaptação da Bíblia para produzir a santidade.

Cada parte dela; seus preceitos, ameaças, promessas, exemplos; todos são adaptados para tornar os homens santos.

Deve haver o estudo diário, diligente e com oração, das Escrituras. Este é o meio divinamente designado de santificação.

A santificação não é uma série de impulsos cegos na mente; de raptos sem sentido da alma, ou de silêncio místico; mas de atos inteligentes de conformidade com a vontade de Deus, conforme sua vontade é manifestada em sua Palavra; e é somente conhecendo e crendo na Palavra que isso pode ser alcançado.

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A razão de muitos crentes não estarem santificados é exatamente a de não terem o devido temor, respeito e consideração à Palavra de Deus. Não a veem como uma produção da própria boca de Deus, mas como um livro comum. Alguns chegam até mesmo a desprezar e a contradizer muitas de suas passagens, como se elas estivessem submetidas ao juízo deles.

Entristecendo o Espírito Santo de tal forma, ficam privados da sua iluminação e instrução, e não podem entender de forma alguma, a verdade revelada, para que pudessem aplicá-la às suas vidas.

Crentes que agem dessa forma são de mentalidade mundana, e se identificam muito mais com as coisas e valores do mundo do que com as coisas que são espirituais e divinas.

Não são movidos pela pregação da Palavra, por mais ungida e ortodoxa que ela seja. Não são impulsionados à oração e à adoração. Não têm pensamentos espirituais e celestiais. Não são desmamados do mundo, e as renúncias impostas pelo evangelho, lhes parecem loucura ou coisas impossíveis de serem praticadas.

Só pensam em festas, glutonarias, prazeres e diversões os mais diversos. Não podem dedicar

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tempo para a leitura de bons livros devocionais, da Bíblia, ou para serem frequentadores regulares dos cultos públicos de adoração ou oração.

As coisas relativas à vida com Deus e ao seu serviço lhes são tediosas, e não podem encontrar qualquer alegria nelas, porque apagaram o Espírito Santo e vivem unicamente pela energia da carne, e como esta não está sujeita a Deus e nem mesmo pode estar, continuam fugindo como Adão para se esconderem dele em qualquer árvore que possam encontrar.

Tudo a que aspiram tem a ver com as coisas desta vida e não conseguem entreter qualquer pensamento relativo à eternidade, e considerar quão breve é a nossa estada neste mundo.

Não fazem, portanto, qualquer investimento para a vida futura no céu. Vivem como se não existisse nem morte, nem céu, nem inferno, nem juízo final. Deus não é uma pessoa viva e todo poderosa, senão apenas uma invenção de religiosos. A que ponto pode chegar a dureza do coração humano, não tratado continuamente pela graça de Jesus!

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Por isso, a fé que santifica opera pela consideração direta e prevalecente que tem para com a obra de Cristo, conforme estabelecida na Palavra de Deus.

A fé santificadora, como a que justifica, enquanto toma todo o campo da revelação;

habita especialmente as cenas do Calvário. Lá o crente é atraído por uma atração irresistível; ali habita com um deleite intenso; a partir daí deriva suas fontes de consolação, e motivos para obediência. Sim, o grande objeto da fé santificadora é um Salvador crucificado!

O crente que se consagra se vê crucificado juntamente com Cristo. É grato ao Seu senhor de todo o seu coração por tê-lo livrado deste modo, da eterna escravidão que teria ao pecado e ao diabo. Pela cruz ele vence o seu ego e o mundo. Pela cruz, ele alcança a vida ressurreta que se segue à morte do velho homem. Quão grande gozo inefável há em seu interior por tudo isto!

A fé opera sobre a nossa santificação, pelo respeito que ela carrega, o crédito que dá, à prometida ajuda do Espírito Santo. É por sua agência que toda a obra da graça é levada a cabo na alma. Mas, o que nos assegura que teremos o Espírito? O que nos encoraja a esperar sua ajuda

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necessária? As numerosas promessas da Palavra de Deus. Tais promessas são o alimento da fé. A fé as torna como já realizadas para o crente. Elas são antecipadas em alegria inexprimível, de modo que todas as tribulações lhes parecem leves, ao contemplar a herança e a recompensa futuras que lhe aguardam na glória celestial.

A fé une a alma vitalmente a Cristo, e assim extrai dele toda a graça que está nele para o bem-estar espiritual do crente. O verdadeiro crente é um ramo da videira viva. (João 15: 1). Ele é um membro do corpo do qual Cristo é a Cabeça Divina. (Efésios 1.23).

Como toda a nossa santificação encontra-se no próprio Senhor Jesus Cristo (I Coríntios 1.30), nós só podemos tê-la estando em plena comunhão com ele. Esta é a razão de que um simples pecado não confessado pode interromper o nosso estado de santificados, pois é decorrente da interrupção da nossa comunhão com o Senhor, de quem nos vem a santificação. É pela Sua seiva viva que somos mantidos como ramos frutíferos na Videira Verdadeira.

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É por este motivo que nós o vemos intercedendo junto ao Pai para que santificasse os crentes na verdade, a saber na Sua Palavra, que é a verdade.

Este trabalho de santificação é portanto feito por Deus, através do Espírito Santo, que nos recria em santidade para a vida celestial, espiritual e divina, de maneira que possamos viver em unidade com Ele e uns com os outros crentes que também estejam santificados.

Tão essencial é a santificação para a unidade, que Jesus orou por ela, para ser vista nos crentes, pois sem santificação não há qualquer unidade real entre Deus e seus filhos.

“17 Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.

18 Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo.

19 E a favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade.

20 Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra;

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21 a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste.

22 Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos;

23 eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim.” (João 17.17-23)

O grande alvo da santificação, portanto, é possibilitar a participação real e efetiva no amor de Deus, por meio da unidade com ele. Ser e sentir-se de fato um só espírito com ele. Não apenas em pensamentos e desejos, mas em ações, executados em plena harmonia com a vontade divina.

Ao dizer que esta unidade dos crentes com Deus e entre si é fundada na Palavra da verdade, o que nosso Senhor destacou claramente para nós é que só pode haver tal unidade com a prática da sã doutrina, ou seja a mesma doutrina ensinada por ele e seus apóstolos, e que se encontra registrada na Bíblia.

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Se alguma Igreja ou grupo de crentes abandona a sã doutrina para seguir mandamentos e práticas que sejam contrários à mesma, será impossível se ver entre eles a unidade em amor pela qual Jesus intercedeu, e trabalha para que seja vista entre os crentes.

Em outra passagem, Jesus disse que a adoração verdadeira a Deus deve ser em espirito e em verdade. Sobre a verdade já falamos. Agora, sobre o espírito não padece dúvida que toda adoração e unidade real e verdadeira só pode ser promovida quando os crentes participam da vida do Espírito Santo e andam nele.

De modo que, caso se tenha uma devida consideração pela sã doutrina, quando o ensino é segundo a ortodoxia, mas falta a direção, a instrução e o poder do Espírito Santo na vida dos crentes, também será impossível ser vista a referida unidade em amor entre eles.

Nisto se cumpre o que foi dito por nosso Senhor aos saduceus que eles não conheciam a Palavra e o poder de Deus. Neles faltava tudo o que era necessário, enquanto em algumas igrejas falta uma coisa (Palavra), ou outra (poder do Espírito Santo).

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Na oração sacerdotal de Jesus não estava em foco a justificação e regeneração porque ambas haviam já sido conquistadas para sempre e instantaneamente no ato mesmo da conversão do crente mediante a fé nele.

Então, ao orar pela santificação dos crentes, o que o Senhor tinha em vista era o trabalho progressivo do Espírito Santo a ser efetuado neles, para a mortificação contínua do pecado, que é sempre necessária para se manter o estado de santificado, e o revestimento das graças relativas ao fruto do Espírito.

"Esta é a vontade de Deus, a vossa santificação."

(1 Tessalonicenses 4: 5)

"Mas nós devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos, amados do Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a santificação do espírito e a fé na verdade." (2 Tessalonicenses 2:13).

"Para que recebam o perdão dos pecados, e a herança entre os que são santificados, pela fé em mim". (Atos 26:18)

O caráter de um verdadeiro crente nos é dado pela santificação. Nós não somos cristãos, e não podemos ser cristãos; se não somos mudados

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em nossa natureza moral do pecado para a santidade.

A santidade era a imagem de Deus na qual o homem foi criado no começo; a imagem que ele perdeu pela queda; e restaurar nossa natureza foi o projeto de todo o plano da redenção. É um erro supor que o fim principal da morte de Cristo foi para nos salvar do inferno. "Ele morreu para redimir-nos de toda a iniquidade, e para purificar para si um povo peculiar zeloso de boas obras." (Tito 2:14). Sem uma natureza nova e santa, da qual emanarão os frutos da justiça em nosso caráter e conduta, podemos ser cristãos somente no nome. A santificação é tão essencial para a salvação quanto a justificação, e na verdade é parte dela!

A justificação nos foi dada como um ato jurídico de Deus Pai, e a santificação é um trabalho recriador realizado em nós pelo Espírito Santo, para nos conduzir à exata imagem e semelhança com Cristo.

Assim como temos trazido a imagem do Adão natural, devemos também trazer a imagem do último Adão que é espirito vivificante. Se pelo primeiro somos naturais, pelo segundo somos tornados espirituais.

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Daí que devemos seguir os passos do nosso Senhor e Salvador, buscando ser semelhantes a Ele em tudo.

Sem este objetivo em vista, não há nenhuma verdadeira santificação sendo buscada.

Olhemos para a pessoa de Jesus, para suas ações e reações, o modo santo, justo e piedoso que viveu neste mundo, nunca nada dispondo para a carne, mas vivendo totalmente sob o poder do Espírito Santo, e busquemos ser assim como ele é.

Ele era manso e humilde de coração. Devemos buscar ser o mesmo, pela concessão de sua graça a nós, e por nos exercitarmos em paciência e longanimidade toda vez que formos provados, ao sermos ofendidos e injuriados.

Ele tudo fazia para a glória do Pai, e não agia de acordo com a sua própria vontade, mas com a do Pai, e assim devemos também fazer.

Ele sempre estava disposto a perdoar os seus ofensores, e devemos também estar.

Ele vigiava e orava sem cessar.

Ele honrava e obedecia a todos os mandamentos da Lei.

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Era misericordioso e benigno.

Nenhuma palavra torpe ou ociosa procedeu de sua boca.

A nenhuma tentação cedeu, e tudo vencia pela prática da Palavra.

Não buscava honrarias terrenas.

Não cobiçava os bens deste mundo.

Não pensava nas coisas que são aqui debaixo, mas nas que são celestiais.

Amou a ponto de entregar a própria vida, carregando sobre Si os nossos pecados no Calvário, porque esta era a vontade do Pai para ele.

Nunca deixou de atender a quem o buscou por socorro.

Seu interesse era inteiramente voltado para o Reino de Deus, e somente a Palavra deste Reino ocupava o seu pensamento, pregação e ensino.

Com a exceção de carregarmos os pecados de outros sobre nós, em tudo o mais somos chamados a imitá-lo.

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Em suma, todas as obras da carne devem ser mortificadas pelo Espírito, e o Seu fruto buscado e praticado.

“19 Ora, as obras da carne são conhecidas e são:

prostituição, impureza, lascívia,

20 idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, 21 invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam.

22 Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade,

23 mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.

24 E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências.”

(Gálatas 5.19-24)

John Angell James tenta nos ajudar no autoexame que devemos fazer para saber se somos santificados ou não, fazendo-nos as seguintes perguntas:

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"A santidade é meu desejo; meu desejo intenso;

minha busca; minha busca firme, vigorosa e séria? Todos os meus desejos; meus planos;

meus gostos; meus propósitos; são para isso? Eu deliberadamente vou ser santo; não me satisfazendo com desejos vagos? Eu odeio o pecado como pecado; e não apenas por causa de suas consequências? No pensamento, no sentimento e no desejo? Eu mortifico toda a corrupção do meu coração; e estou diligentemente empenhado em cavar suas raízes na alma, bem como cortar seus ramos na conduta? Estou me esforçando para purificar o coração? É meu objetivo ser libertado de todo o pecado, bem como de algum pecado específico;

ou estou tentando expiar a retenção de alguns pecados que eu valorizo, pela renúncia de outros que não estou fortemente tentado a cometer? Estou satisfeito de ser tão santo como os outros, ou estou me esforçando para ser tão santo como Deus requer? Estou observando e orando contra a imperfeição? Estou me esforçando para alcançar a perfeição;

realmente tentando ser purificado "de toda impureza de carne e espírito?" Sinto que a santidade é minha vocação, e sei que a estou seguindo como tal? "

Somente pela regeneração e justificação da conversão que nos dá um título para o céu, não

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é possível responder por longo tempo de forma positiva a todas essas perguntas. É somente por estarmos santificados que podemos fazê-lo.

Devemos nascer de novo, que é o ponto de partida da santificação; e devemos crescer em santidade, conforme as evoluções e energias da nova vida implantadas pela regeneração.

Nunca antes, os professantes estiveram mais em perigo de autoengano do que nesta era. Se o padrão da verdadeira religião é o Novo Testamento, então uma grande proporção dos membros de todas as nossas igrejas não pode ser de verdadeiros cristãos; mas são meramente nominalistas, formalistas evangélicos e fariseus legalistas!

E se quisermos aumentar em santificação, devemos estar muito em oração pela influência do Espírito Santo. A santificação, como já mostramos, é a sua obra; mas para este trabalho, ele deve ser importunado por nós em oração.

Nossa santificação pessoal e experimental, é produzida somente pela habitação e operações do Espírito Santo; e consiste em nossa consagração a Deus e seu serviço. Ela é a vida de Deus na alma.

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A santificação inclui todas as graças e os frutos do Espírito - como fé, esperança, amor, paciência, humildade, mansidão, zelo, longanimidade, alegria, paz, mansidão, bondade, fidelidade e temperança. É o desejo dos verdadeiramente santificados, fazer toda a vontade de Deus, de coração, e sofrer toda a sua vontade soberana com resignação.

Este ponto de paciência nas tribulações não é de pequena importância para a nossa santificação, porque está determinado no conselho eterno de Deus que devemos ser semelhantes a Cristo em tudo, inclusive nos seus sofrimentos. Em tudo devemos ser identificados a ele. E como tudo suportou com paciência, nossos sofrimentos serão santificados somente quando suportados com paciência cristã, pela concessão da graça do Espírito.

Este espírito longânimo e paciente é muito agradável a Deus, pois é por ele que demonstramos na prática e de fato que estamos dispostos a crucificar o nosso ego, para nos submetermos à Sua vontade, que nos ordena não resistir ao perverso, a oferecer a outra face, a andar a segunda milha, a dar a capa e a túnica se alguém nos despojar das mesmas.

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Sem esta disposição de espírito, jamais abençoaríamos os que nos amaldiçoam, e oraríamos em favor dos nossos perseguidores.

Muito menos, seríamos capazes de amar nossos inimigos, pois o Senhor concede a sua graça para que o façam somente aqueles que prestam a devida obediência à Sua Palavra, ainda que isto demande a negação de si mesmos.

"Esta é a vontade de Deus, a vossa santificação".

(1 Tessalonicenses 4: 3); e até que a nossa santificação esteja completa, e exatamente nos assemelharmos ao Senhor Jesus Cristo, em corpo, alma e espírito - nossa salvação não será concluída, nem o propósito glorioso de Deus cumprido. Devemos ser como ele, porque estamos predestinados a isso: "seremos como ele, porque o veremos como ele é" (Romanos 8:29; 1 João 3: 2).

Aflições e provações são frequentemente empregadas para nos ensinar o valor, o uso e a importância da Palavra; e, em conexão com a Palavra, elas promovem a nossa santificação.

"Purificarmo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus", (2 Coríntios 7: 1)

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Seu Pai celestial é santo, e ele diz: "Sede santos, porque eu sou santo". "Como Aquele, pois, que vos chamou é santo, santificai-vos em toda a vossa conduta" (1 Pedro 1:15, 16). Quanto mais você é santificado, mais profunda será a sua humildade, mais vívidas suas visões do pecado, e mais forte a sua confiança em Deus.

"Que o próprio Deus, o Deus da paz, vos santifique em tudo, que todo o vosso espírito, alma e corpo sejam mantidos irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo!" (1 Tessalonicenses 5:23).

A atividade ou atos de santificação têm um duplo enfoque: contra o pecado e para a santificação. Em referência ao pecado é chamado: lançar fora o velho homem (Efésios 4.24); a mortificação dos membros que estão sobre a terra (Colossenses 3.5); a crucificação da carne com as suas paixões e concupiscências (Gálatas 5.24); o despojo do corpo dos pecados da carne (Colossenses 2.11); abstinência de concupiscências carnais (1 Pedro 2.11); e a purificação de toda a imundícia da carne e do espírito (2 Coríntios 7.1).

Em referência à santidade é chamado: o revestimento do novo homem (Efésios 4.24); ser transformado pela renovação da sua mente

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(Romanos 12.2); ser conformes à imagem do Filho (Romanos 8.29); e um trabalho de parto até Cristo ser formado em nós (Gálatas 4.19).

O Espírito Santo, tendo infundido uma nova natureza na regeneração, preserva-a por sua influência contínua, move-a, sustenta-a e a direciona em todos os seus movimentos.

Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o realizar, segundo a Sua boa vontade (Filipenses 2:13). Esta vida espiritual, esta nova natureza sendo assim, apoiada e ativada, funciona em harmonia com a sua força (ou fraqueza), e se coloca contra a velha natureza, seja para mortificá-la ou para expulsá-la. Se, pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis (Romanos 8:13); - “Andai no Espírito, e não haveis de cumprir a concupiscência da carne, porque a carne luta contra o Espírito, e o Espírito contra a carne,” (Gálatas 5: 16,17).

Em suma, a promessa de um viver abençoado é para aqueles que se santificam, que são designados em várias passagens bíblicas pela palavra “justos”.

“10 Pois quem quer amar a vida e ver dias felizes refreie a língua do mal e evite que os seus lábios falem dolosamente;

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11 aparte-se do mal, pratique o que é bom, busque a paz e empenhe-se por alcançá-la.

12 Porque os olhos do Senhor repousam sobre os justos, e os seus ouvidos estão abertos às suas súplicas, mas o rosto do Senhor está contra aqueles que praticam males.” (1 Pedro3.10-12) Esta Palavra do apóstolo Pedro é basicamente uma repetição da Palavra inspirada do Salmo 34.12-19:

“12 Quem é o homem que ama a vida e quer longevidade para ver o bem?

13 Refreia a língua do mal e os lábios de falarem dolosamente.

14 Aparta-te do mal e pratica o que é bom;

procura a paz e empenha-te por alcançá-la.

15 Os olhos do SENHOR repousam sobre os justos, e os seus ouvidos estão abertos ao seu clamor.

16 O rosto do SENHOR está contra os que praticam o mal, para lhes extirpar da terra a memória.

17 Clamam os justos, e o SENHOR os escuta e os livra de todas as suas tribulações.

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18 Perto está o SENHOR dos que têm o coração quebrantado e salva os de espírito oprimido.

19 Muitas são as aflições do justo, mas o SENHOR de todas o livra.” (Salmo 34.12-19) Observe que a frase “Aparta-te do mal e pratica o que é bom; procura a paz e empenha-te por alcançá-la.”, parece ter servido de paralelo para o texto de Hebreus 12.14: ” Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor,”

A paz é associada com a santificação, que sendo resumida no texto de Hebreus, parece ter sido assim formulada a partir do texto mais extenso do Salmo: “Aparta-te do mal e pratica o que é bom”. O temor do Senhor consiste em se apartar do mal, e buscar praticar o que é bom aos Seus olhos, conforme ele já o tem definido em sua Palavra.

Se pretendemos entender então a interpretação autêntica de Hebreus 12.14, devemos nos voltar para 1 Pedro3.10-12 ou Salmo 34.12-19.

Se no texto de Hebreus somos advertidos quanto ao mal de negligenciar a santificação, que é o de não ver o Senhor, considerando-se assim a santificação pelo aspecto meramente

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negativo, nos textos de Pedro e do Salmo, nós temos os muitos benefícios que acompanham um viver santificado, como por exemplo:

- ver dias felizes;

- estar sob o contínuo cuidado e continua proteção de Deus;

- ter orações ouvidas e respondidas;

- desfrutar de intimidade com o Senhor;

- ter livramentos em todas as suas tribulações.

Várias outras passagens bíblicas se referem ao viver abençoado dos justos, ou seja, dos que estão santificados, como as seguintes:

“27 Aparta-te do mal e faze o bem, e será perpétua a tua morada.

28 Pois o SENHOR ama a justiça e não desampara os seus santos; serão preservados para sempre, mas a descendência dos ímpios será exterminada.

29 Os justos herdarão a terra e nela habitarão para sempre.

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30 A boca do justo profere a sabedoria, e a sua língua fala o que é justo.

31 No coração, tem ele a lei do seu Deus; os seus passos não vacilarão.” (Salmo 37.27-31)

“31 Não tenhas inveja do homem violento, nem sigas nenhum de seus caminhos;

32 porque o SENHOR abomina o perverso, mas aos retos trata com intimidade.

33 A maldição do SENHOR habita na casa do perverso, porém a morada dos justos ele abençoa.” (Provérbios 3.31-33)

“5 Por isso, os perversos não prevalecerão no juízo, nem os pecadores, na congregação dos justos.

6 Pois o SENHOR conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá.” (Salmo 1.5,6)

“29 O SENHOR está longe dos perversos, mas atende à oração dos justos.” (Provérbios 15.29)

“10 Dizei aos justos que bem lhes irá; porque comerão do fruto das suas ações.” (Isaías 3.10)

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“Quem é sábio, que entenda estas coisas; quem é prudente, que as saiba, porque os caminhos do SENHOR são retos, e os justos andarão neles, mas os transgressores neles cairão.” (Oseias 14.9)

Quando lemos estas passagens bíblicas, e muitas outras de igual teor, é que podemos entender que não poucos crentes estão equivocados ou debaixo de um ensino incorreto sobre o que é de fato um viver justo aos olhos de Deus.

Muitos se iludem pensando que isto se refere unicamente ao fato de ter sido justificado pela fé em Cristo. Se isto é verdadeiro para a plena aceitação quanto à sua filiação a Deus, pelo simples ato da justificação, todavia não o é quanto ao estar lhe agradando, porque isto demanda além da justificação, uma real prática da justiça.

Se assim não fora, não haveria razão para serem tantas as ordenanças bíblicas no sentido de que os crentes busquem estar santificados, e fazerem progresso em santificação, crescendo na graça e no conhecimento de Jesus.

As próprias correções de Deus visam a isto, de modo que sejamos participantes de fato e em

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verdade da Sua santidade, em termos experienciais e reais.

“12 Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões;

13 nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniquidade; mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros, a Deus, como instrumentos de justiça.” (Romanos 6.12,13)

“19 Falo como homem, por causa da fraqueza da vossa carne. Assim como oferecestes os vossos membros para a escravidão da impureza e da maldade para a maldade, assim oferecei, agora, os vossos membros para servirem à justiça para a santificação.

20 Porque, quando éreis escravos do pecado, estáveis isentos em relação à justiça.

21 Naquele tempo, que resultados colhestes?

Somente as coisas de que, agora, vos envergonhais; porque o fim delas é morte.

22 Agora, porém, libertados do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o

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vosso fruto para a santificação e, por fim, a vida eterna;

23 porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.” (Romanos 6.19-23)

“2 Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser.

Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é.

3 E a si mesmo se purifica todo o que nele tem esta esperança, assim como ele é puro.

4 Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei.

5 Sabeis também que ele se manifestou para tirar os pecados, e nele não existe pecado.

6 Todo aquele que permanece nele não vive pecando; todo aquele que vive pecando não o viu, nem o conheceu.

7 Filhinhos, não vos deixeis enganar por ninguém; aquele que pratica a justiça é justo, assim como ele é justo.

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8 Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio.

Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo.

9 Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus.

10 Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: todo aquele que não pratica justiça não procede de Deus, nem aquele que não ama a seu irmão.

11 Porque a mensagem que ouvistes desde o princípio é esta: que nos amemos uns aos outros;” (I João 3.2-11).

Em Cristo fomos feitos novas criaturas, porque a nova natureza não está satisfeita em combater apenas um único pecado, mas ela quer a santidade em seu lugar. Como trabalho e diligência são necessários para um, isto é igualmente verdadeiro para o outro.

O fruto do exercício da santificação é a santidade. É impossível para uma pessoa estar assim ocupada e ainda ser sem frutos, e isso não pode ser de outra forma, mas que essa pessoa se

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tornará mais santa e brilhará com ornamentos sagrados. A santidade é o mais belo ornamento e a beleza mais magnífica que pode ser encontrada no homem. “A santidade convém à tua casa, Senhor, para sempre.” (Salmo 93: 5); “o teu povo se apresentará voluntariamente no dia do teu poder, nas belezas da santidade.” (Salmo 110: 3).

Agora, certamente, sem essa santidade de separação especial dos estilos de vida pecaminosos comuns do mundo, não há visão de Deus no presente, nem qualquer fruição de Deus a seguir: 2 Coríntios 6: 17-18: "Pelo que, saí vós do meio deles e separai-vos, diz o Senhor; e não toqueis coisa imunda, e eu vos receberei; e eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso."

Deus não terá nenhuma comunhão com ninguém neste mundo que não esteja separado das práticas pecaminosas do mundo. Deus não olhará para nenhum, ele não vai possuir nenhum, ele não se deleitará com nenhum, ele não reconhecerá nenhum, ele não receberá nenhum para seus filhos e filhas, senão os separados de todos os vícios do mal e estilos de vida profanos.

Adequado a isto é Isaías 52:11: "Retirai-vos, retirai-vos, saí daí, não toqueis coisa imunda; saí

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do meio dela, purificai-vos, os que levais os vasos do Senhor." Separe-se daqueles que estão afastados de Deus; nada tenha a ver com aqueles que não têm nada a ver com Deus; separe-se daqueles que se separaram de Deus; não tenha conversas deleitosas com aqueles que não têm conversas deleitosas com Deus; não tenha comunhão com aqueles que não têm comunhão com Deus.

Você deve manter-se puro e limpo das impurezas dos outros, como você se livrará dos castigos dos outros. Aquele que imitará os outros nos seus pecados - certamente participará com os outros nas suas dores. É verdade que podemos viver com homens perversos em suas cidades - mas é tão verdadeiro, que não devemos mentir com homens perversos em suas falsidades.

Não é possível haver comunhão entre luz e trevas. Não é possível participar da mesa do Senhor ao mesmo tempo que se participa da dos demônios. O que é carnal não pode ter comunhão com o que é espiritual. De modo que se alguém é um verdadeiro adorador de Deus deve fazê-lo em espírito, ou seja, sendo espiritual, e não carnal, pois Deus é Espírito, e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.

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Ao assim falarmos, que na verdade, não somos nós que falamos, mas a Palavra da verdade, não há qualquer indicativo de uma chamada a um viver eminentemente místico, que considera o que é espiritual apenas do ponto de vista do que é sobrenatural e transmitido e comunicado por sonhos, visões, êxtases e intuições. O nosso culto é também racional, ou seja, há uma participação do uso da nossa razão na compreensão do que seja ou não da vontade de Deus, e no exercício de nossas faculdades mentais para a sua execução.

A santificação não visa somente à recepção de mensagens espirituais, mas principalmente à real transformação de nossas vidas em vidas santificadas.

Se assim não fora, Balaão poderia ser considerado alguém que se encontrava santificado. Com ele, o rei Saul, por ter profetizado, e tanto outros, que a par de terem tido revelações da parte de Deus não desfrutavam de qualquer comunhão com Ele, porque não eram de fato santificados.

Se assim não fora, por que seria recomendado que fôssemos vigilantes, sóbrios, disciplinados?

Como seria lícito orar com a mente além de se orar com o espírito? Para que propósito nos

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seria ordenado a sermos aplicados no estudo e no ensino da Palavra?

Estas indagações não encerram os inumeráveis usos de nossas faculdades, uma vez tendo sido santificadas, quer as referentes ao corpo, à alma e ao espírito, em conjunto com as direções e operações do Espírito Santo.

Deus não anula as faculdades e os espíritos de seus profetas para usá-los, antes os mantém sujeitos a eles. Não são desligados enquanto o Espírito Santo os usa. Antes os santifica por sua graça.

Por tudo o que foi exposto, podemos responder à indagação feita no título deste livro, que não há limite de grau na medida da nossa santificação, porque sendo Jesus o nosso paradigma, e sendo ele infinito e eterno, assim também a nossa santificação, mas deve ser dito que há um grau de maturidade, chamado na Palavra por perfeição, que pode e deve ser atingido ainda neste mundo, e para que sendo confirmados em toda boa palavra e obra, sejamos achados úteis para a obra do ministério. Uma vez tendo chegado à maturidade espiritual não chegamos, no entanto à perfeição total em santificação, e isto será atingido somente no por vir.

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Não poderíamos deixar de apresentar no final deste trabalho, alguns textos bíblicos que discorrem sobre as coisas práticas que devem ser cumpridas por nós, para que por elas, possamos preservar a nossa santificação.

“5 Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena:

prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é idolatria;

6 por estas coisas é que vem a ira de Deus [sobre os filhos da desobediência].

7 Ora, nessas mesmas coisas andastes vós também, noutro tempo, quando vivíeis nelas.

8 Agora, porém, despojai-vos, igualmente, de tudo isto: ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena do vosso falar.

9 Não mintais uns aos outros, uma vez que vos despistes do velho homem com os seus feitos 10 e vos revestistes do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou;

11 no qual não pode haver grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, escravo, livre; porém Cristo é tudo em todos.

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12 Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade.

13 Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós;

14 acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição.

15 Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração, à qual, também, fostes chamados em um só corpo; e sede agradecidos.

16 Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo;

instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração.

17 E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.

18 Esposas, sede submissas ao próprio marido, como convém no Senhor.

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19 Maridos, amai vossa esposa e não a trateis com amargura.

20 Filhos, em tudo obedecei a vossos pais; pois fazê-lo é grato diante do Senhor.

21 Pais, não irriteis os vossos filhos, para que não fiquem desanimados.

22 Servos, obedecei em tudo ao vosso Senhor segundo a carne, não servindo apenas sob vigilância, visando tão-somente agradar homens, mas em singeleza de coração, temendo ao Senhor.

23 Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para homens,

24 cientes de que recebereis do Senhor a recompensa da herança. A Cristo, o Senhor, é que estais servindo;

25 pois aquele que faz injustiça receberá em troca a injustiça feita; e nisto não há acepção de pessoas.” (Colossenses 3.5-25).

“1 Senhores, tratai os servos com justiça e com equidade, certos de que também vós tendes Senhor no céu.

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2 Perseverai na oração, vigiando com ações de graças.

3 Suplicai, ao mesmo tempo, também por nós, para que Deus nos abra porta à palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo, pelo qual também estou algemado;

4 para que eu o manifeste, como devo fazer.

5 Portai-vos com sabedoria para com os que são de fora; aproveitai as oportunidades.

6 A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um.” (Colossenses 4.1-6)

“1 Finalmente, irmãos, nós vos rogamos e exortamos no Senhor Jesus que, como de nós recebestes, quanto à maneira por que deveis viver e agradar a Deus, e efetivamente estais fazendo, continueis progredindo cada vez mais;

2 porque estais inteirados de quantas instruções vos demos da parte do Senhor Jesus.

3 Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição;

4 que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra,

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5 não com o desejo de lascívia, como os gentios que não conhecem a Deus;

6 e que, nesta matéria, ninguém ofenda nem defraude a seu irmão; porque o Senhor, contra todas estas coisas, como antes vos avisamos e testificamos claramente, é o vingador,

7 porquanto Deus não nos chamou para a impureza, e sim para a santificação.

8 Desta forma, quem rejeita estas coisas não rejeita o homem, e sim a Deus, que também vos dá o seu Espírito Santo.

9 No tocante ao amor fraternal, não há necessidade de que eu vos escreva, porquanto vós mesmos estais por Deus instruídos que deveis amar-vos uns aos outros;

10 e, na verdade, estais praticando isso mesmo para com todos os irmãos em toda a Macedônia.

Contudo, vos exortamos, irmãos, a progredirdes cada vez mais

11 e a diligenciardes por viver tranquilamente, cuidar do que é vosso e trabalhar com as próprias mãos, como vos ordenamos;

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12 de modo que vos porteis com dignidade para com os de fora e de nada venhais a precisar.” (I Tessalonicenses 4.1,2)

“14 Exortamo-vos, também, irmãos, a que admoesteis os insubmissos, consoleis os desanimados, ampareis os fracos e sejais longânimos para com todos.

15 Evitai que alguém retribua a outrem mal por mal; pelo contrário, segui sempre o bem entre vós e para com todos.

16 Regozijai-vos sempre.

17 Orai sem cessar.

18 Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.

19 Não apagueis o Espírito.

20 Não desprezeis as profecias;

21 julgai todas as coisas, retende o que é bom;

22 abstende-vos de toda forma de mal.

23 O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo;

e o vosso espírito, alma e corpo sejam

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conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.

24 Fiel é o que vos chama, o qual também o fará.”

(I Tessalonicenses 5.12-24)

“4 Porque assim como num só corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros têm a mesma função,

5 assim também nós, conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros,

6 tendo, porém, diferentes dons segundo a graça que nos foi dada: se profecia, seja segundo a proporção da fé;

7 se ministério, dediquemo-nos ao ministério;

ou o que ensina esmere-se no fazê-lo;

8 ou o que exorta faça-o com dedicação; o que contribui, com liberalidade; o que preside, com diligência; quem exerce misericórdia, com alegria.

9 O amor seja sem hipocrisia. Detestai o mal, apegando-vos ao bem.

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