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As aventuras do menino José

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Academic year: 2022

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As aventuras do menino José

Cleonice Schlieck

As aventuras do menino José

Cleonice Schlieck

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As aventuras do menino José

CLEONICE SCHLIECK

1ª edição

Chapadão do Sul—MS Edição do Autor

2018

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Era uma vez um menino Assim começa essa histo ria

Que ainda trago comigo Guardada em minha memo ria

E um enredo bem simples Sem novidade noto ria.

Era um menino humilde A todos os outros igual.

Na o tinha superpoderes Nem talento especial.

Acreditava somente em Deus Na o temia o sobrenatural.

Tinha somente doze anos E morava com a famí lia.

Tinha um amigo, Joa o, Com quem brincava todo dia.

Joa o era seu confidente E parceiro de estripulias.

Durante a semana, na escola, Com as aulas para estudar,

Por conselhos de seu pai, Deveria se dedicar E ter um bom aprendizado

Para sua vida melhorar.

(4)

O seu nome era Jose Em uma fazenda morava.

A sede ficava bem longe Da escola que frequentava.

Na o tinha net nem computador, So a TV que funcionava.

No entanto, Jose Gostava mesmo de brincar.

A sua diversa o favorita Era sair para cavalgar Em companhia de seu pai

Quando este ia trabalhar.

Quando o vento lhe tocava O roso ao lhe acariciar Sentia no peito a liberdade

Sempre a lhe falar Que o espí rito e livre Ningue m o pode aprisionar.

Tambe m dizia o seu pai Que ningue m prende a infa ncia Na o precisa ter pressa para crescer

Para deixar de ser criança.

“Adulto e aborrecimento,

Coisa de pouca importa ncia”.

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Todo final de semana Como regra estabelecida

No campinho de futebol Sempre, partida a partida,

Lamentava cada derrota, Comemorava as vencidas.

Era atacante dos bons E disso se orgulhava, Queria ser profissional:

Disso ele se gabava, E a cada nova disputa Sua habilidade melhorava.

Tambe m era muito comum Sair sempre para pescar Em companhia de seu pai

Em quem podia confiar.

Cuidado de pai na o lhe faltava E tinha pacie ncia ao ensinar.

“E preciso estar sempre atento A tudo ao nosso redor E com a famí lia e preciso Ter cuidado nem melhor.

Seja boa ou ruim,

E a famí lia o bem maior.

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Dependemos de nossa famí lia Para nossa conduta formar.

Se somos ainda pequenos Ela vai nos alimentar;

E depois que no s crescermos Sempre vai nos aconselhar.

Cada filho que nasce, Seja planejado ou na o, No princí pio causa medo

E alegria no coraça o.

Depois torna-se nosso objetivo, Nossa causa e raza o.

E mesmo que algum dia Na o se sinta um filho amado Por voce e que todos os dias

Muito tenho trabalhado:

Para te dar alimento e estudo E de ti fazer homem honrado.

Mas nem sempre estarei presente Para te cuidar e proteger:

Um homem tambe m envelhece

E tambe m pode adoecer

E voce ainda pode se afastar

Por tua vontade e teu querer.

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Por isso, se algum dia Teu velho pai te faltar, Na o te esqueças, meu menino:

Em Deus tu deves confiar – E Ele quem te da be nça os,

So Ele te pode guardar”.

Assim o pai dizia Com zelo orientando Ao filho querido e amado Que o estava acompanhando

Numa manha de domingo Para uma lida de campo.

A promessa que fora feita De trabalho e diversa o.

Dizia que apo s o almoço La na beira do ribeira o

A famí lia se reuniria Para pescaria e animaça o.

Com a notí cia assim dada Jose ficou alvoroçado Acompanhou o pai no trabalho

Durante a lida de gado E quando o almoço foi servido

Ele ja estava preparado.

(8)

Como de costume, Jose Minhoca e anzol preparou, Uma garrafa de a gua fresquinha,

Contra o sol o protetor, Umas frutas bem lavadas Numa cesta ele arranjou.

A s tre s horas em ponto A famí lia se reuniu Para uma tarde de lazer

Na barranca do rio E em menos de dez minutos

Um peixe Jose exibiu.

Na o ha muito o que contar Sobre os detalhes da pescaria Para quem tem gosto no esporte

Ele e regalo e alegria.

Para muita gente, pore m, Na o desperta simpatia.

Para Jose era um prazer Do mais extremo valor.

No anzol ele se sentia Mestre, soberano e senhor.

Sem perder sua infa ncia,

Sem deixar de ser sonhador.

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Acontece que nesta tarde Um barulho o distraiu Era um barulho discreto Mais parecido com um pio E para identificar sua origem

Ele se levantou e saiu.

E em busca de algo novo Ele se afastou lentamente.

Na o queria ir para longe:

Iria voltar brevemente.

So queria saber qual ave Estava piando a sua frente.

“Sera que era um filhote?”, Ele assim se perguntava

E sem obter e xito, Aos poucos se afastava.

Logo descobriria seu miste rio Assim e que ele se julgava.

E quando olhou para tra s Depois de um tempo passado

Foi que ele se deu conta Do muito que tinha se afastado

Estava bem dentro da mata

Por muitas a rvores cercado.

(10)

Jose olhou a sua volta Disso na o vou fazer segredo.

Como ele muito se afastara Seu corpo sentiu muito medo

Por saber que no inverno O sol se po e bem mais cedo.

Um grito de socorro bem alto Sentiu vontade de soltar E engoliu um soluço em seco Pois menino na o pode chorar.

O certo e que ele na o sabia A beira do rio voltar.

Na o reconheceu onde estava Como se pusera assim perdido?

Pois se por tantas vezes o lugar Por ele e seu pai fora percorrido?

Se todo o territo rio da fazenda Era dele conhecido?

O medo tomou conta de si Fazendo-o imediatamente correr

Seguindo o rumo de uma trilha

A qual pretendia vencer

Para chegar fora da mata

E, quem sabe, ajuda obter.

(11)

Seus passos correram velozes Em busca de uma saí da Pois sabia que disso dependiam

Sua existe ncia e sua vida Quem na o sabe p’ra onde correr

Inu til e sua corrida.

A mata e um labirinto Para quem na o a conhece

E quando o sol se po e Mais perigos oferece Ele na o teria seguido a ave

Se desses riscos soubesse.

Quando se deu conta Do tamanho de sua imprude ncia

Jose chorou uma la grima A seu pai pedindo cleme ncia

Que o viesse buscar E nisso tivesse persiste ncia.

Mas como na o obteve resposta, Nem o eco lhe respondeu, Jose sentiu um no na garganta

E de pa nico quase morreu

Para manter-se em pe

A um tronco recorreu.

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Apoiou-se de costas a arvore E para o ce u se voltou Passava das vinte horas

Ele assim calculou E pela primeira vez De medo ele chorou.

E quando a madrugada Com o frio lhe tocou Ele se deu por vencido E acocorado se colocou Recostando-se contra o tronco

Exausto ao sono se entregou.

Assim passou a primeira noite Em meio ao receio e a agonia.

A escurida o trouxe o medo E levou embora a valentia

Se a noite lhe fragilizava Ele almejava a luz do dia.

Mas quando o sol surgiu De luzes iluminado Ze ainda se encontrava

De joelhos paralisado.

A cabeça estava baixa

E o espí rito prostrado.

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Foi o esto mago que o acordou Para lembrar-lhe da necessidade

De ingerir comida so lida Para saciar sua vontade.

Comida farta e a gua fresca Contribuem para felicidade.

Comida farta e saborosa E a gua fresca, bem fresquinha:

Era tudo de que necessitava Era tudo de que na o tinha.

O peixe estava no rio E a a gua la na vasilha.

Ficar parado era inu til O jeito era prosseguir.

Para o Sul ou para o Norte?

Para qual lado seguir?

Para tra s ou para frente?

Ele na o sabia por onde ir.

A u nica soluça o encontrada Foi ouvir a natureza.

Pois ela e sa bia no falar E no agir tem destreza.

O homem que a escuta

Tem uma amiga, com certeza.

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Jose ouviu o vento entre as folhas De lado a lado balançando Ouviu diversas espe cies de pa ssaros

Nos galhos felizes cantando.

E sementes e caroços Outros pa ssaros alimentando.

Ouviu ao longe um jacu Chamando a sua amada E viu no alto de uma a rvore Joa o-de-barro construindo morada E ouviu dentro de seu pro prio peito

Seu coraça o em disparada.

Ao longe ouviu o rio Em quedas fazendo cascatas Como se as a guas assim quisessem

Contar vito rias e bravatas Ou formando uma orquestra Aos seus ouvidos fazer serenata.

De que lado vinha o som Desse ritmo ta o musical?

De todos os lados, lhe parecia Como era natural.

Pela a gua na o se guiaria.

Como, enta o, vencer esse mal?

(15)

Lembrou-se, enta o, do folclore E de muitas e muitas lendas

Que em noites de lua cheia Se contavam na fazenda Das histo rias de lobisomem

Trava-lí nguas e parlendas.

Para chegar ao alto

Da mais alta a rvore que encontrou Usando tudo o que sabia

Seu tronco ele escalou.

Nada viu que o ajudasse E ainda se esfolou.

Com a pele ainda ardendo Procurou no cha o alguns sinais

Viu formigas trabalhando Viu rastros de animais

So na o avistou a saí da Que era o que queria mais Enta o, sem crite rio, sem juí zo,

Voltar atra s ele decidiu.

Quem sabe assim encontrasse Uma das margens do rio Quem sabe o encontrassem

E o livrassem desse vazio.

(16)

Enquanto ele corria Pela mata de cerrado Viu cobras rastejando no cha o,

Viu tatus, anta e veado, Viu borboletas multicores

Ficou ate emocionado.

Por saber que o seu medo Transformou-se em alerta E por mais riscos que corria Havia o prazer da descoberta Para estes pequenos prazeres

Sua mente estava aberta.

No alto de um galho Brincando e se balançando Avistou um grupo de macacos

Saltando e brincando.

Foi um momento u nico!

A Deus ele foi glorificando.

Sua boca se abriu Ta o cheia de exclamaço es

E de prazer e euforia Ele dizia interjeiço es.

Ali, com certeza aprendera,

Importantes liço es.

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No entanto, o corpo estava Por muitas marcas tomado.

Os insetos o perseguiam E lhe deixavam marcado.

Mas s seguir sempre em frente Ele se viu forçado.

Lembrou-se de que na escola Na aula de literatura A professora o fizera ler

Uma grande aventura Chamado A Ilha Perdida Exemplar de nossa cultura.

Era a histo ria de dois meninos Perdidos em mata fechada Que viveram muitas peripe cias

Numa incrí vel jornada Antes de serem resgatados

E voltarem para casa.

De repente ficou cansado E ate mesmo desiludido Sem saber por quanto tempo

Ficaria ali perdido,

Se encontraria socorro

Ou se ficaria esquecido.

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E bem no meio da trilha Sem lembrar de carrapatos,

Ele se sentou abatido, Sedento e muito cansado,

Sem forças para seguir, Sentindo-se muito fraco.

Ate que, de repente, Com o olhar estupefato

Ele se deu conta De que no meio do mato Ha bichos mail selvagens Que o punham em perigo de fato.

E como se isso fosse Um sinal combinado Seu olhar bem lentamente

Virou-se para o lado Sem palavras para expressar

Seus olhos arregalados E que ao seu lado havia Escondida na folhagem Uma pedra muito grande Com uma assustadora passagem

Que certamente lhe traria

Significante aprendizagem.

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E como seus olhos estavam Atraí dos pela paisagem

Logo ele percebeu Mais ao fundo da imagem

Muitos ossos de animais:

Era toca de bicho selvagem.

O mau cheiro lhe invadiu E lhe provocou mal estar

E ele teve vontade De fugir e de chorar.

Por saber que a qualquer momento O bicho iria lhe atacar.

E na o era qualquer bicho Com o qual se pode lutar.

Era a toca de uma onça!

Na o se pode imaginar!

Na o adiantava correr!

Na o adiantava ficar!

O instinto que o tomou Agora eu vou narrar.

O grito que ele soltou Longe se pode escutar E com tanta pressa correu

Que bem longe foi parar.

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No alto as aves se agitaram E voaram assustadas

Ele na terra corria E com voz alarmada

Pedia que sua vida Por Deus fosse poupada.

Para onde ele olhava Como se fosse perseguiça o

Havia rastros de onça Sobre as folhas e sobre o cha o

E ele so paro de correr Quando lhe faltou respiraça o.

Lembrou-se, enta o, dos conselhos Que seu pai sempre lhe deu

Em todo e qualquer perigo Deus sempre o socorreu.

Se ele se sentisse sozinho Deveria invocar o nome Seu.

E naquele momento de fe Seus olhos ele fechou E seus la bios se moveram

Numa prece ao Senhor Pedindo que Deus o salvasse

Como ate agora o salvou.

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Seu peito foi se acalmando Em paz ele ficou Pois sabia que Deus o ouvia

Como sempre o escutou E em nenhum momento

Deus abandonou.

Quando abriu os seus olhos Grande paz ele sentiu E enta o, de bem mais perto,

Vinha o barulho do rio E seu cachorro amigo

Ao seu lado latiu.

Ao longe ouviu o seu pai Chamando-lhe pelo nome Oferecendo-lhe a gua p’ra beber

E comida p’ra saciar a fome Vinha seu pai sobre um cavalo Em companhia de outros homens.

Essa foi uma aventura De muitas que Jose viveu

E por livra -lo da onça

A Deus ele agradeceu

E ficou muito grato ainda

Pela famí lia que recebeu.

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Pois a famí lia que temos Sempre ta o cheia de problemas

Em Deus unida vence Os seus maiores dilemas.

Nossa famí lia certamente e

Nosso melhor poema!

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QUESTIONA RIO

1. Quem e Jose ? Descreva-o.

2. Porque Jose se perdeu?

3. O que Jose viu de diferente na ma- ta?

4. Em quem Jose buscou auxí lio quando estava em perigo? Porque?

5. O que o pai sempre dizia a Jose ? 6. O que voce na o gostou da histo ria?

Porque voce na o gostou disso?

7. O que te agradou na histo ria? Por- que?

8. Como e a famí lia de Jose ? Por que ela e importante?

9. Como e a tua famí lia? Porque ela e importante?

10. Porque Jose acredita em Deus?

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Em As aventuras do menino Jose , conta- se a histo ria de um menino de doze anos que, ao sair para uma pescaria, se ve perdido no meio da mata.

O livreto tem como tema as relaço es fa- miliares, exalta a fe em Deus e, ao final, traz um pequeno questiona rio para auxiliar nas reflexo es sobre seu conteu do.

Excelente para ser trabalhado pela famí - lia ou como distraça o para quem esta de fe - rias ou somente deseja uma boa leitura.

Referências

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